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CAPITULO 22 FILOSOFIA DA TECNICA E DAS TECNOCIENCIAS Se . 1. CIENCIA, TECNICA E * PALAVRAS CHINE 7 * bioética TECNOCIENCIA es + comité de ética = O desprezo tradicional em relagdo a técnica « filosofia da técnica = Da ciéncia modema as tecnociéncias + futuro contemporaneas * logoteoria = APDTC na ética, no politico e no econémico + PDTC (Pesquisa e Desen- ® O modelo bioético volvimento Tecno-Cientificos) = O dificil nascimento da filosofia da técnica * técnica = Aambivaléncia da tecnociéncia: * tecnofilia tecnofobias/tecnofilias + tecnofobia » Articular a sociedade, a natureza @ a PDTC * tecnociéncia 1.1. A AVALIACAO FILOSOFICA TRADICIONAL -aristotélica que distingue: * Ontologicamente, duas ordens de realidade: — a das estruturas essenciais, necessdrias, imutaveis e imateriais; — a das coisas e dos acontecimentos materiais, nao necessdrios, mutiaveis e modificaveis, efémeras e dependentes do acaso. 459 . Epistemologicamente, dois tipos de saber: — 0 saber pratico e técnico que diz re ‘ac¢io (praxis) e A produgio (poiésis) no mundo do devi € muito imperfeito, incerto, r speito a realidade sensivel, @ ir. Este saber apenas provavel.| El © Eticamente, varias formas de existéncia valorizadas de forma desigual: — a existéncia inferior do homem que trabalha, produz e organiza as coisas materiais; esta existéncia € vil e grosseira, pouco digna de um homem, mais apropriada 4 condicao de escravo do que do homem livre. O Homo Faber e a sua actividade técnica sao radical- mente desconsiderados; : — aexisténcia do homem de accio, que interage menos com a maté- ria do que com os seus concidadaos, comunicando e discutindo. lita; — a vida teorética ou contemplativa, a do filésofo que dispde do saber e cuja actividade fantlamental € a contemplacio espiritual das verdades ou esséncias eternas, bem como o ensino que deve levar os outros homens & Verdade. A linguagem ou discurso filosdfico é a expresso e 0 reflexo desta. A existéncia logotedrica é a forma de vida superior. S6 ela é verdadeiramente apropriada a natureza do homem que é 0 z00n logon echon, o «ser vivo dotado do Jogos» ou «ser vivo falante/pensante>. que o homem pode intervir. E q t si, a ciéncia € «boa»; ela é mesmo o bem. supremo. Mas é indiferente eth relagdo aos bens (prazeres) e males (dores) sensiveis. Desde que as suas‘hecessidades vitais sejam satisfeitas, o individuo pode, gragas ao acesso ao saber, transcender a sua condicéo miserével de mortal submetido aos acasos do destino. A técnica, de resto artesanal, esté completamente-separada da ciéncia. Nao hi entre elas nenhuma interacgao. eS 1.2, A RUPTURA MODERNA * | man con C a. Esta torna-se saber das causas dos fenémenos sensiveis. Ela visa sempre a formulagio de leis gerais (por vezes assimiladas as estruturas essenciais do mundo), mas estas dizem respeito ao modo de encadeamento e de produgio dos acontecimentos e factos materiais. Quem conhece a causa de um fenémeno é, em principio, senhor desse fendémeno tornado éfeito, uma vez que pode decidir ou nio activar a causa produtora do efeito-fenémeno. E isso com a frequéncia que desejar. Foi por isso que F. Bacon péde dizer que o saber é também poder (poder fazer, produzir, modificar). A ciéficia causal moderna é nao s6 ciéncia do universo, ela é também ciéncia da accio ou da intervengio eficazes no universo, pois per A ciéncia causal moderna esta infinitamente mais préxima da técnica do que a ciéncia filos6fica antiga, ela é, de certa forma, técnica. ~~" Todavia, até ao século xx, nao seré considerada como tal. Ela continua, de facto, a ser pensada no prolongamento do saber logotedrico «puro», indiferente 4 accio € 4 produgio,

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