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Ailton Zouk
DelPol DF
2016
- Artigo 155, CP (Furto): Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor
econômico.
- STF entende que sinal de tv não é energia elétrica, e interpretação em contrário seria
“in malam partem”, podendo ser caracterizado, porém como outro ilícito penal previsto
no artigo 33, da Lei 8977 (Lei das telecomunicações).
- Entende o STF que a “grande questão é que o crime tem que ter escala penal e o artigo
35, da Lei 8977, só possui preceito primário, não possuindo preceito secundário. Dessa
forma, “nullu crime nullo poena sine lege”.”
Julgado STJ: HC 97261, 12/04/2011
- Como demanda complemento, ela é uma norma penal em branco. Como não é em
branco o preceito primário e sim no preceito secundário, é denominada norma penal
inversa.
- Para a 5º turma do STJ caracteriza-se SIM furto, tendo em vista ser o sinal de tv uma
energia radiante, tendo decisão sobre o tema em agosto de 2013.
Julgado STJ: HC 30847, 20/08/2013
- Para a 6º turma do STJ, com decisão mais recente (setembro), acabou acompanhando o
entendimento defendido pelo STF e acolheu que não constitui crime.
Julgado STJ: Agravo Regimental em Recurso Especial 1185601 RS
- Cara negativa do dolo é a denominação dada pelo brilhante penalista Eugênio Raul
Zaffaroni, ao erro de tipo.
- Para o douto, como a presença de erro de tipo, seja ele escusável ou inescusável, sempre
exclui o dolo, a cara negativa do dolo seria o erro de tipo. Ou seja, ocorre como no cara
e coroa, se é cara (erro de tipo) nunca poderá ser coroa (presença de dolo).
Exemplo de erro de tipo invencível: Pessoa sai com veículo de estacionamento de
shopping acreditando que seja seu o veículo (que possui características idênticas e o faz
acreditar que esta conduzindo o seu). Erro de tipo invencível exclui dolo e culpa.
Exemplo de erro de tipo vencível: Pessoa sai com veículo de estacionamento de shopping
sabendo que não é o seu, mas por falta de zelo ainda prossegue na conduta, agindo assim
culposamente. Erro de tipo vencível exclui culpa.
Exemplo: Brasileiro morador de cidade em SP adquire via internet drogas do EUA, que
foi remetida para o endereço informado (residência dele), MAS no percurso do envio ela
é interceptada no aeroporto da cidade do RJ.
Súmula 528, STJ, 13/05/15
- Compete, portanto ao juiz federal da cidade onde ocorreu a apreensão da droga processar
e julgar o crime, independente do endereço de destino ser diverso de onde ocorreu a
apreensão.
- Artigo 40, V, da Lei 11.343/06 apresenta uma majorante (causa de aumento de pena) -
As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois
terços, se:
V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito
Federal.
- A 6º turma do STJ entende que não necessita a transposição de fronteiras para
caracterizar a majorante supra, entretanto a 5º turma do próprio STJ entende que existe a
necessidade da transposição para que possa incidir tal majorante.
- A 1º turma do STF, entretanto acompanha o entendimento da 6º turma do STJ e
entende que não há necessidade da transposição de fronteira para incidir a majorante,
ESTE É O POSICIONAMENTO MAJORITÁRIO.
Julgado STF: HC 122791, 1º turma STF, novembro de 2015
OBS: É necessário que se comprove que a droga seria vendida em outro Estado / DF,
mesmo que não ocorra a transposição.
- Nos crimes de lavagem de dinheiro (Lei 9.613), torres de vigia ou "gatekeepers" são as
entidades que atuam ou têm acesso aos caminhos e trilhas pelos quais corre o capital
oriundo da infração penal, como bancos, corretoras de imóveis, contadores, etc. Devido
à sua posição privilegiada, obrigam-se a não colaborar com atos ilícitos e a contribuir na
atividade de vigilância e inteligência do poder público.
PROVA IRRITUAL
- A prova irritual, que também não pode ser confundida com a prova atípica, é uma prova
típica colhida sem a observância do procedimento da lei. A diferença fundamental entre
a prova atípica e a prova irritual se dá entre a existência do procedimento probatório no
ordenamento jurídico. A prova atípica não está mencionada no ordenamento e/ou seu
procedimento não está regulado na lei (posição ampliativa), já a prova irritual está
tipificada na lei, só que, no caso concreto, não foram seguidos os cânones da norma.
- Prova (de) fora da terra é uma classificação possível de ser encontrada, por exemplo, no
manual de processo penal de Fernando Capez. Esse meio de prova é assim classificado
quando é produzido perante juízo distinto daquele em que se processo o feito, como
acontece no caso do artigo 222, caput e § 1o, do CPP (Carta Precatória). - Interessante
registrar que a produção de prova “fora da terra” não é incompatível com o princípio
inserido expressamente no CPP na reforma de 2008 da identidade física do juiz, haja vista
se tratar de postulado inserido na ordem jurídica a partir de uma lei ordinária, razão pela
qual é admitida sua exceção, desde que também prevista em instrumento normativo de
mesma natureza (ou superior), como é o caso da carta precatória, também regulamentada
no Código de Processo Penal, como medida excepcional.
* HOMICIDIO PRIVILEGIADO
- O homicídio para ser privilegiado o agente tem que estar sob DOMINIO de forte
emoção. Se o examinador inserir a palavra “INFLUÊNCIA” ou qualquer outra parecida,
NÃO PROCEDE O PRIVILEGIO.
OBS: O agente (autor do fato), já começa a responder por homicídio mesmo a vitima
sendo mantida por aparelhos, mas já sem atividade cerebral.
- Bagatela própria é aquela em que para o direito tem que haver relevância,
possuindo tipicidade formal e material, além dos requisitos estabelecidos pelo STF, como
mínima lesividade da conduta; inofensividade do delito e outros.
Aqui exclui a tipicidade.
- Cabe ao Estado aplicar a Lei Penal, dando àqueles a quem é devida a reprimenda
justa. Sob este viés, faltou no Código Penal reprimenda no título dos crimes contra os
costumes relacionado à punição da mulher que se utiliza dos artifícios da Síndrome da
Mulher de Potifar. Todavia, ele não faz isso, deixa ao operador do Direito a missão de
vasculhar no Código a norma aplicada ao caso. Assim, os erros são frequentes na
aplicação do crime de calúnia, previsto no art. 138 do Código Penal, tendo em vista que
é crime caluniar alguém imputando-lhe falso crime. No entanto, não para por aí a conduta
da mulher a qual nos referimos, já que ela também fez mover a máquina pública. Sua
conduta é mais grave, na verdade, é crime contra a administração da justiça. Trata-se do
crime de denunciação caluniosa, previsto, por sua vez, no art. 339 do Diploma citado.
- Pelo que consta, a expressão foi cunhada originariamente pelo Dr. Maximiliano
Roberto Ernesto Führer, jurista e Promotor de Justiça do Estado de São Paulo, no seu
livro História do Direito Penal - Crime Natural e Crime de Plástico.
- A jurista acima faz uma diferenciação entre os denominados crimes naturais, que
são aquelas condutas que sempre foram consideradas como crimes independentemente
do momento histórico ou do ordenamento jurídico observado e os crimes de plástico,
correspondentes às condutas que só são consideradas como relevantes para fins de
tipificação penal em um delimitado momento histórico e a luz das peculiaridades de
determinadas sociedades.
- Assim sendo, condutas como homicídio, lesão corporal, furto ou roubo, são
considerados crimes naturais por estarem tipificados na regra dos ordenamentos jurídicos
das diversas nações e se postergarem como delitos ao longo do tempo.
Em outras palavras: homicídio, por exemplo, de regra sempre foi considerado como
crime, desde os primórdios do Direito Penal, seja no Brasil ou fora dele, sendo
considerado um crime natural.
Traduzindo: são condutas que normalmente não era objeto de tipificação do ordenamento
jurídico, mas que passam a ser consideradas como crimes como forma de promover a
tutela de uma situação específica ou de dar uma resposta para a coletividade.
Estas expressões - crime natural e crime de plástico - sejam nomenclaturas que buscam
se referir as ideias de tipos penais originários e tipos penais evolutivos, derivadas do
positivismo jurídico.
- Flagrante positivo é quando existe acervo probatório suficiente para autuar o agente. -
Flagrante negativo é quando não existe acervo probatório suficiente para autuar o agente
na conduta a este atribuída.
- São previstos alguns institutos que tenham como objetivo precípuo evitar a
consumação de um crime cuja execução já se iniciou. Entre todos, podemos destacar o
arrependimento eficaz e a desistência voluntária, os quais, consoante os ensinamentos do
penalista Von Liszt, consubstanciariam a chamada “ponte de ouro do direito penal”,
ou seja, o caminho passível de ser percorrido por aquele que iniciou rumo ao ilícito penal
para, corrigindo seu percurso, retornar à seara da licitude.
Para Liszt, no momento em que o agente transpõe a linha divisória entre os atos
preparatórios impunes e o começo da execução punível, incorre na penal cominada
contra a tentativa. Semelhante fato não pode mais ser alterado, suprimido ou anulado
retroativamente, Pode, porém, a lei, por considerações de política criminal, construir um
ponte de ouro para a retirada do agente que já se tornara passível de pena.
Apesar de intensa discussão acerca da natureza jurídica dos referidos institutos, havendo
defensores da classificação como (1) causa pessoal de extinção da punibilidade (ex:
Zaffaroni), (2) causa de exclusão da culpabilidade (ex: Claus Roxin), prevalece na
doutrina e jurisprudência pátria a concepção de (3) causa de exclusão da tipicidade.
Avançando em seus estudos, o mesmo Franz Von Liszt identificou como ponte de prata
do direito penal outro importante instituto, qual seja o arrependimento posterior.
Perceba que se trata de um caminho a ser adotado pelo agente criminoso, ofertado pela
legislação visando também à redução de danos da conduta delituosa que, não obstante
não evitar que o réu responda pelo crime perpetrado, autoriza uma minoração das
circunstâncias, viabilizando que o processamento se dê como se tentativa fosse. Ele não
será beneficiado com a exclusão da tipicidade (ponte de ouro), mas o será com a (causa
de) redução da pena! Vejamos o que nos diz o atual artigo 16 do Código Penal Brasileiro:
Art. 16 – Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o
dano ou restituída à coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato
voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.
OBS: Basta imaginarmos um crime de furto em que o agente devolva o objeto subtraído
antes do recebimento da denúncia. Ele será beneficiado pela ponte de ouro (art. 15
CPB)? Não, pois o resultado já foi produzido. Mas sem dúvidas ele poderá se valer da
ponte de prata, já que preenchidos todos os requisitos do instituto do arrependimento
posterior!
AUTO DE RECONHECIMENTO DE PESSOAS
- Para ocorrer à incidência da majorante do artigo 40, III, da Lei 11.343/06, ao agente não
basta portar droga no interior de transporte público, ele tem que realizar a conduta
“vender” no interior do transporte. Este é o ENTENDIMENTO do STJ.
OBS: Se o examinador perguntar: “...segundo letra da lei...”, sempre deverá responder o
que a Lei diz, e nesse caso, o fato de portar consigo em transporte público já é o suficiente
para incidir a majorante.
- Mesmo que a vítima de ato infracional análogo a crime que exija representação, não
deseje prosseguir com a representação junto ao DelPol, este lavrará procedimento tendo
em vista que o ato infracional análogo a crime, não necessita de representação, diferente
do crime portanto. No caso, o Estado tem o dever de corrigir o menor infrator.
- Crime Profissional é qualquer delito praticado por aquele que exerce uma
profissão, utilizando-se dela para a atividade ilícita. Assim, o aborto praticado por
médicos ou parteiras, o furto qualificado com chave falsa ou rompimento de obstáculos
por serralheiro, etc.
- Delito de circulação é o “Praticado por intermédio do automóvel” (Damásio E. de
Jesus).
- Entendimento majoritário (STF), reza que uma lei que está no período de vacatio legis
ainda não está vigor, portanto não se aplica, ainda que mais benéfica.
ROUBO e POSTERIOR ESTELIONATO X STJ
Exemplo: Agente rouba bolsa de transeunte e dentre os itens que existiam na bolsa, era o
documento de identidade dela e um talonato de cheque.
Aproveitando-se do acesso que possuía a assinatura da mesma, falsifica a sua assinatura
no cheque e vai até estabelecimento bancário tentar saca-lo. Caixa percebe o nervosismo
e chama policia.
Preso em flagrante, DelPol lavrá os procedimentos necessários e encaminha para o juiz
que remete ao MP. Este o denúncia pelo crime de roubo e tentativa de estelionato. A
defesa alega que não poderia o MP denuncia-lo no crime de tentativa de estelionato tendo
em vista que se trataria de “pos factum”, portanto mero exaurimento do crime. - Para o
STJ não tem que se falar em “pos factum” impunível, tendo em vista que são bens
jurídicos distintos, vitimas distintas e designíos autônomos.
Assim, deve o mesmo responder por roubo e tentativa de estelionato em concurso material
de crimes.
Julgado STJ: HC 309939, 5º turma, 28/05/2015
§ 2º Se resulta:
IV - deformidade permanente.
- Para a 6º turma do STJ, entende que o simples fato de entregar a pessoa não
habilitada (artigo 310, CTB), é crime de perigo abstrato.
- Responde quem entrega, mas se quem conduz não age em desconformidade, este
não responde por crime. Já se quem conduz age causando perigo, responderá pelo artigo
309, CTB.
OBS: Quem entrega o veículo precisa ter conhecimento de que este que conduz não tem
habilitação ou não tem capacidade psicomotora ou ainda não está alcoolizado.
CRIME DE HERMENEUTICA
- No ano de 1896 o então governador do RS, que era taxado como “presidente” editou lei
estadual que tratava de questões penais (mais precisamente sobre tribunal do júri). - Juiz
singular, entretanto, entendendo que não deveria aplicar a lei editada pelo governador
do RS por ser inconstitucional, acabou por não aplicar no caso concreto. Situação levou
o governador a levar o caso para o PGR que ofertou denúncia contra o juiz. Ocorreu a
condenação do magistrado, mas o douto Rui Barbosa recorreu ao STF. - As decisões
sempre refletirão um entendimento pautado na convicção pessoal e na interpretação das
leis. O crime de hermenêutica, combatido por Rui Barbosa, que lançou a seguinte
vetusta advertência: "Para fazer do magistrado uma impotência equivalente, criaram a
novidade da doutrina, que inventou para o Juiz os crimes de hermenêutica,
responsabilizando-o penalmente pelas rebeldias da sua consciência ao padrão
oficial no entendimento dos textos. Esta hipérbole do absurdo não tem linhagem
conhecida: nasceu entre nós por geração espontânea. E, se passar, fará da toga a mais
humilde das profissões servis, estabelecendo, para o aplicador judicial das leis, uma
subalternidade constantemente ameaçada pelos oráculos da ortodoxia cortes" (Obras
Completas de Rui Barbosa, Vol. XXIII, Tomo III, p. 228).
- Ou seja, é a invenção de tentar criminalizar o juiz por julgar com base em seus
convencimentos ao interpretar a lei que irá aplicar no caso concreto. - Neste julgamento
o Brasil iniciou o controle difuso de constitucionalidade.
- O juiz neste caso concreto deixou de aplicar a lei no caso concreto por
inconstitucionalidade.
O QUE É CRIME DE COLARINHO AZUL?
Um crime de colarinho azul refere-se a uma pessoa de uma classe inferior que comete um
crime.
CRIME DE RUA
CIFRAS ROSAS
- Também chamado de crime de mera suspeita / crime sem ação / e crime de mera posição.
Ou seja, crime por simplesmente suspeita.
- Crime de perigo abstrato.
- O autor é punido pela mera suspeita despertada. Em nosso ordenamento jurídico, só há
uma forma que se assemelha a esse crime, que é a contravenção penal prevista no art.
25 da LCP (posse de instrumentos usualmente empregados para a prática de crime
contra o patrimônio, por quem já tenha sido condenado por esse delito).
- O STF julgando o Recurso Extraordinário 583523, entendeu que o artigo é
INCONSTITUCIONAL, justamente por não ser possível utilizar antecedentes como
forma de criminalizar uma situação em que não ocorreu ação.
- Embora seja inconstitucional o artigo 25, a vadiagem e mendicância ainda se encontram
em vigor, mas caíram em desuso por conta da mudança da realidade econômica e social
do País.
- Pode o Juiz enviar os autos para o PGE / PGR utilizando do artigo 28 do CPP.
- Assim, o STF entende que a via ordinária (primeiro grau), por estar mais próxima ao
fato, deverá avaliar a aplicação ou não do principio. Mas o STF estabeleceu parâmetros
que devem ser observados.
REQUISITOS OBJETIVOS:
- Em 2014, julgamento de agente com vários delitos de natureza diversos, ocorreu junto
ao STF (HC 114723, 26 de agosto de 2014).
Reiteração cumulativa:
É quando vários atos são realizados por mais inexpressiva quando fracionados, no final,
somando-se deixa de ser insignificante.
É quando vários atos são realizados em momentos diversos, mas no mesmo gênero.
OBS: LFG entende ser possível somente se não for verificado no caso concreto o “modus
vivendi” do agente.
O QUE É CONCAUSA?
- O agente que responde pelo art. 36, da Lei 11.343/06, terá uma reprimenda maior.
- É possível a associação para a prática do financiamento que incorre no artigo 35, da lei
11.343/06.
- É possível o agente financiar e vender ao mesmo tempo, e o STJ já decidiu que
não responde pelo art. 33 e 36 da Lei 11.343/06, e sim tipificando o art. 33 do aumento
de pena do art. 40 da lei 11.343/06.
Julgado STJ 6º, turma, REsp 1290296 Paraná, 17/11/2013, Informativo 534
- A doutrina diz que não há possibilidade de jogar na associação a pessoa que
financia e o traficante.
- Não é possível falar em concurso de crime entre eles, e sim enquadra-los no art.
33 C/C aumento de pena do art. 40 da Lei 11.343/06.
VUNERABILIDADE NOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL NA
VISÃO DO STJ
- Art. 217-A, CP: Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de
14 (catorze) anos.
- A manifestação do menor de 18 (dezoito) anos, é irrelevante para o direito.
- Em regra a ação é pública condicionada à representação.
- Se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou vulnerável, será pública incondicionada.
Vulnerabilidade RELATIVA ou ABSOLUTA?
A vulnerabilidade ao qual se refere o artigo 225, CP, é a absoluta / completa / permanente
na visão do STJ.
Julgado em HC 276510 RJ
Para o STJ a vulnerabilidade transitória será ação penal pública
condicionada à representação, aguardando, portanto a vítima retornar a consciência para
manifestar sua vontade.
- Documento hábil para comprovar a idade de uma pessoa será a certidão de nascimento,
mas o STJ entende que na ausência deste, não será impeditivo para verificar a idade de
uma pessoa se de outros meios o juiz puder realizar a verificação, por outras provas.
Ex: depoimentos, fotos, histórico escolar e outros.
Julgado Agravo Regimental em REsp 12700 Acre
- O STJ lançando mão do principio da proteção integral e do principio da proteção
deficiente do Estado, fazendo alusão ao artigo 227 da CR (dever de proteção familiar),
bem como o comando de criminalização, a vulnerabilidade absoluta independente se o
meio social em que vive a menor de 14 anos aceita tal conduta/pratica ou não, muito
menos seus familiares uma relação MENOR X MAIOR.
Julgado STJ em REsp 1480881 Piaui – Vulnerabilidade absoluta.
Art. 6o.
Art. 185.
Art. 304.
Art. 318.
IV - gestante;
- Associação para o tráfico não é considerado tráfico, portanto não é crime equiparado a
crime hediondo.
- Associação é crime permanente.
- Art. 33, da lei 11.343/06 possui verbos incriminadores / criminalizantes.
- Art. 33, § 4º, da lei 11.343/06, trata do tráfico privilegiado, não sendo possível a
concessão do indulto.
- Pode o agente ser condenado incurso nos artigos 33 e 35 da lei 11.343/06.
- O STJ analisando caso concreto decidiu pela NÃO aplicabilidade do indulto no tráfico
privilegiado, pois o privilégio não afasta a tipicidade.
Súmula 512, STJ.
- O STJ também decidiu que NÃO pode ser aplicada a causa de diminuição de pena
(tráfico privilegiado), artigo 33, §4º, da lei 11.343/06, na hipótese do réu ser condenado
por tráfico e associação na mesma ação penal.
Julgado REsp 1199671, 26 de fevereiro de 2013
- Para que o agente cumpra sua pena, ela é submetida ao sistema penal / legal /
formal. - Segundo o professor Zaffaroni, o sistema penal subterrâneo é exercido pelas
agências de criminalização que pode ser agência primaria (ex: politica – poder legislativo;
poder executivo eventualmente – criam leis), bem como agência secundária (ex:
judiciário, policia, penitenciária – aplicadores da lei).
- O sistema penal subterrâneo não possui agência, institucionaliza a pena de morte,
desaparecimentos, torturas, sequestros, exploração do jogo, da prostituição, entre outros
delitos.
- É o sistema utilizado por milicianos, por exemplo, em que ele mesmo apura, julga,
condena e aplica a pena.
- O agente público, neste caso usando a figura de um delegado de policia, pratica
tortura ou qualquer ato à margem da lei e de maneira violenta e arbitrária contra um autor
de um delito, contando com a participação ativa ou passiva, em maior ou menor grau, dos
demais operadores que compõem o sistema penal. Ocorrendo assim a acusação, processo
e condenação tudo ocorrendo, por exemplo, dentro de uma delegacia de policia,
vilipendiando o sistema legal e a legislação.
- Portanto, para o professor Zaffaroni, o direito penal subterrâneo é aquele em que
é praticada infração penal por agente do Estado (por exemplo, na apuração de um delito)
não seguindo os ditames legais. Também denominado direito penal às escuras, não
seguindo o garantismo penal.
a) em primeiro lugar, que ninguém pode ser castigado por seus pensamentos,
desejos ou meras cogitações;
b) em segundo lugar, que a forma de ser do sujeito, seu estilo de vida, suas
convicções pessoais, sua ideologia ou sua própria personalidade não pode servir de
fundamento para a responsabilidade criminal ou mesmo para sua agravação.
- Mandado de prisão pode ser cumprida a noite, o que não pode é entrar na casa para
cumprir, salvo os casos previstos no Art. 5º, XI, CR. Exemplo: Autor que se encontra
em barzinho ou em frente a sua residência.
- 1ª corrente (majoritária), entende ser possível entrar na residência e prender o autor do
fato que se evadiu, em flagrante.
CR, 5º, XI, não faz diferença entre flagrante próprio e impróprio.
- 2ª corrente, apostando no constitucionalismo moderno entende que a CR deve ser
interpretado de maneira teleológica, buscando a intenção do legislador, e no caso em
tela o legislador se referiu ao flagrante clássico (aquele que está praticando ação ou
acabou de praticar). Art. 150, III, CR, embasa ainda mais esse posicionamento de
somente se falar do flagrante próprio.
- Art. 290, § 1º, CPP, explica o que seria “perseguição policial”. A perseguição comporta
alguns pequenos intervalos.
- O termo “logo após” é interpretado como IMEDIATISMO.
- Não possui um lapso temporal de perseguição, se a perseguição é continua, não importa
o tempo.
- Flagrante presumido/assimilado/ficto está previsto no IV, 302, CPP, aquele encontrado
com instrumentos, papeis e outros que presuma ter praticado o ato criminoso. O
encontro desses objetos não pode ser casual, tem que haver conhecimento prévio por
parte da policia acerca da situação.
Julgado STF, HC 102646/Paraná.
STF em 2010 entendeu que dispensava mandado judicial qualquer que fosse a natureza
para que ocorra a entrada domiciliar em caso de prisão em flagrante. Acompanhando
assim a corrente majoritária.
Julgado STF, HC 91189
- Sobre a relação (ou o grau de relação) entre o fato típico e a ilicitude formaram-se várias
correntes doutrinárias, com repercussões práticas no âmbito processual, especialmente,
na questão do ônus da prova e do princípio do in dubio pro reo. Dentre as teorias referidas
podemos destacar:
a) Teoria da autonomia ou absoluta independência pela qual a tipicidade não tem
qualquer relação com a ilicitude, de tal sorte que ocorrido o fato típico, não se pode
afirmar que ele é presumidamente ilícito, ainda que seja uma presunção relativa (isso
ocorreu no tempo do causalismo e, sobretudo, na construção de Beling, em 1906);
b) Teoria da indiciariedade ou da "ratio cognoscendi" pela qual se há fato típico,
presume-se, relativamente, que ele é ilícito; o fato típico é o indício da ilicitude
(Mayer, 1915), que deve ser afastada mediante prova em contrário, a cargo (leia-se
ônus) da defesa. Ao contrário da primeira corrente, não há aqui uma absoluta
independência entre esses dois substratos do crime, mas uma relativa
interdependência;
c) Teoria da absoluta dependência ou "ratio essendi": cria o conceito de tipo total do
injusto, levando a ilicitude para o campo da tipicidade. Em outras palavras, a ilicitude é
a essência da tipicidade, numa absoluta relação de dependência entre esses elementos do
delito. Não havendo ilicitude, não há fato típico (Mezger, 1930);
d) Teoria dos elementos negativos do tipo: tem o mesmo resultado prático da teoria
anterior, embora com ela não se confunda (como, aliás, faz parcela da doutrina), porque
construída sob-bases diferentes. Por essa teoria, o tipo penal é composto de elementos
positivos ou expresso (que são as clássicas elementares do tipo penal) mais elementos
negativos ou implícitos do tipo (causas excludentes de ilicitude). Para que o fato seja
típico os elementos negativos - excludentes de ilicitude - não podem existir. Aqui também
há uma absoluta relação de dependência entre fato típico e ilícito, um pressupondo a
existência do outro (Merkel etc.).
- Pois bem. No Brasil, em que pesem entendimentos em contrário, a doutrina e a
jurisprudência majoritárias ainda se inclinam pela segunda das teorias apontadas, qual
seja, a teoria da indiciariedade ou da "ratio cognoscendi" (que foi ratificada,
posteriormente por Welzel). Em termos práticos, significa afirmar que ocorrido o fato
típico, ele é presumidamente ilícito (presunção relativa). Por essa teoria não é ônus da
acusação provar a inexistência de causa excludente de ilicitude, mas tão somente que o
fato é típico. Cumpre à defesa provar a existência da descriminante e, portanto, a licitude
do fato típico e, consequentemente, a inexistência de crime.
- O raciocínio doutrinário até aqui referido parece correto e adequado à teoria da
indiciariedade. Mas no campo processual, essa teoria da "ratio cognoscendi" deve ser
analisada à luz do princípio do estado de inocência e de seu corolário principal, o princípio
"in dubio pro reo”. Isso significa dizer que para ser absolvido o acusado não precisa
provar a existência da excludente de ilicitude, mas tão somente demonstrar a
probabilidade da ocorrência da causa justificante.
- Na precisa lição do saudoso Borges da Rosa, a acusação tem o ônus de apresentar
provas de certeza, mas a defesa tem o ônus de apresentar apenas provas de probabilidade,
de verossimilhança, de credibilidade, que causem dúvida (dúvida razoável) ao juiz,
justamente porque tem a seu favor o axioma do "in dubio pro reo", intimamente ligado à
dignidade da pessoa humana, a impedir condenações de pessoas inocentes. No dizer de
Vicente Greco Filho, o ônus da defesa é um ônus diminuído, mitigado. O ônus da defesa
tem "tamanho" menor do que o ônus da acusação. - Com efeito, ao criar dúvida no juiz
sobre a existência ou não da descriminante, a defesa já cumpriu integralmente seu ônus
probatório, é dizer, já afastou a certeza necessária sobre a ilicitude do comportamento
típico que deve haver para que se possa condenar. Dito de outra forma, se o juiz, com as
provas apresentadas na instrução pela defesa, estiver ao final da demanda em dúvida sobre
a existência ou não da descriminante, isso significa que a defesa cumpriu seu ônus de
provar a excludente, mediante um juízo de probabilidade, suficiente para afastar a
presunção da ilicitude do fato típico imposta pela teoria da ratio cognoscendi.
- A propósito, o saudoso Mirabete, ao analisar a questão do ônus da prova,
acertadamente coloca que "com a adesão do Brasil à Convenção Americana sobre
Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica), conforme Decreto n. 678, de 611-
92, vige no país a regra de que 'toda pessoa acusada de um delito tem direito a que se
presuma sua inocência enquanto não se comprove legalmente sua culpa (art. 8º, 2, da
Convenção). Dessa forma, atribuída à acusação o dever de provar a culpa do réu, impõe-
se sua absolvição mesmo na hipótese de restar dúvida quanto à procedência das
alegações da defesa " (destaques nossos).
- Realmente, se a defesa conseguir demonstrar a probabilidade de ter ocorrido uma
situação justificante do fato típico a ensejar dúvida inafastável no julgador, estará mantido
o estado de inocência estabelecido constitucionalmente (art. 5º, LVII da CF) e no Pacto
mencionado, devendo o juiz absolver o acusado. A presunção de ilicitude do fato típico
determinada pela teoria da "ratio cognoscendi" estará afastada e a constitucional
presunção de inocência mantida, equação da qual deverá redundar à improcedência da
demanda penal.
- Esse entendimento se reforça ainda mais com as recentes alterações do Código de
Processo Penal. O art. 386, V, do CPP dispunha que o juiz deveria absolver o réu quando
existisse circunstância excludente do crime. O atual art. 386, VI do CPP (inciso alterado
pela Lei 11.690 /2008) dispõe agora que o juiz deve absolver o acusado quando “existirem
circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena, ou mesmo se houver
fundada dúvida sobre suas existências”. Parece-nos absolutamente claro que se a defesa
criar para o juiz a dúvida sobre a existência ou não da excludente de ilicitude terá
cumprido integralmente seu ônus probatório, devendo o juiz absolver o réu por expressa
determinação do art. 386, inciso VI, parte final, do CPP. Aliás, o raciocínio é válido para
qualquer situação: seja porque o réu fez alguma prova que gerou a dúvida, seja porque a
acusação não afastou de forma inequívoca a dúvida sobre a existência da excludente. Em
qualquer hipótese de dúvida, cabe ao juiz absolver.
- É certo que para a absolvição sumária do acusado, o novo artigo 397, I, do CPP
(com redação determinada pela Lei 11.719 /08) exige a "existência manifesta de causa
excludente da ilicitude do fato"; mas para a absolvição após regular instrução, basta,
conforme referido, "fundada dúvida sobre a existência" da causa justificante. Essa
sistemática adotada pelas reformas do Código de Processo Penal, a propósito, é
plenamente justificável. A absolvição sumária enseja um juízo precário de mérito que
equivale a uma quase rejeição da inicial acusatória, sem qualquer aprofundamento na
instrução processual, sem sequer a produção de provas pela acusação. Somente, portanto,
uma evidência sobre a existência da excludente trazida pela defesa nessa fase inicial do
processo pode autorizar, prematuramente, a absolvição do acusado.
- Diferentemente se passa ao final da instrução probatória. Se após o esgotamento
de todas as fases possíveis do procedimento remanescer a dúvida no magistrado sobre a
existência ou não de excludente de ilicitude, isso equivale à falta de provas para condenar,
devendo ser aplicado o princípio "in dubio pro reo "(estampado, expressamente, também
no art. 386, VI , parte final, do CPP , especificamente quanto às justificantes e dirimentes).
- Não é correto, portanto, afirmar, como se tem dito, que se o juiz estiver em dúvida
se houve ou não, v.g, situação de legítima defesa, deve condenar o acusado, pois a defesa
tinha o ônus de provar a existência da excludente e não a provou. E se não cumpriu seu
ônus não pode se prevalecer do princípio "in dubio pro reo".
- Se a defesa provar a existência da excludente de ilicitude é óbvio que a absolvição
se impõe; mas se demonstrar a probabilidade da excludente de ilicitude ter ocorrido,
ensejando dúvida no julgador, isso já basta para a improcedência da ação penal. Essa nos
parece à equação acertada entre a teoria penal da ratio cognoscendi e a questão do ônus
probatório quanto às excludentes de ilicitude e a mais adequada ao constitucional
princípio do estado de inocência e de seu consectário lógico, o princípio "in dubio pro
reo".
- Tudo quanto acaba de ser dito vale integralmente para a decisão dos jurados (no
Tribunal do Júri). Em caso de dúvida, impõe-se a absolvição do réu.
SÍNDROME DE LONDRES
Art. 1o Esta Lei modifica o art. 171 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940
- Código Penal, com o propósito de estabelecer causa de aumento de pena na hipótese
de estelionato cometido contra idoso.
Art. 2o O art. 171 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal,
Art. 171.
Estelionato contra idoso
§ 4o Aplica-se a pena em dobro se o crime for cometido contra idoso.
- Trata-se de teoria desenvolvida pela Suprema Corte dos Estados Unidos, que a tem
aplicado em situações nas quais o agente finge não enxergar a ilicitude da procedência
de bens, direito e valores com a intenção deliberada de auferir vantagens.
- Trata-se de uma metáfora que compara o agente público ao avestruz, que enterra sua
cabeça na terra para não tomar conhecimento de algo que ocorre ao seu redor, no caso
do agente, a natureza ou extensão do ilícito em curso.
- Com isso, sua aplicação busca punir aquele que se coloca, de modo intencional, em
estado de ignorância ou desconhecimento para não saber com detalhes as
circunstâncias fáticas de uma situação suspeita, o que demanda ao menos a existência
de um contexto probatório neste sentido. Em outras palavras, o Judiciário deverá
aplicar tal teoria com parcimônia, sob pena de se resvalar na odiosa responsabilidade
penal objetiva.
- Para que a teoria seja aplicada três requisitos fundamentais devem ser analisados,
segundo propõe Ramon Ragués i Vallès, quais sejam:
- Baseado no que foi exposto, conclui, com muita propriedade, André Luís
Callegari e Ariel Barazzetti Weber, entendimento do qual, concorda-se, a preocupação
para que uma conduta culposa não seja punida como se dolosa fosse – principalmente no
que tange ao dolo eventual no delito de lavagem de dinheiro, por não ser pacífico na
doutrina -, utilizando, para tanto, a cegueira deliberada. Desafio a ser enfrentado pela
doutrina e pelo judiciário brasileiro.
DICAS RÁPIDAS
1 – O que é FAMULATO?
R = É a relação do furto praticado pelo empregado em relação aos bens do empregador.
Pode caracterizar furto qualificado, desde que haja abuso de confiança (art. 155, § 4º, II,
CP). A relação empregatícia, por si só, não atrai a qualificadora.
8 – PRISÃO PREVENTIVA não pode ser cumprida em regime mais gravoso que o
fixado na sentença.
33 – O que é PUBLICATIO?
R = É a retirada de determinada atividade da seara privada, transportando-a para o seio
do direito público. Não podendo particular exercer, sem que haja delegação do poder
público.
49 – Não se tipifica crime material contra ordem tributária, previsto no art. 1º, I a
IV, da lei 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo. Súmula Vinculante
nº 24 do STF.
52 – Consuma-se o crime de FURTO com a posse de fato da res furtiva, ainda que
por breve espaço de tempo e seguida de perseguição do agente, sendo prescindível
a posse mansa e pacifica ou desvigiada. (STJ, 3ª Seção, REsp 1.524.450/ RJ)
65 – O § 1º, do artigo 155, do CP, prevê que a pena do crime de furto será aumentada
de um terço, se o crime for cometido durante o repouso noturno. A causa de
aumento de pena prevista no § 1º, pode ser aplicada tanto para os casos de furto
simples (caput), como para hipóteses de furto qualificado (§ 4º).
Não existe nenhuma incompatibilidade entre a majorante prevista no § 1º, e as
qualificadoras do § 4º. São circunstâncias diversas, que incidem em momentos da
aplicação da pena.
Assim, é possível que o agente condenado por furto qualificado (§ 4º) e, na terceira
fase da dosimetria, o juiz aumente a pena em 1/3 se a subtração ocorreu durante o
repouso noturno. (STJ, 5ª turma, AgRg no AREsp 741.482/MG)
66 – O crime de induzimento, instigação ou auxilio ao suicídio, previsto ao teor do
artigo 122, CP, apenas se consuma com o resultado morte ou lesão grave da
vitima, sendo o fato considerado atípico caso não ocorra nenhuma desses
resultados.
72 – NÃO SE CONFIGURA o crime de posse ilegal de arma de fogo (art. 12, Lei
10.726/03), a conduta do agente que mantém sob guarda, no interior de sua
residência arma de fogo de uso permitido com o REGISTRO VENCIDO. Se o
agente já procedeu ao registro de arma, a expiração do prazo é mera
irregularidade administrativa que autoriza a apreensão do artefato e aplicação
de multa. A conduta, no entanto, não caracteriza ilícito penal. (STJ, Apn 686/AP.
STJ, 5ª Turma, HC 294.078/SP)
Críticas à Teoria Sintomática (ou “a preconizada pela Escola Positiva”): Sobre esta teoria,
Zaffaroni e Pierangeli pontificam que outros, limitam-se a fixar-se no autor e a
fundamentar a punição da tentativa na periculosidade do autor. Este critério –
eminentemente positivista – tampouco funciona dentro de nosso sistema penal, porque
levaria à punição a tentativa inidônea, não punível no Código (art. 17).
79 – O que é ABIGEATO?
R = Abigeato é uma espécie de crime de furto que envolve a subtração de animais,
principalmente domesticados, como animais de carga e animais para abate, no campo e
fazendas. A captura de animais selvagens normalmente não é associada com o mesmo
tipo penal.
102 – Não é nula a citação por edital que indica o dispositivo da lei penal, embora
não transcreva a denúncia ou queixa, ou não resuma os fatos em que se baseia.
O procedimento adotado visa o prazo de 24 horas para os juízes ouvirem as pessoas que
foram presas em flagrante. Com isto, os juízes podem avaliar se é necessário manter a
pessoa presa, se pode sair mediante fiança, se cabe uma medida punitiva de caráter
educativo — como, por exemplo, tornozeleiras eletrônicas — ou até mesmo se deve ficar
em liberdade, por não ter sua prisão justificada.
O furto famélico não é crime porque a pessoa age em estado de necessidade: para proteger
um bem jurídico mais valioso – sua vida ou a vida de alguém – a pessoa agride um bem
jurídico menos valioso – a propriedade de uma outra pessoa.
Para que o crime seja configurado, é essencial que se preencham alguns requisitos:
Primeiro, tem de ser furto. Não pode ser roubo, extorsão etc. Apenas quando não há
violência ou ameaça há o furto famélico (como o nome diz, é furto, e não roubo famélico).
Se houver violência ou grave ameaça, o direito protegido – vida – passa a estar muito
próximo do direito agredido (a vida ou incolumidade física da vítima). Segundo, o juiz
deve analisar a proporcionalidade do que foi furtado. Se alguém tem dez filhos, óbvio que
vai precisar de mais comida para alimentá-los do que alguém que tem um filho. O furto
famélico é apenas para suprir as necessidades básicas de sobrevivência imediata. Não dá
pra furtar cem quilos de arroz e dizer que é famélico, pois ninguém consome cem quilos
de arroz em poucos dias.
Por fim, o juiz precisa estar convencido de que a pessoa precisa do bem para sobreviver.
Esse é um requisito básico de qualquer estado de necessidade. Não dá pra alguém que
pode obter o bem de outra forma alegar que não tinha opção. O estado de necessidade só
fica configurado quando não há outra opção razoável. Além disso, o bem precisa ser
essencial para a sobrevivência. Não dá pra ser uma televisão, um casado de grife etc.
107 – Nos casos de prática do crime de introdução de moeda falsa em circulação (art.
289, § 1º, CP), se a nota falsificada é repassada para “ascendente, descendente,
irmão ou cônjuge” ou para “criança, maior de 60 anos, enfermo ou mulher
grávida”, incidirão as agravantes previstas nas alíneas “e” e “h” do inciso II,
art. 61, CP. Isso porque o sujeito passivo deste delito não é apenas o Estado, mas
também a pessoa lesada com a introdução da moeda falsa. (STJ, 6ª Turma, HC
211.052/RO, informativo 546)
108 – É nula a citação por edital do réu preso na mesma unidade da federação em
que o juiz exerce sua jurisdição. (STF, súmula 351)
115 – O princípio da insignificância deve ser AFASTADO nos casos em que o réu
faz do crime o seu MEIO DE VIDA, ainda que a coisa furtada seja de pequeno
valor. (STJ, HC 330156/SC)
- CONFLITO DE COMPETÊNCIA
Falsificação de documento da união não atrai competência para a JUSTIÇA FEDERAL,
salvo se ocorrer prejuízo à união. CC 141593 RJ
- Em 1898 o termo “hipertrofia” foi utilizado por Reinhart Franck em artigo publicado,
observando que o uso das penas e tipificações de condutas eram abusivas, e que por este
motivo perdeu o direito penal parte de seu crédito, deste modo, perdendo sua forma
intimidadora, pois o corpo social deixava de reagir do mesmo modo que o organismo
humano não reage a um remédio ministrado de forma abusiva pelo paciente.
- Já o que vimos citado em 1898 vem acontecendo com muito afinco ainda hoje, pois a
primeira iniciativa pelo nosso legislador é aumentar/endurecer as penas quando algum
fato criminoso de grande repercussão é cometido, ou dar nova “roupagem” as leis já
editadas.
- Tomamos como exemplo a Lei de Crimes Hediondos que por motivos do assassinato
de grande repercussão da atriz Daniela Perez, filha da escritora Gloria Perez morta pelo
ator Guilherme de Pádua a golpes de tesoura, passou a considerar os crimes de homicídio
qualificado e os de homicídio praticado por grupos de extermínio como crimes hediondos.
- Também é de conhecimento a Lei Maria da Penha que foi criada com base na vítima de
maus tratos domésticos, a Senhora Maria da Penha Maia Fernandes que foi brutalmente
violentada pelo marido durante seis anos e que foi punido somente depois de 19 anos
cumprindo apenas 2 anos de prisão.
- Nestes casos, os princípios em discussão são respeitados, pois não há insignificância em
nenhum deles, pois atingem toda a coletividade e são de grande repercussão, não há
somente um particular envolvido, bem como respeita o princípio da intervenção mínima
visto que, cumpre exatamente ao direito penal tutelar a vida e integridade física das
pessoas.
- E como bem vimos, quando a sociedade está altamente envolvida nestes crimes e pede
por clamor público que seja feito algo por nossos legisladores, estes então aumenta a lei.
- Agora, o que pensar das Contravenções Penais, tema de discussão do presente artigo,
que prevêem condutas vistas aos olhos do direito penal como insignificantes.
- São infrações penais que o próprio poder judiciário não dá valor, muito menos a
população em geral, como é caso da contravenção de vadiagem prevista no artigo 59 da
LCP.
- Ora, não será a vadiagem uma escolha de vida, pois não há causa criminal presente nesta
infração nos dias de hoje, tanto o é assim que a infração de mendicância foi abolida do
referido diploma legal.
- Pune-se tantas condutas insignificantes nas Contravenções Penais que suas penas
tornam-se abusivas, fazendo com que o corpo social deixe de reagir como o direito penal
gostaria que fosse, um direito intimidatório levando-se assim a hipertrofia criminal, ou
seja, a perda de crédito do direito penal.
- Inicialmente aplicado no âmbito civil, está presente no art. 478 CC, a cláusula Rebus
Sic Stantibus (locução latina que pode ser traduzida como "estando assim às coisas")
especifica que as partes de um contrato, tratado internacional ou, de forma mais geral,
acordo, pactuaram levando em consideração a situação de fato existente no momento de
sua celebração, podendo assim invocá-la como forma de rompimento caso mudanças
substanciais ocorram de forma extraordinárias e imprevisíveis, que modificam o
equilíbrio do acordo trazendo desvantagem a uma das partes.
- No direito penal diante de novos fatos, o magistrado pode mudar a situação.
- A prisão preventiva visa garantir algumas situações, tais como as previstas no art. 311,
CPP.
- A prisão preventiva pode sofrer alteração, ou seja, o juiz pode revoga-la e com isso,
existe a relação que diante de fatos novos, a cláusula rebus sic stantibus submeterá a
revisão não estando mais presentes os requisitos para sua manutenção.
- No caso do arq. do IP (artigo 18, CPP), a corrente majoritária diz que o IP não precisa
estar desarquivado para a realização de novos diligências tendo em vista a existência de
fatos novos.
- Com novas provas produzidas, uma nova ação penal será iniciada conforme súmula 524
do STF.
- Assim sendo, como existe a possibilidade de arquivar o IP, bem como o
desarquivamento do IP face fatos novos, se submete a cláusula rebus sic stantibus.
- A decisão que revoga a prisão preventiva, bem como o arquivamento do IP faz coisa
julgada formal.
- Decisão que arquiva o IP com base na atipicidade do fato faz coisa julgada formal e
material e assim sendo, não se submete a cláusula rebus sic stantibus. Obs: Mesmo
sendo a decisão proferida por juiz incompetente.
- Decisão que arquiva o IP com base na extinção da punibilidade faz coisa julgada
formal e material e assim sendo, não se submete a cláusula rebus sic stantibus.
ENTRETANTO, existe uma exceção: Em caso de morte do agente, se ele utilizou
certidão de óbito falsa, faz coisa julgada somente formal, se submetendo a cláusula
rebus sic stantibus, PODENDO SER REVISTA.
Divergência:
- Decisão que arquiva o IP com base excludente de ilicitude faz coisa julgada formal e
material, corrente MAJORITÁRIA (posição do STJ e doutrina), NÃO PODE
DESARQUIVAR O IP.
Julgado, STJ, 6ª Turma, REsp 791471/RJ, 25/11/2014.
- Art. 14, II, CP tem que ocorrer a complementação com o crime principal.
- É conhecida com norma de extensão temporal, ou seja, a lei pune a consumação, mas
ela puxa para que se aplique na forma tentada, de forma menos gravosa que se
consumado, mas punindo a tentativa do agente.
- Norma de subordinação típica mediata/indireta.
- Na tentativa tem que existir o dolo, o inicio da execução e a consumação não pode
ocorrer por circunstância alheia a vontade do agente.
- Tentativa pode ser perfeita / acabada / crime falho, quando o agente esgotou os atos
executórios e ainda sim não conseguiu a consumação.
Tentativa imperfeita / inacabada é quando o agente não esgotou os atos
executórios e sim ocorreu a impossibilidade de continuar.
- Na tentativa perfeita ou na imperfeita pode ocorrer à tentativa vermelha/ cruenta, que
é quando a vítima é ferida de alguma forma.
Existe a possibilidade da vítima não ser atingida/ferida, a essa fato se da o nome de
tentativa branca/incruenta.
- A maior diminuição de pena ocorre quando existe a tentativa branca. Noutro giro, a
diminuição de pena será menor quando ocorre a tentativa vermelha, por ter atingido a
vítima.
- TENTATIVA SUPERSTICIOSA é aquela tentativa que o agente deseja a morte da
vítima através de feitiçaria, artefatos supersticiosos, bruxaria. Alguns doutrinadores
entendem que é um tipo de crime impossível. LFG entende que tentativa supersticiosa é
uma coisa, mas o meio ser relativo ou absoluto ineficaz só pode ser verificado após no
resultado. Ou seja, quando se trata de tentativa supersticiosa verifica-se de pronto que o
resultado é impossível, mas no caso de TENTATIVA INEDONÊA, somente verifica-se
após o resultado.
POSSE/PORTE (LEI 10.826/03) NA VISÃO DA JURISPRUDÊNCIA
JURISPRUDÊNCIAS x ECA
Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em
prejuízo:
Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é
cometido em prejuízo: (Vide Lei nº 10.741, de 2003)
III - se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta)
anos.
- Quando o ECA fala de reiteração no artigo 122, II, qual o volume dessa reiteração?
O posicionamento do STJ é entendendo que não há que se fixar número de atos. Assim
sendo, 2 atos já pode ser considerado a reiteração.
Julgado STJ, 5ª Turma, HC 280.478 SP, 18 de fevereiro de 2014.
“Enquanto a segurança jurídica possui caráter amplo, sendo aplicável às relações públicas
e privadas, a confiança legítima tutela, tão somente, a esfera jurídica particular,
protegendo-o da atuação arbitrária do Estado”.
- O Direito penal sempre passa por transformações doutrinárias ao longo do tempo, uma
delas atine às chamadas “velocidades do Direito Penal”.
- Para compreensão do tema, a primeira informação a ser definida consiste em que, para
essa teoria, o Direito Penal contém duas espécies de ilícitos penais. Dessarte, um tipo de
ilícito penal tem cominada a pena privativa de liberdade, por sua vez, outro tipo de ilícito
penal tem como sanção penas alternativas às privativas de liberdade.
Assim sendo, esses dois tipos de ilícitos penais pediriam duas formas distintas de
processo. Com efeito, àquele que comina prisão deve ter o processo imbuído dos
princípios garantistas, haja vista que a privação da liberdade é medida bem grave ao ser
humano. Por outro lado, àquele que impõe penas alternativas, poderia existir uma maior
flexibilização das garantias processuais penais.
Portanto, existiriam dois Direitos Penais, ou um Direito Penal com várias dimensões,
neste caso graduado de acordo com sua maior ou menor rigidez. Um bem formal, outro,
menos formal. O Direito Penal formalista seria de primeira velocidade, já o não
formalista, o de segunda velocidade, nos dizeres de Jesus-Maria Silva Sánchez.
Segundo ainda esse autor, há um Direito Penal de “terceira velocidade”, o Direito Penal
do Inimigo, no qual as penas seriam privativas de liberdade mais rigorosas, porém,
contraditoriamente, com maior desformalização do processo penal, pois o inimigo não é
considerado cidadão.
- Assim, essas são as chamadas “velocidades do Direito Penal”, que poderiam ser
chamadas velocidades do processo penal, lembrando que nosso sistema penal e
processual penal é o garantista, não se concebendo, por isso, os outros dois aqui
apresentados (segunda e terceira "velocidades").
CARACTERISTICAS IMPORTANTES DO IP
- Regime de governo, em seu aspecto politico tem a relação entre governante e governado.
Cada país adota uma corrente (autoritarismo, totalitarismo, democrático).
- Na época da ditadura foi utilizada uma lei de segurança nacional rigorosa.
- No regime democrático tem a garantia de direitos individuais defendido por Ferraioli.
- Todo país tipifica condutas através de legislações, que uma vez adotada pode ensejar a
mudança de regime, ofensa ou risco aos órgãos supremos do país. Por tal motivo, as
maiorias dos países adotam a Lei de Segurança Nacional, que visa proteger os órgãos
supremos do governo, presidência da república.
- O crime de sedição é toda aquela conduta considerada criminosa que venha a atentar,
colocar em risco o regime jurídico adotado.
- A doutrina aponta que a lei de segurança nacional, possui algumas figuras penais que
caracterizam o crime de sedição. No artigo 16 da LEI Nº 7.170, DE 14
DE DEZEMBRO DE 1983.
Art. 16 - Integrar ou manter associação, partido, comitê, entidade de classe ou
grupamento que tenha por objetivo a mudança do regime vigente ou do Estado de
Direito, por meios violentos ou com o emprego de grave ameaça.
- A criação de grupo armado tem clara intenção de mudança de governo, ação
revolucionaria.
- O anteprojeto de reforma do CP traz o crime de sedição com o nome iures.
- Delege ferenda, já há previsão com esse nome iures conforme acima informado. A
redação é diferente do que consta na redação do artigo 16 da lei de segurança nacional,
mas possui a mesma inteligência para os doutrinadores.
- Países democráticos, totalitários, autoritários adotam a lei de segurança nacional para
garantir a manutenção dos regimes jurídicos e não aceitam que grupos se reúnam para
mudar o regime vigente.
- É possível que o novo CP venha a revogar a lei de segurança nacional tendo em vista
que boa parte dos artigos está presente no anteprojeto do novo CP.
- Jesus de Nazaré foi acusado do crime de sedição, pois achavam que o pensamento
revolucionário dele mudava a forma de ver entre governantes e governados da época.
Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
- Prisão para averiguação é aquela que mantém uma pessoa cerceada na delegacia por
mais de 24 horas.
- Já a detenção momentânea é apresentar uma pessoa na delegacia para prestar um
esclarecimento por exemplo. Confunde-se com a condução coercitiva. A pessoa fica
cerceada por pouco tempo.
Exemplo: Provas indiciárias contra investigado. Encontrado, ocorre à detenção
momentânea enquanto a autoridade policial irá representar pela prisão temporária ao
judiciário é legal? O STF se posicionou que se de imediato a autoridade policial se dirige
a autoridade judiciaria representando pela prisão temporária, não ocorre constrangimento
ilegal.
DOLO COLORIDO
- O termo dolo colorido nada mais é que uma outra nomenclatura aplicável ao Dolo
Normativo ou Híbrido.
- Dentro da Teoria Geral do Dolo, podemos delinear claramente duas grandes vertentes
doutrinárias: a Teoria Finalista e a Teoria Neokantista.
- Para a Teoria Finalista, adotada pelo ordenamento penal brasileiro, o dolo, denominado
de natural, configura-se como elemento subjetivo do tipo penal, diretamente carreado à
conduta e composto por dois elementos básicos: vontade e consciência.
- Assim sendo, segundo esta vertente doutrinária, teremos DOLO NATURAL quando
ficar claro que o agente possuía uma VONTADE CONSCIENTE DE PRATICAR UMA
CONDUTA para alcançar um determinado resultado, pouco importando se este agente
sabia que o resultado a ser alcançado era ilícito.
- A Teoria Neokantista, que não foi recepcionada pelo nosso ordenamento penal, entende
que o dolo, denominado de NORMATIVO, HÍBRIDO OU COLORIDO, não integra o
tipo, mas sim a culpabilidade. Para os seguidores deste posicionamento doutrinário, o
reconhecimento do dolo demandaria da identificação de três elementos: VONTADE,
CONSCIÊNCIA E DISCERNIMENTO QUANTO A ILICITUDE DO RESULTADO
QUE PODE SER ALCANÇADO.
- Logo, no dolo normativo, o agente possui uma vontade consciente de praticar uma
conduta objetivando alcançar um resultado que sabe ser ilícito.
Vamos exemplificar.
Uma questão afirma: João, maior e capaz, deseja contratar os serviços de prostituição de
Ana, adolescente que ele sabe ter 17 anos, mediante pagamento de R$ 200,00. Nesta
situação, podemos reconhecer o dolo?
SEGUNDO OS FINALISTAS A RESPOSTA É SIM. Nesta situação o dolo natural pode
ser reconhecido, pois temos uma vontade consciente de praticar uma conduta (contratar
os serviços de prostituição). O dolo integra o tipo e está carreado à conduta que se deseja
praticar.
SEGUNDO OS NEOKANTISTA A RESPOSTA É DEPENDE. O dolo normativo
(colorido) só poderia ser reconhecido se também fosse demonstrado que João possuía
conhecimento que a sua conduta – contratar os serviços de prostituição de uma
adolescente – poderia produzir um resultado jurídico penal de natureza ilícita. Caso não
existisse por parte do agente potencial consciência da ilicitude, não poderíamos
reconhecer o dolo normativo, pois este caracteriza-se como elemento integrante da
culpabilidade.
Não esqueça: O ORDENAMENTO PENAL BRASILEIRO ADOTA O DOLO
NATURAL E NÃO O DOLO NORMATIVO.
Uma última dica: o reconhecimento do dolo não implica necessariamente a caracterização
do crime, pois segundo a Teoria Analítica Tripartite, crime é um fato típico, antijurídico
e culpável. Ao analisarmos o dolo natural, estamos analisando apenas um dos elementos
constitutivos do tipo e não o crime como um todo.
NULIDADE DE ALGIBEIRA
O Supremo Tribunal Federal (STF) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ) estão
amadurecendo jurisprudência que vai servir de estímulo para se repensar a teoria das
invalidades processuais. Em casos cada vez mais frequentes, o STF e o STJ estão
“relativizando” as nulidades absolutas em torno de uma teoria que se pode chamar de
“nulidade de algibeira”.
A “nulidade de algibeira” ou “nulidade de bolso” é expressão que vem sendo utilizada
pela jurisprudência da 3a. Turma do Superior Tribunal de Justiça, para designar a
estratégia de alegação de nulidade processual em momento posterior e conveniente a
quem alega.
A expressão “nulidade de algibeira” apareceu pela primeira vez no acórdão do REsp.
756.885 da 3a. Turma do STJ em 14/08/2007. Nesse recurso especial, a demandada
alegava, na fase de liquidação, que deveria ser declarado nulo todo o módulo de
conhecimento, porque as intimações da ré teriam sido realizadas em nome do estagiário,
e não dos advogados, razão pela qual a demandada teria perdido a chance de se manifestar
sobre o laudo pericial juntado aos autos.
O STJ percebeu, porém, que, apesar do vício processual, a ré atendeu a todas as
intimações realizadas em nome de seu estagiário, com exceção da única vez em que as
partes foram chamadas para se manifestar sobre o laudo pericial.
Segundo a 3a. Turma do STJ, a ré utilizou-se do vício processual como uma “nulidade de
algibeira”, ou seja, uma nulidade que “cabia no bolso” para ser utilizada segundo sua
conveniência. Entendeu-se que a alegação de nulidade não poderia ser utilizada apenas
quando interessasse à parte prejudicada, especialmente depois da formação da coisa
julgada e em fase de liquidação.
No REsp n. 1.372.802, já em 11/03/2014, a mesma 3a. Turma reiterou o entendimento
quanto à “nulidade de algibeira”. Nesse caso específico, o recorrente havia deixado de ser
intimado para apresentar contrarrazões ao agravo do art. 522 do CPC/1973. Após a
decisão monocrática do agravo, contudo, o recorrente foi intimado, permaneceu em
silêncio e nada alegou quanto ao vício do ato processual.
A alegação de nulidade apenas foi levantada nos embargos de declaração contra o acórdão
do agravo regimental, ou seja, duas decisões judiciais depois. Para a 3a. Turma,
mencionando expressamente o precedente anterior do REsp n. 756.885, esse vício seria
sanável e a alegação tardia seria uma “nulidade de algibeira”, ou seja, uma estratégia de
permanecer silente quanto à nulidade para alegá-la em momento posterior.
Por fim, nos EDcl no REsp 1.424.324, de 12/08/2014, a 3a. Turma repetiu a expressão
“nulidade de algibeira”. Nesse caso, o embargante tentou alegar o vício de nulidade sob
o argumento de que, após a interposição do recurso especial, teria havido mudança de
advogados e, mesmo assim, a publicação continuou sendo feita no nome dos antigos
advogados para os atos que antecederam e sucederam o julgamento do REsp.
No entanto, a 3a. Turma entendeu que não teria havido prejuízo ao embargante, uma vez
que o recurso de embargos de declaração teria sido protocolado tempestivamente,
demonstrando que o recorrente vinha acompanhando normalmente o processo, a despeito
da nulidade. Ficou registrado, por fim, que o processo não poderia ser utilizado como
“instrumento difusor de estratégias”.
Embora não seja mencionado nos acórdãos do STJ, parece evidente a utilização da ideia
da boa-fé processual ao se tratar da “nulidade de algibeira”. Ao vedar a alegação de
nulidade processual apenas quando for conveniente a quem quiser alegá-la, o STJ parece
aplicar a ideia de que não se pode legitimar comportamento contraditório de quem alegou
o vício (venire contra factum proprium). Se a nulidade poderia ter sido alegada antes, por
que deixar para depois? Afinal, o vício processual não pode ser usado como uma “carta
escondida na manga”, para ser apresentada como um trunfo no momento mais
conveniente.
Em igual sentido e tratando especificamente da boa-fé processual, em 13/09/2011, no
julgamento do HC n. 105.041, o STF já havia dado sinais dessa teoria da “nulidade de
algibeira”. Tratava-se de habeas corpus impetrado pela Defensoria Pública cujo pedido
consistia na declaração de nulidade de julgamento de apelação criminal interposta no
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Sustentava-se cerceamento de defesa, em
razão da ausência de intimação prévia da Defensoria do julgamento do recurso.
Embora tenha qualificado como absoluta a nulidade, o STF decidiu, por unanimidade,
não anular o ato. A decisão fundamentava-se na alegação tardia, em afronta a um padrão
objetivo de comportamento processual, que reclamaria das partes diligência na
sinalização para os vícios do processo já percebidos e prontamente alegáveis. Segundo o
Ministro Gilmar Mendes, relator do acórdão no STF, “é evidente que se trata de nulidade
absoluta, mas também é evidente que não houve alegação no tempo devido. O que essa
prática suscita é a possibilidade de se guardarem nulidades para serem arguidas, o que
resulta em um não respeito à lealdade processual”.
Percebe-se, pela leitura dos acórdãos do STJ e do STF, que a “nulidade de algibeira” ou
“nulidade de bolso” condensa numa só expressão a regra de que não há nulidade
processual sem prejuízo (pas de nullité sans grief – arts. 248 e 249, §1o., CPC/1973). O
não atendimento à forma processual não implica necessariamente uma sanção de
invalidade. É preciso comprovar o prejuízo de quem alega a nulidade. Daí o reforço à
ideia de que o processo é instrumento e não é um fim em si próprio (art. 244, CPC/1973).
No entanto, os precedentes citados do STJ e do STF adotam posição bastante diversa
daquela assumida pela teoria clássica das invalidades processuais, reproduzida com
relativo consenso pela processualística. O tema não mereceu, contudo, a atenção devida
pela doutrina.
Dentre diversas classificações, as nulidades podem ser absolutas ou relativas. As
nulidades absolutas podem ser alegadas a qualquer tempo e em qualquer grau de
jurisdição, independentemente de exceção processual, podendo, até, ser conhecidas de
ofício. As nulidades relativas, por sua vez, não podem ser conhecidas de ofício pelo
magistrado, devem ser veiculadas por exceção e, pois, devem ser suscitadas no primeiro
momento que as partes dispõem para tanto. Foi esta a classificação adotada pelo STF no
julgamento.
Seja como for, o STF afastou, no HC 105.041, verdadeiro dogma da ciência processual,
em nome de outros valores postos em confronto: deixou de declarar a nulidade de um ato
por vício gravíssimo, em regra suscitado a qualquer tempo, em nome da boa-fé
processual, que deve nortear a atuação das partes em juízo. Em síntese, aplicou o regime
das preclusões também para as nulidades absolutas. Ao que parece, o STF procedeu a um
verdadeiro juízo de ponderação, fazendo prevalecer, no processo, a boa-fé processual, em
confronto com o contraditório e com a ampla defesa. A decisão cresce em importância ao
se considerar tratar-se de vício em processo penal, em que os bens jurídicos tuteláveis
recebem tratamento especial, com maior recrudescimento do formalismo em nome da
segurança em confronto com a efetividade processual.
O entendimento do STF no HC n. 105.041 também já foi adotado pela 6a. Turma do STJ,
quando se entendeu que, apesar de a falta de intimação pessoal do defensor público ou
dativo é causa de nulidade absoluta por cerceamento de defesa, essa nulidade não deve
ser reconhecida quando arguida depois de decorridos mais de quatorze anos, pois já
preclusa a matéria (STJ, 6a. Turma, HC 225.727/SP, Rel. Min. Alderita Ramos de
Oliveira (Desembargadora Convocada do TJPE), julgado em 02/10/2012, DJe
11/10/2012).
Na decisão acima do STJ, fala-se em “preclusão” da arguição de “nulidade absoluta”, o
que, segundo uma teoria clássica, poderia ser considerada uma contradição em termos;
afinal, a alegação de vício insanável não preclui; pode se dar, inclusive, a qualquer tempo.
Entretanto, a força normativa do princípio da boa-fé objetiva obsta qualquer tipo de
alegação, em confronto, no caso concreto, com outros importantes princípios, como do
contraditório e da ampla defesa.
Conclusivamente e com fundamento nos precedentes citados, pode-se afirmar que o vício,
ainda que grave, não acarreta sempre e necessariamente a decretação da invalidade do ato
jurídico processual, podendo a sanção de invalidade ser afastada quando presente a
violação à boa-fé objetiva.
Observa-se que tanto o STJ quanto o STF chegaram à mesma conclusão, quanto à
influência que a boa-fé objetiva processual exerce no sistema de nulidades, não
permitindo que a alegação desta fique guardada para momento posterior quando pode ser
realizada antes, não importando, nos casos julgados, a gravidade do vício (nulidade
absoluta e nulidade relativa).
Deve-se ressalvar que o regime geral das nulidades processuais não se altera
completamente: na verdade, sofre o influxo da nova teoria da interpretação no que toca à
ponderação de princípios postos em confronto. É preciso, porém, acompanhar a evolução
dessa jurisprudência e sua aplicação a todo tipo de processo, seja penal, civil, trabalhista,
eleitoral etc.
A 3ª turma do STJ rejeitou uma arguição de nulidade, pois entendeu que a estratégia
utilizada pela parte configurava, na realidade, uma manobra - a chamada “nulidade de
algibeira”. De acordo com o colegiado, a “nulidade de algibeira” ocorre quando a parte
permanece em silêncio no momento oportuno para se manifestar, deixando para suscitar
a nulidade em ocasião posterior. A expressão foi cunhada pelo falecido ministro
Humberto Gomes de Barros.
A questão foi levantada em virtude de suposta omissão do TJ/RJ em ação de substituição
de penhora de imóveis por arresto de créditos. O tribunal fluminense teria se omitido em
conceder ao agravado oportunidade para apresentar contraminuta ao agravo de
instrumento interposto pela parte contrária. De acordo com o relator, ministro Paulo de
Tarso Sanseverino, no rito dos recursos repetitivos já foi definido que a intimação para
apresentação de contrarrazões ao agravo de instrumento é condição de validade da
decisão que causa prejuízo à parte agravada.
Entretanto, para o ministro, apesar da importância do contraditório no procedimento
recursal, a ausência de intimação para contrarrazões é nulidade sanável, pois o
contraditório é renovado continuamente no curso do processo, abrindo oportunidade às
partes para se manifestarem.
Nesse caso, Sanseverino ressaltou que não foi concedida à parte agravada a oportunidade
para se manifestar em contraminuta ao agravo de instrumento, “mas após o julgamento
monocrático do agravo, ambas as partes foram intimadas da decisão, renovando-se o
contraditório, oportunidade em que a parte agravada teve ciência inequívoca da
interposição do agravo e da inexistência de intimação para contraminuta”. Conforme
explicou o relator, com a intimação da decisão monocrática, o vício foi sanado, “não
sendo cabível a alegação em momento posterior”.
Sanseverino ponderou que, se o entendimento doutrinário considera que a ausência de
citação na fase de conhecimento fica sanada pela posterior citação na execução, se o réu
não alegar o vício, então, “a ausência de mera intimação também fica sanada com a
intimação realizada em momento posterior”. De acordo com os autos, a parte permaneceu
em silêncio quando intimada da decisão monocrática, vindo a suscitar a nulidade somente
nos embargos de declaração opostos ao acórdão do agravo regimental. Para o relator,
“essa estratégia de permanecer silente, reservando a nulidade para ser alegada em um
momento posterior, já foi rechaçada por esta turma, tendo recebido a denominação de
‘nulidade de algibeira’”.
De acordo com Sanseverino, a posição do tribunal fluminense - que acolheu os embargos
para desconstituir o acórdão do agravo regimental e conceder prazo para a parte agravada
apresentar contraminuta - foi equivocada, pois houve o rejulgamento do agravo
regimental “sob pretexto de sanar uma nulidade já sanada”. O ministro citou que a
jurisprudência do STJ é pacífica ao entender que não há necessidade de intimação da
parte agravada para contrarrazões ao regimental. Por isso, a turma reformou o acórdão
dos primeiros embargos de declaração, rejeitou a arguição de nulidade e determinou a
devolução dos autos ao TJ/RJ para julgamento das demais teses suscitadas.
Processo relacionado: REsp 1372802
- Em questão onde ocorrer no contexto fático diferente quanto a tipo penal, deverá
responder pelos dois. Exemplo: Tício anda armado desde dezembro, mas ao encontrar em
fevereiro seu desafeto Mévio, ele dispara. Responderá por porte ilegal de arma (permitida
ou restrita a depender do armamento), e também por homicídio. Caso haja a excludente
de ilicitude por legitima defesa, responderá por porte de arma somente.
- A Teoria da Cegueira Deliberada é uma doutrina criada pela Suprema Corte dos Estados
Unidos e também é conhecida no meio jurídico com muitos nomes, tais como “Willful
Blindness Doctrine” (Doutrina da cegueira intencional), “Ostrich Instructions”
(instruções de avestruz), “Conscious Avoidance Doctrine” (doutrina do ato de ignorância
consciente), “Teoria das Instruções da Avestruz”, entre outros. Essa doutrina foi criada
para as situações em que um agente finge não enxergar a ilicitude da procedência de bens,
direitos e valores com o intuito de auferir vantagens. Dessa forma, o agente comporta-se
como uma avestruz, que enterra sua cabeça na terra para não tomar conhecimento da
natureza ou extensão do seu ilícito praticado. Sendo assim, para a aplicação da Teoria da
Cegueira Deliberada, é necessário que o agente tenha conhecimento da elevada
possibilidade de que os bens, direitos ou valores sejam provenientes de crimes e que o
agente tenha agido de modo indiferente a esse conhecimento. Em síntese, pode-se afirmar
que a Teoria da Cegueira Deliberada busca punir o agente que se coloca,
intencionalmente, em estado de desconhecimento ou ignorância, para não conhecer
detalhadamente as circunstâncias fáticas de uma situação suspeita.
ABRAMOWITZ & BOHRER apontam que a doutrina da conscious avoidance, também
conhecida como willful blindness ou ignorância deliberada (deliberate ignorance) permite
que haja uma condenação criminal nos casos em que o Estado falha na produção de provas
acerca do real conhecimento do réu sobre uma situação fática suspeita. Tal doutrina
afirma que apesar do acusado não ter conhecimento dos fatos, essa falta de conhecimento
deve-se a prática de atos afirmativos de sua parte para evitar a descoberta de uma situação
suspeita. Em outras palavras, a doutrina da cegueira deliberada permite que se presuma o
conhecimento do acusado nos casos em que não há prova concreta do seu real
envolvimento com a situação suspeita. Dessa forma, o réu pode ser condenado, apesar de
não ter o real conhecimento da atividade criminosa. Por fim, os autores alertam que “a
doutrina da conscious avoidance cria o risco de que o júri condene o réu simplesmente
porque acredita que o acusado não tenha se esforçado suficientemente para saber a
verdade sobre os fatos”.
No que tange à aplicação da Teoria da Cegueira Deliberada, NASCIMENTO (2010)
sustenta que:
Para a teoria da cegueira deliberada o dolo aceito é o eventual. Como o agente procura
evitar o conhecimento da origem ilícita dos valores que estão envolvidos na transação
comercial, estaria ele incorrendo no dolo eventual, onde prevê o resultado lesivo de sua
conduta, mas não se importa com este resultado. Não existe a possibilidade de se aplicar
a teoria da cegueira deliberada nos delitos ditos culposos, pois a teoria tem como escopo
o dolo eventual, onde o agente finge não enxergar a origem ilícita dos bens, direitos e
valores com a intenção de levar vantagem. Tanto o é que, para ser supostamente aplicada
a referida teoria aos delitos de lavagem de dinheiro “exige-se a prova de que o agente
tenha conhecimento da elevada probabilidade de que os valores eram objeto de crime e
que isso lhe seja indiferente”
Passa-se agora a análise dos principais julgamentos existentes no Brasil sobre a aplicação
da Teoria das Instruções da Avestruz.
No que tange à utilização da Teoria da Cegueira Deliberada nos crimes eleitorais, é
importante citar alguns julgados do TRE/RO, que aplicam a teoria da cegueira deliberada:
“Corrupção eleitoral. Eleições 2004. Materialidade e
autoria comprovadas. Prova testemunhal abundante.
Dolo configurado. Teoria da cegueira deliberada.
Crime formal. Condenação mantida. Recurso
desprovido. I - Corrupção eleitoral comprovada:
entrega a eleitor de senha, tipo vale-brinde (telefone
celular), para obtenção de voto. II - Materialidade
constituída pela apreensão da senha, de par à prova
oral. III - Autoria apoiada na confissão extrajudicial
da acusada e nos depoimentos colhidos em juízo, sob
o crivo do contraditório. IV - Retração parcial em
juízo, em si, é inservível a espargir qualquer efeito,
exatamente por contrastar uma declaração
precedente. Não basta alegar. Faz-se mister
comprovar. Eficácia da confissão policial, em sua
integralidade, dêsque não demonstrado, no crivo do
contraditório, o seu caráter ilegítimo. V - Ausência de
resquícios de propalada "armação" contra a acusada,
supostamente urdida pela oposição a então
candidato.VI - "Dolus directus" presente.
Imputação viável, no mínimo, a título "dolus
eventualis" (CP, art. 18, I, 2ª parte): mesmo
seriamente considerando a possibilidade de
realização do tipo legal, o agente não se deteve,
conformando-se ao resultado. Teoria da "cegueira
deliberada" ("willful blindness" ou "conscious
avoidance doctrine"). VII - A corrupção eleitoral,
em qualquer de suas modalidades, inclui-se no rol dos
crimes formais. Para configurá-la, "basta o dano
potencial ou o perigo de dano ao interesse jurídico
protegido, cuja segurança fica, destarte, pelo menos,
ameaçada", segundo Nélson Hungria. VIII -
Condenação mantida. Recurso conhecido e
desprovido. (872351148 RO, Relator: ÉLCIO
ARRUDA, Data de Julgamento: 30/11/2010, Data de
Publicação: DJE/TRE-RO - Diário Eletrônico da
Justiça Eleitoral, Data 06/12/2010)
Corrupção Eleitoral. Eleições 2006. Fornecimento
contínuo de sopa, cestas-básicas e patrocínio de
cursos. Propósito de voto em candidato à reeleição a
Deputado Estadual. Período eleitoral. Filantropia.
Desvirtuamento. Oportunismo eleitoreiro.
Materialidade e autoria comprovadas. Fatos
conhecidos e provados reveladores do ilícito.
Articulação à prova oral. Inteligência do Código de
Processo Penal, art. 239. Dolo configurado. Teoria da
cegueira deliberada. Crime formal. Acolhimento da
pretensão punitiva estatal. Condenação. Continuidade
delitiva. Regime aberto. Penas substitutivas de
prestação de serviços à comunidade e prestação
pecuniária. Multa. I - Corrupção eleitoral
comprovada: distribuição contínua de sopa, cestas
básicas e patrocínio de cursos, durante o período
eleitoral, a troco de voto. II - Materialidade e autoria
extraídas do acervo probatório, documentos e
testemunhas. Corroboração por fatos conhecidos e
provados. Inteligência do art. 239 do Estatuto
Processual Penal, subsidiariamente aplicável. III -
"Dolus directus" presente. Imputação viável, no
mínimo, a título "dolus eventualis" (CP, art. 18, I, 2ª
parte): mesmo seriamente considerando a
possibilidade de realização do tipo legal, a agente
não se deteve, conformando-se ao resultado.
Teoria da "cegueira deliberada" ("willful
blindness" ou "conscious avoidance doctrine"). VI
- A corrupção eleitoral, em qualquer de suas
modalidades, inclui-se no rol dos crimes formais.
Para configurá-la, "basta o dano potencial ou o perigo
de dano ao interesse jurídico protegido, cuja
segurança fica, dessarte, pelo menos, ameaçada",
segundo Nélson Hungria. VII - A censura penal não
decorre da prática de filantropia, de atos de
benemerência, de beneficência. É consectário, sim, de
desvirtuamento, consistente em oportunismo
eleitoreiro: o propósito de obter voto à custa da
miséria alheia, sob o fornecimento de "sopão", cestas-
básicas, cursos e congêneres. VII - Pretensão punitiva
acolhida. Condenação da ré. Continuidade delitiva.
Regime aberto. Penas substitutivas de prestação de
serviços à comunidade e prestação pecuniária. Multa.
VIII - Recurso ministerial provido, à unanimidade.
(89 RO, Relator: ÉLCIO ARRUDA, Data de
Julgamento: 23/11/2010, Data de Publicação:
DJE/TRE-RO - Diário Eletrônico da Justiça Eleitoral,
Data 30/11/2010)
“Corrupção Eleitoral. Eleições 2004. Vereador.
Realização e Promessa de Cirurgias de
laqueadura, a troco de voto. Materialidade e autoria
comprovadas. Crime formal. Adequada dosimetria
penal. Recurso desprovido. I - O aumento mínimo
decorrente da continuidade delitiva e os antecedentes
turbulentos do agente obstam a concessão de sursis
processual. II - A realização e a promessa de
realização de cirurgias de laqueadura, a troco de
voto, configura o crime de corrupção eleitoral. III
- Acervo probatório suficientemente seguro ao
evidenciar a conduta típica, implementada
diretamente pelo réu (médico) e por interpostas
pessoas ("formiguinhas"), em curso a campanha
eleitoral.IV - "Dolus directus" presente. Imputação
viável, no mínimo, a título "dolus eventualis" (CP, art.
18, I, 2ª parte): mesmo seriamente considerando a
possibilidade de realização do tipo legal, o agente não
se deteve, conformando-se ao resultado. Teoria da
"cegueira deliberada" ("willful blindness" ou
"conscious avoidance doctrine").CP18, IV - A
corrupção eleitoral, em qualquer de suas
modalidades, inclui-se no rol dos crimes formais.
Para configurá-la, "basta o dano potencial ou o perigo
de dano ao interesse jurídico protegido, cuja
segurança fica, dessarte, pelo menos, ameaçada" ,
segundo Nélson Hungria. VI - Se o juízo monocrático
bem operou a dosimetria da pena, nenhum reparo há
de se fazer. VII - Recurso desprovido.(88 RO ,
Relator: ÉLCIO ARRUDA, Data de Julgamento:
17/04/2008, Data de Publicação: DJ - Diário de
justiça, Volume 76, Data 25/4/2007, Página 30)
Embargos Infringentes. Corrupção eleitoral. Eleições
2004. Oferecimento de alimentação, doação de bonés,
camisetas e canetas, a troco de voto em candidatos a
Prefeito e Vereador. Materialidade e autoria
comprovadas. Confissão. Delação. Prova direta
conjugada à indireta. Manobras sub-reptícias e "mise-
en-scène”: "reunião”. Princípio do livre
convencimento motivado. Dolo configurado. Teoria
da cegueira deliberada. Crime formal. Embargos
desprovidos. I - Corrupção eleitoral comprovada:
fornecimento de alimentação, camisetas, bonés e
canetas, para obtenção de voto. II - Materialidade
extraída de "convite”, de certidão lavrada por
meirinho e da prova oral (confissão e testemunhas).
III - Autoria: confissão e delação emanada duma das
acusadas. Circunstâncias e prova testemunhal
corroborantes. IV - Delira do razoável exigir, sempre
e sempre, prova direta - testemunhos, registro
audiovisual, e.g. - acerca do cometimento de
corrupção eleitoral (CE, art. 299). Neste terreno, os
agentes, por si ou interpostas pessoas, atuam de modo
sub-reptício, dissimuladamente, sem deixar vestígios
cabais. E, mais ainda, de ordinário, embaralha-se a
prática vedada a outras atividades de campanha
isoladamente permitidas. Do "mise-en-scène" , da
encenação, o julgador há de extrair as nuanças
permissivas ao descortino do verdadeiro escopo do
agente. V - "Dolus directus" presente. Imputação
viável, no mínimo, a título "dolus eventualis" (CP,
art. 18, I, 2ª parte): mesmo seriamente
considerando a possibilidade de realização do tipo
legal, os agentes não se detiveram, conformando-
se ao resultado. Teoria da "cegueira deliberada"
("willful blindness" ou "conscious avoidance
doctrine"). CP18, I, VI - A corrupção eleitoral, em
qualquer de suas modalidades, inclui-se no rol dos
crimes formais. Para configurá-la, "basta o dano
potencial ou o perigo de dano ao interesse jurídico
protegido, cuja segurança fica, dessarte, pelo
menos, ameaçada", segundo Nélson Hungria. (65
RO, Relator: ÉLCIO ARRUDA, Data de Julgamento:
13/12/2007, Data de Publicação: DJ - Diário de
justiça, Volume 003, Data 7/1/2008, Página 37)
No que se refere à aplicação da Teoria da Cegueira
Deliberada nos casos que envolvem o crime de
lavagem de dinheiro, cumpre destacar o julgamento
do famoso furto do Banco Central ocorrido em
Fortaleza/CE. Na Apelação Criminal 5.520-CE, o
Tribunal Regional Federal da 5ª Região firmou o
seguinte posicionamento:
PENAL E PROCESSUAL PENAL. FURTO
QUALIFICADO À CAIXA-FORTE DO BANCO
CENTRAL EM FORTALEZA. IMPUTAÇÃO DE
CRIMES CONEXOS DE FORMAÇÃO DE
QUADRILHA, FALSA IDENTIDADE, USO DE
DOCUMENTO FALSO, LAVAGEM DE
DINHEIRO E DE POSSE DE ARMA DE USO
PROIBIDO OU RESTRITO (...) - No caso dos autos,
o grupo que executou os fatos configura uma
verdadeira organização criminosa, tendo
empreendido esforços, recursos financeiros de monta,
inteligências, habilidades e organização de qualidade
superior, em uma empreitada criminosa altamente
ousada e arriscada. O grupo dispunha de uma bem
definida hierarquização com nítida separação de
funções, apurado senso de organização, sofisticação
nos procedimentos operacionais e nos instrumentos
utilizados, acesso a fontes privilegiadas de
informações com ligações atuais ou pretéritas ao
aparelho do Estado (pelo menos a empregados ou ex-
empregados terceirizados) e um bem definido
esquema para posterior branqueamento dos
capitais obtidos com a empreitada criminosa
antecedente. Reunião de todas as qualificações
necessárias à configuração de uma organização
criminosa, ainda que incipiente. 2.4 - Imputação do
crime de lavagem em face da venda, por loja
estabelecida em Fortaleza, de 11 veículos,
mediante o pagamento em espécie: a transposição
da doutrina americana da cegueira deliberada
(willful blindness), nos moldes da sentença
recorrida, beira, efetivamente, a responsabilidade
penal objetiva; não há elementos concretos na
sentença recorrida que demonstrem que esses
acusados tinham ciência de que os valores por ele
recebidos eram de origem ilícita, vinculada ou não
a um dos delitos descritos na Lei n.º 9.613/98. O
inciso II do PARÁGRAFO 2.º do art. 1.º dessa lei
exige a ciência expressa e não, apenas, o dolo
eventual. Ausência de indicação ou sequer
referência a qualquer atividade enquadrável no
inciso II do PARAGRAFO 2º. - Não há elementos
suficientes, em face do tipo de negociação
usualmente realizada com veículos usados, a
indicar que houvesse dolo eventual quanto à
conduta do art. 1.º, PARÁGRAFO 1º, inciso II, da
mesma lei; na verdade, talvez, pudesse ser
atribuída aos empresários a falta de maior
diligência na negociação (culpa grave), mas não,
dolo, pois usualmente os negócios nessa área são
realizados de modo informal e com base em
confiança construída nos contatos entre as partes.
É oportuno, também, mencionar a decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos sobre a
Conscious Avoidance Doctrine. Trata-se do caso “In re Aimster Copyright Litigation”.
No caso em análise, a Corte Suprema firmou o entendimento de que, na hipótese de
violação de direitos autorais, o acusado não poderia alegar em sua defesa que não tinha
conhecimento ou condições de saber que os arquivos que tinha disponibilizado
apresentavam violação de direitos autorais. Dessa maneira, a Suprema Corte afastou a
alegação de ignorância do acusado em relação aos fatos, por entender que o acusado, de
forma deliberada, manteve uma indiferença e um desconhecimento intencional da
situação ocorrida e por isso responderia por contributory infringement (conduta de
contribuir com a violação de direitos autorais).
Por todo o exposto, sem ter a menor pretensão de esgotar o presente tema, observa-se que
a Suprema Corte dos Estados Unidos, ao aplicar a doutrina da willful blindness no caso
“In re Aimster Copyright Litigation”, firmou o entendimento de que os acusados não
podem escapar dos crimes estabelecidos em lei (exemplos: lavagem de dinheiro, tráfico
de drogas, violação de direitos autorais) quando deliberadamente criam um escudo de
proteção, ou seja, quando as circunstâncias do caso mostram claras evidências de que o
acusado poderia ter conhecimento da situação suspeita, mas, mesmo assim, ele age
deliberadamente para se manter em estado de desconhecimento.
Por fim, entende-se que, no Brasil, a aplicação da teoria da cegueira deliberada é ainda
incipiente, não havendo manifestações conclusivas do STF e do STJ sobre o assunto.
Todavia, entende-se que a aplicação da teoria da cegueira deliberada no Brasil encontrará
sérias dificuldades, tendo em vista que essa nova teoria sugere uma espécie de
responsabilidade penal objetiva, cuja aplicação é excepcionalmente aceita no
ordenamento jurídico pátrio e sistematicamente afastada pelos Tribunais. Ademais,
critica-se a nova teoria da cegueira deliberada, que pune a negligência do agente a título
de dolo eventual.
- Conceito analítico de crime (finalista):
Bipartido: Fato típico + antijurídico
Tripartido: fato típico + antijurídico + culpável
- Art. 18, CP.
Crime doloso (direto ou eventual).
Art. 18, II, CP:
Crime culposo
- Culpabilidade vazia se verifica na concepção finalista, tendo em vista que dolo e culpa
se deslocaram da culpabilidade e foram para o fato típico.
- A lavagem de dinheiro surge nos EUA com a utilização do termo “lavagem” tendo em
vista que ao receber dinheiro de origem ilícita, o agente adquiriu várias lavanderias para
dar uma roupagem licita.
- A lei 9.613 (lavagem de dinheiro), em seu artigo 1º sofreu alteração para incluir o termo
“infração penal”, para ampliar o leque de tipificação e não somente o crime.
No inciso um, deixa claro que nele o dolo (eventual), tem que ser direto. Abrindo mão
assim da teoria da cegueira deliberada.
- Parte da doutrina critica a teoria tendo em vista que ela defende o dolo eventual (de
forma objetiva), e eles entendem que isso não seria possível sua aplicação.
- O art. 180, § 1º, CP (receptação qualificada), é uma das tipificações penais que a doutrina
aceita que a teoria da cegueira deliberada pode ser aplicada.
- Politica criminal (conceito de Zaffaroni), em seu sentido lato, pode ser entendida como
a ciência ou a arte de governar. Por seu turno, política criminal compreende a política
relacionada ao fenômeno criminal, sendo considerada a arte ou a ciência de governo, com
respeito ao fenômeno criminal.
- A politica criminal é elaborada no legislativo.
- Direito penal máximo é o baseado em populismo penal, que é feito para criminalizar
toda e qualquer situação, ou seja, afastada da politica criminal, sem estudo, sem base
necessária.
- Essa demanda de atender a vontade popular quanto à politica criminal acaba criando o
direito penal simbólico, que tudo criminaliza, mas na prática não surte efeito pretendido.
Dessa forma surge a síndrome de Alice, em que o Estado acredita que vai resolver todos
os conflitos com o direito penal.
- Década de 90, nos EUA, nasce a Lei e Ordem (direito penal máximo) para resolver os
problemas sociais da época.
- Em contraponto ao direito penal máximo, NASCE O DIREITO PENAL MÍNIMO. O
Direito penal mínimo é uma homenagem a fragmentariedade do direito penal, em que
defende um estado que intervenha de forma apenas necessária e não tipificando todas as
condutas como crime.
- Um bom exemplo é a lei 9.099/95, que homenageia outras possibilidades (como
transação penal), em detrimento a aplicação de restrição de liberdade.
- Existe teoria que defende que deveria ocorrer a exclusão do direito penal, tendo em vista
que segundo o criador desta tese o direito penal não é o suficiente para resolver os
problemas sociais. Ferrajoli, embora defenda o direito penal mínimo, entende que ainda
sim não deveria acabar o direito penal.
- A teoria ABOLICIONISTA PENAL nasceu com um jurista HOLANDES e não é aceita
no Brasil.
- Essa teoria que defende o abolicionismo penal é chamada também de POLITICA
CRIMINAL VERDE.
DICAS RÁPIDAS
123 – Lei penal em branco INVERTIDA é aquela em que o preceito secundário nos
remete à outra lei.
125 – MP 703/2015 revogou o artigo 17, § 1 da lei 8.429/92, sendo possível celebrar
ACORDO DE LENIÊNCIA nas hipóteses de improbidade administrativa.
128 – O genocídio é o ÚNICO crime hediondo que não está previsto no CP.
132- Desde a expedição do diploma os membros do CN não poderão ser presos, salvo
em flagrante de crime inafiançável. Neste caso, os autos serão remetidos dentro de
24 horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros resolva
sobre a prisão.
147 – Em sede de ADI e ADC NÃO se admite DESISTÊNCIA, não cabe AÇÃO
RESCISÓRIA e nem INTERVENÇÃO DE TERCEIROS.
148 – Na visão dos tribunais superiores (STJ e STF), o crime de violação de direito
autoral não está sujeito à incidência do principio da adequação social, tendo em vista
os sérios prejuízos causados à indústria fonográfica, aos comerciantes e ao FISCO.
Nesse sentido, a súmula 502 do STJ reza que: “presentes a materialidade e a autoria,
afigura-se típica em relação ao crime previsto no art. 184, § 2º, CP, a conduta de
expor à venda CDs e DVDs piratas”.
153 – Não é vedado propor emenda constitucional que verse sobre cláusula pétrea.
O que não deve é a proposta ter tendência ABOLICIONISTA.
159 – A lei maria da penha não impede que sejam reconhecidas as ESCUSAS
ABSOLUTÓRIAS do artigo 181, CP.
160 – A participação de membro do MP na fase investigatória criminal não acarreta
o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia. Súmula STJ, 234.
165 – CONTRAVENÇÃO tentada pode existir no mundo dos fatos, mas não é
punível no mundo jurídico.
166 – O PGR pode ser destituído do cargo antes de findos os dois anos, mediante
requerimento do PRESIDENTE DA REPÚBLICA e aprovação da maioria absoluta
do senado.
170 – Em processo que apure a suposta prática de crime sexual contra adolescente
ABSOLUTAMENTE INCAPAZ, é ADMISSÍVEL a utilização de prova extraída de
gravação telefônica efetivada a pedido da genitora da vítima, em seu terminal
telefônico, mesmo que solicitado auxilio técnico de detetive particular para a
captação das conversas.
Julgado STJ, 6ª Turma, REsp 1.026.605/ES, 13/05/2014, Informativo 543
175 – O fato de haver menor participando de uma associação para fins de trafico
pode ser usado para formação de número mínimo e também para aumentar a pena.
- Essa teoria, muito utilizada nos Estados Unidos ("the ticking time bomb scenario").
- A presente teoria tem o escopo de relativizar a proibição da tortura (que, na nossa
Constituição, está no artigo 5o, III). Segundo a teoria, se bombas relógio são instaladas
em determinados locais, não havendo outros meios de se localizar as bombas ou desarmá-
las, a tortura do terrorista responsável é justificável.
- Essa teoria apareceu pela primeira vez no romance de Jean Larteguy, "Les Centurions",
de 1960, escrito durante a brutal ocupação francesa da Argélia. O herói do livro descobre
um plano iminente para explodir bombas em toda a Argélia e deve correr contra o relógio
para impedir.
- O Ministro da Suprema Corte Antonin Scalia disse em uma recente entrevista que "o
uso de técnicas de interrogatório duras agora amplamente condenadas como tortura pode
não ser inconstitucional”. Segundo a teoria do "cenário da bomba relógio", seria difícil
excluir o uso da tortura para obter informações de suspeitos de terrorismo, se milhões de
vidas estão em jogo.
- A CIA utiliza-se, por exemplo, do “suplicio da água”.
- As utilizações destes mecanismos sofrem fortes criticas por ser repugnante para a
maioria dos doutrinadores. O Estado criaria batalhões de torturadores para alcançar tais
fins. Ainda se questiona se esse mecanismo deixaria de ser regra (para descobrir atos de
terrorismo), para ser utilizado em outras situações que a diversa da inicial.
- A teoria da bomba relógio estaria ramificada na mesma do direito penal do inimigo.
- A aplicação da tortura com base nesses argumentos não é abarcada pela doutrina em
exclusão de ilicitude ou de culpabilidade.
- No direito pátrio, a Lei 13.260 trata de atos de terrorismo, MAS no Brasil essa teoria
não é aceita, nem aplicável (porque diversos dispositivos impedem, CR e tratados /
convenções internacionais, por exemplo).
- Conforme artigo 16 da Lei 13.260, em casos de investigação, processo e julgamento dos
crimes previstos nesta Lei, aplica-se a Lei nº 12.850, de 2 agosto de 2013.
O QUE É ADVERTENCIA / AVISO DE MIRANDA NO PROCESSO PENAL
- Nos Estados Unidos, o réu tem seus direitos constitucionais e civis zelosamente
observados, pois sua violação pela polícia ou pelo Promotor de Justiça pode viciar as
etapas posteriores do processo. Por exemplo, desde Miranda vs. Arizona, em 1966, o júri
é obrigado a desconsiderar as declarações feitas pelo acusado antes de explicitamente
advertido de seu direito de recusar-se a falar à polícia.
- Contudo, nem sempre foi assim, como sabemos, em toda parte do mundo. A frase de
que o réu tem o direito à assistência e o conselho a sua defesa, é extraído da Sexta Emenda
americana. É comum hoje em dia que se tome por certo que uma pessoa acusada sempre
teve a assistência de advogados para a defesa. Afinal, a polícia adverte da necessidade do
silêncio a todos eles, e depois prendem e interrogam.
- O certo é que toda pessoa acusada de um crime tem o direito a um advogado se ela puder
pagar um. Mas só recentemente é que aqueles que não podiam pagar um advogado,
realmente receberam a assistência de advogado.
- Levou mais de 30 anos, começando em 1932, e três casos de apelação na Suprema Corte
americana, antes que as pessoas pobres, que não podiam pagar um advogado, pudessem
ter um advogado nomeado pelo tribunal. Estas decisões da Suprema Corte americana
foram no sentido que a Sexta Emenda tivesse efeito vinculativo sobre os Estados.
- Podemos citar o exemplo de um caso em que houve completo desprezo pelo princípio
em alusão. Em 25 de março de 1931, nove jovens Afro-americanos, sete jovens homens
brancos, e duas jovens mulheres brancas estavam viajando através Alabama, quando
começou uma briga. Os homens brancos foram atirados para fora do trem. Eles
imediatamente notificaram o xerife, e, além de seus ataques, afirmaram que as duas
meninas brancas foram estupradas. O trem foi parado por ordem de um xerife na pequena
cidade de Paint Rock, Alabama, e os jovens Afro-americanos foram presos. Quando a
violência da multidão parecia iminente, eles foram transferidos para Scottsboro,
Alabama. Ali, nove iletrados, analfabetos, pobres homens foram julgados pelo crime de
estupro, sem qualquer assistência da defesa. No primeiro dia do julgamento, o juiz
nomeou um advogado local para funcionar na defesa dos noves homens acusados de
estupro. Os nove foram julgados em grupos de três, e o Tribunal levou três dias para julgar
e condenar todos os nove, mesmo com o testemunho médico que contradizia a afirmação
das meninas do crime de estupro, bem como o fato de uma das supostas vítimas admitir
ter inventado a história de estupro e afirmar que nenhum dos Scottsboro Boys teria tocado
em nenhuma das mulheres brancas. Todos os nove rapazes, conhecido como Scottsboro
Boys, foram condenados à morte, por um Júri composto de brancos.
- Nos Estados Unidos apesar de incorporado à sua Constituição na 5ª emenda, o direito
ao silêncio veio a ter efetividade na decisão da Suprema Corte em 1964 com o caso Malloy
v. Logan (378 U. S.1 (1964). Que deu garantia do devido processo legal, incorporado na
14ª emenda. Em 1965 no julgamento Griffin v. California – [380. U. S.609 (1965)]. A
Suprema Corte Americana proibiu o acusador de realizar qualquer comentário ou alusão
sobre o silêncio do acusado durante o julgamento, resultando inconstitucional qualquer
tipo de penalidade imposta ao réu no exercício desse direito.
- A Suprema Corte Americana em um caso histórico denominado Miranda V Arizona
(384 U. S. 436), por cinco votos a quatro decidiu que “antes de qualquer questionamento,
uma pessoa deve ser informada que ela tem o direito de permanecer calada, e que qualquer
depoimento que fizer poderá ser usado como prova contra si mesma”.
- Neste caso a Suprema Corte decidiu que a polícia ao fazer um interrogatório, deve
notificar o acusado do direito ao silêncio, determinando a soltura do acusado. Ernesto
Miranda, acusado de rapto e estupro, fixou as chamadas Miranda Rules ou regras de
instrução. O caso Miranda, contudo, como assinala Dias Neto, foi perdendo a sua força
como orientação jurisprudencial, tendo em vista que posteriormente a Suprema Corte
Americana no julgamento Beckwith v. United States [425 U. S.341 (1976)], declarou que
o direito ao silêncio não se aplica aos interrogatórios em domicilio do acusado, feitos de
forma informal, em New York v Quarles, [467 U. S. 649 (1984)], declarou a
desnecessidade da detenção formal do inquirido, para efeito do direito ao silêncio e em
Oregon v. Mathiason, [492 U. S. 492 (1977)], decidiu que não existe a custódia quando
a pessoa comparece voluntariamente a uma delegacia.
- Estas decisões já tiveram como base o movimento lei e ordem que existe naquele país.
Talvez surpreendentemente, o impacto das chamadas “regras Miranda” sobre a polícia,
de suspeitos, em face das confissões e convicção tem sido insignificante. Isto pode ser
devido a muitas estratégias que os interrogadores policiais usam para evitar, contornar,
anular, e algumas vezes até mesmo violar as “regras Miranda” e sua invocação na sua
busca de evidências de confissão. Por exemplo, às vezes, a polícia nos interrogatórios
evita ter de dar advertências com base nas regras de Miranda, reformulando o
interrogatório como uma entrevista de custódia.
- A polícia faz isso redefinindo as circunstâncias de questionamento, em que o suspeito
não está preso, por exemplo, declarando ao acusado, que ele não está preso ou que ele é
livre para ir e vir, uma vez que as “Miranda Rules”, apenas é legalmente exigida quando
um suspeito está preso sob custódia. Outras vezes, detetives da polícia podem ler três a
quatro vezes as advertências do direito ao silêncio, mas não perguntam ao suspeito se ele
entende este direito ou deseja renunciar a este mesmo direito, lançando diretamente em
interrogatório, como se o consentimento do acusado fosse implícito. Os tribunais têm
mantido essa prática, alegando que os suspeitos “implicitamente” renunciaram aos seus
direitos (Vorth Carolina v. Butler 1979).
- Às vezes, os detetives podem obter a isenção explícita através da minimização.
Minimizando a advertência, ou a ênfase do significado das advertências Miranda,
ocultando assim o relacionamento contraditório entre os interrogadores e os acusados.
Uma vez que o suspeito tenha renunciado a seu direito ao silêncio, o tom, o conteúdo, e
o caráter do processo de interrogatório podem mudar drasticamente. É típico neste ponto
que o processo de interrogatório torna-se acusatório, ante o fato do detetive mudar a forma
de fazer as perguntas, bem como o suspeito para dizer-lhe as respostas. O estilo de
interrogatório dos detetives pode variar de amigável a agressivo. A polícia conta duas
estratégias básicas de interrogatório: 1) criam a ilusão de que a polícia tem o objetivo de
“ajudar” o suspeito; 2) a tentativa de transformar a percepção dos suspeitos aumenta de
tal forma, que os acusados podem confessar como meio de escapar de uma situação
desesperada. Embora existam centenas de técnicas de interrogatório específicas, o
interrogatório policial pode ser reduzido para algumas táticas básicas e previsíveis, com
sequências repetitivas.
- As regras de Miranda, podem ser enquadradas no Brasil como principio da não
incriminação (ou princípio da imunidade da autoacusação); direito ao silêncio previsto na
CF/88.
Art. 5º, LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer
calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado.
- O CPP diz que:
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas,
assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.
- O STJ entende que conversa informal, sem o aviso do direito ao silêncio, se confessado
algo, é prova ILICITA.
Julgado STJ, 6ª Turma, HC 244977 SC
MULHER PODE SER PRESA EM FLAGRANTE COM BASE EM LESÃO A
COMPANHEIRO NO AMBIENTO FAMILIAR?
- Crimes de violência em âmbito familiar / doméstico, não cabe aplicação da lei 9.099/95.
Não cabe TCO.
- Súmula 542 do STJ, lesão corporal é pública incondicionada na condição de violência
em âmbito familiar, vejamos seu teor:
Súmula 542
A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica contra
a mulher é pública incondicionada.
- No caso do homem que é agredido por mulher em ambiente familiar / doméstico, aplica-
se o artigo 129, § 9º, CP. O delegado só pode prender a mulher em flagrante se o homem
agredido representar, tendo em vista que volta a aplicar a lei 9.099/95.
- Não pode lavrar TCO no caso de violência em âmbito familiar em que o homem seja o
agredido, tendo em vista a pena prevista no artigo 129, §9, CP, podendo prender em
flagrante se assim o agredido representar e por não ser crime acima de 4 anos, o delegado
arbitrará fiança.
- Pode no âmbito judicial, ser aplicada a SUSPENSÃO CONDICIONAL DO
PROCESSO, tendo em vista que a pena mínima é menor de 1 (hum) ano.
Art. 89. Lei 9.099/95 - Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior
a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia,
poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado
não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os
demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código
Penal).
Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a
infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de
execução.
PERGUNTA-SE: Essa prisão de CAIO é prova lícita ou ilícita? É ilícita por derivação
causal.
O detalhe do caso concreto julgado nos EUA é que, algumas semanas depois, de forma
TOTALMENTE INDEPENDENTE, CAIO comparece perante a autoridade e resolve
confessar a prática do delito, na presença de seu advogado. A Suprema Corte Americana
entendeu que, embora num primeiro momento, a prisão de Caio ter sido ilícita. A
posteriori, porém, a partir do momento em que ele, de forma totalmente independente e
autônoma, confessa, é como se tivéssemos uma prova que não foi contaminada pelo vício
da ilicitude originária. Então, essa circunstância superveniente na cadeia probatória faz
essa prova absolutamente lícita.
- Essa teoria já foi adotada pelo STJ e pelo Supremo? Resposta negativa. Não há julgados
adotando essa teoria. Não obstante a ausência de julgados, a doutrina tem defendido que
essa teoria ou limitação foi colocada no art. 157, § 1º do CPP:
Art. 155,§ 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas (PROVA
ILÍCITA POR DERIVAÇÃO), salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre
umas e outras (TEORIA DO NEXO CAUSAL EVIDENCIADO OU DA MANCHA
PURGADA), ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente
das primeiras.
- Destarte, de acordo com essa exceção, quando Caio confessa é como se não houvesse
nenhum nexo causal entre a confissão dele e a prova ilícita originária.
Assim, em resumo, a teoria da exceção da mancha ou nódoa removida (a “purged taint
exception”), surgiu no direito norte-americano, relaciona-se com a possibilidade de uma
ilicitude de prova inicial ser removida por ato independente provocado por terceiro ou
pelo acusado. Em outras palavras, não se aplica a teoria da prova ilícita por
derivação se a relação entre a ilegalidade entre a prova primária e secundária for
atenuada em virtude do decurso do tempo, de circunstâncias supervenientes na
cadeia probatória ou da vontade de um dos envolvidos em colaborar com a
persecução criminal.
DICAS RÁPIDAS
180 – A lei 13.260/13 definiu o que vem a ser uma organização terrorista, além do
que alterou a lei nº. 12.850/13, que versa sobre a organização criminosa, abrangendo
o seu conceito para também abarcar os grupos terroristas. Assim, a organização
terrorista nada mais é do que uma forma de organização criminosa.
181 – Pode o réu denunciado por delito na forma consumada, posteriormente ser
condenado na forma tentada?
R = O réu denunciado por crime na forma consumada pode ser condenado em sua forma
tentada, mesmo que não tenha havido aditamento à denúncia. Igualmente, vale ressaltar
que a tentativa não é uma figura autônoma, pois sua vontade contrária ao direito existente
na tentativa é igual ao direito consumado.
Como réu não se defende da capitulação da denúncia, mas do fato descrito na exordial
acusatória, não há nulidade por ofensa ao artigo 384, CPP, quando o magistrado limita-
se a dar definição jurídica diversa (crime tentado), da que constou na denúncia (crime
consumado), inclusive aplicado pena menos grave.
Julgado STJ, HC 297.551/MG, 05/03/2015
186 – Não é possível a pesquisa de DNA paterno nos glóbulos vermelhos adultos,
considerando que estes são anucleados.
187 – Pôquer é atividade licita desde que não envolva apostas. TRF 4 região.
189 – De acordo com o artigo 110 da LEP, o juiz deverá estabelecer a sentença o
regime inicial de cumprimento da pena, com observância do artigo 33 do CP, o qual
estabelece distinção quanto à pena de reclusão e de detenção.
190 – É vedada a edição de MP’s sobre matéria que vise a detenção ou sequestro de
bens de POUPANÇA POPULAR ou qualquer outro ativo financeiro.
202 – Quando se trata de crime continuado, a prescrição regula-se pela pena imposta
na sentença, não se computando o acréscimo decorrente da continuação. STF
súmula 497
204 – As lesões leves suportadas pela vitima serão absorvidas pelo crime de tortura.
210 – Normas constitucionais de eficácia plena são aquelas normas que receberam
do constituinte normatividade suficiente à sua incidência imediata, ou seja, não
necessitam de providencia normativa ulterior para sua aplicação.
211 – Crime de conexão ocasional: NÃO há, na realidade, conexão entre os crimes,
pois um não é cometido para assegurar a execução ou para garantir a ocultação de
outro. Há, tão somente, uma proximidade física entre várias infrações penais, que
não se relacionam entre si. Ex: o agente mata alguém e, em seguida, aproveita a
oportunidade para subtrair bens a este pertencentes.
227 – Conforme entendimento do STJ, é possível que o crime de falso seja absolvido
pela figura delitiva do descaminho quando servir como mero instrumento para a
consumação do crime de importação irregular de mercadorias, nele se esgotando
sua potencialidade lesiva.
231 -
JULGADOS DIVERSOS
STF: internação só deve ser aplicada quando presentes requisitos do artigo 122 do ECA.
O STF concedeu ordem de oficio para que o paciente fosse aplicado medida
socioeducativa diversa da internação. No caso o paciente não ostentava antecedentes
criminais e seu envolvimento com o delito de tráfico de maconha foi sem uso de violência
e de baixa periculosidade, sem fatos esses que aliados às circunstâncias concretas,
“envolveria a concessão da ordem”.
Julgado STF, HC 125016 / SP.
Segundo o STF, no julgamento da ADI 3038/SC, a CF/88 estabelece em seu artigo 144,
§4, os requisitos necessários para ocupar a direção da Policia Civil há de ser
necessariamente, um DELEGADO DE POLICIA DE CARREIRA. Dessa forma,
Constituição Estadual não pode determinar diferente da Constituição Federal.
Julgado STF, ADI 3038/SC
2017
Parte IV
(@waninedias)
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para
consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar será submetido às seguintes penas:
I - advertência sobre os efeitos das drogas;
II - prestação de serviços à comunidade;
III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.
Art. 28, STF e STJ entendem que ocorreu a despenalização e não a descriminalização.
A luz da lei vigente, é uma conduta atípica.
Submete-se a lei 9099, por ser de menor potencial ofensivo.
Delegado não pode autuar em flagrante, mas se agente se recusar a assinar o termo de
compromisso, o delegado lavra o auto.
Art. 28 tem roupagem criminosa. STJ entende que a condenação por porte de droga para
us opróprio gera reincidência.
Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância sobre o previsto
no art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a
personalidade e a conduta social do agente.
STF entende que pureza da droga não entra na fixação da pena.
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor
à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar,
entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Artigo de condutas múltiplas de contúdo variado.
Adquirir cocaína e vender maconha, responde por dois crimes em concurso material.
4º Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo, as penas poderão ser reduzidas
de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o
agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem
integre organização criminosa.
Pode transformer PPL em PRD.
Cancelada a súmula 512 que entendia que o privilégio não afasta a hediondez do crime.
Tráfico privilegiado não tem roupagem de hediondez, Segundo STJ. REsp 1.329.088 de
2016.
Quantidade da droga, por si só, pode ser levada em consideração para afastar o
privilégio? STJ entende que sim, STF tem divergência.
STJ: quem deve provar que é usuário? STJ diz que o réu não tem esse dever, cabe ao MP
comprovar que o entorpcente se destinava ao tráfico.
Pena do tráfico e o regime: STJ e STF o tráfico pode iniciar em outro regime.
Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis
e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de
suas penas em restritivas de direitos.
STF em controle difuso considerou inconstitucional a vedação da liberdade provisória.
Hoje é possível a liberdade provisória no tráfico (que é equiparado a hediondo) e a lei 8.072 veda
a finaça. Assim, permite a liberdade provisória sem fiança.
Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou
não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:
Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa para
a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.
Associação não é equiparado ao tráfico e demanda estabilidade.
Associação pode ser duas ou mais pessoas.
Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados
à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:
A figura do informante.
Não pode ter o art. 35 e 37 juntos.
Quem colabora como informante, tem que ser com a Asociação. Colaborar com uma
pessoa só, joga o agente, por analogia in buona parten, no art. 37.
Tráfico X maquinário: STJ entende que depende da situação. ALicate e balança não
configure depósito par ao STJ.
Mula: STJ entende que mula é quem se dedica a atividade criminosa. STF entende que
não se caracteriza.
Mula ao transportar grande quantidade de droga, desenvolve função na organização
criminosa, afastando o provilégio. Mas a condição de grande quantidade de droga por sis só,
não.
Utilização em transporte publico, STF e STJ entendem que tem que vender dentro do
transporte.
Art. 1, § 7º, lei 9455: O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º,
iniciará o cumprimento da pena em regime fechado.
Em 2015, a 1ª turma do STF (HC123;316Se) entendeu que no delito de tortura ele deve
sim iniiciar no regime fechado.
STJ entende que a posse de arma de fogo com registro vencido configura infração
administrativa. Conduta não criminalizada.
Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18
(dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja
sob sua posse ou que seja de sua propriedade:
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor responsável de
empresa de segurança e transporte de valores que deixarem de registrar ocorrência policial e de
comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo,
acessório ou munição que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois
de ocorrido o fato.
É um tipo híbrido, culposo no caput e doloso no parágrafo único.
Se o pai deixar a arma na mesa para que o filho pegue, tem-se entregar a arma de fogo
à criança e adolescente, art. 16.
Ex: Mévio trabalha em empresa de segurança e comunica ao dono que perdeu a arma.
Dono da empresa vai resolver outros problemas e não comunica, em 24hr, à PF (conduta culposa
não é o parágrafo único).
Posse ou porte de diversas armas: se todas forem de uso permitido, responde por um
crime e a quantidade de armas vai para dosimetria. Se são armas de uso permitido e restrito de
calibres diferentes, STJ diz que responde por dois crimes por objetividades juridicas distintas
com concurso formal.
Conselheiro do tribunal de contas do Estado e porte de arma: STJ entende que eles se
equiparam ao magistrado, podendo portar arma de fogo.
Porte de arma X policial civil aposentado: STJ entende que se estende o porte.
STJ: não há necessidade de apreensão da arma para responder por porte illegal. Se a
aarma for apreendida, tem que periciar.
Arma de brinquedo é fato atípico se for apreendida.
Praticante de tiro esportivo deve levar arma desmuniciada, com a guia de tráfico, sob
pena de responder por porte elegal.
Possibildiade de porte de arma de fogo por uarda prisional, mesmo for a de serviço.
Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são insuscetíveis de liberdade provisória.
Foi considerado inconstitucional. É permitido liberdade provisória com e sem fiança.
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar,
ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou
ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso proibido ou restrito, sem autorização e em
desacordo com determinação legal ou regulamentar:
I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma de
fogo ou artefato;
II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equivalente a arma
de fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro
autoridade policial, perito ou juiz;
Art. 16: porte ou posse de arma com numeração raspada, com dolo, responde por porte
de uso restrito, independente de ser permitido.
II- alterar o cano da arma para uma arma mais potente.
Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito,
desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar,
em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, arma de fogo,
acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar:
Parágrafo único. Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste artigo,
qualquer forma de prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino,
inclusive o exercido em residência.
Art.17: Tem que ser comércio. Venda eventual cai no art. 14.
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é aumentada da metade
se forem praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6o, 7o e 8o desta
Lei.
- TENTATIVA:
Tentativa cruenta/tentativa vermelha: ligadas ao crime de sangue. O agente realiza o
disparo com arma de fogo e acaba por atingir a vítima. Vermelha porque a vítima começa a
sangrar ao ser atingida.
Tentativa branca/incruenta: agente realiza os atos executórios, mas não consegue atingir
a vítima.
Tentativa perfeita/acabada/crime falho: há o esgotamento dos atos executórios.
Tentativa imperfeita/inacabada: o agete não realiza todos os atos xecutoório. Ex: Tício
realiza 5 dos 10 disparos, mas a polícia chega na hora.
Tentativa supersticiosa: Ex: Eu vou num local de margia negra para fazer um
´trabalho´para matar Tício. É uma tentativa inidônea.
Para teoria extremada, tanto no contexto fático, quanto a ilicitude da norma, entende
ser erro de proibição.
- FURTO
Objeto do delito: Coisa de ninguém (res nullius), coisa abandonada (res derelicta), coisa
perdida=> não podem ser objeto de furto.
Aumento de pena: repouso noturno depende do local onde ocorre.
STJ entende que causas de aumento se aplicam à qualificadora. Então, repouso noturno
se aplica.
Furto privilegiado é um direito subjetivo do agente.
CUIDADO: furto privilegiado (coisa de pequeno valor) x delito de bagatela
Princípio da insignificância exclui a tipicidade material, tornando o fato atípico.
Furto privilegiado tem somente a causa de diminuição de pena.
Poder ter um furto privilegiado e qualificado ao mesmo tempo? Ex: Tício arrombou a
casa de Mévio e subtraiu coisa de pequeno valor. Súmula 511, STJ, pode, desde que a
qualificadora seja de ordem objetiva (de meios de execução).
São de ordem subjetiva: furto com abuso de confiança (famulato).
SÚMULA 511, STJ: “É possível o reconhecimento do privilégio previsto no § 2º do art. 155
do CP nos casos de furto qualificado, se estiverem presentes a primariedade do agente, o
pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem objetiva.
Subtraçãode sinal a cabo configura furto? STF e STJ entendem que não.
Sistema de vigilância: monitoramento eletrônico, por si só, não torna impossível a
consumação do crime de furto. Não há que se falar em ineficácia do meio.
Destruição de obstáculo: quebrar o vidro do carro para subrair o que está dentro do carro
(furto qualificado); se for para subtrair o próprio veículo será simples.
Tes drive de veículo é furto mediante fraude.
Agente que coloca o chupa cabra em caixa eletrônico: furto mediante fraude.
Chave falsa tem que ser empregada fora do carro; aplicada direito na ignição, não é
emprego de chave falsa.
Furto de animais de produção (abigeato).
- ROUBO
Roubo próprio: violência pode ser própria ou imprópria (reduzir a capacidade de
resistência da vitima).
Roubo impróprio/ por aproximação: violência aplicada após a subtração da coisa. Se o
agente tentar subtrair a coisa e não conseguir e empregar a violência, tem-se a tentatia de furto
com lesão corporal.
Para o STJ roubo de uso configura roubo.
Roubo com emprego de arma: pode ser arma branca ou de fogo.
STJ: última decisão é de que o emprego de arma desmuniciada configura a incidência da
qualificadora. Simulacro não configura.
Concurso de pessoas: exige agentes culpáveis, mas o menor conta para o concurso. Além
de responder por roubo em concurso formal, responde também por corrupção de menores (o
que independe se o menor já era dado a vida criminosa).
Vítima a serviço de transporte de valores: não é simplesmente está transportando
dinheiro, tem que está em seriço de transporte de valores, não pode ser em serviço própro. Não
precisa ser valores em dinheiro para o STJ, pode ser mercadoria.
Roubo com restrição de liberdade da vítima: não é privação, é restrição. Ex: Tício aborda
a vítima mediante violência e grave ameaça e leva a vítima, soltando-a em um lugar próximo.
Nesse caso tem roubo com restrição de liberdade da vítima, não havendo falar emsequestro
relâmpago (seria uma extorsão).
Privação é mais demorado, respondendo por roubo +sequestro.
No latrocínio a morte tem que decorrer da violência; decorrendo da grave ameaça não
se fala em latrocínio (tem tentativa de roubo com homicídio).
Latrocínio é crime hediond. A quantidade morte se baseia no patrimônio. Ex: Tem um
casal no carro, mataram-nos e levaram o carro, tem um latrocínio só (um patrimônio só do
casal). As outras mortes são consideradas na dosimetria da pena. Tem que ser patrimônios e
pessoas distintas.
- RECEPTAÇÃO
Deve ser produto de crime, e não de contravenção.
Se Tício guarda, a pedido de Mérvio, um veículo roubado, por amizade- tem
favorecimento real. Para ter receptação tem que ter valor econômico envolvido.
Receptação imprópria: influencia alguém a comprar produto que sabe ser produto de
crime sem que o comprador saiba. Se o terceiro souber ser produto de crime, quem influencia
vai ser partícipe da receptação.
Receptação culposa, o agente sendo primário, pode o juiz deixar de aplicar pena. Sendo
receptaão culposa, o juiz pode aplicar o privilégio.
Se for exigido dinheiro para devolver um animal, é somente extorsão. Extorsão mediante
sequestro é de pessoa.
Na extorsão, a conosumação ocorre com a exigência.
Na extorsão mediante sequestro: a consumação ocorre com o cerceamento de liberdade
da vítima.
A receptação é punível ainda que não conheça o autor do crime de roubo ou que ele seja
isento de pena.
- APROPRIAÇÃO INDÉBITA:
Se já tinha a intenção de comprar o vestido e vai à loja, onde a vendedora lhe entrega o
vestido como empréstimo é ESTELIONATO, pois ela se passou como uma boa compradora,
acreditando a vendedora que ela iria devolver.
A conduta na apropriação te que ser dolosa.
Se um funcionário público se apropria da coisa se utilizando da facilidade do cargo, te o
peculato apropriação. Mas se o bem que ele está se apropriando é um bem particular, o peculato
apropriação recebe o nome de peculato malversação.
Se o legislagdor colocar o neto que se apropria de valores da pensão do idoso. É
apropriação indébita, mas tem especificidade do estatuto do idoso.
Autor de receptação não pode ser o autor do roubo.
Adquirir objeto fruto de ato infracional, tem receptação.
-DROGAS:
Requisitos do uso compartilhado: oferecer a droga eventualmente a alguém de seu
convívio para JUNTOS consumirem.
Art. 32; art. 50, §§2, 3 e 4.
EM situação de flagrante, juiz tem 10 dias para autorizar a destruição das drogas e o
delegado tem 15 dias pra destruir.
Sem flagrante o delegado pode destruir a droga no prazo de 30 dias e não há necessidade
de autorizaçãoo judicial.
Tráfico privilegiado não tem roupagem de crime hediondo.
Colaboração premiada, art. 41.
Admite infiltração de agente e flagrante postergado, medinte autorização judicial.
- ARMA
Art. 12, 14,15
Permitido fiança do delegado e na esfera judicial.
Arma municiada o delito esta configurada.
Crimes de perigo abstrato.
-HEDIONDO
É possível a liberdade provisória.
Exploração sexual de criança
Fiminicídio
Policídio: leão corporal de natureza GRAVÍSSIMA ou morte em desfavor de policial ou
familiar.
Progressão de regime quando cumprido 2/5 se for primário e 3/5 se reincidente (não diz
específico).
Não é possível anistia, graça e indulto, bem como, fiança.
-TORTURA
Tortura confissão não há necessidade da vítima confessar.
Tortura do encarcerado não há necessidade da violência e grave ameaça.
Tortura omissão não é drime hediondo.
Início do cumprimento da pena, STJ entende que não é obrigado iniciar no fechado; STF
1ª turma entende que tem que iniciar no fechado, o que diverg do plenário.
STJ entende que perda do cargo é automática.
-ABUSO DE AUTORIDADE
Crime próprio.
pErda do cargo tem que ser fundamentada, não é automática.
Tem dupla subjetividade passiva (o Estado e a vítima) e dupla objetividade jurídica
(integridade física da vítima e a transparência e legalidade do Estado).
Tem condutas no ECA que são similares as condutas do abuso. Se for menor, cai no ECA.
-MARIA DA PENHA
Art. 7 e as formas de violência.
Art. 11 não é rol txativo.
Lesão corporal a ação penal é pública incondicionada. Sùmula 542. Se for ameaça ou
injúria tem que ter requerimento e representação.
STJ entende que descumprimento de medida protetiva não configura crime de
desobediência.
A lei se estende a crime e contravenção penal.
Súmula 536 STJ: não se aplica a lei 9099.
-LEI 12850
Organização criminosa tem que ter 4 ou mais pessoas.
Possibilidade do perdão judicial.
-ECA
Súmula STJ: 500 (corrupção de menores) ; 108 (medidas socioeducativas é aplicada pelo
juiz); 342; 265.
Art. 243, bebida alcoólica ou cola de sapateiro (não estão na portria da anvisa), cai aqui
no ECA. Se estiver na portaria da anvisa será da lei de drogas.
- CRIMES AMBIENTAIS
Art. 48, 54
Composição do dano.
Suspensão condicional do processo é de 2 a 4 anos.
- LESÃO CORPORAL
Provocada por ácido: vitriolagem.
Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial
deverá:
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das
coisas, até a chegada dos peritos criminais
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos
criminais;
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas
circunstâncias;
IV - ouvir o ofendido;
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do
Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe
tenham ouvido a leitura;
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer
outras perícias;
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer
juntar aos autos sua folha de antecedentes;
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e
social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante
ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e
caráter.
X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem
alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos,
indicado pela pessoa presa.
Essas providências do art. 6, CPP tem uma inovação. A lei da primeira infância (lei 13.257
de 2016)inseriu inciso X< onde o delegado deve colher essas seguintes informações.
Outra alteração importante é em relação ao art. 318 que traz a hipótese de substituição
da prisão preventiva por domiciliar. Na redação anterior dizia gestante a partir do 7 mês, e hoje
basta somente que ela esteja gestante (inciso IV). Outra alteração é no inciso V; nciso VI.
Quanto ao inciso V, não basta somente a mulher ter filho de até 12 anos para gerar
direito subjetivo, o juiz irá analisar o caso concreto.
Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for:
I - maior de 80 (oitenta) anos;
II - extremamente debilitado por motivo de doença grave;
III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou
com deficiência;
IV - gestante;
V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos;
VI - homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 12 (doze) anos
de idade incompletos.
Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requisitos
estabelecidos neste artigo.
Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão
preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou a requerimento do
Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade policia.
Juiz pode decretar de ofício durante a instrução processual, mas NÃO pode durante a
investigação. Durante a investigação o juiz tem que ser demandado.
Assistente pode representar por preventiva, mas NÃO em sede de investigação.
-Princípios processuais:
*Da intima convicção: ocorre em sede de tribunal de júri.
* Do livre convenvimento: ligado ao juiz.
*Presunção de inocência
* Não auto incriminação/direito de Miranda: não abarca o auto de reconhecimento de
pessoas, onde o indivíduo é obrigado a participar e a passar pelo processo de identifação
criminal.
*Indubio pro reo: em dúvida, o juiz decide em favor da liberdade do réu.
*Juiz natural: o Estado deve asseguras um juiz previamente designado por lei. Não pode
criar tribunal ou juízo de exceção.
≠ do princípio da identidade física do juiz se aplica diretamente à condição de aderência
dos fatos; jui que acompanha a instrução processual é que deve julgar.
*Publicidade
*Intrancedência: a ação penal não deve passar da pessoa a quem foi imputada a conduta
criminosa.
*Obrigatoriedade da propositura da ação penal: em face de ma ação penal pública
incondicionada, deve o MP propor a ação penal. Uma vez proposta, não pode desistir da ação
penal (Princípio da indisponibilidade).
- Inquérito Policial:
Procedimento inquisitorial. Não tem contraditório.
MP não pode presidir inquérito, embora tenha poderes invsestigatórios. É uma to
privativo do Delegado.
Sem ede de inquérito tem prisão própria que pdoe ser decretada na fase de investigação,
que é a temporária.
Prisão temporária: quando há necessidade de produção de provas.
Prisão preventiva: quando há comprometimento das investigações.
A discricionariedade do delegado no IP.
Oficiosidade ≠Oficialidade-> Oficialidade o IP decorre da administração pública, não pode
tramitar em escritório particular. Oficiosidade é que o IP anda de ofício, não se fala em princípio
da inércia.
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido
com a ofendida, independentemente de coabitação.
A lei Maria da Penha não comina crime. Não é certo falar que fulano cometeu o crime da
lei 11.340.
A empregada doméstica pode ser vítima de violência doméstica também.(art.5, I)
Vontade expressa é a adoção.
Genro X sogra configure violência doméstica.
Tem que ter afeto, no mínimo (não é necessário uma união estável). Namorado, relação
extraconjugal, ficante habitual, configuram violência doméstica.
É pacifico que se aplica a lei às relações homoafetivas.
A doutrina discutem se a vítima precisa ser necessariamente mulher, tem-se duas
correntes:
1ª Corrente biolégica: transsexual realiza uma cirurgia, mas tem que analizar o que ela é
biologicamente.
2ª Corrente, concepção juridica: realizou a cirurgia, troca o nome juriicamente, sendo ela
agora juridicamente mulher. Minoritária.
É majoritário aplicar à lei desde que a mulher seja vítima.
A prova do Pará adotou a corrente minoritária, aplicando-se a vítima sendo homem
(transsexual que tinha feito a cirurgia).
A lei Maria da PEnha não dá tratamento diferenciado à mulher, ofendendo o princípio da
igualdade? O STF, por unanimidade entendeu que o art.1, 33 (cria juizados especiais para esses
casos) e 41 (afasta a lei 9099 nesses casos), são constitucionais, pois buscam a igualdade
material.
Ato infracional no âmbito domésico: pode ser deferida medida protetiva por qualquer
juiz? Nâo, tem que ser o juiz da infância e juventude.
Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:
I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou
saúde corporal;
II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano
emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno
desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e
decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância
constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação
do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à
autodeterminação;
III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar,
a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação
ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade,
que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez,
ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que
limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;
IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção,
subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos
pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer
suas necessidades;
V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação
ou injúria.
VIolência física abrange vias de fato e contravenções penais, assim entende STF e STJ.
Nesse caso, tendo João dado um tapa na esposa, não ficando lesão (teremos então somente vias
de fato), ele sera preso em flagrante por ter cometido uma infração penal, por afastar a lei 9099.
Violência psicológia: na prova a banca joga uma hipótese de configurar violência
psicológica e ele vai chamar de violência moral. Ex: Quando causa humilhação e
constrangimento da vítima.
Para lei, injúria, difamação, calúnia são violência moral.
Mulher querer usar método contraceptivo e o homem impede: violência sexual.
Art. 10. Na hipótese da iminência ou da prática de violência doméstica e familiar contra
a mulher, a autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência adotará, de imediato, as
providências legais cabíveis.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput deste artigo ao descumprimento de
medida protetiva de urgência deferida.
CUidaado porque a banca coloca 24hrs!!! As medidas protetivas o delegado deve
remeter em 48hrs, mas as providêcias devem ser tomadas de imediato!!!
STJ: descumprimento de medida protetiva não configure crime de desacato.
Rol exemplificativo
Art. 11. No atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar, a
autoridade policial deverá (Cesp coloca; sempre que possível), entre outras providências:
I - garantir proteção policial, quando necessário, comunicando de imediato ao Ministério
Público e ao Poder Judiciário;
II - encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao Instituto Médico Legal;
III - fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local seguro,
quando houver risco de vida;
IV - se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a retirada de seus pertences
do local da ocorrência ou do domicílio familiar;
V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços disponíveis.
Não é o delegado quem pede as medidas protetivas e, sim a vítima. Delegado somente
remete.
Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o
registro da ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os seguintes
procedimentos, sem prejuízo daqueles previstos no Código de Processo Penal:
I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a representação a termo, se
apresentada;
II - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e de suas
circunstâncias;
III - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente apartado ao juiz com o
pedido da ofendida, para a concessão de medidas protetivas de urgência;
IV - determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da ofendida e requisitar
outros exames periciais necessários;
V - ouvir o agressor e as testemunhas;
VI - ordenar a identificação do agressor e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes
criminais, indicando a existência de mandado de prisão ou registro de outras ocorrências policiais
contra ele;
VII - remeter, no prazo legal, os autos do inquérito policial ao juiz e ao Ministério Público.
§ 1o O pedido da ofendida será tomado a termo pela autoridade policial e deverá conter:
I - qualificação da ofendida e do agressor;
II - nome e idade dos dependentes;
III - descrição sucinta do fato e das medidas protetivas solicitadas pela ofendida.
§ 2o A autoridade policial deverá anexar ao documento referido no § 1o o boletim de
ocorrência e cópia de todos os documentos disponíveis em posse da ofendida.
§ 3o Serão admitidos como meios de prova os laudos ou prontuários médicos fornecidos
por hospitais e postos de saúde.
Síndrome da mulher de potifar: mulher que é rejeitada e chega na delgacia e conta um
monte de mentiras, principalmente na esfera sexual.
O delegado remete o inquérito prazo estabelecido, 10 ou 30 dias, se preso ou solto.
Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que
trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência
especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o
Ministério Público.
Aqui nesse artigo é a retratação, que nessa lei pode ocorrer antes do recebimento da
denúncia. Há necessidade de obrigatoriedade da marcação dessa audiência? Se tem um crime
mediante representação, tendo a vítima representado na deleacia. STJ: não há necessidade, pois
a designaçã de audiência nã contitui questão de procedibilidade. Para o STJ, a audiência só vai
ocorrer quando a vítima representa e no dia seguinte vai a delegacia querer retratar. Não sera
mais possivel retratar na delegacia, sendo necessário marcar a audiência.
Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a
mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição
de pena que implique o pagamento isolado de multa.
Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, caberá a prisão
preventiva do agressor, decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou
mediante representação da autoridade policial.
Parágrafo único. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no curso do processo,
verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem
razões que a justifiquem.
Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher,
independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995.
Abarca também as contravenções penais.
Não aplica-se o princípio da insignificância na lei Maria da Penha. Não aplica-se a batela
própria ou imprória.
Configura Maria da Penha: Filha X Mãe; Pai X mãe; Irmão X Irmã; Genro X Sogra;
COmpanheiro da mãe X Enteada; Tia X Sobrinha; Ex namorado X Ex namorada.
Ex: Tício quando realizou o disparo com arma de fogo era menor, mas quando a vítima
morreu, já era maior. Aplica-se o momento da ação, quando ele ainda era menor.
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais
crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente
uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se,
entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam
de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.
Processo e julgamento de infração penal desloca-se o raciocínio. Art. 70
Ex: Tício subtraiu carro do Mévio na cidade do Guará. Está em fuga, sendo preso em
Taguatinga. Competência para processor e julgar é no local da ação, quado inverteu a posse
(teoria da amotio), em Guará. O auto do flagrante lavra-se no local da captura (art. 290).
Amotio X Motio:
- (A): adotada pelo STF e STJ. Quer dizer não movimento, basta inverter a posse. Se
inverter a posse e não começar a deslocar, tem-se a tentativa.
- (M): quer dizer movimento.
Se o flagrante tivesse sido lavrado ém Guará não seria illegal, é mera irregularidade. Não
se submete a teoria da nulidade.
Ex: Tício dispara na vítima em Guará. Em Taguatinga deu mais um disparo na vítima que
continua fugindo. A competência é do local do ultimo ato de execução, em Taguatinga.
Hermeneutica contra legen: os tribunais criticam o art. 70 e firmaram posicionamento
de quando se tartar de homicídio, a competência será do local dos atos executórios e não do
local da consumação.
A doutrina diz para, no homicídio não seguir a regra do art. 70, sendo melhor a instrução
processual ocorrer no local onde aconteceu os atos de execução (local de crime, as
testemunhas). NEsse caso há o princípio do esboço do resultado (atirei em Mévio e meu esboço
era que ele morresse naquele local).
Ex: Ocorreu um homicídio em Taguatinga, mas a delegacia de Brasília quem apurou.Não
é nulo.
Ex: Tício queria matar o Mévio mediante asfixia. Compra uma corda no Brasil e o mata
na Argentina. Não há que se falar em art. 6 porque ele trabalha com atos executórios. Comprar
corda no Brasil é ato preparatório.
Quando ato preparatório constitui infração autônoma, como comprar uma arma: chama-
se crime de obstáculo.
Crime gratuito é o crime sem motivo. Pode ter o delito de homicídio com motivação ou
o autor nõ apresentar nenhum tipo de motivação. Apresentado motivação vil, desprezível,
desproporcional, o será por motivo fútil.
Ausência de motivo não se confunde com motivo fútil.
Homicídio gratuito é enquadrado no caput.
Temos duas correntes:
-1ª : seria analogia in malam partem enquadrar o agente que mata sem qualquer motivo
na qualificadora de motivo fputil
- 2ª: entende que o homicídio sem motivo tem que ser enquadrado no motivo
fútil.(minoritária).
Pode ter homicídio gratuito qualificado? Pode! Ex: Tício matou Mévio sem motivo
(gratuito), utilizando uma corda para enforca-lo (qualificado pelo meio de execução). Nesse
caso, o gratuito não vai entrar no caput!
Homicídio gratuito nem sempre é simples, poderá ser qualificado quando utilizar o meio
de execução.
Os crimes do ECA, vias de regra, são dolosos. Esse art. 228, admite a modalidade
culposa!!! É um crime próprio. Se for uma enfermeira, que não é encarregada de service e nem
dirigente, e ela dexiar de registrar, o fato apra ela sera atípico.
Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo à sua apreensão
sem estar em flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária
competente:
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à apreensão sem
observância das formalidades legais.
Ex1: Delegado passa com a viatura e escuta que os menores ficam quebrando vidro
veículos e furtando. Aprendido os menores, que não estavam em situação flagrancial de ato
infracional. Art. 230, ECA.
Ex2: Menores em situação de flagrante e o delegado os apreende. Leva-os para delegadia
e os deixa lá sem fazer auto de apreensão. Vai responder pelo art. 230 também, por não
observer as formalidades legais.
Art. 230 X Art. 4, a lei 4898:
Art. 4º Constitui também abuso de autoridade:
a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, sem as formalida
Se fosse um maior, nos exemplos acima, entraria na lei de abuso de autoridade.
Continuação (01/02/2017)
Ex: Menor praticou ato infracional que está sendo apurado na delegacia. O advogado do
menor quer ter acesso aos autos e tem o direito negado pelo delegado. Essa negative de acesso
aos autos constitui crime de abuso de autoridade, não tem nada previsto no ECA.
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado:
j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional.
Acessos aos autos negado para advogado de vítima maior, também crime de abuso de
autoridade.
Art. 6º lei 4898: O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção administrativa civil
e penal.
§ 3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos artigos 42 a 56 do Código
Penal e consistirá em:
c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública por
prazo até três anos.
CUidado: na lei de abuso de autoridade tem o prazo de 1 a 5 anos na impossibilidade do
policial de exercer, no município da culpa, a função de natureza policial ou militar. A banca
costuma trocar esses prazos.
Na lei de tortura, a condenação acarreta perda do cargo, função ou emprego public e
interdição para seu exercício pelo dobro da pena aplicada.
Art.1º Lei 9455: Constitui crime de tortura:
§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição
para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
A banca pode mesclar essas três leis quanto aos prazos.
No crime de tortura a perda do cargo é automatica, independe de fundamentação na
sentence. No abuso de autoridade, tem o juiz que fundamentar na sentence.
Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que gratuitamente, de
qualquer forma, a criança ou a adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros
produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica:
Cola de sapateiro causa dependência física. Se estiver na portaria da anvisa, sera lei de
drogas e não o ECA.
Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, com ele
praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la:
O fato d epraticar juntamente com o menor, não afasta o concurso quando esse concurso
é utilizado para circunstanciar um delito (Ex: roubo+ corrupção de menores).
Súmula 500, STJ diz ainda que independe a corrupção de menores se o menor já estiver
corrompido, pois é um tipo formal.
- HOMICÍDIO
Art. 121. Matar alguem:
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta
de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar
imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar
prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime
é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.
Uma das possibilidades ho homicídio culposo ter a pena aumentada é quando o agente
deixa de prestar socorro À vpitima.
E se a vítma morrer instantaneamente, há que se falar em aumento de pena? STJ diz que
a morte instantânea não afasta o aumento, tem que se verificar se o agente percebeu que a
vítima tinha morrido instantaneamente.
Homicídio culoso é pos´sivel o perdça judicial. Uma das possibilidades é quando o agente
tem afeto pela vítima. O perdão é concedido porque o fato por sis só já traz uma consequência
gravosa. STJ entende que tem que ter mesmo a relação de afeto, não pode ser uma pessoa que
conheceu essa noite na balada, por exemplo.
É pos´sivel a concessão do perdão judicial mesmo sem relação afetiva com a vítima? Sim,
no caso de um acidente, ele ter ficado tetraplégico, o perdão judicial vai ser em consequência
do acidente, mas em relação a ele, e não a vitima.
Nos delitos de trânsito é possível o perdão judicial? Lá não tem previsão legal. Doutrina
majoritária entende que sim, por analogia.
O feminicídio não é somente porque matou mulher. Matar mulher é femicídio. Mas
matar mulher em razão de gênero, tem o feminicídio.
- FURTO
Súmula 567 STJ: Sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou por
existência de segurança no interior de estabelecimento comercial, por si só, não torna impossível
a configuração do crime de furto.
A majorante prevista no art. 155, §1 aplica-se ao urto simples e qualificado.
Art 155. - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno.
Ex Tício quebra o vidro do carro para subtrair uma carteira, responde por furto
qualificado, considerando o rompimento do obstáculo. Se quebrar o vidro para levar o carro, é
furto simples.
Súmula 442 - STJ
É inadmissível aplicar, no furto qualificado, pelo concurso de agentes, a majorante do
roubo.
Ex: Tício entra no ônibus e com uma arma de fogo, subtrai diversos telefones, responde
por roubo em concurso formal de crimes. Não há de se falar em crime único.
Roubo praticado o inerior do ônibus e os bens de diversas vítimas encontram-se nas
mãos de uma só pessoa, será crime único.
Ex: O cobrador do ônibus está com bens dele e da empresa e o ladrão rouba.
Ex: Tício aborda um casal com arma de fogo, ameaça ambos e só Mévio tinha um celular.
Mesmo usando ameaça nas duas pessoas, mas subtraiu um bem só, é um crime só de roubo.
Ex: Tício aborda Mévia mediante grave ameaça e subtrai seu veículo. Dentro do carro
tinha um talão de cheque, e Tìcio preenche o cheque e vai ao banco. STJ não entende que a
assinatura do cheque e o saque do dinheiro são mero exaurimento do crime de roubo do veículo,
e ele irá responder por roubo e estelionato em concruso material.
Caso o Tício subtrai o veículo e ligue para a vítima dizendo que só entregará o carro se
Mèvia lhe der dinheiro, ou colocará fogo no carro, responde por roubo e extorsão. Dano ao
patrimônio para o STJ é ameaça grave. Concurso material.
Agente primário e furta coisa de pequeno valor (não ultrapassa 1s.m.): furto privilegiado.
Furto de sinal a cabo, STF e STJ entendem que não configura furto.
-LATROCÍNIO
SÚMULA 610 STJ - "Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que
não realize o agente a subtração de bens da vítima."
Um patrimônio do casal e pluralidade de mortes: um latrocínio. Mortes são considerados
na dosimentria da pena.
Pluralidade de patrimônios e pluralidade de mortes: pluralidade de latrocínios.
Ex: Tício entra na casa de um casal, os mata e subtrai duas alianças, tem dois
posicionamentos:
- Aliança pelo Código Civil é patrimônio individual. STJ entende assim. Responde por dois
latrocínios.
- STF entende que o importante é a intenção do agente, que era subtrair patrimônio
único. Responde por um latrocínio.
Crime contra o patrimônio é competência do juiz singular.
-LESÃO CORPORAL
A qualificadora de deformidade permanente a lesão corporal gravíssima não é afastada
com a cirurgia estética.
Retirada de dois dentes é lesão gravíssima.
-DIGNIDADE SEXUAL
STJ entende que vulnerabilidade é absoluta, independe da vivência sexual da vítima.
A menoridade da vítima de 14 anos pode ser comprovada por outros meios, não
necessariamente a certidão de nascimento.
Contemplação lascívia: Tìcio com arm de fogo manda Mèvia tirar a roupa, sem contato
nenhum. STJ entende que mesmo sem contato, empregando a grave ameaça irá constituir ato
libidinoso.
Menor de 14 anos não precisa ter violência para caracterizar o estupro.
TEORIA DA AMOTIO/APRENSIO: basta a inversão da posse, mesmo que não seja mansa
e pacífica.
CP não adota a teoria da motio (tem que ter o deslocamento).
FAMULATO
Furto com abuso de confiança.
VIOLAÇÃO DE DOMICÍLIO
Entrar ou permanecer em gbinete de delegado, STJ entende que é violação de domicílio.
ARMA
Porte de arma com registro vencido é infração administrativa, STJ.
AIDS
Transmissão dolosa a doutrina entende que é tentativa de homicídio e o STJ entende que
é lesão corporal grave.
DROGAS
Associação ao tráfico não é equiparado a hediondo. Tem que ter a instabilidade. É
incompatível ao tráfico privilegiado.
Pureza da droga: STF diz que não pode ser considerado na dosimetria da pena.
Crime culposo na lei de drogas, art. 38, prescrever ou ministrar a droga. Crime próprio.
Quantidade de droga pode ser considerada para indicar que ao gente se dedica a
atividade criminosa.
ABUSO DE AUTORIDADE
Súmula 172 STJ: Compete à Justiça Comum processar e julgar militar por crime de abuso
de autoridade, ainda que praticado em serviço
Crime de abuso de autoridade é crime comum e não militar.
MARIA DA PENHA
Súmula 542 STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência
doméstica contra a mulher é pública incondicionada.
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito
internacional, ao crime cometido no território nacional.
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as
embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro
onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes
ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou
em alto-mar.
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves
ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no
território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar
territorial do Brasil.
Exclusão de ilicitude
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:
I - em estado de necessidade;
II - em legítima defesa;
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
Excesso punível
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo
excesso doloso ou culposo.
ECA
Súmula nº 492 STJ: O ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só, não conduz
obrigatoriamente à imposição de medida socioeducativa de internação do adolescente.
Súmula nº 500 STJ:“A configuração do crime do art. 244-B do ECA independe da prova da
efetiva corrupção do menor, por se tratar de delito formal.”
Súmula nº 108 STJ:“A aplicação de medidas socioeducativas ao adolescente, pela prática
de ato infracional, é da competência exclusiva do juiz.”
VAQUEJADA
STF entende que é inconstitucional.
TRÂNSITO
STJ entende que a incidência da causa de aumento de transporte de passageiro é
irrelevante se tem passageiro na hora do acidente de veículo automotor.
Dirigir veículo sem habilitação e provoca lesão, se a vítima não representar ele não
responde por nada.
Art. 310 CTB é crime de perigo abstrato entregar carro para pessoa sem habilitação
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo
atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou
alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o
perigo. § 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser
reduzida de um a dois terços.
O CPB, no art. 24 adota a teoria unitária, que diz: para o agente alegar o estado de
necessidade, tem que visualizar a razoabilidade. Estado de necessidade constitui causa de
exclusão de ilicitude, sendo sempre uma justificante.
Não há de se fazer ponderação de bem jurídico. Tem a razoabilidade quando tem
sacrifício de bem de menor valor. Sacrifício de bem de maior valor não há razoabilidade,
podendo o agente deixar de rresponder penalmente, mas por falta de culpabilidade, onde
lançará mão da inexigibilidade da conduta adversa.
Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três
anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave.
Parágrafo único - A pena é duplicada:
Aumento de pena
I - se o crime é praticado por motivo egoístico;
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de
resistência.
Infanticídio
A conduta de ceifar a própria vida não tem roupagem criminosa, o suicídio, mas é
considerada ilícita (não é dizer que é crime).
Suicídio/ autoquiria/ autocídio: sinônimios.
Induzir é criar ideia na cabeça da vítima.
Quando a vítima já tem a ideia na cabeça e a outra pessoa cocncorda com essas ideias,
tem-se a instigação (reforçar a ideia já existente na cabeça da vítima).
Para ocorrer a participação em suicídio, tem que ter o dolo. Uma bricadeira sem
seriedade, não se tem o dolo. Não admite-se a forma culposa.
Independe da vítma consenter porque o bem jurídico tutelado é a vida humana, que é
indisponível.
Princípio da alteridade, não punibilidade da auto lesão.
O art. 122 tem que analisar também que é um tipo misto alternative de conduta variada.
Auxílio é uma conduta acessória. Essa conduta vai ser ocnsiderada na dosimetria da pena, pois
é um crime único.
Auxílio é entegara afaca para que alguém se mate, pois nã pratica o verbo do tipo
(matar).
Induzimento, insitgação ou auxílio devem chegar a duas consequências: morte da vítima
(onde responde por participação no suicídio) ou lesão grave. Esse crime não admie tentative. É
um crime condicionado (tem que ocorrer uma ou outra consequência).
Ocorrendo lesão leve, o fato é atípico.
Entregar arma de fogo, e não acontecer morte ou lesão grave, não sera atípico porque
cai no estatuto do desarmamento.
Ainstigação ou enduzimento deve ser direcionado a pessoa determinada.
Tem que ter a eficácia do auxílio. Entregadno o veneno para alguem que quer se matar,
morra, e a vítma more enforcado, não irá responder o agente por participação em suicídio.
Pessoa que se autolesiona, não aplica-se pena.
Participação no suicídio tem que verificar a vítma tem capacidade minima de
discernimento. Sendo a vítma uma criana, tem-se autoria mediante, respondendo o agente por
hoomicídio consumado. Cléber Masson entende ser menor o de 14 a 1 anos; Sanches, menor
de 18.
Intervalo de tempo: se for provado que a pessoa se matou em decorrência da ideia,
responde pela participação.
A prescrição começa a corer o tempo da data da consumação e não da ideia dada.
Ambícídio: suicídio a dois. Ex: pacto de morte.
- Vítma menor:
1ª Corrente (Nucci e Masson): menor é de 14 a 18 anos, que tem leve capacidade de
dissernimento. Se for menor de 14 anos, teria antão o suicídio.
2ª Corrente (Sanches e Heleno Fragoso): menor seria o menor de 18 anos, e limite
deveria ser verificado no caso concreto.
A doutrina diverge, não tendo prevalência. Zouk vê como uma maior tendência e
concorda com a 1ª corrente.
Diminuída a capacidade de resistência é referente a pessoa maior de 18 anos com a
capacidade de resistência diminuída.
Na embriaguez complete tem-se homicídio com autoria mediata. Para ser a participação
em suicídio tem que ser embriaguez parcial.
-Pacto de morte:
Participação a conduta tem que ser acessória.
Pelateoria objetivo formal, é autor aquele que pratica o verbo do tipo e participle, o que
pratica conduta acessória.
1º: Casal decide fazer pacto de morte e morrer envenenados. Zouk lindo coloca o veneno
na boca de o, que antes de clocar na boca de Zouklindo, passou mal e caiu. Ocorreu homicídio
de Zouktéia. A conduta dele é conduta principal, e não acessória, constitui ato de execução,
sendo assim vai responder por homicídio simples consumado.
2º: Zouklindo colcoa o veneno na boca de Zouktéia que cai no chão, mas sobreviveu. Ele
não ingeriu veneno. Tem-se tentativa de homicídio simples (não pode ser homicídio qualificado
pelo emprego de veneno porque a vítima sabia que ingeria veneno).
Nesses dois exemplos, somente um pratica os atos executórios.
3º: Zouklindo coloca veneno na boca da Zouktéia e ela na boca dele. Ambos sobrevivem.
Tem-se tentative de homicídio simples.
4º: Zouklindo dizz que vai colocar o veneno na boca de Zouktéia e na dele também. Assim
ele faz. Ambos sobrevivem. Quando ele colocou veneno na boca dela, é ato de execução,
respondendo por tentative de homicídio qualificado. O fato de ele mesmo ter colocado na boca
dele, resultando lesão grave, ela responderá por participação em suicídio.
5º: Zouklindo e Zouktéia correm atrás de veneno. Ele toma o veneno que ela conseguiu,
e ela toma o que ele conseguiu. Se ocorrer esão grave em ambos, eles respondem por
participação no suicídio. O mesmo ocorre quando ambos decidem morrer na câmara de gás e
ele liga a mangueira.
No pacto, tem que observer quem pratica atos executórios. Se ambos praticam
acessórios: participação no suicídio se ocorrer morte ou lesão grave. Se ambos praticam atos
acessórios, tem-se o homicídio consumado e suiício.
- RoletaRussa:
Os que se reunem para participar da roleta russa é participação no suicídio para todos se
resultar morte ou lesão grave.
Se durante a roleta, uma das pessoas da roda com a arma na mão, aponta a rma para um
outro clega, acreditando que não está com a munição na agulha, comoeterá homicídio com dolo
eventual porque ele praticou verbo do tipo.
- Duelo Americano:
São duas armas e somente uma está municiada. O útlimo que passa a arma faz o auxílio
ao suicídio.
CESP- DF 2013: Na lei de drogas, é prevista como crime a conduta do agente que oferte
drogas, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pesoa do seu relacionamento, para juntos
consumirem, não sendo estabelecida distinção entre a oferta dirigida a pesoa imputável ou
inimputável.
R: CERTO. Art. 33, §3. Para enquadrar alguém aqui, tem que ter todos os elementos
reunidos, oferta= eventualidade+ ausência de lucro+ pessoa do relacionamento+ uso em
conjunto. Falta um elemento, é tráfico.
Uso compartilhado: crime de menor potencial ofensivo.
Habitualidade sai do uso compartilhado, cnfigurando então o tráfico.
Ficar atento as questões, mudou um dos requisitos, desconfigura o uso compartilhado.
AUsência de lucro é diferente
CESP- AL 2012: O comércio illegal de drogas envolvendo mais de um estado faz surgir o
tráfico interestadual de entorpecentes, deslocando-se a competência para auração e atuação
da polícia federal, todavia, a competência para processor e julgar o criminoso continua a ser da
justice estadual.
R: A PF pode investigar o tráfico interestadual, o que não desloca a competência para
justiça federal, porque o tráfico continua sendo domestic (tráfico nacional).
No caso de uma prova, em que o delegado federal queira requerer a interceptação
telefônica, o delegado federal pede a interceptaão telefônica para o juiz estadual.
Tráfico internacional, a competência é da JF. Se a droga entra pelo RJ e é apreendida em
SP, a competência é da JF de SP (local de apreensã da droga).
Se a droga vem da Argentina (cloreto de etila) e foi apreendida em SP, mesmo tendo sido
ela pedida do Rio=> Para ter tráfico internacional, a substância tem que ser ilícita do país de
origem e cloreto de etila é permitida na Argentina. Vai ser tráfico nacional.
Não há necessidade de transposição de fronteiras, basta a intenção para caracterizar o
tráfico internacional.
Delegado estadual investigando um tráfico e representou ela interceptção ao juiz
estadual e, foi deferido. No final das investigações chega informação de que o tráfico, desde
início, era internacional. Sendo assim o juiz que deferiu a interceptação seria absolutamente
incompetente, mas, em prova discursiva sustenta-se a legalidade dessa prova, sustentando a
teoria do juio aparente, porque na época que o juiz deferiu a interceptação, aparentava que o
tráfico era domestic, não tendo como o delegado saber que era internacional, sendo assim o juiz
era aparentemente competente.
A interceptação é cabível nos crimes de catálogo ou de listel: puníveis com reclusão.
Tráfico interestadual tem incidência da causa de aumento. Também não basta transport
a fronteira, basta comprovar a intenção.
Para aracterizar a incidência de aumento, a passagem pelas fronteiras tem que ter a
venda, e não comente a mera transpoisção geográfica.
Agente no trnasporte púbico: letra da lei basta que tenha pegue o transporte. Para o STF
e STJ, o agente tem que pulverizar a droga dentro do transporte.
CESP- PB- 2009: É legalmente vedada a não atuação policial aos portadores de drogas,
aos seus percussores químicos ou a outros produtos utilizados em sua produção, que se
encontrem no território brasileiro.
R: ERRADO. A lei possibilita a não atuação, então não é legalmente vedada (a lei
possibilita, inclusive o flagrante postergado).
Fundamento: Art. 53, II
ZOUK- GO-2017: É atípica, por falta de previsão legal, a conduta daquele que colabora
como informante com grupo, organização ou associação destinados a prática de qualquer dos
crimes previsstos nos arts. 33, caput, e §1 e art. 34, da Lei 11.343/2006.
R: ERRADO. Na lei 6368, a pessoa que colaborava com o crime, pela teoria monista,
responde pela pena cominada na medida de sua cupabilidade, respondendo pelo tráfico. O
legislador, ao criar a lei 11.343, aumentou a pena do tráfico e criou um tipo autônomo para o
colaborador, no art. 37 tem a figura do informante.
Associação para o tráfico não é equiparado a hediondo. Por ser um crime permanente,
permite a prisão do associado sem autorização judicial.
Se um traficante, Tício, resolve ser traficante individual, sem se associar a ninguém.
Encomenda grande quantidde de drogas e pede a Mévio para ficar somente olhando e se a
poliica chegar ele solte fogos, sem ter particpação nos lucros. Tício é preso quando a polícia
chega.
Tício não é organização (trficante individual) e nem associação. Mévio somente colabora
com um traficante individual e de acordo com Teoria monista (quem de alguma forma colabora
para o crime, responde na medida de sua culpabilidade), ele teria que responder no art. 33, isso
ofenderia o princípio da proporcionalidade. Chamando a analogia in buona parten, coloca o
Mévio no art. 37.
ZOUK- GO-2017: Segundo o STF, é desnecessária a aferição da pureza da droga para fins
de dosimetria de pena.
R: Correto. Chegou a essa conclusão de acordo com o art. 42 da lei 11.343, que não traz
em seu bojo a purez da droga.
Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância sobre o previsto
no art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a
personalidade e a conduta social do agente.
ZOUK- GO-2017: Segundo o STJ, o laudo preliminar de constatação assinado por perito
criminal, identificando o material apreendido como entorpecente, o qual pode ser identificado
com facilidade através de narcotestes pré-fabricados, constitui exceção a necessidade de laudo
definitivo para materialização do delito de tráfico de drogas.
R: Em regra sim. O laudo preliminar tem que ser assinado por perito oficiall e essa droga
deve ser facilmente identificada. For a isso é necessário laudo definitivo.
CESP- DELEGADO-PF- 2013: Um homem foi flagrado com arma de fogo de uso restrito,
tendo à perícia técnica posteriormente atestado a cabal impossibilidade de o instrument
produzir disparos. Nesta situação, configure-se atípica a conduta de ported arma, não podendo
ser considerado o uso desse artefato para a prática de outra infração como majorante da pena
pelo uso de arma.
R: Correta. Essa arma se equipara a um simulacro.
Simulacro com a aparência de arma de fogo é proibido a importação, sendo configurado
o contrabando.
Arma de pressão (air soft) tem a importação proibida. Não previsto no estatuto do
desarmamento e sim no CP (contraband).
Arma de brinquedo não pode figurar como circunstância majorante do crime de roubo.
Art. 14, II CP descreve o crime tentado. O crime vai ser tentado quando o resultado não
ocorre por seguranças alheias a vontade do agente.
A tentativa é verificada qunado da prática dos atos executórios. Não tendo os atos
executórios iniciados, não tem que se falar em tentative.
Ex: Tício queria matar Mévio e fico atrás do poste com uma arma de fogo. A polícia
aborda Tício e pergunta que ele está fazendo. Isso não é tentative, mesmo que ele tenha a
intenção de matar, mas ele não iniciou os atos executórios.
No art. 15 tem a desistência voluntária e arrependimento eficaz. É o que chamamos de
ponte de ouro.
A gente desistir de prosseguir a ação diante dos atos executórios, tem-se a desistência
voluntária. A desistência não precisa ser espontânea.
Quando após os atos executórios, o agente adota uma postura para evitar a execução:
arrependimento eficaz.
Quando está nos atos executórios e ele desista, ele desiste da prática da conduta.
Quando ele desiste dos atos executórios (está na tentativa), temos a tentativa abandonada.
No arrependimento eficaz, o agente adota uma providência e evita a cinsumção do
resultado. Essa providência é adotada após iniciado os atos executórios.
Enquanto não ocorrer a consumação, temos um crime tentado. Quando se fala em
desitência voluntária é uma forma de tentativa abandonada. No arrependimento eficaz, a
providência do agente já é após os atos executórios, tem também a tentativa abandonada.
Quando racioina no aart. 121, §2 trabalhamos com uma conexão (homicídio em conexão
com outro crime), po isso é chamado de homicídio conexivo.
Essas qualificadoras do inciso V são de ordem subjetiva, estão adstritas a motivação.
- Para assegurar a execução de um crime: Tício quer matar Mévio, grande empresário.
Mévio contratou Paulo para fazer sua segurança. Para matar Mévio, ele acaba matando também
Paulo. O homicídio do Paulo é qualificado. Ele vai responder por homicídio qualificado pela
conexão em relação a Paulo e por motivo fútil em relação ao Mévio.
Ex: Tem o Mévio, grande empresário, Paulo seu segurança e Tício que quer sequestrar o
Mévio. Ele mata Paulo para sequestrar o Mévio. O homicídio do Paulo e qualificado pela
conexão.
Essa conexão que ele mata para ter a execução de outro delito chama-se conexão
teleológica. É a motivação de ele ter matado.
Ex: Tìcio matou Paulo para sequestrar o Mévio. Quando ele foi sequestrar o Mévio, ele
desistiu (desistência voluntária) => essa desistência enseja retira a roupagem da qualificadora
de ordem subjetiva do homicídio qualificado pela conexão? Art. 4, CP: tempo do crime considera
que quando ele pratiou o homicídio ele tinha a intenção de praticar o outro delito, por isso a
qualificadora terá incidência sim.
Cuidado que, as vezes a lei pode dar tratamento específico ao caso do agente matar a
vítima para praticar outro delito, aí não deve ser jogado a qualificadora e tratar como o art. 121.
Ex: Mévio quer subtrair o carro do Paulo e ele mata Paulo, a lei tem tratamento específico, o
latrocínio.
- Para asseguar a ocultação de outro crime: Tício matou o Mévio e estava escondendo
corpo. Paulo visualizou. Como Tício não quer que ninguém fique sabendo, ele para ocultar o
homicídio de Mévio, mata Paulo.
- Para assegurar a impunidade do crime: Tício pratica o delito de estupro com a vítima e
para que ficasse impune e não fosse reconhecido, ele mata a vítima. Outro exemplo é matar
uma testemunha de um crime. Esse homicídio do comparsa é qualificado pela conexão
consequencial.
Tício foi comprar drogas na boca de fumo. Chegando ao local ele viu Mévio. Tício lembra
que na semana passada quando foi comprar droga de Mévio, ele vendeu talco e, decide
aproveitar a ocasião para mata-lo.
Ex: Tìcio abordou Mévio e subtraiu seus bens, se retirando do local. Ao sair, Tício lembrou
que Mévio o devia dinheiro e decide voltar e matá-lo. Essa morte não era necessária para
subtração da coisa. Chama-se de homicídio pela conexão ocasional, que não é considerado
qualificado. Tem-se o roubo consumado em concurso material com o homicídio qualificado por
motivo fútil. (Em prova discursiva: conexão ocasional não qualifica o homicídio).
Pedra detoque: O homicídio vai ser qualificado pela conexão teleológica quando o
agente pratica o homicídio para assegurar a execução de outro crime.
Ex: Mévia terminou relacionamento com Tício, que fica perturbando. Mévia contrata
Paulo para fazer a segurança de sua casa. Tìcio, querendo perturbar Mévia, decide matar Paulo
para poder tirar a tranquilidade de Mévia. Tem um homicídio, mas não será qualificado pela
conexão teleológica (ele praticou um homicídio para assegurar a pratica de uma contravenção
penal, a de perturbação da tranquilidade- art. 65 LCP). Princípio da taxatividade e da legalidade,
não há de se falar em analogia in malam partem.
Ex: Tìcio ameaça de morte o Zouk. Zouk contrata Paulo para sua segurança. Zouk mata
Palo para matar o Zouk, entra na casa e atira para matar o Zouk, que já estava morto de parada
cardíaca (crime impossível). Esse homicídio ão é qualificado pela conexão teleológica.
A conexão é sequencial quando se pratica um utro crime para assegurar a ocultação,
impunidade ou vantagem de outro crime.
Ex: Mévia está muito doente e começou a buscar a cura para sua doença. Nos jornais
Tícia dizia que fazia trabalho de curas para curar essa doença. Tícia sabe que os trabalhos que
realiza não cura ninguém (está induzindo a erro). Mévia procura Tícia, já induzida a erro, para
que seja curada. Mévia faz o pagamento. Mèvia verificando eu não estava sendo curada, diz a
Tìcia que não pagará mais porque acha que está sendo enganada.
Ao falar que uma pessoa precisando de cura, faz-nos pensar no crime do art. 284,
curandeirismo. Mas se tem intenção de induzir alguém a erro, não é curandeirismo,é
estelionato. Para ter o curandeirismo, a pessoa que faz o trabalho te que acreditar que seja ele
capaz de curar a pessoa.
Curandeirismo é um crime de ação vinculada e habitual.
Curandeirismo é crime vago, tem como sujeito passivo a coletividade.
O agente só responde no curandeirismo, quando ele sem a habilitação ara curar uma
pessoa, ele pratia essas ações do art. 284. O agente acredita que seja capaz de curar alguém.
Art. 284 - Exercer o curandeirismo:
I - prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer substância;
II - usando gestos, palavras ou qualquer outro meio;
III - fazendo diagnósticos:
De acordo com o exemplo, Tìcia tinha conhecimento que a prática de suas ações não
curava ninguém, assim, induziu Mèvia a erro para obter vantagem econômica=> Estelionato.
Quando Mévia diz que não quer mais os trabalhos de Tìcia por se sentir enganada e
manda ela interrompa os trabalhos, pois não irá mais pagar. Tícia diz que já fez uns trabalhos
para filhos de Mévia e que, portanto, ela a deve 32.000,00 para que ela desfaça o trabalho.
EXTORSÃO- Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com
o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se
faça ou deixar de fazer alguma coisa:
Apesar de no exemplo não ter a violência, tem a ameaça de forças espirituais.
STJ decidiu que ameaça de mal espiritual, em razão da garantia da liberdade religiosa,
não pode ser considerada inidônea ou inacreditável. Para vítima e boa parte do povo brasileiro
existe a crença em forças sobrenaturais. Não há de se falar que sejam fantasiosas. Configura sim
grave ameaça a ensejar a elementar do art. 158. Resp. 129.9021
Quanto à grave ameaça, o STJ tem externado posicionamento bastante extensivo. STJ
entendeu num julgado recente que ameaça de destruir patrimônio configura grave ameaça para
caracterizar a extorsão.
Ex: Tício subtraiu veículo do Mévio, mediante violência, tendo um roubo. Depois Tício
liga para Mévio dizendo que roubou o carro dele e que só devolve se Mévio realizar o pagamento
de determinada quantia e que se ele não der, ele destruirá o veículo.
Ex: Um flanelinha que diz se Joã não der dinheiro irá amassar seu veículo, para o STJ tem
a grave meaça e configurada a extorsão.
Ex: Mévio está no terceiro período da faculdade, pega o gabarito da prova no armário do
professor e divulga para seus amigos. Divulgação de gabaritos de avaliações periódicas do corpo
discente não entra nesse artigo.
Inciso IV, ex: prova da ordem.
O tipo pena tem dois verbos, sendo misto ou alternativo: divulgar e utilizar.
Ex: Se Mévio descobriu o gabarito oficial da CESPE e divulgou para Zou que estava
realizando o concurso ara delegado. Zouk pega o gabarito, mas não utiliza porque não quer, é
fato atípico para ele porque o verbo fala utilizar!
Quem divulga e quem utiliza agem em concurso, segundo a teoria monista.
-É um crime de forma livre, não exige uma forma exata de passar o gabarito.
Conteúdo sigiloso é qualquer informação secreta ao público em geral.
- Elemento subjetivo do tipo: agente tem que agir com dolo. É um dolo específico, a fim
de beneficiar-se, a si ou a outrm, ou comprometer o certame.
No art. 325 tem o delito de violação de sigilo funcional. Ele é um crime subsidiário.
Violação de sigilo funcional
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer
em segredo, ou facilitar-lhe a revelação:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não constitui crime
mais grave.
§ 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem:
I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou
qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco
de dados da Administração Pública; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito.
§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a outrem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
A competência para julgar os delitos de fraude vai depender: se for fraude em concurso
federal, será da Justiça Federal; se for da polícia civil, será da Justiça Estadual. Tem que olhar a
ofensa ao bem jurídico.
A lei 11.343 inovou, trazendo uma causa de diminuição para o traficante de primeira
viagem, inicial. Considera esse traficante quando ele reunir cumulativamente: ser primário, de
bons antecedentes e não integrar atividade criminosa e nem se dedicar a ela. É o tráfico
privilegiado.
A lei 6368;76, aquele que ostentava condições de primário e bons antecedentes não
recebia esse benefício da causa de diminuição. A lei 11.343 aumentou a pena do tráfico, mas
trouxe esse benefício para o traficante privilegiado.
Entre esses requisitos, o de o agente não poder se dedicar a atividade criminosa:
Ex: Tício está respondendo por tráfico de drogas e a defesa diz que ele tem direito a
diminuição de pena por apresentra todos os requisitos. O juiz verificou que Tício tem diveros IP
e ações penais em curso e os considerou para afastar o benefício.
Pode considerar ações penais e IP em curso para identificar que a pessoa se dedicaa
atividade criminosa? E o princípio da presunção de inocência?
Essa questão é divergente no TJ. A 5 ª turma entende que seja possível utilizar IP e ações
penais em andamento para afastar a causa de diminuição. Por sua vez, a 6ª turma entende que
IP e AP não podem ser considerados para indicar a atividade criminosa do agente. Foi evado à
3ª sessão do STJ essa divergência através de embargos de divergência no recurso especial
1431091- SP (publicado dia /01/02/2017). A 3ª sessão entendeu que o benefício deve ser
conhecido para quem realmente merece, restringindo sua aplicação. Entendeu também que IP
e AP em curso não podem ser considerados como maus antecedentes na órbita das
circunstâncias judiciais quando da análise da dosimetria da pena (para fins de aumentar a pena
base). Que nesse caso não está sendo analisado para aumentar a pena base e sim para afastar
o benefício e que o princípio da presunção de inocência não pode ser interpretado de forma
absoluta.
Segundo STJ é possível a utilização de IP e ações penais em curso para formação da
convicção de que o réu se dedica a tividade criminosa, de forma a afastar o benefício legal
previsto no art. 33, §4 da lei 11.343.
Hj, STJ e STF, consideram que tráfio privilegiado não tem a rouapgem dos crimes
equiparados hediondo. Súmula 512 foi cancelada.
Art. 121 ECA: A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios
de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado (na sentença), devendo sua manutenção
ser reavaliada, mediante decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses.
§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a três anos.
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça
ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de
resistência:
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze
anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa.
Ex: Tício aborda Mévio com arma de fogo. Subtrai seu veículo e reconhece Mévio ao
comprar droga em sua boca de fumo e não ter pagado. Em decorrência dessa dívida, Tício atira
em Mévio. A morte não foi para facilitar a subtração. Tem-se roubo consumado e um homicídio
pela conexão ocasional. Esse homicídio seria qualificado por ser considerado conexivo?
A conexão qualifica o homicídio, mas a conexão teleológica ou consequêncial. A conexão
ocasional não qualifica o homicídio. Nesse caso ele não vai ser qualificado pela conexão, mas
não será simples, será qualificado pelo motivo torpe.
Por ser o latrocínio um crime contra o patrimônio, será que a cada morte contará como
um crime de latrocínio? Não, tem que verificar quantos patrimônios existem.
Ex: Tício entra na residência de u casal, e para subtração do patrimônio deles ele mata
marido e mulher, isso e somente um latrocínio, pois, subtraiu somente um patrimônio e a
quantidade de morte vai para dosimetria da pena. Posicionamento do STJ no HC 86005 SP.
Se forem subtraídos dois patrimônios e ele mata os dois donos dos dois patrimônios, tem
dois latrocínios.
Se o agente entra na casa para subtrair patrimônio do casal, e para isso mata o casal.
Subtraindo televisão, som e as alianças. Tem uma divergência nesse caso, porque o STJ entende
que a aliança é patrimônio individual, sendo caracterizados dois crimes de latrocínio. O STF
Entende que tem que ser analizado a intenção do agente, que queria subtrair o patrimônio do
casal, e isso que tem que srer levado em consideração, sendo somente u crime de latrocínio.
Dia 08/11/2016 chegou um caso concreto na 1 turma do STF, onde o agente teria praticado
cárcere privado e latrocínio de duas vítimas + ocultação de cadáver. Recurso em HC 133575. Marco
Aurélio entendeu que memso com pluralidade de mortes deveria ser considerado crime único e
não concurso formal impróprio. Divergindo desse entendimento, o ministro Roberto Barroso e
Rosa Veiber entendem que o agente deve responder por dois crimes de latrocínio em concurso
formal impróprio.
O ministro Luis Fux pediu vista dso altos
No dia 21/02/2017, a 1ª turma concluiu o julgamento, e Fux deu entendimento que
assistia razão o relaor Marco Aurélio, sendo o latrocínio um crime complexo e a pluralidade de
mortes é insuficiente para indicar que há concurso formal impróprio ou imperfeito de crimes,
tendo que levar em consideração o patrimônio. Não há de se falar em responder por diversos
latrocínios considerando apenas a pluralidade de mortes. HC 133575/PR.
Para o STJ, a pessoa que sai para praticar um delito de roubo com outa pessoa que sabe
portar arma de fogo, tem o domínio do fato e não há de se falar em desvio subjetivo de condulta
ou colaboração dolosa distinta. O comparsa assume o risco do resultado mais grave. Não tem
como ‘jogar’ no art. 29, §2 CP:
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este
cominadas, na medida de sua culpabilidade.
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada
a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o
resultado mais grave.
Para o STF é dolo eventual.
Teria colaboração dolosa distinta e desvio subjetivo de conduta se, dois agentes entram
numa residência e um, na posse de ara de fogo. Se na residência, um entra no quarto da vítima
e pratica crime sexual, não há de se falar em domínio final do fato em relação ao crime sexual.
Não era previsível o crime de estupro nessa situação.
CESPE vai colocar dois comparsar agindo e um realizando o disparo. Pergunta se os dois
respondem por latrocínio? Sim, para o STF o comparsa, mesmo não portando arma de fogo, ele
assume o domínio final do fato. O comparsa age com dolo eventual.
ZOUKDERNO
Ailton Zouk DelPol DF
2017
Parte V- (abril/ Junho)
(@waninedias)
TENTATIVA ABANDONADA (05/03/2017)
Art. 14, II CP descreve o crime tentado. O crime vai ser tentado quando o resultado não
ocorre por seguranças alheias a vontade do agente.
A tentativa é verificada qunado da prática dos atos executórios. Não tendo os atos
executórios iniciados, não tem que se falar em tentative.
Ex: Tício queria matar Mévio e fico atrás do poste com uma arma de fogo. A polícia
aborda Tício e pergunta que ele está fazendo. Isso não é tentative, mesmo que ele tenha a
intenção de matar, mas ele não iniciou os atos executórios.
No art. 15 tem a desistência voluntária e arrependimento eficaz. É o que chamamos de
ponte de ouro.
A gente desistir de prosseguir a ação diante dos atos executórios, tem-se a desistência
voluntária. A desistência não precisa ser espontânea.
Quando após os atos executórios, o agente adota uma postura para evitar a execução:
arrependimento eficaz.
Quando está nos atos executórios e ele desista, ele desiste da prática da conduta.
Quando ele desiste dos atos executórios (está na tentativa), temos a tentativa abandonada.
No arrependimento eficaz, o agente adota uma providência e evita a cinsumção do
resultado. Essa providência é adotada após iniciado os atos executórios.
Enquanto não ocorrer a consumação, temos um crime tentado. Quando se fala em
desitência voluntária é uma forma de tentativa abandonada. No arrependimento eficaz, a
providência do agente já é após os atos executórios, tem também a tentativa abandonada.
- Para assegurar a execução de um crime: Tício quer matar Mévio, grande empresário.
Mévio contratou Paulo para fazer sua segurança. Para matar Mévio, ele acaba matando
também Paulo. O homicídio do Paulo é qualificado. Ele vai responder por homicídio qualificado
pela conexão em relação a Paulo e por motivo fútil em relação ao Mévio.
Ex: Tem o Mévio, grande empresário, Paulo seu segurança e Tício que quer sequestrar
o Mévio. Ele mata Paulo para sequestrar o Mévio. O homicídio do Paulo e qualificado pela
conexão.
Essa conexão que ele mata para ter a execução de outro delito chama-se conexão
teleológica. É a motivação de ele ter matado.
Ex: Tìcio matou Paulo para sequestrar o Mévio. Quando ele foi sequestrar o Mévio, ele
desistiu (desistência voluntária) => essa desistência enseja retira a roupagem da qualificadora
de ordem subjetiva do homicídio qualificado pela conexão? Art. 4, CP: tempo do crime
considera que quando ele pratiou o homicídio ele tinha a intenção de praticar o outro delito,
por isso a qualificadora terá incidência sim.
Cuidado que, as vezes a lei pode dar tratamento específico ao caso do agente matar a
vítima para praticar outro delito, aí não deve ser jogado a qualificadora e tratar como o art.
121. Ex: Mévio quer subtrair o carro do Paulo e ele mata Paulo, a lei tem tratamento
específico, o latrocínio.
- Para asseguar a ocultação de outro crime: Tício matou o Mévio e estava escondendo
corpo. Paulo visualizou. Como Tício não quer que ninguém fique sabendo, ele para ocultar o
homicídio de Mévio, mata Paulo.
- Para assegurar a impunidade do crime: Tício pratica o delito de estupro com a vítima e
para que ficasse impune e não fosse reconhecido, ele mata a vítima. Outro exemplo é matar
uma testemunha de um crime. Esse homicídio do comparsa é qualificado pela conexão
consequencial.
Pedra detoque: O homicídio vai ser qualificado pela conexão teleológica quando o
agente pratica o homicídio para assegurar a execução de outro crime.
Ex: Mévia terminou relacionamento com Tício, que fica perturbando. Mévia contrata
Paulo para fazer a segurança de sua casa. Tìcio, querendo perturbar Mévia, decide matar Paulo
para poder tirar a tranquilidade de Mévia. Tem um homicídio, mas não será qualificado pela
conexão teleológica (ele praticou um homicídio para assegurar a pratica de uma contravenção
penal, a de perturbação da tranquilidade- art. 65 LCP). Princípio da taxatividade e da
legalidade, não há de se falar em analogia in malam partem.
Ex: Tìcio ameaça de morte o Zouk. Zouk contrata Paulo para sua segurança. Zouk mata
Palo para matar o Zouk, entra na casa e atira para matar o Zouk, que já estava morto de
parada cardíaca (crime impossível). Esse homicídio ão é qualificado pela conexão teleológica.
A conexão é sequencial quando se pratica um utro crime para assegurar a ocultação,
impunidade ou vantagem de outro crime.
Ex: Mévia está muito doente e começou a buscar a cura para sua doença. Nos jornais
Tícia dizia que fazia trabalho de curas para curar essa doença. Tícia sabe que os trabalhos que
realiza não cura ninguém (está induzindo a erro). Mévia procura Tícia, já induzida a erro, para
que seja curada. Mévia faz o pagamento. Mèvia verificando eu não estava sendo curada, diz a
Tìcia que não pagará mais porque acha que está sendo enganada.
Ao falar que uma pessoa precisando de cura, faz-nos pensar no crime do art. 284,
curandeirismo. Mas se tem intenção de induzir alguém a erro, não é curandeirismo,é
estelionato. Para ter o curandeirismo, a pessoa que faz o trabalho te que acreditar que seja ele
capaz de curar a pessoa.
Curandeirismo é um crime de ação vinculada e habitual.
Curandeirismo é crime vago, tem como sujeito passivo a coletividade.
O agente só responde no curandeirismo, quando ele sem a habilitação ara curar uma
pessoa, ele pratia essas ações do art. 284. O agente acredita que seja capaz de curar alguém.
Art. 284 - Exercer o curandeirismo:
I - prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer substância;
II - usando gestos, palavras ou qualquer outro meio;
III - fazendo diagnósticos:
De acordo com o exemplo, Tìcia tinha conhecimento que a prática de suas ações não
curava ninguém, assim, induziu Mèvia a erro para obter vantagem econômica=> Estelionato.
Quando Mévia diz que não quer mais os trabalhos de Tìcia por se sentir enganada e
manda ela interrompa os trabalhos, pois não irá mais pagar. Tícia diz que já fez uns trabalhos
para filhos de Mévia e que, portanto, ela a deve 32.000,00 para que ela desfaça o trabalho.
EXTORSÃO- Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com
o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se
faça ou deixar de fazer alguma coisa:
Apesar de no exemplo não ter a violência, tem a ameaça de forças espirituais.
STJ decidiu que ameaça de mal espiritual, em razão da garantia da liberdade religiosa,
não pode ser considerada inidônea ou inacreditável. Para vítima e boa parte do povo brasileiro
existe a crença em forças sobrenaturais. Não há de se falar que sejam fantasiosas. Configura
sim grave ameaça a ensejar a elementar do art. 158. Resp. 129.9021
Quanto à grave ameaça, o STJ tem externado posicionamento bastante extensivo. STJ
entendeu num julgado recente que ameaça de destruir patrimônio configura grave ameaça
para caracterizar a extorsão.
Ex: Tício subtraiu veículo do Mévio, mediante violência, tendo um roubo. Depois Tício
liga para Mévio dizendo que roubou o carro dele e que só devolve se Mévio realizar o
pagamento de determinada quantia e que se ele não der, ele destruirá o veículo.
Ex: Um flanelinha que diz se Joã não der dinheiro irá amassar seu veículo, para o STJ
tem a grave meaça e configurada a extorsão.
Ex: Mévio está no terceiro período da faculdade, pega o gabarito da prova no armário
do professor e divulga para seus amigos. Divulgação de gabaritos de avaliações periódicas do
corpo discente não entra nesse artigo.
Inciso IV, ex: prova da ordem.
O tipo pena tem dois verbos, sendo misto ou alternativo: divulgar e utilizar.
Ex: Se Mévio descobriu o gabarito oficial da CESPE e divulgou para Zou que estava
realizando o concurso ara delegado. Zouk pega o gabarito, mas não utiliza porque não quer, é
fato atípico para ele porque o verbo fala utilizar!
Quem divulga e quem utiliza agem em concurso, segundo a teoria monista.
-É um crime de forma livre, não exige uma forma exata de passar o gabarito.
Conteúdo sigiloso é qualquer informação secreta ao público em geral.
- Elemento subjetivo do tipo: agente tem que agir com dolo. É um dolo específico, a fim
de beneficiar-se, a si ou a outrm, ou comprometer o certame.
No art. 325 tem o delito de violação de sigilo funcional. Ele é um crime subsidiário.
Violação de sigilo funcional
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva
permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não constitui crime
mais grave.
§ 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem:
I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha
ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou
banco de dados da Administração Pública; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito.
§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a outrem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
A competência para julgar os delitos de fraude vai depender: se for fraude em concurso
federal, será da Justiça Federal; se for da polícia civil, será da Justiça Estadual. Tem que olhar a
ofensa ao bem jurídico.
Art. 121 ECA: A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos
princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em
desenvolvimento.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado (na sentença), devendo sua
manutenção ser reavaliada, mediante decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses.
§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a três anos.
Entre os parágrafos 2 e 3 parece haver um contrassenso. Esclarecendo, §2 quer dizer
que o juiz, ao aplicar a internação, ele não pode dizer que adolescente vai pegar um tempo
determinado de internação, ele apenas submete o infrator à internação, e a cada 6 meses será
feita uma reavaliação. A internação não comporta prazo na sentença.
Pedra de toque:No art. 122 tem as possibilidades de plicação da internação, em ro
taxativo.
Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando:
I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa;
II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves;
III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta.
Ex: Tício menor de idade, nervoso, pega um ferro e com violência quebra o carro de
Mévio. Praticou ato infracional análogo ao crime de dano. Vai ser submetido a internação?
Não, porque o art. 122 diz que é grave ameaça ou violência a pessoa.
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça
ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de
resistência:
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze
anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da
multa.
Ex: Tício aborda Mévio com arma de fogo. Subtrai seu veículo e reconhece Mévio ao
comprar droga em sua boca de fumo e não ter pagado. Em decorrência dessa dívida, Tício atira
em Mévio. A morte não foi para facilitar a subtração. Tem-se roubo consumado e um
homicídio pela conexão ocasional. Esse homicídio seria qualificado por ser considerado
conexivo?
A conexão qualifica o homicídio, mas a conexão teleológica ou consequêncial. A
conexão ocasional não qualifica o homicídio. Nesse caso ele não vai ser qualificado pela
conexão, mas não será simples, será qualificado pelo motivo torpe.
Por ser o latrocínio um crime contra o patrimônio, será que a cada morte contará como
um crime de latrocínio? Não, tem que verificar quantos patrimônios existem.
Ex: Tício entra na residência de u casal, e para subtração do patrimônio deles ele mata
marido e mulher, isso e somente um latrocínio, pois, subtraiu somente um patrimônio e a
quantidade de morte vai para dosimetria da pena. Posicionamento do STJ no HC 86005 SP.
Se forem subtraídos dois patrimônios e ele mata os dois donos dos dois patrimônios,
tem dois latrocínios.
Se o agente entra na casa para subtrair patrimônio do casal, e para isso mata o casal.
Subtraindo televisão, som e as alianças. Tem uma divergência nesse caso, porque o STJ
entende que a aliança é patrimônio individual, sendo caracterizados dois crimes de latrocínio.
O STF Entende que tem que ser analizado a intenção do agente, que queria subtrair o
patrimônio do casal, e isso que tem que srer levado em consideração, sendo somente u crime
de latrocínio.
Dia 08/11/2016 chegou um caso concreto na 1 turma do STF, onde o agente teria
praticado cárcere privado e latrocínio de duas vítimas + ocultação de cadáver. Recurso em HC
133575. Marco Aurélio entendeu que memso com pluralidade de mortes deveria ser
considerado crime único e não concurso formal impróprio. Divergindo desse entendimento, o
ministro Roberto Barroso e Rosa Veiber entendem que o agente deve responder por dois
crimes de latrocínio em concurso formal impróprio.
O ministro Luis Fux pediu vista dso altos
No dia 21/02/2017, a 1ª turma concluiu o julgamento, e Fux deu entendimento que
assistia razão o relaor Marco Aurélio, sendo o latrocínio um crime complexo e a pluralidade de
mortes é insuficiente para indicar que há concurso formal impróprio ou imperfeito de crimes,
tendo que levar em consideração o patrimônio. Não há de se falar em responder por diversos
latrocínios considerando apenas a pluralidade de mortes. HC 133575/PR.
Para o STJ, a pessoa que sai para praticar um delito de roubo com outa pessoa que sabe
portar arma de fogo, tem o domínio do fato e não há de se falar em desvio subjetivo de
condulta ou colaboração dolosa distinta. O comparsa assume o risco do resultado mais grave.
Não tem como ‘jogar’ no art. 29, §2 CP:
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este
cominadas, na medida de sua culpabilidade.
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á
aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido
previsível o resultado mais grave.
Para o STF é dolo eventual.
Teria colaboração dolosa distinta e desvio subjetivo de conduta se, dois agentes entram
numa residência e um, na posse de ara de fogo. Se na residência, um entra no quarto da vítima
e pratica crime sexual, não há de se falar em domínio final do fato em relação ao crime sexual.
Não era previsível o crime de estupro nessa situação.
CESPE vai colocar dois comparsar agindo e um realizando o disparo. Pergunta se os dois
respondem por latrocínio? Sim, para o STF o comparsa, mesmo não portando arma de fogo,
ele assume o domínio final do fato. O comparsa age com dolo eventual.
A 3ª sessão do STJ nalizando a divergência com a 5ª turma (entende que ações penais e
inquéritos em curso podem materializar fundamento para afastar o privilégio no sentido de
que o agente se dedica a atividade criminosa) e 6ª turma (entende que não é possível, devido
ao princípio da presunção de inocência , não pode ter ess certeza e afastar o privilégio se ainda
não tem uma prova concreta que venha a sistentar uma condenação com trânsito em julgado)
do STJ.
O art. 33, §4 aumentou a pena do tráfico e criou a minorante do tráfico privilegiado.
A 3ª sessão entendeu que ações penais em curso e inquérito penais em curso podem
sim ser considerados para afastar privilégio. Pode sim dizer que se dedica a atividade criminosa
o fato de ter diversos inquéritos ou ações penais em curso, não se pode querer alegar o
princípio da inocência, pois, há indícios fortes de se dedicar a atividade criminosa. A 3ª sessão
ainda diz que, pensar diferente seria tornar o princípio da presunção de inocência com uma
roupagem de direito constitucional absoluto. Os princípios constitucionais devem ser
interpretados de forma harmônica e, nenhum direito é absoluto. Tanto não é que, hoje tem-se
a possibilidade da relativização do princípio constitucional da presunção de inocência quando
se trata da execução provisória da pena em decisão de 2ª instância.
Com essa visão de não entender que há uma roupagem de direito absoluto, a 3ª sessão
entendeu que o juiz pode sim considerar ações penais e IP em curso para afastar o privilégio.
Estou considerando as ações penais em curso e IP para afastar o privilégio. Não os
considera para agravar a pena base. São coisas diferentes. Ações penais em curso e IP em
curso não constituem maus antecedentes.
Súmula 444/STJ - 26/10/2016. Pena. Fixação da pena. Pena-base. Inquéritos policial.
Ação penal em curso. Agravação da pena-base. Inadmissibilidade. CP, art. 59.
É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a
pena-base.
O egislador vai tentar fazer confundir o Eresp em curso com a súmula 444.
O IP e ações penais podem ser considerados para afastar o privilégio com base nos
maus antecedentes? ERRADO, eles não constituem maus antecendetes. Requisito seria outro,
o de se dedicar a atividades criminosas.
No direito civil, quando é estabelecida uma relação contratual, tem que ter o equilíbrio
e a boa fé objetiva na relação.
Ex: Se Tício compra um veículo e fica estabelecido o pagamento de 1.000,00 por mês,
estava dentro de seu rçamento na época. Devido uma alteração econômica, o contrato se
tornou oneroso para ele. Aplica-se a concepção de que o contrato deve ser cumprido quando
ocorre fato imprevisível? Não seria uma injustiça? O direito não poderia abrir uma
possibilidade de rever o que foi decidido?
O direito está alerta para essas injustiças. Existe a cláusula rebus sic standibus que
materializa a teoria da imprevisão. É uma cláusula implícita aos contratos que possibilita
qualquer das partes, rever o que foi acordado por ter ocorrido um fato posterior que tornou
onerosa a relação contratual.
Aplicando a rebus sic standibus ao processo penal: quando uma decisão puder ser
revista. Decisão que arquiva IP pode ser revista? Sim, pois a decisão que homologa
arquivamento é uma decisão rebus sic standibus, pois pode ser revista. O surgimento de novas
provas (súmula 524) é um exemplo.
Uma prisão preventiva quando decretada, é outra hipótese de decisão que pode ser
revista.
Quando é possível rever uma decisão, diz, processualmente, que a decisão fez coisa
julgada apenas formal. Então, a rebus sic standibus é compatível com a coisa julgada formal.
A decisão que homologa o arquivamento do IP é uma decisão rebus sic standibus?
Certo!
A regra é que i IP pode ser desarquivado. Então em regra, a coisa julgada é apenas
formal. Há exceções, por exemplo, atipicidade do fato, onde o IP não pode ser desarquivado.
A decisão que arquiva IP com base na atipicidade do fato é uma cláusula rebs sic
standibus? Falso, não porque essa decisão faz coisa julgada formal e material.
A doutrina aponta também que uma decisão que arquiva IP com base em causa
extintiva de punibilidade também faz cosia julgada material. Ex: com base na prescrição. Não
há possibilidade de ser revista,pois faz cois a julgada material
Extiste causa extintiva da punibilidade, mesmo que reconhecida e arquivado o IP,
aquela decisão não vai fazer coisa julgada formal e material. O óbito do agente é uma causa
extintiva da punibilidade.
E:x Tício pratica um homicídio. Falsifica sua própria cetidão de óbito e pede que sua
mãe leve à delegacia para aquivar o IP contra ele sobre o homicídio. O delegado relata no IP a
morte de Ticio e manda o IP para o jui e o MP pede seu arquivamento. Depois é descoberto
que essa certidão de óbito era falsa, a decisão que homologou o arquivamento do IP com base
na causa extintiva de punibilidade baseada na morte do agente. Antigamente o STF entendia
que, mesmo o agente utilizando certidão falsa, declarada a extinção, fazia coisa julgada
material e o agente respondia somente por falsidade de documento. STF evoluindo, entende
agora que o agente não pode se beneficiar desse manto da coisa julgada, não é absoluto.
Revendo esse posicionamento, a declaração que reconhece a extinção de punibilidade com
base em documento falso não faz coisa julgada material e pode ser revista. Entende-se agora
que essa dcisão é rebus sic standibus.
O IP, uma vez arquivado, pode ser desarquivado com base na súmula 524:
Súmula 524, STF: Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento
do promotor de justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas.
Essa súmula dá esse reconhecimento de decisão rebus sic sandibus quando se fala em
IP.
Novas provas: existem provas substancialmente novas e formalmente novas. Tem que
ser aptas a produzir alteração no panorama probatório.
Substancialmente nova é quando se tem provas inéditas.
A prova formalmente nova é quando a prova já existia, só terá uma nova roupagem,
uma nova versão.
Ex: Tício matou o Mévio, e teve como testemunha o Zouk Lindo e Zouk Téo, que
negaram o fato ao testemunhar. Delegado relata o IP e MP opta pelo arquivamento. Depois,
Zouk Lindo e Zouk Téo vão à delegacia e confessam que viram o crime, mas negaram por estar
sendo ameaçados. As testemunhas já existiam, só mudram seu depoimento.
IP arquivado com base na atipicidade do fato geral coisa formal e material, não
podendo ser desarquivado.
Se Tício briga com Mévio, o esqueiaa e alega legítima defesa. O delegado ouvindo uma
testemunha que diz ter viso Tìcio se defendendo, acha notório uma excludente de ilicitude. E o
juizMP homologa essa decisão de arquivamento do IP com base na excludente de ilicitude.
Aparecendo uma testemunha com provas de que não foi legítima defesa, o delegado pode
solicitar desarquivamento?
Temos dois posicionamentos:
- STJ entende que arquivamento do IP com base na excludente de ilicitude faz coisa
julgada formal e material, não podendo ser desarquivado.
- STF entende que essa decisão faz somente coisa julgada apenas formal, podendo ser
revista. É uma decisão rebus sic standibus.
Atipicidade do fato, tanto para STJ como para STF, não é uma decisião rebus sic
standibus.
Recurso em HC 70.141/RJ reforçou uma jurisorudência que já vem sendo aplicada pelo
STJ.
Não basta ser policial para portar arma de fogo, ele tem que ter registro na polícia
federal se for de uso permitido, ou do comando do exército se for de uso restrito.
STJ analizou agra um caso que envolve um delegado de polícia que portava uma arma
de fogo e na casa dele ele tinha outra arma. A justiça epediu mandados de busca. Foi
encontrada a arma na casa do delegado e a que ele estava portando. O Delegado só tinha o
registro das armas na divisão de fiscalização de armas e explosivos, mas não tinha o registro da
polícia federal. Entendendo que o delegado necessita desse registro, o MP ofertou a ação
penal pela prática do delito do art. 12 (posse irregular) e art. 14 (porte ilegal de arma de fogo).
O fato de o delegado figurar no art. 144, o MP usou o art. 20 (causas de aumento de pena).
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é aumentada da
metade se forem praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6o, 7o e
8o desta Lei.
Um Delegado foi abordado na rua sem o registro da arma que está portando. Foi
levado à delegacia. O delegado de delegacia realizaria a prisão em flagrante, mas não poderia
arbitrar fiança, pois, tem que levar em consideração as causas de aumento (art. 14 c/c/ art.
20=> 4 anos + ½, ultrapassando os 4 anos que permite o arbitramento da fiança pelo
delegado).
Porte de arma de fogo de calibre diferentes responde por dois crimes, de uso permitido
e de uso restrito, entende STJ.
O art. 19 estabelece uma causa de aumento para o comércio ilegal e o tráfico de arma
de fogo.
Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é aumentada da metade se a
arma de fogo, acessório ou munição forem de uso proibido ou restrito.
Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, com ele
praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
§ 1o Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem pratica as condutas ali
tipificadas utilizando-se de quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da
internet.
§ 2o As penas previstas no caput deste artigo são aumentadas de um terço no caso de a
infração cometida ou induzida estar incluída no rol do art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho
de 1990.
O art. traz a conduta de corromper menor.
Infração penal (crime e contravenção).
Induzir o menor é autoria mediata.
Caso: Policiais militares alvejaram dois meliantes numa suposta troca de tiro. Segundo
os PM’s eles estavam em legítima defesa. Comparecendo à delegacia, os policiais receberam
voz de prisão, pois so delegado entendeu estar em flagrante, de homicídio qualificado por
impossibilidade dedefesa da vítima.
O art. 23, CP elenca as causas de excludentes de ilicitude. Entre elas tem a legítima
defesa (usando moderadamente os meios necessários, repele injusta agressão atual o
iminente). Na legítima defesa (LD) a agressão deve ser humana.
Se for um cão atacando um policial, e ele atira, tem-se, em tese, o estado de
necessidade. É uma agressão animal. Seria LD se uma outa pessoa instigasse o cachorro para
atacar o policial, pois o animal eria utilizado como instrumento meio.
Meios necessários são os meios disponíveis no momento. O emprego da arma de fogo
pode ser o único disponível no momento, anaçizando os outros requisitos.
Se o PM atira, para neutralizar o agente e após a utilização dos meios moderados ele
continua efetuando disparos, teremos o excesso.
Outro requisito da LD é que o agente tem que ter conhecicmento da situação
justificante. Ex: Tìcio atirou em Mévio, ele queria matá-lo. No momento que ele atirou, ele não
tinha conhecimento que Mévio estava sacando a arma para atirar em Pedro, desse jeito a
corrente majoritparia entende que não é LD. Corrente minoritária entende que sim, porque o
tipo penal do art. 25 não fala que teria que ter conhecimento da situação justificante.
Quanto ao aspecto subjetivo, a LD pode ser real ou putativa. A LD putativa recai sobre
uma discriminante putativa, o agente acha que está sendo agredido, quando não é verdade.
Ex: Tício caminha num local escur e encontra Mévio seu desafeto. Mévio coloca a mão no
bolso e Tício acha que ele ia atirar, e saca primeiro sua arma e atira, quando na verdade Mévio
estava pegando uma carta no bolso para entregar a Tício. È LD putativa decorrente de erro de
tipo. Local totalmente escuro, não tinha como saber que era uma carta, tem o erro de tipo
invencível (exclui dolo e culpa). Se o local tinha iluminação e dava para Tício ter verificado, o
erro de tipo é vencível e Tício responde por homicídio culposo.
A LD subjetiva é a q que decorre da exaltação de ânimo. Ex: Tícia foi agredida pelo
Mévio, estuprador. Mévio com uma faca começa a agredir Tícia para estupra-la. Tícia começa a
agredir Mévio e consegue tirar a faca dele, atingindo-o. Mévio já neutralizado, Tícia continua a
atingí-lo. Não se pode esperar outra reação de Tícia. Tem a LD subjetiva, decorrente do
excesso escusável. Essa LD não é real, pois decorre do excesso. Não sendo uma excludente
real, ela exclui a culpabilidade (exigibilidade de conduta diversa). Mévio agora pode agir em LD
contra o excesso da vítima de estupro, e será LD sucessiva.
Quanto a forma da LD, o que vem a ser a LD agressiva? A vítima é agredida e age
provocando uma lesão corporal em seu agressor.
Temos o excesso doloso (agente tem intenção de se exceder), o culposo (agente não
observa o dever jurídico de cuidado e acaba se excedendo) e o acidental.
Ex: Vítima age em LD e acaba neutralizando seu ofensor e acaba torcendo muito o
braço dele, sem querer. É um excesso culposo.
Excesso esculpante (exclui a culpabilidade) é o excesso da LD subjetiva.
1) Delegado- PF- 2013: Um homem foi flagrado com arma de fogo de uso restrito,
tendo a perícia técnica posteriormente atestado a cabal impossibilidade de o instrumento
produzir disparos. Nessa situação, configura-se atípica a conduta de porte de arma, não
podendo ser considerado o uso desse artefato para a prática de outra infração como
majorante de pena pelo uso de arma.
R: Correto.
A lei 10826 dá tratamento homogêneo a porte ou posse de arma de fogo de uso
restrito, diferente de como trata porte e posse de uso permitido.
Sendo de uso permitido, para o porte ou possse, o delegado pode arbitrar fiança.
Se a arma é de uso permitido, mas está com o sinal raspado, não pode aplicar fiança
porque o agente responde como se de uso restrito fosse. Art. 16.
Se a arma está sendo portada por policial civil, maas não tem autorização legal (sem
registro), vai responder por porte ilegal. Não pode arbitar fiança na esfera policial, pois
considera as causas de aumento do art. 20.
Diferente não ter registro e ele está vencido!
A questão menciona que a arma é absolutamente inapta para realizar disparos não
entra no coneito técnico de arma, se compara a um simulacro, constituindo fat atípico.
Cuidado: se a arama tem uma uneta acoplada, o agente responde pelo acessório.
Arma de pressão: STJ entende que a importação é contrabando.
Não entra no conceito de arma de fogo portar arma de pressão, não é fato típico.
Para STF, Se portar arma de brinquedo, se for similar a arma de fogo, se estiver
importando considera-se contrabando.
NÃO é do estatuto do desarmamento importar arma de briquedo ou arma de pressão.
STF entende que importação de colete balístico é contrabando também.
Arma de brinquedo não pode ser considerada para majorar pena de um delito, a arma
configura grave ameaça.
Mara majorar, basta ser arma, não necessariamente tem que ser de fogo.
Um policial chega em casa e deixa a arma de fogo em cima da mesa para que o filho
dele pegue. O filho dele pega. Isso não é art. 13 porque nele é crime culposo. Se o policial
deixou a arma intencionado, tem o dolo. Cai no art. 16, §único, V. CUIDADO: tem que olhar se
ele deixou a arma culposa ou dolasamente com a intenção do filho dele pegar a arma.
Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18
(dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que
esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade:
Tem divergência na doutrina para que configure o art. 13 tem que acontecer o
aponderamento. Outra parte da doutrina ententende que não, porque a lei assim não faz.
Se o policial não tomou as cautelas necessárias, independe se teve aponderamento ou
não.
O art. 13 é um tipo híbrido, tem a modalidade culposa no caput e no §único tem que
ter o dolo. Um aluno perguntou quando começa a contar o prazo para apresentar para Polícia
FEDERAL? A letra da lei diz que depois de ocorrido o fato tem 24hrs (letra de lei). No contexto
fático, é a partir do conhecimento do fato que o tempo irá contar, para não admitir uma
responsabilidade objetiva do diretor ou responsável da empresa.
Há posicionamento da doutrina que pode registrar a ocorrência e comunicar a polícia
civil.*
Respondendo a qustão: ERRADA. Não desconfigura o delito de porte de arma de fogo
com sinal de identificação de sinal raspado.
OBS: Ficar ligado no porte de arma de fogo de uso permitido ou restrito; comércio
ilegal de arma de fogo e causa de aumento do art. 20 e a vedação de liberdade provisória do
art. 21 que foi considerada inconstitucional.
Pontos importantes:
- Súmula 711 do STF: se sai lei mias grave aumentando a pena do porte, passando de 2
a 6, e o agente está portando essa arma, aplica-se a lei mais gravosa. Crime continuado.
- Porte ou posse de arma de calibres diferentes responde por dois crimes.
- Conselheiro de tribunais de contas são equiparados aos magistrados, portnto, tem
direito ao porte de arma.
- Policial civil aposentado perde o direito ao porte funcional.
- Porte de arma de fogo não há necessidade da apreensão da arma e perícia, mas, se
apreender, tem que realizar a perícia.
- O praticante de tiro esportivo, em alteração recente, pode transportar essa arma
municiada.
- Agente recebe arma de fogo produto de crime responde por receptação e porte ilegal
de arma de fogo em concurso material. Não se aplicao o princípio da especialidade.
Ex: Um agente atribui uma falsa comunicação de uma conduta delituosa ligada a crime
contra o meo ambiente. Essa informação ainda não chegou a delegacia, foi levada direto ao
MP. MP resolve instaurar logo uma ação civil pública. Ação civil pública dá ensejo a processo
civil e não penal, mas quando a lei fala em processo judicial, engloba os dois (processo judicial
e processo civil).
- Investigação administrativa:
Tanto a instauração de investigação policial, quanto de processo judicial ou de
instauração de investigação administrativa tem que decorrer da atribuição do agente a uma
conduta delituosa a uma pessoa que ele sabe inocente, o de uma conduta contrvencional.
Ex: Tício chega a uma corregedoria e diz que Mévio trabalha muito mal, isso sendo
mentira. A corregedoria decide instaurar PAD para apurar falta disciplinar isso NÃO configura
denunciação caluniosa porque o PAD foi instaurado com base em fato atípico (não constitui
crime e nem contravenção).
Ex: Tício fala que Mévio, funcionário úblico, furtou objeto que estava na custódia da
administração, sabendo ser Mévio inocente. Tem aqui o crime peculato furto (se aproveitando
de suas funções para subtrari o bem). O fato ainda não chegou na delegacia, mas foi
instaurado uma sindicância. Durante a sindicância descobriu-se que a acusação era falsa.
Rogério Sanches entende que há consumação da denunciação caluniosa, mas o STJ e Masson
entendem que quando a lei fala de investigação administrativa refere-se a PAD e não
sindicância.
STJ: entende que tem que ter PAD instaurado para configurar a denunciação caluniosa.
- Inquérito civil:
Alei também faz referência ao inquérito civil, que é destinado para obter informação
para subsidiar uma ação civil pública. Então se um agente imputa fato criminioso a uma pessoa
que ele sabe ser inocente e esse fato dá ensejo a uma ação civil pública, tem-se materializado
a denunuciação caluniosa.
Ex: Agente atribui à prática de um delito da relação de consumo. MP instaura um
inquérito civil para propor defesa de direitos mea indiivsuais. Tem-se maerailizado o crime. É
difente se um agente diz que Tício está ofendendo direitos do consumidor, e a ofensa a esses
direitos não configuram crime contra a relação de consumo, e disso instaura um inquérito civil
(fato atípico, não vai configurar art. 339).
- Imprbidade administrativa:
Ação de improbidade administrativa não depende de IP instaurado.
Pode ter uma ação de improbidade administrativa decorrete de acusação falsa e não
venha ater a denunciação caluniosa configurada. Ex: Eu digo que um prefeito está usando da
publicidade para se promover (estou atribuindo um fato que não é verdadeiro). Isso dá ensejo
a ação de improbidade administrativa por atentar contra os princípios da adm. pública. Não vai
configurar art. 339 porque o fato atribuído ao prefeito é atípico.
O legislador vai jogar um fato e dizer que ensejou um inquérito civil, ou uma ação de
improbidade administrativa ou mesmo uma investigação administrativa, mas não vai dizer que
esse fato é atípico.
A lei 8429/92:
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público
ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
Quando esse fato for um fato típico, joga para o art. 339, CP; se esse fato for atípico, cai
aqui no art. 19.
Ex: Agente é acusado de ter praticado um delito da lei 8.666/90 e antes de ser
instaurado um IP é proposto ação de improbidade administrativ. Ao final concluir que o fato é
falso, cai no ar. 339 porque o fato atribuído é típico.
O crime de denunciação caluniosa é um crime de forma livre, pode ser por carta, email,
telefone.
Professor Flávio Queiroz de Moraes aponta uma situação em que um ato omissivo
configura uma denunciação caluniosa.
Ex: Tício e Mévio vão a uma delegacia para comunicar um fato. Chegando lá, Tício
começa a falar e diz que Paulo cometeu um homicídio (sabendo ser falsa) e Mévio ficou ‘na
sua’. Tício fala ainda que Mévio havia testemunhado. No momento em que Mévio ficou quieto,
ele ratifica a opnião de Tício. Configura-se o art. 339 decorrente do silêncio.
No art. 339, essa falsa imputação deve ser relacionada a crime/contravenção e pessoas
determinadas.
Ex: Mévio presenciou Tício subtraindo a bolsa da Mévia. Tício empurrou a Mévia e
levou a bolsa. Mévio vai até a delegacia e ralata o fato, dizendo inclusive que Tício apontou
uma arma de fogo. Mévio imputa o roubo com aumento da arma de fogo. Há de se falar em
art. 339 em relação a causa de aumento? Agravante que não existiu não se fala em art. 339,
por o caput fala que é atribuir crime/contravenção e não agravante.
Diferente se o agente pratica um furto e ao chegar à delegacia, Tício relata que foi um
roubo. Está se imputando um crime, que tem adequação típica.
- Falsidade da imputação:
Ex: Tício imputa à Mévio a prática de um homicídio de Paulo, pelo simples fato de Paulo
ter sumido. Chega ao delegado e diz o que não ocorreu. Isso é falsidade de imputação.
Outra hipótese que pode acontecer, é de um fato ter ocorrido, mas o Tício fala que foi
o Mévio, mas na verdade o autor é o Paulo.
Pode ocorrer que o Tício é autor de um furto com destreza e, Mévio na delegacia diz
que Tício bateu na vítima para subtrari a res. Não há de se falar em causa de aumento aqui. É
um furto e acusação é de roubo, havendo falsidade da imputação.
Ex: Mévio chega para o MP e diz que Tício matou o filho ele na estrada ao perder a
direção do carro (homicídio culposo na direção de veículo automotor). MP propõe ação penal.
Juiz concede perdão judicial (causa extintiva de punibilidade).
Será que a concessão do perdão juidical iria desconfigurar o delito do art. 339? A
sentença que homologa perdão judicial demanda de processo, então foi instaurado o processo
e tem a condiguração do art. 339 materializado.
Ex: Mévio foi na delegacia e chegando lá quis atribuir fato criminoso a Tício, dizendo
que ele tinha praticado um homicídio. O advogado de Mévioliga para ele bem na hora do
depoimento e Mévio relata que está dizendo que Tício cometeu um homicídio. O advogado
manda que ele desista disso porque ele sabe que é mentira. Mévio diz ao delegado que quer
desisitir porque não foi o Tício. Mévio acredita estar desistindo dentro dos atos executórios,
tendo então uma desistência voluntária (chamada ponte de ouro, respondendo somente pelos
atos já praticados). Mévio vai responder só pela calúnia.
Ex: Tício vai à delegacia falar que Mévio está praticando jogo do bicho. O advogado liga
para ele e manda ele interromper o depoimento antes de ser instaurado IP. Tício diz ao
delegado que vai desistir voluntariamente. O delegado alega que o advogado o ligou.
Espontaneidade é diferente de voluntariedade. Desistência tem que ser voluntária, não fala
que tem que ser espontânea. Nesse exemplo Tício não vai responder por calúnia porque jogo
do bicho não é crime, é contravenção, então vai responder por difamação.
Imputar a autria de contravenção a uma pessoa que se sabe ser inocente, ensejando a
uma investigação policial configura o art. 339 de forma privilegiada porque tem diminuição de
pena.
STF: Investigação administrativa tem que ser um processo administrativo. Sindicância
instaurada não configura o delito em comento.
Para configurar a denunciação caluniosa o fato imputado tem que ser típico.
-Arrependimento posterior:
Ex: Tício deu depoimento imputando crime a Mévio, iniciou-se a investigação e antes
do recebimento da denuncia ele se retratou. Causa de diminuição de pena. (Cleber Masson).
- Art. 339 x MP
MP propõe ação penal e ao final do processo conclui-se que aquela pessoa não é
autora do delito? Se a denúncia é feita de forma temerária, com abuso de poder, sem a
chamada justa causa e o MP sabe que o indivíduo é inocente, pode o MP responder pelo art.
339.
- Dolo:
STF: entende ter que ser o dolo direito (pois é imputar fato que sabe e, não que assume
o risco).
Ex: Um delegado federal foi cumprir um mandado de busca na casa de uma deputada.
A deputada foi ao MP dizer que o delegado tinha praticado abuso de autoridade. Foi
instaurado um procedimento investigativo e foi arquivado. O MPF propôs ação de denunciação
caluniosa em face dessa deputada. O STF entendeu que ela não agiu com dolo direto (o fato de
pedir a instauração de um procedimento em face de uma suposta conduta de uma autoridade,
não quer dizer que você está dizendo que essa pessoa é autora daqueles crimes). Para o STF a
deputada teria que saber que o delegado não tinha cometido nada e imputar esse fato a ele.
- Art. 339 em face de erro de tipo:
Ex: Tício vê uma pessoa com as características de Mévio e a camisa vermelha atirando
no Paulo. Chega à delegacia e diz que viu Mévio atirando em Paulo, ele está em erro de tipo
(excui o dolo). Como não tem o dolo, não tem o art. 339 materializado.
Se eu me utilizo de uma terceira pessoa que esteja em erro para praticar art. 339
Ex: Mévio chega para João, filho de um delegado, e fala que Tício matou Paulo. João
induzido a erro, provocado por terceiro, vai à delegacia e diz ao pai dele o que Mévio falou. É
uma denunciação por erro de terceiro. Quem está agindo em erro é um mero instrumento
(autoria mediata). Mévio responde pelo art. 339. O terceir tem que ser de boa fé, caso
contrário entra em coautoria com Mévio.
Ex: Zouk chega para João e diz que Tício matou Paulo, querendo somente ofender a
honra do Tício e não induzí-lo a erro. João vai contar ao pai na delegacia. Não se fala em art.
339, pois Zouk não queria, necessariamente, a instauração de uma investigação. ZOuk só
queria atribuir fato delituoso. Zouk responde por calúnia.
Obs:
A doutrina aponta que a síndrome se manifesta quando uma mulher, em decorrência
da rejeição atribui fato delituoso a pessoa que ela sabe ser inocente, dando ensejo a uma
investigação criminal.
O art. 339 menciona dar causa a investigação, imputando-lhe crime que sabe ser
incocente. O caput menciona crime, mas contravenção penal também caracteriza o crime §2
do art. Alguns autores chamam de denunciação caluniosa privilegiada.
Prova: A imputação da denunciação caluniosa tem que ser objetivamente e
subjetivamente falsa. O crime do art. 339 demanda que a imputação seja objetiva e
subjetivamente falsa. Crime não pdoe ter sido cometido pela vítima (o fato tem que ser falso
ou o fato não pode ter ocorrido) e subjetivamente falsa (o agente que pratica a conduta te que
saber que está acusando um inocente.
Ex: Tício imputa ao Mévio uma conduta criminosa, um homicídio, que ele sabe ser
inocente, querendo que seja instaurado um IP. Chegou-se a conclusçao durante a investigação
que Mévio é sim autor ho homicídio, entãoo, a imputação era subjetivamente falsa, mas
objetivamente não é. Logo, não tem a denunciação caluniosa.
Ex: Mévio imputa a Tício a autoria de uma ação criminosa, mas não com a vontade de
falser a verdade, porque ele viu uma pessoa com as mesmas características de Tício atirando
na vítima. Após o fato, apura-se que Tício é incocente. Tem-se uma imputação subjetivamente
verdadeira e o fato objetivamente falso.
Quando se tem um dolo subsequente, tamém não altera o panorama. Ex: Mévio viu
uma pessoa com as características de Tício atirando em Paulo e vai a Delegacia e diz que Tício
matou Paulo. Tem-se uma imputação subjetivamente verdadeira, não tendo o crime do art.
339.
Ex: Mévio diz ao delegado que Tício matou Paulo. A investigação foi prosseguindo.
Mevio tomou conhecimento que um armazém havia filmado as imagens e Mévio vai atrás. Ao
analisar as filmagens Mévio verifica que Tício não matou Paulo e, mesmo assim, fica calado.
Esse dolo superveniente não enseja a caracterização do art. 339.
No delito de receptação é diferente. Ex: Tício compra veículo sem saber ser produto de
crime. Três dias depois ele descobre e, mesmo assim decide ficar com o veículo. Há um dolo
superveniente. Mas, Tício vai responder por receptação dolosa (dolo direto).
- Consumação:
É um delito material, só caracterizando a consumação do delito quando ocorrer o
desencadeamento do Inquérito civil, da ação de improbidade, etc.
É possível tentativa no art. 339? É um crime plurisubsitente. Ex: Tício acusa Mévio da
prática de uma ação criminosa, de ter matado Paulo. O delegado já sabe que quem matou
Paulo foi José. Isso é denunciação caluniosa tentada porque a investigação não foi iniciada.
- Ação Penal:
Pública incondicionada.
O caput é de elevado potencial ofensivo, não sendo possível aplicar a lei 9099.
Saiu decisão do STF que a venda de drogas nas imediações dos complexos prisionais no
sentido de que não precisa visar detentos.
Causa de aumento do transporte público: STF e STJ entendem que tem que ocorrr a
pulverização da droga no transporte.
Tráfio interestadual: não há necessidade da transposição de fronteira. Ex: Tício está
levando uma droga para comercializar em Goiânia, mas foi abordado ainda em Brasília. Se tiver
elemento probatório que essa droga ia para Goiânia, tem o tráfico interestadual.
Uma droga que se destina à Brasília passou por Minas Gerais. A droga ter passado por
estado somente por ordem geográfica, não configura o tráfico interestadual.
Pode incidir transacionalidade e interestadual juntos.
O inciso IV traz a incidência de aumento se o crime tiver sido praticado com violência,
grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou
coletiva. Ex: Tício vende droga em determinada localidade e avisa que quem avisar à polícia ele
irá mandar matar, ou utiliza de violência ou arma de fogo para proteger seu território.
O legislador utiliza aqui da interpretação analógia ao falar: ou qualquer processo de
intimidação difusa ou coletiva. O juiz vai decidir.
Se um grupo de traficantes utiliza arma de fogo para proteger a boca de fumo, incide a
causa de aumento. O agente não irá responder por tráfico + porte ilegal não. O emprego de
arma de fogo faz parte da cuasa de aumento, então vai ter tráfico com a incidência como causa
de aumento e não como delito autônomo de porte.
Se o agente emprega uma faca ameaçando as pessoas vai ter também a incidência da
causa de aumento porque o legislador fala de violência ou grave ameaça.
O TJRS: a decisão não condenou por porte ilegal de arma de fogo porque condenou por
tráfico com a incidência da causa de aumento. É errado falar que o TJ reconheceu uma
excludente de ilicitude de legítima defesa. A arma encontrada era produto de crime e o MP
denunciou por receptação e o TJ absolveu por entender que o dirieot penal nãoa dota a
responsabilidade penal objetiva. O TJ entendeu que a arma é empregada ao tráfico e a
denúncia deveria já ter inserido a causa de aumento.
Poderia ocorrer legítima defesa no tráfico? Sim. Ex: Tício é traficante e chega Mévio,
policial, e fica ao seu lado. Vem Caio, inimigo do Tício e saca uma arma de fogo. Tício pega a
arma do policial e atira, em legítima defesa, em Caio. Está Tìcio em estado de necessidade em
relação ao policial; e legítima defesa em relação a Caio.
ESCLARECENDO O JULGADO TJRS- TRÁFICO COM EMPREGO DE ARMA DE FOGO X
LEFGÍTIMA DEFESA (16/04/2017)
No jogo baleia azul, em tese tem o curador que convida os adolescentes para o grupo.
Se o menor for de 14 a 18, teríamos o homicídio, de acordo com a corrente majoritária.
Induzir menor de 18 anos a praticar lesão corporal, o agente nem vai responder.
O curador na baleia azul, se induzir menor de 14 anos, adotando a corrente majoritária,
responde por homicídio (autoria mediata).
A participação é crime autônomo, mesmo a cunduta sendo acessória.
Ameaça: responde por ameaça quando um dos adolescentes quer sair do jogo e o
curador começa a ameaçar ele ou a família.
Durante a investigação conclui-se que esse grupo era formado por menores, não
configuraria a associação criminosa e, sim um análogo.
Eses crimes que podem ser praticados inclusive através da internet são chamados de
crimes cibernéticos abertos (podem ser cometidos pela internet ou não).
Crime eclusivamente cibernético: so pode ser praticado através do computador.
Ex: Tício estava em frente a sua casa, local conheicido por ser ponto de drogas. Os
policiais, achando ser ele um traficante, se aproximam. Avistando viatura, Tício correu para
dentro de casa. Polícia entra na casa e encontra diversas porções de craque e outros
equipamentos que davam um panorama do tráfico. MP denunciou. O juiz de piso condenou
pelo tráfico (4 anos e 2 meses de reclusão no semiaberto). O TJRS entendeu que a entrada da
polícia, sem madado, considerando que correu para dentro de casa, configuraria mera
intuição, o que não justifica a prática do crime, não entendendo ser ossível a polícia ter
entrado na casa, sendo essa prova produzida, ilícita. TJRS promoveu a absolvição do Tício. MP
recorreru, por entender ser situação flagrancial e ter encontrado drogas no local. O relator
Rogério ressalvou a boa fé da polícia, mas não entendeu como lícita a entrada da polícia por
mera intuição. STJ 6ª turma, no julgado Resp.1574681, não havendo possbilidade da entrada
dos policiais simplesmente por ter corrido para dentro de casa, mesmo sendo um crime
permanente, essa prova é considerada ilícita.
Relator: Mera intuição a cerca de eventual traficância, embora pudesse autorizar
abordagem policial em via pública, não configura por si só, autorizar o ingrresso em seu
domicílio sem autorização do morador ou determinação judicial. Entre esses direitos, está o de
não ter a residência invadida a qualquer hora e sem as cautelas dvidas, sob a única
jusitificativa, não amparadas em elemenos concretos de convicção.
Mera ituição não é elemento concreto.
STJ: não e possível entrada sdem mandato judicial.
STF: RE 63616 é uma decisão que possibilita a entrada sem mandado, mas, se presente
fundadas razões.
Ex: Maria, abordada ao sair da residência de Tício transportando drogas e afirma ser
para tráfico. Se Maria sai transportando drogas, é porque na casa de Tício é armazenado
drogas e, os policiais entram nessa residência. Aqui, não se tem mera intuição e, sim, fundadas
razões.
Pode entrar na casa, desde que, apresente fundadas razões. O fato de a pessoa correr
para casa não configura crime.
Se a polícia já tivesse investigando essa pessoa, teria que representar pelo mandato de
busca, pois, na investigação somente não é fundada razão.
Nos crimes em que é possível a interceptação (punidos com reclusão), são chamados
de crime de Listel ou de Catálogo.
A interceptação vai ser possível em sede de investigação policial e de instrução
processual.
O delegado quando vai incluir determinados números no bojo da peça de
interceptação, el tem que fundamentar a inclusão de tais números. Ex: Delegado coiumento e
quer saber se sua namorada é fiel. Aproveita um pedido de receptação que está fazendo de
um caso e, inclui o número da namorada. Fazendo isso, ele induz o juiz a erro, fazendo que
venha a deferir a interceptação de um número que não tem nenhuma relação com os possíveis
autores. Delegado praica o delito configurado no art. 10 da lei 9296/96.
Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de
informática ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com
objetivos não autorizados em lei.
A síndrome da mulher de potifar tem a denunciação caluniosa, pois, atribuiu fato a uma pessoa
determinada.
Sujeito ativo: em regra, qualquer pessoa, pois trata-se de um crime comum. Exceção:
Ex: Tício chega a delegacia e diz que xingaram a Mévia. Não se pode falar em art. 340, e sim em
injúria, pois, para o delegado adotar algum procedimento há necessidade dor equerimento. Teria então
um crime impossível.
Ações penais privadas e públicas condicionadas à representação, o sujeito ativo d crime só
pode ser a pesso que tem as qualidades para figurar no polo passivo.
Ex: Tício vai à delegacia e diz que Mévia e Zouk moram juntos e são companheiros e que, a
Mévia foi lesionada. O delegado pode tomar providências, porque Maria da Pensha lesão corporal é
incondicnionada, não depende da vítima.
Ex: Tício pega um ônibus para ir ao trabalho. Ao colocar a mão no bolso para pegar o celular,
viu que o celular não estava. Tìcio não sabe se esqueceu do celular em casa ou se furtaram. Na dúvida,
ele vai à delegacia e comunica o furto. Ao chegar a casa ele vê que o celular estava em casa. Não há o
crime, poi, falta o dolo.
Ex: Tício compra veículo novo e coloca no seguro. Depois, com a finalidade de receber o seguro,
vai à delegacia e comunica o furto do veículo. Tício se utiliza d uma fraude para receber a indenização.
O art. 171, §2, V traz a fraude para recebimento de seguro. Tício vai responder pelo art. 171, §2, V ou
pela fraude + a falsa comunicação?
-1ª Corrente: responde somente pela fraude. Falsa comunicação de crime seria o meio.
Princípio da consunção. (Cléber Masson).
-2ª Corrente: o agente deve responde rpelos dois delitos, com fundamento de ser bens
jurídicos distintos (administração da justiça e a seguradora).
O delito de falsa comunicação de crime é um crime material, também chamado de causal. Para
que se tenha a consumação do delito, a autoridade deve adotar uma providência.
A 3ª sessão do STJ entende que não há que se falar em norma supra legal do controle
de convencionalidade.
EX: Tício chega na repartição, querendo um processo, e diz que os funcionário do setor
não ‘querem nada’. Quantos crimes de desacato tem nessa situação? Somente um, porque a
adm. pública só foi atendida uma vez só. A quantidade de FP ofendidos é considerada na
órbita da reprovbilidade da condutam na dosimetria da pena.
EX: Tício, na fila da repartição pública e demoraram a atendê-lo. Tício começa a proferir
xingmentos e vai embora. No outro dia, Tício vai a utra repartição e xinga outro funcionário.
Nessa situação tem concurso material de crimes.
Ébrio pode responder por desacato? Na doutrina, prevaleceu por muito tempo que o
ébrio não responderia por desacato, pois, faltaria o dolo de desprestigiar. Tem-se uma
evolução no pensamento doutrinário ao verificar o art. 28, II, CP onde não exclui a
imputabilidade penal a embriaguez voluntária ou culposa (teoria actio libera in causa-> a
consciência da conduta vai ser verificada no momento da ingestão da bebida).
Prova discursiva: o entendimento hoje é que o ébrio responde. Não seria qualquer
ébrio! A teoria actio libera in causa, de origem italiana, foi desenvolvida visualizando a
embriagquez preordenada (bebe para realizar o crime), então a consciência do agente tem que
ser analisada no momento que ele ingere a bebida e, não no momento do crime.
Não se aplica essa teoria quando a embriaguez for fortuita ou de força maior.
Uma pessoa com alteração de ânimo, por si só, não configura o desacato. Mas, se ela
altera o ânimo e ofende um FP, aí sim tem o desacato.
Mas elenão estaria fora de si? O art. 28, I diz que não exclui a imputabilidade penal a
emoção ou paixão.
Obs: Carta interceptada: não está na presença do FP. Mesmo tendo ofensa, teria a
injúria majorada.
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14
(catorze) anos:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
§ 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que,
por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do
ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.
§ 2o (VETADO)
§ 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos.
§ 4o Se da conduta resulta morte:
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos
Será que se eu aponto uma arma para determinada pessoa, sem qualquer contato
físico com ela, fazendo ela se masturbar para saciar minha lascívia, há de se falar em esturpo?
Para o STJ, a contemlação lascívia configura estupro. Não há necessidade do contato físico.
EX: Tìcio manda uma menina de 13 anos se masturbar para satisfazer sua lascívia, sem
tocer ou ameaçar ela. A menina consente e se masturba. O consentimento da menor e nada é
a mesma coisa. Irá configurar estupro de vulnerável.
Outro julgado importane é acerca da comprovação da menor idade dessa vítima. Pode
comprovar essa menor idade através da certidão de nascimento? STJ entende que a prova da
menor idade da vítima pode ser constatada através de outros meios que não necessariamente
a certidão. (Ex: testemunhas que virama vítima nascer).
Numa prova oral: Mencionar que STF e STJ caminham juntos entendendo pela ausência
de justa causa, entendendo que a ação penal deve ser rejeitada com base no art. 395, II.
Entendem que o direito penal é mínimo. Quando menciona no princíio da insignificância,
lançar mão de Roxin e, falar que não basta somente a atipicidade formal (adequação da
conduta ao tipo), há a necessidade da ofensa ou perigo de ofensa a um bem jurídico.
EX: Um flanelinha exige que Tício pague determinada quantia, sob a ameaça de
quebrar o veículo dele.
Aqui não há de se falar em ausência de justa causa. Quando o flanelinha ameaça de
quebrar o veículo, exigidno determinada quantia, configura a extorsão, art. 158. A extorsão
pode ter a pena aumentada se tiver dois flanelinhas (causa de aumento da extorsão).
Pode ter também um ou dois flanelinhas que exigem determinada quantia sob ameaça
utilizando uma faca. Tem extorsão majorada por emprego de arma.
Se o flanelinha é usuário de craque e pratica essa conduta? Ele cometeu fato típico e
antijurídico, e a sua culpabilidade vai ser verificada fora da conduta do agente.
EX: Deixei meu veículo para o flanelinha cuidar e entreguei a chave. Quando eu
retornei, o flanelinha tinha levado o veículo. O flanelinha já tinha a intenção de ter a cosia para
si, o que vai caracterizar
Futo mediante fraude é diferente de estelionato. No estelionato, o agente utiliza o ardil
e a vítima entrega espontaneamente a coisa; no furto mediante fraude, o agente utiliza a
fraude para dimunnnuir a vigilância da vítima e subtrair a coisa.
EX: Tìcio chega em uma residência dizendo que é da NET e foi receber um pagamento
devido e a dona da casa entrega (entregou mediante erro: estelionato); mas se ele diz ser da
NET e pede para entrar para olhar o sinal, pede um copo de água,q uando ele se aproveita e
pega valores em dinheiro que estava em cima da mesa (ele subtraiu: furto mediante fraude).
No exmplo que Tício chega ao local e, o guardador já tinha a intenção de sair com carro,
se passa por flanelinha e Tício entrega a chave, teríamos estelionato, em tese. O
enquadramento, segundo a jurisprudência não é esse. Ela entende que é furto mediante
fraude (STJ). O STJ, nesse contexto, se afastou da técnica e se preocupou mais com o lado
econômico, pois, seguro não para estelionato.
Outro exemplo é o do Test Drive, que pode ser furto mediante fraude ou estelionato.
Para atender as concessionárias e diminuir o prejuízo enorme, será furto mediante fraude.
Numa prova oral: demonstrar a contradição e o posicionamento dos tribunais.
Numa prova objetiva: olhar se tem segundo STJ (colocar fraude); se for questão seca
(estelionato).