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TERRITÓRIO E SOCIEDADE
O CONCEITO DE TERRITÓRIO E
SUAS DIMENSÕES - ABORDAGENS A
PARTIR DA GEOGRAFIA
Para fins dessa sessão importa o destaque de que tanto o conceito como
aquilo que ele contém e discute, ou seja, o território, estão ainda em franca
disputa.
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Um pouco de Geografia:
Que é a Geografia, e o que se propõe a estudar:
NÃO!!! NÃO É O ESTUDO DOS NOMES DAS MARGENS DOS RIOS AMAZÔNICOS,
DAS CADEIAS MONTANHOSAS DO HIMALAIA, OU DAS GELEIRAS ANTÁRTICAS !!!!
A epistemologia da Geografia:
A Geografia se institucionaliza como ciência no século XIX. Antes os
conhecimentos atribuídos ao que conhecemos da Geografia como
ciência hoje, eram operados por filósofos, matemáticos, físicos,
biólogos, botânicos.
No final do século XVIII e início do XIX a ciência se separa da
Filosofia e começa a questionar seus postulados buscando uma
especialização cada vez maior de seus campos de estudo. É o caso da
Biologia (comparação), Física (experimentação), Astronomia
(observação). A Geografia como ciência se institucionaliza no início do
XIX, ou seja, está atrasada em relação às outras ciências. Além disso,
seus precursores/idealizadores, os alemães Alexander Von Humboldt
e Karl Hitter preconizam uma UNIDADE “científico filosófica” que seria
a expressão das interações e relações entre o homem e natureza.
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Mas essa unidade caminhava em sentido oposto ao que
estava sendo proposto no período, no contexto das
demandas sociais e políticas e da separação já aludida entre
ciência e Filosofia.
http://www.ub.edu/geocrit/geo2.htm
Geografia Tradicional
México - Estado do México - Ixtapaluca Brasil – Piauí/Teresina – Residencial
Jacinta de Andrade – Empreendimento Faixa 1
do PMCMV.
Determinismo: Friedrich Ratzel (geógrafo alemão) e a
Antropogeografia. O homem como produto do meio.
Perspectiva de empreendimento de
uma construtora mexicana
Possibilismo: Paul Vidal de La Blache ( geógrafo francês).
Desenvolvimento de teorias.
Abordagem sistêmica.
Geografia do Subdesenvolvimento.
“Pode-se, portanto aceitar como regra que uma grande parte dos
progressos da civilização são obtidos mediante um desfrute mais perspicaz
das condições naturais, e que neste sentido esses progressos estabelecem
uma relação mais estreita entre povo e território. Pode-se dizer ainda, em
sentido mais geral , que a civilização traz consigo o fortalecimento de uma
ligação mais íntima entre a comunidade e o solo que a recebe”. Ratzel
citado por Saquet, 2007, p. 30. 13
“A sociedade que consideramos, seja grande ou pequena,
desejará sempre manter, sobretudo a posse do território sobre
o qual e graças ao qual ela vive. Quando esta sociedade se
organiza com esse objetivo, ela se transforma em Estado”.
Ratzel citado por Saquet, 2007, p.30.
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Claude Raffestin e a crítica à Geografia Política de F. Ratzel.
A obra de Goya é uma fascinante metáfora pictural de um sistema de poder. Sem dúvida a criança domina por sua presença realçada
pelo vermelho, mas só domina porque todas as relações passadas, presentes e futuras passam por ela. É ela quem segura o cordão que
prende o pássaro colocado à sua frente, cujos movimentos potenciais são determinados pela maior ou menor liberdade que a criança lhe
proporcionará. A direita dela, três gatos, cujas cabeças ocupam os vértices de um triângulo imaginário, têm o olhar voltado para o
pássaro, no qual veem um trunfo para a violência deles. Violência contida, prestes a se manifestar, mas que a presença da criança
impede. Prova disso é a falta de medo do pássaro, que se esforça em levantar uma carta com o bico. Do lado esquerdo da criança, uma
gaiola contendo outros pássaros menores expressa o caráter de prisão em segundo plano, do espaço construído. Todos esses animais
são trunfos para a criança, que os controla e com eles mantém relações de poder. Contudo, bastaria que cessasse a convenção — que
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mantém os gatos em repouso —, para que a cena se animasse e se revertesse em drama. A criança também é o trunfo desses animais; é
tanto prisão como garantia; ela faz pesar sobre eles a ambiguidade de sua vontade. É a medida da incerteza e a parte do acaso, para
eles... e para si. E, portanto, a representação de um equilíbrio entre uma infinidade de desequilíbrios possíveis que podemos imaginar,
mas não verificar. As relações de poder se inscrevem numa cinemática complexa.
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Claude Raffestin – Por uma Geografia do poder. 1980.
Rogério
Haesbaert
Geógrafo - Unioeste/PR
Marcos
Saquet
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Principais abordagens e enfoques.
Idealista ou Culturalista
Integradora
Relacional 22
Perspectiva Materialista Naturalista
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Perspectiva Materialista Econômica
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“Embora mesmo que a ciência política tenha
frequentemente ignorado as relações de espaço e a
posição geográfica, uma teoria do Estado que fizesse
abstração do território não poderia, jamais, contudo, ter
qualquer fundamento seguro. Sem território não se
poderia compreender o incremento da potência e da
solidez do Estado”.(Ratzel, 1990 citado por R. Haesbaert,
2004, p.63).
Haja vista os
inúmeros
conflitos em
diversos países
do mundo 27
Perspectiva Idealista ou Culturalista
Aproximação com a Antropologia.
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Grupos definem-se pelas ligações que estabelecem
no tempo, laços de identidade na história e no
espaço, apropriando-se de um território (concreto
e/ou simbólico) onde se distribuem marcos que
orientam suas práticas sociais.
Que é uma
comunidade
remanescente de
quilombola???
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Vulcão Popocatépetl – Cidade do México/Puebla – México.
Para a defesa civil: perigo!!!!!
Para as populações indígenas habitantes do seu entorno: abrigo,
proteção, relação simbólica, mítica, religiosa.
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Perspectiva Integradora
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“Uma das questões mais sérias é que, ao contrário da
região na versão lablacheana do início do século XX,
dificilmente encontraremos hoje um espaço capaz de
“integrar” de forma coesa as múltiplas dimensões ou
lógicas econômica, política, cultural, natural. Daí o fato de
alguns defensores de uma visão totalizante ou integradora
de território advogarem sua superação”. p.75
Para alguns autores, o fim do
território, é que justifica, por
exemplo o advento da
globalização, conforme veremos
em outra aula .
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