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Introdução à Propagação e

Antenas
Leonardo Vasconcellos
Enlace de Rádio
Propagação

Onde D é a maior
dimensão da Antena.
Propagação
• Região de campo próximo
radiante. (Região de
Fresnel)
• Na prática, a região de
campo próximo irradiante e
delimitada pelos raios Rcp
e Rcd.
Propagação
• Região de campo distante
(Região de Fraunhofer)
• Na prática, a região de
campo distante é
determinada por:
r > Rcd
Propagação
Propagação
• As ondas eletromagnéticas podem sofrer
reflexão, difração e espalhamento.

• Muitas vezes a comunicação em LVD (Linha de


Visada Direta) é impraticável, devido a prédios
ou elevações.

• Os sinais referentes às várias reflexões


ocorridas interferem-se causando mudança de
amplitude e fase no sinal, causando o seu
desvanecimento (fading)
Propagação
• Os modelos tradicionais irão procurar
determinar o valor do sinal recebido a uma certa
distância do transmissor.

• Estes modelos são úteis para se estabelecer a


zona de cobertura de um dado sistema de
comunicação.
Propagação no espaço livre

Fórmula de Friis:

• É o modelo utilizado para predizer o sinal


recebido quando não há nenhum
obstáculo entre o emissor e o receptor.

• É o caso quando a LVD entre emisssor e


receptor. Ex.: satélites e enlaces de
microondas.
Propagação no espaço livre
Exemplos de propagação em
linha de visada direta
Satélites

Enlaces de Microondas
A Fórmula de Friis

   G TG R
2

Pr (d)  PT  
 4d  L

• PR(d) é a potência recebida em função da distância;


• PT é a potência transmitida;
•  é o comprimento de onda do sinal;
• d é a distância T-R (Transmissor-receptor);
• GT é o ganho do transmissor;
• GR é o ganho do receptor;
• L representa as perdas.
A Fórmula de Friis
• Esta fórmula supõe uma antena
isotrópica de área efetiva 2/4 imersa
em uma região com uma densidade de
potência
PT    
2 2
PT
PR (d)  .A efetiva  .  PT . 
4d 2
4d 4
2
 4d 
• Assim, se houver ganhos na recepção e
na transmissão, bem como perdas (L),
temos a fórmula anteriormente
apresentada.
   G TG R
2

Pr (d)  PT  
 4d  L
Fórmula de Friis
• Define-se as perdas L como sendo:
 PT 
L  10 log 
 PR 
• Mas, da relação de Friis, tem-se que:
PT  4d 
2

 
PR   
• Substituindo a segunda equação na
primeira, tem-se que:
 4d 
2
d d
L  10 log   20 log(4)  20 log   21,98  20 log 
    
Fórmula de Friis
• Substituindo a distância em km e a
freqüência em MHz, tem-se que:
L  32,45  20 log(d km )  20 log(f MHz )
Fórmula de Friis

Observações:
• A fórmula apresentada é válida para antenas
isotrópicas;
• A fórmula apresentada é valida para regiões
de campos afastado, também chamado
região de Fraunhofer. Esta distância deve ser
maior que o comprimento de onda emitido.
• Caso incluamos os ganhos das antenas, a
perda é definida como:
L  32,45  20 log(d km )  20 log(f MHz )  GiT  GiR
Exemplo 1

• Considere a potência de um transmissor


de 50 W, expresse essa potência em: (a)
dBm (b) dbW. Considerando que a antena
transmissora é isotrópica e a freqüência
da portadora é de 900 MHz, determine,
em dBm, a potência recebida por uma
antena isotrópica a 100 m da antena. Qual
a potência recebida a 100 km?
Exemplo 1

• a)A potência em dBm é definida pela


relação:
P 50
PdBm  10 log( 3 )  10 log( 3 )  47 dBm
10 W 10

• b)A potência em dBW é definida pela


relação:
P 50
PdBW  10 log( )  10 log( )  17 dBW
1W 1
Exemplo 1
   G T G R 50.1.1.(1 / 3)
2 2
6
PR (100m)  PT     3,5.10 W
 4d  (4) (100) .1
2 2
L

PR 3,5.106
PR (dBm )  10 log( 3 )  10 log( 3
)  24,5 dBm
10 10
• Para o caso de d=10 km, tem-se que:

   G T G R 50.1.1.(1 / 3)
2 2
10
PR (10000m)  PT     3,5.10 W
 4d  (4) (10 ) .1
2 4 2
L

PR 3,5.1010
PR (dBm )  10 log( 3 )  10 log( 3
)  24,5  40  64,5 dBm
10 10
MECANISMOS DE PROPAGAÇÃO

• Reflexão – Acontece quando a onda incide em uma


superfícies de dimensões bem maiores do que o seu
comprimento de onda. Ocorre em edifícios, paredes

• Difração – Ocorre quando a onda é obstruída por pontas


agudas, chamadas de gume de faca, este efeito causa
um “curvamento” da onda, fazendo com que ela aparece
em pontos fora da linha de visada.

• Espalhamento – Ocorre quando a onda encontra uma


superfície cuja irregularidade é da ordem do
comprimento de onda da onda incidente. Em meios de
comunicação móvel tem-se folhagens, fios, etc.
DIFRAÇÃO

• A difração permite que as


ondas atinjam antenas
receptoras fora da linha de
visada, e que sinais
obstruídos por obstáculos
sejam parcialmente
recebidos.
Princípio de Huygens
• Todo ponto ao ser
atingido por uma frente
de onda, torna-se uma
fonte tal que a nova
frente de onda é obtida
através da tangência
das diversas frentes de
onda formadas por
esses novos
irradiadores.
Zona de Fresnel

• Considerando-se a
altura h do
obstáculo muito
menor do que d1 e
d2 e muito maior do
que ao comprimento
de onda, tem-se que
a diferença de
caminho é dada por:
h 2 (d1  d 2 )
 .
2 d1.d 2
Zona de Fresnel

• A correspondente
diferença de fase
entre o sinal direto e
o sinal difratado é
dada por:
2 h 2 (d1  d 2 )
  .
  d1d 2
Zona de Fresnel

• O conceito de perdas
relacionados à difração
é aquele para o qual o
raio difratado e o de LVD
estão defasados de um
número inteiro de meios
comprimentos de onda.

• Os raios
correspondentes são
dados por: nd1d 2
rn 
( d1  d 2 )
Zona de Fresnel
Zona de Fresnel
• Ao lado ilustram-se três
situações. As Zonas de
Fresnel (elipse) são (a)
totalmente bloqueadas; (b)
parcialmente bloqueadas e
(c) livres.

• A regra prática é de que 55%


da primeira zona de Fresnel
estiver desobstruída, pode-
se ignorar o efeito da
difração.
Modelo gume de faca

• Em sistemas de
telecomunicações é
importante calcular a
atenuação causada por
difração em
montanhas.

• A fim de estimarmos
estas perdas, utiliza-se
o modelo gume de
faca.
Gume de faca

• A curva ao lado dá o
ganho de difração,
em função do
parâmetro de
Fresnel, dado por:
2(d1  d 2 ) 2d1d 2
h 
d1d 2  ( d1  d 2 )
Gume de Faca
Exemplo 1
Exemplo 1
Exemplo 1
Exemplo 2
Modelo – Obstaculos
Arredondados
• O cálculo da atenuação devido
à obstáculos arrendondados
consiste em considerarmos o
obstáculo como sendo um
morro cujo topo pode ser
aproximado por uma parábola e
a partir desta consideração
calculamos a perda devida à
difração do sinal sobre esta
parábola.
Modelo – Obstaculos
Arredondados
• Faremos uma aproximação do
topo do obstáculo utilizando
uma curva parabólica cujo raio
de curvatura no vértice pode ser
obtido conforme a fórmula:

• X Distância em metros entre dois pontos de igual
nível, sendo um em cada lado do pico considerado.
• Y Diferença de cota em metros entre o pico do
obstáculo e a curva de nível considerada para a
medida X.
Modelo – Obstaculos
Arredondados
• Assim, com o valor de R, calculamos o fator que
relaciona a frequência, a curvatura da parábola e a
distância do vértice do obstáculo ao ponto de
recepção e transmissão:

• Ou
Modelo – Obstaculos Arredondados
• Utilizando os fatores "α" e o coeficiente na curva a
seguir, podemos então calcular esta perda.
Modelo – Obstaculos Arredondados
Quando o obstáculo estiver abaio da linha de visada,
utiliza-se a parte do obstáculo que estiver dentro da
primeira zona de Fresnell
Modelo – Obstáculos Arredondados
Exercícios:
Modelo – Obstáculos Arredondados
Exercícios:
Modelo – Obstáculos Arredondados
Exercícios:

Atenuação nos cabos:


Modelo – Obstáculos Arredondados
Exercícios:
Calculo de Atenuação

• Quando se deseja calcular a atenuação


causada por uma série de obstáculos, o
cálculo se torna muito mais complicado e de
difícil solução analítica
Calculo de Atenuação
• Obstáculo Principal: Definimos obstáculo
primário como sendo todo obstáculo existente
cuja altura seja superior a altura da linha de
visada naquele ponto causando um desvio no
percurso do sinal transmitido.
Calculo de Atenuação
• Obstáculo Secundário: Estes obstáculos vão
aperecer nos enlaces onde exista visada
direta. Em cada enlace existindo visada direta
entre seus pontos extremos, para verificarmos
a existência de obstáculos secundários, traça-
se o elipsoíde de Fresnell e verifica-se se
algum obstáculo, encontra-se dentro do
elipsoíde. Caso existam, estes obstáculos são
chamados de obstáculos secundários.
Calculo de Atenuação

• Método - Epstein-Peterson
Nesse modelo, a atenuação de cada obstáculo é
calculada individualmente pelos métodos
tradicionais e, depois, somadas para obter a
atenuação total
Calculo de Atenuação
• Neste método determina-se o número “n” de
obstáculos primários. Divide-se então o enlace
em n+1 sub-enlaces, formados da seguinte
maneira. O primeiro sub-enlace é formado
pelo perfil existente entre o ponto de
transmissão e o segundo obstáculo primário.
O segundo sub-enlace é formado pelo perfil
existente entre o primeiro obstáculo principal e
o terceiro obstáculo principal.
Calculo de Atenuação
• O terceiro sub-enlace é formado pelo perfil
existente entre o segundo obstáculo principal
e o quarto obstáculo principal. Procede-se
assim ate que se chegue ao ultimo sub-enlace
formado pelo perfil existente entre o “n-1”
obstáculo primário e o ponto receptor. Note-se
que em cada sub-enlace só existe um único
obstáculo. Calcula-se a atenuação de cada
sub-enlace. A atenuação será a soma de
todas as atenuações dos diversos sub-
enlaces.
Calculo de Atenuação
• Método - Epstein-Peterson
- Considerando o caso abaixo, onde tem-se 3
obstáculos primários. Primeiramente, é
calculada a atenuação entre o transmissor e o
obstáculo 2 por obra do gume 1;
Calculo de Atenuação

• Método - Epstein-Peterson
- Em seguida, é encontrada a atenuação entre
obstáculo 1 e 3 causada pelo gume 2;
Calculo de Atenuação
• Método - Epstein-Peterson
- Finalmente, é calculada a atenuação entre
obstáculo 2 e o receptor pela difração no gume
3;
Calculo de Atenuação

• Método - Epstein-Peterson
- Quando o perfil do terreno é formado por
apenas dois gumes de faca, a comparação
entre os resultados obtidos com esse método,
grandes erros ocorrem se os dois obstáculos
estão muito próximos;
Calculo de Atenuação

• Método – Deygout
Deygout desenvolveu um modelo em 1966
através de seu trabalho Multiple Knife-edge
Diffraction of Microwaves, o qual foi apresentado
para a academia militar francesa em
substituição ao modelo de Epstein-Peterson.
Este modelo é referência para a recomendação
P.256-8 da ITU sobre difração em multiplos
obstáculos.
Calculo de Atenuação
• Método – Deygout

O primeiro passo do método de Deygout é


calcular o parâmetro v para cada gume,
individualmente, como se todos os outros
obstáculos estivessem ausentes. Ao obstáculo
primário que tiver o maior valor de v, denomina-
se de obstáculo principal (primário). Determina-
se o número “n” de obstáculos primários. Divide-
se então o enlace em n+1 sub-enlaces.
Calculo de Atenuação
• Método – Deygout
O obstáculo primário divide o enlace em dois
sub- enlaces. Cada um dos dois sub-enlaces é
considerado um novo enlace e a operação é
repetida até que não existam mais obstáculos
primários. Calcula-se a atenuação de cada
obstáculo primário encontrado. A atenuação do
enlace será a soma das atenuações de todos os
obstáculos primário encontrados.
Calculo de Atenuação

• Método – Deygout
Exemplo:
Calculo de Atenuação

• Método – Deygout
No exemplo em questão, encontra-se o
parâmetro v para os caminhos Tx-1-Rx, Tx-2-Rx
e Tx-3-Rx. O obstáculo que causar o maior valor
de v (nesse exemplo é o gume 2) é denominado
o gume principal (primário) e a sua perda por
difração é calculada da maneira convencional;
Calculo de Atenuação

• Método – Deygout
As perdas dos obstáculos “secundários” são
calculadas em relação a uma linha que une o
gume principal aos terminais Tx e Rx e, depois,
somadas à perda do gume principal.
Calculo de Atenuação

• Método – Deygout
- Para percursos com vários obstáculos, esse
procedimento é repetido recursivamente à
direita e à esquerda do gume principal. No
entanto, na prática (exemplo mostrado aqui), é
comum considerar apenas três perdas para
compor a perda de percurso total: a do gume
principal e as dos gumes secundários de cada
lado
Calculo de Atenuação
• Método – Deygout
Normalmente, as estimativas de perda de
percurso feitas com esse método apresentam
boa concordância com a abordagem mais
rigorosa, mas elas tendem a ser pessimistas
(superestimam a perda) quando há muitos
obstáculos e/ou quando as obstruções estão
muito próximas. De maneira geral, a acurácia do
método é grande quando existe apenas um
obstáculo dominante e, para o caso de dois
obstáculos importantes
Calculo de Atenuação
- Exemplo: Calcular a atenuação por obstáculo
para um enlace a 2.5Ghz:
Calculo de Atenuação
- Exemplo: Calcular a atenuação por obstáculo
para um enlace a 2.5Ghz:
Calculo de Atenuação
- Exemplo: Calcular a atenuação por obstáculo
para um enlace a 2.5Ghz:
Calculo de Atenuação
- Exemplo: Calcular a atenuação por obstáculo
para um enlace a 2.5Ghz:
Calculo de Atenuação
- Exemplo: Calcular a atenuação por obstáculo
para um enlace a 2.5Ghz:
Calculo de Atenuação
- Exemplo: Calcular a atenuação por obstáculo
para um enlace a 2.5Ghz:
- Método Deygout
Calculo de Atenuação
- Exemplo: Calcular a atenuação por obstáculo
para um enlace a 2.5Ghz:
- Método Daygout
Calculo de Atenuação
- Método Deygout
Calculo de Atenuação
- Método Deygout
Calculo de Atenuação
- Método Deygout
Calculo de Atenuação
- Exemplo: Calcular a atenuação por obstáculo
para um enlace a 3Ghz:
Calculo de Atenuação
- Exemplo: Calcular a atenuação por obstáculo
para um enlace a 600Mhz:
Cálculo do Enlace
• Nos casos práticos, todos tipos de perdas são
levados em consideração, sejam estas
oriundas de cabos, conectores, polarização,
espaço-livre, obstáculos, etc. Sendo assim,
considerando-se todas as perdas possíveis no
enlace, tem-se:
Muito Obrigado

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