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Uma nova sociedade? Glossário


Ainda que em todos os tempos e lugares tenham ocorrido mudanças, as cha- Paradigma. Mo ­
delo, padrão. Tra­ta-
madas sociedades tradicionais fixavam hábitos mais duradouros, que ordenavam se de um conjunto
a vida de maneira padronizada, com estilos de comportamento resistentes a alte- de teorias, técnicas
e valores de uma
rações, sempre introduzidas de maneira gradativa. No entanto, a partir dos anos de­ter­mi­na­da época
1960, notou-se uma mudança de paradigma, porque os parâmetros que vinham que, de tempos em
orientando nosso modo de pensar, valorar e agir desde o Renascimento e a Idade tem­­­­pos, entra em
crise. No contexto,
Moderna entraram em crise no fim do século XIX, acelerando-se muito rapida- o paradigma da
mente a partir da segunda metade do século XX. modernidade foi
caracterizado pela
racionalidade, cien-
5.1 Movimentos de reivindicação de direitos tificidade e espe-
rança no progresso.
Hoje, porém, esses
De fato, a década de 1960 foi rica em protestos contra a sociedade conservadora, conceitos de razão
tais como a liberação sexual defendida nas comunidades hippies e o estopim da revo- estão sendo reexa­
lução estudantil de maio de 1968 na França, que se espalhou por todo o mundo. minados. A eles são
contrapostos os va-
Muitos desses movimentos reivindicavam a defesa dos direitos humanos – bem lores instintivos e
representados pela Anistia Internacional, fundada em 1961, e por grupos discrimi- vitais, a sensibilida-
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

nados, como negros, indígenas, homossexuais e por motivos religiosos (figura 8). de, a imaginação e a
recusa do progresso
Os ambientalistas, por sua vez, contrapõem a preservação da natureza, por meio a qualquer custo.
do desenvolvimento sustentável, ao progresso a qualquer custo.
O movimento feminista rompeu pouco a pouco a força do patriarcalismo,
que predominou desde sempre nas sociedades

Reprodução
centradas no poder masculino. Em decorrência 8
disso, o modelo tradicional da família nu­c lear
conjugal, composto de pai, mãe e filhos, foi
substituído paulatinamente por diversas com-
posições possíveis de relacionamento familiar.
Por exemplo, divórcios, convivência de filhos de
diversos casamentos, uniões não oficializadas,
uniões de pessoas de mesmo sexo, o casal que
vive em moradias diferentes, famílias monopa-
rentais (em que os filhos vivem só com a mãe
ou só com o pai) etc.
No entanto, esses movimentos de reivindicação
e de emancipação não devem dar a ilusão de ho-
mogeneidade de comportamentos; ao contrário, o
mundo contemporâneo encontra-se fendido por
contradições.

5.2 A sociedade da informação Figura 8 • Nas mãos que


saem do bueiro lê-se wrong
faith (“crença errada”). Com
As consequências da formidável revolução da informática já se fazem sentir essa propaganda, a Anistia
Internacional denuncia as
na cultura contemporânea. Voltando no tempo, imaginemos a mudança de para- prisões determinadas por
motivos religiosos.
digma que representaram, na Grécia antiga, a introdução do alfabeto fonético e,
no Renascimento, a democratização do saber depois da invenção dos tipos mó-
veis, que deu início à era da imprensa. Na contemporaneidade, imagens e sons
integraram-se aos textos que circulavam nos livros, nas revistas e nos jornais,
primeiro pelo cinema e pela televisão, depois por todos os canais que as recentes
descobertas tecnológicas no campo da automação, da robótica e da microeletrô-
nica tornaram possíveis.

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