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28/08/2016

PEF2602
PEF2602
Estruturas na Arquitetura I I - Sistemas Reticulados
Estruturas na Arquitetura I I - Sistemas Reticulados

EP-USP FAU-USP

Arcos e Cabos – I
Sistemas Reticulados
(Aula 3 - 29/08/2016)

Professores
Ruy Marcelo O. Pauletti & Leila Meneghetti Valverdes
2º Semestre 2016

CABOS: estruturas lineares e flexíveis, capazes de resistir


exclusivamente à forças normais de tração.

Como os cabos não desenvolvem forças cortantes nem


momentos fletores, somente são capazes de equilibrar cargas
transversais ajustando a sua geometria:

 Uma força transversal concentrada provoca uma mudança


abrupta da direção do eixo do cabo!

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CABOS: estruturas lineares e flexíveis, capazes de resistir


exclusivamente à forças normais de tração.

Como não desenvolvem forças cortantes nem momentos


fletores, somente são capazes de equilibrar cargas transversais
ajustando a sua geometria:

 O cabo se ajusta às forças concentradas, assumindo uma


geometria poligonal

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CABOS: estruturas lineares e flexíveis, capazes de resistir


exclusivamente à forças normais de tração.

Como não desenvolvem forças cortantes nem momentos


fletores, somente são capazes de equilibrar cargas transversais
ajustando a sua geometria:

 Forças distribuídas provocam variações contínuas de direção


do eixo do cabo, ou seja, o cabo equilibra esforços transversais
ajustando a sua CURVATURA

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Cabos sob carregamento contínuo


Notação:
x : Abscissa cartesiana
y
p( x) s : Abscissa curvilínea

A L : Vão
x
yB  y ( L)
ds y ( x) B : comprimento do cabo
Seção
s Normal Um ponto do eixo do cabo
pode ser identificado tanto
por x como por s!
x
s L  L  ds 
 ds     dx
L 0 0
 dx 

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Equilíbrio de momentos de um segmento de cabo:

Os momentos fletores são sempre


y nulos, ou seja:
 x  [0, L ]
p ( ) p ( x) M  x   M  s  x   0 
s  [0, ]
A
As forças cortantes também são
d
y ( x) sempre nulas, pois

V  x   V  s  x  
dM
s  0 , x
S(x) dx
  x
Logo o único esforço solicitante é a
x N  x força normal N(x), tangente ao eixo
do cabo!

 M   N  x  cos    y  x    N  x  sin    x    p ( )    d   0 , x  [0, L ]


x
A 0

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Cabo sujeito à carga vertical uniformemente distribuída:

“CABO PARABÓLICO”

Caso geral: apoios desnivelados:


y

p
A
x
yB
B

xB  L

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Cabo sujeito à carga vertical uniformemente distribuída:

“CABO PARABÓLICO”

Caso particular: apoios nivelados

y p
A B

h
x
Flecha do cabo L L
2 2

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Cabo sujeito à carga vertical uniformemente distribuída:

“CABO PARABÓLICO”

Diagrama de corpo livre:

y p
HA HB

h VA VB

O
x
Flecha do cabo L L
2 2

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Equilíbrio do cabo parabólico:


y p
HA HB

h VA VB

O
x
L L
2 2

F X  HB  HA  0  HA  HB  H “Empuxo”


F Y  VA  VB  pL  0
pL
2 V A  VB  Simetria, OK!
pL
 M ( A )  VB L 
2
0
2

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Cortando no ponto O, e fazendo o equilíbrio da parte da


y esquerda:
p
H HB
pL
h 2 VB
N 0
O
] x
L
2

Cortante para x=0: V 0  0


pL L pL L
M (O) 0 Hh   
2 2
 0
2 4
pL2 “Fórmula do empuxo”
H
8h
F Y  H  N 0  0  N 0  H
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Cortando em uma abscissa qualquer, x>0:


y p
H N  x
pL   x
2 y  x
N 0  H
O[
x
Equilíbrio de Momentos:

M (SN  x  )
0   Hy  px 
x
2
0  y
px 2
2H

pL2  4h  Uma parábola! (CQD)


Mas H logo y   2  x2
8h L 

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Cortando em uma abscissa qualquer, x>0:


y p
H N  x
pL   x
2 y  x
H
O
[
x
Equilíbrio Horizontal:

 N  x  cos   H , constante!

 A componente horizontal da força no cabo parabólico


é constante e igual ao empuxo!

N  x 
H
cos 
 N(x) é máxima nos apoios, onde cos() é mínimo
2
pL  L 
N max  H 2  V A2 N max  1  
2  4h 
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Em resumo, para o cabo parabólico (com apoios nivelados):


p
pL2
H H 
8h
pL pL
h VA  VB 
2 2

O
x
L L
 4h 
y   2  x2
2 2

L 

Para h=L/10 (típico): N max  1, 34 pL  2, 68V A

Comprimento do cabo parabólico:

Tem expressão exata, mas complicada... 8h 2


É útil a aproximação: L
3L

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Cabo sujeito à pressão transversal uniforme:

“CABO CIRCULAR”
p A simetria de qualquer
seção exige que a curvatura
h seja constante!
 R sin  R sin  
Logo o Raio de curvatura é
N constante!
N R
  R L2 h
R R 
8h 2

L Logo a força normal N em


qualquer seção é constante!

Equilíbrio vertical : 2 pR sin   2 N sin   0 , 


N  pR
Comprimento do cabo circular:  2R

Onde: cos   R h
R
Ou seja,   cos 1  RR h 

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Cabo sujeito ao peso próprio: CABO CATENÁRIO

y
h

(s)= 0 x

Peso próprio por unidade de comprimento (kN/m): 0

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Cabo sujeito ao peso próprio: CABO CATENÁRIO

y
w(x) = variável
0
w x 
cos   x 
H A B H

h
VA s VB

x
L/2 L/2

H   
Geometria do cabo catenário: y  x   cosh 0 x  1
0  H 
(Vide artigo “Sobre Cabos e Cordas”, na página da disciplina!)

Para h<=L/10, o cabo catenário e o cabo parabólico


praticamente se confundem!
2H  L
Comprimento do cabo catenário:  sinh  0 
0  2H 
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Comparação entre a catenária e a parábola:

0.2
0.2

0.15

L 0.15
L
0.1 h h
5 0.1
3
0.05
0.05

-0.4 -0.2 0 0.2 0.4


x -0.4 -0.2 0 0.2 0.4
x

1
0.5

0.8
0.4
L
h
hL
0.6
0.3

0.2
2 0.4

0.2
0.1

-0.4 -0.2 0 0.2 0.4


-0.4 -0.2 0 0.2 0.4 x
x

Note-se que a escala do eixo está sempre exagerada, exceto no caso h=L
Para pequenas flechas a catenária e a parábola se confundem!
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Exemplo (PEF2602-P1-Q1-2010): A figura mostra o prédio do ‘Federal Reserve Bank’, localizado em


Minneapolis, EUA. Cada um dos 11 pisos tem vão transversal de 18m, e a carga total dos pisos é transferida
para dois “cabos parabólicos” (constituídos, na prática, por perfis metálicos), por meio de montantes
(trabalhando à compressão, nos trechos acima dos cabos) e por tirantes (trabalhando à tração, nos trechos
abaixo dos cabos). Os cabos têm vão L=84m e flecha h=30m , e são ancorados ao topo de duas torres
laterais. As reações verticais das ancoragens são transferidas às torres, enquanto o empuxo é equilibrado por
duas estroncas treliçadas, localizadas no topo do prédio.
• Considere uma carga total, uniformemente distribuída sobre cada um dos 11 pisos, q=2,5 kN/m2. e
determine a carga w (em kN/m), uniformemente distribuída, agindo em cada um dos cabos parabólicos;
• Determine o empuxo horizontal H e as reações apoios A e B de cada cabo, indicados no modelo estrutural
esquematizado abaixo;
• Determine a máxima tração Nmax em cada cabo;
• Considere que a seção transversal dos cabos seja composta por três chapas de aço de espessura t=30mm e
largura b. Admitindo um coeficiente de segurança s=2 e um aço com tensão de escoamento tração
e=450MPa, determine a largura de chapa necessária.

H H

VA VB

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 q  2, 5kN / m 2
 qd 2, 5  18
wn  11  247, 5kN / m
 d  18m; L  84 m; h  30m 2 2
 n  11

Reações de apoio HA  0
wL 247, 5  84
V A  VB    10.395, 0 kN
2 2
O empuxo do cabo é sustentado pela estronca, que trabalha
comprimida, e vale
wL2 247, 5  84 2
H    7.276, 5kN
8h 8  30

A máxima força normal ocorre nos apoios e vale

N max  VA 2  H 2  10.395 2  7.276, 5 2  12.688, 7 kN

N max  sN max
 max   e Ac  5bt 
Ac s e
sN max 2  12.688, 7  10 3
b   0, 376 m
5t e 5  30  10 3  450  10 6
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





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





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Nota: há outras formas de resolver esta


questão, por exemplo, impondo que o empuxo
no ponto C seja o mesmo, considerando o
trecho da esquerda ou da direita, ou buscando
os coeficientes da parábola que passa pelos
pontos A B e C.

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Exercício: A Figura 1 mostra a cobertura do Aeroporto Dulles, em Washington (Arq. Eero Saarinen,
1958), a qual consiste de uma casca de concreto protendido, obtida por meio de um engenhoso
sistema construtivo, ilustrado na Figura 2. A cobertura tem geometria cilíndrica, com uma geratriz
catenária, razoavelmente aproximada por uma parábola, funicular, portanto, a um carregamento
vertical uniformemente distribuído. O peso próprio da estrutura é da ordem de wpp=6kN/m2. As
cargas adicionais (neve e outros carregamentos) atingem wad=4kN/m2. Os cabos de protensão estão
espaçados de 3m, e ancoram-se a vigas de borda que transferem as cargas para os topos de colunas
inclinadas, engastadas nas bases, afastadas entre si de 12m. A cobertura tem um vão transversal de
50m, medindo 192m na direção transversal.

Figura 1

Considerando o esquema estrutural da Figura 3, determine a altura yC que define a menor cota da
cobertura (ponto C). Determine as reações de ancoragem dos cabos de protensão nas vigas de borda
(pontos A e B). Determine as cargas resultantes nos topos das colunas, e o momento fletor nas
ancoragens das colunas maiores (ponto D), quando atuar a carga wpp+wad. Desconsidere o peso da coluna.
Compare o momento fletor na base das coluna inclinada com o momento que resultaria do uso de
colunas verticais (ou seja, dispostas segundo o eixo BE, e engastadas em E).

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Figura 2

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18m 32m
B
6m A
yC C
15m

D E

9m
p

6m

yC
18m 32m
50m
Figura 3

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