Professional Documents
Culture Documents
italancarneiro@gmail.com
1. Introdução
5
Pesquisa desenvolvida no Programa de Pós Graduação em Música, subárea Educação Musical, da
Universidade Federal da Paraíba – UFPB, sob a orientação do prof. Dr. Luis Ricardo Silva Queiroz.
Disponível em:
<https://www.academia.edu/35060454/Curso_T%C3%A9cnico_Integrado_ao_Ensino_M%C3%A9dio_e
m_Instrumento_Musical_do_IFPB_reflex%C3%B5es_a_partir_dos_perfis_discente_e_institucional>.
Acesso em 14 jun. 2018.
827
VI SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE PRÁTICAS EDUCATIVAS
GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM EDUCAÇÃO, ETNIAS E
ECONOMIA SOLIDÁRIA.
2. Música e História
6
O termo “omnilateral” associa-se à proposta de educação integral pretendida pelo Currículo Técnico
Integrado. Para um maior aprofundamento acerca dessa proposta de educação, consultar Ramos
(2008).
828
VI SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE PRÁTICAS EDUCATIVAS
GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM EDUCAÇÃO, ETNIAS E
ECONOMIA SOLIDÁRIA.
829
VI SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE PRÁTICAS EDUCATIVAS
GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM EDUCAÇÃO, ETNIAS E
ECONOMIA SOLIDÁRIA.
estudado”. Partindo deste entendimento acerca das fontes que podem compor o material
de trabalho dos pesquisadores em História, Calissi (2003) reflete que,
7
Conforme Napolitano (2007, p. 155), “a música popular é fruto de um cruzamento da música ligeira
com as músicas tradicionais, das danças de salão com as danças folclóricas. Até aí nenhuma novidade,
não fosse o momento histórico que propiciou este encontro, marcado pela expansão da industrialização
da cultura e pelo surgimento das sociedades de massa. Portanto, não se trata de um cruzamento
simples, de descendência direta, mas de uma filha bastarda, um ‘logro’ recalcado da experiência cultural
moderna como escreveu José Miguel Wisnik”.
830
VI SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE PRÁTICAS EDUCATIVAS
GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM EDUCAÇÃO, ETNIAS E
ECONOMIA SOLIDÁRIA.
8
Moraes (2007, p. 8) destaca que “Gilberto Freyre é exceção no quadro historiográfico brasileiro.
Infelizmente o esboço, ainda que rarefeito, das relações entre música e trabalho historiográfico
proposto por ele teve continuidade muito dispersa e limitada entre os historiadores de ofício”.
9
Blomberg (2011) refere-se à obra “História da Música no Brasil”, cuja primeira edição data de 1981.
Conforme a autora, a “obra História da Música no Brasil recebeu sua sétima reedição recentemente em
2009 e é, junto do livro de [Bruno] Kiefer, [intitulado História da Música Brasileira (1977),] a bibliografia
utilizada como referência nos cursos de nível superior de música pelo país (BLOMBERG, 2011, p. 419).
Ainda segundo Blomberg (2011, p. 425-426), a obra de Mariz, “é a uma ordenação de gerações de
compositores à que ele recorre ao organizar seus capítulos cronologicamente. Narra suas biografias
dividindo-as em ‘fases de evolução’, ou seja, elegendo e organizando as produções de acordo com o
‘amadurecimento do autor’. Paralelamente às biografias identificou os períodos políticos: colônia,
império até chegar à república, para então passar a combiná-las com estilos: romantismo, nacionalismo,
entreato dodecafônico, pós-nacionalismo, e um capítulo intitulado ‘outros valores’”.
831
VI SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE PRÁTICAS EDUCATIVAS
GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM EDUCAÇÃO, ETNIAS E
ECONOMIA SOLIDÁRIA.
10
Conforme Blomberg (2011, p. 418), Guilherme de Melo (1867-1932) publicou a primeira história da
música do Brasil, no ano de 1908, intitulada “A música no Brasil: desde os tempos coloniais até o
primeiro decênio da República”.
11
Renato Almeida (1895-1981) foi o autor do segundo livro abordando a história da música no Brasil,
tendo publicado em 1926 a obra “A História da Música Brasileira” (BLOMBERG, 2011, p. 418).
832
VI SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE PRÁTICAS EDUCATIVAS
GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM EDUCAÇÃO, ETNIAS E
ECONOMIA SOLIDÁRIA.
Ainda sobre aquele contexto, especificamente o final dos anos 1980, momento
em que uma historiografia renovada da música começa a adquirir forma nos programas
de pós-graduação brasileiros, Napolitano (2007) assinala que:
12
O periódico “Revista de História” é uma publicação do Departamento de História da Faculdade de
Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo - USP e destaca-se como uma das
revistas especializadas em História mais antigas do Brasil, fundada no ano de 1950. O periódico pode ser
acessado em: <http://www.revistas.usp.br/revhistoria/index>. Sobre a escassa publicação de artigos
relacionados à Música na Revista, conforme Moraes (2007, p. 9), “o número de artigos publicados
relacionados ao tema [música e história] ao longo dos seus cinqüenta anos não soma os doze sons da
escala cromática: foram somente onze textos, sendo oito deles de autoria de apenas três autores”.
833
VI SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE PRÁTICAS EDUCATIVAS
GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM EDUCAÇÃO, ETNIAS E
ECONOMIA SOLIDÁRIA.
834
VI SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE PRÁTICAS EDUCATIVAS
GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM EDUCAÇÃO, ETNIAS E
ECONOMIA SOLIDÁRIA.
Refletindo sobre o trabalho que pode ser desenvolvido nas aulas de História, Abud
(2005) sinaliza que:
A música popular não deve ser compreendida apenas como texto, fato
muito comum em alguns trabalhos historiográficos que se arriscam
por essa área. As análises devem ultrapassar os limites restritos
exclusivamente à poética inscrita na canção, no caso específico a
poesia popular, pois, ainda que de maneira válida, estaria se
realizando uma interpretação de texto, mas não da canção
propriamente dita. (MORAES, 2000, p. 215)
Refletindo acerca da análise musical realizada a partir dos dois aspectos acima
mencionados, Napolitano (2007, p. 154) ressalta que “existem duas formas básicas de
abordagem [das composições musicais]: uma que prioriza um olhar externo à obra e
outra que procura suas articulações internas, estruturais”. Ainda conforme o autor, “os
campos da história, da sociologia e da comunicação, tendem mais para o primeiro caso.
835
VI SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE PRÁTICAS EDUCATIVAS
GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM EDUCAÇÃO, ETNIAS E
ECONOMIA SOLIDÁRIA.
836
VI SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE PRÁTICAS EDUCATIVAS
GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM EDUCAÇÃO, ETNIAS E
ECONOMIA SOLIDÁRIA.
Ainda nesse sentido, o autor acrescenta que para o historiador o desafio consiste
em superar os temas já consagrados, tais como, compositores canônicos de MPB, a
vanguarda e o movimento tropicalista ou os aspectos histórico-sociais do samba.
Napolitano (2007, p. 170) compreende que outras temáticas histórico-musicais
demandam pesquisas urgentes e aponta, por exemplo, “os diversos gêneros pop que
marcaram a cena musical brasileira [...], tampouco as músicas populares não canônicas
13
Sobre o impacto do processo de gravação (registro fonográfico) para o resultado final da obra musical,
Napolitano (2007, p. 156) indica que “uma canção veiculada pelo mercado fonográfico mobiliza um
aparato tecnológico imenso de execução e registro, um conjunto de profissionais que muitas vezes
interferem estruturalmente no resultado da canção, uma série de estratégias de veiculação em circuitos
massivos”.
837
VI SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE PRÁTICAS EDUCATIVAS
GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM EDUCAÇÃO, ETNIAS E
ECONOMIA SOLIDÁRIA.
ou legitimadas (brega, axé, bolero etc.)”. O autor acrescenta à lista de temáticas que
ainda não foram contempladas com pesquisas acadêmicas as seguintes possibilidades:
3. Considerações finais
838
VI SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE PRÁTICAS EDUCATIVAS
GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM EDUCAÇÃO, ETNIAS E
ECONOMIA SOLIDÁRIA.
Desse modo, podemos apontar que nos mais variados contextos de educação
musical, a integração entre os conteúdos musicais e os conhecimentos das demais áreas
apresenta-se como uma estratégia enriquecedora para a formação dos estudantes, no
entanto, no contexto da Educação Profissional realizada de forma Integrada com o
Ensino Médio, tal conexão configura-se ainda mais como fundamental e indispensável.
Referências
839
VI SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE PRÁTICAS EDUCATIVAS
GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM EDUCAÇÃO, ETNIAS E
ECONOMIA SOLIDÁRIA.
MORAES, José Geraldo Vinci de. História e música: canção popular e conhecimento
histórico. Revista Brasileira de História, São Paulo/SP, v. 20, n. 39, p. 203-221, 2000.
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbh/v20n39/2987.pdf>. Acesso em:
19/10/2016.
NAPOLITANO, Marcos. História & música: história cultural da música popular. Belo
Horizonte: Autêntica, 2002. 120p.
PIEROLI, Sarita Maria. Ditadura militar no brasil (pós-64) através da música: uma
experiência em sala de aula. Programa de Desenvolvimento da Educação do Paraná,
2007. Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/648-
4.pdf>. Acesso em: 22/10/2016.
840