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Iniciou estágio em artes visuais e não sabe por onde começar?

Está perdido
nos planos de aula? Está apavorado só de pensar em dar aula ? Calma… Essa
publicação foi feito pra você!

Um guia básico resultante do projeto de estágio coletivo para o ensino


médio, discutido na disciplina de Metodologia para o Ensino das Artes 2,
ops... RODA! - sim… tivemos a audácia e coragem de alterar o título da
disciplina durante os debates e conversas que se desenvolveram em aula.
Mas, você deve estar se perguntando… por que Roda?

A roda simboliza os ciclos, os movimentos de recomeço e renovações; é um


símbolo de deslocações e de libertação das condições e dos lugares. Em roda
todos se enxergam e podem se ajudar, todos estão em situação de igualdade e
podem opinar sobre assuntos diversos. A roda também é um espaço de troca
de energias espirituais corporais ancestrais, nos remetendo a mais antiga
forma de socialização da humanidade!

A roda rompe paradigmas estéticos e políticos e ajuda a descolonizar o


olhar: em roda compartilhamos e não individualizamos ou disputamos e,
sim, cooperamos. Em roda também podemos dançar, fazer música, fogueira
e…. até compartilhar umas pontinhas. Tudo em roda pode ir contra os
princípios da escola-fábrica. É que se aprende mais quando não se disputa e
sim quando se compartilha!

Da mesma forma que ‘a igreja não é a catedral em si e sim o agrupamento


de fiéis onde estiverem ( Mateus 18:20 porque, onde estiverem dois ou três
reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.)’ . A escola pode ser a
força da vida que conspira e não um prédio.

Vamos pensar por que na escola não aprendemos em roda? Em quais


outros ‘espaços’ fora da escola a roda é mediadora das aprendizagens? O que
estes ‘espaços’ nos dizem sobre percursos de educação?. Da mesma forma,
pensemos nas premiações de melhores notas, nas bolsas mérito, nas disputas
entre Lattes, na competição entre alunos… Na meritocracia! O que isso tudo
tem a ver com salas de aula em roda?

As atividades aqui reunidas foram feitas a várias mãos, a fim de reunir os


diversos conhecimentos e experiências pessoais do grupo, culminando em
atividades destinadas a serem aplicadas por professores de artes visuais do
ensino médio e da Educação de Jovens e adultos (EJA). A maior finalidade
dessa publicação é fornecer a esse público produções artísticas, planos de aula
e diversas atividades, pensadas por estudantes e pela professora Annaline da
Licenciatura em Artes Visuais da Universidade Federal de Pernambuco -
UFPE. A decisão pela realização deste texto, portanto, aconteceu nesse
formato de grupo. Foi através do debate coletivo que foi decidido pela turma
que, como uma colcha de retalhos, ele aconteceria a partir de recortes
escritos por todos os componentes da Roda.

Além de servir de bússola para os nossos estágios futuros nesse nível de


ensino, a seguinte publicação desempenha o papel de ser um registro
processual de nossa busca por um ensino das artes presente, crítico, criativo
e significativo para os estudantes e seus processos de aprendizagem.

Os temas que elegemos para nortear as atividades partiram do conceito das


Cinco Peles do artista e arquiteto austríaco Friedensreich Hundertwasser.
Nascido em Viena, em 1928, de família judaica, foi criado pela mãe viúva que
o protegeu dos horrores do holocausto, fugindo do exército nazista nos anos
1940. Em 1948, entrou na Escola de Belas Artes de Viena, no entanto, apesar
de ser reverenciado por seus colegas, abandonou o curso por causa de sua
incompatibilidade com os “modismos” da academia. Além de suas obras e
projetos, o artista desenvolveu, durante sua vida, manifestos que defendem
um novo mundo para todos. Foi a partir da década de 50, que Hundertwasser
trouxe para seus trabalhos, conceitos mais empáticos, humanizados e
ecológicos, abordando-os na ideia de que o ser humano possui 5 peles: a
epiderme, a roupa, a casa, a identidade social e crosta terrestre, onde
vivemos.

Quando pensamos o corpo na arte, logo somos induzidos aos conflitos da


desconstrução dos corpos na pós-modernidade como agente determinante
nos fenômenos do body modification, por exemplo. As transformações
identitárias causadas pelas intervenções estéticas revelam aspectos da
estetização da vida cotidiana que significam as mutações do corpo/vida na
busca do advento de uma nova identidade, assim como, seu comportamento
e existência como obra de arte. No entanto, ao desdobrar o conceito de pele,
sob a perspectiva de Hundertwasser, é necessário esse desprendimento
antropocêntrico de realidade, ao permitir a fluidez e integração desse ser no
espaço e como esse interfere e se relaciona com a natureza, agente essencial
para manutenção vital.

A epiderme é, de fato, a pele de cada indivíduo, seu corpo e as alterações que


durante a vida essa camada vai sofrendo, e deixando, ou não, marcas. A
roupa, vista por ele como forma de identificação social, capaz de uniformizar
indivíduos submetidos às frequentes ditaduras da moda, serve de coberta à
epiderme e traduz as possibilidades criativas humanas em um anonimato
surdo, numa busca cega aos padrões de vestuário de determinados grupos
sociais. A casa, diferentemente da roupa que é escolhida, até certo ponto,
minuciosamente por quem a veste, tem um cunho padronizado, pois dentro
de um condomínio residencial, por exemplo, pessoas completamente
diferentes entre si vivem em espaços idênticos, sem que haja uma ideia
arquitetônica voltada para cada estilo de vida. Sobre a identidade social,
Hundertwasser engloba os grupos sociais dos quais os indivíduos pertencem
e se identificam (família, igreja, amigos, nacionalidade, etc), especificamente
sobre a identidade nacional, protestando contra a ideia de fronteiras, que,
para ele, interferem numa consciência mais globalizada de ecologia. Por fim,
a última pele seria a pele global, a pele que todos os seres que habitam a
Terra compartilham.

Nesse sentido, esta publicação estará dividida nesses cinco eixos, os quais
denominamos Corpo (epiderme), Coberta (roupa), Cobertura (casa),
Correlação (identidade social) e Comunhão (crosta terrestre). Em cada um
deles apresentam-se produções artísticas e artistico-pedagógicas que foram
produzidas e propostas pelos membros da RODA.
Quando eu não sei onde guardei um papel importante e a procura revela-se
inútil, pergunto-me: se eu fosse eu e tivesse um papel importante para
guardar, que lugar escolheria? Às vezes dá certo. Mas muitas vezes fico tão
pressionada pela frase "se eu fosse eu", que a procura do papel se torna
secundária, e começo a pensar, diria melhor SENTIR.

E não me sinto bem. Experimente: se você fosse você, como seria e o que
faria? Logo de início se sente um constrangimento: a mentira em que nos
acomodamos acabou de ser movida do lugar onde se acomodara. No entanto
já li biografias de pessoas que de repente passavam a ser elas mesmas e
mudavam inteiramente de vida.

Acho que se eu fosse realmente eu, os amigos não me cumprimentariam na


rua, porque até minha fisionomia teria mudado. Como? Não sei.

Metade das coisas que eu faria se eu fosse eu, não posso contar. Acho por
exemplo, que por um certo motivo eu terminaria presa na cadeia. E se eu
fosse eu daria tudo que é meu e confiaria o futuro ao futuro.

"Se eu fosse eu" parece representar o nosso maior perigo de viver, parece a
entrada nova no desconhecido.

No entanto tenho a intuição de que, passadas as primeiras chamadas


loucuras da festa que seria, teriamos enfim a experiência do mundo. Bem sei,
experimentaríamos enfim em pleno a dor do mundo. E a nossa dor aquela
que aprendemos a não sentir. Mas também seríamos por vezes tomados de
um êxtase de alegria pura e legítima que mal posso adivinhar. Não, acho que
já estou de algum modo adivinhando, porque me senti sorrindo e também
senti uma espécie de pudor que se tem diante do que é grande demais.
Contextualizar a imagem do auto-retrato dentro da história da Arte e fazer os
alunos se auto-reconhecerem dentro de sua identidade.

 Computador, data show, pendrive com imagens ou internet OU


imagens sugeridas aqui;
 Lápis de cor, borrachas, papéis;
 Espelhos.

 Formatando a sala em círculo, iniciaremos uma roda de conversa


sobre quem somos nós. Me apresentarei inicialmente, tentarei me
definir, dizendo nome, o que faço e como me identifico (mulher, de
descendência negra e indígena, moradora de Jaboatão e coisas que
gosto na cidade. Pedirei para todos se apresentarem da mesma forma.

 Discussão sobre a importância de saber quem somos e leituras de


algumas imagens ao longo da História da Arte sobre auto-retrato de
artistas como as de Van Gogh, Frida Kahlo, Basquiat, Pinturas
Rupestres com mãos, disposição de retratos de mulheres e homens
egípcios, fotografias de Claudia Andujar, Pinturas de Debret e de
pintores afro-brasileiros e africanos, chegando até a selfie de celular
atualmente.

 Para botar a mão na massa, será a vez deles de se auto-retratarem.


Com papéis e materiais simples pra desenhar e colorir irão se auto-
representar. Espelhos estarão à disposição para eles se olharem e se
perceberem melhor. Como querem ser vistos ou acham que são.
Poderão começar na sala e trazer pronto na próxima aula.
comece primeiro em você
em você
o que aqui (você) habita, reverbera para o outro
para o outro.
Comece novamente.

Respirar “aspirar, puxar para dentro, formar um espaço, reter para


assimilação e troca e, depois, expelir.” “absorver o oxigênio do ar e expelir o
gás carbônico resultante das queimas orgânicas”.

 Deite-se numa superfície plana, flexione os joelhos, posicione-o numa


abertura na largura do quadril. Descanse as mãos relaxadamente
sobre o baixo ventre.Ou sente-se em postura de lótus com as mãos
relaxadas sobre os joelhos. Como se sentir mais à vontade.

 Relaxe. Concentre. Tente! Sinta o corpo, esvazie a mente, esteja no


corpo, esteja presente!

 Inspire, sinta o ar entrando pelas narinas e percorrendo o caminho


até os pulmões, infla ao máximo o tórax, relaxe, perceba. Perceba-se!

 Tente diferente, inspire, sinta o ar adentrando, infle o baixo ventre,


transfira o ar lentamente para os pulmões, e sinta-o subindo, até
ocupar todo espaço, encha ao máximo, e muito devagar expire. Sinta
o corpo esvaziando, sinta-se leve.

 Repita o ciclo algumas vezes, cinco, depois, sete, depois, 10...

 Pratique sozinho (comece por vc) pratique coletivamente (reverbere),


pratique em sala(s) de aula(s), ocupe os espaços internos e externos,
saia da(s) sala(s) de aula(s).
Fazer um caderno em que cada aula o aluno(a) possa fazer experimentações
sobre vários tipos de percepção sobre um determinado assunto. Através do
caderno, fazer intervenções e experimentações em espaços, materiais e o que
ele quiser usar no seu diário.

 Usar sempre a criação


 Que não seja um caderno chato
 Incentivador
 Auto percepção

 O que tiver ao redor


 Plantas
 Folhas
 Jornais
 Revistas
 Panfletos de rua
 Foto da família
 Embalagem jogada fora
 Coisa do lixeiro
 O que tiver jogado no fundo dos bolsos
 Fiapos
 Cola
 O que quiser

No inicio das aulas, vamos preparar um caderno onde tudo o que vamos
aprender será colocado lá, da maneira quiser. Do jeito que quiser.
• Estimular o trabalho em equipe;
• Conhecer a si e ao outro

• Um grupo de pessoas;
• Papel;
• Caneta/lápis (colorido também);
• Barbante ou cordão de lã

Cada aluno irá receber um papel onde deve escrever palavras-chave relacionadas as
suas afetividades, trajetória, vivências (que consideram importante) até o presente
momento (é importante colocar um limite de palavras de 3 a 5);

A partir dessas palavras eles irão pensar e produzir um desenho em uma folha única,
onde um não pode ver o desenho do outro;

Depois todos teriam tempo para observar o resultado coletivo e a partir daí
comentar sobre esse processo (o que ele pensou quando construiu isso? Qual a tua
estória?) e construir uma teia afetiva única. Com as falas eles iriam linkar uma
conversa (desenho) ao outro e costurar isso.
Ser criação, experiência de ser-no-mundo,
experiência de ser-mundo. O corpo cria
movimentos gerando sentidos - expansão do corpo
- dobras do corpo no mundo, determinações
atravessam o corpo, mas o corpo se desdobra,
mexe, dança, ativa.

Ajustes-rasgos-emendas nesse corpo pulsante que


aprende e ensina. Compreender sua espacialidade
e perceber suas potências, o poder do contato
humano -afeto-, a criação e o resgate de suas
narrativas -ancestralidade/direção-. estimular
essas capacidades para se manifestar no corpo
expressivo.
Guilherme Moraes

Flora Negri, 2017

Alexandra Jarocki - Pétalas


Roupa é cobrir;
Roupa é pano;
Roupa é costura;
Roupa é pensada;
Roupa é inventar;
Roupa é construir;
Roupa é imaginação;
Roupa é sujar;
Roupa é mostrar;
Roupa é cor ou não;
Roupa é arte;
Roupa é identificar;
Roupa é divisão;
Roupa é imposição;
Roupa é “moda”;
Roupa é “fora de moda”;
Roupa é festa;
Roupa é data;
Roupa é comunicação;
Roupa é tirar;
Roupa é colocar;
Roupa é rua;
Roupa é nada;
Roupa é tu;
Roupa sou eu...
Até que ponto nós utilizamos as nossas roupas como identificação pessoal?
seja de classe social, raça, nacionalidade, estética, relações, entre outros. A
roupa se tornou uma segunda pele, uma coberta que somos obrigados a usar
para nos “proteger”. Essa proteção é colocada à prova todos os dias (ainda
bem que está sendo desmistificada ao longo desses anos), se você é de uma
classe menos favorecida já é olhado de lado por conta da sua aparência, se
você é de uma classe mais favorecida também é olhado de lado haha.
Chegamos a um ponto que a roupa é algo EXTREMAMENTE IMPORTANTE
em quem você é, a aparência conta mais que o seu interior.
Eu acho que a roupa faz parte de mim sim, mais só como complemento de
quem eu sou, da minha personalidade e opções pessoais... Quem é você? Uma
roupa? Também é roupa? Nós somos aquilo que pensamos, sentimos, aquilo
que queremos ser, até com um peixe de cobertas se é você então, só seja.

:
Observar que todas as roupas formam um grande coletivo, e que mesmo com
todas as diferenças existimos.

 Conversar sobre o que foi apresentado na introdução, perguntar o que


é roupa/coberta para a turma trazer suas bagagens. Apresentar suas
vivencias sobre o que é esse assunto para você.
 Depois da conversa apresentar a atividade, e propor um debate de
como vai ser realizada a partir dos materiais que forem propostos.
 - Por fim fazer um debate sobre a atividade.

Construir com a turma inteira uma grande pintura, desenho, colagem,


costura ou algo de sua preferência ou da turma. Encaixando a coberta de
cada um, todos os EUs presentes.

 cartolina, papel cartão, revista, jornal, papel guache;


 tesoura, cola, pinceis;
 glitter, cola glitter;
 tintas, lápis de cor;
 retalhos, panos maiores.
Tudo que envolve, reveste, cobre-descobre

todas as camadas-descamadas

todas as partes , desde a superficie até o núcleo

tudo àquilo que integra o humano

todos os corpos

todas as peles

todas as cascas

de todas as coisas, grosseiras e sútis.

Partindo do principio que é preciso entender-se para estar e ser no


mundo, comprender-se enquanto ser integral e expansivo para e com
todas as coisas vivas e manifestas. Como uma cebola, retirar as
camadas até o núcleo, ou quem sabe até não restar mais nada.
reintegrar.
Lorna Simpsn

Lorna Simpsn

AURA

Lenora de Barros
Àquilo que dá abrigo, proteção, teto, serve de manto... Quais cobertas
tens feito de casa? Quais têm sido as tuas coberturas?

Um convite para (re)direcionar e (re)significar o olhar sobre àquilo que


te serve de cobertura: As árvores, grandes e resistentes no vai-e-vem
cotidiano da cidade me abriga da bagunça urbana. E tu, como tem se
protegido?
Tem o intuito de mostrar a beleza cotidiana dos lugares que ocupamos,
daquilo que nos atravessa e que, por corrermos incessantemente atrás dos
atrasos, acabam passando pelos nossos olhos sem que enxerguemos. Como
lugar entende-se também os sonhos, memórias e anseios onde nos
abrigamos internamente quando a cabeça voa, naqueles momentos de ócio
ou de imersão em algo que fazemos mecanicamente e acabamos
abandonando o corpo no fazer para ocupar os tetos de afetos.

É preciso lançar-se ao acaso para lembrar da importância das belezas que nos
permitimos viver, daquelas que os olhos cansados deixam passar, daquelas
que sonhamos ou idealizamos viver um dia.

Aplicável a qualquer faixa etária da primeira idade escolar até o EJA

Construir poesias/obras individuais e coletivas compostas de palavras, frases,


imagens e caminhos, dispostas em um mural, livro, zine ou qualquer outra
forma de construção que funcione para o grupo.

Assim como:

 Aproximar o estudante das diferentes formas de se entender e ler


arte, das pequenas e grandes coisas que nos preenchem diariamente
para que possamos permanecer (r)existindo no mundo;

 Provocar reflexões sobre o cotidiano, de como passam seu tempo


livre, de como passam seu tempo ocupado, quais caminhos percorrem
seus olhos, pés, memórias e sonhos

 Incitar a percepção dos diversos lugares que habitamos, tendo a


familiaridade que estabelecemos com lugares e memórias como
formas de ocupar, questionando o conceito de habitar
Parte I
 Reunir os participantes da atividade em roda, pedir para que se
apresentem e falem sobre o que fazem diariamente, sobre os lugares
que vão todo dia, lugares que gostam de ir, lugares que sonham em ir,
lugares que já foram e que ficaram na memória.

 Perguntar sobre aquilo que já viram ou veem diariamente que os


fizeram/fazem se sentir bem

 Perguntar sobre o que consideram bonito.

Parte II
 Convidá-los a percorrer os entornos da escola a procura de coisas que
consideram bonitas ou que chamem a atenção de alguma maneira,
sejam elas simples pedras, flores, sorrisos, detalhes vistos em alguém,
as cores do céu, a leveza da brisa e etc
 Pedir para que descrevam de forma livre aquilo que foi observado,
seja em uma única palavra, frase, desenho ou fotografia

 Reunir as descrições em um mural coletivo

Parte III
 Pedir para que, durante o caminho que fazem para casa e para os
outros lugares que vão diariamente, observem aquilo que gostam ou
consideram interessante/bonito.
 Pedir que descrevam o que foi observado em palavra, frase, desenho
ou fotografia

 Prosseguir com a montagem do mural, preenchendo as laterais do


mural com o que foi trazido pelos participantes.

 Pedir para que observem dentro de casa coisas, lugares ou momentos


que gostem de ver/viver e descrevam em forma de palavra, frase,
desenho ou fotografia.
 Prosseguir com a montagem do mural, preenchendo as laterais do
mural com o que foi trazido pelos participantes.
Parte IV
 Pedir para que materializem as memórias bonitas que possuem em
palavras, frases, desenhos ou fotografias.
 seguir preenchendo o mural

Parte V
 Pedir para que materializem seus sonhos em palavras, frases,
desenhos ou fotografias.
 Preencher e finalizar o mural.

*mural foi colocado como sugestão de montagem, porém a forma de


construção é livre.
**as partes da atividade podem ser realizadas no mesmo dia ou em dias
separados, a depender do tempo de aula disponível para que sejam aplicadas.
Flora Negri
Marcela Dias

Brígida Baltar
A atividade possui o objetivo de instigar nos estudantes um olhar aguçado
para o seu contexto social, buscando identificar nos espaços que frequenta os
vieses artísticos presentes. Objetiva também estabelecer relações de
afetividade e empatia com artistas e obras populares presentes no cotidiano,
pesquisar sobre os artistas da rua, do bairro, da cidade, etc e estabelecer
relações temáticas e estilísticas com artistas e obras de outros contextos, e
criar uma galeria pessoal de artistas que dialogam entre si e com o estudante.

Durante o período de regência e de observação para o primeiro estágio


curricular, e até mesmo durante minha própria experiência de estudante do
ensino básico, percebi que entre os alunos havia um distanciamento entre o
que era lhes apresentado como arte e o que produziam, causando um certo
distanciamento do estudante com a arte. Entretanto, a arte geralmente
apresentada era a arte classificada como clássica, realizada com materiais
nobres e com ênfase no domínio da técnica sobre a expressão (POUGY;
VILELA, 2016), o que identifico como uma das principais causas desse
distanciamento, além da ideia que arte só é encontrada nos espaços de
legitimação da arte, como museus e galerias.

Tendo isso em vista, a atividade se propõe a estimular os estudantes a


desbravar as expressões artísticas presentes em seu entorno, a fim de eles
mesmos legitimem e entendam aquela arte como representativa, seja do
artista ou da comunidade.

A presente atividade consiste na construção de galerias virtuais individuais,


com artes de quaisquer linguagens (artes visuais, música, dança e teatro), a
serem produzidas pelos estudantes de acordo com seus interesses pessoais.
Os alunos devem, antes de iniciar suas pesquisas, selecionar um tema a ser
trabalhado: um artista do bairro, uma manifestação cultural, uma temática
geral, etc. Esse tema deve ser pesquisado por eles por meio de entrevistas,
fotografias, vídeos, gravações de áudio, entre outros métodos, a fim de fazer
um levantamento sobre o tema selecionado, recordando a história, o contexto
e as possíveis relações a serem estabelecidas com outras produções de outros
contextos socioculturais do objeto de estudo. Sintetizando, os estudantes
produzirão uma galeria de imagens, vídeos, reportagens, questionários, etc
com alguma temática de cunho artístico oriunda do lugar onde vivem, a fim
de reconhecer aquela expressão como legítima.

Para veicular os trabalhos, os alunos podem fazer uso de pastas online,


slides e outras plataformas digitais, ou produzirem uma publicação em forma
de caderno. Neste último caso, se o professor julgar necessário, deverá haver
uma oficina ou uma aula sobre encadernação para que os estudantes se
familiarizem com o recurso.

Para fins de avaliação, os alunos terão que, em três ocasiões, apresentar o


andamento de suas pesquisas: no início, após algumas semanas do início das
atividades, deverão apresentar o tema escolhido e apresentar um apanhado
geral do que irão buscar em suas pesquisas; em um segundo momento
deverão mostrar o que já conseguiram obter a partir dos objetivos
inicialmente estabelecidos; por último devem reapresentar o tema escolhido,
porém mais aprofundadamente do que no primeiro momento, mostrando
elementos que conseguiram pesquisar, relações que conseguiram estabelecer
e outros apontamentos que julgarem pertinentes. Cabe ao professor
determinar os tempos de apresentação e quantos dias serão necessários para
que todos apresentem o andamento dos seus projetos. Um último momento
será necessário para apresentar as pesquisas em sua totalidade, isto poderia
ocorrer no mesmo formato das apresentações anteriores ou em uma feira no
pátio da escola.

A atividade deverá se desenvolver durante um semestre ou todo o ano


letivo, e se constituirá em uma atividade paralela às aulas. É importante que
os estudantes tenham acesso à internet para desenvolvê-la, seja em casa ou
na própria escola, além de instrumentos de registro, podendo ser o celular ou
outros aparelhos eletrônicos. Se faz necessário também que os alunos sejam
orientados a usar a mesma estrutura de referências (fonte, tamanho da fonte,
sequencia de dados das obras, etc), para isso o professor deve elaborar um
modelo de referência, com nome do autor, nome da obra, ano de realização,
onde se encontra a obra e outros dados relevantes, e expor esse modelo aos
estudantes para que eles padronizem este aspecto das suas produções.
A arte/educação será ferramenta mediadora no processo de conhecer, criar e
expor as aprendizagens e vivências dos estudantes. É importante ressaltar
que para tal, se utilizará de materiais alternativos como o isopor, no auxílio
das discussões sobre os processos artísticos e técnicas dentro da sala de aula.
Para ajudar no desenvolvimento criativo, os estudantes irão assistir ao vídeo
“Morte e Vida Stanley” do grupo musical “Cordel do Fogo Encantado”, logo
em seguida sugerir um debate em volta da temática abordada no vídeo e na
estética do mesmo.

 Mostrar o que é a xilogravura, seus processos e alguns artistas


regionais;
 Fazer um esboço em um papel do que querem desenhar;
 Redesenhar no isopor;
 Passar tinta preta no isopor com um pincel ou rolinho;
 Colocar um papel sulfite por cima da base e fazer movimentos
circulares com auxílio de um pedaço de papel, para que a tinta fique
fixada no papel;
 Ver o resultado e depois comentar sobre os processos de criação. Se
possível, peça para o estudante repetir os procedimentos citados
acima, para que possa entender a diferença na qualidade dos
trabalhos.

 Estimular o processo criativo através da xilogravura e da música;


 Experimentar o uso de diferentes materiais e procedimentos na
produção artística;
 Inserir a arte popular como desenvolvimento de expressão artística.
 Atividades de leitura, contextualização e produção artística;
 Exposição dialogada;
 Exibição de vídeos;
 Apresentação com equipamento audiovisual.

 Papel sulfite colorido ou branco


 Bandejas de isopor
 Tinta guache preta
 Lápis
 Borrachas
 Pincéis medianos (chato) ou rolinhos de pintura

 https://www.youtube.com/watch?v=tLB_g52JJvc


Pode-se apresentar aos alunos uma temática extraclasse em prol de unir a
vivência de cada participante e mesclá-la com a do próximo.
A atividade consiste no estudante fotografar locais da cidade que se sente
mais afeiçoado. Ao chegar na classe, peça para que todos formem um círculo
aleatório e o conjunto de imagens realizado por cada participante deverá ser
entregue para a pessoa a sua esquerda, e esta terá que ressignificar com o seu
olhar, (seja por meio de colagem, fotomontagem, pintura, corte, etc.) a visão
de mundo de seu colega de classe.
Elena Almeida
Só a Antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente.
Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de
todos os coletivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de paz. Tupi,
or not tupi that is the question. Contra todas as catequeses. E contra a mãe
dos Gracos. Só me interessa o que não é meu. Lei do homem. Lei do
antropófago. Estamos fatigados de todos os maridos católicos suspeitosos
postos em drama. Freud acabou com o enigma mulher e com outros sustos
da psicologia impressa. O que atropelava a verdade era a roupa, o
impermeável entre o mundo interior e o mundo exterior. A reação contra o
homem vestido. O cinema americano informará. Filhos do sol, mãe dos
viventes. Encontrados e amados ferozmente, com toda a hipocrisia da
saudade, pelos imigrados, pelos traficados e pelos touristes. No país da cobra
grande. Foi porque nunca tivemos gramáticas, nem coleções de velhos
vegetais. E nunca soubemos o que era urbano, suburbano, fronteiriço e
continental. Preguiçosos no mapa-múndi do Brasil. Uma consciência
participante, uma rítmica religiosa. Contra todos os importadores de
consciência enlatada. A existência palpável da vida. E a mentalidade pré-
lógica para o Sr. Lévy-Bruhl estudar. Queremos a Revolução Caraiba. Maior
que a Revolução Francesa. A unificação de todas as revoltas eficazes na
direção do homem. Sem nós a Europa não teria sequer a sua pobre
declaração dos direitos do homem. A idade de ouro anunciada pela América.
A idade de ouro. E todas as girls. Filiação. O contato com o Brasil Caraíba. Ori
Villegaignon print terre. Montaig-ne. O homem natural. Rousseau. Da
Revolução Francesa ao Romantismo, à Revolução Bolchevista, à Revolução
Surrealista e ao bárbaro tecnizado de Keyserling. Caminhamos.. Nunca fomos
catequizados. Vivemos através de um direito sonâmbulo. Fizemos Cristo
nascer na Bahia. Ou em Belém do Pará.

Brasília 13 de Dezembro de 1968


Prólogo 1

Panfletagem Subliminar

Nada é verdadeiro, tudo é permitido

Leia o texto & mexa sua bunda gorda

Estamos em Território Inimigo & o Inimigo está em nós. A primeira Grande Batalha

contra o Império deve se dar dentro de Nossas Cabeças.

Libertar nossa imaginação. Poderosos Feitiços Publicitários iludem nossos Desejos


mais

Puros, Belos & Loucos. Mau Olhado Policial que aprisiona nossa Espontaneidade

Selvagem. Engodos Geopolíticos, Castração Gramatical contendo nossa linguagem

transgressora.

As raízes do Poder Total do Império estão em nossa psique e regem nosso cotidiano.

O Assustador Buraco Negro do Poder que tudo absorve & que tudo subverte & que

lucra zilhões com a revolta dos Pobres Formigomens, tristes Ibus declamando
discursos

libertários para um Céu de Concreto.

Os Protestos & Discursos não devem mais ser Espalhafatosos & Coniventes com a

lógica do Espetáculo & da Mídia.

Devem ser em Silêncio & Invisíveis: SUBLIMINARES.

Uma Terrível Conspiração agindo no subconsciente das pessoas.

O Novo Ativismo Global encontra-se num beco sem saída: A "Geração de Seattle"

encontra-se presa à sua própria mitologia. Os protestos contra a guerra não deram
em

nada. Os tanques nas avenidas de Bagdá são um Triste Retrato de uma derrota
precoce.

Precisamos de Novas Táticas. Teatro Secreto. Loucos Subversivos agindo na calada da

noite. Vândalos & Bárbaros criando Novas Situações que arrebentem as correntes da

Realidade Consensual.

Panfletagem Aleatória despertando Estranhos Atratores numa caótica sociedade

fragmentada

"Tornai-vos Invisíveis

Nada é Real-----Tudo é Permitido

Bárbaros Invisíveis que Nada Respeitam

Vândalos que fodem com o Cotidiano (mas que devem, impreterivelmente, Gozar

Dentro)"

Comícios em forma de Jogos Secretos. (experimente fazer um comício em que as

pessoas nem desconfiem tratar-se de um comício: PANFLETAGEM SUBLIMINAR)

Terrorismo Postal & Sabotagem Ideológica (Santo Hakim), mas lembre-se que a

Segunda Grande Batalha se dá no campo da Semântica Corrompida. Aproveite que o

Demônio está embriagado com seu Vinho Do Poder & que os Magos não estão do lado

do Império.

Faça seu Ativismo Secreto & suas Loucas Conspirações e no mundo real: seja um

Delinquente, Inconsequente & Demente.

----Delinqüente (por causa do estupro do espaço)----Inconseqüente (por causa do

estupro do tempo)----Demente (por causa do estupro da linguagem).

Panfletagem Subliminar Já.


Tamanha é a crença na vida, no que a vida tem de mais precário, bem
entendido, a vida real, que afinal esta crença se perde. O homem, esse
sonhador definitivo, cada dia mais desgostoso com seu destino, a custo
repara nos objetos de seu uso habitual, e que lhe vieram por sua displicência,
ou quase sempre por seu esforço, pois ele aceitou trabalhar, ou pelo menos,
não lhe repugnou tomar sua decisão ( o que ele chama decisão! ) . Bem
modesto é agora o seu quinhão: sabe as mulheres que possuiu, as ridículas
aventuras em que se meteu; sua riqueza ou sua pobreza para ele não valem
nada, quanto a isso, continua recém nascido, e quanto à aprovação de sua
consciência moral, admito que lhe é indiferente. SE conservar alguma
lucidez, não poderá senão recordar-se de sua infância, que lhe parecerá
repleta de encantos, por mais massacrada que tenha sido com o desvelo dos
ensinantes. Aí, a ausência de qualquer rigorismo conhecido lhe dá a
perspectiva de levar diversas vidas ao mesmo tempo; ele se agarra a essa
ilusão; só quer conhecer a facilidade momentânea, extrema, de todas as
coisas. Todas as manhãs, crianças saem de casa sem inquietação. Está tudo
perto, as piores condições materiais são excelentes. Os bosques são claros ou
escuros, nunca se vai dormir. Mas é verdade que não se pode ir tão longe,
não é uma questão de distância apenas. Acumulam-se as ameaças, desiste-se,
abandona-se uma parte da posição a conquistar. Esta imaginação que não
admitia limites, agora só se lhe permite atuar segundo as leis de uma
utilidade arbitrária; ela é incapaz de assumir por muito tempo esse papel
inferior, e quando

Brasília 13 de Dezembro de 1968


Objeto: elementos especiais em fragilidade e processo de apagamento ou
desuso. Fotografia como dispositivo de tombamento.

Programa: salva-guarda

Partido: Sim, pode ser uma afirmação. Sim, pode ser o meu comentário sobre
o que se pode fazer. E então eu tomo pelo gosto e começo a continuação.
Agora, pública.

Memorial descritivo: TOMBAMENTO. TOMBAMENTO. Órgão criado pela


dupla de artistas Cristiano Lenhardt e Jonathas de Andrade, para designar ao
estatuto de importância, o modo de estruturar e formar as matérias que
apresentam a visualidade.

Arbitrariedade? SIM. Por quê? Impossível não ser assim para decidir o que é
relevante de tombo e o que não é. A máquina de escrever, por exemplo,
TOMBADA!!! A fotografia é suporte que revela um pensamento – a minha
melhor foto não tem foco direito e é LINDA. POR ENQUANTO EU OBEDEÇO
A INTUIÇÃO. O pensamento cartesiano está fora de moda, hihihi - quem–te
ensinou a sensibilidade?

Lista de coisas a serem fotografadas:

 Prédios das décadas de 60, 70 e 80, casas dessa mesma época e mais
antigas, que apresentem características modernistas <<tropicais>>
na cidade do Recife;
 Hábitos como ter uma máquina de costura em casa e fazer suas
próprias roupas, cortinas, toalhas;
 Jambeiros, mangueiras, ruas de paralelepípedos (essa palavra é um
escândalo) e folhas de papel;
 Os momentos em que todos estão descontraídos

As coisas que serão usadas: todas as nossas câmeras

Como executado: o livrinho inscrito por Jonathas e Cristiano no Prêmio Porto


Seguro de Fotografia, que pontua uma forma de utilização da fotografia,
cultivada em conjunto.

Fica o livrinho coisa. Se acumulam no dia a dia as imagens, o acervo-estampa


fabricado e captado.
“Veracidade pra guerra, traição a reveria
Uma pá que desacredita
Sente aí e aplaude as cria da rua
Tremendo as caixa no baile
Mas sou fruto do sofrimento, narro o terror dos pivete
Depois não entende porque nóis tem coração de iceberg
Nas ruas da Bs na cena trutão
Chicote estrala, a rua ensina, arqui-rival na função
Com os pés no chão, liga os manos e as minas pra colar
Vamos adquirir tudo que a rua tem pra ensinar”
A Rua Ensina - Arqui Rival e Tribo da Periferia (2013)

 Trazer vivências e incentivar a produção fora da caixa sala de aula,


reconhecer que o meio urbano também é espaço para
aprendizado. A construção do conhecimento não deve se resumir a
lugares fechados.
 Trazer falas de pessoas que nunca ou pouco passaram pela sala de
aula, e mostrar que suas histórias também são conhecimento e
ciência.
 Trazer expressões artísticas pouco faladas e não-legitimadas
dentro do Ensino das Artes, como o graffiti e intervenções
artísticas urbanas.
“Pode-se entender a arte, em suas diversas linguagens, como a
expressão do pensamento tanto de indivíduos, de sociedades e
de épocas, quanto de segmentos sociais específicos,
contextualizados em momento e lugar determinados. Nesse
sentido, a arte é, também, integrante do cotidiano da cidade e
um meio de interação do homem consigo mesmo, com o outro e
com o seu entorno. Quanto ao meio ambiente urbano, o
indivíduo o constrói e o transforma continuamente, tendo como
mediadores, entre outros, a cultura, a arte e a linguagem.”
(PROSSER, 2006, p. 2).

É preciso alterar a organização da Escola, sua estrutura e suas relações,


criando mecanismos que não somente garantam o acesso desses jovens das
classes populares à escola e a permanência deles nela, mas que assegurem a
eles participação ativa e contemplem aspectos da vivência de rua, valorizando
a criatividade, cultura e necessidades deles, integrando Escola e Rua.

Entender a intervenções urbanas (no caso, graffiti, lambe-lambe) como


linguagem artística e política e proporcionar a produção e o olhar para essa
arte.

 Computador, data show, pendrive com imagens ou internet; OU


imagens impressas de artes de rua (caso não tenha Computador
na escola)
 Lápis de cor, borrachas, papéis;
 Revistas, tesoura
 Tubo de cola branca, garrafa, rolinhos, embalagens e garrafas
plásticas vazias

 Perguntarei o que eles acham de graffiti, se lembram de alguns, o


que faz ele ser diferente de outras expressões artísticas. Em
seguida apresento um panorama geral da história do lambe-
lambe e do graffiti, como surgiu, sua importância como
ferramenta de luta e transformação social e de propagação da arte,
mostrando exemplos de coletivos e artistas que fazem uso da
simbologia na arte urbana no Brasil e no mundo (20min).
 Após a parte teórica, conduzir a produção técnica de como fazer e
colar lambe-lambes, e eles produzirem seguindo a temática “O que
você gostaria de dizer ao Mundo quando esses cartazes forem as
ruas?” (30 min).
 Ação ao ar livre: Iremos ao pátio da Escola ou algum outro local ao
ar livre e cada um colará nas paredes as suas elaborações (20
min).
SAMICO, Shirley L. Lideranças femininas e feministas: um estudo sobre a participação
de jovens mulheres no movimento hip hop. 2013. 135f. Dissertação (Mestrado em
Antropologia). Universidade Federal de Pernambuco, Recife. 2013.

http://bolhadetinta.tumblr.com/post/131114060779 acesso dia 15/11/2017

https://issuu.com/daruapraruazine/stacks/6f0c5dd1d310499fa8993d3ce2df79ff
acesso dia 25/05/2018

Texto de Brigida Campbell

Fanzine Como Colar Lambe-Lambes do Coletivo Colativa.

GAVIN, Francesa. Creatividad en la calle: Nuevo Arte Underground. Arte Blume,


Barcelona, 2008.
A atividade consiste na confecção de um pequeno vaso de planta, que pode
ser ornamentado pelos alunos usando a parte de trás da folha (a parte que
não possui as instruções). O vaso é produzido a partir de um origame, cujas
instruções encontram-se na folha de orientação. O professor deve levar
sementes de plantas que possam ser plantadas de acordo com as condições
espaciais e climáticas da escola. Se no local já existir uma horta ou um jardim,
realizar com os alunos uma pesquisa com as pessoas que realizam a
manutenção do espaço quais plantas poderiam passar a ser plantadas
naquele espaço. O professor também deve atentar para imprimir as folhas de
instrução, se possível, em um papel relativamente resistente a água. Seria
interessante realizar uma parceria interdisciplinar com professores(as) de
biologia para gerar um debate sobre ecologia e sustentabilidade.

Para que a atividade seja efetiva, é necessário que haja por parte do cuidador
da planta uma responsabilidade de cuidado e manutenção: regar, trocar de
vaso quando necessário, adubar, proteger de insetos, etc.

Ao final do semestre/ano letivo, gerar uma conversa sobre como foi o


processo de produzir o vaso, plantar a semente e cuidar para que ela não
morra. Quais percalços ocorreram na plantação? O que poderia ter sido feito
para evitar os problemas? O que foi aprendido com o cuidado com a planta?
Houve ajuda entre colegas? Houve apego com a planta? Que frutos essa
atividade proporcionou?
 Leitura e interpretação textual;
 Estimular a criatividade e expressão

 Cola
 Revista
 Tesoura
 Fotos

Proponha a seguinte leitura: O Menino Que Carregava Água Na Peneira...


(Manoel de Barros)

Ao concluírem a leitura, provoque os alunos sobre o texto:

 O que acharam?
 Já conheciam o poema ou autor?
 Do que se trata o conteúdo abordado no texto?

Agora deixemos eles darem asas a sua imaginação, proponha que eles assim
como o menino do texto criem livremente através da técnica de colagem.
Com os resultados das colagens peça que eles deem nome e características às
suas invenções.
O Menino Que Carregava Água Na o mesmo que carregar água na
peneira.
Peneira... No escrever o menino viu
que era capaz de ser
(Manoel de Barros) noviça, monge ou mendigo
ao mesmo tempo.
O menino aprendeu a usar as palavras.
Tenho um livro sobre águas e meninos. Viu que podia fazer peraltagens com as
Gostei mais de um menino palavras.
que carregava água na peneira. E começou a fazer peraltagens.
A mãe disse que carregar água na Foi capaz de interromper o vôo de um
peneira
era o mesmo que roubar um vento e pássaro
sair botando ponto final na frase.
correndo com ele para mostrar aos Foi capaz de modificar a tarde botando
irmãos. uma chuva nela.
A mãe disse que era o mesmo que O menino fazia prodígios.
catar espinhos na água Até fez uma pedra dar flor!
O mesmo que criar peixes no bolso. A mãe reparava o menino com ternura.
O menino era ligado em despropósitos. A mãe falou:
Quis montar os alicerces de uma casa Meu filho você vai ser poeta.
sobre orvalhos. Você vai carregar água na peneira a
A mãe reparou que o menino vida toda.
gostava mais do vazio Você vai encher os
do que do cheio. vazios com as suas
Falava que os vazios são maiores peraltagens
e até infinitos. e algumas pessoas
Com o tempo aquele menino vão te amar por seus
que era cismado e esquisito despropósitos.
porque gostava de carregar água na
peneira
Com o tempo descobriu que escrever
seria
Por que determinados países ficam abaixo no mapa do mundo? Por que
aprendemos a agregar valor ao que “está em cima”? Por que costumamos ter
o continente Europeu ao centro? Por que estudamos a arte européia como
conhecimento universal?

Inspirada no conceito das 5 peles de Hundertwasser e referenciada na obra


“Mapa Invertido da América” de Joaquín Torres García, a atividade consiste
em uma introdução à cartografia como suporte de criação artística e como
modo de reflexão sobre o que delimita contornos, fronteiras, centros e
margens, quando buscamos nossas referências artísticas, tanto para criação,
quanto para educação. Contribui, também, para o esforço de contemplar a
demanda das leis 10.693/03 e 11.645/08, que estabelece nas diretrizes e bases
da educação nacional a inclusão da História e Cultura Afro-brasileira e
Indígena.

Considerando que os mapas são, muitas vezes, construídos e demarcados


pelas estruturas de poder presentes na sociedade, ao identificar e reconhecer
nosso corpo como parte do território, nos apropriamos e demarcamos
espaços, invertendo os mapas-dominantes e construindo narrativas a partir
do nosso norte.
Joaquín Torres García. América Invertida, 1943. Tinta sobre papel, 22x16cm.
Fundación Joaquín Torres García. Montevidéo: Uruguay.

Como exercício de ampliação do repertório cultural, estético, cognitivo e


relacional, através da ampliação do território de referências artísticas, a ideia
é que sejam estudados e mapeados, conjuntamente, os artistas de diversas
partes do mundo, do país, do estado, da cidade e do bairro em que a escola
(ou outro espaço de educação) esteja inserida. Ressaltando a importância de
incluir referências significativas e particulares dos(as) estudantes, como
imagens de suas vivências histórico-geográficas e artísticas.

Para tanto, serão utilizados 5 mapas:

1. Comunhão: Mapa múndi


2. Correlação: Mapa do Brasil
3. Cobertura: Mapa do estado (ex: Pernambuco)
4. Coberta: Mapa da cidade (ex: Recife)
5. Corpo: Mapa do bairro (ex: Várzea)

Neles será marcada, no decorrer das aulas, a localização dos artistas


estudados e outras informações que a turma considerar pertinentes. Os
mapas podem ser impressos em grande escala e fixados na parede da
sala/ateliê ou, caso haja possibilidade de uma “expansão territorial” da obra
coletiva, pode-se ocupar outros espaços, pintando os mapas nas paredes ou
no chão, articulando ideias e técnicas diversas na construção desse “território
artístico”.
A atividade foi pensada a partir de uma experiência da Roda, onde a
professora utilizou como referência o Walkscapes. Logo, também fui
participante do jogo que lhes será apresentado e gostaria que sentissem a
inspiração tal a que pude sentir, uma forma de compartilhar sensações e
percepções diferentes, a partir de um mesmo jogo. Para esta proposta,
utilizaremos a fotografia como linguagem.

Obs.: Uma sugestão interessante é que o jogo seja realizado após uma aula
prévia sobre alguns trabalhos fotográficos, como norteamento.

Trabalhar e movimentar o corpo, introduzir o assunto da fotografia como


linguagem artística, estimular a sensibilidade do olhar, criar uma produção
fotográfica, re-conhecer os lugares por onde passamos e as pessoas com
quem nos deparamos e transitamos.

Uma câmera de celular

Agora chega de conversa e vamos jogar!

1. A turma deve se dividir em duplas, de forma que um ficará deitado


(com as costas voltadas para o chão) e o outro de pé.
2. Para o que estiver deitado deverá ficar com um braço levantado,
segurando uma caneta (hidrocor, lápis, etc.).
3. Para o que estiver de pé deverá segurar uma folha de papel sobre a
caneta do colega deitado.
4. O colega deitado deverá marcar um ponto A e um ponto B nas
extremidades do papel.
5. Ao som de música, ao fundo, o colega que estiver em pé vai
conduzir/movimentar o papel sobre a caneta de forma a traçar riscos,
linhas involuntárias, livres, deixá-las correr na superfície, porém
saindo do ponto A até que chegue ao ponto B. Essa etapa terá a
duração, aproximadamente, de 5 a 10 minutos. Pronto! Cada dupla
terá criado seu mapa.
6. Hora de tirar o mapa do papel e trazê-lo à realidade! Você vai
estabelecer o local da sala como ponto A e escolher um local que
represente o ponto B do mapa (de preferência um lugar que a turma
não esteja familiarizada) e as duplas deverão seguir os mapas que
criaram para chegar até lá. A sugestão é que essa etapa seja feita fora
da sala de aula, ou mesmo nos entornos da escola, se assim for
possível, caso não seja, da mesma forma poderá ser construtiva no
ambiente escolar.
7. Durante o percurso cada dupla vai marcar no mapa pontos de parada,
dos lugares por onde se depararem e terão que registrar fotografias
dali, de qualquer imagem/cena que lhes chamar a atenção.
8. Enquanto isso no ponto B você estará esperando pelas duplas. Aos que
forem chegando poderá contar um pouco sobre esse lugar escolhido e
por que o escolheu. Quando todos chegarem iniciem uma roda de
diálogo, perguntando sobre como foi a experiência que tiveram e cada
dupla deverá mostrar seu mapa e as fotos tiradas. É interessante que
você os estimule a falar, com perguntas como: o porquê da cena
fotografada lhes ter chamado a atenção, se a imagem registrada é
parecida ou diferente do colega e das outras duplas, se preferiram
fazer o registro fotográfico de forma individual ou coletiva e por quê.

Essa roda de conversa lhe servirá como forma de avaliação, tendo como
critérios norteadores a participação, a coletividade, a criatividade e mais do
que isso… a comunhão.

Agora você deve estar se perguntando… E os tesouros?


Eis a moral da história:
Nem sempre os tesouros que procuramos estão no final de um percurso, mas
no caminho.

P.S.: A partir das fotografias tiradas, você pode propor um projeto para ser
construído, no decorrer das aulas, de forma individual ou coletiva. Por
exemplo: fotolivros, livros de artista, animação, entre outros. Para isso é
importante que traga referências para ampliar o campo de criação da turma.
Tema: Cor e Textura
Suporte: Fotografia

Nesta atividade, iremos explorar um pouco dos passos para


aprender a fazer cinema propostos por Alejandro Jodorowsky
(este velhinho louco aqui ao lado) em seu texto “Como Fazer
Cinema”, aplicados à fotografia. Elaborei duas atividades de
campo, como uma possibilidade de experimentação das lições
propostas pelo cineasta. Elas podem ser realizadas também
individualmente, acaso seu tempo seja curto. Ao longo das
duas lições, iremos explorar dois elementos fundamentais a
serem levados em conta na arte da fotografia: cores e texturas.

 Aprofundar, ressignificar, vivenciar conscientemente a relação do


indivíduo com o mundo e seus objetos.
 Desenvolver, ampliar e aprofundar o senso de observação da luz, das
cores, das distâncias e das texturas.
 Aprimorar a sensibilidade artística para a realização da fotografia.

 Corpos
 Qualquer Câmera

Será necessário sair da sala de aula e ir para um ambiente externo. Pode ser
tanto dentro da escola quanto em um ambiente urbano, rural, um museu,
uma praça, enfim, de qualquer tipo. Sendo um local onde os estudantes
possam ficar a vontade, sem curiosos e observadores que possam inibí-los,
perfeito. Deve ser um lugar onde seja seguro e tranquilo para sentir o mundo
e fotografá-lo. Mas se não for possível, explorar o ambiente externo da escola
também pode ser muito enriquecedor, pois os jovens irão observar e
interagir com um ambiente usual e rotineiro e seus objetos de uma forma
completamente nova, ressignificando assim este espaço.
(1º momento)
Em RODA, inicie um debate sobre cor. Lance perguntas como:
 O que é cor? A cor existe? Quantas cores existem? Há cores que não
podemos enxergar? Quantas cores existem no mundo? Por que é
importante pensar sobre as cores para a fotografia?
 Se achar propício, você pode falar um pouco sobre Alejandro
Jodorowsky e seu trabalho; falar sobre o texto “Como Fazer Cinema” e
explicar que este texto será a base das atividades; colocar que o
cinema é feito de fotografia por isso, podemos trabalhar com
fotografia um texto que fala sobre cinema.
 Peça para que fechem os olhos. Algumas respirações profundas
podem ajudar acaso os ânimos estejam exaltados. Peça para que
escutem atentamente. Faça a leitura tranqüila da sexta lição:

Agora, iremos “procurar a cor que não tem cor.


Pegue uma página branca e veja suas cores.
Pegue uma página preta e veja suas cores.
Veja as cores de um vidro transparente
Descubra o arco-íris em um pedaço de terra,
em um cuspe, em uma folha seca.
Expresse a cor com materiais sem cor.
Na verdade, lhe pergunto,
você sabe quantas cores tem a pele da sua cara?”

Começe usando o corpo


(nesse caso, a visão):

Peça que abram os olhos e se espalhem pelo ambiente, procurando nos


objetos “a cor que não tem cor”. Enquanto isso, oriente-os a olhar para os
objetos de maneira diferente do usual, ou seja:

 De distâncias diferentes (do mais longe possível e do mais perto


possível);
 De ângulos diferentes (ângulos sob os quais os objetos não costumam
ser observados usualmente);
 Pergunte onde vem a fonte de luz. Peça para que observem como essa
luz incide sobre a superfície dos objetos a depender do ângulo em que
ele é observado, alterando a percepção da cor.
 Depois de aproximadamente 15 minutos de observação, peça para que
peguem as câmeras e façam fotos das cores encontradas. As cores e
superfícies devem ser fotografadas e não um objeto em si.

(2º momento)
Volte para a RODA. Agora iremos repetir a atividade, Mas, procuraremos
observar, além das cores, as texturas dos objetos. Você pode fomentar um
pequeno debate, perguntando: O que é textura? Onde podemos encontrar?
Vocês costumam prestar atenção às texturas ao seu redor? etc. Peça para que
fechem os olhos. Oriente algumas respirações profundas novamente. Peça
para que escutem atentamente. Faça a leitura tranquila da sexta lição:

“Sinta as pontas dos seus dedos como se fosse a ponta da sua língua.
Apóie as pontas dos dedos nos objetos do mundo pensando que são frágeis,
que uma pequena pressão pode quebrá-los.
Peça-lhes permissão antes de tocá-los.
Antes de apoiar os dedos em sua superfície,
sinta como penetra na sua atmosfera.
Aprenda a sentir e a acariciar com respeito.
Qualquer ação que faça no mundo com as suas
mãos ou corpo pode ser uma carícia.”

 Os alunos devem espalhar-se pelo ambiente, e explorar seus objetos


como manda a lição.
 Peça que observem os objetos bem de perto.
 Peça para que observem as superfícies de diferentes ângulos, antes de
tocá-los.
 Depois, que toquem e sintam as texturas e formas dos objetos, e olhos
fechados e abertos
 Depois de aproximadamente 15 minutos, oriente para que fotografem
as texturas sentidas na primeira etapa da atividade. Peça para que
façam fotos de fragmentos. A superfície deve ser registrada e não o
objeto em si.

Para a próxima aula, peça que cada estudante selecione duas fotografias, uma
de cada etapa da atividade e que escreva algo breve sobre ela. Peça que
revelem as fotos em tamanho A4 (é barato!) e monte junto com a turma uma
exposição em algum ambiente da escola. Coloque os textinhos junto das
fotos. Em RODA, aponte as fotografias, perguntando para o coletivo o que
acham dela, o que ela transmite etc. Após, peça ao autor da foto que fale
sobre ela e como foi a sua experiência na atividade. Prossiga assim até todas
as fotos serem comentadas.
REFERÊNCIA: JODOROWSKY, Alejandro. Como Fazer Cinema. em: Catálogo Mostra Jodorowsky. 2ª
edição. SESC, 2009
Vídeo-arte

Poder transformar a cidade sem mexer em absolutamente nada. Isso é possível e tem
nome: video mapping. São projeções feitas em fachadas de prédios, muros e outras
estruturas. Ao mesmo tempo que brincam com a arquitetura, as intervenções trazem
luz para os espaços.

Link: https://vimeo.com/13462990
Coletivo que vem ocupando e transformando espaços públicos em diversos bairros de
São Paulo a partir de desejos das pessoas que vivem em seu entorno. “ACUPUNTURA
URBANA é um negócio social que transforma relações humanas a partir de espaços
coletivos.Acupuntura, porque a nossa agulha é o afeto. Urbana, porque coexistimos
com toda a beleza e desafios dos nós da cidade”.

São três frentes de atuação:


1. Mapeamento afetivo: o grupo faz oficinas para ouvir o que as pessoas têm a dizer
sobre seu bairro e, juntos, constroem um mapa local baseado nessa relação. As aulas
também são oferecidas em faculdades, situação na qual os estudantes refletem sobre o
bairro onde a instituição está inserida;

2. Ocupativação: baseada em dois pilares, o de melhorar a estética e o uso de


determinado espaço público. O coletivo faz reuniões para ouvir diversos grupos e
interesses inseridos na comunidade e, a partir disso, realizam atividades no espaço e
testam novos usos em vários horários;

3. Transformação urbana: assim como o feito em Perus, é um processo focado no


médio prazo para transformar determinado espaço público. Ele engloba diagnóstico
local, co-criação do projeto de ativação a partir do sonhos das pessoas da comunidade,
elaboração de uma lista de materiais e captação de recursos. Depois disso é feito um
mutirão para colocar as ideias em prática, seguido de um trabalho de
acompanhamento dos resultados e seus impactos.

link: http://acupunturaurbana.com.br/

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