:

VI CONGRESSO INTERNACIONAL DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E

DESENVOLVIMENTO – CICTED
3,
MOREIRA, Denilson Nunes¹; OLIVEIRA, Edson Aparecida de Araújo Querido², GALVAN, Eveline SOUZA,
4 5
Edney Costa , SILVA, Roxane Dias da

1. prof.denilsonpvh@gmail.com, Universidade de Taubaté, Taubaté, Brasil

2. evelinegalvan@hotmail.com, Universidade de Taubaté, Brasil
3. professor_edney@hotmail.com, Universidade de Taubaté, Taubaté, Brasil
4. roxanedias@gmail.com, Universidade de Taubaté, Taubaté, Brasil
5. edson.oliveira@unitau.com.br, Universidade de Taubaté, Taubaté, Brasil

ASPECTOS ECONÔMICOS E SOCIAIS NO DESENVOLVIMENTO

REGIONAL, CENÁRIOS E OPORTUNIDADES EM PORTO VELHO/RO
Resumo

A região Norte do Brasil por sua localização distante dos principais centros produtivos e tecnológicos do
país experimentou um desenvolvimento de forma tardia, estando incluso neste contexto o Estado de
Rondônia. No presente estudo buscou-se a compreensão da dinâmica que impulsionou o desenvolvimento
de sua principal cidade a capital Porto Velho a partir de aspectos socioeconômicos nas ultimas décadas. O
município foi criado na década de 1914, mas só ocorreram avanços significativos no seu desenvolvimento
há algumas décadas atrás, incialmente com atividades primárias no extrativismo mineral com ouro e a
cassiterita e vegetal com a borracha, produtos que ajudaram o município a crescer e encontrar as bases
para o desenvolvimento. A economia local é composta por atividades comerciais, serviços, agropecuárias
em sua maioria que ganharam dinamismo a partir das décadas de 1970 e 1980 com a abertura da rodovia
federal BR-364 ligando Porto Velho a Cuiabá e o restante do país e por períodos de mudanças para a
região com a chegada de migrantes de várias partes do Brasil na sua maioria da região sul, especificamente
do Estado do Paraná que introduziram em um primeiro momento a agricultura e posteriormente à pecuária e
comércio. No período da década de 1980 em diante o desenvolvimento encaminhou-se de forma lenta, com
fatos importantes como a criação do Estado de Rondônia em 1981 e em 2008 o inicio da construção do
complexo hidroelétrico Santo Antônio e Jirau no Rio Madeira finalizando as obras em 2015, períodos de
melhorias econômicas e sociais ao município.

Palavras Chave: Desenvolvimento, Fatores Socioeconômicos, Planejamento Regional

ECONOMIC AND SOCIAL ASPECTS IN REGIONAL DEVELOPMENT,

SCENARIOS AND OPPORTUNITIES IN PORTO VELHO / RO
Abstract

The northern region of Brazil, because of its far location from the main productive and technological centers
of the country, experienced a late development as the included in this context, the State of Rondônia. In the
present study it was sought to comprehend the dynamics that lead the development of its main city, the
capital of Porto Velho, based on socioeconomic aspects in the last decades. The county was created in the
1914s, but only there were significant advances in its development a few decades ago, initially with primary
activities in mineral extractivism with gold and cassiterite and vegetable with rubber, products that helped the
county to grow and find the bases for development. The local economy consists of commercial activities,
services, agricultural mostly that gained momentum from the 1970s and 1980s with the opening of federal
highway BR-364 linking Porto Velho to Cuiaba and the rest of the country and periods of change to the
region with the arrival of migrants from many other parts of Brazil, mostly from the southern region,
specifically from the State of Paraná, who first introduced agriculture and then cattle and trade. During the
1980s, development was slow, with important events such as the creation of the State of Rondônia in 1981
and the beginning of construction of the Santo Antônio and Jirau water power plants on the Madeira River in
2008 until 2015 when happened economic and social improvements to the county.

Keywords: Development, Socioeconomic Factors, Regional Planning

ISSN 1981-8688
1 INTRODUÇÃO
O município de Porto Velho em Rondônia, região
Norte do Brasil nas ultimas décadas experimentou
um desenvolvimento cíclico com o advento de
períodos econômicos crescentes e decrescentes
em sua história. Por situar-se em uma região
distante dos grandes centros desenvolvidos do
país os avanços aconteceram de forma lenta e
inconstante.
As oportunidades de trabalho e de novos negócios
apresentam nesta localidade de forma crescente
nos mais diversos segmentos produtivos. Mas o
crescimento e desenvolvimento de forma
duradoura necessitará do aporte de novos
investimentos em sua infraestrutura e no setor
produtivo, esforços que demandarão a interação
dos diversos setores da sociedade e governo em
proporcionar a sociedade os caminhos ao seu
desenvolvimento sustentável.
A inclusão do processo tecnológico e de inovação
poderá ser uma opção viável ao desenvolvimento
desta região a partir de uma proximidade entre os
setores publico e privado no estabelecimento de
parcerias estratégicas em beneficio do
crescimento local.
1.1 Objetivo
O presente estudo buscou compreender as
dinâmicas socioeconômicas no município de Porto
Velho e os cenários e oportunidades para novos
investimentos em favor do desenvolvimento.
2 REVISÃO DA LITERATURA
As indagações serão direcionadas na busca pela
compreensão das contribuições dos aspectos
econômicos e sociais ao município de Porto
Velho/RO no processo de desenvolvimento em
uma região que enfrenta problemas de
infraestrutura urbana deficitária e de ordem
socioeconômicos mas com possibilidades de
melhorias a partir da gestão correta de recursos
públicos e o investimento do setor privado na
direção do crescimento e desenvolvimento
sustentável.
A literatura que aborda a questão
desenvolvimentista, caminha no apontamento de
questões de como encontrar caminhos ao
desenvolvimento de cada região do Brasil,
buscando entender as suas particularidades e
especificidades que poderão contribuir ao avanço
do seu setor produtivo e melhoria da qualidade de
vida de seu povo.
ISSN 1981-8688
Na visão dos teóricos do desenvolvimento regional
a efetividade de ações concretas em prol do
desenvolvimento regional e local, passa pela
interação entre os atores envolvidos no processo,
compostos por sociedade civil organizada e
organizações públicas e privadas atuando cada
um de forma ativa e com foco no objetivo traçado.
3 CONCEITOS ECONÔMICOS DE
CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
REGIONAL
A questão regional no crescimento e
desenvolvimento deverá ser observada como
demonstra Carleial; Cruz (2012) [1] a partir de uma
análise que contemple os aspectos das diferenças
sociais, desigualdades salariais e sistema
produtivo de cada região.
Conforme Marini; Silva (2012) [2] a discussão
sobre as questões do desenvolvimento regional,
surgem na metade do século XX, quando da
decadência econômica que rodeava o mundo pós
segunda guerra, neste período a indústria avança
e com ela perspectivas boas de um lado, mas do
outro lado as desigualdades regionais se ampliam,
forçando a discussão de como equilibrar os
problemas advindos deste processo.
O conceito de região é também compreendido “A
região, enquanto escala prioritária na definição de
projetos de desenvolvimento, representa uma
referência associada à localização e à extensão
de um determinado fenômeno, correspondendo a
entidades espaciais de escala média, entre o
nacional e o local” (SILVA, 2016, p. 4). [3]
Argumenta Etges, Degrandi (2013) [4] que a
existência das regiões se caracteriza pelas
diversas formas de ocupação e utilização dos
espaços pelas comunidades de um território.
Afirma o autor que o fator regional em muitas
vezes este associado mais ao termo
desenvolvimento em detrimento da real
representatividade que realmente devida no
escopo do desenvolvimento local e regional.
Escreve Pimenta (2014) [5] que estabelecer
instrumentos que possibilitem o crescimento e
desenvolvimento de uma região a partir da ótica
econômica é importante, mas que o campo social
deverá também ser comtemplado com politicas
que introduzam e facilitem o emprego e a
prospecção de rendimentos a sociedade.
Mazzeto et al. (2017) [6] compreende que os
desiquilíbrios regionais que promovem uma região
e enfraquece a outra, estes fatores segundo o
autor passam pela capacidade de ambas na
atração de investimentos aos seus territórios em
maior ou menor quantidades. Prossegue o autor
que os indicadores sociais e de bem estar
regionais, associados poderão revelar as
desigualdades regionais presentes em suas
estruturas.
Revela Diniz (2009) [7] que os estudos sobre os
problemas regionais no Brasil surgem a partir do
século XIX e mesmo não possuindo o enfoque da
atualidade a discussão sobre esta problemática foi
alterada naquela ocasião para o enfretamento de
problemas como a escassez de chuvas na região
Nordeste e a ocupação da Amazônia.
Destaca Vieira; Santos (2012) [8] ser o
desenvolvimento um conjunto de ações amplas,
no entendimento do autor a definição do tipo a ser
abordado passa pelo critério de escolha
metodológica, podendo haver o direcionamento
aos campos politico, social ou cultural em busca
da representatividade de cada um em especial.
O desenvolvimento regional se estabelece a partir
da interação dos agentes econômicos locais na
busca por ordenar os lugares em que as
atividades produtivas se desenvolveram
atentando-se paras particularidades de cada
região e as suas potencialidades especificas
decorrentes desta escolha (OLIVEIRA; LIMA,
2017). [9]
Expõe Silva; Santos; Silva (2011) [10] que o
planejamento caracteriza-se por uma ferramenta
útil que utilizada de forma assertiva pelo governo
em todas as suas esferas poderá contribuir de
forma significativa nos avanços socioeconômicos
a todas as regiões do país.
Como explica Silva (2016) [3] que o processo de
desenvolvimento regional no decorrer dos anos
vem sendo descentralizado do governo central em
direção as bases. Ao utilizar instrumentos
capazes de impulsionar o desenvolvimento em
cada região, cria-se a oportunidade de cada região
determinar quais são as suas prioridades. Neste
sentido haverá uma melhor compreensão das
regiões, em compreender as suas necessidades,
levando em consideração aspectos culturais de
cada uma.
No entendimento de Vieira; Souza (2012) [8] o
desenvolvimento não se apresenta somente no
formato de melhoria econômica financeira e
aumentos dos níveis de renda e bem estar de uma
sociedade, a dinâmica desta temática sobrepõe a
todo este contexto.
Neste sentido Carleial; Cruz (2012) [1] classifica
que regiões com pouco desenvolvimento como o
Norte e Nordeste no Brasil, precisam de estímulos
na direção de inovação e estratégias que
colaborar no caminho do desenvolvimento
regional.
Escreve Souza (2009) [11] que cada região possui
um dinamismo próprio com relação às demais,
mesmo não possuindo vantagens estratégicas
como localização e sistemas produtivos
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avançados, mas acrescenta o autor que estas
variáveis poderão impulsionar o crescimento
econômico e o desempenho favorável a
determinadas regiões em desfavor de outras que
não possuem os mesmos requisitos.
Pesquisar o tema desenvolvimento econômico
regional, implica em entender também os aspectos
não econômicos associados neste contexto, uma
vez que as mais variadas regiões do Brasil
possuem estas nuances em seu escopo (VIERA;
SANTOS, 2012). [8]
Argumenta Justen et. al. (2015) [12] que o
desenvolvimento local em um determinado
município ou região e os setores produtivos sendo
originários de outros polos regionais ou cidades
com aspectos socioeconômicos diferentes aquele,
ao migrarem para estas novas posições, deverão
incorporar os conceitos locais em termos políticos,
econômicos, sociais e culturais locais, focando
suas ações em favor do avanço e crescimento da
localidade a qual está inserido.
Na visão de Pimenta (2014) [5] algumas
alterações ocorreram no bojo do processo de
desenvolvimento que permearam a história dos
avanços dos processos produtivos inicialmente
centrados na força de trabalho do homem como
diferencial e séculos a frente na produtividade e
inovações.
No entendimento de Frazin; Almeida; Souza
(2015) [13] muito se tem discutido e debatido no
âmbito do desenvolvimento regional os aspectos
socioeconômicos que o rodeiam, mas de forma
contida o assunto inovação permeia os mesmos
ambientes.
Corroborando com a discussão sobre
desenvolvimento econômico, Bresser Pereira
(2008) [14] o definirá da seguinte maneira “O
desenvolvimento econômico de um país ou
estados-nação é o processo de acumulação de
capital e incorporação de progresso técnico ao
trabalho e ao capital que leva ao aumento da
produtividade, dos salários, e do padrão médio de
vida da população”. (BRESSER PEREIRA, 2008,
p. 1).[14]
Os impactos causados a uma região pela sua
transformação econômica são decorrentes de
duas maneiras distintas, sendo uma pelo avanço
tecnológico e outra pelo acumulo de capital,
complementa os autores que o estágio de manter
o nível elevado do capital, seria a forma ideal para
os benefícios contínuos a sociedade, distanciando
desta forma do crescimento econômico apenas
moderado (OLIVEIRA; QUINTAIROS, 2011). [15]
No entendimento de Bresser Pereira (2008) [14] a
visão de desenvolvimento econômico parte do
pressuposto da interação em harmonia entre
governos na regulação e apoio ao mercado e ao
sistema econômico e na outra extremidade o setor
privado com expertise que lhe peculiar
promovendo ações no campo do trabalho ao
empregar pessoas e remunera-las, distribuir
retorno do capital investido aos seus investidores
e estimulo a inovação e inclusão de novas
tecnologias em uma região.
Destaca Oliveira; Lima (2017) [9] que o resultado
do processo de desenvolvimento local, se
efetivará a partir da interação dos agentes locais
em projetos que comtemplem toda a população
nos resultados advindos destas ações.
Para Pimenta (2014) [5] a questão temporal para
os avanços do desenvolvimento regional se
realizaram no longo prazo a partir das diferentes
formas em que as dimensões se estabeleceram
no decorrer do processo de mudanças e
transformações de uma região.
O desenvolvimento regional dependerá de forças
exteriores para impulsionar a sua efetivação, a
partir de elementos convergentes como políticos,
de instituições e da sociedade que juntos poderão
desencadear ações proativas em beneficio de
todos (OLIVEIRA; LIMA, 2017). [9]
Escreve Carleial; Cruz (2012) [1] que na busca por
lucratividade e vantagens econômicas no cenário
do desenvolvimento regional, poderá ocorrer o
aglutinamento de atividades produtivas em
determinadas regiões que ofereçam as condições
ideais para a produção, propiciando as
organizações produtivas ganhos em formato de
vantagens competitivas frente a outras regiões do
país.
As alternativas para o enfretamento das questões
do desenvolvimento regional exigirão as praticas
de inovação, pesquisa e da expansão no
conhecimento em novas práticas de cada região,
sabendo-se que os desafios serão constantes em
um tempo de mudanças e transformações para as
sociedades em nível global (FRAZIN; ALMEIDA ;
SOUZA, 2015). [13]
O processo de desenvolvimento regional também
poderá se efetivar de acordo com Carleial: Cruz
(2012) [1] a partir de politicas de inovação no
sistema produtivo, gerando o crescimento das
regiões com a redistribuição da riqueza nacional
na forma de novos empreendimentos, postos de
trabalho e geração de renda as estas sociedades.
Na visão de Abramovay (2010) [16] não contribui
para o desenvolvimento estratégico sustentável da
região Amazônica a simples redução do
desmatamento da floresta, aliado a novas práticas
da ocupação do espaço para a expansão da
produção de commodities como soja, carne e
madeira, mas na visão do autor a outros pontos a
serem trabalhados como a geração de energia
que proporcionaria um crescimento equilibrado.
Argumenta Vieira; Santos (2012) [8] que o volume
dos recursos econômicos disponibilizados para
uma determinada região é peça chave para a
melhoria do processo produtivo no contexto do
desenvolvimento, mas o que trará ganhos a uma
sociedade, passa pela organização na alocação
dos recursos de forma a atender as demandas da
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comunidade e sua real necessidade de forma
eficaz.
Em um mundo de constantes transformações os
desafios pessoas e organizações precisarão se
reinventar a todo o momento utilizando-se do
processo tecnológico associando o a inovação e a
pesquisa na busca por encontrar soluções as
demandas do século XXI na sociedade do
conhecimento (FRAZIN; ALMEIDA ; SOUZA,
2015). [13]
Outro aspecto relacionado ao desenvolvimento
regional, conforme comenta Souza (2009) [11]
passa pela implantação de um polo de
desenvolvimento que fomentaria o sistema
produtivo na geração de oportunidades de
trabalho e renda, através da proximidade de
setores de serviços e tecnológicos impulsionando
o crescimento das atividades regionais.
Em períodos de instabilidades econômicas nas
regiões subdesenvolvidas poderá haver
interferências no processo de crescimento, no
entanto as inserções de arranjos produtivos locais
poderão contribuir para a recuperação e retorno
ao rumo certo (GONÇALVES, 2017). [17]
Observam Oliveira; Lima (2017) [9] que o
crescimento e desenvolvimento local se efetivará a
partir da participação de todos os atores
envolvidos naquela determinada região produtiva,
sabendo que os frutos dos avanços conquistados
se reverterão em benefícios de todo e que no
desenvolvimento regional de uma região, existem
três dimensões passiveis de induzi-lo, conforme a
Figura 1.
Figura 1 – Dimensões na indução ao
desenvolvimento
Fonte: Oliveira; Lima (2017, p.5). [9]
3.1 Breve históricos dos aspectos econômicos
e sociais de Porto Velho/RO
Conforme escreve Nascimento; Santos; Silva
(2012) [18] o processo de ocupação no interior e
na capital do Estado de Rondônia se iniciam a
partir das ocupações e integrações da região
Amazônica que em um primeiro momento
experimentaram um desenvolvimento econômico
baseados no extrativismo no modo tradicional e
que após décadas e em uma fase posterior iriam
conhecer um desenvolvimento em uma forma
mais abrangente e transformador.
No contexto urbano o Estado de Rondônia
desenvolveu-se com maior intensidade em
cidades as margens do principal eixo logístico a
Rodovia BR-364, com ênfase aos principais
municípios no centro-sul do estado, destacando-se
sob este ângulo a capital Porto Velho/RO
(NASCIMENTO; SANTOS; SILVA, 2012). [18]
Escreve Bresser Pereira (2008) [14] que o
desenvolvimento no campo econômico prioriza
fundamentalmente o bem estar e de forma
secundária outras demandas da sociedade como
meio ambiente, justiça social, a liberdade e a
segurança.
No entendimento de Pimenta (2014) [5] a
construção do desenvolvimento que possa atender
a toda a sociedade passa pelo Estado na
formulação de politicas públicas eficazes que
possam atender a todos em igualdade e respeito
enquanto cidadãos, ampliando oportunidades de
acesso a novas tecnologias, capacitando pessoas
para o mercado de trabalho e gerando o
crescimento local de forma ordenada.
Em sua estrutura urbana Porto Velho/RO,
necessita de melhorias em toda a sua extensão,
conforme Plano Diretor em vigor desde o ano de
2008 a sua divisão territorial é composta por 69
bairros que não contemplam uma infraestrutura
completa na sua maioria, este fato deve-se ao não
cumprimento dos investimentos corretos por parte
de gestões municipais anteriores e na falta de
projetos que atendessem estas demandas (SILVA;
SANTOS; SILVA, 2011). [10]
Considera o autor que “Em Porto Velho, o Plano
Diretor foi elaborado para permitir o urbanismo e
contém em seu eixo, a política municipal de
desenvolvimento e de expansão urbana e para
atingir o seu objetivo, a política municipal de
desenvolvimento urbano apresenta as seguintes
diretrizes: a) a garantia do direito à cidade
sustentável; b) a gestão democrática e
cooperação entre governo, iniciativa privada e o
terceiro setor; c) o ordenamento e controle do uso
do solo, proteção, preservação e recuperação do
meio ambiente natural e construído, do patrimônio
cultural, histórico, artístico, paisagístico e
arqueológico” (SILVA; SANTOS; SILVA, 2011, p.
8).[10]
Nos aspectos sociais ao longo das ultimas
décadas Porto Velho/RO se consolidou como a
mais importante cidade de Rondônia, e este fato
se deve também por ser a capital agregando para
si a função central em atendimentos em todas as
áreas de serviços, contribuindo inclusive com
Estados vizinhos como o Acre e Amazonas no
atendimento em demandas como saúde e
trabalho. Complementa ainda o autor de que
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predomina em Porto Velho/RO a população
urbana (NASCIMENTO; SANTOS: SILVA, 2012).
[18]
O município de Porto Velho nos aspectos
geográficos possui em seu entorno doze distritos,
vilas e povoados conforme SEPOG (2017) [19] e
dados do último Censo demográfico no ano de
2010 a população era de 428.527 habitantes em
uma área territorial de 34.090,926 Km². No último
levantamento em 2016 a população estimada já
chegava aos 511.219 moradores. A sua
localização é próxima à Bolívia país fronteiriço e
ao Estado do Acre, conforme descreve mapa da
região na Figura 2.
Figura 2 – Mapa da localização de Porto
Velho/RO
Fonte: IBGE (2017). [20]
No contexto do desenvolvimento econômico o
município de Porto Velho/RO, desde a sua criação
e por muitas décadas experimentou os processos
de ciclos econômicos nas áreas de extrativismo
vegetal e de minérios com borracha, ouro e
cassiterita que com as possibilidade de riquezas
em solo, atraiu milhares de migrantes das mais
variadas regiões do Brasil que deslocaram para
esta região em busca de trabalho e de melhores
condições de vida (FROTA, 2016). [21]
Escreve Gonçalves; Almeida; Souza (2014) [22]
que as transformações que ocorreram em Porto
Velho ao longo das ultimas décadas foram
importantes para o avanço do município em
direção ao desenvolvimento, mas há a
necessidade de estudos com maior
aprofundamento sobre temas como a ocupação
urbana e urbanização.
Pimenta (2014) [5] argumenta que áreas do
conhecimento como a economia e administração
poderão contribuir, interagindo em aspectos
institucionais para o desenvolvimento regional,
agregando a estes fatores o envolvimento do
Estado e das organizações públicas e privadas.
Argumenta Gonçalves Filho (2014) [23] que o
município de Porto Velho/RO começou a
dinamizar o seu desenvolvimento e crescimento
econômico a partir da década de 1970 com a
inserção de atividades agropecuárias e comerciais
que foram incrementadas com o estimulo do
governo federal na ocupação e desenvolvimento
do Estado de Rondônia. Na sua maioria os
migrantes eram pequenos agricultores das regiões
Sul e Sudeste do país que por conhecer as formas
de manejo da terra se adaptaram as mais difíceis
situações do clima e solo da região norte e a
exploraram.
Nascimento; Santos; Silva (2012) [18] explica que
no período de 1980 a 2010 o município de Porto
Velho direcionou esforços para avançar em
direção ao crescimento e desenvolvimento
econômico, aproveitando o que havia sido deixado
pelos ciclos passados dos minérios.
Mas os impactos em favor de melhorias
econômicas só viriam a ocorrer com o Programa
de Aceleração do Crescimento – PAC do governo
federal que projetou executou as duas usinas
hidrelétricas em Porto Velho/RO.
3.2 Cenários e oportunidades ao
desenvolvimento em Porto Velho/RO
O ultimo grande ciclo de crescimento econômico
para o município de Porto Velho, ocorreu no
período de 2007 a 2016, com a construção do
Complexo Hidrelétrico no Rio Madeira usinas de
Santo Antônio e Jirau. Houve neste contexto
aumento populacional e surgimento de novas
empresas e expansão da entrada de
investimentos no formato de compensação
ambiental, tanto no aporte de recursos financeiros
como em obras na estrutura pública como
construção de creches, escolas e praças
poliesportivas pela cidade, estimulando o
desenvolvimento local (GONÇALVES; ALMEIDA;
SOUZA, 2014). [22]
Argumenta Werner (2013) [24] de que há duvidas
sobre a contribuição efetiva do complexo
Hidroelétrico das usinas do Rio Madeira no avanço
do desenvolvimento regional de Porto Velho/RO, e
o que poderia ter sido feito para propagação dos
efeitos dos investimentos realizados em forma de
compensação econômica e social por um período
maior de tempo, acabou não se efetivando em sua
plenitude, quando se observa a situação pós-
construção do empreendimento.
As transformações no município após a chegada
das usinas do Madeira podem ser sintetizadas
assim
“É perceptível à mudança econômica e da
mobilidade urbana no município de Porto Velho,
desde a vinda dos novos empreendimentos do Rio
Madeira. Nestas ocorrências, as mudanças de
comportamento resultam das ações
governamentais por meio de suas instituições e da
entrada de novas empresas no mercado, alguns
fatores de certa forma percebidos pelo senso
comum, porém, outro conjunto de fatores não é
facilmente percebido ou conhecido, principalmente
pelos agentes formuladores de planejamentos e
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projetos públicos para o desenvolvimento local”
(GONÇALVES; ALMEIDA; SOUZA, 2014, p. 4).
[22]
Gonçalves Filho (2014) [23] comenta que com a
chegada da construção do complexo hidroelétrico
das usinas do Madeira, aconteceram impactos
positivos na economia local de Porto Velho/RO
com o estabelecimento de diversas empresas
privadas que aproveitando a inserção de um
volume grande de recursos, iniciaram novos
negócios nos mais diversos setores aquecendo o
mercado e estimulando a dinâmica econômica
financeira, mas as autoridades na esfera pública
não elaboraram um plano estratégico com vistas
ao longo prazo, sendo capaz de melhorar a
infraestrutura urbana através de projetos para o
futuro da capital.
Mas mesmo com possibilidades de cenários
futuros promissores para Porto Velho/RO,
observa-se que:
“As estratégias são caracterizadas pelas
reconfigurações territoriais do espaço nacional, em
que se manifesta a identificação das áreas de
maior dinâmica econômica do país, numa
perspectiva dearticular as economias regionais ao
mercado internacional, tendo como aparato os
principais projetos de investimentos direcionados à
infraestrutura, que privilegia as regiões mais ricas,
ou seja, aquelas historicamente consolidadas”
(SILVA; SANTOS; SILVA, 2011, p. 5). [10]
No entendimento de Gonçalves et al. (2014) [25]
mesmo Porto Velho/RO, já tenha alcançado
melhorias em sua estrutura ao longo dos anos.
Faz se necessárias ainda ações assertivas que
possam comtemplar efetivamente a sua
infraestrutura urbana e uma maior atenção aos
setores estratégicos do município, mas tudo isso
passa por uma boa gestão dos escassos recursos
públicos financeiros no campo econômico e
incentivos a investidores que queiram implantar ou
ampliar as suas unidades produtivas, gerando
impostos para o município, lucratividade para as
empresas e renda com melhoria na qualidade de
vida da sociedade local.
Observa Nascimento; Santos; Silva (2012) [18]
que mesmo com avanços em Rondônia em todos
os seus segmentos socioeconômicos o setor
industrial não se desenvolveu de modo
expressivo, fator associado ao modelo cíclico da
combinação de período do extrativismo mineral e
vegetal por que passou o Estado em períodos
anteriores.
Diante deste quadro existem possibilidades para o
desenvolvimento local, como a melhoria em seu
sistema produtivo, comércio e serviços que
embora ainda com pouca expressão e ausência
tecnologia agregada caminhe em direção de um
crescimento sustentável como o surgimento de
parques tecnológicos e no setor agropecuário e de
alimentos no processamento de produtos
agrícolas e frutas regionais como o açaí, cupuaçu
e graviola que possam estimular o setor
secundário em beneficio da região.
Ações que uma vez efetivadas poderão dinamizar
o desenvolvimento econômico local sustentável
para o futuro, cientes de que há desafios regionais
como o processo logístico no escoamento da
produção local e regional, principalmente com os
países vizinhos do MERCOSUL e com Estados
como Amazonas, Roraima, Amapá e Pará
utilizando-se como opções a saída para o pacifico
e a reconstrução da Rodovia BR 319, ligando
Porto Velho a Manaus, possibilitando acesso a
mercados não explorados (GONÇALVES;
ALMEIDA; SOUZA, 2014). [22]
3.3 Processos tecnológicos e de inovações no
desenvolvimento regional
Escreve Cima; Amorin (2016) [26] que as
discussões sobre inovação ganharam espaço na
atualidade com o avanço da tecnologia em todos
os segmentos da sociedade, considerando ser
temas que propiciaram a geração de novos
produtos e serviços.
A palavra tecnologia poderá ser definida “como
conhecimento sobre técnica, enquanto as técnicas
envolvem aplicações desse conhecimento em
produtos, processos e métodos organizacionais”
(SANTOS; PAULA, 2012, p.5). [27]
Em um cenário de mudanças profundas
tecnológicas os impactos da globalização
Casarotto; Minuzzi; Santos (2016) [28]
argumentam em seu estudo que as organizações
para manterem seus sistemas produtivos em
crescimento e permanecerem no mercado
precisarão estar inovando continuamente.
Em sua obra Vale (2009) [29] destaca a crescente
alteração nos fluxos a partir do processo de
globalização dos mercados, fatores que
impulsionaram uma maior frequência a circulação
de produtos, capital financeiro, pessoas em um
ambiente de livre escolha e de opções pela melhor
oferta ou oportunidade de novos negócios, estas
alterações culminaram em expor ao mundo um
ambiente interativo e competitivo entre as
organizações e regiões pelo mundo. Entendendo
que a tecnologia neste processo teve um
definitivo.
Com os avanços da propagação da rede mundial
de computadores “internet” nas ultimas décadas,
percebeu se que o crescimento e desenvolvimento
econômico em níveis globais, provocando
discussões sobre estas mudanças em âmbito
mundial e as suas implicações nas organizações,
governos e sociedades como um todo (CIMA;
AMORIN, 2016) [26]
Para Negri; Cavalcante (2014) [30] um dos
diferenciais em tempos de novos paradigmas para
as regiões é o aumento de produtividade que ao
longo dos anos vem ganhando espaço nas
organizações e na maximização dos resultados
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através de investimentos em tecnologia e
pesquisa de novos produtos e serviços.
A dinâmica da modernidade na atualidade com o
papel que as cidades representam neste contexto,
induzirá a cada dia uma maior complexidade do
funcionamento das regiões na implantação de
centros especializados a partir de processos
tecnológicos que possam atender a uma
sociedade com altos níveis de complexidade e
demanda por produtos e serviços diferenciados
(CIMA; AMORIN, 2016). [26]
Comenta Aquino et al. (2015) [31] que no apoio a
efetivação de aparatos tecnológicos nas regiões,
faz se necessário o estabelecimento de estruturas
urbanas que possam interagir as pessoas com os
elementos urbanos em uma sintonia com as
soluções inovadoras e tecnológicas em beneficio
da comunidade.
As discussões sobre o papel das inovações
tecnológicas remontam a economia clássica, mas
estas análises só ganharam destaque em um
tempo recente com a inclusão do processo
tecnológico e de novos campos de conhecimento
que proporcionaram aumento da produtividade no
sistema produtivo com melhorias em regiões que
aderiram a estes novos enfoques (OLIVEIRA,
2016). [32]
No entendimento de Cima; Amorin (2016) [26]
embora o processo de desenvolvimento regional
em tempos de transformações e tecnologia possa
alcançar um número crescente de regiões, as
diferenças socioeconômicas regionais estarão
presentes desafiando os agentes públicos e
privados a estabelecerem projetos e modelos que
atendam a todos, em virtude destas mudanças
não ocorrerem de forma linear a todas regiões do
país.
Na visão de Carleial; Cruz (2012) [1] regiões como
Norte e Nordeste que experimentaram um
desenvolvimento tardio em relação ao restante do
país, portanto serão necessários investimentos em
tecnologia e inovação para continuarem a avançar
em aumento de produtividade, geração de
trabalho e renda como estimulo ao crescimento
regional e a uma melhor qualidade de vida para
sua sociedade.
4 METODOLOGIA
Aplicou-se a metodologia qualitativa com a forma
descritiva que segundo Creswell (2010) [33]
apresenta-se como um meio para explorar e para
entender o significado que os indivíduos ou os
grupos atribuem a um problema social ou humano
a ser pesquisado.
Considera Pratt (2009) [34] que a pesquisa
qualitativa permitirá ao pesquisador uma
quantidade de possibilidades de se investigar um
determinado problema, ficando ao seu critério a
delimitação do universo a ser estudo.
A análise qualitativa permite ao pesquisador obter
as informações de forma mais aprofundada,
utilizando-se de instrumentos como texto ou
imagens capazes de trazer uma maior amplitude
dos assuntos ou temas pesquisados com o
enriquecimento dos conteúdos analisados
(CRESWELL, 2010). [33]
“A abordagem qualitativa, atualmente, situa-se em
diversos paradigmas e perspectivas de pesquisas.
Posicioná-la em apenas um ou outro conjunto de
pressupostos epistemológicos, ontológicos,
teóricos e métodos parece diminuí-la em sua
complexidade, além de desfavorecer a
multiplicidade paradigmática dos estudos
organizacionais, característica essencial deste
campo de conhecimento das ciências sociais”
(MESQUITA; MATOS, 2014, p. 13). [35]
Bardin (2009) [36] afirma que no contexto da
abordagem qualitativa, se destaca a análise
documental sendo uma ação que contribui no
tratamento da informação disponível ao estudo,
somando-se aos demais procedimentos da
pesquisa.
A pesquisa foi conduzida utilizando-se de uma
revisão teórica em livros, revistas, periódicos
científicos e materiais teóricos específicos obtidos
junto a instituições públicas e privadas no suporte
ao tema central.
Na pesquisa qualitativa o pesquisador buscará o
foco na relevância levantada ao significado do
problema a partir das informações coletas e não
em conclusões próprias (CRESWELL, 2010). [33]
Os dados levantados para a pesquisa forma
concebidos a partir de uma análise documental
temporal, relativas ao processo de contribuição
dos aspectos econômicos e sociais no município
de Porto Velho/RO.
5 RESULTADOS
O município de Porto Velho/RO se encontra em
uma região de oportunidades de trabalho, renda e
com potencial ao investimento de novos negócios.
Sendo uma de suas caraterísticas a necessidade
de produtos e serviços em determinadas áreas por
estar distante dos grandes centros produtores.
Conforme Werner (2013) [24] que em seus
estudos já previa que o município seria
beneficiado com investimentos na sua
infraestrutura com a chegada das usinas
hidroelétricas do Rio Madeira, fato que não se
concretizou por falhas no estabelecimento de um
planejamento adequado pelos governantes locais.
6 CONCLUSÃO
A presente pesquisa buscou compreender a
dinâmica dos aspectos socioeconômicos no
crescimento e desenvolvimento do município de
Porto Velho/RO e os avanços desde sua criação
ISSN 1981-8688
até a atualidade, relatando os períodos de
crescimento em diversas atividades produtivas
como o extrativismo mineral, vegetal que juntos
impulsionaram o desenvolvimento local.
Conclui-se que a região precisará de estímulos
para continuar desenvolver-se e que a interação
entre a iniciativa privada e o governo poderá gerar
os estímulos necessários ao setor produtivo em
capacitação de mão de obra especializada,
tecnologia e inovação que juntas poderão gerar
resultados positivos e duradouros em beneficio da
sociedade.
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