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ALIMENTAÇÃO ALTERNATIVA

HISTÓRICO: No início da civilização, o homem se alimentava basicamente de plantas. Ao longo do tempo


tem se afastado, cada vez mais dos hábitos alimentares de seus ancestrais. Nos últimos decênios, com o
desenvolvimento industrial e conseqüente migração das populações rurais para os centros urbanos, a alimentação
básica humana sofreu profundas modificações. Assim, deve-se salientar como algumas modificações ocorridas: a)
o aumento do consumo de alimentos processados, de óleos refinados, em detrimento dos alimentos naturais, não
processados; b) aumento do consumo de carboidratos e de sacarose, sob a forma de açúcar refinado, em
especial; c) diminuição do consumo de fibras e; d) aumento do consumo de alimentos de origem animal, em
substituição àqueles de origem vegetal.
Vários fatores tiveram participação de relevo nas mudanças dos hábitos alimentares. Entre os principais,
destacam-se o desenvolvimento da Nutrição e Dietética, que procuraram estudar os alimentos como fonte de
energia e de constituintes essenciais ao desenvolvimento e manutenção dos organismos vivos. O desenvolvimento
industrial no processamento dos alimentos, aliado à influência dos nutricionistas, teve como conseqüência imediata
um grande aumento no consumo dos três principais grupos de alimentos: os carboidratos, os lipídios e os protídeos.
Ainda assim, o homem teve de continuar a se alimentar de produtos naturais, não processados, para suprir suas
necessidades, em termos de vitaminas. No século atual, com o grande desenvolvimento da indústria farmacêutica,
as vitaminas passaram a ser produzidas em tão grandes quantidades que, infelizmente, têm “forçado” o consumidor,
por influência de uma publicidade sistemática, a consumi-las em doses muitas vezes superiores às suas
necessidades.
A grande explosão demográfica do último século forçou um desenvolvimento proporcional da indústria
processadora de alimentos. Foram desenvolvidos vários métodos industriais visando a concentrar e conservar os
alimentos de modo a permitir o seu consumo, mesmo fora dos períodos de safra. No desenvolvimento desta
tecnologia aconteceu, como seria de esperar, uma grande influência dos estudos desenvolvidos na área de nutrição.
Procurou-se conservar aquela parte dos alimentos naturais que, após ingestão, seriam digeridos e absorvidos e que
fossem suficientes para suprir o organismo de fonte de energia e de material plástico. Por outro lado, o
processamento industrial procurou eliminar a maior parte dos constituintes dispensáveis dos alimentos ou mesmo
indesejáveis, segundo o conceito de nutricionistas. Assim, alimentos como o trigo e o arroz, para exemplificar, ao
serem processados, além de descascados, são polidos e perdem a maior parte do seu conteúdo em fibras,
micronutrientes e vitaminas, fazendo com que os alimentos percam o seu maior valor nutritivo, prejudicando o
estado nutricional do homem moderno, aumentando consideravelmente o custo de sua alimentação e a incidência
de doenças em populações urbanas dos países mais desenvolvidos e populações rurais de baixa renda.
Como exemplo, segundo dados do IBGE, a desnutrição dos menores nordestinos de cinco anos alcança 71% na
zona rural e 61% na zona urbana, enquanto, no Recife, 42% das gestantes são anêmicas. Alarmados com esses
dados, a Central de Medicamentos (CEME), e o Ministério da Saúde resolveram apoiar a introdução, no Nordeste,
de um projeto que inclui o aproveitamento dos farelos de cereais – especialmente do arroz – na alimentação
humana. O inusitado no projeto é que esse tipo de alimento era até agora empregado apenas na ração para animais.
O projeto é conhecido como SEARA (Serviço de Aproveitamento de Recursos da Amazônia) e foi desenvolvido
pela médica pediatra e nutróloga Clara Takaki Brandão, em Santarém, no Pará. Um dos principais objetivos,
segundo a autora, é o combate à desnutrição. A Dr.ª. Clara adverte que, embora as maiores propriedades dos cereais
estejam no farelo, este tem sido destinado somente à alimentação dos animais, o que não deixa de ser absurdo,
principalmente num país como este, em que a população não dispõe de dinheiro para comprar alimentos.
O plano desenvolvido pela médica de Santarém não fica apenas na alimentação. Além de voltado para a saúde
das populações carentes, estimula outras atividades, como o artesanato, a formação de hortas medicinais e
comunitárias, promove a adoção de hábitos de higiene e saúde, e de evitar o desperdício de alimentos. No que diz
respeito ao farelo, o plano recebeu o aplauso incondicional do médico geriatra Arnaldo Velloso, de Brasília. Há
muitos anos, Velloso, que é médico do Senado Federal e da Embaixada da Alemanha, receita o farelo de cereais –
principalmente de trigo – como complemento alimentar. Segundo ele, tem obtido excelentes resultados até no
combate ao envelhecimento precoce.

CONCEITO: Alternativos são os alimentos pouco usados na nossa alimentação do dia-a-dia, mas que têm
alto valor nutritivo. O segredo da boa alimentação, da boa saúde e da vida plena, está ao nosso alcance. Para tanto é
preciso ter boa vontade de experimentar e mudar. Rica é uma alimentação que tenha variedade, mas a qualidade
dos alimentos é sempre mais importante do que a quantidade.

OBJETIVO EDUCACIONAL: Receitas práticas para utilização de alimentos nutritivos e de baixo custo,
utilizando-se alimentos não convencionais ou partes não convencionais de alimentos comuns.
RESULTADOS: Baseado nos estudos da pediatra e nutróloga Clara Takaki Brandão, verifica-se que
A dieta de baixo custo (pejorativamente, a “alimentação de pobre”); a dieta alternativa (a “alimentação de
doido”); e a dieta científica; chegaram ao mesmo ponto, resultados e conclusões:
1. É a base da alimentação de gestantes, no aleitamento materno, pessoas em convalescências e idosos;
2. Melhora o estado nutricional do indivíduo;
3. Pobre em colesterol e gorduras saturadas;
4. Redução de sal, açúcar e proteínas animais;
5. Aumento de fibras vegetais e carboidratos complexos;
6. Menor risco de arteriosclerose.

CONSIDERAÇÕES:
“QUE TEU ALIMENTO SEJA TEU REMÉDIO E QUE TEU REMÉDIO SEJA TEU ALIMENTO” - Hipócrates

Custo normal de alimentos: 60% do salário mínimo no desjejum, por mês;


Com alimentação alternativa: 30% do salário mínimo.

Efeitos da má alimentação:

Obesidade Hemorróidas sangrando Cáries


Desânimo Cabelos ressecados Mal Hálito
Dores no Corpo Constipação Intestinal Odor nas Axilas
Manchas na Pele

Substituir o lanche da manhã por legumes, tubérculos, mingaus e sopas multimisturas:

a) Sopa de verduras, acrescida de farelos, engrossadas com fubá, canjica (a amarela é mais rica do que a branca
por conter vitamina A) e farinha de mandioca;
b) Caldo verde;
c) Mandioca, abóbora, batata-doce cozida, cará, inhame, entre outros.

No almoço:

a) Arroz + Feijão (2:1) ou a alimentação normal da família, adicionado de legumes amassados, verduras, pó de
sementes e folhas verde-escuras, farelo torrado (multimistura ou in natura), óleo vegetal (um pouquinho para
refogar e acrescentar na hora de servir, para não perder o valor nutritivo) e suco de limão.

Dicas: - Preparar os alimentos, de preferência, em panela de ferro;


- Aproveitar os miúdos, tripas, pés, pescoço e cabeça de frango, e os ossos de boi, na alimentação;
- Cozinhar os alimentos o menos possível, com pouco óleo e sem deixá-lo queimar ao refogar, ou
cozinhe no vapor, ou melhor ainda, coma as verduras e legumes crus;
- Sempre que possível, cozinhar hortaliças ou frutas com casca de preferência inteiras;
- Aumentar o consumo de alho e cebola;
- Colocar de molho, o feijão, milho (comum e de pipoca – secar depois) e arroz, um dia antes do preparo,
para amaciá-los e aumentar seu valor nutritivo, cozinhando-os na mesma água em que ficaram de
molho.

b) Suco de frutas naturais, sempre ½ hora antes das refeições.


c) Sobremesa de frutas naturais.
ALIMENTOS ALTERNATIVOS:

 MULTIMISTURA (Dieta de qualidade):

500g de Farelo de Trigo Pó de Folhas Secas


500g de Farinha de Milho Pó de Sementes
500g de Farelo de Arroz Pó de Casca de Ovo

 IN NATURA (Dieta de emagrecimento):

500g de Farelo de Trigo 500g de Farinha de Milho


500g de Aveia 200g de Levedo de Cerveja
500g de Germe de Trigo Obs.: 2 Kg e 200g = R$ 10,00

 FOLHAS VERDE-ESCURAS (ricas em vitaminas A, C, E, D, Fe e Ca):

Em cada região do Brasil as pessoas, principalmente as mais velhas, conhecem folhas utilizadas na alimentação,
que muitos consideram agora como mato, pois crescem naturalmente e não precisam de muitos cuidados no seu
cultivo, como por exemplo, mandioca ou macaxeira ou aipim, bertália, caruru, batata-doce, taioba, beldroega,
marianica, vinagreira, ora pro nobolis (lô bro bro), jambo, dente-de-leão, saião, quiabento, serralha, chaquinha,
língua-de-vaca, cansanção, alfavaca, entre outras.

Preparo: - Secar à sombra, em panela ou no forno;


- Pilar ou liqüidificar;
- Peneirar (peneira fina);
- Guardar o pó em frasco de vidro fechado;
- Adicionar uma pitada em cada refeição;
 FARELOS (Trigo, Arroz e Milho):

a) Subproduto do cereal obtido através de moagem e refinação (devem ser novos, sem cheiro de ranço);
b) Farelo = embrião + tegumentos que envolvem o grão;
c) São fontes de fibras e micronutrientes além de proteínas, lipídios, carboidratos, niacina, vitaminas E, A, B1 e
B2;
d) Absorvem a gordura do sangue, diminuindo o colesterol, funcionando como “mata-borrões”;
e) Proporcionam um fluxo normal dos alimentos no intestino e são reguladores intestinais.

Preparo: - Torrar em fogão (chama fraca mexendo por 20 min – 200g por vez), o ponto de torra é quando
ele começa a cheirar biscoito;
- Moer ou bater no liqüidificador;
- Peneirar (peneira não muito fina);
- Guardar o pó em vasilha fechada;
- Adicionar 1 pitada (três dedos) por refeição (máximo de 1 a 2 colheres de sopa por dia, por pessoa, na
forma de multimistura ou in natura), e nas receitas de pão, biscoitos, bolos, paçocas, molhos, no
arroz, no feijão, em mingaus, vitaminas, sucos, sopas, banana com mel, iogurte, leite, etc.

 SEMENTES (Abóbora, gergelim, amendoim, girassol, melancia, jaca, melão, castanha de caju, do Pará,
de babaçu, pecan, sapucaia):

Preparo: - Secar à sombra ou torrar;


- Moer ou liqüidificar;
- Peneirar (peneira fina);
- Guardar o pó em frasco de vidro fechado;
- Adicionar 1 pitada por refeição (recomenda-se o uso de 2 sementes por vez, ou seja, por
exemplo: melancia/gergelim, abóbora/amendoim, etc.) ou fazer paçocas.
 CASCAS DE OVO (rica fonte de cálcio):

Preparo: - Lavar;
- Ferver a casca por 5 minutos;
- Secar ao sol ou torrar no forno;
- Liqüidificar, moer ou pilar a seco;
- Peneirar (peneira fina) e passar em pano bem fino (deve ficar como talco) ou coloque uma colher de
sopa de suco de limão ou vinagre por algumas horas num pouco de pó, para dissolver o cálcio, e use
o líquido para enriquecer os alimentos;
- Guardar o pó ou o líquido em frasco fechado;
- Adicionar uma colher de café do pó ou líquido, por dia, no leite, suco, sopas, refogados de verduras e
legumes, arroz, feijão, etc.

 CABEÇA DE PEIXE E DE CAMARÃO COM CASCA (fonte de cálcio, fósforo e outros minerais):

Preparo: - Salgar (temperar);


- Cozinhar ou fritar;
- Secar ao sol;
- Liqüidificar, moer ou pilar;
- Coar ou peneirar;
- Guardar em vidro fechado;
- Adicionar à alimentação (melhorando o sabor dos alimentos), utilizar em caldas e refogados, peixe à
milanesa (no lugar de farinha de pão), ou fazer pirão.

 CASCAS DE LEGUMES (Chuchu, abóbora, etc.) e,


 TALOS E FOLHAS (Couve, beterraba, agrião, brócolis, couve-flor, acelga, entre outras):

Preparo: - Vide Livro de Receitas Alternativas, item salgados (assados, bolinho, farofa, pão, sopa, suflê e torta).

 CASCAS DE FRUTAS (Banana, laranja, maracujá, mamão, tangerina, maçã, etc.) - vitaminas A, C, E, D, Fe e
Ca:

Preparo: - Vide Livro de Receitas Alternativas, item doces (geléia, bolo e sucos).

 A QUIRERA (Canjiquinha, xerém, quebradinho) - de milho e arroz.

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