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provocando sobreaquecimento no mesmo e podendo
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(3)
comprometer seu isolamento e sua vida útil. "#
A importância de quantificar as perdas em transformadores $ (4)
sob cargas não-lineares vem do fato de ser possível fazer com
que o transformador supra uma potência menor que a nominal, Além da perda por correntes parasitas nos enrolamentos, a
de forma que ele apresente o mesmo aquecimento (mesma perda fora dos enrolamentos (POSL) também é alterada. Para
perda) se suprisse carga linear nominal. Neste caso o esta perda, o fator (%& ) é dado por (5) e a perda fora dos
isolamento, a capacidade condutora e a vida útil do enrolamentos por (6).
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transformador não seriam comprometidas. %& !
(5)
Os métodos de cálculos para perdas em enrolamentos de "#
transformadores sob cargas não-lineares apresentados pelas )% %& )% (6)
normas referenciadas (FHL e o Fator K) baseiam-se no Onde, POSL-R é a perda fora dos enrolamentos em condição de
somatório do produto do espectro harmônico da corrente de carga linear nominal.
carga ao quadrado pela harmônica ao quadrado, dividido por D. Derating
uma corrente de base. Para o Fator-k esta corrente de base é a
Para o dimensionamento do transformador, considera-se
nominal e para o FHL a corrente de base é a corrente total.
que todas as perdas são transformadas em calor. O
Outro fator utilizado é o Fator de Perda Harmônica Fora dos
aquecimento do transformador não deve ser superior à
Enrolamentos (FHL-STR), mostrado na norma IEEE Std
temperatura para a condição de carga linear nominal. Desta
C57.110-2008, que diferencia da perda nos enrolamentos pelo
forma, a perda total deve ser a mesma que o transformador
expoente da harmônica, que neste caso é igual a 0,8. As
teria suprindo carga linear nominal. Isto implica o uso de uma
normas das UL 1561-1994 e UL 1562-1994 não contemplam
potência menor que a nominal, quando suprir cargas não-
variação da perda no Núcleo devido às harmônicas de
lineares. Esta potência reduzida é chamada Derating [14].
correntes [3]-[6].
No caso de transformadores suprindo cargas não-lineares,
Estes métodos são bastante utilizados para
o derating é a potência máxima que o transformador deve
dimensionamento e classificação de transformadores. Alguns
suprir, para que os efeitos de aumento de temperatura devido
trabalhos práticos confirmam a validade destes métodos
às perdas por correntes harmônicas não comprometam sua
[12][13]. Entretanto, outros trabalhos verificam diferenças
vida útil [7][10].
entre a perda medida e a calculada através deles [6][10].
B. Fator-K III. METODOLOGIA
Definido pelas normas UL 1561-1994 e UL 1562-1994 Para dimensionar um transformador suprindo cargas não-
para cálculo de perdas em transformador tipo seco, o Fator-K lineares devem ser consideradas as perdas nos enrolamentos e
é amplamente utilizado para dimensionamento de no núcleo. Para o cálculo destas perdas, as recomendações
transformadores. A definição do Fator-K é conforme (1) [3]- internacionais apresentam equações aproximadas, que
[5]. dependem do espectro harmônico da corrente de carga e da
perda para condição de carga linear nominal. Ensaios em
(1)
vazio, em curto-circuito e de resistência dos enrolamentos em
Onde dc são realizados para a obtenção da perda em vazio e da
perda em carga sob excitação senoidal. Destes ensaios, obtêm-
IR - valor rms da corrente nominal se os parâmetros para o modelo L do transformador. Com
Ih - valor rms da corrente harmônica de ordem h estes parâmetros e com a aquisição de dados de tensões e de
h- ordem da harmônica correntes são calculadas as perdas para condição de carga
hmax máxima ordem de harmônica de potência significativa linear nominal. O Método Temporal programa o tratamento
dos dados adquiridos de tensões e de correntes no domínio do
Multiplicando-se o Fator-K (1) pela perda por correntes tempo pelo uso das equações do modelo T de circuito
parasitas nos enrolamentos sob condição de carga linear equivalente por fase do transformador. Portanto é tido como o
nominal (PEC-R), obtém-se a perda por correntes parasitas nos mais preciso e é tomado como referência neste artigo.
enrolamentos para uma carga não-linear (PEC-K), conforme Um sistema de aquisição e processamento dos sinais de
apresentado em (2). tensões e de correntes no domínio do tempo, permite que
(2) sejam obtidos os valores exatos das potências de entrada e de
C. Fator de Perda Harmônica saída e o espectro harmônico das correntes de carga no
transformador T2, possibilitando o cálculo dos fatores de
A IEEE Std C57.110-2008 determina o Fator de Perda
multiplicação e das perdas sob cargas não-lineares, obtida
Harmônica (FHL) como um fator a ser multiplicado pela perda
através dos métodos referenciados.
por correntes parasitas nos enrolamentos para condição de
O protótipo montado para simulação prática contém dois
carga linear nominal (PEC-R), para obter a perda por correntes
transformadores conectados na configuração back-to-back.
parasitas nos enrolamentos para condição de carga não-linear
Esta forma de conexão permite medições no lado de tensão
( PEC-FHL) [3], conforme (3) e (4).
3
inferior, eliminando o uso de TP’s e TC’s, que são comuns em Para o modelo L de transformador, a resistência equivalente
outras pesquisas, mas podem influenciar no resultado das é a soma das resistências dos lados de tensão superior e
medições. A Fig. 1 mostra as medições sendo realizadas pelos inferior. A resistência equivalente referida para o lado da
lados de tensão inferior, através de transdutores de tensões e tensão inferior (Rdc) é dada por (8).
>?@A
*+, *+,789 : *+,7%;< = E
de correntes ligados a uma placa de aquisição de dados e esta,
(8)
por sua vez, ligada a um computador [10]. >BCD
Onde:
Rdcinf - resistência em dc do lado da tensão inferior.
Rdcsup - resistência em dc do lado da tensão superior
Vinf - tensão de linha do lado da tensão inferior.
Vsup - tensão de linha do lado da tensão superior.
médio de indutância de dispersão é obtido pelo ensaio de potência aparente máxima (Smax) pela equação (23) [10].
L_B`1
4La1
L_B`
I ^
rotina de curto-circuito [15].
(22)
A resistência efetiva por correntes parasitas (RECefi) pode 620bA
ser obtida utilizando-se (14). Assim, a equação (11) pode ser c Idef7.<;5 c (23)
reescrita conforme (15). Onde, SR é a potência aparente nominal.
*O9H *,O9H *+, (15)
As perdas por correntes parasitas do transformador T2 para IV. RESULTADOS EXPERIMENTAIS
o modelo T por fase e total são definidas conforme (16) e (17). Os transformadores utilizados na simulação prática
& H 4H
H F Z*O9789H PH
: *O97%;<H
#R R [ J7 (16) apresentam números sequenciais de série 32709 e 32710,
& K
conexão Y-Y, potência nominal de 5 kVA e tensões do lado
6H H
superior 2000 V e inferior 380 V. A corrente nominal para
(17)
carga linear é 7,6 A para o lado de tensão inferior e 1,44 A
Onde, RECef Infi e RECef Supi equivalem à metade de RECefi.
para o lado de tensão superior.
A experimentação é dividida em três etapas. A primeira é
A perda fora dos enrolamentos para condição de carga
referente aos ensaios de rotina: resistência dos enrolamentos
linear nominal é obtida através do ensaio em vazio. Este
em dc (Rdc), ensaio em curto-circuito e ensaio em vazio. Na
ensaio é realizado pela aplicação de tensão nominal senoidal
segunda etapa o transformador T2 supre carga linear. Na
do lado de tensão inferior do transformador. Para a condição
terceira e última etapa são utilizas cargas não-lineares. As
de carga linear nominal, a perda fora dos enrolamentos (POSL-
cargas analisadas com seus respectivos fatores de potência
R) é igual à perda no núcleo (PNL).
estão apresentadas na Tabela I.
O cálculo da perda fora dos enrolamentos para o
transformador T2 considerando-se o modelo T baseia-se na TABELA I
tensão de excitação (vo2) [5]. Para o valor da corrente de CARGAS UTILIZADAS
excitação assume-se cinquenta por cento da diferença entre as Cargas Descrição FP
correntes de entrada e de saída para a configuração back-to- Carga linear resistiva
C1 1,000
back [10]. A perda no núcleo total para o transformador T2 é Carga linear resistiva + Ponte retificadora monofásica com
C2 filtro capacitivo de 430 µF na saída 0,906
determinada pela equação (18).
&
)% 6H FK N\H .PH PH 5 J
Lâmpadas eletrônicas + Computadores + Ponte
(18) C3 0,854
& retificadora monofásica com filtro capacitivo de 430 µF na
saída
B. Cálculo das perdas totais Carga linear resistiva + Lâmpadas eletrônicas +
C4 Computadores + Ponte retificadora monofásica com filtro 0,913
O software implementado, que utiliza instrumentação
capacitivo de 430 µF na saída
virtual, calcula as perdas totais do transformador T2 para os Ponte retificadora monofásica com filtro capacitivo de
dois métodos (Fator K e FHL), conforme (19) e (20). C5 430 µF na saída 0,845
&\S] +, : : )% (19) Carga linear resistiva + Ponte retificadora trifásica com
C6 filtro capacitivo de 1080 µF na saída 0,956