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INSTITUTO FEDERAL DO CEARÁ


Campus Fortaleza
Departamento de Artes
Curso de Licenciatura em Artes Visuais
Metodologia do Trabalho Científico - 40 horas aula-2015/1
Prof. Gilberto Andrade Machado
Aluna: Renata Andrade Frota
Matrícula: 20181014040320

RESENHA DO TEXTO “POR UMA ABORDAGEM METODOLÓGICA DA


PESQUISA EM ARTES”

Este exercício de resenha está sendo realizado para a disciplina de Metodologia do


Trabalho Científico, do ano de 2018.1. O tema da resenha é o artigo de Sandra Rey, “Por uma
abordagem metodológica da pesquisa em artes”. Como o título do texto já indica, a autora irá
tratar sobre a questão da pesquisa em artes, se é possível estabelecer parâmetros,
sitematização para esse tipo de pesquisa.
Rey começa o texto discorrendo sobre a produção artística e o que balizará tal
produção. Ela coloca que por mais que a arte busque uma transgressão, beba da inadequação,
da fuga de limites, que, inclusive, os questione, não significa que não haja um processo de
pesquisa. Segundo a autora, a realização de uma obra também é atravessada por técnica,
teoria. Ou seja, o trabalho que leva a instauração de uma obra também pode se configurar
numa pesquisa. Pesquisa na qual experiência e teoria estão em constante dialogo, se
atravessam. Ainda que essa teoria, por muitas vezes, não seja aparente, não seja explícita.
Porém, ela sustenta o trabalho, é ela que “(…) diferencia como obra de arte dos demais
objetos produzidos por uma sociedade”.
Sendo assim, a pesquisa em arte se dá de modo complexo, singular, já que ela parte da
experiência do artista, de sua vivência, se dá no confronto dessa experiência com a criação. O
artista não produz somente, mas questiona, desloca ao longo desse processo, constrói uma
linguagem, um ponto de vista particular. Diferente da ciência, o foco não é comprovação de
resultados, obtenção de respostas. Na pesquisa em arte criar questões é a direção. Fazer
fissuras, provocar, muito mais do que buscar uma assertividade.
Tendo em vista tais pontos, Rey expõe que por mais que a pesquisa em arte utilize
padrões científicos, tal tipo de pesquisa irá prevê uma metodologia própria, o que ela chama
de “metodologia cem modelo”. Afinal, o objeto de estudo da pesquisa se constrói ao longo da
própria pesquisa. Não se parte de algo pronto e acabado, mas de um processo que culminará
numa obra. Diferente de uma pesquisa somente teórica. Daí a diferença de uma pesquisa em
arte, para uma pesquisa sobre arte. A pesquisa em arte é processo. É puramente processo. É
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experimentação. É construção. Criação. É um vir a ser. Devir. “Se imaginarmos que a arte se
constitui num fluxo, a pesquisa em artes visuais situar-se-ia na nascente desse fluxo, enquanto
a pesquisa sobre arte estaria localizada na desembocadura do mesmo fluxo.” Sendo assim,
Rey comparará a pesquisa em artes à utopia, já que ela segue uma direção, uma trajetória a
um ponto inexistente e imprevisível. O lugar a ser alcançado não se sabe, só se saberá ao
alcançá-lo.
Tendo em vista tais colocações, Rey conclui apontando a possibilidade de uma
sistematização de tal pesquisa. Ela coloca os seguintes instrumentos para uma análise poética:
verbalizar; criar estratégias; estar atento às ambiguidades; instrumentos para a pesquisa
teórica; conceitualizar; análises comparativas; redigir pequenos ensaios; apresentar
claramente as ideias; expressar-se com propriedade; e apresentar os resultados de forma
criativa. No entanto, sem perder de vista a dialética entre sensibilidade e racionalidade que tal
tipo de pesquisa suscita.

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