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Neutralidade e dialogo
Os últimos anos de vida de Yuhanna Marun não foram tão agitados como os
precedentes. Conseguindo tomar uma posição de independência e de neutralidade
frente aos Impérios bizantinos e árabes, ele consagrou os últimos anos de calmaria
para completar a organização administrativa do país, para construir novas igrejas,
novas escolas, para incentivar o amor ao trabalho, à ordem, para consolidar no seu
povo o espírito de iniciativa e de independência. Assim, a união e a solidariedade
fortaleceram os Maronitas e os levaram a salvaguardar a sua liberdade e a
transformar a sua Igreja em Nação, como foi explicado anteriormente. Segundo o
historiador Inglês Gebbon, essa nação, apesar do numero reduzido de seus
membros, conseguiu realizar mais proezas úteis que aquelas realizadas pelo
grande Império de Bizâncio que a perseguiu.
Seu principal chefe político e religioso, seu fundador Yuhanna Marun faleceu
provavelmente no ano 707, em Kfarhay (região de Batrun) Além de uma grande
capacidade missionária, política e militar, ele mostrou uma alta superioridade
intelectual, escrevendo varias obras teológicas, históricas e litúrgicas.
O estudo da autenticidade das obras de São Yuhanna (João) Marun exige uma
pesquisa profunda e detalhada, o que ultrapassa os limites de nosso trabalho. É
preferível agora citar as obras atribuídas ao primeiro patriarca Maronita ,
insistindo mais sobre a sua principal obra teológica ? Exposição da fé ? que já foi
estudada por vários pesquisadores cujas conclusões aceitamos voluntariamente. A
tradição oral e muitos historiadores enumeram as seguintes obras:
1 ? Exposição da fé .
2 ? Refutação dos Monofisitas e dos Nestorianos.
5 - comentário da Missa,
Veracidade da tradição
Assim, após quase 1300 anos, a existência de São yuhanna Marun, sua santidade e
a legalidade de sua eleição patriarcal para a sede de Antioquia se baseiam melhor
sobre argumentos literários, litúrgicos e de tradição que sobre documentos
históricos escritos. A penúria destes documentos se deve, notadamente, ao
incêndio criminoso da rica biblioteca do mosteiro principal de são Marun sobre o
Oronte e a um conjunto de fatores político-religiosos do Oriente Próximo.
Com isso chegamos a uma conclusão que nos parece certa e definitiva, a daqueles
que confirmam a veracidade da tradição referente à santidade e à doutrina católica
de São Yuhanna Marun, à autenticidade de suas obras teológicas e à legitimidade
de sua eleição como primeiro Patriarca Maronita Antioqueno. A eleição aconteceu,
provavelmente, no ano 685. A partir desta data, os Maronitas sob a direção de São
João Marun e de seus sucessores, como chefes espirituais e temporais do povo
maronita, eram intransigentes em tudo o que dizia respeito à sua independência
nacional. Fora dessas situações eles mantiveram boas relações com o Império
Bizantino e com o Império árabe Omyade até o fim deste ultimo no Oriente, ano
750.
O segredo dessa força dos Maronitas, naquela época e durante todos os séculos de
sua independência, consiste na unidade, na solidariedade e na coesão do grupo que
os distingue. Eles formaram um só bloco, compacto, solidário, animado e inspirado
pelos ideais cristãos e por uma aspiração profunda à liberdade e à soberania
nacional.