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INTRODUÇÃO.

Quando resolvi escrever livros com títulos variados sempre tive a vontade
de escrever algo sobre o primeiro livro bíblico conhecido como “Gênesis”.
Entretanto, é necessário voltar um pouco no tempo para começar a fazer
“comentários” a respeito desse livro. De fato, tudo o que acontece e já aconteceu e
acontecerá faz parte da “História Universal” na qual está inclusa a “História da
Humanidade”.

Dessa forma é interessante abordar aqui que diferente de boa parte das
pessoas fieis e devotas eu não nasci num berço religioso católico ou protestante
como se afirma hoje em dia. Claro que embora meus pais por “tradição” eram
cristãos, eles não eram membros “praticantes” e sim “nominais”, como boa parte
da população em nosso país.

Porém, eu não posso deixar de mencionar que mesmo que meu pai tivesse
praticado um “Cristianismo Nominal” a minha mãe em determinado momento
praticou durante algum tempo um “Cristianismo Prático”. Isso quer dizer que ela
teve uma juventude na qual ele fez parte do grupo das “Filhas de Maria” quando
morou na cidade de “São José do Rio Preto”. E, foi nessa época que ela participava
do Coral.

Posso por assim dizer que ela, diferente de meu pai, ia às Missas
constantemente e participava dos trabalhos semanais da Igreja Católica. Com isso,
era natural que quando eu comecei a me entender como gente a presença de uma
Bíblia, terços, imagens e quadros de santos era natural para mim. Também não me
esqueço de que foi ela quem me ensinou a oração do “Pai Nosso” e da “Ave
Maria”.

Também não posso ignorar o fato de que todos os domingos ela


religiosamente levava eu e minha irmã no templo da Igreja Católica São Camilo de
Lellis na Vila Nivi, Zona Norte de São Paulo. E, durante um bom tempo a
convivência com os fieis católicos que professavam a sua fé semanalmente não nos
era estranha. E, também não era estranha a presença das imagens de santos e de
velas que eram acesas constantemente. Claro que também não quero me esquecer
de mencionar que nós tínhamos também as “roupas de ver Deus”. E, para quem
não sabe essas eram as roupas que só eram usadas nas Missas aos domingos.

Lembro-me também das práticas que tínhamos quando na entrada do


templo fazíamos o sinal da cruz e nos benzíamos com água benta no saguão de
entrada. De fato, essa era a nossa vida. E, assim foi a minha vivência com a
religiosidade que a minha mãe praticava. Os anos se passaram e fiz a “Primeira
Comunhão”, porém, não cheguei a fazer a “Crisma”.

Com os anos que se passaram e com a chegada da independência e da


liberdade comecei a me afastar da religiosidade que havia aprendido, porém,
sempre algo da semente plantada ficara amortecida em meu ser. Na verdade, de
vez em quando eu ia a alguma Missa e também lia alguns textos bíblicos, mas, não
me sentia um “cristão praticante” porque estava mais para um “cristão nominal”.

A partir daqui eu não me esqueço da velha verdade de que os seres humanos


“pecam” na “inocência”, na “ignorância” e na “consciência”. Mas, o que isso tem a
ver comigo? Simples! Eu havia aprendido que a “Bíblia” tinha sido dada por Deus
ao Homem do jeito que ela era. Eu praticamente havia aceitado a Bíblia no
formato padrão da época nos anos 70 com todos os livros que ela contém com as
respectivas divisões em capítulos e em versículos.

Isso quer dizer que eu pensava que a Bíblia tinha sido dada por Deus do
jeito que conhecemos hoje para Adão e para a sua descendência como Noé, Abrão,
Isaque, Jacó e etc. Posso por assim dizer que eu fazia parte da parcela dos seres
humanos que “peca” na “inocência” e também na “ignorância”. Na “inocência”
porque eu pensava que a Bíblia havia sido criada assim por Deus que a deu ao
Homem e a sua descendência. E, na “ignorância” porque eu não tinha um
conhecimento aprofundado dos textos sagrados e muito menos de algum
conhecimento teológico.
Eu posso dizer que pelo tempo que eu fiquei na Igreja Católica eu fui mais
um “católico nominal” e não praticante. Anos depois quando comecei a frequentar
uma Igreja tida por Protestante, ou seja, a Igreja Metodista, durante algum tempo
eu fui mais um “Metodista Nominal” do que praticante. De fato, a minha vida se
resumia em ir a algumas atividades e só. Eu lia a Bíblia por ler e nalgumas vezes
devocionalmente. Assim é a nossa vida quando somos limitados. Assim, se ninguém
não nos ajuda a amadurecer ficamos parados e não avançamos.

Eu quero dizer que como muita gente eu tinha um medo terrível do livro do
Apocalipse de modo que nem o abria para ler algum texto. A ideia de ler algo sobre
a “besta”, sobre o “anticristo”, sobre o “fim do mundo” me abalava. Eu fugia do
apocalipse como o diabo foge da cruz. Creio que se eu não tivesse ido a uma
Conferência promovida pela Igreja Apostólica Renascer em Cristo no Anhembi
sobre a “Nova Era” eu não teria me aberto à possibilidade de entrar pela porta da
Teologia.

Claro que alguém pode indagar sobre qual a relação “disso” com “aquilo”.
Já vou explicar! Essa Conferência deixou muita gente assustada até a mim mesmo.
Do muito que foi abordado e saber o que nós sofreríamos no Apocalipse me deixou
horrorizado. E, algo que muito me marcou foi a explicação do desaparecimento do
povo de Deus no “Arrebatamento”. A explicação era a de que a explicação para o
desaparecimento do povo de Deus é que ele seria levado em grandes discos
voadores para o espaço. Meu Deus! Como eu era inocente e ignorante!

Bom! Acabei me interessando em fazer um Curso na Metodista e comecei


com um Curso Básico em Teologia de dois anos na qual se eu sentisse o chamado
poderia completar com mais três de estudos teológicos para me formar pastor ou
não. Mas, antes disso, algo aconteceu na igreja local em que eu participava. Eu
estava frequentando na época a Igreja Metodista na Vila Gustavo. E, foi numa das
aulas da Escola Dominical quando foi abordado um assunto que me deixou
“chocado”. Foi a afirmação de que os Evangelhos não haviam sido escritos pelos
Apóstolos Mateus, Marcos, Lucas e João.

Isso fez com que uma “velha verdade” fosse abalada em minha vida. Bom!
Se Mateus, Marcos, Lucas e João não escreveram os Evangelhos, quem os
escreveu? Talvez até você se pergunte agora o mesmo que eu. Assim, devemos
observar o que relata o texto de Mateus 10.2-4: “Ora, os nomes dos doze apóstolos
são estes: primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de
Zebedeu, e João, seu irmão; Felipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano;
Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; Simão Cananeu, e Judas Iscariotes, aquele que o
traiu”.

Ao ler esse texto talvez você não tenha percebido que não havia nenhum
apóstolo com o nome de Marcos e de Lucas no Apostolado de Jesus, apenas os
nomes de Mateus e João. Dê uma verificada agora. Agora você deve ter se
perguntado sobre a origem dos nomes de Marcos e Lucas para os Evangelhos!

Posso dizer que às duras penas eu começava a engatinhar no corredor que


dava acesso à Teologia. De fato, eu começava a caminhar na estrada da Teologia.
Bom! Talvez você não saiba, mas a Bíblia que você leva ou não para os Cultos ou
para as Missas e lê em casa tem um significado a partir de seu nome. Você sabia
que a palavra “Bíblia” se origina do idioma grego? Ela é a forma plural da palavra
“livro”. Assim, no “Meio Protestante” a membresia tem uma “Biblioteca” de 66
livros e no “Meio Católico” a Biblioteca tem 73 livros.

E, para quem pensa que a Igreja Católica está errada o que precisamos
entender é que as duas linhas cristãs inclusas na “Religião Cristã” adotam
“tradições canônicas” diferentes. De fato, a “Bíblia Protestante” não sente falta
dos livros a mais da “Bíblia Católica” porque tudo o que é necessário à fé está
incluso nos 66 livros. Entretanto, a “Bíblia Católica” com seus livros a mais contém
uma parte essencial da História que é desconhecida pelo “Povo Protestante”.

É em Judas Macabeu que temos a História na qual sabemos o motivo que


levou à invasão e a destruição da cidade de Jerusalém e do templo erguido pelo rei
Salomão. Isso quer dizer que na “Bíblia Protestante” só temos a afirmação de
Jesus de que o templo viria a baixo, porém, é na “Bíblia Católica” que observamos
os motivos que levaram a destruição do templo e de Jerusalém no ano 70 d.C. Ao
saber disso eu fiquei tranquilo porque manusear uma “Bíblia Católica” não
contamina nenhuma pessoa que seja protestante ou evangélica. E, mesmo que o
Protestantismo não veja como essencial à fé os livros a mais da “Bíblia Católica”
ele observa o valor histórico contido nos livros a mais conhecidos como “Apócrifos”
ou “Deuterocanônicos”.

Agora chegamos a um ponto interessante a respeito da “Bíblia”. Se há duas


versões dela, uma Católica com 73 livros e uma Protestante com 66 livros, isso
quer dizer algo. Mas, o que? Bem! A princípio isso quer dizer que ambas as Bíblias
passaram por um processo de formação para termos o que temos hoje. Mas, o que
isso quer dizer?

Bem! Isso quer dizer que nenhuma das Bíblias citadas foram entregues ao
Homem no formato atual com nomes, páginas, capítulos, versículos e etc. Com essa
afirmação será necessário explicar como foi o surgimento da Bíblia para não
ficarmos confusos. Quem pensa que ela surgiu como está hoje permanece na
“inocência” e na “ignorância” por desconhecer os processos que estão por trás e
fizeram parte na formação da “Bíblia Sagrada” como já afirmei antes.

Então! Como a Bíblia Sagrada surgiu? Para respondermos a essa pergunta


será necessário voltamos no tempo na “História da Humanidade”. Não vamos
ignorar o fato de que o povo de Deus viveu numa época e contexto bem diferente
do nosso hoje e avançou paralelamente a uma “cultura secular” na qual fazia
parte. E, se isso parece confuso para você, pense bem! Hoje usamos em nossos
templos e atividades semanais de: computador, data show, caneta laser, slides,
internet, mesa de som, caixas amplificadas, microfones, guitarras, contrabaixos,
teclados sintetizadores e etc. Estas foram inovações tecnológicas que surgiram no
meio secular e adentrou o ambiente sacro. Outro exemplo disso é a Bíblia Digital
nos celulares, tabletes e etc.

Com isso podemos afirmar que a religiosidade tem se adaptado com os


aparatos tidos como seculares e se ajustando a eles mudando a sua utilização. É o
que conhecemos como “Progresso Tecnológico” no qual a Bíblia também acabou
bebendo e se tornando fruto. Dessa forma é interessante abordar agora como
surgiu a Bíblia a partir da “aurora dos tempos”.

Como já afirmei anteriormente, a grande maioria das pessoas hoje não sabe
como a Bíblia se originou pensando que Deus a trouxe do céu no formato de livro e
o deu ao Homem para multiplicá-la através de cópias como eu também pensava.
Entretanto, não é nada disso! Nós precisamos voltar no tempo e observar como o
Homem vivia para entendermos o processo pelo qual a Bíblia foi formada. De fato,
a Bíblia não foi o primeiro livro a ser escrito porque tanto os primeiros livros
seculares como sagrados passaram pelo mesmo tipo de processo de
desenvolvimento.

Entretanto, vamos voltar bastante no tempo, mais precisamente na aurora


da Humanidade. Não quero entrar no mérito da questão da eterna briga da Ciência
com a Bíblia a respeito da origem do Homem na face da Terra, porém, uma coisa é
certa, quando o Homem surgiu na face da Terra ele não surgiu falando um idioma
junto com um Dicionário ao seu lado. Esse também foi o caso de Adão. Embora não
seja citado na Bíblia, ele precisou aprender a se comunicar e teve um excelente
professor, Deus.

A partir daí é possível observar a ordenança de Deus a Adão para que ele
nomeasse os seres vivos e também às coisas à sua volta. Um exemplo disso se
observa no texto de Gênesis 2.19-20a:

“Da terra formou, pois, o Senhor Deus todos os animais o campo e todas as
aves do céu, e os trouxe ao homem, para ver como lhes chamaria; e tudo o que o
homem chamou a todo ser vivente, isso foi o seu nome. Assim o homem deu nomes
a todos os animais domésticos, às aves do céu e a todos os animais do campo”.
Dessa forma podemos observar que quem deu nome foi o Homem e não Deus.
Surgia assim o primeiro idioma quando Adão nomeara a criação de Deus.

Claro que a Ciência também caminhou por aí porque ela afirma que o
primeiro idioma surgiu quando o Homem começou a nomear a criação à sua volta
com a aglutinação dos primeiros fonemas e das primeiras sílabas o que
proporcionou o primeiro léxico de palavras ou Dicionário da Humanidade. Talvez
essa afirmação ainda esteja um pouco confuso para você, e por isso, vamos
caminhar de outra forma para ficar mais claro.
Imagine você ao tentar ensinar sua criança o básico do básico no momento
em que ela está começando a falar suas primeiras sílabas! Quando você aponta um
cachorro ela aprendeu que o nome dele é “au-au” que é o som que os cachorros
fazem. O mesmo se diz do gato que ela conhece como “miau”. A vaca também não
é difícil porque ela vai chamá-la de “múúú”. Agora eu tenho certeza que ficou bem
claro essa explicação. Porém, chegamos agora ao próximo passo no
desenvolvimento do idioma humano.

Foi a questão do grupo humano ou tribo se identificar entre si. No começo


eles deveriam gesticular e apontar para determinado membro com quem queria se
comunicar primitivamente. E, como os membros não eram como os animais e aves
que tinham sons vocálicos específicos eles conseguiram desenvolver fonemas e
sílabas para se diferenciarem entre si. E, sem que soubessem surgiam assim os
primeiros nomes.

Agora, a história está ficando mais interessante porque já vimos o primeiro


idioma tomar um formato porque os animais eram chamados pelo Homem por seus
sons e agora os membros do grupo se conheciam por outros sons vocalizados e
agora faltava nomear a parte da criação que não emitia sons específicos. Surgiriam
assim nomes para o Sol, para a Lua, para as estrelas, para as montanhas, árvores,
peixes, insetos, frutas e etc. Claro que o primeiro idioma começava a se tornar
cada vez mais complexo e com alguma dificuldade de comunicação porque o idioma
estava resumido aos nomes dados aos seres viventes, aos membros do grupo e às
coisas à sua volta que não emitiam sons e que era também parte da criação.

O fato é que o idioma começaria a se tornar mais complexo com o


surgimento dos primeiros verbos, artigos, adjetivos e etc. para complementar o
idioma em comum para melhorar a comunicação. Porém, com o tempo a partir do
aumento do agrupamento humano e com a sua dispersão por outras localidades,
outros nomes para novas criações foram surgindo com novas pontuações e
acentuações o que levou ao surgimento de dialetos e sotaques entre os diferentes
grupos humanos que se espalharam por toda a parte.

E, é nesse momento que os grupos humanos começam a dar origem a


concepções, práticas e costumes diversos. Surgiam assim as primeiras concepções
religiosas para explicar o mundo à sua volta e a sua própria existência. Entretanto,
havia um grande problema nisso. A Humanidade não possuía ainda filmadoras,
gravadores e nem qualquer tipo de escrita. Dessa forma, as histórias eram
passadas de gerações para gerações oralmente, no que se conhece como “Tradição
Oral”. Isso quer dizer que os pais relatavam aos filhos que relatavam aos netos e à
posterior descendência sobre os acontecimentos que já haviam ocorrido. Claro que
isso acaba gerando o problema da “fidedignidade” porque nem tudo o que ocorrera
no passado chegava da mesma forma que acontecera. Talvez a menção da velha
brincadeira do “telefone sem fio” possa explicar o que estou afirmando.

Assim, esse problema começou a ser evitado com a grande invenção que
marcou a Humanidade na aurora dos tempos que foi a invenção da “Escrita”. De
fato, a “Escrita” além de abrir um grande horizonte na vida da Humanidade ela
permitiu que informações importantes fossem legadas à posteridade de forma que
não houvesse desvios e distorções de acontecimentos. Assim, a “Tradição Escrita”
se tornaria mais confiável que a “Tradição Oral”. Isso quer dizer que o que era
escrito era mais confiável do que o que era transmitido oralmente para os filhos,
netos e etc.

Agora chegamos a um ponto interessante de se observar porque muita


gente ignora como começou também a “História da Escrita”. Assim como o idioma
que surgiu na aurora da Humanidade, a escrita também surgiria na aurora da
Humanidade. E, claro que não dá para saber quando exatamente ela surgiu.
Entretanto, os primeiros passos para o surgimento da escrita tinha sido dado
quando a Humanidade começou a pintar desenhos nas paredes de cavernas e em
vários lugares. E, cada pintura representava algo da realidade do ser humano.

É o caso de pessoas que desenharam a caça de mamutes num passado


longínquo sinalizando que os mamutes foram contemporâneos da Humanidade.
Claro que inúmeros tipos de animais e aves também foram desenhados pelo
Homem no decorrer dos séculos deixando os primeiros registros pelas mãos do
Homem. Já o curioso nessa história é que quando o Homem desenhava um animal,
ave ou qualquer outra coisa de conhecimento comum na época todas as pessoas do
grupo sabiam o que eram, porém, para que todos pudessem comunicar aos demais
membros do grupo o que haviam visto sem apontar para alguns desses desenhos
eles passaram a nomeá-los como já vimos anteriormente.
Com isso, o Homem tinha conseguido desenvolver a arte de desenhar nas
paredes e em seguida de nomear vocalicamente o que queriam comunicar a outros
membros do grupo sem usar a arte do desenho. Surgira assim o idioma com as
primeiras palavras que eram de fato desenhos. Claro que ainda não havia chegado
o surgimento da formação do Alfabeto e nem da representação do som vocálico
para os desenhos que eram pintados.

Entretanto, chegaria o momento em que o Homem conseguiria formular o


primeiro léxico de palavras no momento em que começou a criar símbolos gráficos
para representar todo o universo de conhecimento que havia adquirido como aves,
animais, Sol, Lua, estrelas, montanhas, números, verbos, adjetivos e etc. Na
verdade, o Homem já se comunicava com sílabas vocálicas, porém, não escrevia o
que falava. Por causa disso, os desenhos que o Homem pintava seria a base para o
primeiro léxico de palavras do idioma mais antigo que havia surgido na
Humanidade.

Agora, alguém até que poderia perguntar qual foi o primeiro idioma que
surgiu na Humanidade. Essa não é uma resposta de se dar porque no momento em
que o primeiro grupo de civilização humana se desintegrou em vários outros grupos
que se fixaram noutros locais, as novas realidades fizeram com que novos sons e
elementos recebessem significados vocálicos diferentes fazendo com que outros
idiomas fossem criados.

Ao chegarmos aqui alguém pode perguntar se esses inúmeros idiomas foram


responsáveis pelos idiomas que temos hoje por todo o mundo. De certa forma sim
porque na “História da Humanidade” idiomas surgiram e morreram. Outros
idiomas importaram palavras estrangeiras e sotaques iam surgindo entre grupos
que se utilizavam da mesma estrutura e léxico de palavras.

No nosso caso em que falamos o idioma Português, ele descende do


Português-Galego que teve como ancestral o idioma Latim. Também não devemos
ignorar o fato de que o nosso idioma tem palavras provenientes do Grego, do
Inglês, do Árabe, do Africano, do Francês, do Espanhol e etc. E, o mesmo ocorre
em outros idiomas pelo mundo. Até mesmo dentro de nosso país se fala com
sotaques e dialetos e noutros países se fala até mais do que um idioma pátrio.

Vê-se assim que o idioma é algo que não se prende porque ele é criativo e é
criado constantemente. O caso do Português é um caso curioso porque de tempos
em tempos há mudanças na grafia e até mesmo nas palavras por causa das
mudanças que ocorrem. Eu mesmo aprendi na escola quando criança a escrever a
palavra “ele” com acento circunflexo [ êle ]. Também vivi numa época em que se
compravam medicamentos em Farmácias. E, até a pouco tempo eu escrevia voo
com acento circunflexo [ vôo ]. Claro que também tenho sofrido para reaprender
que vacina anti-rábica agora se escreve com dois “r” e sem o hífen [ antirrábica ].

Agora veja que se isso ocorre hoje isso também ocorreu no passado.
Voltemos agora a um tema que muito nos interessa que é sobre o idioma mais
antigo no mundo. Alguns poderão dizer que é o Hebraico, entretanto, não é. Quem
estuda Teologia deve ficar um pouco doido pelo que aprende porque acaba tendo
um conhecimento anterior desconstruído para que um novo conhecimento seja
reconstruído.

Assim, devemos compreender que antes que a Bíblia fosse escrita em


Português ela ficou um bom tempo escrita em Latim, o idioma do Império que
dominou boa parte do mundo na época. Porém, o Antigo Testamento foi escrito em
Hebraico e tem porções escritas também em Aramaico. Já o Novo Testamento foi
escrito em Grego. Mas, e antes disso?

Ao voltarmos à Bíblia precisamos entender que quando Deus falou com


Adão não falou com ele em Hebraico porque não existia um idioma Hebraico. Noé e
Abrão também não falavam o Hebraico porque eles não eram Hebreus. Isaque e
Jacó também não eram Hebreus e também não falavam o Hebraico porque ele não
existia ainda. Mas, como pode ser isso? Essa é uma heresia das bravas? Não! Claro
que não!

O problema que ocorre é por causa da falta de conhecimento do mundo na


época para que possamos entender a Bíblia. O convencional hoje é falar que o povo
hebreu falava o Hebraico, porém, não é bem assim. Ao estudarmos algo sobre a
origem dos povos do passado descobrimos que quando o povo de Moisés saiu do
Egito e atravessou o Mar Vermelho para o outro lado vimos surgir assim a
“História do Povo Hebreu”. E, como é isso?

Voltemos um pouco no tempo! Abrão teve dois filhos, Ismael e Isaque.


Ismael se tornou o pai dos Ismaelitas e Isaque teve Esaú e Jacó. Passado mais
algum tempo, Jacó teve doze filhos e teve seu nome mudado para Israel. E, tempos
depois o povo que descendeu de Jacó / Israel passou a ser chamado de Israelita. E,
foi esse povo que permaneceu no Egito até que se tornou grande demais e acabou
sendo escravizado pelos egípcios. Foi a partir daí que Deus levantaria a Moisés
para liderar o seu povo.

Claro que as coisas estavam assim quando o povo israelita saiu das terras do
Egito, atravessou o Mar Vermelho e chegou às terras do outro lado. Nessa hora,
para surpresa de muitas pessoas hoje, do outro lado do Mar Vermelho havia outros
povo habitando a terra e tinham outros idiomas e outras culturas diferentes do
povo israelita. As coisas estavam assim quando os povos começaram a chamar o
povo israelita de povo hebreu. Talvez você não saiba, mas a palavra “hebreu” nas
línguas dos povos daquela localidade pode ser traduzido como “povo do outro lado
do rio”, “povo do outro lado”, “os do outro lado” ou “os de lá”.

E, pela lógica, o povo chamado de “hebreu” falava um idioma estranho que


só poderia ser pela lógica o “hebraico” que é o “idioma dos de lá”. Mas, que
estranho idioma era esse? Era o idioma dado por Deus? Não! Claro que não!
Vamos observar o que diz o texto de Gênesis 11.31 a respeito de Abrão “Tomou
Tera a Abrão seu filho, e a Ló filho de Harã, filho de seu filho, e a Sarai sua nora,
mulher de seu filho Abrão, e saiu com eles de Ur dos Caldeus, a fim de ir para a
terra de Canaã; e vieram até Harã, e ali habitaram”.

Pelo texto se observa que Abrão nasceu em Ur na região Caldeia. Logo ele
falava o idioma Caldeu e não o idioma Hebraico. Dessa forma, todo o povo que
descendeu dele herdou o idioma Caldeu e não o idioma Hebraico. O fato é que com
o tempo o idioma Caldeu recebeu nova roupagem conhecida como idioma Hebraico.
Entretanto, os caldeus eram de origem árabe e ocuparam uma região
correspondente à Mesopotâmia Meridional e provavelmente falavam o Acádio e no
final do Império Assírio falassem o Aramaico.

Assim, toda a história que foi registrada desde Abrão até seus descendentes
se deu no idioma Hebraico ou mais precisamente num Caldeu modificado que viu
surgir o Aramaico. Porém, a história do surgimento da escrita hebraica também é
muito interessante. Quem já teve a oportunidade de ler textos do Antigo
Testamento na versão original em Hebraico não desconfia nem um pouco que a
escrita hebraica nasceu depois da fala hebraica. E, como já vimos, o idioma do povo
que saiu do Egito e que era descendente de Jacó foi chamado de hebreu pelos
povos que viviam do outro lado do Mar Vermelho.

Assim, tanto a fala como depois a escrita ficou batizada com o nome de
Hebraico. Entretanto, o idioma que Israel falava como a seu pai Isaque e seu avô
Abraão falava era proveniente do Caldeu e que era conhecido como “Aramaico
Antigo”.

O que agora é muito interessante de se saber é que coube ao povo fenício a


invenção da escrita a partir do uso e desenhos. Isso quer dizer que esse povo
simplesmente conseguiu desenvolver sinais gráficos para representar os sons
vocálicos para simbolizar na forma escrita tudo o que se conhecia como seres vivos
e coisas inanimadas. Surgia assim o primeiro Alfabeto na História da Humanidade,
o Alfabeto Fenício que foi a base para outros Alfabetos como: o Grego, o
Aramaico, o Hebraico e o Arábico.

De fato, essa invenção do povo fenício foi um marco na Humanidade porque


outros povos perceberam o potencial do uso desses sinais gráficos para registrarem
as suas respectivas histórias, conhecimentos e até mesmo tantas outras coisas
através de sinais gráficos. Com isso, o povo hebreu também percebeu a utilidade
disso e adaptou esses sinais gráficos para a sua realidade e assim os sinais gráficos
passaram a ser utilizados por povos da época, porém, com sons vocálicos diferentes
entre si.

Claro que para que isso fique mais claro observemos que o Alfabeto Inglês e
o Alfabeto Português se utilizam das mesmas letras, porém, com sons vocálicos
diferentes. Observe entre parênteses como se pronunciam essas letras nos dois
idiomas:

Português: a (a) – b (bê) – c (cê) – d (dê) – e (ê) – f (éfe) – g (gê) – h (agá) –


i (í) – j (jota) – k (ká) – l (éle) – m (ême) – n (êne) – o (ô) – p (pê) – q (quê) – r
(érre) – s (ésse) – t (tê) – u (ú) – v (vê) – w (dábliu) – x (xis) – y (ípisolon) – z (zê).

Inglês: a (ei) – b (bí) – c (cí) – d (dí) – e (í) – f (éfi) – g (dgí) – h (êi) – i (ái) –
j (dgêi) – k (quêi) – l (él) – m (êm) – n (ên) – o (ôu) – p (pí) – q (quíu) – r (ár) – s (és)
– t (tí) – u (íu) – v (ví) – w (dâbliu) – x (équis) – y (épsilon) – z (zêd).

Até mesmo há palavras que se escrevem iguais, porém com pronúncias


diferentes:

Português: TV – hospital – taxi – extra – come – motel – etc.

Inglês: TV (tiví) – hospital (róspital) – taxi (téxi) – extra (éstrua) – come


(câm) – motel (môutel) – etc.

E, foi justamente isso o que aconteceu com os povos que se apossaram dos
sinais gráficos fenícios e os ajustaram foneticamente para os seus próprios idiomas
falados. Dessa forma, eles passaram a utilizar o “Alfabeto Fenício” com sons
fonéticos pátrios para redigirem documentos, escreverem histórias e etc. Assim,
nascia a “Escrita Hebraica” com símbolos gráficos fenícios, porém com sons
fonéticos do povo chamado hebreu.

Pronto, agora não só apenas o povo fenício, mas também os povos à sua
volta como o hebraico podiam registrar as suas respectivas histórias e deixarem
como herança para seus respectivos descendentes. Isso quer dizer que Deus não
deu um idioma e nem uma escrita a nenhum povo porque lhes facultou o
entendimento racional para que pudessem fazê-lo nos respectivos idiomas que
viessem a desenvolver.
Entretanto, ao chegarmos aqui alguém poderá questionar essa linha de
raciocínio e afirmar que isso tudo é loucura porque em Gênesis há uma explicação
de que só se falava um idioma em toda a terra e que foi a rebeldia de Babel que
causou o surgimento de vários idiomas no qual Deus como pena espalhou um povo
que não queria se espalhar. Claro que sem querer ignorar as várias interpretações
que se fazem a respeito desse texto, precisamos compreender que há uma
explicação lógica para isso. Porém, vamos observar esse texto de Gênesis 11.1-9:

1 Ora, toda a terra tinha uma só língua e um só idioma.


2 E deslocando-se os homens para o oriente, acharam um vale na terra de
Sinar; e ali habitaram.
3 Disseram uns aos outros: Eia pois, façamos tijolos, e queimemo-los bem.
Os tijolos lhes serviram de pedras e o betume de argamassa.
4 Disseram mais: Eia, edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo
cume toque no céu, e façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados
sobre a face de toda a terra.
5 Então desceu o Senhor para ver a cidade e a torre que os filhos dos
homens edificavam;
6 e disse: Eis que o povo é um e todos têm uma só língua; e isto é o que
começam a fazer; agora não haverá restrição para tudo o que eles intentarem
fazer.
7 Eia, desçamos, e confundamos ali a sua linguagem, para que não entenda
um a língua do outro.
8 Assim o Senhor os espalhou dali sobre a face de toda a terra; e cessaram
de edificar a cidade.
9 Por isso se chamou o seu nome Babel, porquanto ali confundiu o Senhor
a linguagem de toda a terra, e dali o Senhor os espalhou sobre a face de toda a
terra.

O que vemos nele é a explicação de um povo a respeito da origem dos vários


idiomas existentes na época como resultado da rebelião contra Deus. Claro que
hoje dispomos de instrumentais científicos para compreender que essa foi a
explicação e o entendimento em comum de um povo sobre esse evento, porém, a
realidade foi outra. Portanto, mesmo que o texto forneça uma explicação teológica
sobre essa fase na vida da Humanidade sabemos como já foi visto que a origem dos
vários idiomas se deu de outra forma como já abordado.

Quando nós lemos esse texto é possível encontrar citações interessantes


como a ordenança de se espalhar pela terra a todo um povo a partir da confusão de
línguas que ocorreu. O fato é que numa época em que o povo vivia da caça, do
gado, da coleta e de uma agricultura rudimentar não havia condições de uma região
suportar por tempo indeterminado um povo que se multiplicava por não haver
métodos anticonceptivos. Isso quer dizer que com o aumento população das tribos
elas não podiam conviver juntas porque levaria à estagnação de alimentos e
pereceriam.

Por causa disso, os povos aprenderam que para se manterem era necessário
que de tempos em tempos que houvesse uma dispersão pelas regiões. Era uma
questão de sobrevivência porque para um pequeno grupo havia abundância de
alimentos, porém, com um grande grupo se multiplicando os recursos começavam a
rarear.

Entretanto, com a chegada da Industrialização no século XVIII houve um


evento contrário que impediu a expansão dos povos para regiões mais distantes
para se concentrarem em cidades. Era uma população que depois de algum tempo
que passara a se expandir agora se contraía em cidades e hoje não é novidade
alguma o que acontece como efeito colateral a partir dessa realidade: falta de
saneamento básico, falta de moradia, falta de alimentos, falta de trabalho,
desemprego, doença, violência, poluição e etc.

Depois de ter abordado todos esses assuntos até aqui rumaremos agora para
o tema desse livro que trata sobre comentários curiosos sobre o livro de Gênesis.
Na verdade, a primeira vez que se abordou o conteúdo desse livro foi através da
“Tradição Oral” em que os pais repassavam para seus descendentes as histórias
que haviam aprendido de seus respectivos pais. Porém, tudo o que era repassado
era na forma oral e por causa disso as pessoas tinham que ter uma boa memória
para não se esquecerem do que ouviam e aprendiam para repassar. E, claro que
sempre houve a vontade humana de tirar algo ou acrescentar algo segundo a sua
interpretação sobre esse ou aquele tema em questão.

E, foi por causa disso que o surgimento da “Tradição Escrita” veio para
evitar distorções e desvios dos acontecimentos que ocorriam porque eles eram
transcritos com sinais gráficos para tábuas de argila, e depois para folhas de papiro
trançadas e depois para peles de animais. Com o tempo surgia o rolo de papel que
facilitava a escrita e as longas histórias. Tempos depois surgiram os primeiros
Códices que eram livros como os que conhecemos hoje, porém, eles não eram
escritos como folhas impressas com tipos gráficos, mas à mão. Apenas na época de
Martim Lutero com o surgimento da Imprensa é que os livros deixaram de ser
escritos à mão para serem impressos com tipos gráficos que permitia a
multiplicação deles rapidamente e um maior número à disposição dos compradores
e leitores.

Séculos depois se passaram e temos hoje livros com impressão a jato de


tinta, a laser e mais recentemente o surgimento de livros digitais que não precisam
de papel, plástico ou tinta por serem digitais. Assim, os textos bíblicos que
primeiramente foram repassados de geração em geração através da “Tradição
Oral” agora está à disposição das pessoas em computadores, tabletes e celulares.
Isso fez com que as famosas “Bíblias de Bolso” caíssem em desuso por toda a
parte. Com isso, já é difícil de observar os fieis levando nas mãos ou debaixo do
braço alguma Bíblia encadernada em papel. Entramos praticamente na era da
“Tradição Digital”.

Ao chegarmos aqui podemos observar dois textos em Gênesis que mostram


o que a “Tradição Oral” provocou na confecção do livro de Gênesis. Antes é
necessário que se saiba que quando esse livro nasceu ele não tinha nome e nem
surgiu escrito. Ele foi o resultado da “Tradição Oral” em que os pais passaram de
geração para geração as suas histórias. Outra coisa que é necessário saber é que
ele recebeu um nome de origem grega porque Gênesis em grego significa
“criação”. E, isso se deve pelo fato de que a primeira palavra do livro de Gênesis
começa com a palavra “criação”, ou seja, “Criou Deus...”.
Outra informação que não podemos ignorar é que nas primeiras versões do
livro do Gênesis não havia um nome e nem a divisão em capítulos e nem em
versículos que ocorreu apenas a partir do século XV. E, o que mais confundia os
leitores na época é que não havia espaço entre as palavras. Isso tanto era para
economizar espaço pela dificuldade de se encontrar material para escrever os
textos como pelo preço e também para impedir pessoas que soubessem ler um
pouco que pudessem conhecer o conteúdo do livro. Na verdade, quem soubesse ler
e escrever na época podia se tornar uma pessoa perigosa porque o “conhecimento
abre as portas para o saber”. E, ele leva ao entendimento de não ser dominado e
controlado facilmente. Assim, quem lê e escreve pensa e compreende.

Agora, vamos observar dois textos que mencionam que na confecção de


Gênesis houve uma aglutinação de duas tradições num só livro. Uma fala em que na
Arca de Noé entraram dois casais de cada espécie e noutro texto que entraram
sete pares de animais bons e dois pares de animais ruins.

Gênesis 6.19-20: “De tudo o que vive, de toda a carne, dois de cada espécie,
farás entrar na arca, para os conservares vivos contigo; macho e fêmea serão. Das
aves segundo as suas espécies, do gado segundo as suas espécies, de todo réptil da
terra segundo as suas espécies, dois de cada espécie virão a ti, para os conservares
em vida”.

Gênesis 7.2-3: “De todos os animais limpos levarás contigo sete e sete, o
macho e sua fêmea; mas dos animais que não são limpos, dois, o macho e sua
fêmea; também das aves do céu sete e sete, macho e fêmea, para se conservar em
vida sua espécie sobre a face de toda a terra”.

Ao ter lido os dois textos você deve ter compreendido que há duas versões
sobre os animais, aves e répteis que deveriam entrar na Arca. Porém, na
mentalidade das pessoas hoje apenas um par de cada espécie é que entrou na Arca.
Isso mostra que na confecção do livro de Gênesis houve em relação a esse evento a
união de duas histórias que relatavam o mesmo acontecimento, mas com uma
quantidade diferente de pares. Dessa forma, ninguém pode afirmar se de fato
entraram na Arca sete pares de uma espécie ou apenas um par de uma mesma
espécie. Claro que é difícil de explicar a origem dessa costura de textos ou
tradições no livro de Gênesis.

Na verdade, há outras coisas interessantes de se observar no livro de


Gênesis. Assim, vamos voltar um pouco sobre algo que já foi mencionado. A
primeira delas é sobre o nome do primeiro livro de uma coleção chamada de
“Pentateuco” e que se refere aos primeiros cinco livros do Antigo Testamento. É o
livro de Gênesis. Porém, o curioso é que quando o livro foi confeccionado ele não
recebeu esse nome como já foi mencionado. De fato, Gênesis é uma palavra de
origem grega que significa “Criação”. Assim, esse primeiro livro recebeu esse
nome porque a palavra “criou” é a primeira palavra no livro.

Outra coisa que devemos compreender é que embora o livro tenha sido
creditado a Moisés como autor, ele foi escrito a partir da aglutinação de várias
histórias que eram contadas de pais para filhos durante gerações. Com isso, o livro
de Gênesis teve vários autores até que ele fosse terminado para formar um livro.

Talvez alguém até fique aborrecido com essas afirmações, porém, não
devemos ignorar o fato de que a essência ou a ação divina de Deus está por trás
dos autores e dos eventos que ocorreram.

Agora, chegamos a outro momento interessante sobre o livro de Gênesis.


Embora muitas pessoas pensem que ele seja o livro mais antigo do mundo, ele não
é. Ele pode ser o mais lido e vendido, porém, ele não é o mais antigo. Quem estuda
Teologia e tem contato com diversas pesquisas que foram e têm sido feitas sabe
muito bem que o evento da “Criação” e do “Dilúvio” que observamos em Gênesis
remonta a textos mais antigos com outros nomes.

Isso quer dizer que quando os descendentes dos Hebreus confeccionaram o


livro de Gênesis eles se utilizaram do resultado que eles tinham como frutos de
pesquisas como “Tradições Orais” e textos mais antigos. Na verdade, embora
Moisés seja creditado como autor de Gênesis ele não o foi porque o livro é fruto de
inúmeros autores anônimos e o resultado de pesquisas que levaram centenas de
anos para concretizar o que temos hoje como livro.
Assim, mesmo que o livro não tenha sido entregue pronto diretamente do
céu para Moisés ou qualquer outro homem ele levou várias gerações para ser feito
porque ele começou a ser desenvolvido através da “Tradição Oral” dos pais aos
filhos até o surgimento da “Tradição Escrita”. E, quando isso ocorreu várias
“tradições” ou “histórias” foram sendo aglutinadas para se formar o livro. E,
sabendo disso, é lógico afirmar que mesmo que o livro de Gênesis tenha sido criado
ainda assim ele contém em si a “fagulha” e a “essência divina”.

Isso lembra aquela velha história sobre quem nasceu primeiro, se o ovo ou a
galinha. No caso aqui, é sobre duas afirmações bem conhecidas: a Bíblia é a palavra
de Deus e ela contém a palavra de Deus. Por isso, devemos tomar todo o cuidado
antes de criticar ambas as afirmações porque elas se mesclam e testemunham as
suas verdades. Claro que cremos que a Bíblia seja a palavra de Deus, porém, ela
teve a pincelada do Homem nela. Também não devemos ignorar o fato de que a
Bíblia é a palavra de Deus no momento em que ela se origina a partir da “essência
divina” de Deus, porém, ela também contém a interpretação humana.

E, isso não quer dizer que essa concepção seja errada porque Deus permitiu
a interação humana para mostrar que Ele merece o seu amor e dá oportunidade
para o Homem para agir como um ser ativo e não ficar inativo ou passivo diante
dos acontecimentos. Seria injusto e puro autoritarismo da parte de Deus se Ele não
permitisse a participação humana na confecção da Bíblia. Seria fácil Deus entregar
a Bíblia já pronta do céu para o Homem ou mesmo que ditasse todos os eventos
ocorridos. Porém, em sua essência divina do amor Ele resolveu permitir a
participação humana como coautor. E, isso fica evidente em vários textos que a
princípio parecem uma contradição da parte de Deus, porém, com algum cuidado
pode ser observado a participação humana fragmentada, confusa, ignorante e
inocente em sua confecção. A própria fusão de duas “Tradições” sobre a “Criação”
e o “Dilúvio” atesta isso.

Ao chegarmos aqui, muitas pessoas desconhecem o fato de que os textos do


Antigo Testamento não foram escritos em Português e sim no Hebraico que se
utilizou dos sinais gráficos do fenício para produzir as suas letras com os seus
respectivos sons vocálicos e as suas palavras. E, quando fez isso para aproveitar
espaço escreveu os textos sem espaços entre as palavras, sem versículos e sem
capítulos. Claro que houve aí também uma forma de se manter o que estava escrito
protegido de pessoas estranhas porque só quem sabia ler podia entender e separar
as palavras na mente. E, para que isso seja claro, vejamos, como exemplo, um
versículo como foi escrito: Gênesis 1.11-13:

“edissedeusproduzaaterrarelvaervasquedeemsementeearvoresfrutiferasquesegundoa

Quem leu pode ter encontrado alguma dificuldade porque os textos bíblicos
não eram escritos divididos em capítulos e em versículos. Também não havia
separação entre as palavras e nem parágrafos, vírgulas, ponto e vírgula, ponto
final, acendo agudo, circunflexo e etc. Dessa forma, se percebe que a confecção
dos textos foi a partir do Homem e não de Deus. Claro que Deus agiu e observamos
a essência divina nas páginas na Bíblia, mas, ela teve a presença humana como
coautora. E, sabemos muito bem que a presença humana traz algo imperfeito que
Deus em sua essência corrige.

Em seguida, conforme houve a necessidade os livros do “Cânon do Antigo


Testamento” foram divididos por ordem de importância e não por ordem
cronológica. Por isso que temos: o Pentateuco (cinco primeiros livros), Grandes
Profetas, Pequenos Profetas, Livros Sapienciais e Cânticos. Assim, quem pensa
que o Antigo Testamento está numa ordem cronológica se engana porque ele foi
ordenado conforme o entendimento humano numa interpretação humana e não
divina, embora tenha a chancela divina.

Em relação à divisão dos livros em capítulos e em versículos é interessante.


Em 1214, o inglês Stephen Langton, arcebispo de Cantuária dividiu os livros da
Bíblia em capítulos. E, em 1551, o tipógrafo parisiense Robert Estienne dividiu os
capítulos em versículos. Ao chegarmos até aqui percebemos que muitas pessoas
ainda tratam os textos hebraicos como “Velho Testamento”, mas, agora eles são
tratados como “Antigo Testamento” porque a menção ao termo “velho” carrega
um significado não muito bem visto hoje porque nos lembra de coisas que não tem
mais valor e praticidade.

E, agora que chegamos até aqui alguém até pode questionar esse livro ao
afirmar que só falta ser mencionado que o Homem veio dos macacos. Para
esclarecer essa afirmação devemos compreender que o Naturalista Charles Darwin
nunca escreveu que o Homem veio do macaco. Esse é um grave desvio de
interpretação e entendimento. O que ele afirmou é que tanto o Homem como os
Símios se originaram de um Primata ou primeiro ser que pode ser no caso bíblico de
Adão e Eva e no caso científico de uma espécie humana que ainda não tinha
condições de compreender a si mesmo e nem transformar o mundo à sua volta.

Claro que o que já foi visto até aqui não revela nenhuma falta de fé ou
ateísmo, mas sim, de uma compreensão melhor do que temos em relação ao livro de
Gênesis. Isso quer dizer que ele fala da existência e do agir de Deus e da tentativa
do Homem em por na escrita e testemunhar parte da grandiosidade de Deus. De
fato, Deus é mais do que a Bíblia e não se consegue escrever tudo o que é relativo a
Ele porque Deus é superior a tudo.

Assim, ninguém jamais conseguirá escrever tudo sobre Deus porque Ele em
sua essência, presença e existência é maior do que o Universo e ao mesmo tempo
habita no coração do Homem. Dá para entender isso? Em parte sim, porém, em
muitas das vezes Deus não é interpretado corretamente nos textos bíblicos. Quer
um exemplo prático? Veja o texto de Gênesis 6.6: “Então arrependeu-se o Senhor
de haver feito o homem na terra, e isso lhe pesou no coração”.

Deus não é Homem para se arrepender do que faz. Isso quer dizer que a
mentalidade humana interpretou a atitude de Deus com uma emoção humana. Ora!
Quem se arrepende é porque fez algo errado. E, o que é que Deus fez de errado
para se arrepender? Compreendeu agora? No entendimento humano e graças à
“Tradição Oral” Deus foi mostrado aqui como um Ser que erra e se arrepende
como o Homem.

Dessa forma, no mundo de hoje voltar atrás numa decisão ou buscar corrigir
algum desvio não é arrependimento e sim uma tomada de decisão, e foi o que Deus
fez. Ele deu um basta e tomou uma atitude. Nós pecamos porque não nos
corrigimos e deixamos de tomar decisões que acabam nos prejudicando. Por isso, o
que veremos a seguir no próximo capítulo está relacionado a diversos comentários
a respeito de textos curiosos e obscuros que encontramos nos textos do livro de
Gênesis.
E, claro que quero deixar aqui para quem ler esse livro que cada vez que
estudo, e medito e pesquiso sobre textos bíblicos cada vez mais eu fico radiante por
entender a grandiosidade de Deus que se manifesta na ação humana sendo perfeita
ou imperfeita porque a vontade de Deus é corrigir o que não está certo. É o mesmo
processo que se dá com os pais e suas criancinhas.
PENSAMENTOS.

“Posso não concordar com nada do que você diz, mas vou defender seu direito de
dizê-lo até a morte". – Voltaire.

“Só tem o direito de criticar aquele que pretende ajudar” – Lincoln.

“Sempre estou aberto a aprender algo novo não me fechando a outras ideias e
verdades. Assim, antes de criticar dê sugestões” – A. A. Coutinho.
DEDICATÓRIA.

A todos(as) Pesquisadores(as) e Estudiosos(as),

A todos(as) Clérigos(as) e Leigos(as),

A todas as Igrejas que professam a Jesus,

À minha esposa Joselita,

Às minhas filhas Thamires e Midiã,

Aos Pastores Armando Veras, Jurandi Pires e Carlos Morelli, grandes amigos,

Ao C.T.C.L. – Centro de Treinamento e Capacitação de Líderes.


ÍNDICE.

Introdução.
Pensamentos.
Dedicatória.

001 – Quem Criou o Universo? [Gn. 1.1].


002 – A Formação da Terra Segundo a Ciência e Segundo Gênesis. [Gn. 1.2].
003 – O Big Bang da Ciência e a Criação em Gênesis. [Gn. 1.3].
004 – A Vida Surge na Água. [Gn. 1.20-21].
005 – A Vida Surge na Terra. [Gn. 1.24].
006 – A Menção da Trindade em Gênesis. [Gn. 1.26].
007 – A Transferência de Sentimentos Humanos Para Deus. [Gn. 1.26-27].
008 – A Trindade em Gênesis. [Gn. 1.26 / 11.7].
009 – Gênero Humano. [Gn. 1.27].
010 – Manutenção Humana. [Gn. 1.28-30].
011 – A Mulher Tratada Como um Animal Por Não Ter Alma. [Gn. 2.7].
012 – O Uso da Anestesia. [Gn. 2.21].
013 – A Presença da Cicatriz. [Gn. 2.21].
014 – A Base na Vida do Homem. [Gn. 2.21].
015 – A Clonagem Humana. [Gn. 2.22].
016 – O Matrimônio. [Gn. 2.24].
017 – Possessão Não Humana. [Gn. 3.1].
018 – O Problema Com as Segundas Intenções. [Gn. 3.5-6].
019 – O Bode Expiatório. [Gn. 3.11-13].
020 – A Vinda do Messias. [Gn. 3.15].
021 – A Dor é Necessária Como Castigo? [Gn. 3.16].
022 – O Homem Como Pó das Estrelas. [Gn. 3.19].
023 – A Cópula Como Processo Natural na Humanidade. [Gn. 4.1].
024 – Sexo Para Procriação. [Gn. 4.1-2, 25].
025 – A Boa e a Má Oferta. [Gn. 4.3-5].
026 – O Homicídio se Torna Uma Realidade. [Gn. 4.14].
027 – O Sinal de Caim. [Gn. 4.15].
028 – O Início da Bigamia. [Gn. 4.19].
029 – O Nascimento da Música. [Gn. 4.21].
030 – Violência Descontrolada. [Gn. 4.23-24].
031 – A Origem do Culto Religioso Primitivo. [Gn. 4.26].
032 – Menção do Movimento da Translação em Enoque. [Gn. 5.23].
033 – Primeiro Caso de Abdução. [Gn. 5.24].
034 – A Longevidade de Matusalém. [Gn. 5.27].
035 – Gênesis e a Hibridização Humana. Gn. 6.1-4].
036 – A Diminuição da Longevidade Humana. [Gn. 6.3].
037 – Transferência de Tecnologia Divina Para o Homem. [Gn. 6.14].
038 – A Questão da Monogamia em Gênesis. [Gn. 7.7].
039 – Por Que Deus Fechou a Porta da Arca? [Gn. 7.16].
040 – Dilúvio Universal ou Local? [Gn. 7.17].
041 – Sentimento Humano da Lembrança em Deus. [Gn. 8.1].
042 – A Arca de Noé Pousa no Monte Ararate. [Gn. 8.4].
043 – Noé Solta Duas Aves Como Instrumentos de Pesquisa. [Gn. 8.6-12].
044 – A Saída Como Um Novo Início. [Gn. 8.14-19].
045 – A Função do Altar. [Gn. 8.20].
046 – A População Deve Continuar a Crescer Demograficamente? [Gn. 9.1].
047 - O Papel da Mordomia Para o Homem. [Gn. 9.2-3].
048 – A Vingança Tem Aval de Deus? [Gn. 9.6].
049 – O Arco Íris Como Memorial Eterno Entre Deus e o Homem. [Gn. 9.12-17].
050 – A Primeira Manifestação de Embriaguez em Gênesis. [Gn. 9.20-21].
051 – A Busca Pela Fama ou Mais Precisamente, do Poder. [Gn. 10-8-12].
052 – No Começo da História Havia Apenas Um Idioma. [Gn. 11.1].
053 – Desenvolvimento da Tecnologia. [Gn. 11.3].
054 – Por Que Deus Desce? [Gn. 11.5-8].
055 – União Matrimonial Entre Parentes. [Gn. 11.24-31].
056 – A Emigração da Família de Tera. [Gn. 11.31].
057 – Deus Tira Abrão de Sua Área de Conforto e o Envia Para Uma Área de
Desconforto. [Gn. 12.1].
058 – Deus Amaldiçoa? [Gn. 12.3].
059 – Abrão Torna-se Construtor de Altares. [Gn. 12.7-8].
060 – Abrão Cede Sua Esposa Para Sobreviver. [Gn. 12.11-16].
061 – Abrão e a Sua Riqueza Material. [Gn. 13.2].
062 – Contenda Entre Parentes. [Gn. 13.5-7].
063 – Deus é Destruidor de Cidades? [Gn. 13.10].
064 – Betume Com Fácil Acesso. [Gn. 14.10].
065 – O Surgimento da Confederação. [Gn. 14.13].
066 – Estratégia Militar. [Gn. 14.14-16].
067 – Pão e Vinho Trazidos Por Um Rei-Sacerdote. [Gn. 14.18-19].
068 – A Origem do Dízimo. [Gn. 14.20].
069 - Formas Utilizadas Por Deus Para Se Comunicar. [Gn. 15.1, 12-13].
070 – Abrão Chama Deus de Jeová / Javé. [Gn. 15.2].
071 – Menção de Que o Universo é Gigantesco. [Gn. 15.5].
072 – Um Evento Celeste Ocorre no Céu. [Gn. 15.17].
073 – Abrão e a Questão da Bigamia. [Gn. 16.1-4].
074 – Deus Socorre a Agar Em Meio a Seu Sofrimento. [Gn. 16.4-13].
075 – A Semelhança Entre Ismael, João Batista e Jesus. [Gn. 16.10-11].
076 – Menção a Uma Estranha Profecia. [Gn. 16.12].
077 – Abrão se Torna Pai. [Gn. 16.15-16].

Conclusão.
Outras Publicações.
001 – QUEM CRIOU O UNIVERSO? [Gn. 1.1].

“No princípio criou Deus os céus e a terra”.

Essa pergunta é muito interessante porque enquanto Gênesis 1.1 credita


esse feito ao Deus Javé e outros livros religiosos creditam esse feito a alguma
outra divindade, a Ciência busca explicar esse feito de outra forma. Não devemos
ignorar o fato de que a Ciência só trabalha com aquilo que é palpável ou pode ser
estudado a partir de observações e pesquisas, o que não é o caso de Deus. De fato,
grande parte dos pesquisadores científicos rejeita a ação de alguma divindade por
trás dos eventos que deram origem ao Universo e de tudo o que nele está contido.

Isso quer dizer que para a Ciência nenhuma divindade foi responsável pela
criação do Universo porque todas as divindades apregoadas em todas as Religiões
nada mais são do que concepções humanas dos povos mais antigos para explicarem
a existência do Cosmos e de tudo o que existe como Galáxias, estrelas, planetas e
etc. E, até mesmo para se explicar a existência das aves, dos peixes, dos animais e
do próprio Homem a existência de alguma divindade é tida como responsável por
todas as Religiões.

Na verdade, no momento em que o Homem começou a questionar tudo o


que havia a sua volta ele não sabia explicar a sua origem e quando eventos da
Natureza começaram a atuar na vida e História da Humanidade o Homem passou a
creditar tempestades, chuvas, calor, frio, terremotos, vulcões, alagamentos,
doenças, noite, dia, Sol, Lua, estrelas cadentes, furacões e etc. a alguma divindade.

E, por causa disso os povos começaram a conceber divindades que eram


responsáveis por esses acontecimentos. Dessa forma, passaram a compreender que
era necessário agradar a essas divindades para lhes aplacar a ira e lhes
proporcionar paz, tranquilidade, boa caçada, boa pesca, proteção, cura e etc.
Na verdade, não devemos ignorar o fato de que mesmo antes de haver a
existência do Cristianismo como Religião que surgiu a partir do Judaísmo, outras
Religiões primitivas haviam surgido a partir de outras mais primitivas ainda. Isso
quer dizer que o Judaísmo adotado pelo povo judeu é posterior aos Hebreus e estes
são posteriores ao povo israelita que surgiu a partir da descendência de Israel ou
Jacó que era neto de Abraão.

Ao estudarmos a vida de Abraão em Gênesis antes que ele tivesse seu nome
mudado para Abraão pode ser visto o seu chamado para que ele saísse de uma
localidade e da morada de seus pais pra outra localidade. Assim, não podemos
ignorar que ele era filho descendente de um povo que tinha uma Cultura e havia
concebido a criação de várias divindades. Com isso, ele conhecia várias divindades,
porém, ele deu crédito a um que passou a se comunicar com ele de forma diferente.

Surgiria assim algum tempo depois a afirmação de que o Deus Javé que
apareceu a Abrão, Isaque, Jacó, José e Moisés é que era o responsável pela criação
de tudo o que está contido no Universo. Bem! É possível entender porque a Ciência
critica tanto diversas afirmações bíblicas por causa do que se chama de
“contradições”, porém, eu entendo que “para toda contradição há uma explicação”
bem lógica. Também não se pode esperar que a Ciência passe para o lado da
Religião porque cada uma usa os seus próprios óculos para explicar o mundo a sua
volta.

A partir dessa pergunta que nos lança a esse tema devemos observar que a
criação do Universo ocorreu a cerca de 14 bilhões de anos quando toda a matéria,
todo o espaço e todo o tempo estavam aglutinados num ponto e era de um tamanho
bem compacto e que devido a reações diversas explodiu se expandindo e liberando
energia por toda a parte. Surgia assim o Universo que durante bilhões de anos
proporcionou a aglutinação de elementos que formariam as primeiras estrelas.

Tempos depois com a explosão dessas primeiras superestrelas outras


estrelas menores surgiriam e formariam as primeiras Galáxias que hoje superam as
cerca de 100 bilhões existentes no Universo Observável que é até onde os nossos
mais potentes supertelescópios podem enxergar. Milhões de anos depois os restos
de estrelas que não se aglutinaram a essas estrelas acabariam se unindo em corpos
celestes menores conhecidos como planetas gasosos e planetas rochosos.

Milhões de anos depois no Sistema Estelar conhecido como Solar no qual


fica o nosso planeta chamado de Terra, surgia uma atmosfera capaz de sustentar
vida e com isso a vida aquática, a vida área e a vida animal precediam o surgimento
do Homem. Na verdade, para a Ciência tudo o que ocorreu foi obra do acaso e não
há divindade alguma por trás de tudo isso o que ocorreu.

Entretanto, para os membros das Religiões há algo por trás de tudo isso sim.
De fato, essa obra do acaso foi uma ação divina para criar o Universo e de tudo o
que nele está contido. Numa rápida viagem ao espaço é possível perceber que se
não houvesse estrelas como o nosso Sol irradiando luz por toda a parte o Universo
seria vazio e escuro. Imaginemos um Universo no qual não haja estrelas e apenas
planetas! Dificilmente haveria algum tipo de vida como nós conhecemos hoje pela
falta de luz e calor onde reinariam o frio e a escuridão eterna.

Caso isso tivesse ocorrido qualquer tipo de vida que viesse a surgir teria que
se guiar pelo tato, olfato, audição e etc., menos pela visão porque sem claridade de
alguma luz nada poderia ser visto. Talvez alguém até diga que a Natureza foi
soberana em tudo o que ela criou dentro do Universo, e, se for assim, nós cremos
que algo está por trás da Natureza porque ela por si só não faria o que foi feito.
Logo, cremos que Deus é quem está por trás da Natureza.

Por outro lado, para que haja algum tipo de rejeição entre ambos os campos
de conhecimento humano é digno afirmar que a Ciência e a Religião caminham
juntas e explicam o todo criado com seus óculos. Entretanto, as afirmações bíblicas
de forma resumida atestam e relatam o que a Ciência a partir do século XIX
começou a desvendar com instrumentais científicos.
002 – A FORMAÇÃO DA TERRA SEGUNDO A
CIÊNCIA E SEGUNDO GÊNESIS. [Gn. 1.2].

“A terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do


abismo, mas o Espírito de Deus pairava sobre a face das águas”.

O que veremos agora é o texto de Gênesis 1.2. Claro que podíamos tê-lo
visto antes do texto citado anteriormente, porém, é interessante respeitarmos uma
“Cronologia Científica” para uma melhor compreensão. Isso quer dizer que não dá
para haver primeiro a criação da Terra antes da criação do Sol. Na verdade,
conforme vimos no tema anterior, o Sol se originou a partir do material que sobrou
da explosão de uma estrela bem maior e mais antiga que existiu antes dele e que
surgira logo depois do Big Bang.

Da mesma forma a Terra, como veremos agora, porque ela não se formou
do nada porque para que ela se originasse como planeta dependeria de algo que já
vamos observar para um melhor entendimento.

Ao estudarmos sobre a origem da Terra vislumbraremos algo interessante


pelo que a Ciência pesquisou e formulou de forma lógica. Tudo começou assim. No
começo da formação do Sistema Planetário conhecido como Sistema Solar não
havia ainda a nossa estrela chamada Sol e nem o nosso satélite natural chamado
Lua. Também não havia os planetas gasosos Júpiter, Saturno, Urano e Netuno, e
nem os planetas rochosos Marte, Mercúrio, Vênus e a nossa Terra.

Na verdade, o que havia era poeira estelar e gases flutuando após a


explosão de uma grande estrela bem mais antiga que o nosso Sol e que datava de
uma época bem próxima ao evento conhecido como Big Bang. Dessa forma, num
dado momento toda essa poeira estelar e gases foram se aglutinando devido a
forças gravitacionais até que surgiu um Sistema Estelar.
Entretanto, no meio desse Sistema Estelar grande quantidade de gases foi
se aglutinando devido a forças gravitacionais intensas até que surgisse o Sol e
passasse a brilhar e lançar seus raios de luzes por todas as direções. Porém, grande
quantidade de poeira estelar e gases em locais mais afastados do Sol passaram a se
aglutinar em regiões distantes e devido a forças gravitacionais de atração fizeram
com que corpos estelares começassem a se formar.

Com isso, surgiram os planetas gasosos e rochosos em nosso Sistema


Estelar. E, onde havia mais poeira estelar do que gases se formaram os planetas
rochosos e onde havia mais gases do que poeira estelar surgiram os planetas
gasosos. Mesmo assim, é possível que o núcleo dos planetas gasosos seja sólido,
porém, não é possível descer aparelhos terrestres neles porque seriam destruídos
ou esmagados pelas fortes pressões que reinam nesses planetas.

Agora precisamos compreender algo muito importante que é sobre os


planetas rochosos em nosso Sistema Estelar. Os quatro são sólidos e têm
superfícies que podem ser pisadas pelo Homem desde que ele esteja preparado
para enfrentar temperaturas e radiações extremas. E, mesmo para Sondas
Espaciais, Mercúrio e Vênus são ambientes muito hostis para o Homem e suas
máquinas científicas.

Nisso, quando lemos o texto de que a Terra não tinha forma e era vazia,
Mercúrio, Vênus e Marte também não tinham forma e eram vazios. E, isso porque
todos esses planetas nada mais são do que a aglutinação de grande quantidade de
poeira estelar e gases em suas composições. Porém, a grande diferença atual é que
apenas na Terra há Oceanos, Fauna e Flora.

Na verdade, antes da Ciência afirmar que a Terra não tinha forma e era
vazia porque só havia poeira estelar e gases não aglutinados Gênesis já afirmava
essa grande verdade a mais tempo pelo que se observa no texto. E, o que é algo
sem forma e vazio? Sem forma é porque ainda é disforme ou não tem uma forma ou
formato.
O que é a areia do mar se não houver a ação do Homem até fazer um
castelo de areia que passa a ter um formato? O que é a argila sem a ação do
Homem até ter um formato e ser feito um vaso? Assim, foi a Terra na visão da
Ciência e de Gênesis. Ela não tinha forma e era vazia porque ainda não estava
aglutinada num corpo sólido esférico.

E, o que é mais interessante observar é que o Sol se formou antes que os


planetas que circulam ao seu redor com uma diferença de tempo um pouco maior
que eles, mas, mesmo assim, têm quase o mesmo tempo de vida. Agora, o que é
necessário compreender é que o Homem quando começou a tentar descobrir sobre
a origem de tudo ele não tinha instrumentais científicos para fazê-lo e desse modo
interpretou a origem do mundo e do Universo a partir de um ponto de vista, o seu
próprio.

E, como foi isso? Ora! A partir dessa visão, a Terra foi criada primeira,
depois o Sol e a Lua e por fim as estrelas. E, nessa forma de entender toda a
criação, todos os astros celestes é que giravam ao redor da Terra porque não
sabiam que a Terra era redonda e orbitava ao redor de si mesma no movimento
conhecido como rotação e ao redor do Sol no movimento conhecido como
translação.

Agora, passados bilhões de anos há planetas gasosos e rochosos ao redor do


Sol. E, para quem estuda Astronomia já deve ter observado uma Galáxia
interessante conhecida como Nebulosa de Águia Mas, o que há de tão interessante
nela? Bem! Ela é tida como um Berçário Estelar onde estrelas estão nascendo em
números incontáveis e que em centenas de milhões de anos planetas gasosos e
rochosos surgirão ao redor delas.

Se isso assusta um pouco imagine que há pelo menos duzentos bilhões de


Galáxias no Universo visível e que em cada uma delas há pelo menos de duzentas a
mais bilhões de estrelas como o nosso Sol. E, ao redor de todas essas estrelas há
planetas gasosos e rochosos. Assim, nem é possível fazer um cálculo de
multiplicação porque o número é bem astronômico. Por isso, por toda parte estrelas
e planetas não tinham forma e eram vazios, mas agora, têm forma e já não são
mais vazios.
003 – O BIG BANG DA CIÊNCIA E A CRIAÇÃO EM
GÊNESIS. [Gn. 1.3].

“Disse Deus: haja luz. E houve luz”.

O texto que temos aqui é o de Gênesis 1.3. Mas, o que isso quer dizer? De
fato, quando se fala em Universo ou da origem de tudo tanto a Ciência como o
texto de Gênesis têm as suas próprias explicações. E, para muitas pessoas ambas as
disciplinas se opõem e falam coisas totalmente diferentes.

Entretanto, isso não é verdade e logo vermos que ambas relatam o mesmo
evento de forma diferente. Dessa forma, vamos começar com o que a Ciência
explica sobre a origem de tudo ou da criação do Universo. Bem! Ela afirma que a
pelo menos 14 bilhões de anos num local indeterminado uma massa que estava
totalmente concentrada explodiu liberando energia por todas as direções.

Claro que não havia terra, poeira e pedras que tenham sido lançadas por
todos os cantos a partir dessa grande explosão. Assim, com a liberação da energia
por todas as direções tempos depois em vários locais do pequeno Universo que ia se
expandindo surgiram as primeiras concentrações de moléculas de gases e depois de
poeira estelar.

Com isso, o que havia era apenas concentrações de gases e poeira estelar
que devido à aglutinação de ambos os elementos surgiram as primeiras estrelas.
Porém, elas eram colossais e não tiveram muito tempo de vida porque acabaram
explodindo e liberando mais energia e poeira estelar num espaço à sua volta.

Um bom tempo se passa até que novas e incontáveis estrelas bem menores
começaram a se formar pela aglutinação de inúmeros gases o que fez com que
esses corpos enormes devido a reações nucleares intensas explodissem liberando
energia e calor. Surgiam assim as primeiras estrelas como o nosso Sol.

Entretanto, muitos gases e poeira estelar que não tinham sido aglutinados
às suas respectivas estrelas e que ficaram boiando a sua volta acabaram se
aglutinando e devido ao tamanho não se acenderam como as estrelas, mas
formaram planetas gasosos e planetas rochosos.

E, qual é a diferença entre ambos? Ora! Planetas rochosos são planetas que
tem superfície que se pode pisar como a nossa Terra, Marte, Mercúrio e Vênus. Já
os planetas gasosos como Júpiter, Saturno, Urano e Netuno são formados
praticamente por gases e assim não há superfícies sólidas para se pisar. Também
não seria possível pousar naves nesses planetas porque seriam esmagadas devido
às altas pressões que afetam esses planetas.

Veja que todos os planetas têm um formato praticamente circular por causa
da gravidade e não um formato retangular, quadrado, triangular e etc. Claro, que
isso não quer dizer que não haja corpos celestes com outros formatos como
cometas, meteoros e asteroides que têm formatos irregulares.

Assim, podemos com essa explicação relatar sobre o que é um Sistema


Estelar como o nosso que é formado por uma estrela, o nosso Sol, que se formou
com os restos de outra estrela mais antiga que explodiu bem antes e que tinha
surgido logo após o Big Bang. De fato, muitas pessoas hoje nem sabem o que é o
Sistema Solar, que é justamente a presença de quatro planetas rochosos, quatro
planetas gasosos e vários corpos menores como a Lua que circulam outros planetas
fora os meteoros, cometas e asteroides.

A partir daí, se sabe que além do nosso Sistema Estelar há centenas de


bilhões de outros. Praticamente há incontáveis deles por todas as Galáxias no
Universo. Nesse momento alguém pode indagar sobre o que é uma Galáxia. Claro
que uma Galáxia é uma aglutinação de centenas de bilhões de estrelas com seus
planetas que orbitam ao seu redor. Já o Universo, nada mais é do que a presença de
centenas de bilhões de Galáxias por todo o Universo conhecido (Observável) e
desconhecido (Inobservável).
E, qual a diferença entre esses dois tipos de Universos? Bem! O conhecido
(Observável) é o que é possível observar com os equipamentos astronômicos mais
modernos já desenvolvidos pelo Homem. Já o desconhecido (Inobservável) é o que
ainda não dá para ser observado por não termos equipamentos mais avançados.

Agora que chegamos aqui devemos compreender que o termo “Big Bang”,
“Grande Explosão” em inglês é a forma de se explicar a origem do Universo a
partir de uma grande explosão no passado. E, por incrível que pareça o texto de
Gênesis já afirmava isso muito tempo antes da própria Ciência fazê-lo. Isso quer
dizer que essa Teoria começava a surgir nos fins do Século XIX e ganhou corpo e
formulação na primeira metade do século XX. Já Gênesis afirma o mesmo há muito
mais tempo.

Caso você tenha lido o texto citado, “Deus disse: Haja luz! E, houve luz”, a
luz nada mais é do que uma explosão de energia em todas as direções que clareiam
o ambiente. Por incrível que pareça Gênesis já falava em Big Bang antes da
própria Ciência. Nisso, Gênesis fala da origem do Universo através de uma grande
explosão de luz que é a mesma coisa que o Big Bang da Ciência. Com isso, fica
provado que a Ciência e Gênesis têm muito em comum nesse campo.

Caso alguém queira fazer uma experiência sobre como foi à origem do
Universo em Gênesis ou do Big Bang conforme a Ciência é só entrar num cômodo
em sua casa durante a noite e apagar todas as luzes até que se fique na mais
profunda escuridão. Depois de pelo menos um minuto acenda a luz e mantenha a
visão em direção onde está a lâmpada. O que se verá será uma explosão de energia
que clareará tudo no ambiente escuro.

Foi justamente isso o que ocorreu no passado quando o Universo surgiu


segundo as duas disciplinas citadas. Agora, quando o texto de Gênesis 1 for lido
com certeza não haverá mais dúvidas em relação a isso e qualquer dúvida a
respeito desse pequeno texto deixará de ser tido como um relato confuso e
obscuro. Na verdade, eu afirmo que “para toda contradição há uma explicação” e
não podemos ignorar o fato de que os povos antigos não tinham os mesmos
instrumentais científicos de que dispomos hoje para compreendermos o Universo
do qual fazermos parte e habitamos.

Assim, enquanto a Ciência não tinha formulado a teoria do Big Bang o texto
da origem do Universo em Gênesis permanecia uma incógnita, mas com uma
explicação encontrada pela Ciência, o texto de Gênesis ficou claro o suficiente para
que pudéssemos compreendê-lo.
004 – A VIDA SURGE NA ÁGUA. [Gn. 1.20-21].

“E disse Deus: Produzam as águas cardumes de seres viventes; e


voem as aves acima da terra no firmamento do céu. Criou, pois, Deus os
monstros marinhos, e todos os seres viventes que se arrastavam, os quais
as águas produziram abundantemente segundo as suas espécies; e toda
ave que voa, segundo a sua espécie. E viu Deus que isso era bom”.

No texto de Gênesis 1.20-21 podemos observar uma pista interessante a


respeito do surgimento da vida em nosso planeta. Nos dois versículos vemos o
relato de que a vida surgiu na água. Sim! Isso mesmo. Observamos que a vida
surgiu na água. E, é justamente isso o que a Ciência afirma e que é ignorado por
muita gente ainda.

Ao estudarmos na Escola e na Faculdade vemos que os livros contém


informações que recebemos de professores(as) de que a vida surgiu na água a
muito tempo. Assim, se fala em vida unicelular que se tornou em vida multicelular e
que se desenvolveu em seres pequenos que foram se multiplicando em espécies e se
tornando cada vez maiores até que deixaram a vida na água e passaram a viver em
terra e nos ares.

É isso o que a Ciência explica, porém, é isso o que Gênesis afirma a muito
mais tempo do que a própria Ciência. Veja bem os dois versículos antes de criticar.
No versículo 20 se vê o relato de que segundo a ordenança de Deus cardumes de
seres viventes surgiram na água. E, embora o Homem na época entendesse que
nunca houve outro tipo de vida na água antes dos peixes é o que se vê no texto de
que a vida surgiu na água. Em seguida, o texto relata sobre a próxima etapa na
criação da vida através dos seres que puderam voar a partir da vida que surgira na
água.
Já no versículo 21 vemos novamente outra afirmação que a Ciência defende
que é sobre uma nova etapa na vida que surgira na água. Ela passou a se arrastar
para fora da água e se tornou em seres pulmonados até que deixaram
definitivamente o ambiente da água para viver em terra firme. Veja que o texto
informa que surgiram seres que se arrastavam e que eram descendentes dos seres
aquáticos.

E, não sou eu e nem a Ciência que está afirmando isso, mas Gênesis. E, o
que é mais interessante de se observar é que o texto informa que houve uma
explosão de inúmeras espécies marinhas que deram origem a seres que se
arrastaram e passaram a viver em terra firme até que surgissem as aves. Espero
que a fé de ninguém tenha se abalado aqui porque quem tem fé não a perde. Isso
porque não se perde o que não se tem.

Talvez ninguém tivesse reparado nesse pequeno texto que possa ter sido
visto como obscuro, porém, com o avanço da Ciência e de seus instrumentais
científicos passamos a descobrir muitas coisas que não eram possíveis de se ver
porque não existiam para o Homem antigo e hoje existem para nós no século XXI.

Agora, espero que haja compreensão para quem ler esse tema porque a
Evolução é uma verdade que ocorre em todo o Universo, pois as Galáxias e tudo o
que nelas estão contidas têm passado por grandes evoluções nos quatorze bilhões
de anos que se passaram desde o evento do Bing Bang. Nisso, a Evolução é uma
verdade e um fato que não podem ser negadas. Claro que há muitas pessoas que
pensam o contrário e ignoram o uso da Razão e da Lógica.

De fato, se Deus nos deu a capacidade de raciocinar não devemos ignorar


esse instrumental que Deus nos deu. Também não adianta tapar o Sol com a peneira
porque não podemos também ir contra a maré. Não devemos ignorar o fato de que
Deus criou tudo dessa forma, pois Ele ao mesmo tempo em que está intra tempo
(dentro do tempo) Ele também está extra tempo (fora do tempo) e não há peso do
tempo para Ele. Porém, para nós que vivemos intra tempo o tempo é demorado.
Também não devemos ignorar o texto de II Pedro 3.8 que afirma o seguinte: “Mas
vós, amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor é como mil anos, e
mil anos como um dia”.
E, com base nessa lógica, para Deus uma hora pode ser para nós um dia, dez
dias, cem dias, um ano, dez anos, cem anos, mil anos, um milhão, dez milhões, cem
milhões, um bilhão ou até mesmo dez bilhões de anos. Com isso, quando a Ciência
trabalha com períodos na Evolução não devemos ignorar o fato de que Gênesis faz
um resumo total sem contagem de tempo porque o Homem na época estava
começando a se conhecer e ao mundo à sua volta, e não dispunha de instrumentais
científicos de que dispomos hoje.
005 – A VIDA SURGE NA TERRA. [Gn. 1.24].

“E disse Deus: Produza a terra seres viventes segundo as suas


espécies: animais domésticos, répteis, e animais selvagens segundo as
suas espécies. E assim foi”.

O texto que abordamos agora é Gênesis 1.24 no qual se tem o relato da


vida que surgiu na terra. Porém, se a vida surgiu na terra nesse versículo por que
no versículo 20 é mencionado que a vida surgiu na água? Dessa forma, que
contradição é essa que temos em apenas um capítulo em versículos próximos?

Na verdade devemos compreender que “para toda contradição há uma


explicação” como aqui também há! Assim, se não tivemos o auxílio da Ciência
ficará difícil de saber o que podem significar esses dois versículos tão próximos um
do outro e que relatam eventos diferentes entre si.

Dessa forma, numa primeira e outras leituras ambos os textos podem


parecer meio obscuros, entretanto, eles carregam algo muito importante para
todas as pessoas que o leiam. Eles simplesmente falam da origem da vida tanto na
água como na terra.

Mas, como é isso? Quer dizer que a vida surgiu ao mesmo tempo na água e
na terra? A partir dessa pergunta precisaremos agora do auxílio da Ciência para
que possamos entender o que ocorreu em relação a esses dois eventos. E, para isso
é necessário que compreendamos que Gênesis não foi escrito com marcação de
datas numa espécie de “Cronologia” e o que temos nele são eventos que foram
repassados através da “Tradição Oral” de pais para filhos durante centenas de
anos até que surgiu a “Tradição Escrita” no qual os eventos já não eram mais
repassados na forma oral, mas na forma escrita.
Assim, para quem pensa que ao mesmo tempo em que os eventos bíblicos
iam ocorrendo alguém ia escrevendo se engana porque não foi assim. E, da mesma
forma, quem pensa que Deus deixou os livros bíblicos escritos para o seu povo
como os Dez Mandamentos também se engana.

De fato, o que ocorre em Gênesis pode ser visto em outros textos bíblicos
em que de um versículo para outro ou de um capítulo para outro ocorre bastante
tempo porque não dá para fazer como um Diário porque não haveria espaço, e, por
isso, lembra uma novela ou seriado em que artistas sofrem a ação do tempo em
questão de capítulos.

Para que possamos entender isso é interessante observar, por exemplo, o


texto de Gênesis que trata sobre Abrão. Veja que em Gênesis 1.16 temos: “Ora,
tinha Abrão oitenta e seis anos, quando Agar lhe deu Ismael”. E, no próximo
capítulo 17.1 há a seguinte continuidade: “Quando Abrão tinha noventa e nove
anos, apareceu-lhe o Senhor e lhe disse: Eu sou o Deus Todo-Poderoso; anda em
minha presença, e sê perfeito”.

Pelo que pode ser observado de um versículo para outro é a diferença na


idade de Abrão. Num ele tem 86 anos de idade e no outro ele tem 99 anos. Assim,
temos uma diferença de 13 anos. E, o que é que pode ter ocorrido durante todo
esse tempo? Pense no que pode ser feito em 13 anos! Agora, pense no que você já
fez em 13 anos de vida. Não é bastante tempo?

Agora que pudemos entender algo a respeito vamos observar o que a


Ciência relata sobre a origem da vida na Terra. Ela disse que a vida começou na
água em primeiro lugar e que depois de muito tempo ela surgiria em terra através
de um processo de adaptação. Dessa forma, a Ciência apenas dá uma forma
melhorada ao que Gênesis já relata a centenas de anos antes da Ciência.

Porém, não vamos parar por aqui! A Ciência afirma que a vida surgiu na
água e depois de muito tempo ela foi se adaptando a terra até que aves, répteis e
animais começaram a viver na superfície ao mesmo tempo em que diversas
espécies marinhas continuaram a viver na água.
Entretanto, a Ciência relata que num dado momento um grande asteroide
que atingiu a Terra extinguiu os grandes Dinossauros porque uma grande nuvem de
poeira de terra se levantou e tapou a atmosfera dos raios do Sol durante um bom
tempo. Isso fez com que os raios de Sol não passassem pela Atmosfera e as plantas
morressem levando os grandes animais a morte.

E, depois de mais tempo ainda com a poeira de terra deixando de tapar os


raios do Sol a vida voltou a florescer e uma nova Fauna e Flora voltaria a surgir em
terra. Com isso, a vida que surgira na água havia sido em parte aniquilada e agora
uma nova forma de vida daria inicio a partir da terra ou superfície terrestre.

De fato, a Ciência só explica com fatos agora o que Gênesis já relatava há


muito mais tempo. E, isso só ficou evidente quando a Ciência conseguiu decifrar
esse enigma que deixava os textos de Gênesis obscuros. Mas, agora, o que a
Ciência tem feito é apenas explicar o que Gênesis já relatava resumidamente e que
foi escrito por pessoas que não tinham os instrumentais científicos que temos hoje
em nosso atual contexto.
006 – A MENÇÃO DA TRINDADE EM GÊNESIS. [Gn.
1.26].

“E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a


nossa semelhança; domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do
céu, sobre os animais domésticos, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil
que se arrasta sobre a terra”.

Esse é o texto de Gênesis 1.26 e nele é abordado algo que sempre passou
despercebido pelas pessoas e pode ter sido por muito tempo um texto obscuro posto
no livro de Gênesis. E, como o tema tratado aqui menciona o termo “Trindade” é
bom sabermos algo sobre isso antes de continuarmos.

Na verdade, a palavra “Trindade” não aparece em nenhum texto bíblico,


porém, ele aparece de forma indireta e inclusa. Mas, como é isso? Eu não entendi
nada! Bom! Quando se fala em “Trindade” se observa que se fala na presença trina
de Deus, ou seja, Pai, Filho e Espírito Santo. Isso quer dizer que os três são a
presença de Deus de modo diferente. Isso não quer dizer que sejam três indivíduos
separados, mas a presença trina de Deus que se manifesta de modos diferentes.

Por isso, é interessante observar um texto em que ocorre a presença da


Trindade no Evangelho de Mateus 3.16-17: “Batizado que foi Jesus, saiu logo da
água; e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito Santo de Deus descendo
como uma pomba e vindo sobre ele; e eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu
Filho amado, em quem me comprazo”.

Veja que temos a Jesus [Filho] que após o batismo o Espírito de Deus ou
Espírito Santo veio sobre Ele [pomba] e em seguida Deus [Pai] disse que se alegra
em seu Filho amado. Embora não tenhamos a palavra “Trindade” nesse pequeno
relato de Mateus ele menciona a “Comunhão Trina”.
Agora, vamos voltar ao texto de Gênesis que foi citado. Nele podemos
observar o uso da palavra “fazer” no plural. E, quando se coloca uma palavra no
plural sabemos com certeza que o número mínimo começa a partir de dois e vai
além. Assim, quando se observa a palavra “façamos” vemos aí que uma pluralidade
divina concebe a espécie humana, no caso aqui, o Homem.

Porém, o assunto não termina aqui porque em Gênesis 3.22 podemos


observar novamente o uso da pluralidade inclusa na palavra “nós”, o que significa
também que a pluralidade divina aqui tem a ver com mais de um. Vejamos agora o
texto: “Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem se tem tornado como um de
nós, conhecendo o bem e o mal. Ora, não suceda que estenda a sua mão, e tome
também da árvore da vida, e coma e viva eternamente”.

No decorrer da minha vida eu já ouvi algumas interpretações curiosas a


respeito dessa pluralidade vista em Gênesis. Uma delas é a de que Deus e os seus
anjos fizeram o homem conforme a sua imagem e semelhança. Entretanto, se Deus
é Espírito e não tem formato e os anjos têm formatos e nós não conseguimos vê-los,
nós então herdamos as qualidades como falar e ouvir que eles detêm?

Outra interpretação é a de que Deus e seus anjos na verdade eram seres


inteligentes de outro planeta, ou seja, de uma civilização super avançada que
resolveram criar uma espécie híbrida na Terra, e hoje carregamos em nossos genes
o gene alienígena de outra civilização extraterrestre.

Também ouvi outra interpretação de que no texto de Gênesis 1.26, na língua


original há uma pluralidade para a divindade que criou o Homem. Isso quer dizer
que no original lemos: Bereshit barah Elohim [No começo criaram os deuses].
Dessa forma, a criação do Homem se deve a deuses e não a apenas um. E, como os
anjos não são deuses, logo, temos um problema aqui. E, isso se deve ao fato de que
no hebraico “El” é Deus [singular] e “Elohim” é deuses [plural].

De fato, podemos ter aqui um problema sério de interpretações, porém, o


melhor é compreendermos que o plural aqui é utilizado para se referir a majestade
ou pluralidade da presença de Deus por toda a parte já que é como se houvesse
deuses por toda a parte porque Deus é “Onisciente” e sabe tudo o que ocorre em
qualquer parte do Universo. Agora é interessante observar que não é por causa
dessas interpretações que vamos nos desequilibrar na fé porque quem a tem,
sempre a terá, e quem não a tem é porque nunca teve.

Por causa do que foi abordado aqui é natural que algumas denominações
religiosas dentro do Cristianismo neguem a “Doutrina da Trindade” por não
encontrarem esse termo nas Escrituras do Antigo e do Novo Testamento. E, assim,
afirmam que Jesus é Deus e não a Segunda Pessoa da Trindade com o Espírito
Santo como a Terceira Pessoa da Trindade.
007 – A TRANSFERÊNCIA DE SENTIMENTOS
HUMANOS PARA DEUS. [Gn. 1.26-27].

“E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a


nossa semelhança; domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do
céu, sobre os animais domésticos, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil
que se arrasta sobre a terra. Criou, pois, Deus o homem à sua imagem;
à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”.

Esse é o texto de Gênesis 1.26-27, e o que vemos claramente nele é que o


Homem como espécie na qual há dois gêneros, o macho e a fêmea, foi feito de
forma semelhante a Deus em imagem. Porém, que imagem é essa já que na Bíblia
há a afirmação de que Deus é Espírito, e sendo assim é invisível e não tem corpo,
massa, forma, dimensão, cor e etc.?

De fato, o Homem feito à imagem e semelhança de Deus quer dizer que o


Homem tem em “concreto” o que Deus é em “abstrato”. Isso deve parecer confuso
a princípio. Assim, vamos tentar compreender melhor. O ser humano tem pernas
para andar, mas Deus não tendo pernas se manifesta por todo o Universo. O ser
humano tem mãos para pegar coisas, mas Deus não tendo mãos segura todo o
Universo e tudo o que nele é contido. O ser humano tem olhos para ver, mas Deus
vê por todo o Universo e nada lhe é oculto. O ser humano tem ouvidos para ouvir,
mas Deus não tendo ouvidos ouve as preces de todas as pessoas ao mesmo tempo,
em toda parte e em qualquer momento. O ser humano tem boca para falar, mas
Deus não tendo boca fala nas formas mais incríveis possíveis.

E, claro que por causa desses exemplos o Homem é imagem e semelhança


de Deus. Mas, por que tudo isso agora? É para podermos facilitar o entendimento
do próximo tema que é sobre a transferência dos sentimentos humanos para Deus.
Mas, o que são sentimentos humanos? Ora! Claro que essa pergunta é fácil
responder. A alegria, a tristeza, a coragem, a covardia, a raiva, a calma, o ódio, o
amor, a honestidade, a falsidade e etc. são sentimentos humanos que todas as
pessoas experimentam e manifestam.

Agora que já chegamos a uma compreensão em comum devemos entender


que na confecção do texto de Gênesis os autores não puderam deixar de registrar
os seus próprios sentimentos em relação a vários eventos que ocorreram. Imagine
um livro de Ficção, Drama, Romance, Aventura e etc. Se não houver neles os
sentimentos dos próprios autores eles ficarão cansativos.

Assim, vamos ver agora alguns textos que mostram os sentimentos dos
autores que foram repassados para Deus já que as pessoas entendiam que Deus
tinha os mesmos sentimentos que os seres humanos. Dessa forma vamos começar
com o texto de Gênesis 6.6-7:

“Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem na terra, e isso lhe


pesou no coração. E disse o Senhor: Destruirei da face da terra o homem que criei,
tanto o homem como o animal, os répteis e as aves do céu; porque me arrependo de
os haver feito”.

Agora que lemos esse texto podemos observar praticamente três


sentimentos humanos nele: arrependimento, peso e vingança. Dessa forma os
autores registraram que o pecado da Humanidade fez com que o coração de Deus
“pesasse” de dor. Em seguida, esse peso fez com que Deus sentisse
“arrependimento” por algo que Ele fez, no caso, a Humanidade. E, depois disso, o
registro afirma que Deus resolveu através do sentimento do ódio se “vingar” ao
destruir o povo.

Pelo que vimos agora, no que Deus é diferente do Homem? Isso foi o que
aconteceu na aurora dos tempos com os primeiros grupos humanos que criaram
divindades para si com qualidades e sentimentos humanos. De fato, algumas dessas
divindades eram mais libertinas do que os próprios homens.
Ao chegarmos aqui como explicaremos esse versículo? Claro que pela
Lógica é muito mais fácil de explicar. O próprio povo por causa de seus pecados
encontrou a própria destruição de forma que nem precisou das forças da Natureza
e nem das intervenções divinas.

O fato é que até hoje a Natureza se defende das agressões humanas de


várias formas. É o lixo que lançado ao mar volta para as praias e os
desmoronamentos que ocorrem por causa da retirada da mata e etc.

O próximo texto que veremos agora é o de Gênesis 6.13, 17: “Então disse
Deus a Noé: O fim de toda carne é chegado perante mim; porque a terra está cheia
da violência dos homens; eis que os destruirei juntamente com a terra”. “Porque
eis que eu trago o dilúvio sobre a terra, para destruir, de debaixo do céu, toda a
carne em que há espírito de vida; tudo o que há na terra expirará”.

Nesses dois versículos observamos a vingança que é retratada pelos autores


no qual vemos claramente o termo “destruição” ser repassado para Deus. Com
isso, Deus se torna o destruidor que se vinga da raça humana. Na verdade, se Deus
quisesse destruir o povo que estava em pecado era só fazer com que os corações de
todos parassem de bater na mesma hora ou que eles se desintegrassem. Não seria
necessário que Deus levasse o povo a um sofrimento tão angustiante assim porque
esse sofrimento não os levaria ao arrependimento para mudarem de vida porque
estariam mortos.

Assim, o que os autores quiseram mostrar é que Deus providenciou a


salvação para algumas pessoas porque nem todas quiseram ouvir a voz da Razão.
E, hoje ocorre o mesmo. Deus quer socorrer a todas as pessoas, porém, nem todas
querem a ação de Deus porque Ele não invade e nem desrespeita ninguém. Foi por
isso que Ele deu o “Livre-Arbítrio” para que o Homem pudesse escolher por si só o
que quisesse para si. Nisso estás o respeito de Deus em respeitar a vontade do
Homem.

Já no próximo evento que se encontra em Gênesis 7.4, 21-23 teremos outro


momento interessante que nos aponta a transferência de sentimentos humanos
para Deus:

“Porque, passados ainda sete dias, farei chover sobre a terra quarenta dias e
quarenta noites, e exterminarei da face da terra todas as criaturas que fiz”.

“Pereceu toda a carne que se movia sobre a terra, tanto ave como gado,
animais selvagens, todo réptil que se arrasta sobre a terra, e todo homem. Tudo o
que tinha fôlego do espírito de vida em suas narinas, tudo o que havia na terra
seca, morreu. Assim foram exterminadas todas as criaturas que havia sobre a face
da terra, tanto o homem como o gado, o réptil, e as aves do céu; todos foram
exterminados da terra; ficou somente Noé, e os que com ele estavam na arca”.

O que vemos agora nesse texto é a ação de “extermínio” de Deus para com
o povo, animais, répteis e aves. Mas, que pecado os animais, aves e répteis haviam
cometido para sofrerem a mesma pena que o povo? Por que esse extermínio deles
também? Esse sentimento sinaliza o desejo de se vingar pelo ódio produzindo a
destruição para gerar total extermínio. Isso está mais para um Holocausto ou
Genocídio.

Assim, durante muitos séculos Deus foi sendo mostrado como uma divindade
má que se vingava e levava à morte e destruição todas as pessoas que pecavam
como é feito até hoje. O que precisamos compreender é que Deus é completamente
inocente nessa questão porque o próprio Homem é que tem buscado o seu próprio
fim. Na verdade, não é da vontade de Deus que ninguém sofra e nem se perca,
porém, por Deus respeitar a liberdade e a escolha do Homem, Ele não interfere nas
decisões dele levando o mundo ao caos.

Ele bem que poderia ter impedido Adão e Eva de pecarem. Ele poderia ter
impedido o Império Romano de perseguir o Cristianismo. Ele podia ter impedido
que Napoleão Bonaparte invadisse os países à sua volta na Europa. Ele podia ter
impedido a I Guerra Mundial. Ele podia ter impedido também a II Guerra Mundial
e a ascensão de Adolf Hitler. Ele podia ter impedido o lançamento de duas bombas
atômicas em Hiroshima e Nagasaki. Ele podia ter impedido a Guerra do Vietnã e
da Coreia. Ele podia ter impedido o extermínio dos Judeus pelos Nazistas. Ele
podia ter impedido o Titanic de afundar e as Torres Gêmeas de serem destruídas.
Ele podia ter interferido em muitas situações como a que cristãos tem sido vítimas
em vários países no mundo por causa das perseguições políticas e religiosas e etc.

Dessa forma, alguém pode indagar: Onde está Deus? Ele morreu? Não se
preocupa conosco? Calma! Ele está agindo por toda a parte, porém, como Ele é
Justo Ele não pratica a injustiça. Assim, todos(as) estamos sujeitos(as) a várias
situações que ocorrem à nossa volta e em nosso contexto.

Deus existe e age a cada momento. Ele é maior que o Universo e habita no
coração humano. Ele está extra tempo e intra tempo. Com isso, o que podemos
compreender é que ninguém pode entrar na mente de Deus e entender porque Ele é
assim e age por sua vontade. Não se deve culpar a Deus por tantas coisas negativas
que ocorrem porque no momento em que o Homem decidiu se livrar de Deus, Ele só
pode agir se o Homem quiser a sua intervenção. E, em vários casos as pessoas só
querem a ação de Deus por segundas intenções. Com isso, fica evidente porque
orações são respondidas e orações não são respondidas.

E, para terminar, o que podemos observar é que o sentimento que define


Deus por si só é o “amor”. Entretanto, o Homem é quem definiu e caracterizou a
Deus como sendo um quase humano com sentimentos de arrependimento por ter
feito alguma bobagem, por ódio o suficiente para se vingar e levar adiante a
destruição e o extermínio.

No próximo texto que vamos observar agora é observado outro caso de


transferência de sentimentos humanos para Deus. É o texto de Gênesis 8.21:
“Sentiu o Senhor o suave cheiro e disse em seu coração: Não tornarei mais a
amaldiçoar a terra por causa do homem; porque a imaginação do coração do
homem é má desde a sua meninice; nem tornarei mais a ferir todo vivente, como
acabo de fazer”.

O que vemos aqui além de dois sentimentos humanos como o “amaldiçoar” e


o “ferir” vemos também um dos “sentidos” do Homem em Deus que é o “olfato”.
Assim, o escritor transferiu para Deus dois sentimentos humanos para Deus que foi
o amaldiçoar e o ferir como consequências da Humanidade da época de Noé em ter
chegado a uma corrupção terrível. Com isso, a destruição da população junto com
animais, aves e répteis foi uma forma de começar uma nova população a partir do
entendimento do escritor de Gênesis.

E, claro que esses dois sentimentos que existem no Homem e que expressam
o sentimento de “vingança” não pode ser creditado a Deus porque “Deus é Bom,
Justo, Amoroso e Perdoador” e como o escritor não conseguira compreender isso
creditou esses sentimentos a Deus.

Na verdade, Deus não precisaria levar a Humanidade a um sofrimento tão


grande porque era só fazer com que toda população simplesmente se desfizesse e
desaparecesse. Era só fazer o coração parar de bater e pronto! Tudo estava
acabado. O problema aqui é que o escritor queria alertar a descendência posterior
que o afastamento de Deus e a corrupção humana leva à destruição das pessoas
como um grande mar de águas como um “Tsunami” que vai tragando todos diante
de si.

Já em relação a um dos “sentidos humanos” como a audição, o paladar, a


visão, o tato, a fala e o olfato, sendo este o último que é abordado nesse texto. Nele
se observa que Noé depois que saiu do barco construiu um altar e fez o que já fazia
antes ao sacrificar seres. E, nesse momento, o escritor menciona que Deus sentiu o
cheiro suave do sacrifício e resolveu que não mais destruiria a Humanidade com
água. Mas, o que isso quer dizer?

Muita gente talvez não saiba, mas na época se sacrificava animais e aves
misturados com incenso porque o cheiro de carne queimada não era nada agradável
às pessoas. Por isso, eram utilizados incensos para amenizar o cheiro. Assim, em
sacrifícios o que era agradável de cheirar era os incensos e não as carnes que eram
queimadas em sacrifício porque até mesmo a grande quantidade de sangue
derramado não agradava a ninguém.

Por causa disso, o escritor entendeu que Deus se agradou em sentir o cheiro
do incenso e não das carnes queimadas em sacrifício. Claro que o que precisamos
compreender é que em nenhum momento o Deus Javé pediu sacrifícios de animais e
aves porque antes d’Ele se manifestar a Noé e Abrão estes já haviam aprendido a
partir de uma religiosidade primitiva a fazerem altares e sacrificarem seres a
outras divindades.

Dessa forma, eles entenderam que essa seria uma forma de agradar ao novo
Deus que lhes surgira em sua vida. E, se Deus foi contra essa prática em Gênesis o
escritor não deixou registro algum. Também não devemos distorcer o texto das
Ofertas que Caim e Abel trouxeram a Deus num determinado momento porque
mesmo que Deus tenha aceitado a de Abel e rejeitado a de Caim, esse Ofertório
não partiu de Deus, mas do próprio Homem.

E, se formos mais a fundo na questão a ideia de se apagar pecados, agradar


e aplacar a ira divina de Deus não partiu d’Ele, mas do Homem que pensava que
esse era o caminho. Também não devemos ignorar o fato de que os homens na
época já faziam isso para outras divindades e quiseram em sua inocência e
ignorância fazê-lo também ao Deus Javé. E, claro que não devemos nos esquecer
de que Deus é Espírito e não tem formato, cor, dimensão, estrutura, peso e etc.
Assim, Ele não come seres sacrificados e não sente cheiro como o Homem. Ele
também não pode ser agradado ou ser aplacado com sacrifícios porque Deus se
agrada de fato é com atos e atitudes de bondade, misericórdia, justiça, amor,
perdão e etc.
008 – A TRINDADE EM GÊNESIS. [Gn. 1.26 / 11.7].

“E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a


nossa semelhança; domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do
céu, sobre os animais domésticos, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil
que se arrasta sobre a terra”.

“Eia, desçamos, e confundamos ali a sua linguagem, para que


não entenda um a língua do outro”.

Ao lermos esses dois textos algo nos vêm à mente. E, claro que isso tem
confundido muito as pessoas por não haver logo uma explicação mais
compreensível. Na verdade, tanto na criação do Homem como na confusão das
línguas dos homens se observa a ação de Deus na forma plural o que pode ser
interpretado como a assistência de anjos já que para Deus estas eram tarefas
difíceis.

Porém, quando vemos a forma plural sendo utilizada em ambos os textos,


sabemos muito bem tratar-se de pelo menos dois para maior número. Claro que no
caso aqui é três porque esse número só se revelaria no Evangelho de Mateus
quando da presença ao mesmo tempo de Jesus, do Espírito Santo e de Deus. Dessa
forma, tanto no Antigo como no Novo Testamento não havia ainda uma fórmula
para se entender parte do Mistério Divino conhecido pelo termo “Trindade”.

A palavra “Trindade” para muitas pessoas ainda pode ser um bicho de sete
cabeças porque ela não existia na época por ser uma concepção de uma fórmula
depois que o Cânon do Antigo Testamento estava formado. De fato, até mesmo
dentro do Cristianismo há Instituições Cristãs que não aceitam o uso desse termo
para a pessoa trina de Deus.
Claro que até mesmo para pessoas que professam outras confissões
religiosas para se falar em “Trindade” é o mesmo que se falar em três deuses
porque elas não conseguem compreender essa concepção Trina de Deus Pai, Filho e
Espírito Santo.

Claro que há pessoas que interpretam textos bíblicos de forma distorcida


para fazer valer o seu pensamento. É o caso de se afirmar que Jesus não é Deus
porque Ele nunca fez essa afirmação. Entretanto, Ele afirmou que Ele e o Pai eram
um só no Evangelho de João 10.30: “Eu e o Pai somos um”. Assim, não é
necessário que se perca tempo afirmando se Jesus é Deus Encarnado ou não
porque Ele mesmo o afirmou!

Quem estuda algo sobre a “Religiosidade Humana” a partir das “Religiões


Primitivas” que se desenvolveram em outras “Religiões” compreendem de certa
forma que elas conceberam práticas, costumes, ritos e dogmas primitivos até que se
tornaram o que é hoje. E, claro que no decorrer dos tempos as Religiões foram
desenvolvendo fórmulas para se fundamentarem.

No caso do “Cristianismo” foram desenvolvidos vários tipos de práticas,


costumes, ritos, símbolos, dogmas, doutrinas e etc. É o caso, por exemplo, da
“Doutrina do Livre Arbítrio”, da “Predestinação”, da “Escatologia” e etc. Nisso é
interessante observar que os Fariseus e Saduceus sendo adeptos do “Judaísmo”
tinham pensamentos divergentes nalguns pontos. É o caso dos Fariseus acreditarem
em anjos e na ressurreição e dos Saduceus que não acreditavam nesses dois pontos.

Também não devemos ignorar o fato de que há “Instituições Cristãs” que


também não aceitam esse termo para explicar a Deus porque interpretam o termo
“Trindade” como uma monstruosidade ou aberração.

Talvez o que mais confunda a mente das pessoas é imaginar que Jesus não
estava com Deus antes da criação do Universo porque Ele nasceu humano na
mulher chamada Maria.
Na verdade, esse Mistério é fascinante porque Jesus como homem nasceu
de Maria, porém, como a Segunda Pessoa da Trindade Ele é Eterno e sempre
existiu com o Pai e com o Espírito Santo.

Como já pudemos observar em alguns temas abordados nesse livro há


relatos em Gênesis que para a época não tinham uma explicação razoável e só foi
no decorrer do desenvolvimento da Humanidade que vários relatos foram sendo
elucidados e o que nos parece coisa boba para as pessoas naquela época eram
mistérios escondidos.

Mas, como assim? Bem! Nós já vimos algo sobre textos de Gênesis que
falam sobre o Big Bang, sobre a formação do planeta Terra e do Sistema Solar, do
surgimento da vida na água e depois em terra firma, de dinossauros, da anestesia,
da clonagem e etc. Isso quer dizer que esses relatos só foram compreendidos no
momento em que essas realidades se tornaram existentes.

Isso é a mesma coisa que se tentar falar algo sobre telefone, avião, foguete,
televisão, rádio, computador, celular, notebook, tablete e etc. para alguma pessoa
do século XVIII. Ela não vai entender o que essas criações são porque não fazem
parte de seu contexto histórico. A mesma coisa ocorreu em Gênesis com vários
relatos porque estes não eram ainda de conhecimento humano.

Agora, ao voltarmos ao tema, o termo “Trindade” foi formulado há muito


tempo. Na Igreja Cristã Ocidental um dos primeiros a utilizar esse termo foi
Tertuliano no início do Século III para explicar que na “Unidade Divina” havia três
pessoas distintas. De fato, em sua obra “Adversus Praxeas” ele usou o termo latino
“Trinitas” para explicar as três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

Em sua fórmula Tertuliano defendeu que numa só substância o Pai, o Filho e


o Espírito Santo são o mesmo Deus, porém, eles se distinguem sem se separarem no
grau, na forma e na espécie. Se isso já é difícil até para cristãos entenderem, o que
se dirá de membros que professem outras fés religiosas?
009 – GÊNERO HUMANO. [Gn. 1.27].

“Criou, pois, Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o


criou; homem e mulher os criou”.

Ao lermos o texto de Gênesis 1.27 vemos a citação de que Deus criou uma
Humanidade que se perpetua através dos séculos em sua descendência a partir de
um homem e de uma mulher. É o que conhecemos como “casal”. Entretanto, não
quer dizer que todos os homens e mulheres se perpetuarão com uma descendência
por alguns motivos que seguem:

Quando o homem ou a mulher nascem estéreis,

Quando o homem ou a mulher ficam estéreis em decorrência de uma


enfermidade ou acidente,

Quando o homem se torna eunuco,

Quando o casal resolve não ter filhos,

Quando ambos assumem a sua homossexualidade e não querem filhos,

E, quando ambos chegam à velhice e não é possível gerar filhos.

É interessante observar que no momento em que lemos que Deus fez o


homem e a mulher à sua imagem é porque Deus possui as duas qualidades tanto
masculina como feminina, mas não a sexualidade. Isso quer dizer que da mesma
forma que Deus é chamado de Pai Ele tem sentimentos que só uma mãe demonstra
ter para com seus filhos.

Agora, devemos compreender que Deus teve um propósito na criação da


Humanidade a partir de dois gêneros, o masculino e o feminino porque numa outra
realidade Ele poderia ter criado uma Humanidade hermafrodita no qual os seres
humanos perpetuariam a sua espécie de tempos em tempos ou se tivessem comando
em relação a seus próprios corpos.

Claro que há pessoas que rejeitam a ideia de se sujeitar a divindades e não


creem de forma alguma em qualquer tipo de divindade. É o que se conhece como
uma pessoa que se afirma como ateia. Nesse caso, não se pode explicar porque a
Natureza resolveu permitiu o surgimento de vida inteligente na Humanidade a
partir de dois gêneros.

Não quero aqui ter uma atitude preconceituosa, porém, mesmo que homens
e mulheres assumam a sua homossexualidade, fisicamente ambos não deixam de ser
o que nasceram para ser. Porém, seus sentimentos, afinidades e opções são de livre
escolha, embora sejam criticados(as) por isso. Na verdade, quem nasce perfeito(a)
e não deseja perpetuar sua descendência e assumir o seu respectivo gênero pode
ser visto como pecador(a) pelas concepções da Religião e também como pecador(a)
pelas concepções da Natureza.
010 – MANUTENÇÃO HUMANA. [Gn. 1.28-30].

“Então Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos;


enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves
do céu e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra. Disse-lhes
mais: Eis que vos tenho dado todas as ervas que produzem semente, as
quais se acham sobre a face de toda a terra, bem como todas as árvores
em que há fruto que dê semente; ser-vos-ão para mantimento. E a todos
os animais da terra, a todas as aves do céu e a todo ser vivente que se
arrasta sobre a terra, tenho dado todas as ervas verdes como
mantimento. E assim foi”.

Esse é o texto de Gênesis 1.28-30 e relata algo muito importante para a


existência e perpetuação da Humanidade na face da Terra. Dessa forma, podemos
observar o seguinte:

Procriação: Essa é a forma da raça humana e também de todos os seres


vivos na Terra em se perpetuarem através dos tempos que é a multiplicação de si
mesmos através da geração de suas respectivas descendências. De fato, várias
espécies de animais, peixes e aves já se extinguiram no decorrer da História da
Terra porque deixaram de se procriar. Assim, só existe Humanidade hoje porque
homens e mulheres têm gerado descendência no decorrer dos séculos desde a
aurora dos tempos.

Peixes: O que se observa no texto é que a vida marinha encontrada nos


mares, rios, lagos e oceanos são voltadas para a manutenção da vida humana como
alimento. Porém, a pesca por esporte, a poluição e a pesca indiscriminada estão
levando à extinção várias espécies de peixes e poderá acabar com toda a vida
marinha quem sabe nos próximos 150 ou 200 anos.
Aves: Vemos também que as aves têm sido muito importantes como forma
de alimentação para a raça humana, entretanto, com a caça sem limites e a
destruição de seus habitats está levando à extinção várias espécies e a nossa
descendência poderá não conhecer as aves num futuro próximo a não ser em fotos,
filmagens e museus.

Animais: Ao estudarmos a História Humana podemos observar que os


animais sempre foram muito importantes na vida do Homem, tanto como animais
domésticos como animais de carga e para alimento. Mas, a caça e a matança de
animais em prática de esporte ou por causa do que se pode extrair deles poderá
levar os animais à extinção também nos próximos 150 a 200 anos.

Ervas: Em seguida, temos as ervas que podem representar ao mesmo tempo


os frutos, as frutas, os legumes e as verduras sejam rasteiras ou de árvores e que
têm sido a base de alimento para a manutenção da vida seja animal ou humana no
decorrer dos séculos. Mas, a cobiça, o excesso de agrotóxicos e etc. já está levando
boa parte da população presente a passar fome e também a morrer. E, o que será
que poderá ocorrer no futuro com a atitude humana que não pensa em seu
semelhante, mas, apenas no lucro?

Agora, vai depender da leitura que for feita, pois, uma pessoa religiosa
observa que Deus dotou a Terra das mais variadas formas de alimentos, seja
animal, marinha e aérea para o sustento do Homem e de sua descendência. Já, para
quem não crê em Deus, mas na Natureza, foi ela que dotou e tem dotado o Homem
de diversos tipos de alimentos para a perpetuação da espécie humana e demais
seres na face da Terra. Por causa disso, se não fizermos a nossa parte através da
conscientização a Humanidade poderá não se manter por muito tempo na Terra
pela escassez de alimentos, de terras sadias para o plantio e alimentação dos
rebanhos e etc.
011 – A MULHER TRATADA COMO UM ANIMAL POR
NÃO TER ALMA. [Gn. 2.7].

“E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe


nas narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-se alma vivente”.

O tema que abordamos agora é polêmico porque tem a ver com um


machismo que surgiu na época. E tudo isso tem a ver com os textos que veremos.
Assim, vamos começar com Gênesis 2.7 citado acima.

O que temos aqui é a criação apenas do homem depois que todos os animais,
aves e répteis haviam sido criados por Deus. Com isso, surgiu uma primazia em
relação ao macho da espécie humana. Em relação à fêmea da espécie só seria
criada algum tempo depois do homem que veremos agora em Gênesis 2.22: “e da
costela que o senhor Deus lhe tomara, formou a mulher e a trouxe ao homem”.

É com base em ambos os textos que se começou a criar uma primazia do


home sobre a mulher e com isso um machismo que perdura até os tempos atuais. E,
devido à força bruta e superioridade masculina a mulher tem ficado sempre em
segundo lugar e tida como sexo frágil. E, quando se menciona que o homem foi
criado antes dela fica um ponto a mais para que a mulher seja rebaixada. E isso
piora quando se vê o relato de que a mulher foi criada a partir de um osso do
homem.

No mesmo capítulo, agora em dois textos anteriores devemos observar que


o escritor para enfatizar a superioridade do homem sobre a mulher e com isso
reforçar o machismo faz com que apenas o homem desse os nomes às criaturas
viventes que Deus criara. E, isso foi antes de a mulher ter sido criada. Dessa forma,
ela passara a conhecer os nomes conforme o homem lhe revelasse. Assim, a mulher
não teria crédito algum na origem dos nomes dos animais.
É o que pode ser visto em Gênesis 2.19-20: “Da terra formou, pois, o
Senhor Deus todos os animais o campo e todas as aves do céu, e os trouxe ao
homem, para ver como lhes chamaria; e tudo o que o homem chamou a todo ser
vivente, isso foi o seu nome”. “Assim o homem deu nomes a todos os animais
domésticos, às aves do céu e a todos os animais do campo; mas para o homem não
se achava ajudadora idônea”.

Agora chegamos a outro momento crucial que o texto de Gênesis 2.23 nos
relata: “Então disse o homem: Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha
carne; ela será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada”.

Nesse texto é relatado que além de ter dado nome a todas as criaturas
viventes o homem dava agora nome à mulher que tinha sido criada a partir dele. Na
verdade, é interessante observar o fato de que “quem dá nome, domina”. Com isso,
o texto mostra que a superioridade do homem sobre a mulher além de ser natural
tinha o aval divino conforme o escritor entendeu e procurou repassar para a sua
descendência.

O próximo texto que veremos agora é o de Gênesis 3.1: “Ora, a serpente


era o mais astuto de todos os animais do campo, que o Senhor Deus tinha feito. E
esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do
jardim?”.

Mas, o que tem esse texto de curioso? Claro que se lermos os demais
versículos é possível observar o diálogo que houve entre a serpente e a mulher até
que ela foi convencida a comer do fruto que era proibido de se comer. Em seguida,
ela deu o fruto ao homem que também comeu e assim se tornaram conscientes de
que sabiam mais do que sabiam antes. Eles haviam trocado uma mente infantil por
uma mente adulta.

Não devemos ignorar que ambos haviam sido criados com corpos humanos
adultos, porém, a mentalidade não tinha desenvolvido, e por isso, eram como
crianças presas em corpos de adultos. Entretanto, por causa disso a mulher passou
a ser culpada pela “Queda do Homem”. E, o mais injusto é que o homem passou a
ser visto como “coitadinho” por ter sido enganado pela mulher. Por causa disso a
mulher passou a ser culpada pela “Queda do Homem” no decorrer dos séculos até
os dias atuais.

A seguir observaremos o relato de Gênesis 3.8: “E, ouvindo a voz do Senhor


Deus, que passeava no jardim à tardinha, esconderam-se o homem e sua mulher da
presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim”. Claro que numa primeira e
algumas leituras posteriores não dá para ver algo que está bem escondido nesse
texto.

Nele o que pode ser visto é que depois que haviam comido do fruto e se
tornaram conscientes, ambos fugiram e se esconderam de Deus por terem
percebido que estavam nus. E, para dar mais legitimidade ainda da superioridade
do homem sobre a mulher se vê a afirmação de que o homem se escondeu com a
“sua” mulher, ou seja, ele com a sua posse.

Se não fosse assim, estaria escrito que haviam se escondido “ambos” ou “o


homem e a mulher” teriam se escondido de Deus. Assim, a pequena palavra “sua”
indica posse e não um ser “adjunto” ou no “mesmo nível”. De fato, a mulher é vista
aqui como propriedade do homem e não como “um igual”.

No próximo texto de Gênesis 3.12 que abordaremos veremos outro ponto


interessante de se observar. Leiamos: “Ao que respondeu o homem: A mulher que
me deste por companheira deu-me a árvore, e eu comi”.

Ao ter sido questionado o homem culpou alguém, e quem já respondeu que o


homem acusou a mulher ainda não percebeu que ele culpou praticamente a Deus.
Veja que ele fala que a mulher que Ele havia dado a ele é que o levara a pecar.
Entretanto, a grande maioria interpreta o texto como se o homem estivesse
culpando a mulher quando ele está culpando é a Deus.
Em seguida, no texto de Gênesis 3.13 veremos outro momento curioso sobre
esse evento. Assim, vamos observar mais atentamente. “Perguntou o Senhor Deus
à mulher: Que é isto que fizeste? Respondeu a mulher: A serpente enganou-me, e
eu comi”.

Aqui a grande maioria das pessoas poderá afirmar que a mulher culpou a
serpente pelo pecado de comer o fruto, porém, assim como o homem ela culpou a
Deus. Mas, como é isso? Vejamos que ela afirmou que a serpente a enganara e ela
comera do fruto. Porém, da mesma forma que o homem ela também culpou a Deus
porque quem criou a serpente foi Deus por ser um dos répteis criados por Ele.

Com isso, ambos culparam a Deus por terem pecado. E, claro que a grande
maioria das pessoas ainda não percebeu isso.

Chegamos agora a outro versículo que está em Gênesis 3.16: “E à mulher


disse: Multiplicarei grandemente a dor da tua conceição; em dor darás à luz
filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará”.

O que observamos aqui é que o escritor afirma de que por ter levado o
homem a queda a mulher deveria sofrer bastante. E, como se daria esse
sofrimento? Ao lermos o texto a primeira coisa que vemos é o escritor colocar na
boca de Deus que a mulher deveria sofrer dores nos partos. E, a segunda coisa é
que a mulher deveria se sujeitar ao homem de forma que seus desejos deveriam
ser para seu marido e que ele deveria dominá-la.

Veja que dominar é tornar um ser semelhante como servo ou escravo e não
como um ser igual. Quem domina é porque não vê seu semelhante como um ser
como ele. Na verdade, a mulher é vista aqui no texto como um ser que deve ser
controlado e dominado para sempre. Assim, o que se observa aqui é que a mulher é
vista não como um ser adjunto, mas como um ser dominado.

Por fim, no texto de Gênesis 3.20 vemos a repetição de que a mulher é tida
como propriedade do homem e não como um ser dotado de liberdade e como um ser
igual ao homem. Vejamos assim o texto: “Chamou Adão à sua mulher Eva, porque
era a mãe de todos os viventes”.

Com isso, pudemos observar que o escritor usou a boca de Deus para fazer
com que a mulher fosse vista como propriedade do homem no momento em que ele
tinha sido criado primeiro e ela tinha sido criada depois e de um dos ossos dele.
Porém, o que é mais triste observar é que pelo fato de Deus não ter soprado como o
fizera em relação ao homem, a Teologia da época defendia a ideia de que a mulher
não tinha alma e por causa disso era vista como um animal.

Claro que esse problema reside no fato de que Deus não soprou na mulher
que tinha sido feita a partir da costela de Adão. Assim, a ideia era que ela não tinha
alma como o homem porque Deus havia soprado no homem quando o fizera. Na
verdade, seria redundante a atitude de Deus soprar na costela feita em mulher
porque nesse pedaço de osso, a costela, já havia da essência do sopro divino e,
assim não era necessário novo sopro.

Assim, não havia problema algum na forma que a mulher era tratada e
humilhada por ter feito o homem pecar e também porque era tida como um ser sem
alma. E, o que é pior é que até mesmo muitas mulheres defendem a ideia de que a
mulher deve sofrer porque fez o homem pecar. Claro que ela é levada a isso para
que ela continue a ser controlada, manipulada, dominada e usada pelo homem.
012 – O USO DA ANESTESIA. [Gn. 2.21].

“Então o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre o homem, e


este adormeceu; tomou-lhe, então, uma das costelas, e fechou a carne
em seu lugar”.

Para muitas pessoas esse texto pode passar despercebido, obscuro ou até
mesmo nem ser notado. Esse é o texto de Gênesis 2.21. De fato, vemos nele o uso
da anestesia por Deus. Claro que alguém pode questionar como é isso!

Observe bem! Deus poderia ter criado a mulher da mesma forma que criou
o homem a partir do pó da terra, porém, resolveu agir de outra forma. Foi quando
Ele colocou o homem para dormir para tirar-lhe uma de suas costelas. Mas, por que
Deus fez o homem dormir? Essa é a pergunta.

Claro que foi para que Ele pudesse tirar-lhe uma de suas costelas. Mas, por
que Deus o pôs para dormir? É evidente que foi para poupar-lhe da dor por causa
dessa cirurgia. Veja que mesmo sem saber, observamos aqui Deus ser o primeiro a
usar a anestesia. E, no decorrer dos séculos pode ser visto várias formas do
Homem em conceber vários tipos de anestésicos para poupar as pessoas das dores
causadas por enfermidades, acidentes, violências e etc.

Não vamos ignorar o fato de que o fato de ser mencionado que Deus o
colocou em sono profundo significa algo importante para nós. Quando nós
dormimos num sono profundo sentimos que existimos e estamos vivos porque
sonhamos e nos mexemos no período em que dormimos. Mas, quem já passou por
uma cirurgia em que tomou uma anestesia geral relata que é como a morte porque
quando percebe que está viva e voltou da anestesia se descobriu existir.

De fato, temos nesse texto o fato de que Deus foi o primeiro a usar a
anestesia numa cirurgia. E, por que Ele fez isso? Simplesmente para poupar o
homem da dor da cirurgia. E, não é esse o motivo de se utilizar de anestesia em
cirurgias das mais diversas?
013 – A PRESENÇA DA CICATRIZ. [Gn. 2.21].

“Então o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre o homem, e


este adormeceu; tomou-lhe, então, uma das costelas, e fechou a carne
em seu lugar”.

No mesmo texto de Gênesis 2.21 observamos outro fato curioso que passa
despercebido numa leitura. E, claro que é sobre a presença de uma cicatriz no
homem Adão. Vejamos que no final do versículo é citado que Deus fechou a carne
no local do corte para a extração da costela para a feitura da mulher.

Alguém até pode questionar o fato de Deus não ter feito a mulher da mesma
forma que o homem, mas tê-lo colocado para dormir para lhe retirar uma de suas
costelas. Na verdade, o que nos chama a atenção aqui é que da mesma forma que
um médico fecha o local de uma cirurgia Deus também fechou o local depois de ter
anestesiado o homem e ter extraído uma costela.

Agora devemos compreender que pelo fato de Deus ter fechado o local da
cirurgia Ele não deixou o homem ficar sem uma cicatriz em seu corpo. Mas, por
que isso? Por que Deus deixaria o homem com uma cicatriz em seu corpo se
poderia restituir o seu corpo como antes? Na verdade, a presença da cicatriz no
corpo do homem após a cirurgia na qual Deus usou anestesia foi para que toda vez
que o homem visse a cicatriz em si ele soubesse muito bem de onde a mulher veio
para que ele a respeitasse como parte de si mesmo.

Afinal de contas, quem é a pessoa que desrespeita e fere o seu próprio


corpo? Senão aquela que não ama a si própria e se prejudica de várias formas.
Assim, o homem passa, a saber, que a mulher lhe é muito preciosa. Porém, não é
isso o que ocorre hoje quando a mulher tem sido tão maltratada por toda a parte
com os mais variados tipos de agressões e violências diárias.
Dessa forma, devemos observar o que relata Efésios 5.28-29: “Assim devem
os maridos amar a suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem
ama a sua mulher, ama-se a si mesmo. Pois nunca ninguém aborreceu a sua
própria carne, antes a nutre e preza, como também Cristo à igreja”.
014 – A BASE NA VIDA DO HOMEM. [Gn. 2.21].

“Então o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre o homem, e


este adormeceu; tomou-lhe, então, uma das costelas, e fechou a carne
em seu lugar”.

Novamente temos aqui o texto de Gênesis 2.21. Só que agora vemos o que
nos interessa a respeito do que se relata sobre a costela que foi tirada do homem
Adão. Na verdade, todos nós sabemos a importância que cada osso tem na
constituição humana.

A função dos ossos é para proteger nossos órgãos internos e também em


sustentar o corpo humano quando ereto e em movimento. Dessa forma, cada osso
tem a sua função num corpo humano. Por isso, temos ossos nos pés, nas pernas, nos
dedos, nas mãos, nos braços, no tronco e na cabeça. De fato, se um ser humano
nascer sem ossos pela falta de apoio ele só conseguirá se arrastar como um réptil e
não conseguirá se manter em pé.

Mas, o que nós temos aqui é muito importante porque o texto revela que
Deus usou uma das costelas do homem Adão e não algum outro tipo de osso ou
órgão humano para fazer a mulher. Mas, por que Ele se utilizou de uma costela e
não um fêmur e etc.? Veja que a costela tem uma função muito importante no
corpo humano que é a de dar uma base para o corpo.

Como exemplo, eu cito um rapaz que na época quando eu o conheci ainda


era uma criança. Numa cirurgia para extração de um tumor o médico se esqueceu
de colocar no lugar um pedaço da costela e hoje ele precisa usar um cinto em volta
do tórax porque a falta desse pedaço da costela lhe deixou sem uma base de
sustentação. Por isso, quando Deus criou a mulher a partir de uma costela Ele quis
ensinar algo muito importante.
E, o que é isso que é tão importante? Ora! Da mesma forma que uma
costela é a base num corpo humano a mulher é a base na vida de um homem. O
homem nasce de quem? Da mulher. Com quem ele se casa para formar uma família
tradicional? Com uma mulher. Quem é que cuida do homem praticamente a vida
toda? A mulher. No começo é a mãe que cuida de seu filho até que ele se torna
homem e passa a ser cuidado pela esposa o resto da vida. Assim, o homem é sujeito
à mulher toda a vida.

Veja agora o que é a vida de um homem sem a presença da mulher! É fato


que a maioria dos homens depende da mulher e não dá para fugir a isso. Claro que
há exceções, porém, na História Humana o homem sempre foi sujeito à mulher.
Com isso, vemos no texto bíblico que Deus criou a mulher para ser a base do
homem e não ser superior ou inferior a ele, mas que esteja em pé de igualdade.
015 – A CLONAGEM HUMANA. [Gn. 2.22].

“e da costela que o senhor Deus lhe tomara, formou a mulher e a


trouxe ao homem”.

O que podemos observar agora no texto de Gênesis 2.22 é algo que


recentemente no século XX se tornou uma realidade concreta. Isso quer dizer que a
“Clonagem” se tornou um novo avanço no campo científico. Claro que
praticamente todas as pessoas já ouviram falar da “Ovelha Dolly” que foi criada a
partir da clonagem do DNA de uma ovelha.

De fato, não houve a necessidade da fusão de um espermatozoide e de um


óvulo, pois, apenas com o óvulo com a inseminação do DNA foi possível gerar a
ovelha Dolly. A partir disso ficou evidente que o Homem pode clonar qualquer ser
vivo sem a necessidade de um espermatozoide. Nesse caso apenas o óvulo com o
DNA é suficiente para gerar uma nova vida.

Na verdade, até mesmo o ser humano é passível de ser criado a partir da


“Clonagem”, porém, a “Comunidade Científica Mundial” rejeitou essa proposta
por ser muito polêmica. Mas, a razão real disso é que do jeito que a Humanidade
caminha com a liberação da Clonagem Humana empresas poderosas poderiam se
utilizar do processo para criar corpos para se utilizarem de órgãos humanos como
se fossem peças de reposição. Poderia também haver a criação de exércitos de
escravos para não se pagar trabalhadores. E, também poderia ser o caso de se criar
soldados para combates.

Nisso fica evidente que o que o Homem pode fazer com seus avanços
científicos seja visto como algo que não tem limites. De fato, é a tentativa de se
tornar como Deus.
Agora, devemos observar que até o desenvolvimento da “Clonagem” nada
se sabia de que na Bíblia, especificamente no livro de Gênesis, de que havia um
texto que a mencionava. E, no caso de Gênesis a primeira “Clonagem” na Terra foi
realizada por Deus, e diferente da feita pelo Homem que foi uma “Clonagem
Animal”, a feita por Deus foi a “Clonagem Humana”. Entretanto, não é porque
Deus fez a primeira “Clonagem Humana” que o Homem deva também fazê-lo.

Não devemos ignorar que Deus quando clonou o homem Adão foi para fazer
outro ser humano com sexualidade diferente. E, por que Deus fez isso? Claro que
para garantir a existência e continuidade do ser humano na Terra. Assim, se vê que
anatomicamente um Homem não pode gerar outro ser humano e muito menos dar a
luz a um. Já a mulher pode gerar e dar a luz a outro ser humano. Entretanto, para
isso é necessário a fusão de seu óvulo com um espermatozoide de um homem.

Mas, e se Deus não quisesse ter criado a Humanidade assim? Ele poderia
ter criado um ser humano hermafrodita. E, no caso o mais viável teria sido que
Deus tivesse criado a mulher e não o homem porque ela anatomicamente é o mais
viável para que outro ser humano nasça. E, se essa fosse a vontade de Deus, ou na
ausência ou inexistência d’Ele, a Natureza poderia ter criado um ser humano no
formato feminino que de tempos em tempos gerava outro ser a partir de óvulos
preparados para isso como se tivessem sido manejados à semelhança da
“Clonagem”.
016 – O MATRIMÔNIO. [Gn. 2.24].

“Portanto deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á à


sua mulher, e serão uma só carne”.

Vamos observar agora o texto de Gênesis 2.24 que relata sobre o


“Matrimônio” ou o que conhecemos mais especificamente como “Casamento”. No
caso aqui observamos o “Matrimônio” ou “Casamento” tido como o modelo
“Tradicional” que é entre um homem e uma mulher.

Porém, não devemos ignorar que ao redor do mundo há outros tipos de


união entre homens e mulheres que fogem a esse modelo tradicional. No caso aqui
vemos a ordenança de Deus para com os descendentes de Adão e Eva, ou seja, de
que os filhos homens deveriam se unir a mulheres e vice-versa.

Agora, o que é interessante observar é o que menciona o texto de que na


união entre um homem e uma mulher há uma fusão de carnes numa só carne. Mas,
o que isso pode significar? De fato, num “Matrimônio Tradicional” como esse o
homem e a mulher embora sejam separados na vivência e no papel estão juntos. É
o que acontece num “Casamento” no Cartório quando este toma as “Certidões de
Nascimento” de ambos e lhes dá em troca uma “Certidão de Casamento” que vale
para ambos.

Nisso vemos uma fusão da união no papel. Já em relação à fusão de carnes


de fato ela ocorre durante a sexualidade quando há uma fusão temporária de
carnes do homem com a mulher.

Em seguida, devemos observar o que o texto ainda revela sobre essa união.
Ele fala que não só o homem como a mulher devem se unir ao seu oposto e serem
um. Para isso é importante observar o tratamento que é dado a essa Instituição. Ele
fala que o homem deve se unir “à sua mulher” e não “a qualquer mulher”. E, o
mesmo ocorre para com a mulher que deve se unir “ao seu homem” e não “a
qualquer homem”.

Assim, se vê numa forma saudável a “posse” que há nesse tipo de


“Matrimônio”. É um tipo de posse na qual um pertence ao outro como sócios e não
como a de uma pessoa escrava para com seu dono.

A partir daqui a Bíblia mostra outros tipos de uniões que ocorreram no


decorrer do tempo e que deram origem a diversas famílias e que fugiu ao modelo
tradicional de um homem com uma mulher. Esse é o caso de Abrão que teve duas
mulheres, Agar (serva) e Sara (esposa). Jacó que se tornaria Israel teve quatro
mulheres: Raquel e Lia (esposas) com Zilpa e Bila (concubinas). Davi também teve
pelo menos cinco mulheres e seu filho Salomão teve setecentas princesas e
trezentas concubinas.

Na verdade, o “Modelo Tradicional” de um homem com uma mulher é o


“Modelo Adâmico” ou “Monogâmico”. Já os demais homens citados viveram um
modelo de união diferente conhecido como “Poligâmico” com duas ou mais
mulheres.

Chegamos agora ao século XXI e nos deparamos com outros tipos de


modelos que surgiram e que tem gerado muita polêmica. É o caso da união entre
homens e mulheres do mesmo sexo fugindo ao dito “Modelo Tradicional”. É o que
se conhece como “Modelo Homossexual” ou “Modelo Homoafetivo”. De fato, se
esse é errado não devemos ignorar que os anteriores também são errados. E, como
para Deus pecado não tem tamanho, os modelos posteriores ao Adâmico são
errados e por isso pecaminosos.

Com base no texto a união entre um homem e uma mulher é uma


“Instituição Humana” que garante a perpetuidade da raça humana na Terra. Os
demais modelos bíblicos revelam algo parecido a um Harém, no qual a posse de
mulheres garantia “alianças” com povos e reinos vizinhos, além de mostrar poderio
financeiro e status ao ter mais de uma mulher e mais filhos para liderar. Já o
“Modelo Homossexual” ou “Homoafetivo” não garante a continuidade da espécie
humana porque não gera outros seres humanos, entretanto, há mulheres
homossexuais que acabam gerando um ou mais filhos para criar. Também é o caso
de casais homossexuais adotarem filhos para criarem já que casais heteros que
poderiam fazê-lo não o fazem. De fato esse é um grande tabu e um tema polêmico
demais para os nossos dias.
017 – POSSESSÃO NÃO HUMANA. [Gn. 3.1].

“Ora, a serpente era o mais astuto de todos os animais do campo,


que o Senhor Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus
disse: Não comereis de toda árvore do jardim?”.

Nesse próximo texto de Gênesis 3.1 observamos um caso de possessão já


que uma serpente não é como um papagaio que imita a voz humana, além de que
ela também não tem condições de se comunicar com um ser humano. Fora isso,
devemos prestar atenção também de que ela não é um animal e sim um réptil.

Algo que também pode nos chamar a atenção é que o texto cita que a
serpente no momento era o ser mais astuto de todo o campo ou jardim ou
localidade onde viviam. Claro que devemos entender que astúcia aqui tem a ver
com instinto.

Na verdade, podemos imaginar que de todos os animais, aves e répteis que


coabitavam com o casal nessa localidade a serpente devia ser o ser que mais estava
próximo ao casal como um bichinho de estimação querido. De fato, há pessoas que
criam cachorros, outras criam gatos, outras passarinhos, outras criam ratinhos
domésticos, tartarugas, papagaios e etc. E, não é novidade alguma que há pessoas
que criam cobras inofensivas. Este deve ser o caso do casal.

Assim, fica evidente que o inimigo de Deus buscou utilizar da serpente que
era o ser não humano mais próximo do casal como o bichinho de estimação mais
querido. Agora, alguém pode até questionar se ela já falava porque quando ela
propôs à mulher que ela comesse do fruto não houve surpresa por parte dela
quanto a um diálogo com a serpente.

Entretanto, o que deve ser observado nesse evento é que o casal criado por
Deus embora tivesse um corpo já adulto tinha uma mentalidade infantil porque não
tinham passado por um amadurecimento como nós temos hoje. E, por causa, disso,
o fato de um ser não humano falar não era causa de surpresa para o casal. Veja as
crianças de hoje que não estranham de forma alguma ao verem desenhos em que
animais, aves, peixes e até mesmo automóveis e aviões falam.

Dessa forma, para as crianças isso é tudo normal porque também são
levadas a crer no Papai Noel, em Sereias, na Fada do Dente, no Bicho-Papão e etc.
Com isso, não havia como o casal saber que não era a serpente que estava falando
porque ela estava sendo usada como um canal do inimigo de Deus para com o casal.

Se pesquisarmos algo mais na Bíblia nós podemos observar outro caso em


que há possessão de seres não humanos como o caso dos porcos no Evangelho de
Mateus 8.28-32:

“Tendo ele chegado ao outro lado, à terra dos gadarenos, saíram-lhe ao


encontro dois endemoninhados, vindos dos sepulcros; tão ferozes eram que
ninguém podia passar por aquele caminho. E eis que gritaram, dizendo: Que temos
nós contigo, Filho de Deus? Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo? Ora, a
alguma distância deles, andava pastando uma grande manada de porcos. E os
demônios rogavam-lhe, dizendo: Se nos expulsas, manda-nos entrar naquela
manada de porcos. Disse-lhes Jesus: Ide. Então saíram, e entraram nos porcos; e
eis que toda a manada se precipitou pelo despenhadeiro no mar, perecendo nas
águas”.

Assim, vemos em ambos os textos que a possessão também ocorre em


animais, porém, animais, répteis e aves não são seres humanos além de que eles são
seres limitados bem diferentes do Homem. Com isso, a preferência numa possessão
é pelo ser humano e não por seres tidos por irracionais e com mobilidades
reduzidas.

Pelo que vimos pelos textos citados a possessão não se resume apenas a
seres humanos porque pode ocorrer também em animais (porcos), aves e répteis
(serpente). Só não temos aqui um exemplo de possessão que tenha ocorrido com
uma ave, mas isso não quer dizer que não possa ocorrer ou não tenha ocorrido.

O fato é que a possessão ocorre mais em humanos do que em outras


criaturas porque o mal quer se expressar e só consegue através do Homem porque
nos animais, aves e répteis há uma limitação em se expressar no mundo.

Alguém já me perguntou sobre o caso da muda jumenta que falou no texto


de Números 22.28: “Nisso abriu o Senhor a boca da jumenta, a qual perguntou a
Balaão: Que te fiz eu, para que me espancasses estas três vezes?”.

E, o que respondi foi que isso não se tratou em caso de possessão. No caso
da serpente e dos porcos foi possessão maligna, porém, aqui não houve uma
possessão divina. O que ocorreu foi que Deus possibilitou a jumenta se utilizar da
voz humana para questionar o espancamento que estava sofrendo de seu senhor. E,
isso é bem diferente do papagaio porque ele imita os sons vocálicos humanos sem,
no entanto, compreender o que está vocalizando.
018 – O PROBLEMA COM AS SEGUNDAS
INTENÇÕES. [Gn. 3.5-6].

“Porque Deus sabe que no dia em que comerdes desse fruto,


vossos olhos se abrirão, e sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal.
Então, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e
agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do
seu fruto, comeu, e deu a seu marido, e ele também comeu”.

Esse é o texto de Gênesis 3.5-6. Assim, quero dizer que quando comecei a
ter os primeiros contatos com a religiosidade que a minha mãe praticava eu acabei
aprendendo segundo os Ensinos da Igreja que o pecado que Adão e Eva haviam
cometido era terem comido uma maçã e em seguida terem praticado o sexo.

E, como o sexo era visto como uma “coisa suja”, as crianças e adolescentes
eram doutrinados a não iniciarem uma vida sexual antes que se casassem. Dessa
forma, essa foi a visão que eu aprendi. O sexo só podia ocorrer no Casamento e
apenas com a finalidade de ter filhos e não como uma fonte de prazer para o casal.

Porém, com o tempo tive acesso a estudos, pesquisas e outras literaturas


que começaram a me fazer pensar e refletir até que eu tomasse uma posição em
relação ao tema em questão. Assim, a primeira coisa que observei é que o casal não
comeu uma maçã (fruta doce) e sim um fruto (sem gosto, azedo, amargo e etc.). De
fato, uma fruta é doce, mas o fruto não. É o caso do tomate que é um fruto e não
uma fruta.

Mas, por que fomos ensinados que o fruto proibido era uma maçã? Ora!
Porque ela sempre foi considerada uma fruta afrodisíaca utilizada tanto para
ajudar na concepção como para apimentar a relação sexual de um casal.
Em seguida eu entendi que o problema da queda ou expulsão do paraíso não
teve nada a ver com uma maçã porque não foi essa fruta a que foi comida e sim um
fruto. E, outra coisa que aprendi é que a sexualidade também não foi o motivo do
“Pecado Original” que levou a queda do casal, porque a sexualidade dentro do
Matrimônio não é pecado e nem coisa suja porque não serve apenas para procriar,
mas também para proporcionar prazer e saúde ao casal como a Ciência mesmo
afirma.

Então, qual foi o problema que levou à queda do Homem? Na verdade, o


que levou à queda do Homem foi a intenção que estava por detrás no ato de comer
esse fruto. E, qual foi a intenção de se comer o fruto?

O próprio texto afirma que o casal e não apenas a mulher comeu do mesmo
fruto com a intenção de serem como Deus conhecendo o bem e o mal. Isso quer
dizer que foi a tentativa de se tornarem deuses que levou o casal à queda e não a
prática do sexo. E, veja que ambos comeram do fruto, e para quem gosta de culpar
a mulher pela queda do homem não devemos ignorar o fato de que ao lermos o
texto na integra, a mulher resistiu um bom tempo antes de ceder a essa tentação.
Já o homem não resistiu como a mulher e comeu rapidamente sem refletir. Isso
demonstra que a mulher é mais resistente do que o homem em várias situações.

Assim, a partir do que foi abordado nesse tema podemos agora


compreender o que de fato levou à queda do Homem, no qual o casal agiu com
“segundas intenções” para conseguir algo que estava vetado no momento ao casal.
019 – O BODE EXPIATÓRIO. [Gn. 3.11-13].

“Deus perguntou-lhe mais: Quem te mostrou que estavas nu?


Comeste da árvore de que te ordenei que não comesses? Ao que
respondeu o homem: A mulher que me deste por companheira deu-me a
árvore, e eu comi. Perguntou o Senhor Deus à mulher: Que é isto que
fizeste? Respondeu a mulher: A serpente enganou-me, e eu comi”.

Lemos agora o texto de Gênesis 3.11-13 no qual podemos entender com


mais atenção o que se quer dizer quando se utiliza essa expressão, a do “bode
expiatório”. De fato, essa expressão é utilizada quando uma pessoa ou um grupo de
pessoas que por a culpa de algo em alguém para que esta responda e sofra no lugar
delas.

E, é justamente isso o que acontece aqui quando vemos a pessoa de Deus


ser colocado na figura de bode expiatório. Mas, como pode ser isso?

Claro que no princípio isso pode ser um pouco confuso, porém, vamos
compreender facilmente. Quando lemos o texto sobre a queda do Homem
observamos que o casal depois que passou a compreender o que era o bem e o mal
se escondeu ao ouvir a presença próxima de Deus. E, quando Deus os chamou eles
lhe responderam que estavam escondidos porque se viram nus e sentiram que isso
poderia ofender a Deus já que viviam nus entre os animais e não se
envergonhavam.

Em seguida, mesmo sabendo o que havia ocorrido, Deus perguntou ao


homem sobre quem o fizera saber disso e se ele havia comido do fruto da árvore
que ele não devia comer. Claro que a sua resposta demonstra que o homem não
culpou a mulher, e sim a Deus. Mas, como é isto?
Veja com bastante atenção o que o homem diz a Deus: “ - A mulher que me
deste”. Embora não pareça, observe bem que o homem culpa a Deus pela falta
cometida. Ele disse: “ - A mulher que me deste”! E, quem lhe deu a mulher? Claro
que foi Deus. Assim, ele não culpou a mulher e sim a Deus. Logo, o homem acusa a
Deus pela sua falta cometida colocando a Deus como o bode expiatório.

Em seguida, devemos observar a atitude da mulher em relação à sua queda.


Claro que é necessário bastante atenção para compreender o que aconteceu
porque quando Deus lhe perguntou o que ela havia feito porque a resposta dela foi
bem clara: “ - A serpente me enganou”!

De fato, o que está incluso e a maioria das pessoas não percebe é que a
mulher também culpou a Deus por sua falta. Mas, como é isso que ainda não
entendi? Calma! Muita calma nessa hora. Nesse momento devemos usar a Lógica.
A mulher disse que a serpente a enganou e por isso ela comeu do fruto. Mas, quem
criou a serpente? Não vá pecar e dizer que foi o inimigo de Deus porque Deus criou
todas as aves, peixes, animais, répteis e etc.

Assim, quando ela culpa a serpente indiretamente ela está afirmando que se
não fosse a serpente ela não teria pecado. Logo, o culpado era quem havia criado o
réptil conhecido como serpente. Logo, a mulher de forma indireta culpa também a
Deus por sua falha.

Com isso, ambos culparam a Deus tornando-o bode expiatório por sua
transgressão. E, hoje não é diferente! Constantemente Deus tem sido posto como
bode expiatório porque é colocado como culpado por muitas coisas que acontecem e
como conivente e insensível por não impedir outras tantas desgraças que ocorrem
por aí. Porém, o que acontece é que no momento que o Homem optou por sua
independência e autossuficiência de Deus não podemos agora reclamar.

Na verdade, o casal não quis assumir a culpa como muitas pessoas


continuam a fazê-lo até os dias atuais ao jogarem a culpa em algum bode expiatório
à sua volta para afastar de si qualquer suspeita. O problema é que da mesma forma
que Deus não é bobo nós também temos algum discernimento para compreender
muitas das situações que ocorrem e quando pessoas tentam utilizar-se de nós
mesmos ou de terceiros como bodes expiatórios.
020 – A VINDA DO MESSIAS. [Gn. 3.15].

“Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a


sua descendência; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”.

Veremos agora algo relativo a esse tema no texto de Gênesis 3.15. Claro
que precisamos compreender algo que já citei no primeiro capítulo que é sobre a
confecção do texto de Gênesis antes de abordar esse evento ocorrido. Para isso é
necessário observar o que é citado na primeira parte do versículo. Ele menciona
que Deus colocaria “inimizade” entre a mulher e a serpente pelo fato dela ter sido
facilmente convencida a comer do fruto e fazer o homem também comê-lo.

Assim, fica evidente que Deus resolveu afastar a serpente do convívio


constante que tinha com o casal como se fosse um cachorrinho de estimação muito
“paparicado”. Entretanto, deve ficar claro que Deus nunca colocou e não coloca
inimizade para afastamento de qualquer espécie. Veja que inimizade tem a ver com
o oposto de amizade. E, não é porque o casal havia pecado que Deus romperia os
laços em sinal de ira, raiva e até mesmo de inimizade.

Dessa forma, o que ocorre nessa parte do texto é que se vê aqui a inclusão
ou a pincelada humana que se entendeu que Deus havia criado a inimizade como
um afastamento entre o ser humano e a serpente. Porém, esse afastamento não
deixou o Homem realmente separado da serpente porque até hoje ela tem sido
comercializada como um réptil de estimação e muitas pessoas preferem e criam
serpentes, mas não as venenosas.

Em relação à segunda parte do versículo podemos observar a profecia


referente à vinda do Messias para “religar” o desligamento que o Homem havia
feito em relação à sua comunhão com Deus.
A princípio essa profecia pode parecer confusa, porém, com um pouco de
reflexão é possível compreendê-la muito bem. No texto é feito a referência que a
descendência da serpente e da mulher se encontrariam num futuro não imediato,
porém, num evento futuro e sem data marcada. Claro que a descendência da
serpente e da mulher sempre se encontraram no decorrer dos séculos que se
seguiram desde aquela época até os dias atuais porque sempre houve descendência
humana e descendência ofídica. Dessa forma não há novidade alguma porque se vê
nessa afirmação algo bem lógico.

Na verdade, o que o texto aponta é algo concreto e espiritual que ocorreu


com Jesus, o Messias prometido quando em sua crucificação no Monte Calvário.
Mas, como foi isso? É o que alguém pode perguntar. O fato é que Jesus não
encontrou nenhuma serpente diferente porque naquela época havia serpentes e ele
deveria ter visto várias quando criança, adolescente, jovem e adulto porque em
regiões desérticas há espécies variadas de serpentes.

E, como na época de Jesus era comum avistar serpentes que Ele acabou
utilizando em determinados momentos da serpente em seus diálogos. Vejamos o
que Ele disse, por exemplo, em Mateus 23.33 aos Escribas e Fariseus: “Serpentes,
raça de víboras! como escapareis da condenação do inferno?”.

Nesse texto Jesus compara os Ensinos e atitudes dos Escribas e Fariseus


tão erráticos, vazios e perigosos que Ele os chamou de serpentes ou cobras. E, se
alguém te chamasse de “cobra” num sentido pejorativo? Qual seria a sua reação?
Imagine a reação deles em serem chamados de serpentes publicamente!

Bem! Agora vamos voltar ao que texto cita sobre as duas descendências. Da
mesma forma que se alguém do século XXI encontrar alguém do século XIX e
perguntar se ele já viu um Notebook, um Celular, um foguete ou já assistiu a um
filme em 3D ele negará porque estes não fazem parte do contexto dele. O mesmo
ocorre com o texto porque até que Jesus viesse o texto não tinha muito sentido por
não esclarecer nada.

Na verdade, a descendência da mulher foi proporcionando o nascimento de


mais seres humanos no decorrer dos séculos e o mesmo ocorreu com a
descendência da serpente. Entretanto, em Jesus no momento de sua crucificação
essa antiga profecia aconteceu.

A descendência da serpente feriu o calcanhar de Jesus quando Ele foi


crucificado na cruz ao ter seus pés pregados no madeiro. Porém, Jesus pisou na
cabeça da serpente quando ao terceiro dia Ele ressuscitou demonstrando assim que
nem a morte pode contê-lo. Assim, fica bem explicado o que foi essa profecia antiga
que se tornou numa realidade concreta a mais de dois mil anos. De fato, era comum
que as serpentes picassem as pernas ou pés das pessoas descuidadas, porém, aqui, o
prego é que picou os pés de Jesus, mas em seguida foi pisada na sua cabeça
cumprindo assim essa profecia.
021 – A DOR É NECESSÁRIA COMO CASTIGO? [Gn.
3.16].

“E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a dor da tua


conceição; em dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu
marido, e ele te dominará”.

No texto de Gênesis 3.16 vemos o versículo referente a esse tema. Porém,


precisamos compreender que nesse texto também houve uma pincelada humana. O
fato é que numa época marcada pelo machismo a mulher acabou sofrendo de várias
formas e ainda continua sendo. E, como exemplo disso nós podemos observar a
menção de que a mulher deveria sofrer uma dor aumentada na hora do parto e que
ela devia se sujeitar ao seu marido em qualquer situação. E, para encerrar o relato
é possível observar que a pincelada humana e machista afirma que a mulher devia
ser “dominada”. E, quem é dominado não tem independência e nem mesmo
liberdade ficando numa situação de sujeição, servidão e por que não dizer de
“Escravidão”.

Claro que o que se vê no texto é que a mulher por causa de Eva deveria
sofrer por toda a existência humana. E, isso é uma atitude “desumana” e não
“humana”. Também nem podemos conceber essa ordenança oriunda da parte de
Deus porque Ele nunca desejou e não deseja o sofrimento humano. Na verdade, o
Homem sofre por causa de suas opções e pelo afastamento de Deus que a tudo
observa sem nada poder fazer porque Ele respeita a vontade e a decisão humana
de que não haja interferência divina na Humanidade.

Veja que multiplicar a dor na hora do parto é algo terrível. Assim, quem
divide doze doces de chocolate entre seis pessoas, o faz de forma que cada uma
fica com dois. Quem tira seis doces ou subtraia seis de doze doces também fica com
menos. Agora, se alguém soma seis doces com mais seis doces dobra o que tem.
Porém, multiplicar é algo que acrescenta muito mais. Observe que multiplicar seis
por seis gera trinta e seis que é diferente de seis mais seis.

Então, agora fica evidente a vontade do homem em se vingar da mulher no


decorrer dos séculos que se seguiram ao ponto que durante todos os séculos e até
hoje a mulher não é bem vista em várias atividades como no Sacerdócio.

Mas, agora que chegamos aqui e vimos o machismo atuante no desejo de


ver a mulher sofrer na hora do parto, aonde é possível ver a ação divina? Bem! Nos
textos em Português não é possível observar algo, mas no original é possível
compreender algo. No texto se observa a seguinte afirmação:

“ - Em dor darás a luz filhos!”. Entretanto, no original em Hebraico se vê o


seguinte: “ - Em esforço darás a luz filhos!”. Mas, qual a diferença na troca dessas
palavras?

É lógico entender que “dor” é sofrimento e “esforço” é uma ação humana.


Também não devemos ignorar que o esforço faz parte de nossa vida diariamente.
Nós nos esforçamos de várias formas, assim, quando nós andamos, corremos,
comemos e até em nossas idas ao banheiro fazemos força em nossas necessidades
físicas diárias.

Alguém pode ainda dizer que não entendeu o que estou afirmando. De fato,
Deus não deseja o sofrimento de ninguém e para mostrar isso e comprovar que o
texto em Português está errado é só observar um texto que já foi abordado nesse
livro. Veja novamente Gênesis 2.21: “Então o Senhor Deus fez cair um sono
pesado sobre o homem, e este adormeceu; tomou-lhe, então, uma das costelas, e
fechou a carne em seu lugar”.

Creio que agora foi possível observar a compreensão do que eu relatei


nesse tema. Veja bem! Se Deus pôs o homem para dormir ou o anestesiou de fato
para que ele não sentisse dor quando lhe fosse extraído uma costela para a feitura
da mulher, por que Ele agora faria com que a mulher sofresse?
Dessa forma, se Deus deu o exemplo com a anestesia que aplicou no homem
por que isso não seria feito em relação à mulher? Na verdade, hoje na hora do
parto a anestesia tem diminuído bastante a dor das mulheres na hora do parto
tradicional e menos ainda quando é feito a Cesariana. E, diferente do homem que
recebeu uma anestesia geral porque foi posto para dormir, no parto não se aplica a
anestesia geral porque é necessário que tanto a criança como a mãe façam esforço
para o nascimento.

Assim, como a dor do parto é considerada a pior das dores, multiplicá-la é


acusar formalmente a Deus de desumano, embora Ele não seja humano. É o mesmo
que acusar a Deus de não ter sensibilidade alguma. É o mesmo que afirmar que
Deus se utiliza e deseja aplicar a dor na mulher para o seu prazer e também para o
prazer do homem.

Mesmo com isso, ainda haverá homens e até mesmo religiosos que não
verão de bom grado que as mulheres não sintam dor na hora do parto porque elas
têm que pagar por causa do pecado que Eva cometeu ao fazer Adão cair em
desgraça. Entretanto, não devemos ignorar o fato de que a mulher ainda lutou
bastante até ceder e o homem não pensou duas vezes. Logo, ambos são culpados de
igual forma e não há um melhor do que o outro.
022 – O HOMEM COMO PÓ DAS ESTRELAS. [Gn.
3.19].

“Do suor do teu rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra,
porque dela foste tomado; porquanto és pó, e ao pó tornarás”.

O que veremos agora é o texto de Gênesis 3.19. E, nele logo no começo


observamos a ordenança de que o pão de cada dia é comido como resultado do
trabalho diário. Claro que na época não havia diversidade de profissões e assim se
vivia do pastoreio, da caça, da pesca, da agricultura e da coleta. Assim, pela
exposição ao Sol e pelo esforço físico era natural que as gotas de suor rolassem
pelo rosto como resultado.

Porém, com o tempo e com o surgimento de novas atividades o suor no rosto


já não é uma realidade que se vê nas mais variadas profissões existentes hoje. Isso
não quer dizer que as pessoas não soem, porque transpiram. Também é fato que a
maior parte das profissões hoje não exige que as pessoas trabalhem expostas ao
Sol. Por causa disso a realidade contextual é bem diferente daquela época até aos
dias atuais.

Um exemplo de profissão na qual a pessoa não soa, mas pode transpirar


dependendo do ambiente e da época do ano é o de Escritor, por exemplo. Claro que
há muitas outras em que não há exposição ao Sol porque as pessoas trabalham em
prédios e em locais que as protege da exposição aos raios do Sol, sem falar da
presença de ventiladores e aparelhos de ar condicionado.

Bem! Vamos voltar agora ao tema principal que é sobre a ordem natural de
todos os seres vivos no planeta que é a morte depois de ter vivido durante um curto
ou longo período de tempo. Mas, o que podemos entender com isso? Na verdade,
todos os seres vivos quando morrem são enterrados tradicionalmente. Já não é o
caso dos náufragos e os que pereceram em incêndios. Porém, de uma forma ou de
outra seus corpos foram integrados à presença física no planeta. Assim, não
devemos ignorar o fato de que os corpos dos náufragos foram devorados por seres
do mar e acabaram depois fazendo parte do leito do mar que é constituído por
terra.

Até mesmo os corpos das pessoas cremadas acabam tendo o pó atirado a


terra ou ao mar fazendo parte da superfície do planeta de alguma forma. Até
mesmo quem pereceu em incêndios e teve seu corpo carbonizado acabou se
integrando ao pós dos escombros e da superfície do planeta.

Depois de abordar o que foi mencionado voltemos agora ao assunto


principal desse tema. Entretanto, devemos voltar a muito tempo num passado
longínquo do Universo. De fato, vamos voltar ao início dele. A Ciência afirma com
base em pesquisas astronômicas e etc., que com o Big Bang o Universo surgiu. Isso
quer dizer que num dado momento tudo o que está contido no Universo estava num
local desconhecido e que de repente explodiu liberando energia por todas as
direções. Porém, não havia partículas de matéria sólida, apenas de energia e calor.

Com isso, depois de centenas de milhões de anos ou alguns bilhões de anos,


em vários pontos do espaço vazio do Universo, quantidades enormes de partículas
de gases começaram a se aglutinar até formarem as primeiras estrelas que eram
supergigantescas. Porém, essas primeiras superestrelas não duraram muito tempo
porque elas acabaram explodindo em colossais supernovas por todo o Universo
conhecido e liberaram mais partículas à sua volta.

Assim, mais alguns bilhões de anos se passaram até que outras estrelas
passaram a se originar das partículas e gases remanescentes das explosões das
primeiras estrelas. Esse foi o caso da nossa estrela chamada Sol. É nesse momento
que ao redor das estrelas que se espalham por todo o Universo as partículas e
gases que não foram aglutinadas às estrelas acabaram se aglutinando e formaram
corpos menores. Entretanto, esses corpos menores são encontrados alguns em
estado gasoso como Júpiter, Saturno, Urano e Netuno e outros em estado sólido
como a Terra, Vênus, Mercúrio e Marte. Também não devemos ignorar que a nossa
Lua que é um satélite natural de nosso planeta como dezenas de outras em nosso
Sistema Solar também são corpos sólidos.

Mas, e a nossa estrela chamada Sol? Ela é um corpo sólido ou gasoso? Claro
que ele é um corpo gasoso, porém, a diferença dele com os planetas gasosos de
nosso Sistema Planetário é que o Sol devido ao seu grande tamanho e força
gravitacional explodiu e se acendeu no Cosmos. E, foi isso o que não ocorreu com
os planetas gasosos em nosso Sistema que não têm corpo dimensional gigantesco
para provocar a combustão. Na verdade, o planeta gasoso Júpiter só não acendeu e
não se tornou uma estrela porque não alcançou um tamanho bem maior porque se
isso tivesse ocorrido nós viveríamos num Sistema Estelar Binário com duas
estrelas.

E, se isso tivesse ocorrido os satélites ou luas de Júpiter e Saturno poderiam


ter testemunhado a existência de vida semelhante ao que temos em nosso planeta.
E, assim, não teríamos vida apenas na Terra, mas em outros locais de nosso
Sistema Estelar. Dessa forma, em qualquer local que haja as mesmas condições
propicias para o surgimento da vida ela ocorrerá porque o Sistema Solar não detém
privilégio algum no Universo. Quem já leu algo sobre Astronomia deve ter lido
nalgum momento que tanto o planeta Vênus como Marte já tiveram uma atmosfera
semelhante a nossa no passado, e talvez até mesmo Oceanos, porém, por alguma
catástrofe cósmica, não se desenvolveram como no nosso planeta.

Chegamos agora ao surgimento da vida na superfície da Terra quando


surgiu o momento certo para isso. A Terra se esfriou, uma atmosfera antiga surgiu
e em seguida a água também surgiu. Tempos depois a vegetação e os primeiros
seres começaram a existir até chegarmos ao que somos hoje.

E, o que somos afinal de contas? Nós surgimos do pó da terra como afirma o


texto bíblico e um dia retornaremos a ela como pó. Entretanto, a Terra surgiu a
partir do pó que sobrou do Sol. E, o Sol se originou a partir da primeira
superestrela que explodiu numa supernova na localidade antes dele. Dessa forma
nós não somos outra coisa do que o próprio pó das estrelas.
023 – A CÓPULA COMO PROCESSO NATURAL NA
HUMANIDADE. [Gn. 4.1].

“Conheceu Adão a Eva, sua mulher; ela concebeu e, tendo dado à


luz a Caim, disse: Alcancei do Senhor um varão”.

Veremos agora no texto de Gênesis 4.1 algo que tem ocorrido desde o
início da Humanidade e que tem proporcionado a existência da Humanidade
durante centenas de séculos desde o surgimento do ser humano na face da Terra.
Claro que o que estamos abordando agora é a respeito do sexo como prática na
vida da Humanidade tanto na procriação bem como para o prazer do casal.

De fato, precisamos compreender que no momento em que Deus criou


macho e fêmea, homem e mulher Ele os dotou com órgãos diferenciados para que
pudessem interagir sexualmente tanto para terem descendência como para terem
prazer.

Caso Deus não quisesse que ambos sentissem prazer no ato sexual não
haveria nem mesmo descendência porque quem não está com vontade de se
alimentar, de trabalhar, de estudar, de passear e etc. não os fará. Da mesma forma
é o sexo no Casamento entre homem e mulher. Se o sexo fosse pecado na vida do
casal Deus não teria criado dois gêneros, mas apenas um só. Quem sabe um ser
humano hermafrodita que não precisaria se unir a outro ser para procriar!

De vez em quando recebemos informações pelos meios de comunicações a


respeito do que a prática do sexo constante faz na vida dos casais com vários tipos
de benefícios que vão do bem estar físico e também um bem estar emocional. Na
verdade, quando algo não está bem no relacionamento do casal este fica em risco
porque o sexo faz e deve fazer parte da vida em comunhão de um casal. Claro que
há exceções quanto a isso!
De fato, quando Deus criou o Homem à sua imagem e semelhança Ele dotou
a ambos com várias necessidades e o sexo é uma delas. Infelizmente no decorrer
dos séculos a sexualidade dentro do Casamento foi marcada de forma que
prejudicou muitos casais. E, ainda hoje isso acontece quando ele é visto apenas
para a procriação porque ele tem nalguns casos sido tratado como um pecado.

E, tudo isso por causa da ideia de que tendo Adão e Eva comido da maçã
praticaram o sexo. Assim, ficou no imaginário popular que o sexo é o tão
mencionado “Pecado Original”. Enfim, esse tema já foi abordado em relação ao
fruto que não era uma maçã, mas um fruto que não era doce e que não se sabe o
que era.

Mas, aonde queremos chegar com isso? Na verdade, no texto é mencionado


que Caim nasceu depois de ter sido concebido porque Adão conheceu a sua mulher
Eva. Entretanto, ainda muita gente hoje não compreende que o ato de “conhecer”
aqui não é o mesmo que passar a entender ou compreender a algum assunto a que
não se estava ainda familiarizado. Também não quer dizer que esse termo é usado
para uma pessoa que é apresentada para outra e a partir desse momento uma
pessoa conhece a outra.

Assim, no caso aqui o ato de “conhecer” é o que ocorreu entre o casal e


ocorre entre vários casais hoje que é a “cópula”, ou seja, o “sexo” entre um casal.

Talvez alguém mencione que está confuso quanto a isso. De fato, muita
gente ainda não se deu conta que em nosso léxico de palavras, temos muitas
palavras que são usadas com conteúdos diferenciados. Vejamos alguns exemplos:
Quem casa quer casa! Este carro é caro meu caro amigo! Não corra para o mato
que te mato! No alto do monte tem um monte de árvores! Não coma isso que você
fica em coma!

Com isso a palavra “conhecer” aqui é utilizada como a união que se dá


através da “cópula” ou “sexo” entre um casal. Dessa forma, o que o texto relata é
que Caim nasceu a partir da prática do sexo entre Adão e Eva e isso tem ocorrido
no decorrer dos séculos e tem proporcionado a continuidade da espécie humana na
Terra.

Vamos ver agora outro texto em que é mencionado a “cópula” ou “sexo”


entre casais e que se encontra no Evangelho de Mateus 1.23-25:

“Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, o qual será chamado
EMANUEL, que traduzido é: Deus conosco. E José, tendo despertado do sono, fez
como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu sua mulher; e não a conheceu
enquanto ela não deu à luz um filho; e pôs-lhe o nome de JESUS”.

Após ter lido fica bem evidente pelo próprio texto que Maria era virgem e
nunca tinha copulado ou praticado sexo antes do nascimento de Jesus, porém, após
o seu nascimento ela manteve uma vida sexual ativa com José. É o que o texto
mostra no versículo 25 quando José não copulou com ela enquanto Jesus não tinha
nascido.

Assim, como resultado da vida sexual ativa de José e Maria era natural que
fossem gerados filhos e filhas como menciona o texto do Evangelho de Mateus
13.55-56:

“Não é este o filho do carpinteiro? E não se chama sua mãe Maria, e seus
irmãos Tiago, José, Simão, e Judas? E não estão entre nós todas as suas irmãs?
Donde lhe vem, pois, tudo isto?”.

Com base nesse texto eu já li sobre uma interpretação que menciona que
quando José se uniu a Maria ele era viúvo e já tinha filhos e filhas, e assim, ela
viveu virgem ao seu lado. Claro que essa é uma interpretação ao qual eu não
comungo.

Na verdade, o que vemos nesse texto é a menção do nome de quatro dos


irmãos de Jesus por parte de Maria e não de José porque para ele José era o seu
pai de criação ou padrasto. No texto também é mencionado que José e Maria
tiveram várias filhas e devia ser em número maior do que os filhos homens pelo uso
da palavra “todas”. Com isso fica evidente que a “cópula” ou o “sexo” entre um
casal dentro do “Casamento” ou “Matrimônio” não é pecado. O problema está
antes dele e fora dele na visão bíblica e não na visão secular.

Claro que esses não são os únicos textos bíblicos que mencionam o termo
“conhecer” para o relacionamento sexual entre homem e mulher porque há outros.
Assim qualquer pessoa leiga que tiver acesso a um Dicionário ou a um Dicionário
Bíblico poderá ver não apenas isso como outras coisas importantes que podem abrir
muito a nossa visão.
024 – SEXO PARA PROCRIAÇÃO. [Gn. 4.1-2, 4.25].

“Conheceu Adão a Eva, sua mulher; ela concebeu e, tendo dado à


luz a Caim, disse: Alcancei do Senhor um varão. Tornou a dar à luz a
um filho-a seu irmão Abel. Abel foi pastor de ovelhas, e Caim foi
lavrador da terra”.

“Tornou Adão a conhecer sua mulher, e ela deu à luz um filho, a


quem pôs o nome de Sete; porque, disse ela, Deus me deu outro filho em
lugar de Abel; porquanto Caim o matou”.

O que vemos agora nesse texto de Gênesis 4.1-2, 25 é uma utilidade para a
vida sexual na época que era voltada para a procriação ou geração de uma
descendência. No caso desse texto em seus três versículos é o nascimento de Caim,
de Abel e de Sete. De fato, não podemos ignorar o fato de que o sexo era feito
apenas para procriação porque se não for prazeroso o casal não se relaciona.
Assim, a gravidez é o resultado da união do casal que se ama e que desejou
aumentar a família, porém, há exceções quando a gravidez que não foi planejada.

Ao voltarmos ao capítulo 1 de Gênesis 27-28 observamos uma ordenança de


Deus e que era justamente a procriação ou multiplicação de pessoas:

“Criou, pois, Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou;


homem e mulher os criou. Então Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai e
multiplicai-vos; enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre
as aves do céu e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra”.

Entretanto, ao lermos essa ordenança devemos compreender que foi para a


época porque para que houvesse uma Humanidade era necessária a multiplicação
de pessoas. Hoje, porém, a história é outra porque já beiramos os oito bilhões de
habitantes e não sabemos quantas pessoas a Terra suportará no futuro o que
poderá levar a grandes violências por causa da fome, seca, fome e etc.

Em relação à multiplicação que o casal devia cooperar, temos a


concretização da ordenança no capítulo 5.4: “E foram os dias de Adão, depois que
gerou a Sete, oitocentos anos; e gerou filhos e filhas”.

Isso quer dizer que o primeiro casal não teve apenas três filhos, mas
inúmeros filhos e filhas. Na verdade, o prazer que o sexo proporcionava ao casal
não impedia que eles o praticassem mesmo sabendo que de tempos em tempos a
família aumentava com novas gerações de crianças concebidas. E, se Deus ou a
Natureza não quisessem que o homem e a mulher não tivessem prazer no sexo eles
teriam sido criados sem as terminações nervosas em seus aparelhos genitais, e
assim, não sentiriam desejo de se relacionarem sexualmente. Logo, o sexo no
Matrimônio não é pecado, mas sim, fora e antes dele segundo a Visão Bíblica e não
segundo a Visão Secular.

Quando lemos o texto bíblico de Gênesis sobre a criação do Homem não


fica dúvida alguma de que quando Deus criou a Humanidade, Ele criou dois
gêneros, macho e fêmea, homem e mulher. Caso quem esteja lendo esse livro não
creia em Deus pode dar o crédito para a Natureza que também fez a espécie
humana com dois gêneros.

Mas, é claro que ao ter sido criado a espécie humana com dois gêneros não
foi apenas para a procriação. De fato, para que haja a procriação é necessário que
principalmente a mulher queira ter a criança já que ela é quem engravida e gera a
criança durante quase nove meses. No caso do homem ele coopera com seu sêmem.
Na verdade, para que haja sexo entre o casal é necessário que haja alguma
compensação que nada mais é do que o prazer.

Assim, se não fosse o prazer que o sexo proporciona nem o homem


procuraria a mulher e nem a mulher procuraria o homem. No caso aqui,
mencionamos o caso do marido e da esposa. Não é minha intenção nesse livro falar
do que ocorre a respeito do sexo antes e fora do Casamento, e sim do sexo dentro
dele. Por outro lado, quem não acredita em Deus e crê na Natureza, ela também foi
sábia em ter criado o homem e a mulher com desejos e o prazer no ato sexual.

Dessa forma, o sexo como uma prática é muito importante na relação


conjugal porque une o casal de várias formas. Não é apenas o companheirismo, a
amizade, a convivência, a confiança e etc. que mantém o casal unido, mas também o
sexo no qual ambos se realizam numa fusão não apenas carnal, mas também
emocional e psíquica. A própria Ciência afirma que o sexo proporciona saúde ao
casal, algo que Gênesis já descrevia a muito mais tempo quando Deus criou o
homem para a mulher e ela para ele.
025 – A BOA E A MÁ OFERTA. [Gn. 4.3-5].

“Ao cabo de dias trouxe Caim do fruto da terra uma oferta ao


Senhor. Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas, e da
sua gordura. Ora, atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta, mas
para Caim e para a sua oferta não atentou. Pelo que irou-se Caim
fortemente, e descaiu-lhe o semblante”.

O próximo texto que vamos abordar agora é o de Gênesis 4.3-5. E, nele


veremos algo relacionado à entrega de uma Oferta que pode ser de uma forma
positiva ou negativa. Isso quer dizer que nem toda Oferta é boa, mesmo que pareça
que seja boa.

Isso é o caso de se saber se uma nota de R$ 100,00 será aceita ou recusada


durante um Culto religioso. É claro que a princípio uma Oferta nesse valor jamais
será recusada. Entretanto, o problema reside quando o(a) Ofertante anuncia aos
presentes sobre a origem de tal Oferta.

Será que uma comunidade religiosa aceitaria receber uma Oferta de 15 mil
reais ao ouvir a(o) Ofertante dizer que esse valor foi resultado de furto ou desvio?
E, se o(a) Ofertante relatar que esse valor foi em decorrência de um roubo ou da
prostituição? E, quem vive de contrabando ou pirataria e relata a origem desse
valor, a Oferta será aceita?

Calma! Esse tema realmente é polêmico porque pode não ter sido tratado
ainda. Então, o que fazer? E, se uma pessoa que ganhou na Loteria, Mega-Sena,
Quina e etc. quiser ofertar? A Oferta será bem vinda? E, se a pessoa ganhou no
jogo do bicho? Também será aceita?

Na verdade, o que temos aqui é a famosa “dualidade” a respeito dos “prós”


e “contras”. Talvez seja por causa disso que Jesus disse o seguinte no Evangelho
de Mateus 6.2-4:

“Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como
fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos
homens. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa. Mas, quando tu
deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a direita; para que a tua
esmola fique em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará”.

Para que possamos prosseguir é interessante abordar aqui o seguinte. A


esmola que é tratada nesse texto não se trata do que conhecemos como esmola nos
dias atuais. Naquela época se tratava de uma “Oferta”. Hoje não passa de
“moedas” de baixo valor que não compram ou quase nada, a não ser que sejam
várias delas. É o que o texto menciona porque várias pessoas queriam
praticamente aparecerem ou serem reconhecidas pelas multidões durante os Cultos
e chamavam a atenção para si para que todos pudessem saber que elas estavam
levando as suas Ofertas, e claro que uma “boa Oferta”.

Hoje, quem tem acesso aos valores dos dízimos e ofertas são os(as)
tesoureiros(as) que sabem os respectivos valores que são trazidos. De certa forma,
surgiram o que nós conhecemos como “donos de igrejas” que são pessoas que
sentem que devem ser ouvidas e obedecidas porque algum familiar ou ascendente
começou a igreja local no qual são membros agora. Por isso que Jesus afirmou que
os(as) cristãos(ãs) de fato e não os de fachada que devem trazer suas Ofertas em
secreto para não buscarem honrarias para si.

Entretanto, a partir desse texto alguém que tenha conseguido recursos


financeiros de forma ilícita como as que já foram abordadas como exemplo, pode
até trazer sua Oferta ao Altar e depositar no Gazofilácio sem testemunhar como
ela a conseguiu. Com isso, essa pessoa fica bem vista pelas pessoas que
compartilham da mesma fé. Porém, como o texto alerta quem traz a sua Oferta
será devidamente recompensado ou não! Isso porque mesmo que as pessoas não
saibam a origem do recurso financeiro Deus sabe muito bem porque Ele é
“Onisciente”.
Agora chegamos ao caso da “má Oferta”. Mas antes, vamos ver outro caso
que fala de uma má Oferta, e que se encontra em Atos 5.1-4:

“Mas um certo homem chamado Ananias, com Safira, sua mulher, vendeu
uma propriedade, e reteve parte do preço, sabendo-o também sua mulher; e levando
a outra parte, a depositou aos pés dos apóstolos. Disse então Pedro: Ananias, por
que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e
retivesses parte do preço do terreno? Enquanto o possuías, não era teu? E vendido,
não estava o preço em teu poder? Como, pois, formaste este desígnio em teu
coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus”.

Observe bem que Ananias a princípio teve um bom coração porque sendo
rico quis trazer uma Oferta generosa para que os Apóstolos pudessem utilizá-la da
melhor forma possível. Dessa forma ele vendeu uma de outras que ele tinha para
ajudar os Apóstolos. Porém, com tanto dinheiro na mão sua consciência o
convenceu a não entregar todo o valor e só entregar parte dela.

E, é exatamente isso que podemos observar na advertência que Pedro fez a


Ananias. Ele praticamente disse que ninguém havia pedido que ele vendesse uma
propriedade que tinha e trouxesse o valor até eles. Assim, ele podia muito bem ter
conservado metade do valor, 60%, 80% e até mesmo 90% do valor que não haveria
problema algum. Entretanto o problema consiste na “segunda intenção” que está
por trás do ato.

Na verdade, Ananias quis se mostrar aos presentes afirmando que havia


vendido por tanto uma propriedade que tinha e agora trazia como Oferta ao
Senhor. Claro que todas as pessoas presentes ficaram surpresas e gratas por tal
generosidade. Mas, em seguida, Deus avisou a Pedro que isso era mentira e o
negócio acabou descoberto. É o que relata o versículo final em que todos nós temos
condições de enganar as pessoas, porém a Deus ninguém engana. E, como pena ele
e sua esposa que se tornara sua conivente nessa mentira pagaram caro por isso.

Agora, quando se fala em interpretações alguém pode até afirmar que


Pedro ficou sabendo desse negócio por terceiros que ficaram sabendo do negócio
que Ananias havia feito e o dedurou para se vingar dele ou para mostrar à
comunidade que ele não tinha um coração tão generoso assim. Entretanto, eu
também não aceito essa interpretação porque cada pessoa tem o direito de
acreditar no que quiser.

Voltemos agora ao texto pra observar que o preço foi caro porque Ananias
ficou sem o valor da Oferta e sem todas as riquezas que possuía porque morreu.
Ele quis praticamente ficar com 60% e a perdeu com os 40% e tudo mais que
possuía.

Isso me lembra de uma história em que um cachorrinho que passava junto à


borda de um rio viu seu próprio reflexo na água e pensou que era de outro
cachorrinho carregando um apetitoso pedaço de bife que havia ganhado de uma
pessoa amorosa em relação aos animais. Em seguida ele pensou que se tomasse o
outro bife desse cachorrinho que era ele mesmo ele ficaria com dois pedaços.
Entretanto, quando ele pulou em seu reflexo na água perdeu seu bife. Moral da
história: Ele ficou sem seu próprio bife. Isso foi o que aconteceu com Ananias.

Voltemos agora para Caim e a sua Oferta. Como o texto menciona, Deus
aceitou a Oferta de Abel e rejeitou a de Caim. Na época Abel cuidava dos animais
do rebanho e Caim da agricultura rudimentar de sua época. Deus aceitou a Oferta
de Abel porque antes de trazer os melhores animais de seu rebanho ele havia
proposto isso em seu coração e Deus aceitou isso. Porém, Caim sabendo que Deus
era espírito e não se alimentava de matéria e sabendo que Deus aceitaria de bom
grado, mas que não comeria dos produtos da terra resolveu em seu coração trazer
a Deus o que ele mesmo não aproveitaria como produtos murchos, bichados, fora
de época, pequenos, azedos e etc.

A esperteza de Caim o fez criar uma estratégia para enganar a Deus. Essa
foi a intenção em trazer esses produtos a Deus. Foi essa segunda intenção que
levou Deus a se entristecer com ele e a consequente pena que ele mesmo buscou
para si. Não vamos precisar ler todo o texto para saber o que aconteceu com Caim
depois.
Assim, os dois irmãos resolveram trazer uma Oferta ao Senhor Deus.
Entretanto, o que marcou foi a segunda intenção que estava no coração de cada um
deles. A de Abel foi aceita e a de Caim foi rejeitada porque Deus conhece as nossas
mentes. Nisso conhecemos a “boa Oferta” e a “má Oferta” e as consequências em
seu uso.

Dessa forma, a “má Oferta” que é aceita numa comunidade religiosa e não
se sabe a procedência, é abençoada, porém, quem a trouxe condena-se a si mesmo
porque sabe a procedência. Também não vamos ignorar o fato de que a comunidade
poderá sofrer sem saber de onde se originou tais Ofertas. Por isso, tomemos muito
cuidado quando depositarmos no Gazofilácio o produto e tamanho da nossa fé.
026 – O HOMICÍDIO SE TORNA UMA REALIDADE.
[Gn. 4.14].

“Eis que hoje me lanças da face da terra; também da tua presença


ficarei escondido; serei fugitivo e vagabundo na terra; e qualquer que
me encontrar matar-me-á”.

O próximo texto que iremos abordar é o de Gênesis 4.14. Ele trata da


questão do Homicídio como uma realidade presente desde aquela época até os dias
atuais. Após ter lido esse texto muitas pessoas ficam confusas com a afirmação
feita por Caim de que ele viveria uma vida nômade e improdutiva de forma que
qualquer pessoa que o encontrasse o mataria.

E é justamente essa afirmação que deixa muita gente confusa porque se ele
fosse assassinado uma vez ele não poderia ressuscitar para ser morto novamente e
assim por diante. Com isso, quantas vezes ele poderia ser morto e voltar à vida?
Essa é a pergunta que não quer calar. Caim de fato podia ser morto várias vezes e
depois voltar à vida? E, se ele podia por que então Abel não voltou à vida depois de
ter sido morto por Caim?

Por causa disso é necessário entender o que Caim quis dizer de fato. Essa é
uma afirmação que ilustra muito bem a ideia de pessoas que cometiam homicídios
na época e não deixa de ser uma realidade no decorrer dos séculos até os dias
atuais. Na verdade, as pessoas que cometem homicídios fogem para não serem
presas e por causa disso começam a viver uma vida nômade por causa de suas
fugas constantes e também improdutivas porque se começarem a trabalhar em
empresas elas podem ser presas por causa das fichas na polícia.

Assim, essas pessoas ficam andando de bairro em bairro, de cidade em


cidade, de Estado em Estado e também de país em país. E, por causa disso, muitas
delas acabam comprando documentos falsos para se manterem livres.

Mas, o que tem a ver a afirmação de Caim com essa realidade? De fato, o
que ele quis dizer é que ele não seria o primeiro homem a matar seu semelhante e
que todo aquele que cometesse assassinato viveria uma vida nômade e de fuga até
que fosse encontrado por algum justiceiro ou guarda e fosse morto.

O que se observa é aquela velha situação de que para se restabelecer a


justiça naquela época o assassino tinha que ser morto. É o que é feito em alguns
países do mundo até hoje como pena capital.

Por causa disso é possível observar na afirmação de Caim que a partir dele
o homicídio se tornaria uma realidade presente na História da Humanidade e que
todas as pessoas que o praticassem viveriam como ele numa vida de fuga e
improdutividade.

Agora, podemos também observar algo saudável na afirmação de Caim. O


que ele disse seria um alerta para todas as pessoas que não viessem a se conter e
matassem alguém. Elas sofreriam as mesmas coisas que ele começava a passar.

Isso quer dizer que na época em que Caim matou Abel não havia apenas
Adão, Eva, Caim e Abel. Já havia um grande povo que havia se espalhado pela
localidade para viverem da agricultura rudimentar, do pastoreio, da coleta e da
pesca e por causa disso era necessário que elas não ficassem todas juntas ou
amontoadas porque a terra não seria suficiente para o sustento de todas elas.

E, se engana quem pensa que após a morte de Caim, o filho chamado Set
nasceria para substituir Abel que tinha sido morto. Não devemos ignorar o fato de
que o Gênesis é um resumo bem resumido de tudo o que aconteceu numa época em
que não havia nem mesmo a invenção da Escrita e as pessoas narravam os fatos
através da Tradição Oral para que os eventos não fossem esquecidos pelos
corredores do tempo.
É por causa disso que quando Caim foge pela região ele acaba chegando
numa localidade e se uni a uma mulher que podia ser sua irmã, ou sobrinha ou uma
prima. Claro que não dá para precisar. Também não devemos ignorar que os filhos e
filhas de Adão e Eva se uniram entre si porque não havia descendência de outro
casal para formarem novas famílias já que Deus só havia criado um casal.

E, se Ele tivesse criado duas mulheres para Adão os filhos e filhas se


uniriam aos(às) meios-irmãos(ãs). De fato, essa é a explicação bíblica porque a
explicação secular segue noutra direção e não podemos ignorar esse fato.

Em seguida à advertência de Caim podemos observar que a sua “profecia”


se cumpriu num de seus descendentes chamado de Enoque, como atesta o texto de
Gênesis 4.23: “Disse Lameque a suas mulheres: Ada e Zila, ouvi a minha voz;
escutai, mulheres de Lameque, as minhas palavras; pois matei um homem por me
ferir, e um mancebo por me pisar”.

E, não para por aí porque Enoque se viu ainda melhor que o seu ancestral
na afirmação do que veio a fazer como assassino e que consta no texto de Gênesis
4.24: “Se Caim há de ser vingado sete vezes, com certeza Lameque o será setenta e
sete vezes”.

Com isso fica claro o que Caim falou sobre ser morto várias vezes e que
acabou ecoando em sua descendência até chegar aos ouvidos de seu descendente
Enoque. E, é praticamente isso o que tem ocorrido na vida da Humanidade desde os
seus primórdios e que continua hoje e será uma realidade nos anos e séculos que
virão porque o Homem é assim. Há muita luta pelo poder e para isso vítimas vão
tombando por toda a parte. E, por causa da Política de Injustiças Sociais mais
vítimas vão tombando pelo caminho por todo o planeta. E, dessa forma, de pessoa
concreta Caim se tornou em realidade mortal em toda a parte no decorrer dos
séculos com inúmeros nomes e nacionalidades.

E, caso queiramos encontrar mais exemplos na Bíblia sobre essa realidade


basta observar o caso do rei Davi no texto de II Samuel 11.14-18:
“Pela manhã Davi escreveu uma carta a Joabe, e mandou-lha por mão de
Urias. Escreveu na carta: Ponde Urias na frente onde for mais renhida a peleja, e
retirai-vos dele, para que seja ferido e morra. Enquanto Joabe sitiava a cidade, pôs
Urias no lugar onde sabia que havia homens valentes. Quando os homens da cidade
saíram e pelejaram contra Joabe, caíram alguns do povo, isto é, dos servos de Davi;
morreu também Urias, o heteu. Então Joabe mandou dizer a Davi tudo o que
sucedera na peleja”.

Aqui fica evidente não um homicídio feito, mas um homicídio encomendado


pelo rei Davi porque ele engravidara a Bate-Seba, mulher de Urias, e havia tentado
se livrar dessa culpa tentando fazer com que ele dormisse com sua mulher. E, como
não tinha conseguido ordenou a um de seus comandantes que cooperasse na morte
de Urias. Claro que não foi Davi que matou fisicamente a Urias, porém, ele se
utilizou da espada do exército inimigo para fazê-lo sem que ele soubesse que seria
um instrumento contra um dos servos de Davi.

Por isso que a Bíblia pode ser mencionada como “Palavra de Deus” porque
ela não esconde os fatos. Ela tanto fala das qualidades das pessoas como também
revela seu lado pecaminoso, e nisso o grande rei Davi não foi poupado porque ele
foi conivente na morte de Urias e preparou praticamente o “tapete dele” como se
diz hoje em dia.
027 – O SINAL DE CAIM. [Gn. 4.15].

“O Senhor, porém, lhe disse: Portanto quem matar a Caim, sete


vezes sobre ele cairá a vingança. E pôs o Senhor um sinal em Caim, para
que não o ferisse quem quer que o encontrasse”.

Ao lermos esse texto de Gênesis 4.15 ficamos confusos a respeito de seu


significado porque nele são tratados dois assuntos. O primeiro é sobre quem
matasse a Caim sofreria sete vezes um período de vingança e o segundo menciona
que Deus colocou um sinal ou marca em Caim para que quem o visse não o ferisse.
Assim, o que essas duas menções querem nos dizer?

Nesse versículo a primeira coisa que nos chama a atenção é sobre o tanto de
vezes que recairia sobre o agressor o seu ato de vingança que cita o número 7.
Claro que não devemos ignorar o fato de que o número 7 simboliza a manifestação
perfeita de Deus porque foi no sétimo dia que Ele descansou. Dessa forma, o
número 7 representa a Deus. Assim, o uso do número significa que o fato de alguém
matar Caim recairia sobre o agressor o mesmo peso multiplicado por sete, e que de
certa forma teria o apoio divino.

Com isso podemos interpretar de certa forma que quem se vingasse de


Caim sofreria uma pena de sete vezes. Isso não quer dizer que sete membros de
sua família teriam que pagar com a sua própria vida ou sofrerem os mesmos danos
cometidos.

Por isso, o número 7 podia representar um período de tempo em que o


agressor seria penalizado de alguma forma como um tempo trabalhando como
escravo ou um tempo numa prisão sem contato com outras pessoas. Também
poderia ser um tanto de algum tipo de tortura como chicotadas. É difícil precisar o
que poderia ser esse tipo de numeração em relação à vingança sobre a morte de
Caim.
O fato que confunde bastante o nosso entendimento é saber que quem
encontrasse a Caim e o matasse sofreria sete vezes a pena. Ora! Se Caim fosse
morto e o agressor deveria sofrer a pena, ele ressuscitaria para depois ser morto
novamente por outra pessoa que também sofreria a pena? Como é isso? Quantas
vezes Caim poderiam ser mortas e ressuscitar?

Na verdade, o que está acontecendo aqui e que confunde bastante é a forma


literal de lermos esse texto. Assim, devemos entender que quem quisesse se vingar
de um agressor e matá-lo deveria sofrer uma pena. E, por isso, Caim é usado como
exemplo porque tendo ele morrido ou sido vítima de homicídio ele não voltaria a
viver, porém, todas as pessoas que matassem alguém seriam vistas ou chamadas de
Caim em memória à sua atitude por terem matado seu irmão.

Com isso, qualquer pessoa que viesse a matar alguém seria tida como
discípula de Caim por ter aprendido o homicídio. Dessa forma, como agressor Caim
sofreria por causa da vida de fuga e improdutiva e quem o perseguisse e o matasse
ficaria com suas mãos manchadas de sangue e daria o direito à outra pessoa de se
vingar de Caim matando-o. Vemos aí um circulo vicioso no qual sempre alguém vai
querer se vingar de outro. Então, a melhor forma para se evitar isso era a partir de
uma pena que não levasse à morte para que alguém não reagisse para se vingar.

Aí sim vemos que a menção das sete vezes como consequência pela morte
de alguém traria uma vingança tal para evitar homicídios. E, o mesmo ocorre hoje
quando há homicídios e a vingança é o tanto de anos que os(as) agressores(as)
recebem como pena. Por isso, as pessoas foram advertidas a não se vingarem de
agressores que levaram à morte alguém porque geraria uma onde de justiceiros
sem limites, no qual alguém vingaria outro alguém que se vingaria de outro alguém
de forma que um Caim mataria um Caim que matou outro Caim. E, pela lógica, o
Caim que foi morto era descente de Caim e quem matou esse descendente se fez
também em Caim. Na verdade, Caim ressuscitaria e sempre tem ressuscitado em
toda a pessoa que comete o homicídio. Por isso que essa afirmação de Caim não
deixa de ser uma profecia que tem ocorrido desde aquela época.

Assim, toda pessoa que comete o homicídio é penalizada com anos de prisão
que representa de uma forma contextualizada nas sete vezes com que haverá a tal
vingança.

Em seguida, sobre o sinal de Caim que Deus colocou nele também pode
confundir um pouco porque para algumas pessoas isso pode ser interpretado como
um sinal de tatuagem ou a marca de alguma cicatriz para que todas as pessoas
soubessem que ele era um homicida e assim todas as pessoas deviam se manter
longe dele.

Porém, esse sinal nada mais é do que o caráter ou a personalidade de Caim.


Assim que ele saiu de sua terra por ter matado o irmão ele foi habitar noutra
localidade e acabou gerando uma tribo a partir do nascimento de filhos e filhas que
ele foi tendo com sua mulher. E, como ele havia matado seu irmão, sua família
acabou aprendendo de seu caráter e foi se tornando um grupo ou povo vingativo
que se fazia temer pela localidade porque poderia matar sem qualquer problema.

Dessa forma, Caim não recebeu um sinal ou cicatriz no corpo feito por
Deus, mas seu grupo ou tribo ficou marcado porque os membros de seu clã
passaram a ser vistos como pertencentes a uma tribo perigosa que matava sem
pensar duas vezes. Esse é o caso de Lameque, seu descendente.

Parece que não, mas isso é algo atual porque sempre alguém comenta com
as pessoas sobre as pessoas, sobre grupos e até mesmo sobe locais que devem ser
evitados por causa das pessoas que os habitam e frequentam. Com isso, Caim
passou a dotar sua tribo com atitudes de vingança e que não pensavam duas vezes
antes de reagir a qualquer coisa ou situação que se lhes apresentasse. Por causa
disso, as tribos ao redor foram advertidas a evitarem qualquer contato com a tribo
de Caim porque não havia o que ser feito.

Aqui no Brasil mesmo quando ele passou a ser colonizado os portugueses


perceberam que os índios da costa brasileira e do interior tinham inimizades entre
si e várias guerras já haviam sido travadas e muitos já haviam morrido. Isso pode
mostrar um tipo de sinal no qual os índios costeiros e os índios interioranos não se
entendiam e viviam em combates. No caso de Caim, mesmo que ele tenha passado
a viver do Nomadismo ele começou um clã que por causa de suas atitudes os demais
clãs deveriam evitá-lo a qualquer custo.

E, assim, para que isso fosse explicado foi necessária a explicação de que
Deus havia colocado em Caim um sinal para que ninguém sendo ofendido viesse
buscar satisfação ou se vingar porque tanto Caim como seu clã se tornou um clã
vingativo e perigoso que não pensava sobre se era errado ou não praticar o
homicídio.

O que podemos aprender com isso é que a vingança gera mais vingança e
não traz nada de novidade de vida porque ela atenta contra a vida humana. Assim,
um aperto de mão e um abraço geram amizade e evita o aprendizado de artes
marciais para se defender com gestos de agressões físicas contra seu próximo. Ao
chegar aqui ficou mais fácil para muitas pessoas compreender o que foi o sinal que
Caim e seus descendentes obtiveram e o que passou a representar o número 7
como vingança ou pena imposta ao agressor.

Agora, vamos voltar ao texto de Gênesis 4.24: “Se Caim há de ser vingado
sete vezes, com certeza Lameque o será setenta e sete vezes”. O que temos aqui é
que Enoque, descendente de Caim quis superar seu ancestral tanto em número de
homicídios como na vingança se ele fosse morto. Ele matou dois homens dobrando
assim o feito de Caim e multiplicou a vingança sobre si também ao não ficar apenas
nos 7 de Caim e elevar seu número para 77.

Mas, o que isso pode significar? Claro que uma explicação para isso é um
pouco difícil de ser encontrada, porém, é só usar da lógica para tentar entender
isso. Se alguém cometesse um homicídio contra uma pessoa sofreria tal pena tida
como vingança pelo ato, porém, se alguém cometesse mais de um homicídio a pena
seria multiplicada ainda mais. E, é exatamente isso que ocorre hoje quando alguém
comete faltas e crimes no qual as penas vão aumentando em proporção.

Vemos assim, de Caim para Enoque uma transição que devido aos números
de homicídios as penas foram sendo multiplicadas para proporcionarem a
intimidação necessária para se evitar esse mal social na época.
028 – O INÍCIO DA BIGAMIA. [Gn. 4.19].

“Lameque tomou para si duas mulheres: o nome duma era Ada, e


o nome da outra Zila”.

Esse é o texto de Gênesis 4.19 que menciona o primeiro caso de Bigamia


praticado por Lameque que tomou para si duas mulheres. Porém, antes de
continuar o tema vamos saber algo sobre Lameque. Pelo que pode ser observado
no texto de Gênesis 4.17-18, Lameque foi descendente de Caim:

“Conheceu Caim a sua mulher, a qual concebeu, e deu à luz a Enoque.


Caim edificou uma cidade, e lhe deu o nome do filho, Enoque. A Enoque nasceu
Irade, e Irade gerou a Meüjael, e Meüjael gerou a Metusael, e Metusael gerou a
Lameque”.

E, como descendente de Caim ele acabou herdando de seus pais e ancestrais


o caráter e atitudes deles. Entretanto é Lameque quem é citado como ter tomado
para si duas mulheres e por isso ele é considerado o primeiro bígamo.

Mas, o que é Bigamia? É o que algumas pessoas podem indagar! De fato,


Bigamia é o oposto de Monogamia que significa a união de um homem com uma
mulher e vice-versa. Assim, a Bigamia é a união de um homem com duas mulheres e
vice-versa. Mas, isso é correto?

Na visão Adâmica o que passa da Monogamia é errado. Vejamos novamente


esse texto que se encontra em Gênesis 2.24: “Portanto deixará o homem a seu pai
e a sua mãe, e unir-se-á à sua mulher, e serão uma só carne”.

Logo, o que temos aqui é a visão Adâmica na qual um Matrimônio ou


Casamento se dá entre um homem e uma mulher. O que passa disso deixa de ser
Matrimônio e Casamento. Na verdade, isso é polêmico por causa das mudanças
sociais que temos presenciado atualmente.

De fato, o que temos presenciado pelos meios de comunicações e também


próximo a nós é a união entre homens e mulheres homoafetivos que têm conseguido
vários direitos assegurados como também é assegurado aos homens e mulheres
heteros. Entretanto, o Matrimônio ou Casamento bíblico só se dá entre um homem
e uma mulher, mas no mundo secular ou na visão laica essa união é tida como
Matrimônio ou Casamento. Por isso que tem havido tantos conflitos a esse
respeito.

Ao chegarmos aqui alguém pode questionar o fato de haver outros casos de


Bigamia e até uniões que fogem à Monogamia, e o que dizer a respeito disso?

É verdade que os textos bíblicos não escondem fatos que já conhecemos


bem. É o caso de Abrão que teve duas mulheres: Sarai (livre) e Agar (serva), de
Jacó que teve quatro mulheres: Leia e Raquel (livres), Zilpa e Bila (concubinas), de
Davi que teve oito mulheres: Mical, Ainoã, Abigail, Eglá, Hagite, Abitai, Maaca e
Bate-Seba mulheres e do rei Salomão que teve mil mulheres (700 princesas e 300
concubinas).

Quer dizer que isso foi permitido por Deus? Na verdade, não temos um
texto em que haja uma afirmação de Deus a esse respeito, e por isso, o texto
Adâmico reflete o que Adão sentiu de Deus, no qual a união devia ocorrer entre um
homem e uma mulher porque isso geraria uma fusão de carnes. Logo, a fusão de
várias outras carnes acaba gerando confusão de carnes além de enfermidades como
têm ocorrido desde aquela época até os dias atuais.

E, depois do que pudemos observar até aqui alguém pode questionar a


Monogamia em situações variadas. Se divorciar (estando casado) ou se separar
(estando ajuntado) e se envolver com outra pessoa foge à prática da Monogamia?
Bem! Monogamia é a união entre um homem e uma mulher durante toda a
vida sem que haja um envolvimento que gere um triângulo. De fato, Monogamia se
faz com a união de um ser do gênero masculino com um ser do gênero feminino
formando uma unidade.

Em relação ao Divórcio ele é a prática de se regulamentar a divisão ou o fim


da Monogamia no Matrimônio e caso haja novamente outro Casamento entre um
casal de gêneros opostos isso sinaliza a Monogamia. Logo, a Monogamia é uma
prática regulamentada que se dá entre um homem e uma mulher no Casamento.
Mas, claro que as Escrituras condenam o Divórcio, porém, há casos e casos que
acabam sendo revistos em nosso contexto atual.

Não podemos obrigar e condenar a um casal ficar junto se não há mais


condições para isso como a agressão e violência doméstica que tanto se vê hoje em
dia. Assim, não podemos condenar pessoas porque fizeram uma péssima escolha a
ponto de obrigá-las a se destruírem num relacionamento falido.

Já em relação à Separação é quando um casal não tendo regulamentado a


sua situação no Cartório passa a viver junto, têm filhos, adquire um lar e vive como
se estivesse casado. Em relação a isso o que se observa é vários casais que se
ajuntaram e vivem bem durante muitos anos e também por toda a vida. E, por
outro lado há casais que casam e se separam e casam de novo e se separam e não
conseguem viver bem o relacionamento a dois.

Por causa disso, é muito polêmico trabalhar esse tema porque a orientação
bíblica é que não haja Divórcio, apenas em caso de Adultério. Porém, o que mais
separa os casais hoje é a violência doméstica, a dependência química e a ilusão que
não permite o uso da Razão até que seja tarde demais.

Dessa forma, quem somos nós para condenarmos homens e mulheres que
após o Divórcio querem começar uma nova a vida a dois de forma digna e correta?
Vamos condená-las e impedir-lhes o acesso ao arrependimento e a Deus? De fato,
por desconhecimento muita gente não sabe o que ocorria com o Divórcio na época.
As mulheres acabavam desamparadas e nada recebiam e as que voltavam para
seus pais voltavam sem nada e desonradas perante a Sociedade. Em relação aos
homens nada lhes aconteciam demonstrando assim um tipo de machismo consentido
pela Sociedade na época.
029 – O NASCIMENTO DA MÚSICA. [Gn. 4.21].

“O nome do seu irmão era Jubal; este foi o pai de todos os que
tocam harpa e flauta”.

É no texto de Gênesis 4.21 que vamos observar o nascimento da Arte


Musical com um dos descendentes de Caim. Assim, o que temos aqui é que Jubal se
tornou uma pessoa muito sensível e começou a descobrir uma nova forma de se
expressar e de tocar o coração humano. Ele praticamente descobrira a arte da
música. E, como os pais na época passavam o seu ofício para seus filhos, ele se
tornou o pai de todos os instrumentistas musicais como o texto relata.

Claro que se estudarmos a História da Música poderemos observar algo


interessante a respeito do nascimento do Canto e da Melodia extraída a partir da
criação de instrumentos musicais. E, quando que isso ocorreu?

Essa é uma pergunta muito difícil de responder porque não é possível


precisar uma data, apenas que surgiu na aurora do começo da civilização humana.
Pelo que se sabe a Melodia pode ter surgido a partir da marcação de ritmo com
algum tipo de batida de elementos que podiam ser paus e pedras. Em relação a
instrumentos de sopro podem ter surgido a partir de algum elemento após ter sido
soprado. E, com o tempo o Homem começou a aperfeiçoar outros elementos e
obter sons mais aprimorados.

Em seguida, os instrumentos de cordas também podem ter surgido


rusticamente quando se descobriu que algum fio vegetal ou de coro encostado a um
elemento oco originava som musical. Assim, nasciam rusticamente os primeiros
instrumentos de percussão, sopro e de cordas. Entretanto, ao mesmo tempo em que
surgiam os primeiros instrumentos musicais o Homem antes disso ou ao mesmo
tempo pode ter descoberto a arte de canto e dessa forma nascia a Poesia com
temas variados.
Assim, o tempo foi passando e instrumentos mais aprimorados foram sendo
criados até que chegamos aos primeiros corais, bandas, orquestras e etc. E, hoje já
não precisamos mais de músicos e instrumentos porque com um ótimo programa de
computador se faz excelentes faixas musicais como observamos num Karaokê.

Sem saber, quem sabe por acaso ou acidental o Homem havia descoberto a
Melodia e o Canto que se tornou a forma mais sedutora de arrebanhar os corações
das pessoas com seus inúmeros estilos musicais e conteúdos que exprimem tudo o
que possa imaginar na mente humana desde mensagens com conteúdo a mensagens
agressivas.

É interessante observar que a Melodia e o Canto fazem parte da Bíblia. É o


caso dos 150 Salmos que temos. Entretanto, fora esses Salmos há inúmeros outros
textos na Bíblia que são cânticos e que passam despercebidos. Também não
devemos ignorar o ministério dos Levitas no Antigo Testamento demonstrando que
a música veio para ficar.

E, se engana quem pensa que Jesus não cantava porque o Evangelho de


Mateus 26.30 demonstra que essa foi uma vez em que Ele cantou, porém, os demais
textos em suas respectivas confecções não relataram outras oportunidades em que
Ele cantou. Vejamos o texto: “E tendo cantado um hino, saíram para o Monte das
Oliveiras”.

Um livro interessante de se ler é o Apocalipse porque ele tem alguns Hinos


interessantes, mas essa é outra história para ser contada. Agora, antes de terminar
esse tema é curioso observar o do porquê os anjos de Deus não ensinaram o
Homem a desenvolver instrumentos musicais e o Canto naquela época, e que com o
passar do tempo passamos a observar nos textos bíblicos a presença de seres
celestiais entoando louvor a Deus. Essa é uma pergunta que não quer se calar e é
outra história para ser contada.
030 – VIOLÊNCIA DESCONTROLADA. [Gn. 4.23-24].

“Disse Lameque a suas mulheres: Ada e Zila, ouvi a minha voz;


escutai, mulheres de Lameque, as minhas palavras; pois matei um
homem por me ferir, e um mancebo por me pisar. Se Caim há de ser
vingado sete vezes, com certeza Lameque o será setenta e sete vezes”.

Esse é o texto de Gênesis 4.23-24 que lemos outra vez e que relata sobre a
violência que começara com um ancestral de Lameque chamado Caim e que agora
era uma realidade. Assim, o que podemos observar é a violência que estava se
descontrolando na Humanidade porque as pessoas passaram a usar da violência que
estava gerando a morte.

Ao avançarmos um pouco no livro de Gênesis poderemos observar que a


atitude inicial de Caim trouxe sérias consequências para a Humanidade. Dessa
forma, é interessante observarmos o texto que se encontra no capítulo 6.5: “Viu o
Senhor que era grande a maldade do homem na terra, e que toda a imaginação dos
pensamentos de seu coração era má continuamente”. E, no mesmo capítulo,
versículo 11 nós temos: “A terra, porém, estava corrompida diante de Deus, e cheia
de violência”.

Claro que os dois versículos mencionam o evento relacionado ao Dilúvio que


poria fim à violência que contaminara as pessoas na época de Noé. Porém, mesmo
que Noé tivesse sido salvo com sua esposa, seus três filhos e três noras, a violência
acabou surgindo novamente a partir dos sobreviventes do Dilúvio. Isso demonstra
que a presença da violência na Humanidade se tornou uma triste realidade desde
aquela época.

Assim, se voltarmos no tempo na aurora da Humanidade os primeiros seres


humanos acabaram travando os primeiros combates mortais com paus e pedras
para defenderem seus grupos de ataques de animais selvagens e também de outras
tribos por causa de espaços para caçar, pescar, coletar, plantar e etc. Tempos
depois, o Homem descobriu que podia usar tribos vencidas em combates como
escravos. E, dessa forma, as tribos inimigas não eram mais dizimadas, mas
escravizadas.

A violência também se tornara realidade quando as pessoas passaram a


invadir áreas não reconhecendo propriedades e limites e resolveram fazer justiça
com as próprias mãos. Com o tempo, furtos e roubos também acabaram por
tornarem a violência numa realidade muito mais constante. Tempos depois, as
pessoas começaram a usar da violência para se vingar de outras pessoas
demonstrando a falta de amor ao próximo.

Hoje não é diferente porque a violência está cada vez pior na face da Terra.
Há violência no lar, na Escola, no trânsito e etc. Há violência religiosa com a
intolerância com as pessoas que pensam de forma diferente. De fato, várias
guerras como as Mundiais mostraram o poder da violência que afligiu e tem afligido
a Humanidade a cada momento.

E, em meio a tudo isso o aperto de mãos, abraços e beijos foram deixados


de lado e a arte da guerra tem recebido cada vez mais investimentos e
simpatizantes. Nas Escrituras Sagradas se observam vários eventos que mostram o
uso da violência como falta de amor ao próximo e rebeldia contra Deus.

Jesus mesmo em sua época enfrentou a violência que acontecia por toda a
parte. Assim, devemos observar dois momentos em que Jesus viu seus próprios
discípulos bebendo mais da violência do que o amor ao próximo. O primeiro
momento nós encontramos no Evangelho de Lucas 22.38:

“Disseram eles: Senhor, eis aqui duas espadas. Respondeu-lhes: Basta!”.

E, o segundo texto ocorre no Evangelho de Lucas 22.49-50:


“Quando os que estavam com ele viram o que ia suceder, disseram: Senhor,
feri-los-emos a espada? Então um deles feriu o servo do sumo sacerdote, e cortou-
lhe a orelha direita”.

De fato, podemos encontrar vários outros textos onde as pessoas estavam


agindo mais com violência do que com amor e respeito ao próximo. Quando lemos o
texto relacionado a Lameque podemos observar que ele cometeu crimes por
motivos banais como tem ocorrido hoje quando pessoas agem com violência por
motivos banais. Bastou uma troca de olhar sem querer para incitar uma briga. Uma
palavra mal colocada também inicia terríveis discussões. O ciúme e a inveja
também têm gerado inúmeras violências entre as pessoas.

Na verdade, a Humanidade no momento em que aprendeu o uso da violência


não conseguiu mais se livrar dela e tem praticado constantemente em todos os
momentos possíveis e por motivos os mais banais possíveis. A própria Injustiça e
Exclusão Social têm levado inúmeras pessoas à prática da violência. Assim, não dá
para precisar aonde é que a Humanidade vai parar desse jeito porque os
armamentos nucleares para acabarem com o mundo inteiro nós já temos a mais de
cinquenta anos. E, parece que essa é a única forma de acabar com a violência na
face da Terra levando a Humanidade à extinção já que ela não busca a Deus e nem
o respeito para com o seu próximo.
031 – A ORIGEM DO CULTO RELIGIOSO
PRIMITIVO. [Gn. 4.26].

“A Sete também nasceu um filho, a quem pôs o nome de Enos. Foi


nesse tempo, que os homens começaram a invocar o nome do Senhor”.

Esse texto de Gênesis 4.26 é bem interessante porque ele aponta uma
realidade que surgiu na aurora da Humanidade junto ao Homem Primitivo. Não
devemos ignorar o fato de que nós que nascemos no século passado e nesse, século
XXI, recebemos uma Religião chamada Cristianismo que está fragmentada em
centenas e por que não dizer em milhares de Igrejas institucionais. E, sendo assim,
em qualquer Igreja que entramos há práticas, costumes, doutrinas, ritos, gestos,
expressões diferentes entre si por causa das várias formas de interpretações e
concepções humanas.

Com isso devemos entender que antes de sermos membros de uma Igreja
Tradicional, Pentecostal ou Neopentecostal, séculos antes elas surgiram a partir do
que se conhece como Protestantismo, ou seja, da Reforma Protestante que se
originou com Martin Lutero em 1517. Porém, antes disso, em 1054 a Igreja
Católica havia se dividido em duas, ficando a Igreja Católica Romana no Ocidente
e a Igreja Ortodoxa no Oriente. Mas, antes disso, a Igreja como Instituição surgira
em 325 a partir da Igreja Primitiva que não era institucional e surgira no ano 33 no
Dia de Pentecostes na cidade de Jerusalém como relata o livro de Atos dos
Apóstolos.

Mas, antes disso, a respeito de Jesus e seus discípulos, não devemos ignorar
que eles eram Judeus e seguiam o Judaísmo que era a Religião do povo judeu na
época com toda a sua Cultura desenvolvida desde o seu surgimento. Claro que não
devemos ignorar o fato de que tanto o Judaísmo como o Cristianismo eram duas
Religiões diferentes entre si, porém, eram Monoteístas crendo apenas num único
Deus.
Agora que chegamos até aqui alguém pode perguntar qual era a Religião de
Adão e Eva que foi repassada para seus filhos? Entretanto, vamos devagar! A
Religião Judaica ou Judaísmo surgiu depois que o reino de Israel se dividiu em dois
reinos, Israel ao norte e Judá ao sul. Assim, o Judaísmo é originário do reino de
Judá, mas antes disso, qual era a Religião dos Judeus?

Na verdade, antes que o reino de Israel se dividisse em dois por causa da


atitude de Roboão, filho do rei Salomão, seu avô Davi e os ancestrais dele
cultuavam ao Deus de Israel. Bem! De fato não havia uma Religião Institucional
criada na época porque o povo de Israel que era descendente dos filhos de Jacó ou
Israel adorava ao Deus Javé com Cultos que foram sendo adaptados com o tempo.

Isso quer dizer que num dado momento na História do povo de Deus os
Cultos passaram a ter os sacrifícios de animais para agradar e honrar ao Deus
Javé. Vejamos que até aqui não houve uma Normativa de Deus de como deveriam
ser os Cultos. Assim, vamos continuar a voltar no tempo de Jacó, e depois a Isaque
seu pai e por fim a Abrão, seu avô. Também não vemos nenhum tipo de Religião
instituída por eles ou para eles em sua época.

O que podemos observar é o ato de amontar pedras como um tipo de


Memorial num local em que tiveram visões, sonhos e manifestações divinas. Dessa
forma, essas pedras eram untadas com óleo num ritual primitivo e arcaico. Algo
que se observa num dado momento é o alerta de Deus para com o local onde se
pisava. É o que observamos no texto de Êxodo 3.1-6:

“1 Ora, Moisés estava apascentando o rebanho de Jetro, seu sogro,


sacerdote de Midiã; e levou o rebanho para trás do deserto, e chegou a Horebe, o
monte de Deus. 2 E apareceu-lhe o anjo do Senhor em uma chama de fogo do meio
duma sarça. Moisés olhou, e eis que a sarça ardia no fogo, e a sarça não se
consumia; 3 pelo que disse: Agora me virarei para lá e verei esta maravilha, e por
que a sarça não se queima. 4 E vendo o Senhor que ele se virara para ver, chamou-
o do meio da sarça, e disse: Moisés, Moisés! Respondeu ele: Eis-me aqui. 5
Prosseguiu Deus: Não te chegues para cá; tira os sapatos dos pés; porque o lugar
em que tu estás é terra santa. 6 Disse mais: Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de
Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó. E Moisés escondeu o rosto, porque
temeu olhar para Deus”.

Para quem percebeu vemos aqui o alerta para que Moisés não pisasse num
certo local lembrando os altares dos templos pertencentes às Igrejas. Agora, temos
alguns elementos para imaginar a religiosidade do povo do Deus Javé na época: um
local santo, óleo para ungir e sacrifícios de animais.

Chegamos agora a Abrão que foi retirado por Deus da localidade de Harã
para a região de Canaã para que fosse iniciado um novo povo a partir dele, porém,
tempos depois quando Moisés lideraria os descendentes de Abrão para fora do
Egito. Assim, os Israelitas, descendentes dos filhos de Jacó / Israel que
atravessaram o Mar Vermelho foram chamados pelos povos que haviam do outro
lado de Hebreus.

E, o que eram os Hebreus? Os Hebreus nada mais eram que os Israelitas. A


confusão se dá porque quando os Israelitas chegaram do outro lado do Mar
Vermelho eles receberam o nome de Hebreus pelos povos que moravam ali. E,
como já foi mencionado para quem não sabe a palavra “hebreu” tem vários
significados: “povo do outro lado do rio”, “povo do outro lado” e “povo estranho ou
estrangeiro”. E, logicamente os costumes e práticas religiosas que os Israelitas
tinham quando permaneceram no Egito se tornaram parte da vida religiosa dos
Israelitas ou Hebreus. E, dessa forma os outros povos acabaram tendo contato com
a religiosidade dos Hebreus. Dessa forma surgia a Religião Hebraica que
antecederia a Religião Judaica.

Mas, antes disso, de onde surgiu a religiosidade de Abrão? Na verdade,


Abrão era filho de uma pátria com seus costumes, práticas e religiosidade. Isso
quer dizer que Abrão não era ateu porque venerava a religiosidade pagã de seus
pais e parentes em Ur. Assim, Abrão não era seguidor da Religião Cristã, Judaica,
Israelita ou Hebreia. Na verdade, Abrão era seguidor da Religião existente na
Caldeia.
E, de onde surgiu a religiosidade do povo Caldeu? Claro que veio de uma
religiosidade bem primitiva que foi repassada por esse povo por gerações
anteriores até que chagamos a Noé e por fim a Adão. E, qual era a Religião deles?

Ao lermos o texto chave pode passar despercebido, porém, até esse


momento o diálogo entre Deus e o Homem era iniciado por Deus e não pelo
Homem. Mas, foi somente na época do nascimento de Enos, neto de Adão que o
Homem passou a iniciar o diálogo com Deus. Isso ocorre porque o Homem ainda
não havia dado conta que ele precisava iniciar o diálogo com Deus porque ainda era
muito ignorante quanto a isso.

Vejamos que Deus é quem buscava a Adão e a Eva e também foi Ele quem
buscou a Noé. Mas, e a atitude de Caim e Abel não foi uma forma de iniciar o
diálogo com Deus através de suas ofertas? Essa é uma pergunta muito boa e pode
ser até embaraçosa para responder porque há uma diferença entre “invocar” e
trazer uma “oferta”.

Num Culto Litúrgico Tradicional e racional a “Invocação” é o primeiro


ponto. Depois vem a “Adoração”. Em seguida vem a “Confissão”. Depois vem o
“Louvor” que é o momento em que se dá o “Ofertório”. Enfim chegamos ao
momento da “Edificação” da congregação e por fim o Culto é finalizado com a
“Benção Sacerdotal” e o “Envio”.

Isso quer dizer que os homens ainda não haviam se dado conta que eles é
que deviam iniciar o diálogo com Deus e a Oferta não é a forma certa de se fazer
isso porque ela é a forma de se agradar ou aplacar a ira divina. Assim, é na
“Invocação” que o Homem chama a Deus, não que Ele não esteja ao lado do
Homem. E, foi justamente na época do nascimento de Enos que o Homem percebeu
que ele podia iniciar o diálogo com Deus.
032 – MENÇÃO DO MOVIMENTO DA TRANSLAÇÃO
EM ENOQUE. [Gn. 5.23].

“Todos os dias de Enoque foram trezentos e sessenta e cinco


anos”.

O próximo texto que abordaremos agora é o de Gênesis 5.23 e relata sobre


a idade de Enoque quando foi arrebatado por Deus. Isso quer dizer que diferente
dos anos de vida que são citados no Gênesis a idade de Enoque é curiosa porque é
mencionado o número de 365 anos.

Mas, o que é que tem de curioso nisso? Claro que muitas pessoas ainda não
perceberam que os anos de idade de Enoque sinaliza o mesmo período que
conhecemos hoje como nosso Calendário. De fato, o nosso Calendário conhecido
como Gregoriano conta com 365 dias.

Na verdade, o nosso planeta realiza além do Movimento de Rotação ao


redor de si mesma em cerca de vinte e quatro horas, ele também realiza o
Movimento de Translação ao redor do Sol num período de 365 dias e 6 horas.
Assim, a cada quatro anos nós temos o que é conhecido como Ano Bissexto com um
dia a mais por causa das 6 horas acumuladas a cada ano.

De fato é curioso observar como foi dado a Enoque o mesmo número de


anos que relembra o mesmo número de dias que a Terra gira ao redor do Sol num
período de um ano. Claro que o que é mais curioso ainda é que antes de boa parte
dos povos na Terra adotarem o Calendário Gregoriano, era utilizado o Calendário
Juliano.

Mas, qual a diferença entre ambos? Essa é a pergunta que alguém pode
fazer nesse momento! Bom! O Calendário Gregoriano é solar e conta com 365 dias
e o Calendário Juliano é lunar e conta com 354 dias. A partir daqui alguém pode até
perguntar sobre como se chegou a esse tipo de contagem.

Claro que para isso será necessário alguns esclarecimentos para tirarmos
algumas dúvidas a respeito. Assim, vamos começar de um ponto em comum.
Quando nós nascemos e fomos crescendo e nos percebendo como gente nós
tivemos os nossos primeiros contatos com o Sol e com Lua. Dessa forma,
aprendemos por experiência própria que o Sol é quente e claro demais e a Lua que
surge na noite nos traz frio e é brilhante e muda de tamanho no decorrer do mês.

Foi justamente por causa disso que na aurora da Humanidade o Homem


percebeu que a cada sete dias aproximadamente a Lua mudava de aparência:
Crescente, Minguante, Nova e Quarto Minguante. Também não podemos ignorar o
fato de que na época o Homem pensava que a Terra era imóvel e a Lua e o Sol é
que giravam ao redor dela proporcionando claridade e escuridão. E, por causa
disso, a cada sete nasceres e pores do Sol a Lua mostrava faces diferentes. Com
isso, se chegou a definir que uma semana tinha sete dias e um mês tinha quatro
semanas.

Entretanto, na aurora da Humanidade e até recentemente povos viviam um


Calendário Linear, mas hoje, todos nós praticamente usamos um Calendário
Espiral. E, como é isso? O Calendário Linear não tem fim e nem começo porque
com a morte de um rei iniciava um novo período de reinado. Já no Calendário
Espiral o ano como período terminava num momento para começar novamente.

Assim, com o tempo o Homem percebeu que a cada três meses ocorriam
uma Estação Temporal diferente em seu mundo e que passou a ser dividido em
quatro Estações que conhecemos como: Verão, Outono, Inverno e Primavera. Com
isso, descobriu-se que a cada três ciclos temporais tudo voltava novamente a um
ciclo já conhecido.

Veja que temos agora um dia que era marcado pela sucessão do Sol e da
Lua que após sete sucessões que formavam uma semana a face da Lua mudava e
com isso depois do surgimento da semana havia surgido também o mês. Também se
percebeu que a cada três meses as Estações se alternavam até que começava tudo
de novo após 365 sucessões do Sol e da Lua.

Agora que chegamos até aqui as pessoas ainda não se deram conta de onde
surgiram os nomes dos meses que temos hoje. Bem! Na época em que era utilizado
o Calendário Juliano em boa parte do que conhecemos como Velho Mundo, mais
precisamente nas terras do Império Romano o ano tinha apenas 10 meses e
começava em Março e não em Janeiro.

Na verdade, Março era dedicado ao deus Marte, Abril à deusa Vênus, Maio
à deusa Maia, Junho à deusa Juno (esposa do deus Júpiter), Julho a Júlio César,
Agosto a Augusto (César). Já Setembro era o sétimo mês, Outubro o oitavo mês,
Novembro o nono mês e Dezembro o décimo mês. Veja que Setembro lembra Sete,
Outubro lembra Oito, Novembro lembra Nove e Dezembro lembra Dez. Janeiro foi
dedicado ao deus Jano e Fevereiro era dedicado a um período de purificação onde
se faziam sacrifícios de animais no Panteão Romano. Estes dois últimos foram
criados tempos depois e foram colocados antes de Março gerando grande confusão.

Agora vamos observar algo relacionado aos dias da semana. No “Mundo


Português” houve a convenção em não se usar o nome de divindades para
homenagear os dias da semana. Por isso, na convenção usamos Segunda, Terça,
Quarta, Quinta e Sexta-feira para designar os dias da semana. Assim, para quem
ainda não sabe, a palavra “feira” vem do Latim e significa “Dia”. Logo, temos
Segundo Dia, Terceiro Dia até Sexto Dia. Em relação ao Sábado manteve-se o
Sétimo Dia Judaico, Sabattum como o Dia do Descanso. E, o Domingo como
primeiro dia da semana remete-se ao Dia do Senhor.

Já em outros idiomas como no Espanhol, no Italiano, no Inglês e noutros


idiomas manteve-se a honra às divindades. Logo, no Espanhol temos: Lunes (Dia
da Lua), Martes (Dia de Marte), Miércoles (Dia de Mercúrio), Jueves (Dia de
Júpiter), Viernes (Dia de Vênus), Sábado e Domingo. No Italiano temos: Lunedi
(Dia da Lua), Martedi (Dia de Marte), Mercoledi (Dia de Mercúrio), Giovedi (Dia
de Júpiter), Venerdi (Dia de Vênus), Sabato (Sábado) e Domenica (Domingo). E, no
Inglês temos: Monday (Dia da Lua), Tuesday (Dia de Marte), Wednesday (Dia de
Mercúrio), Thursday (Dia de Júpiter), Friday (Dia de Vênus), Saturday (Dia de
Saturno) e Sunday (Dia do Sol).

Agora que pudemos compreender algo a respeito de nosso Calendário


voltaremos aos anos de Enoque que sinalizam os dias de nosso atual Calendário
Gregoriano. Na verdade há interpretações a respeito disso, porém, eu prefiro
entender que tudo o que vivemos hoje é fruto de uma Convenção para que
possamos nos ajustar e nos adaptar para vivermos. Com isso, algum conhecedor e
pesquisador astronômico na época e que teve grande influência junto às pessoas
conseguiu imprimir sua contribuição nas Escrituras.

Mas, qual pode ter sido a sua intenção quanto a isso? Claro que após ter
estudado a mudança dos astros no céu durante os dias, semanas e meses que se
passaram ele percebeu que após a sucessão de 365 nasceres e pores do Sol tudo
voltava como estava a 365 dias atrás. Logo, ele conseguiu unir o Período da
Translação da Terra ao redor do Sol com o período do término da vida de Enoque.
Claro que como o Calendário Linear continha períodos de reinados que se
sucediam e não voltavam Enoque podia ser colocado nessa linha temporal. Porém,
como esse pesquisador astronômico percebeu que o Calendário Espiral era o mais
correto ele colocou Enoque como um ser tomado por Deus para continuar a viver
além de seu tempo.

Assim, após ter vivido 365 dias na Terra ele viveria mais dias ao lado de
Deus. Por isso, depois de ter nascido como homem, nascia novamente ao lado de
Deus. E, como ele percebeu que após um nascimento ocorrera outro ele repassou
essa ideia para o Calendário no qual se renasce após um período de tempo. Por
causa disso, da mesma forma que se entende que a Teoria do Big Bang só se
formalizaria no Século XX, mesmo tendo sido sinalizado no primeiro capítulo de
Gênesis, o Calendário Gregoriano também só seria formalizado no Século XVII,
porém, em Gênesis, ele foi sinalizado em Enoque.

Isso mostra que as Escrituras relatam muitos eventos que não é possível de
saber o que é até que eles passam a existir como realidade. É o caso como já foi
visto da Ovelha Dolly que foi fruto da Clonagem até que pudemos observar Eva
como uma clonagem de Adão no Século XX.
033 – PRIMEIRO CASO DE ABDUÇÃO. [Gn. 5.24].

“Enoque andou com Deus; e não apareceu mais, porquanto Deus


o tomou”.

Esse é o texto de Gênesis 5.24 e relata um estranho caso conhecido como


“translado”. De fato, algumas palavras relatam o que aconteceu com Enoque
como: traslado, arrebatamento, sequestro e abdução. Porém, é a última palavra
que tem chamado muita a atenção das pessoas a partir da segunda metade do
Século XX.

Isso quer dizer que só foi a partir do relato de que Óvnis estavam
sequestrando ou abduzindo pessoas é que se tornou possível compreender melhor o
que foi o evento no qual Enoque foi levado por Deus.

Talvez alguém pergunte algo mais sobre esse estranho fenômeno ou evento
testemunhado nas Escrituras. Assim, é possível observar mais dois casos
semelhantes ao de Enoque. Um é o de Elias e o outro é o de Filipe. Claro que Paulo
também afirma o que pode ter ocorrido com ele também. Mas, antes de
continuarmos e por ter citado Óvnis não estou fazendo Apologia aqui à Ufologia.

O que temos relacionado a esse evento é que Enoque, Elias e Filipe tiveram
uma experiência incrível quando foram levados para um local alienígena para eles.
Dessa forma vamos observar algo mais em relação a Enoque. Mas, para isso é
necessário ampliar o texto para nos aprofundarmos um pouco melhor. Assim, vamos
ler o texto de Gênesis 5.18-24:

“18 Jarede viveu cento e sessenta e dois anos, e gerou a Enoque. 19 Viveu
Jarede, depois que gerou a Enoque, oitocentos anos; e gerou filhos e filhas. 20
Todos os dias de Jarede foram novecentos e sessenta e dois anos; e morreu. 21
Enoque viveu sessenta e cinco anos, e gerou a Matusalém. 22 Andou Enoque com
Deus, depois que gerou a Matusalém, trezentos anos; e gerou filhos e filhas. 23
Todos os dias de Enoque foram trezentos e sessenta e cinco anos; 24 Enoque andou
com Deus; e não apareceu mais, porquanto Deus o tomou”.

Podemos observar que ao ler todo o capítulo verificar que Enoque era
descendente de um dos filhos de Adão conhecido pelo nome de Sete. E, pelo
caminho vemos a Genealogia de Sete até chegar a Jarede, pai de Enoque. Logo,
temos que Enoque teve um pai que ficou registrado para a posteridade nas páginas
das Escrituras Sagradas. E, é no texto que temos a idade de Jarede quando seu
filho nasceu, 162 anos de idade.

Para os dias atuais os anos de vida que são mencionados no livro de Gênesis
são um exagero e mesmo que os anos na época fossem contados a partir do
Calendário Lunar com 354 dias também teremos anos de idades muito exagerados.
Então, como resolver a questão de idades avançadas? Claro que ficaremos no
campo das especulações entre o campo do Literalismo e o campo Racionalista.

Se formos para o campo do Literalismo teremos o problema de que


Calendário os povos se utilizaram já que na época era o Lunar e hoje é o Solar?
Fica difícil para se chegar a um consenso assim. Já em relação ao Racionalismo nós
podemos entender que pode haver uma explicação interessante para essa
longevidade vista nas Genealogias.

Como eu não li nada a respeito vou deixar minha interpretação sobre as


idades exageradas mencionadas. Mas antes vamos tecer um quadro a respeito a
partir do texto de Gênesis 5.5, 8, 11, 14, 17, 20, 23, 27 e 31:

5 Todos os dias que Adão viveu foram novecentos e trinta anos [930]; e
morreu.
8 Todos os dias de Sete foram novecentos e doze anos [912]; e morreu.
11 Todos os dias de Enos foram novecentos e cinco anos [905]; e morreu.
14 Todos os dias de Quenã foram novecentos e dez anos [910]; e morreu.
17 Todos os dias de Maalalel foram oitocentos e noventa e cinco anos [895];
e morreu.
20 Todos os dias de Jarede foram novecentos e sessenta e dois anos [962]; e
morreu.
23 Todos os dias de Enoque foram trezentos e sessenta e cinco anos [365];
27 Todos os dias de Matusalém foram novecentos e sessenta e nove anos
[969]; e morreu.
31 Todos os dias de Lameque foram setecentos e setenta e sete anos [777]; e
morreu.

Para mim é bem lógico imaginar que os dois primeiros dígitos tenham a ver
com a idade deles no Calendário Lunar e o terceiro dígito tenha a ver com o
número de meses que viveram. Com isso, Adão teria vivido 93 anos de vida exatos,
Sete teria vivido 91 anos e 2 meses, Enos teria vivido 90 anos e 5 meses, Quenã
teria vivido 91 anos exatos, Maalalel teria vivido 89 anos e 5 meses, Jarede teria
vivido 96 anos e 2 meses, Enoque teria vivido 36 anos e 5 meses, Matusalém teria
vivido 96 anos e 9 meses e Lameque teria vivido 77 anos e 7 meses.

Assim, essas idades são mais lógicas, porém, mesmo em suas épocas essas
idades eram muito avançadas para um contexto muito difícil de ser vivido,
lembrando que até em nosso contexto atual a Humanidade enfrenta grandes
problemas.

E, depois de ter abordado nesse quadro uma de várias interpretações


possíveis vemos em Enoque o simbolismo do período de Translação da Terra ao
redor do Sol e em Lameque, seu filho, três vezes o número 7 que representa em
triplo a perfeição de Deus. Isso porque Deus descansou de toda a sua obra no
sétimo dia. E, claro que também por representar a perfeição de Deus pode também
representar a Pessoa Trina de Deus (Pai, Filho e Espírito Santo) já que na criação
do Homem a menção ao verbo “fazer” no plural é a primeira menção a respeito da
Trindade na criação do Homem como atesta Gênesis 1.26aa: “E disse Deus:
Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança...”. E, agora
temos a segunda vez que um texto obscuro revela a Trindade Divina.

Vamos agora a Elias que foi o segundo homem levado, arrebatado,


trasladado, sequestrado, abduzido por Deus que consta em II Reis 2.1-13. Porém,
para não ficar muito longo vamos ver alguns versículos apenas, 1, 9-12:

1 Quando o Senhor estava para tomar Elias ao céu num redemoinho, Elias
partiu de Gilgal com Eliseu.
9 Havendo eles passado, Elias disse a Eliseu: Pede-me o que queres que eu
te faça, antes que seja tomado de ti. E disse Eliseu: Peço-te que haja sobre mim
dobrada porção de teu espírito.
10 Respondeu Elias: Coisa difícil pediste. Todavia, se me vires quando for
tomado de ti, assim se te fará; porém, se não, não se fará.
11 E, indo eles caminhando e conversando, eis que um carro de fogo, com
cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho.
12 O que vendo Eliseu, clamou: Meu pai, meu pai! O carro de Israel, e seus
cavaleiros! E não o viu mais. Pegou então nas suas vestes e as rasgou em duas
partes;

O que vemos nesse texto é que Elias de alguma forma ficou sabendo que
seria levado por Deus, mas não sabia quando. Nesse momento, Eliseu demonstrou a
ele que desejava receber porção dobrada do que Elias havia recebido, porém, Elias
lhe disse que ele conseguisse testemunhar a sua partida quando Deus o levasse isso
seria feito. Dessa forma, Eliseu praticamente ficou grudado a Elias.

E, quando ambos estavam caminhando houve um evento que marcou Eliseu


quando eles foram afastados um do outro por uma carruagem e cavalos de fogo.
Em seguida Elias foi elevado aos céus numa espécie de redemoinho. E, da mesma
forma que Enoque, Elias também teve uma viagem só de ida porque ambos não
retornaram mais.

E, quem era Elias? Considerado um profeta do Senhor Deus foi alguém que
conseguiu realizar milagres que foram testemunhados por pessoas como Eliseu.

Vamos agora ao terceiro homem que teve uma experiência parecida. Foi
Filipe como atesta Atos 8.26, 39-40:

“Mas um anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Levanta-te, e vai em


direção do sul pelo caminho que desce de Jerusalém a Gaza, o qual está deserto”.

“Quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou a Filipe, e não o


viu mais o eunuco, que jubiloso seguia o seu caminho. Mas, Filipe achou-se em
Azoto e, indo passando, evangelizava todas as cidades, até que chegou a Cesaréia”.

Pelo texto ele foi arrebatado por Deus quando estava no caminho entre
Jerusalém e Gaza e de repente ele foi levado e deixado em Azoto. Assim, não
vemos um homem assustado pelo que lhe ocorrera porque ele deu continuidade à
tarefa ao qual se sentiu comissionado por Deus.

Agora vamos citar um quarto caso interessante sobre esse evento que se
relaciona ao próprio Senhor Jesus. É justamente quando ele ficou 40 dias no
deserto e foi tentado. O texto se encontra em Mateus 4.1,5 e 8:

“Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo
Diabo”.
“Então o Diabo o levou à cidade santa, colocou-o sobre o pináculo do
templo”.
“Novamente o Diabo o levou a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os
reinos do mundo, e a glória deles”.

Nesse pequeno texto Jesus foi levado ao deserto no versículo 1, porém, nos
versículos 5 e 8 Ele foi transportado para cima do pináculo do templo na cidade de
Jerusalém e depois para um local muito alto para ver os reinos do mundo. Isso não
deixa de ser uma forma de traslado, sequestro, arrebatamento e abdução.

Assim, pelos exemplos citados vemos um evento que muito antes de se


mencionar a eventos relacionados a Óvnis o mesmo já ocorria conforme atestam os
textos bíblicos. O que afirmo nesse tema é que antes que ele se tornasse um
assunto muito pesquisado desde o século XX, as Escrituras já falavam algo a
respeito. Claro que não estamos abordando aqui sobre Óvnis e Extraterrestres,
mas eventos que são parecidos.
034 – A LONGEVIDADE DE MATUSALÉM. [Gn. 5.27].

“Todos os dias de Matusalém foram novecentos e sessenta e nove


anos; e morreu”.

Vamos ver agora algo interessante a respeito do texto de Gênesis 5.27. Ele
trata sobre a longevidade de Matusalém que é tido como o homem que mais viveu
na face da Terra. Creio que não há muita coisa para falar a respeito desse evento
já que no tema anterior trabalhei essa questão que aguça muito a mente humana.
Assim, conforme a minha interpretação, se bem que não sei se algum outro autor
trabalhou esse tipo de interpretação, eu penso que é uma interpretação dentre
várias possíveis. Dessa forma, pelo que abordei no tema anterior Matusalém teria
vivido 96 anos e 9 meses pelo Calendário Lunar da época que era de 354 dias.

Dessa forma, diante do nosso Calendário Solar que é de 365 dias a


contagem da idade de Matusalém aumentaria mais. É só multiplicar 11 dias por 96
anos de Matusalém e teríamos 1.056 dias a mais. Assim, Matusalém teria vivido de
fato 98 anos, 10 meses e 9 dias no atual Calendário Solar.

Talvez alguém tenha achado isso uma grande bobagem, mas diante do fato
que a maior parte dos Estudiosos e Pesquisadores dos textos bíblicos de Gênesis
afirme que esses eventos estejam cheios de exageros e mitos, e que Adão,
Matusalém, Noé e etc. nunca tenham existido eu não fiz nada demais em me
manter de certa forma no Literalismo de alguma forma.

Na verdade, viver tantos anos assim é muito difícil até mesmo em nosso
contexto atual mesmo que tenhamos uma alimentação melhor e medicamentos que
ajudem na extensão da vida humana, porém, passar dos 70 anos de idade tem sido
uma expectativa que a maior parte da Humanidade não tenha alcançado. Claro que
de vez em quanto surge nos meios de comunicações algumas pessoas que passaram
dos 100 e 110 anos de idade, porém, é muito raro.
E, por falar em raridade é interessante observar outro texto que se
encontra em Gênesis 6.3: “Então disse o Senhor: O meu Espírito não permanecerá
para sempre no homem, porquanto ele é carne, mas os seus dias serão cento e vinte
anos”.

A princípio esse texto pode confundir bastante porque relata que o Homem
viveria um limite de 120 anos. Mas, como é isso se nos textos anteriores minha
proposta é que não viveram tanto assim? Creio que a única resposta razoável para
isso é que como os Estudiosos e Pesquisadores afirmam que o texto de Gênesis
sofreu uma aglutinação e várias costuras de eventos a partir de vários escritores
até a sua conclusão final o texto fica aberto a outras interpretações possíveis.
Também não devemos ignorar o fato de que o texto de Gênesis conforme se
observa entre vários Pesquisadores se aproveitou de fontes mais antigas para ser
confeccionado.

Assim, eu não cometo um exagero de interpretação já que o texto de


Gênesis é tratado como uma aglutinação de vários mitos e personagens que não
existiram de fato segundo a visão de grande parte de Pesquisadores e Teólogos.

A partir daí numa aglutinação de textos podemos observar que a nova


geração de escritores entendeu que essas pessoas tinham vivido todos esses anos
de fato do Calendário Lunar e aí como não conheciam pessoas que viviam tanto
assim, resolveram explicar a questão da idade das pessoas ter diminuído tanto
assim. Com isso, eles entenderam que Deus havia penalizado o Homem diminuindo
o seu limite e expectativa de vida para 120 anos.

E, é partir desse texto para frente que veremos as pessoas vivendo nessa
média de idade. Mesmo assim, até mesmo em nosso contexto atual são poucas as
pessoas que passam dos 100 anos e chegam a 110 ou mais. E, quando chegam estão
bem debilitadas fisicamente só aguardando seu momento de descansarem junto a
todas as pessoas que já repousam em sono eterno.
035 – GÊNESIS E A HIBRIDIZAÇÃO HUMANA. Gn.
[6.1-4].

“Sucedeu que, quando os homens começaram a multiplicar-se


sobre a terra, e lhes nasceram filhas, viram os filhos de Deus que as
filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas
as que escolheram. Então disse o Senhor: O meu Espírito não
permanecerá para sempre no homem, porquanto ele é carne, mas os
seus dias serão cento e vinte anos. Naqueles dias estavam os nefilins na
terra, e também depois, quando os filhos de Deus conheceram as filhas
dos homens, as quais lhes deram filhos. Esses nefilins eram os valentes,
os homens de renome, que houve na antiguidade”.

O que lemos agora foi o texto de Gênesis 6.1-4. Ele trata de homens
conhecidos como Nefilins e que se tornaram homens valentes que houve na
antiguidade ou na época. Porém, ao lermos o texto lembra um processo que o
Homem tem desenvolvido desde o século passado que é a hibridização de insetos e
até mesmo de animais para que surjam novas espécies. De fato é a mesma coisa
que misturar uma zebra com um cavalo para ver no que dá.

Já nesse texto já surgiu a interpretação de que esses Nefilins foram o


resultado da hibridização de anjos divinos com mulheres humanas. Claro que isso
está mais para filme de Ficção Científica no qual seres extraterrestres de outro
planeta realizam a hibridização de seus genes com o gene humano para criar seres
híbridos meio humanos e meio alienígenas.

Porém, não se trata disso. Mesmo assim, algumas pessoas entendem que os
anjos divinos tiveram relações sexuais com mulheres humanas e assim surgiram
esses Nefilins. Também não é nada disso.
Para que isso fique bem claro é necessário observar as palavras de Jesus a
respeito disso que se encontra no Evangelho de Mateus 22.29-30: “Jesus, porém,
lhes respondeu: Errais, não compreendendo as Escrituras nem o poder de Deus;
pois na ressurreição nem se casam nem se dão em casamento; mas serão como os
anjos no céu”.

Aqui Ele relatou aos ouvintes que na Ressurreição os seres humanos serão
como os anjos de Deus que não se casam e nem são dados em Casamento. Mas, o
que isso quer dizer? Simples! Na época d’Ele homens e mulheres se casavam e
havia também arranjos de famílias para casarem seus filhos. E, num Casamento na
época homens e mulheres se casavam e geravam filhos desde que não fossem
estéreis.

Porém, o mais importante que Ele queria lhes passar de informação agora é
que não há procriação de anjos porque não há sexualidade entre eles. Na verdade
não há anjo macho e anjo fêmea. Eles também não são hermafroditas se alguém
pensou nisso. Podemos por assim dizer que não há nascimento e nem morte de
anjos porque Deus criou um número deles que só Ele sabe. Dessa forma, anjos não
nascem, não morrem e nem se multiplicam e nem engravidam como os seres
humanos.

Assim, chegamos à conclusão de que não houve sexualidade dos anjos com
as mulheres humanas para gerarem seres híbridos humanos angelicais. E, para
quem gosta de Ficção Científica também não houve o processo de hibridização com
genes humano e alienígena.

Claro que para resolver a questão é só verificar bem o que o texto afirma,
pois, os filhos de Deus eram os homens descendentes de Sete e as filhas dos homens
eram as mulheres descendentes de Caim. Apenas isso. E, ao continuarmos a
abordar o texto veremos que dessa união surgiram os Nefilins ou homens valentes
da Antiguidade. Isso quer dizer que como as mulheres criavam os filhos e os
homens iam para a caça as crianças aprendiam o que as suas mães lhe passavam.

E, o que é que elas ensinavam às suas crianças? Ora! Como elas eram
descendentes de Caim e também de Lameque acabaram ensinando aos seus filhos
para não levarem desaforo para casa, e assim, seus filhos se tornaram valentes ou
brigões. Eram homens que não pensavam duas vezes antes de fazerem valer os
seus direitos estando certos ou errados.

Mas, por que os homens descendentes de Sete não escolheram mulheres de


outros clãs para formarem família se já sabiam do histórico das mulheres
descendentes de Caim e Lameque? É o que ocorre ainda hoje. Essas mulheres
deviam ser mais lindas e simpáticas que as demais e deviam ter gênio bem forte
como as lendárias Amazonas. Dessa forma, os homens se sentiram bem atraídos
como se estivessem enfeitiçados ou hipnotizados por elas.

Por causa disso, outros povos descendentes de Adão acabaram por temer a
descendência de Caim e Lameque porque demonstraram ser um povo perigoso,
briguento, vingativo e egoísta. Agora vemos o que pode acontecer quando pais ao
invés de educarem seus filhos os deseducam. Um exemplo clássico disso são os
Vikings, e quem nunca ouviu falar deles? Claro que também há outros povos assim
que existiram no decorrer da História Humana.

Por isso, devemos ter um bom cuidado na leitura e estudo do texto de


Gênesis e outros textos bíblicos para não fazermos confusão como se costuma ver
por aí.
036 – A DIMINUIÇÃO DA LONGEVIDADE HUMANA.
[Gn. 6.3].

“Então disse o Senhor: O meu Espírito não permanecerá para


sempre no homem, porquanto ele é carne, mas os seus dias serão cento e
vinte anos”.

O que temos aqui no texto de Gênesis 6.3 é o que já foi visto


anteriormente a respeito das idades avançadas da primeira Genealogia que vimos
no texto de Gênesis e que busquei interpretar como sendo de anos os primeiros dois
dígitos e de meses o terceiro dígito.

Porém, a partir de Abrão a idade passou a ficar na média dos 120 anos.
Entretanto, mesmo nessa época era difícil das pessoas viverem tanto como é hoje
em dia com toda a evolução tecnológico-científica que temos hoje. Isso quer dizer
que são raras as pessoas que passam dos 100 anos de idade.

Claro que algumas pessoas até poderão interpretar essa diminuição de


longevidade como obra de alienígenas que resolveram diminuir a expectativa do
Homem para que ele não evolua tanto, porém, isso é tolice.

Outras pessoas também poderão afirmar que devido ao clima, alimentação e


etc. houve tanto uma grande longevidade como a perda dela, porém, são apenas
suposições. Certa vez eu assisti a um filme no qual os habitantes de um planeta
viviam centenas de anos. E, isso é bom?

Claro que para muitas pessoas isso seria maravilhoso, porém, tente imaginar
o que pode acontecer num planeta onde as pessoas vivam centenas de anos! Em
pouco tempo não haveria alimento e nem espaço para tanta gente. É o caso, por
exemplo, da China que com 1,4 bilhões de habitantes enfrenta dificuldades. A Índia
com seus 1,3 bilhões de habitantes é outro país na mesma situação. Nem mesmo o
nosso planeta comportaria habitantes que vivessem centenas de anos. Isso seria um
grande caos.

Assim podemos entender que ao mesmo tempo, pessoas estão nascendo e


outras estão morrendo. Pena que nem todas morram e morrerão de velhice! Hoje o
nosso planeta chegou a 7,2 bilhões de habitantes. Agora imagine se todos pudessem
viver 500 anos, o que aconteceria com mais nascimentos durante os próximos 500
anos?

Agora, ao voltarmos ao texto de Gênesis numa forma literalista alguém


poderá afirmar que as pessoas viviam mais de 700 anos de idade e que por causa do
pecado passariam a viver no máximo 120 anos. Entretanto, pelo que a Arqueologia
revela não há esqueletos de homens que por exames de DNA atestem que nalgum
momento as pessoas viviam tanto tempo assim como em nossa contagem atual. Por
isso, devemos tomar grande cuidado para não fazermos grandes exageros.
037 – TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA DIVINA
PARA O HOMEM. [Gn. 6.14].

“Faze para ti uma arca de madeira de gôfer: farás


compartimentos na arca, e a revestirás de betume por dentro e por fora”.

O texto de Gênesis 6.14 pode parecer meio estranho por algum momento,
porém, há algo interessante nele. Claro que não é em relação ao tipo de madeira
que deveria ser usado na construção desse grande barco, o que de fato é muito
importante para com a finalidade. Isso quer dizer que hoje navios de cargas, de
combustíveis, de passageiros e militares são diferentes e têm finalidades próprias e
diferentes entre si.

Assim o que veremos nesse texto é algo relacionado ao revestir o barco por
dentro e por fora. E o que é de fato o betume? Claro que muita gente não sabe o
que é, porém, o betume é uma espécie de óleo obtido do petróleo e na época era
usado para molhar tochas para acendê-las e proporcionar alguma claridade além de
outras utilidades.

Também havia outras utilidades para o betume, entretanto aqui podemos


observar que ele foi usado para pintar o barco por dentro e por fora. Mas, por que
isso? Simples! Um barco feito de madeira e depois de lançado ao mar pode depois
de algum tempo ficar úmido e começar a estufar. Mas se ele receber algum
tratamento como um revestimento de tinta a madeira ficará protegida e foi isso
justamente o que aconteceu com a utilização do betume.

Esse revestimento de betume como uma espécie de óleo revestiu o navio


deixando-0 impermeável impedindo que a madeira ficasse úmida e inchasse
provocando avarias no barco.
Quem nunca viu mesas e móveis de madeira que não recebam algum tipo de
tratamento para protegê-los da ação do tempo e principalmente da água? Dessa
forma, o Homem aprendia uma inovação tecnológica que era a impermeabilização
desse barco e de móveis de madeira com o revestimento de betume.

Claro que esse não foi o único exemplo de transferência de tecnologia na


época porque as Escrituras como o livro de Gênesis relatam outros. Talvez seja
necessário nos lembrar de alguns já vistos. A Clonagem que tornou possível a
existência da ovelha nos remete à criação da mulher a partir da costela do homem
que foi tirada. A anestesia usada no homem para a retirada da costela dele é outro
exemplo. A criação de instrumentos musicais é outro exemplo.

Na verdade, alguém até poderá afirmar que tudo isso foi algo natural no
amadurecimento da Humanidade em sua evolução no decorrer do tempo, porém,
não deixa de ser a manifestação de Deus na mentalidade criadora do Homem. Eu
imagino que seja saudável compreendermos que Deus é muito maior do que muitas
pessoas tentam interpretá-lo. De fato, Deus é maior do que o Universo e ao mesmo
tempo habita no coração humano. E não há livros que possam falar da grandeza de
Deus porque Ele é mais do que podemos imaginar.
038 – A QUESTÃO DA MONOGAMIA EM GÊNESIS.
[Gn. 7.7].

“Noé entrou na arca com seus filhos, sua mulher e as mulheres de


seus filhos, por causa das águas do dilúvio”.

Vemos agora no texto de Gênesis 7.7 uma atitude que se remete a uma
palavra curiosa chamada “Monogamia”. E, o que isso quer dizer? Para isso é
necessário entender que também há mais duas palavras que usam o mesmo sufixo:
Bigamia e Poligamia.

Assim, Monogamia quer dizer uma união que se dá entre um homem e uma
mulher apenas. Na Bigamia ocorre a união de um homem com duas mulheres. Já na
Poligamia ocorre a união de um homem com três mulheres ou mais como num
Harém.

Mas, de onde surgiram estas práticas que ainda são uma realidade na
Humanidade? Claro que vai depender de qual será o nosso ponto de origem para
essa prática. Na Bíblia a Monogamia surgiu a partir do primeiro casal, Adão e Eva.
É o que relata Gênesis 1.27: “Criou, pois, Deus o homem à sua imagem; à imagem
de Deus o criou; homem e mulher os criou”. Pode-se dizer que em Adão e Eva se
observa uma união monogâmica.

O que temos nesse texto é o relato de que Deus criou dois gêneros distintos,
homem e mulher para uma finalidade específica, de se completarem e procriarem.
Porém, alguém pode afirmar que a Monogamia não pode ser encontrada aqui
porque o texto fala apenas da criação dos dois gêneros.

Por isso, avançamos para o texto de Gênesis 2.24-25: “Portanto deixará o


homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á à sua mulher, e serão uma só carne. E
ambos estavam nus, o homem e sua mulher; e não se envergonhavam”.

Aqui já vemos a afirmação de que o homem deveria se afastar dos pais e


unir-se à sua mulher. De fato, não é mencionado que ele deveria se unir às suas
mulheres e sim à sua mulher. Entretanto, alguém pode questionar essa afirmação
porque estas palavras pelo texto tiveram como origem os lábios do homem Adão.

Porém, não devemos ignorar o fato de que mesmo que estas palavras
estejam na boca do homem Adão não quer dizer que a ordenança não tenha partido
de Deus. Assim, embora não esteja no texto o homem Adão entendeu e interpretou
que essa seja a vontade de Deus para a Humanidade, mesmo que haja diferenças
em nosso contexto.

Quando avançamos para o livro de I Timóteo 3.2 e 12 podemos observar a


orientação de que o homem deve ter apenas uma mulher. Vejamos os dois
versículos:

“2 É necessário, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma só


mulher, temperante, sóbrio, ordeiro, hospitaleiro, apto para ensinar”.

“12 Os diáconos sejam maridos de uma só mulher, e governem bem a seus


filhos e suas próprias casas”.

Claro que alguém poderá afirmar que a orientação é para apenas os homens
que ocupam lideranças na Igreja, porém, eles devem ser os modelos e exemplos a
serem seguidos pelos demais homens.

Vamos agora ao termo “Bigamia”. Há exemplos nas Escrituras que não


devem ser seguidos porque trouxeram grandes problemas. Assim, o primeiro
exemplo foi o de Lameque em Gênesis 4.19: “Lameque tomou para si duas
mulheres: o nome duma era Ada, e o nome da outra Zila”.
Ao lermos os versículos anteriores e posteriores saberemos um pouco da
história desse descendente de Caim que acabou matando dois homens. Outro
exemplo nós podemos observar em Abrão que teve Ismael com Agar em Gênesis
16.16: “Ora, tinha Abrão oitenta e seis anos, quando Agar lhe deu Ismael”. Algum
tempo depois ele teve Isaque com Sarai em Gênesis 21.5: “Ora, Abraão tinha cem
anos, quando lhe nasceu Isaque, seu filho”.

Para quem conhece algo da vida de Abrão sabe que por causa disso houve
problemas que perduram até os dias atuais. O fato é que mesmo que Agar seja
considerada a serva e Sarai a esposa de Abrão ambas se tornaram posse dele e
dele conceberam. Assim, mesmo que seja temporariamente ele praticou a Bigamia.

Já em relação à Poligamia, temos o caso de Jacó que teve doze filhos e uma
filha com Raquel, Leia, Zilpa e Bila. Isso é algo que pode ser observado no texto de
Gênesis 35.22-26:

22 “Quando Israel habitava naquela terra, foi Rúben e deitou-se com Bila,
concubina de seu pai; e Israel o soube. Eram doze os filhos de Jacó: 23 Os filhos
de Léia: Rúben o primogênito de Jacó, depois Simeão, Levi, Judá, Issacar e
Zebulom; 24 os filhos de Raquel: José e Benjamim; 25 os filhos de Bila, serva de
Raquel: Dã e Naftali; 26 os filhos de Zilpa, serva de Léia: Gade e Aser. Estes são os
filhos de Jacó, que lhe nasceram em Padã-Arã”. Fora estes filhos, Leia teve uma
filha com Abrão como atesta Gênesis 30.21: “Depois. disto deu à luz uma filha, e
chamou-lhe Diná”.

Em relação ao rei Davi, mesmo que ele tenha tido suas qualidades ele
também caiu nesse erro que trouxe consequências. Ele teve oito esposas:

1 - I Samuel 18.27: “quando Davi se levantou, partiu com os seus homens, e


matou dentre os filisteus duzentos homens; e Davi trouxe os prepúcios deles, e os
entregou, bem contados, ao rei, para que fosse seu genro. Então Saul lhe deu por
mulher sua filha Mical”,
2 - 1 Samuel 27.3a: “E Davi ficou com Áquis em Gate, ele e os seus homens,
cada um com a sua família, e Davi com as suas duas mulheres, Ainoã, a jizreelita”,

3 – 1 Samuel 27.3b: “e Abigail, que fora mulher de Nabal, o carmelita”,

4 – II Samuel 3.5: “e o sexto Itreão, de Eglá, também mulher de Davi, estes


nasceram a Davi em Hebrom”,

5 – II Samuel 3.4a: “o quarto Adonias, filho de Hagite”,

6 – II Samuel 3.4b: “o quinto Sefatias, filho de Abital”,

7 – II Samuel 3b: “o terceiro Absalão, filho de Maacá, filha de Talmai, rei


de Gesur” e

8 – II Samuel 11.27: “E, passado o tempo do luto, mandou Davi recolhê-la a


sua casa: e ela lhe foi por mulher, e lhe deu um filho. Mas isto que Davi fez
desagradou ao Senhor”.

O próximo mau exemplo que temos é o do rei Salomão que teve 700
princesas e 300 concubinas. Em relação ao rei Salomão é o que pode ser observado
no texto de I Reis 11.1-3:

“Ora, o rei Salomão amou muitas mulheres estrangeiras, além da filha de


Faraó: moabitas, amonitas, edomitas, sidônias e heteias, das nações de que o
Senhor dissera aos filhos de Israel: Não ireis para elas, nem elas virão para vós;
doutra maneira perverterão o vosso coração para seguirdes os seus deuses. A estas
se apegou Salomão, levado pelo amor. Tinha ele setecentas mulheres, princesas, e
trezentas concubinas; e suas mulheres lhe perverteram o coração”.
Na verdade, todos eles conheciam muito bem a orientação a respeito da
Monogamia, porém seguiram por outro caminho praticando a Bigamia ou a
Poligamia. Assim, nem precisamos dizer que isso não trouxe e não tem trazido
benefícios à Humanidade desde aquela época até hoje, mas sim, grandes
problemas.
039 – POR QUE DEUS FECHOU A PORTA DA ARCA?
[Gn. 7.16].

“E os que entraram eram macho e fêmea de toda a carne, como


Deus lhe tinha ordenado; e o Senhor o fechou dentro”.

No texto de Gênesis 7.16 observamos algo curioso que é sobre a ocasião


em que foi Deus quem fechou a porta da Arca e não Noé e seus filhos. Mas, por que
isso? O que podemos entender nessa atitude?

De fato, todos nós hoje sabemos qual a utilidade de uma porta que é para
proteger os moradores e pertences de outras pessoas que tenham a intenção de
invadir e furtar os bens pessoais de outras. Nas empresas ocorre o mesmo no qual
os bens precisam ser protegidos de furtos e por isso é necessário a presença de
portas.

Se estudarmos um pouco sobre a História a existência de portas sempre foi


vital na História da Humanidade. Ao voltarmos no passado dos Estados Unidos, as
portas eram por onde entravam as pessoas e caravanas nos conhecidos Fortes de
madeiras que protegiam dos ataques dos índios. No passado do Brasil as fortalezas
no litoral brasileiro também tinham portas para impedir o ataque de índios e até
mesmo de piratas e de ataques de nações estrangeiras.

Voltando mais no passado na Europa Medieval os castelos tinham portas por


onde entravam as pessoas e impediam a invasão de exércitos inimigos. E, com isso
chegamos à Jerusalém onde a cidade era mantida segura por uma grande muralha
no qual havia portas para a entrada das pessoas e impedir as invasões de exércitos
inimigos.

Claro que se voltarmos ainda mais no passado a função das portas era para
limitar o acesso e impedir invasões e furtos. Assim, cidades, castelos, fortalezas e
até mesmo as casas tinham portas.

Por outro lado, nem sempre foi assim. Os primeiros grupos humanos viviam
da caça, da pesca, de uma agricultura rudimentar, do pastoreio e etc., e não havia
necessidade de portas. As tribos indígenas norte-americanas viviam em tendas e
não precisavam de portas assim como os índios sul-americanos.

Não se sabe quando se deu a origem da invenção da porta, porém, ela pode
nalgum momento ter sido criado de forma rudimentar com pedras e pedaços de
madeira para impedir a entrada de animais selvagens quando grupos humanos
habitavam em cavernas durante a noite.

Depois de termos chegado aqui, vemos no texto bíblico a ação de Deus


quando fechou a porta da Arca depois que os animais e pessoas haviam entrado.
Mas, por que isso?

Bem! Primeiro devemos observar qual tinha sido a função da Arca quando
Deus anunciou a Noé que ele deveria construí-la em Gênesis 6.13, 17-18:

“Então disse Deus a Noé: O fim de toda carne é chegado perante mim;
porque a terra está cheia da violência dos homens; eis que os destruirei juntamente
com a terra”.

“Porque eis que eu trago o dilúvio sobre a terra, para destruir, de debaixo
do céu, toda a carne em que há espírito de vida; tudo o que há na terra expirará.
Mas contigo estabelecerei o meu pacto; entrarás na arca, tu e contigo teus filhos,
tua mulher e as mulheres de teus filhos”.

Pelo que observamos nesse texto a função da Arca era proteger Noé e sua
família do Dilúvio que viria. Entretanto, Noé não sabia o que era um Dilúvio porque
nunca tinha visto um e Deus também não lhe disse o que era porque senão ele nem
teria construído uma Arca que era na verdade um grande barco.

O que Noé sabia é que essa construção protegeria sua família do Dilúvio e
nada mais. Assim, ele e sua família começaram a construção que durou um bom
tempo porque tinham que cortar árvores, preparar as madeiras e fazer o que Deus
tinha ordenado. O que ele sabia é que a utilidade dessa construção seria a de salvá-
los e não que iriam ficar boiando sobre águas durante bom tempo.

Assim, quando a Arca havia sido terminada e os animais, aves e répteis


foram colocados dentro da Arca com Noé e sua família foi Deus quem a fechou por
fora porque eles não sabiam qual era a utilidade dessa porta feita de madeira que
serviu como rampa para entrarem na barca.

De repente o céu começou a escurecer quando todos começaram a entrar na


Arca. Em seguida uma ventania anunciou uma tempestade, o que todos já haviam
visto várias vezes. Até aí nada de novidade. Relâmpagos deviam clarear por entre
as nuvens com o estrondo dos trovões em seguida, mas até aí tudo normal.

Em seguida começa a garoar e depois uma chuva começa a cair e em pouco


tempo fica bem forte, porém, a porta-rampa por onde todos entraram estava
aberta e se continuasse assim com o acúmulo de água na região que começava a
subir começaria a entrar na Arca por essa entrada. E, se a água começasse a
entrar na Arca ela se encheria e o barco ao invés de boiar não sairia do lugar e com
o acúmulo de água em pouco tempo o barco seria tragado pela água e todos a
bordo pereceriam.

Por causa disso, era necessário que algo fosse feito. É quando Deus pelo
lado de fora fecha a Arca para impedir que a água que subia engolisse o barco com
todos em seu interior. Também é possível imaginar o medo que Noé e sua família
sentiram quando perceberam que a Arca começara a mexer e balançar e
observaram pelas janelas que o barco estava a deriva num mar de águas
interminável.
É possível até sentir um pouco de arrependimento de Noé e sua família
quando viram para o que servia uma Arca. Claro que eles já deviam ter visto
canoas e jangadas nos rios, mas um barco como esse, era novidade.

Podia algo tão grande boiar num rio? Veja que Deus anunciara a Noé que
ele devia construir algo para proteger a ele e sua família de um Dilúvio que viria,
porém, Ele não lhe disse o que era um Dilúvio. Deus também não lhe falou sobre o
que era essa Arca que ele havia construído porque ele e sua família poderiam ter
preferido fugir para uma montanha bem alta para fugir dessa tempestade que
traria tanta água assim.

Isso faz-nos lembrar do seguinte fato de que quando Deus fechou a Arca
por fora não havia como alguém abri-la por dentro porque era a única entrada. E,
pular também não adiantava porque o barco começara a se mover e não se via
terra firme. Assim, o que Deus fecha ninguém abre, e o que Deus abre ninguém
fecha. Dessa forma Noé e sua família não podiam sair da Arca porque Deus a
lacrara do lado de fora, e quando terminou o Dilúvio e a Arca pousou num Monte
foi Deus quem a abriu por fora para que todos saíssem. Esse é o evento
sobrenatural que ocorreu e foi repassado para a posteridade até chegar a nós.

O mais curioso nessa história é que esse evento é conhecido por vários
povos de vários locais do planeta com nomes diferentes e antes mesmo que Gênesis
fosse escrito essa história já era contada por povos mais antigos com outros nomes.
Isso demonstra que esse evento é mais antigo do que se pensa hoje. Também não
devemos ignorar o fato de que para muitos o evento de Noé e de sua Arca nunca
existiu sendo um Mito criado para explicar algo sobre o Caos.

Por isso, vai depender muito pela porta por onde se quer adentrar, pela
“Literalista” ou pela “Mitológica”.
040 – DILÚVIO UNIVERSAL OU LOCAL? [Gn. 7.17].

“Veio o dilúvio sobre a terra durante quarenta dias; e as águas


cresceram e levantaram a arca, e ela se elevou por cima da terra”.

O que vamos observar agora é algo relativo ao Dilúvio que se deu como
um grande evento no passado e que grande parte das pessoas já leu no livro de
Gênesis. Assim, é o que observamos no texto de Gênesis 7.17 acima.

Nesse texto está o relato de que o Dilúvio durou 40 dias, fez a Arca boiar e
ela com a água permaneceram durante a terra durante esse período. Entretanto, a
terra mencionada aqui é uma localidade regional na época e não sobre todo o
planeta Terra.

Na verdade, se todo o planeta Terra fosse envolto por uma grande


quantidade de água depois nem com a evaporação que ocorre teríamos a parte
seca novamente, ou seja, os Continentes ficariam imersos para sempre.

Quando observamos o planeta Terra visto do espaço é possível afirmar que


¾ da superfície terrestre é envolta por água e ¼ por terra. Assim, o nome do nosso
planeta deveria ser água e não terra.

Agora, vamos observar o que tem acontecido em nosso contexto atual


devido à poluição que tem levado ao “Efeito Estufa”. Isso quer dizer que devido à
queima de tanto combustível o mundo está aquecendo e as geleiras do Ártico e da
Antártida estão derretendo. E, com isso, o nível dos mares e Oceanos está subindo,
e assim, no futuro as cidades litorâneas serão engolidas pelas águas.

Dessa forma, se todas as geleiras do planeta derreterem quase toda a


superfície seca, ou seja, os Continentes poderão ficar embaixo da água, mas
mesmo assim, nem toda a parte seca ficará debaixo da água. E, esse evento sim é
um Dilúvio que poderá ocorrer no futuro se nada for feito pelas nações para deter
o “Efeito Estufa”.

Por causa disso, mesmo que haja relatos de um “Dilúvio Universal”, pela
lógica ele foi local ou regional e não encobriu todo o planeta porque não há água
suficiente e se houvesse não teriam sido criadas as aves, os répteis, os animais e a
própria Humanidade. Da mesma forma, nem com a evaporação os Continentes
ficariam por sobre a água novamente.

Dessa forma, se o mundo só fosse água a Humanidade poderia ter sido


criada nos fundos dos mares e estariam vivendo como os peixes com guelras e não
com pulmões.

Para quem conhece um pouco algo de outros idiomas é possível observar


algo que não se vê em nosso idioma. Como exemplo, temos a palavra “terra” que
em nosso idioma pode ser interpretada como “terra” [ local de nascimento ], [ solo
], [ pó solto ], nome do nosso planeta e etc. Veja agora no idioma inglês o mesmo
uso: local de nascimento [ homeland ], solo [ ground ], pó solto [ dust ], nome do
nosso planeta [ Earth ].

Assim, tanto a Ciência como Gênesis afirmam que o Dilúvio foi local onde é
conhecido como o “Berço da Humanidade” ou “Criação” e não em todo o planeta.

Veremos agora os versículos seguintes do texto chave que se encontra em


Gênesis 7.18-21:

“18 Prevaleceram as águas e cresceram grandemente sobre a terra; e a arca


vagava sobre as águas. 19 As águas prevaleceram excessivamente sobre a terra; e
todos os altos montes que havia debaixo do céu foram cobertos. 20 Quinze côvados
acima deles prevaleceram as águas; e assim foram cobertos. 21 Pereceu toda a
carne que se movia sobre a terra, tanto ave como gado, animais selvagens, todo
réptil que se arrasta sobre a terra, e todo homem”.

Ao lermos esses versículos que enfatizam sobre o Dilúvio que ocorreu em


toda a terra, mas não em volta do planeta Terra, mas numa região extensa, é
mencionado que as águas se elevaram sobre todos os montes que estavam sob os
céus. Entretanto, não devemos ignorar o fato de que na época os povos imaginavam
que o planeta era plano e não redondo. Dessa forma, toda água que caísse sobre a
terra escoaria pelos lados e cairia num abismo.

Tente agora imaginar isso na visão e na mentalidade dos povos na época!


Tanto na época como hoje não é possível que haja nuvens suficientes com água
para cobrir todo o planeta porque não há moléculas gasosas suficientes para
produzir tal Dilúvio.

Agora, para quem gosta de usar um pouco da criatividade basta imaginar o


planeta Júpiter. Ele é o maior planeta do nosso Sistema Estelar e cabem dezenas
de Terras dentro dele. Entretanto, diferente da Terra ele é todo gasoso e está
envolto em nuvens. E, se nalgum momento essas nuvens se condensassem e
caíssem como chuva ele seria um planeta aquático e não haveria superfície sólida
ou seca para por os pés e caminhar. Imagine uma bexiga de ar que usamos em
festas de aniversários cheias de água! Assim seria Júpiter, porém, sem o plástico
que contém em seu interior o ar ou a água mencionada aqui.

Com isso, toda a população que havia se espalhado por todos os cantos da
Terra não sucumbiram, apenas os povos que habitavam a região na época.
041 – SENTIMENTO HUMANO DA LEMBRANÇA EM
DEUS. [Gn. 8.1].

“Deus lembrou-se de Noé, de todos os animais e de todo o gado,


que estavam com ele na arca; e Deus fez passar um vento sobre a terra,
e as águas começaram a diminuir”.

Esse é o texto de Gênesis 8.1 no qual vemos algo curioso nele. E, é o que
tem a ver com um sentimento humano conhecido como “lembrança”. Mas, o que é
esse sentimento humano que convivemos diariamente? Claro que é o sentimento
em que recordamos algum evento ocorrido em questão de minutos, horas, dias,
meses e anos.

Nisso é bem conhecida a frase “Recordar é viver”. De fato, as lembranças


de eventos alegres nos deixam felizes, porém, as lembranças de eventos tristes nos
deixam cabisbaixos.

Mas, o que é que temos aqui de fato em relação a esse sentimento que foi
transferido para Deus durante esse evento que ocorreu com Noé? Bem! Aqui se vê
o relato de que Deus se lembrou de Noé, sua família e os animais, répteis e aves
que estavam dentro da Arca que boiava na Arca.

Porém, o que é curioso aqui é que o escritor tenha colocado um sentimento


humano em Deus como se Ele num dado momento tivesse esquecido que havia vida
dentro de um grande barco que boiava nas águas. Dessa forma, surge aquela velha
dúvida no qual se questiona se Deus é como o ser humano que se esquece das coisas
e de compromissos.

Ora! Se Deus se lembrou é porque Ele havia se esquecido de Noé, sua


família e os demais seres que estavam na Arca. Ou talvez Ele estivesse
preocupado com outras coisas noutro lugar e tenha demorado um pouco para
intervir novamente.

Com isso, não devemos ignorar que o Homem fez o que podia para registrar
um grande evento, e nesse intuito acabou dando pinceladas humanas como essa ao
relatar que Deus havia se esquecido e que agora se lembrara dos seres vivos
dentro de um barco de madeira que boiava nas águas.

E, se Deus se esquece como um ser humano Ele já não é perfeito porque


pode cometer outras falhas que tem a ver com sentimentos, atitudes e faltas
humanas. Logo, Ele não é tão perfeito como se imagina. Por isso, que não podemos
deixar Deus preso dentro de Gênesis porque Ele é maior do que Gênesis, do que a
Terra e do que todo o Universo.

Claro que essa falha não ocorre apenas em Gênesis porque há outros textos
que devido à intervenção humana Deus acaba sendo retratado com sentimentos
humanos. Essa é aquela velha história de se fabricar deuses conforme a nossa
vontade para explicá-las e venerá-las. Foi o que aconteceu quando os primeiros
grupos humanos passaram a entender que o Sol, a Lua, as estrelas, o trovão, o
relâmpago e etc. eram deuses que deviam ser venerados e agradados.
042 – A ARCA DE NOÉ POUSA NO MONTE
ARARATE. [Gn. 8.4].

“No sétimo mês, no dia dezessete do mês, repousou a arca sobre


os montes de Arará”.

O texto que vemos agora é o de Gênesis 8.4. Mas, o que ele tem de
interessante de forma a que nos chame a atenção? Bom! Se voltarmos no texto de
Gênesis podemos observar que com a chegada do grande Dilúvio, Noé, sua esposa,
seus três filhos e três noras como animais, répteis e aves haviam entrado na Arca.
Porém, com a grande quantidade de água na região depois de algum tempo a Arca
começava a boiar e durante um bom tempo ela ficou sobre as águas.

E, como não havia remos, velas ou timão o barco ficou a deriva indo por
toda a parte levado pelas ondas e pelo vento dia e noite até que tempos depois o
Dilúvio cessara e as águas começaram a baixar e com isso a Arca acabou
repousando no monte Ararate ou Arará. Claro que a Arca podia ter pousado numa
planície e noutros locais, porém, ela pousou num monte.

Mas, há algo de especial em se pousar num monte? Claro que a


permanência num monte tem as suas vantagens estratégicas. É do alto do monte
que se tem uma visão ampla do que e de quem está nas proximidades abaixo e isso
permite uma defesa contra invasões e ataques.

É também no alto do monte que há proteção de novas tempestades e


enchentes que podiam ocorrer e que ocorriam. Isso me faz lembrar algo
interessante. Noé e sua família haviam com certeza construído a Arca numa região
plana, porém, ela agora estava num monte. Assim, podemos observar que eles
viviam e saíram de uma “situação” e rumaram para uma “posição”. De fato,
saíram de uma situação de catástrofe para uma posição de livramento porque a
Arca realmente salvara Noé, sua famílias, os répteis, aves e animais do grande
Dilúvio que houvera.
043 – NOÉ SOLTA DUAS AVES COMO
INSTRUMENTOS DE PESQUISA. [Gn. 8.6-12].

“Ao cabo de quarenta dias, abriu Noé a janela que havia feito na
arca; soltou um corvo que, saindo, ia e voltava até que as águas se
secaram de sobre a terra. Depois soltou uma pomba, para ver se as
águas tinham minguado de sobre a face da terra; mas a pomba não
achou onde pousar a planta do pé, e voltou a ele para a arca; porque as
águas ainda estavam sobre a face de toda a terra; e Noé, estendendo a
mão, tomou-a e a recolheu consigo na arca. Esperou ainda outros sete
dias, e tornou a soltar a pomba fora da arca. À tardinha a pomba voltou
para ele, e eis no seu bico uma folha verde de oliveira; assim soube Noé
que as águas tinham minguado de sobre a terra. Então esperou ainda
outros sete dias, e soltou a pomba; e esta não tornou mais a ele”.

O que temos agora é o texto de Gênesis 8.6-12. Nele vemos Noé se


aproveitando de duas aves para realizar pesquisas fora da Arca para saber como
estava o local onde ela boiava. Entretanto, tanto o corvo como a pomba, elas
voltavam para ele porque elas não encontravam locais onde pousarem. Mas, por
que Noé estava fazendo isso? De fato, ele imaginava que como a tempestade havia
cessado e não chovia mais e a Arca boiava sem chacoalhar tanto como em meio à
tempestade, ele passou a imaginar que as águas já estavam baixando.

Porém, para que ele pudesse confirmar as suas suspeitas ele resolveu lançar
duas aves para verificar se havia algum local na região onde pudessem descer. E,
assim, as aves eram soltas e voltavam para ele até que por fim a pomba lhe trouxe
uma folha verde de oliveira. Isso fez com que Noé tivesse a compreensão de que as
águas já haviam baixado e alguma terra seca já começava a aparecer porque se
havia folha havia também árvore e consequentemente terra seca.
Vemos nesse evento algo que se tornou uma realidade na Humanidade
desde os tempos antigos. Isso quer dizer que o Homem passou a pequenos passos a
se utilizar de instrumentais variados para fazer pesquisas de campo para
compreender muitas coisas e fenômenos à sua volta. Nisso, ao voltarmos no tempo
é interessante observar que o Homem percebeu que durante o dia o Sol esquentava
e durante a noite a Lua gelava. Por causa disso, se imaginava que ambos os astros
tinham algo a ver com a mudança do tempo. Entretanto, mesmo sabendo que o Sol
é responsável pelo calor que nos sentimos, a Lua não traz o frio porque ele tem a
ver com a ausência do Sol e não porque a Lua lança frio sobre o nosso planeta.

Também faz parte na História da Humanidade que o Homem percebeu no


decorrer do período em que vivia que havia mudanças no tempo como o que
conhecemos como Primavera, Verão, Outono e Inverno. As fases da Lua também
foram percebidas como Quarto Minguante, Lua Crescente, Lua Cheia e Lua Nova.
E, por causa dessas alternâncias no tempo era observado que havia momentos
certos para a sementeira e a colheita. E, devido a experimentações que o Homem
foi fazendo se descobriu os períodos certos para a Lavoura.

O mesmo aconteceu com o desenvolvimento das tintas que eram usadas


para pintar em cavernas e em pedras. E, isso se deveu a experimentações com
mistura de cores e elementos dos mais diversos.

Até mesmo quando a Escrita surgiu houve experimentações no surgimento


das primeiras letras que representavam vocalizações e também na escrita. Isso
quer dizer que a escrita que era feita em paredes e pedras começou a ser escrita
em tabuletas de argila. Assim, elas podiam ser transportadas facilmente. Depois a
escrita foi transferida para papiros que eram folhas vegetais trançadas. Depois o
pergaminho ou pele de animais se tornou material bem melhor. Em seguida, os rolos
de papel proporcionaram para a posteridade cada vez mais eventos que ocorreram
em papel que tinha boa durabilidade.

Tempos depois dos rolos vieram os Códices que eram como os nossos atuais
livros, porém, eram escritos a mão até que surgiu a Imprensa de Gutemberg. Com
isso observamos a evolução da Escrita em materiais diversos como fruto de
experimentações.
A mesma coisa se deu com as primeiras ferramentas usadas tanto na
Lavoura como em instrumentos de guerra primitiva. Isso quer dizer que o Homem
primeiro lutou com as mãos limpas, depois com paus e pedras. Depois surgiriam
armas de bronze até que se chegasse a armas de ferro. É o que se conhece como
Idade do Bronze e Idade do Ferro. Assim, vemos novamente uma evolução a partir
de experimentações.

Agora, ao viajarmos pelas páginas dos séculos desde o surgimento do


Homem Primitivo até aos dias atuais também podemos observar constantes
experimentações que levaram a aperfeiçoamentos de tudo o que se possa imaginar.

Esse é o caso dos primeiros barcos utilizados em rios e lagos e depois para
pescas no mar. Tempos depois, barcos maiores foram construídos proporcionando
viagens a regiões mais distantes. E, assim, dos primeiros barcos de madeiras
primitivos chegou-se aos primeiros navios movidos a vapores que levou aos
movidos a diesel e mais recentemente aos navios nucleares.

O mesmo aconteceu também com a conquista dos céus quando o Homem


depois de observar os pássaros passou a fazer experimentações em balões que
proporcionaram o surgimento de pequenos aviões até que foram construídos os
aviões bimotores, a jato, subsônico e supersônico. Agora já temos até foguetes
levando o Homem ao espaço, a Lua e futuramente a Marte.

Também não devemos esquecer que Sondas não tripuladas já foram


enviadas aos planetas Mercúrio, Vênus e Marte. Também Saturno, Júpiter, Urano,
Netuno e Plutão já tiveram Sondas viajando em suas órbitas. De fato, duas Sondas
já saíram da região do Sistema Solar e estão viajando para outras regiões do
espaço do Universo. E, pelo que pudemos acompanhar pelos veículos de
comunicações a Sonda Rosetta foi a primeira a descer um módulo conhecido como
Philae num cometa em novembro de 2012. Porém, anos antes uma Sonda se
aproximou a cerca de 500 km do cometa Halley e tirou fotos em julho de 1985. Já
em janeiro de 2005 a Sonda Huygens desprendeu-se da Sonda Cassini e pousou em
Titã, uma das luas de Saturno.
E, tudo isso só foi possível porque o Homem passou a fazer
experimentações que lhe proporcionou descobertas cada vez mais espetaculares.
Porém, há regiões que o Homem não pode alcançar e por isso surgiram Telescópios
e Radiotelescópios que fizeram com que o Homem enxergasse cada vez mais longe
no Universo. Com isso, temos fotos de Galáxias presentes à distância de bilhões de
anos luz da Terra.

Entretanto, não paramos por aqui porque com a invenção de lentes foi
possível observar um Universo microscópico cada vez menor como bactérias,
micróbios, células, moléculas, átomos e etc.

Mas, o que isso quer dizer em relação ao texto citado? Bem! Noé foi um dos
primeiros homens que passou a realizar experimentações na vida da Humanidade.
E, o soltar de duas aves foram atitudes simples de experimentações já que já
tivemos exemplos relatados de experimentações mais complicadas. Foi o mesmo
Noé que acabou sofrendo com os efeitos do que fez quando após ele ter deixado
uma sobra de suco de uva fermentar ficou embriagado como o próprio texto de
Gênesis relata.

Quem já estudou um pouco de Psicologia já deve ter visto experimentos que


foram feitos com aves e animais para se descobrir algo. Até mesmo a Ciência
Comportamental tem observado o Homem através de experimentações. Na
verdade, as experimentações se tornaram uma realidade presente na vida da
Humanidade desde a sua origem.

Para finalizar não podemos ignorar a Arca que também foi o resultado de
experimentações porque mesmo não tendo sido construída com lemes, timão,
sistemas de lastros e etc. ela funcionou bem porque ficou boiando no mar sendo
levado pelas ondas até que pousou sobre um monte. A mesma coisa ocorreu e tem
ocorrido com os barcos e navios que são feitos a partir de experimentações para
que proporcionem segurança em alto mar. É interessante observar algo
interessante num jogo de palavras em português em que Noé lançou no céu “aves”
e o Homem séculos depois lançou “naves” no espaço para a exploração de algo
mais.
044 – A SAÍDA COMO UM NOVO INÍCIO. [Gn. 8.14-
19].

“No segundo mês, aos vinte e sete dias do mês, a terra estava seca.
Então falou Deus a Noé, dizendo: Sai da arca, tu, e juntamente contigo
tua mulher, teus filhos e as mulheres de teus filhos. Todos os animais
que estão contigo, de toda a carne, tanto aves como gado e todo réptil
que se arrasta sobre a terra, traze-os para fora contigo; para que se
reproduzam abundantemente na terra, frutifiquem e se multipliquem
sobre a terra. Então saiu Noé, e com ele seus filhos, sua mulher e as
mulheres de seus filhos; todo animal, todo réptil e toda ave, tudo o que
se move sobre a terra, segundo as suas famílias, saiu da arca”.

O texto que lemos agora é o de Gênesis 8.14-19 e nele não podemos


ignorar uma ordenança divina que é o ato de sair. E, de fato, quem sai deve sair
para algum lugar. Porém, no caso aqui, foi necessário a ordenança de Deus para
que saíssem porque Noé não sabia se o barco seria levado novamente pelas águas
para outro local.

O fato é que depois que o Dilúvio terminara e as águas começaram a baixar


deixando o barco num monte, Noé não sabia se era chegado o momento de todos
saírem da Arca. Agora, o que devemos observar é algo interessante que não
aparece no texto de Gênesis, porém, vejamos antes o texto de Gênesis 7.16 “E os
que entraram eram macho e fêmea de toda a carne, como Deus lhe tinha ordenado;
e o Senhor o fechou dentro”.

Assim, o que se vê é que foi Deus quem fechara a Arca por fora, mas depois
não se observa quem é que abriu a porta para que todos saíssem. Com isso não é
difícil de imaginar que depois que a Arca pousou no monte e as águas baixaram
Deus abriu a porta da Arca para que todos saíssem.
Entretanto, não devemos ignorar que a insistência de Deus para que todos
saíssem era porque havia chegado o momento de fazê-lo e que eles estavam agora
em segurança para iniciarem uma nova vida.

Na verdade, quando Deus fala para sair é porque Ele tem algo melhor para
nos dar. Isso quer dizer que sair não é agradável e confortável para ninguém
porque sair é deixar um local ou posição cômoda, segura e estável para um local ou
posição contrária.

É o mesmo que sair de uma posição confortável e lançar-se numa situação


desconfortável. De fato são poucos profissionais que aceitam esse desafio e vão à
luta deixando uma área confortável ao buscar uma área desconfortável para
conquistar o seu lugar no mundo. E, como exemplo nós temos o desafio de Deus
para Abrão em Gênesis 12.1-2:

“Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela, e da


casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. Eu farei de ti uma grande nação;
abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome; e tu, sê uma bênção”.

Esse texto revela o chamamento de Abrão para que ele saísse de uma área
confortável e rumasse para uma área desconfortável. Assim, o que Deus queria é
que Abrão mudasse de vida. E, pelo que se observa a coragem de Abrão seria
recompensada porque Deus estaria com ele lhe abençoando.

E, é justamente isso o que ocorreu com Noé quando Deus o chamou para
sair de uma situação para ser recompensado com uma posição. Isso quer dizer que
Noé habitava um mundo que havia se corrompido totalmente e precisava ser
revitalizado ou iniciado novamente. Por isso, o ato de sair também revela a
coragem de começar tudo de novo no momento em que se ruma para o horizonte
das possibilidades para conquistar. Na verdade, sair de uma área confortável para
uma área desconfortável não é nada fácil, porém, proporciona uma recompensa
inimaginável.
Também não devemos ignorar o fato de que somos marcados por essa
realidade a cada dia, seja na Escola, na Faculdade, no trabalho e no local de
moradia. Isso quer dizer que quando mudamos fazemos novas amizades e
conhecemos outras realidades e novas situações se nos apresentam. Assim, como
Noé e Abrão nós vivenciamos a mesma realidade a cada momento.
045 – A FUNÇÃO DO ALTAR. [Gn. 8.20].

“Edificou Noé um altar ao Senhor; e tomou de todo animal limpo


e de toda ave limpa, e ofereceu holocaustos sobre o altar”.

Esse é o texto de Gênesis 8.20, e nele vemos a atitude de Noé em construir


um altar ao Senhor e oferecer holocaustos nele. Entretanto, ficam três perguntas
curiosas a esse respeito. Quem ensinou Noé a construir um altar? Quem ensinou
Noé a oferecer holocaustos? E, foi Deus quem pediu isso a ele? Porém, surge aqui
mais outra pergunta: o que eram os holocaustos?

Bem! Para responder a essas perguntas vamos começar a respeito da


palavra “holocaustos” que está no plural. O oferecimento de holocaustos na época
tem a ver com o sacrifício de animais e aves no qual se fazia a sangria e depois os
matavam diante do altar. Mas, de onde surgiu essa prática? Ela partiu de Deus?
Veja quantas perguntas vão surgindo a partir de três feitas!

Antes, porém, é necessário entender que outra pessoa também passou por
isso. É o caso de Abrão.

De fato, precisamos entender que Noé era filho de seus pais e fazia parte de
uma nação que havia recebido a Cultura de seus pais e antepassados. Com isso, não
devemos ignorar o fato de que Abrão era um habitante da cidade de Ur dos caldeus
e não conhecia ao Deus Javé na época. Assim, ele vivia a vida que ele tinha em seu
contexto. Isso quer dizer que ele havia recebido a Cultura de seus pais e de seus
antepassados e também do povo do qual ele fazia parte. E, parte de sua Cultura
que ele havia recebido era o idioma, práticas, culturas e religiosidade.

Dessa forma, ele teve contato com as divindades da época de sua nação e
também não se pode negar o fato de que ele devia venerar uma ou algumas das
divindades que sua nação cultuava. Claro que isso ocorreu antes dele conhecer ao
Deus Javé. Por causa disso a existência de vários altares fazia parte de seu
contexto existencial e ele como também os membros de sua nação deviam
constantemente fazer holocaustos ou sacrifícios às suas divindades.

Por isso, Abrão sabia muito bem a utilização de um altar e também como
fazê-lo. Ao lermos o texto de Gênesis também podemos observar que Abrão
acabou sendo levado por seu pai para habitar em Harã, no qual teve contato com
velhas divindades e outras novas em seu ambiente cultual religioso. E, para
observar que isso era verdade é só observar o texto de Gênesis 12.1: “Ora, o
Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela, e da casa de teu pai,
para a terra que eu te mostrarei”.

Na verdade, a construção de altares como se vê tanto em Noé como em


Abrão não era nenhuma novidade e ambos apenas reproduziram o que aprenderam
a fazer. Por causa disso, se observa Noé e Abrão construindo altares e fazendo
sacrifícios de animais num ato de adoração ao Deus que lhes aparecera. E, o mais
curioso é observar que em nenhum desses textos se observa a ordenança de Deus
para fazê-lo.

Creio que duas perguntas foram respondidas agora sobre quem os ensinou a
construir altares e a fazer holocaustos. Mas, por que os primeiros grupos humanos
passaram a construir altares e a fazer sacrifícios? Ao estudarmos a História
Humana podemos observar que os primeiros grupos humanos acabaram
desenvolvendo uma vida religiosa primitiva para explicar os fenômenos da
Natureza e a presença dos astros celestes no céu.

Assim, eles passaram a oferecer holocaustos tanto para agradar a


divindades para conseguiram boa caça, boa pesca, boa lavoura e etc. ao mesmo
tempo em que também buscavam aplacar a ira das divindades quando havia
tempestades, terremotos, vulcões em erupção, raios, trovões e etc. E, foi assim que
foi surgindo uma vida religiosa primitiva até que ela foi se tornando numa
Instituição Nacional com práticas, ritos, dogmas e etc. comum a todos os seus
membros.
E, em meio a tudo isso, também fica a pergunta de se foi o Deus Javé que
ordenou que Noé e Abrão construíssem altares e lhe oferecessem holocaustos para
agradá-lo ou aplacar a sua ira divina. Claro que essa é uma boa pergunta porque no
momento em que nascemos e adentramos as Instituições Humanas nós aprendemos
a compreender o que incorporamos. E, com isso, recebemos vários elementos de
Culturas variadas sem saber como começaram e o que está incluso nelas.

Bem! Em relação a que se isso foi uma ordenança de Deus ou não, podemos
verificar pela leitura dos textos que não houve uma ordenança divina porque Deus
não precisa de holocaustos porque Ele é Espírito e não se alimenta e também não
se agrada com mesquinharias humanas.
046 – A POPULAÇÃO DEVE CONTINUAR A
CRESCER DEMOGRAFICAMENTE? [Gn. 9.1].

“Abençoou Deus a Noé e a seus filhos, e disse-lhes: Frutificai e


multiplicai-vos, e enchei a terra”.

Esse é o texto de Gênesis 9.1 e se vê nele algo que tem sido muito criticado
nos dias de hoje. Eu mesmo já ouvi pessoas que professam uma fé diferente da
cristã de que isso está errado porque com uma população mundial que está
passando fome e tem necessidade de água e continuar a crescer é um grande
problema mundial. Com isso, criticam até mesmo os problemas sociais que já havia
no começo da origem dos primeiros povos no decorrer dos séculos e se perpetua até
hoje.

É o caso de testemunharmos a pobreza por toda a parte com moradores de


rua, mendigagem e etc. como consequência do mal social que dura até hoje. Isso
sem contar com os problemas referentes à falta do básico de Saneamento como
moradia digna, água e luz.

Somado a esses problemas sociais ainda temos a falta de Segurança,


Educação, emprego e etc. o que faz com que a maior parte da população mundial
viva uma “subvida” e padeça necessidades, o que tem ceifado milhares de vidas
todos os anos em todo o mundo.

É nesse momento que surgem os críticos de textos bíblicos que se baseiam


nesse texto para criticarem essa ordenança de Deus em Gênesis como algo insano
para o século passado e para o século atual. Por causa disso, se observa a
necessidade de um controle populacional porque não há condições básicas para se
manter famílias com muitas crianças.
Hoje mesmo, uma família tradicional de quatro pessoas como pai, mãe e
duas crianças já tem alguns problemas financeiros quando chega o momento de
colocar suas crianças em Faculdades. Porém, com contas de água, luz, telefone,
gás, alimentação, roupa, estudo e etc. está bem difícil da maioria das famílias em
cumprir esses compromissos.

Por causa disso, o número de crianças e adolescentes fora das Escolas é


muito grande o que leva a termos uma população analfabeta ou semianalfabeta. E,
dependendo do país no mundo esse reflexo é bem pior do que o de nosso país.

De fato, os críticos desse texto de Gênesis ignoram o fato de que ele foi
escrito para quatro casais, Noé e sua esposa, seus três filhos e suas três noras. Por
isso, há a ordenança para que esses quatro casais se multiplicassem sobre a Terra
para começar uma nova população. E, por que isso?

Como exemplo, vamos mencionar o caso de um país chamado Paraguai. No


século XIX houve uma guerra no qual o Brasil, a Argentina e o Uruguai tiveram que
se unir numa Força Tríplice para enfrentar o Paraguai porque ele queria uma saída
para o mar de forma que iniciou uma invasão.

Mas, o que essa menção tem a ver com o texto bíblico? De fato, após o
término dessa guerra, o Paraguai ficou praticamente sem população masculina e
para que pudesse ter uma população houve a necessidade de que os homens que
haviam sobrado tivessem mais de uma mulher porque ficaram milhares de mulheres
viúvas.

Assim, podemos compreender que era necessário e urgente que houvesse


uma multiplicação de pessoas na época porque caso houvesse alguma catástrofe
iminente a Humanidade poderia ter se extinguido pela falta de descendentes. E, se
uma das noras ou duas tivessem nascido estéreis? Veja que situação! Claro que
agora já somos mais de sete bilhões de seres humanos na face da Terra, e por isso
surge outra pergunta. Quantos habitantes a Terra suportará?
Hoje a maior parte da população enfrenta a falta de água e tem levado e
levará países no futuro a guerras para obter água. O Brasil mesmo como um país
com muita água potável está na mira de várias nações e poderá sofrer agressões e
até mesmo invasões no futuro.

Na verdade, a Humanidade hoje não tem condições de ficar se multiplicando


sem controle porque ela poderá sofrer grandes consequências como tem ocorrido.
Veja o caso, por exemplo, da China que se posicionou já a alguns anos ao fixar o
número de um filho por casal já que tem uma população de 1,4 bilhões de
habitantes. Em seguida vem a Índia com 1,3 bilhões. Depois temos os Estados
Unidos com 325 milhões, a Indonésia com 255 milhões, o Brasil com 203 milhões de
habitantes e o Paquistão com 188 milhões.

Com isso, não podemos fazer confusões com textos de Gênesis como se faz
hoje ao ponto de distorcê-los e fazer com que falem coisas que não querem dizer.
Assim, não precisamos encher a Terra porque o ser humano se faz presente hoje
nos cinco Continentes: América, Europa, África, Ásia e Oceania. Já no sexto
Continente o ser humano se faz presente com Bases de Pesquisas e não com
cidades e povos.

Em relação ao se multiplicar esse texto tem a ver com o sistema


matemático de multiplicar um número e não somar, subtrair ou dividir. Isso quer
dizer que numa divisão se temos 10 e dividirmos por 2, temos 5 como resultado.
Numa subtração, se tivermos 10 e subtrairmos 2, teremos 8 como resultado. Numa
soma se tivermos 10 e somarmos 2, teremos 12. Já numa multiplicação teremos um
grande problema porque 10 multiplicado por 2, teremos como resultado o número
20.

Assim, numa Humanidade hoje com sete bilhões de seres humanos, se


metade for de homem e metade de mulher e se cada casal imaginário quiser ter
três filhos no mínimo teremos então 7 multiplicado por 3 que totalizará 21 bilhões.
Alguém já tentou imaginar o que pode ocorrer se a população chegar ao final do
século XXI com esse número de habitantes?
Há tantos campos aráveis para a Lavoura e o pastoreio de rebanhos? Há
tanta água potável para tanta gente? Haverá ar puro para respirar com tanta
poluição que está causando o Efeito Estufa e o degelo nos polos? Infelizmente, o
Homem está acabando com a sua casa e consigo próprio. No Mundo Ocidental
estamos no ano de 2015. E, como será no ano 2050? Olhe que não falta muito
porque o tempo passa rápido!

Para quem pensa que o Homem vai buscar viver em outros planetas do
Sistema Solar para continuar a sua espécie como Mercúrio, Vênus e Marte e até
mesmo na Lua, não devemos ignorar o fato de que não há nesses locais o que há
aqui em nosso planeta como Atmosfera protetora, ar respirável, Fauna e Flora, e
por isso, eles têm ambientes inóspitos para o Homem.

Dessa forma, se nós precisássemos viver nesses locais hoje por causa de
alguma catástrofe o Homem se extinguiria como espécie porque não temos
tecnologia para viver nesses locais e muito menos se multiplicar. Claro que para ir
para outro Sistema Estelar como Alfa Centauri está fora de cogitação porque não
temos tecnologia suficiente para enviar gente para lá e nem se sabe se há algum
planeta semelhante ao nosso para viver.Assim, o que será da Humanidade antes
que termine o século XXI? Se a Humanidade não se destruir em guerras ou numa
Terceira Guerra Mundial ela poderá fazê-lo caso alguma super bactéria fuja de
controle ou caso a poluição eleve a temperatura para níveis insuportáveis e o
mundo se transforme num grande deserto.

Na verdade, se o Homem não se conscientizar de seu papel como Mordomo


não chegará ao século XXII e um dia poderá se tornar num grande cemitério
arqueológico para outras civilizações que tenham se originado em outras partes da
Galáxia ou do Universo.
047 - O PAPEL DA MORDOMIA PARA O HOMEM.
[Gn. 9.2-3].

“Terão medo e pavor de vós todo animal da terra, toda ave do céu,
tudo o que se move sobre a terra e todos os peixes do mar; nas vossas
mãos são entregues. Tudo quanto se move e vive vos servirá de
mantimento, bem como a erva verde; tudo vos tenho dado”.

Esse é o texto de Gênesis 9.2-3 e encontramos uma palavra chave que é


“Mantimento”. Porém, antes devemos observar que no texto é relatado que o
Homem como espécie por ser racional e ter a capacidade de transformar o Meio
Ambiente em que vive acabou tendo a primazia sobre todas as demais espécies na
face da Terra. Dessa forma, conforme o texto alega, todas as espécies que voam,
que se movem, que rastejam e que vivem nas águas foram dadas como bens ao
Homem.

E, não foram apenas dadas como bens ao Homem como Mantimento como
também devem ser protegidas. Isso quer dizer que todas as espécies de seres na
face da Terra devem fazer parte da Mordomia do Homem. Mas, o que isso quer
dizer? De fato, Mordomia lembra o ofício praticado por um Mordomo que é visto
como uma espécie de Administrador.

Agora, quando mencionamos o termo Administrador isso nos lembra de


alguém que além de administrar bens próprios e alheios significa o cargo de alguém
que também tem a responsabilidade de zelar por eles. No caso do Homem, o que o
texto menciona é que o Homem deve e deveria administrar o zelo por todas as
espécies na Terra, não apenas da Fauna como também da Flora.

Chegamos agora a uma afirmação interessante porque isso tem a ver


também com o cuidado e zelo por todos os Meios Ambientes e Ecossistemas que
existem na Terra. Isso quer dizer que o Homem deve proteger a Fauna e a Flora
existentes porque ambas fazem parte do Mantimento para a existência e
continuidade do Homem como espécie.

De fato, essa já era a preocupação de Deus para o Homem na época e não


deixa de ser em nossos dias atuais. Mas, infelizmente, o que temos acompanhado é
o contrário porque o Homem tem destruído a Natureza e por causa disso inúmeras
aves, animais e répteis já se extinguiram pela ação do Homem e centenas de outras
espécies estão em risco de extinção.

Na verdade, com o crescimento desordenado das cidades e desmatamento


para a Lavoura e para o pastoreio de Gado, aves, répteis e animais tem ficado sem
os seus respectivos habitats e por isso eles têm invadido as cidades e outras
espécies têm se extinguido por não encontrarem ambientes favoráveis à sua
procriação.

Um dos casos mais famosos que se conhece é a extinção dos grandes


Mamutes que eram animais maiores e parecidos com os elefantes com grandes
marfins em sua cabeça. Sabe-se que o Homem foi um dos responsáveis por sua
extinção pela caça por causa de desenhos que foram encontrados em pedras e em
cavernas. Na verdade, os Mamutes foram contemporâneos do Homem nessa época.

Para muita gente a preocupação com o zelo e a manutenção da Fauna e da


Flora não é importante porque o que mais conta são os benefícios pela extração e
exploração de tudo o que há para o enriquecimento, a principal marca do
Capitalismo Selvagem que apregoa que o Homem é o que possui. Por causa disso, o
Homem tem acabado com os recursos naturais.

O Homem ainda não se deu conta que com a não manutenção da Fauna e da
Flora está condenando o seu próprio futuro como espécie na face da Terra. E,
quando se menciona que tudo deve ser para Mantimento para o Homem não quer
dizer que seja como fonte de exploração indiscriminada como tem sido feito a
ponto de não permitir que haja reprodução das espécies e a destruição dos locais
em que habitam e se reproduzem.
Mas, o que é mais interessante destacar nesse texto é observar que o verde
ou relva que é o mesmo que a Flora é tida como ser vivo mesmo que seja de forma
inclusiva junto às espécies. Também não deve ser ignorado que o texto relata que a
Fauna também deve ser protegida e cuidada porque dela também provém o
sustento e a manutenção do Homem.

Agora que vimos o quanto é importante o cuidado para com a Fauna e a


Flora de nosso planeta devemos buscar tomar o máximo de cuidado para proteger e
para perpetuar todas as espécies tanto da Fauna como da Flora em nosso planeta.
Isso quer dizer que se não tomarmos cuidado hoje os nossos descendentes no
futuro irão sofrer graves consequências por causa de nossas ações impensadas.
048 – A VINGANÇA TEM AVAL DE DEUS? [Gn. 9.6].

“Quem derramar sangue de homem, pelo homem terá o seu


sangue derramado; porque Deus fez o homem à sua imagem”.

Vemos agora no texto de Gênesis 9.6 algo que tem sido muito questionado
desde aquela época até os dias atuais e que não tem outro nome que não seja
“vingança”. Mas, o que é vingança? Quem disse que é uma forma de se
proporcionar Justiça se engana. Vingança jamais será sinônimo de Justiça porque
ela fere os direitos do ser humano enquanto ser existente.

Agora, o que vemos nesse texto é algo que assusta demais se não pararmos
para observar o que nele foi relatado pelo escritor. É só observar bem! A primeira
coisa que observamos é o relato de que o homem culpado pelo sangue derramado
deve ter seu sangue também derramado. Isso quer dizer que se um homem fere
outro ele deve ser também ferido da mesma forma como uma forma de justiça.

Na verdade, muitas pessoas não observam o que está por trás desse texto.
Alguém por acaso já viu o sangue de um homem ser derramado? Bem! Pequenos
cortes não fazem com que o sangue se derrame. Porém, em cortes maiores
causados em acidentes ou em agressões se observa o sangue ser derramado.

Imaginemos agora que toda vez que uma pessoa praticar uma agressão
contra seu semelhante tenha que sofrer o mesmo ato! Isso não passa da prática de
vingança contra o seu semelhante. E, isso é vontade de Deus? Aliás, vingança é
sinônimo de justiça? Com isso, a vingança é um prato que deve ser comido frio
como se ouve falar em várias ocasiões?

É interessante observar também outro texto que não se encontra em


Gênesis a respeito da prática da vingança. Ele se encontra em Êxodo 21.23-25:
“mas se resultar dano, então darás vida por vida, olho por olho, dente por
dente, mão por mão, pé por pé, queimadura por queimadura, ferida por ferida,
golpe por golpe”.

Ele fala em vingança tipo sangue por sangue, vida por vida. Claro que para
quem não conhece, esse texto é mais antigo do que o relato de Gênesis visto porque
ele faz parte do Código de Hamurábi escrito cerca de 1780 a.C. no antigo reino da
Babilônia. E, para quem ainda não ouvir falar do “Código de Hamurábi”, ele foi
escrito num monolítico talhado em rocha em escrita cuneiforme acádica e foi
encontrado por uma expedição francesa em 1901 onde era a Mesopotâmia (Irã) na
antiga cidade de Susa.

Dessa forma, o escritor trouxe para dentro do Gênesis um texto de


Hamurábi e colocou na boca de Deus. E, por que ele teria feito isso? Devemos
observar também que no texto citado é mencionado que como Deus fez o Homem à
sua imagem ele recebeu algo d’Ele em sua vida. Entretanto, no texto se observa a
aprovação divina na vingança quando um homem fere a outro.

Claro que há diversas interpretações sobre esse tema, porém, não devemos
ignorar que nesse texto o escritor transferiu seu sentimento de vingança para Deus
e para que pessoas e famílias agredidas na época pudessem se vingar sem que
houvesse reprovação popular foi vital colocar essa regra na boca de Deus porque
assim ninguém questionaria uma ordenança divina.

Mas, trazer para o Gênesis um relato que se apregoa a vingança de uma


pessoa contra outra na mesma forma com aprovação divina é distorcer as
ordenanças de Deus em relação à Justiça. Nós já ouvimos falar sobre a
conscientização de não se fazer justiça com as próprias mãos ainda mais quando a
justiça está muito distorcida e não funciona para as pessoas que não tem recursos
financeiros, fama, status social e etc.

Com isso, o sentimento de revolta deixa as pessoas e os povos transtornados


com a justiça pendendo para os poderosos e penalizando os menos afortunados.
Assim, é muito fácil se vingar de alguém tendo a ordenança divina como aval divino.
E, nisso não observamos que a vontade de Deus é o amor, o perdão, a reconciliação
e a justiça, e não a vingança do ser humano contra seu semelhante.

Ao lermos o texto observamos que o ato de se vingar do sangue derramado


é lícito porque recebe a chancela divina porque como Deus criou o Homem à sua
imagem a vingança é uma de suas ações o qual é repassado para o Homem nesse
texto.

Nesse texto é colocada na boca de Deus a ordenança a Noé e sua família de


que a pena para a agressão física cometida por alguém teria como resultado a
reciprocidade. Imaginemos o que isso significaria no mundo atual! Sabemos muito
bem a diferença entre um ato culposo e um ato doloso. Assim, como seria tratado o
assunto caso alguém infringisse uma agressão sem intenção de fazê-lo devido a um
acidente?

Sim! Esse assunto não é fácil. E, assim muitas pessoas imaginam que a
vingança é a mesma coisa que a Justiça de Deus e não é. De fato, o que acontece é
que a pessoa penalizada quando é levada a julgamento e a justiça é feita ela sente
que houve uma vingança contra ela, porém, não houve, desde que ela seja julgada
honestamente e justamente.

Por outro lado, a pessoa agredida que vê a sua agressora punida sente um
gostinho de vingança quando deveria entender que a pena é o resultado de um
julgamento justo com a justiça sendo feita para que a injustiça não prevaleça. Mas,
o que acontece hoje é que as pessoas se apegam muito mais ao sentimento da
vingança do que ao desejo de ver a justiça acontecer de forma honesta e justa.

Claro que há outros questionamentos que podem ser feitos sobre esse tema,
porém, não devemos ignorar que nesse e noutros textos os escritores transferem os
seus sentimentos e atos para Deus ao mesmo tempo em que fazem com que Deus
dê o seu aval para que ações sejam cometidas pelas pessoas contra outras por se
sentirem ofendidas. É como se aproveitar do dito atribuído a Nicolau Maquiavel de
que “os fins justificam os meios”.
Agora quem está lendo precisa também tomar uma posição e interpretar se
isso é certo ou não porque a vingança não é um sinônimo de justiça e não traz
pacificação alguma. Na verdade, a vingança não é uma atitude boa e justa em
nenhum momento porque as pessoas agredidas não desejam justiça para quem as
lhe agrediram, mas o prejuízo igual ou pior do que elas sofreram.
049 – O ARCO ÍRIS COMO MEMORIAL ETERNO
ENTRE DEUS E O HOMEM. [Gn. 9.12-17].

“E disse Deus: Este é o sinal do pacto que firmo entre mim e vós e
todo ser vivente que está convosco, por gerações perpétuas: O meu arco
tenho posto nas nuvens, e ele será por sinal de haver um pacto entre mim
e a terra. E acontecerá que, quando eu trouxer nuvens sobre a terra, e
aparecer o arco nas nuvens, então me lembrarei do meu pacto, que está
entre mim e vós e todo ser vivente de toda a carne; e as águas não se
tornarão mais em dilúvio para destruir toda a carne. O arco estará nas
nuvens, e olharei para ele a fim de me lembrar do pacto perpétuo entre
Deus e todo ser vivente de toda a carne que está sobre a terra. Disse
Deus a Noé ainda: Esse é o sinal do pacto que tenho estabelecido entre
mim e toda a carne que está sobre a terra”.

Veremos agora outra novidade no texto de Gênesis 9.12-17. E, o que o


texto nos relata é sobre a função do arco-íris. Mas, o que é de fato esse fenômeno
que observamos algumas vezes depois de uma chuva? Claro que não é sempre
depois de uma chuva que podemos observar um arco-íris, porém, quando o vemos
após uma chuva é uma visão maravilhosa.

De fato, após alguma chuva depois que as nuvens deixam os raios de Sol
passarem por algum buraco entre elas nós podemos contemplar uma das grandes
maravilhas da Natureza e que se trata de um fenômeno atmosférico. Isso quer
dizer que durante algum tempo podemos observar os raios de Sol batendo nas
gotículas de água fazendo com que haja uma decomposição da luz branca em sete
cores distintas: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, índigo e o violeta.

Na verdade, a presença do arco-íris remete a muito tempo, antes mesmo da


presença do ser humano na face da Terra quando ainda nem havia vida na terra
seca. Assim, o arco-íris é anterior até mesmo aos famosos dinossauros. Por isso, ele
não é novidade alguma na História de nosso planeta e na História da Humanidade.

Quando lemos o texto de Gênesis se observa o relato de que o arco ou o


arco-íris só apareceria no céu para lembrar a aliança que há entre Deus e o
Homem numa presença eterna. Isso quer dizer que toda vez que ele surge no céu
esse é o sinal de que Deus se lembrou de sua criação e que jamais destruirá
novamente sua criação noutro Dilúvio.

Entretanto, alguém pode questionar a lembrança de Deus quando não vê o


arco no céu e pode afirmar que Deus se esqueceu do pacto por causa do pecado da
Humanidade. De fato, Deus não é como o ser humano que se esquece das coisas e
de seus compromissos. Deus é “Onisciente” e tudo conhece e de tudo se lembra.

Por causa disso não podemos ignorar que o escritor inspirado deixou para a
posteridade que o arco-íris se tornou o símbolo de aliança entre Deus e o Homem
já que o Dilúvio que é a abundância de águas foi um evento catastrófico na vida da
Humanidade naquela época e região. E, como após uma boa chuva surge de repente
um lindo arco-íris, esse fenômeno ficou conectado à aliança divino-humana.

Com o tempo, povos conceberam suas Culturas e suas respectivas


interpretações desse evento que ocorre após chuva, mas, nem todas. É o caso, por
exemplo, de haver um caldeirão cheio de ouro em uma de suas pontas. Entretanto,
não é possível chegar até onde está uma das pontas do arco-íris porque ele é uma
ilusão de ótica e pode ser observado de vários pontos de vista.

É interessante observar que o arco-íris se tornou um dos grandes símbolos


bíblicos da presença de Deus na vida da Humanidade, mas, também não devemos
ignorar o fato de que esse fenômeno é anterior à presença e ao surgimento do
Homem na face da Terra.

Mas, o que fazemos agora em relação a esse evento, ou seja, a esse símbolo
bíblico? Bom! Não devemos ignorar que esse símbolo é precioso para nós porque
ele nos sinaliza a esperança de um dia melhor. Ele também lembra que após a
tempestade vem a bonança. Poderíamos ainda dizer que ele relata também que
após uma noite de choro vem o riso pela manhã porque são as cicatrizes dos
sofrimentos e lutas diárias que nos deixam fortes para vivermos a vida diária.

Por isso, sempre depois de uma chuva quando observarmos um arco-íris não
devemos ignorar que ele é anterior ao Homem e se tornou o evento ou pacto entre
Deus e o Homem depois do Dilúvio. E, hoje sabemos que o mundo jamais acabará
noutro Dilúvio porque para isso seria necessário que asteroides caíssem na face da
Terra por toda a parte para se levantar as águas como em grandes tsunamis, mas
mesmo assim, as águas invadiriam os Continentes por pouco tempo porque depois
voltariam aos locais onde estavam em repouso.
050 – A PRIMEIRA MANIFESTAÇÃO DE
EMBRIAGUEZ EM GÊNESIS. [Gn. 9.20-21].

“E começou Noé a cultivar a terra e plantou uma vinha. Bebeu do


vinho, e embriagou-se; e achava-se nu dentro da sua tenda”.

Vemos no texto de Gênesis 9.20-21 algo que tem sido observado como uma
atitude comum principalmente entre os nossos adolescentes e que tem feito com
que muitas vidas venham a perecer precocemente. É a questão do “Alcoolismo”.
No caso aqui, temos a Noé sofrendo dos efeitos do álcool em sua época. Mas, claro
que ele não foi o primeiro porque antes dele o Homem já havia descoberto como
fermentar bebidas que levavam ao alcoolismo e seus resultados.

Embora nós possamos observar em Gênesis o primeiro relato de uma pessoa


que por ter bebido uma bebida fermentada ficou bêbada ao ponto de tirar suas
vestes e ficar cambaleando em sua tenda, na História da Humanidade Noé não foi o
primeiro homem a ficar bêbado.

Não devemos ignorar que o texto de Gênesis foi escrito muito tempo depois
que o Homem surgira na face terrestre e se dividira em vários povos na Ásia,
África e Europa. Assim, quando os Hebreus surgiram a partir do povo israelita
outras civilizações mais antigas haviam florescido e se espalhado por essas regiões.

Claro que não se sabe ao certo quando as pessoas passaram a sofrer pelo
uso de bebidas fermentadas, porém, no momento em que o Homem passou a
fabricar bebidas destiladas ela se tornou parte da vida da Humanidade.

Mas, qual a diferença entre alcoolismo e uma pessoa bêbada? De fato, há


uma diferença entre a pessoa bêbada e o alcoolismo. Isso quer dizer que uma
pessoa bêbada pode não sofrer de alcoolismo. Na verdade, há pessoas que se
embebedam em feriados e nos finais de semanas com amigos e não sofrem de
alcoolismo. Já o alcoolismo é um mal que ataca milhões de pessoas em todo mundo.

Ele é um dos grandes males que afeta a Humanidade porque ele se refere a
pessoas que se tornaram dependentes de bebidas fermentadas e não conseguem se
controlar de modo que constantemente se encontram embriagadas quase todos os
dias levando-as a perderem o emprego, a família, bens materiais e etc.

E, o mais triste nessa história é quando devido ao excesso de uso acabam


causando acidentes que levam à morte tanto a si mesma como a outras pessoas. É o
que observamos constantemente pelos meios de comunicações.

Por causa, disso é evidente afirmar que tanto o alcoolismo como a existência
de bebidas alcóolicas é anterior a Noé. E, também não devemos ignorar o fato de
que ele sabia muito bem o que era uma bebida fermentada e que devia ter bebido
em várias ocasiões.

Dessa forma, ele não pode ter sido tão inocente assim quando colheu uvas,
espremeu-as e bebeu de seu suco mesmo antes de estar fermentada e depois de ter
ficado nesse estado. Isso quer dizer que ele sabia muito bem que espremer uvas e
beber seu suco era agradável e também sabia que ao deixar o suco durante algum
tempo para ser fermentada também proporcionava outro tipo de sabor e reações.

Também não devemos ignorar que em nenhum momento se observa no


relato de Gênesis alguma proibição divina para não beber bebidas fermentadas. E,
também não foi por isso que Deus o escolheu para construir uma Arca. Assim,
podemos compreender que devido à região em que habitavam por ser muito fria em
determinadas épocas do ano as pessoas fabricavam bebidas fermentadas como o
vinho para se aquecerem.

E, infelizmente é natural que muitas pessoas acabaram exagerando no


consumo e acabaram ficando dependentes de bebidas fermentadas.
Hoje é bem diferente porque as pessoas não fabricam bebidas fermentadas
porque há empresas que as fabricam. Com isso, as pessoas compram bebidas
fermentadas em vários locais como Shoppings, Mercados, Restaurantes, Padarias,
Bares, na rua e etc. Assim, nunca foi tão fácil como hoje adquirir bebidas
alcoólicas.

A diferença é que naquela época as pessoas conseguiam fazer para consumo


próprio, porém, hoje as pessoas tem a facilidade de adquirir sem dificuldades em
vários locais ao seu alcance.

Claro que para que Noé ficasse embriagado ao ponto de tirar suas vestes
em sua tenda ele bebeu do suco que fermentara. De fato, a uva era muito bem
conhecida na época e as pessoas sabiam que se deixassem o suco fermentar ela
ficaria diferente e servia para aquecer em épocas de frio.

Vamos observar agora uma grande verdade. Quem nunca bebeu vinho sabe
muito bem diferenciar ele do suco de uva. Também é fato que o abuso de suco de
uva não deixa uma pessoa embriagada, porém, o uso em excesso do vinho traz
alterações e pode deixar uma pessoa embriagada.

Nisso, Noé com certeza sentiu a diferença do sabor do suco que estava
fermentado do suco de uva que fizera. E, sabendo disso podia ter bebido ou não.
Entretanto, ele bebeu até se embriagar. E, por que ele fez isso? Por que estava
frio? Por que estava com sede ou por outro motivo?

De fato, o que leva uma pessoa a se embriagar? Problemas? Tristeza?


Decepção? Frustração? Depressão? Assim, não devemos ignorar o fato de que Noé
era uma pessoa como cada um de nós e pelo fato de ter testemunhado a destruição
de seu povo, de seus parentes, de seus amigos, de seus ancestrais e de tudo o que
conhecia era natural que ele num momento de fraqueza tenha tentado se refugiar
na bebida fermentada como muitas pessoas fazem hoje.

E, se foi esse o caso, ele pecou? Não! Não vamos ignorar que ele era uma
pessoa como todos(as) nós sujeitos a falhas. O que aconteceu depois de sua
bebedeira todos nós conhecemos ao lermos o texto de Gênesis 9.22-24:

“E Cão, pai de Canaã, viu a nudez de seu pai, e o contou a seus dois irmãos
que estavam fora. Então tomaram Sem e Jafé uma capa, e puseram-na sobre os
seus ombros, e andando virados para trás, cobriram a nudez de seu pai, tendo os
rostos virados, de maneira que não viram a nudez de seu pai. Despertado que foi
Noé do seu vinho, soube o que seu filho mais moço lhe fizera”.

Quando lemos esse texto podemos observar que para Noé o pecado foi seu
filho tê-lo visto nu e não porque ele se embriagara. Isso quer dizer que fazia parte
da Cultura na época e até hoje dos filhos não verem os pais nus. E, em relação à
fabricação de bebidas fermentadas em Gênesis não havia ainda nenhuma regra
contra o seu consumo porque ele não se transformara ainda num grande mal social
como é hoje.
051 – A BUSCA PELA FAMA OU MAIS
PRECISAMENTE, DO PODER. [Gn. 10-8-12].

“Cuche também gerou a Ninrode, o qual foi o primeiro a ser


poderoso na terra. Ele era poderoso caçador diante do Senhor; pelo que
se diz: Como Ninrode, poderoso caçador diante do Senhor. O princípio
do seu reino foi Babel, Ereque, Acade e Calné, na terra de Sinar. Desta
mesma terra saiu ele para a Assíria e edificou Nínive, Reobote-Ir, Calá,
e Résem entre Nínive e Calá (esta é a grande cidade)”.

Temos agora o texto de Gênesis 10.8-12 em que é mencionado o caso de


alguém que se tornou famoso por causa de suas atividades. É Ninrode, o qual é
relatado que ele foi o primeiro homem a se tornar poderoso na terra, mas terra
aqui é localidade, região e não todo o planeta Terra. Como no idioma português a
palavra terra pode significar terra do chão e planeta, em outros idiomas isso ocorre
com outras palavras. Veja que inglês “Earth” é o nome de nosso planeta, já a terra
do solo é outra palavra que é utilizada.

Entretanto, ao lermos o texto a primeira informação que é mencionada a


respeito de Ninrode é que ele se tornou um grande caçador na localidade. Mas, o
que um caçador faz? Ora! Claro que ele caça animais selvagens para ser servido
de alimento. Porém, como hoje nem todos os caçadores são grandes caçadores
como na época de Ninrode, e por isso, ele se destacou dos demais.

Mas, o que é que ele poderia ter caçado que o fez se destacar dos demais
homens? Bem! Vamos imaginar que ele caçava não apenas grandes animais que não
são violentos como também os grandes animais selvagens que são perigosos. O fato
é que ele se tornou um grande perito em caça de animais e passou a chamar a
atenção.
Por causa disso ele acabou se tornando um líder de seu povo e como um
líder não consegue ficar sob outro ou sob outros líderes foi natural que ele em
determinado momento resolvesse formar o seu próprio povo ou clã. E, como ele
pode ter feito isso?

Bem! Vamos imaginar que ele conseguiu cativar muitos membros de seu
povo que começaram a segui-lo. E, inevitavelmente isso pode ter gerado um
problema político com os líderes de seu povo. Dessa forma, ele deve ter tomado a
decisão de deixar o seu povo e sua região e levou muitos seguidores consigo para
formar um primeiro clã que se tornaria um povoado noutra localidade.

Assim, como o texto nos informa ele começou edificando a cidade de Babel.
Embora o texto não mencione porque ele está totalmente resumido, com o
crescimento da cidade de Babel, Ninrode fundou outras cidades periféricas como
Ereque, Acade e Calné na região conhecida como Sinar.

Algum tempo depois com o crescimento dessas cidades Ninrode avançou


mais ainda e fundou as cidades de Nínive, Reobote-Ir e Calá onde surgiria depois a
Assíria. E, entre as cidades de Nínive e Calá ele fundou também a cidade de
Résem. O que ele estava fazendo era criar um Império porque estava criando
cidades que ele tinha controle e dessa forma ele tinha como cobrir uma vasta
região na época.

Mas, como ele podia exercer tal controle nessas cidades que ele foi criando
se não havia como ele morar em todas as cidades ao mesmo tempo e sabendo que
líderes surgiriam e poderiam se rebelar contra ele nalgum momento?

Ora! Nós precisamos imaginar que ele não se tornou um grande caçador à
toa ao mesmo tempo em que ele devia ser um homem de poder e temeroso e que
enfrentaria qualquer outro homem que quisesse ser igual ou mais do que ele. Por
causa disso, é natural que ele tenha criado um exército de homens fieis a ele para
garantirem que não houvesse insurreição em suas cidades.
E, ao mesmo tempo ele deveria ter colocado homens de sua confiança como
líderes em suas cidades. Mas, aí surge a pergunta: como é que Ninrode sustentou
esse exército? A resposta é fácil. Não devemos ignorar que na época como hoje
exércitos são pagos com os impostos de contribuintes. Assim, Ninrode com certeza
criou algum tipo de imposto para que seus líderes em suas cidades cobrassem o
povo.

Com isso, Ninrode garantia a formação de seu exército ao mesmo tempo em


que protegia as suas fronteiras de outros povos. Na verdade, nas entrelinhas do
texto é possível observar como Ninrode se tornou um homem poderoso em sua
época e na localidade donde ele saiu e na localidade que ele passou a controlar.

Assim, Ninrode não foi apenas um grande caçador na terra como fundador
de cidades, mas também um grande líder que formou para si um verdadeiro império
na época. Também não devemos ignorar que para que essas cidades florescessem
era necessária a prática da Lavoura da criação e pastoreio de rebanhos de animais,
da fabricação de armas primitivas, do artesanato e etc. Isso é praticamente o que
observamos no decorrer dos séculos até a nossa época atual.
052 – NO COMEÇO DA HISTÓRIA HAVIA APENAS
UM IDIOMA. [Gn. 11.1].

“Ora, toda a terra tinha uma só língua e um só idioma”.

Esse é o texto de Gênesis 11.1, porém, é interessante observar outros


textos que constam em Gênesis 10.5, 20, 31-32:

“5 Por estes foram repartidas as ilhas das nações nas suas terras, cada qual
segundo a sua língua, segundo as suas famílias, entre as suas nações”.
“20 São esses os filhos de Cão segundo as suas famílias, segundo as suas
línguas, em suas terras, em suas nações”.
“31 Esses são os filhos de Sem segundo as suas famílias, segundo as suas
línguas, em suas terras, segundo as suas nações. 32 Essas são as famílias dos
filhos de Noé segundo as suas gerações, em suas nações; e delas foram
disseminadas as nações na terra depois do dilúvio”.

E, o que é que podemos observar a partir desses textos de Gênesis? De fato


esse texto busca explicar a origem dos mais variados idiomas existentes hoje na
face da Terra e dos inúmeros outros que já se extinguiram no decorrer do
desenvolvimento da Humanidade.

Mas, de fato, qual foi o primeiro idioma que surgiu na Humanidade? Foi o
idioma Hebreu? Essa é uma pergunta que muitas pessoas sempre fizeram e ainda o
fazem até hoje. Em nosso caso que nascemos no Brasil o idioma que utilizamos é o
Português, porém, com muitas palavras estrangeiras oriundas do Francês, do
Árabe, do Inglês, do Espanhol, do Italiano e etc.

Dessa forma, quando falamos em idiomas há centenas que são falados em


todo o mundo. No caso de nosso Continente, a América, os idiomas mais falados são
o Inglês, o Espanhol e o Português. Entretanto, também é falado o Francês e o
Holandês porque a América foi colonizada por esses cinco países.

Já nos outros Continentes são falados inúmeros outros idiomas. Mas, a


partir daqui surge uma pergunta que não se cala. Esses idiomas eram falados
naquela época, ou seja, na época de Noé e até antes? Não! Claro que não. Essa é a
resposta.

Os idiomas que conhecemos hoje são idiomas que se originaram a partir de


outros idiomas mais antigos ainda. Não devemos ignorar que os idiomas com o
tempo sofrem alterações no qual palavras morrem e palavras nascem. Também há
o caso de palavras que sofrem reduções e que também mudam de sentido. É o caso
também de palavras que sofrem variações fonéticas, e daí o caso de sotaques
regionais dentro dos países.

Assim, quando lemos a Bíblia muita gente não sabe, mas, o Antigo
Testamento foi escrito em Hebraico em sua maior parte e no Grego no Novo
Testamento. Daí surge a pergunta sobre qual era o idioma utilizado por Jesus e
seus discípulos. De fato, eles falavam o Aramaico, mas quando o Novo Testamento
passou a ser escrito ele o foi em Grego porque era o idioma internacional da época
para que todo o mundo conhecido na época fosse alcançado. É como o idioma Inglês
de hoje.

Agora, é interessante observar algo sobre o Antigo Testamento que foi


escrito em sua maior parte no Hebraico. Na verdade, o Hebraico que hoje
conhecemos como idioma não era um idioma como conhecemos. Mas, para que
possamos entender isso é necessário voltarmos no tempo.

Com isso, vamos partir de Noé que foi gerando um povo com sua família e
deles outros povos se formaram e se aventuraram por outras terras. O tempo
passou e chegamos a Abrão que nasceu em Ur na Caldeia e falava o idioma de seus
antepassados, pais e do seu povo. Em seguida, Isaque, seu filho passou a usar o
mesmo idioma de seu pai bem como Jacó que se tornaria Israel. Ele teve doze
filhos e uma filha que vieram a falar seu respectivo idioma.

O tempo passa e os descendentes de Israel que se tornaram escravos no


Egito acabaram fugindo e quando atravessaram o Mar Vermelho para o outro lado
encontraram outros povos habitando a região. É natural que o povo de Israel
acabasse recebendo um nome ou apelido pelos outros povos, e o que foi utilizado
nesse caso foi a palavra “hebreu” que traduzido significa “do outro lado” ou “os do
outro lado”.

Mas, o que isso quer dizer? Bem! Para os povos do outro lado do Mar
Vermelho esse povo descendente de Israel se tornou conhecido como “o povo do
outro lado”, mas que lado? Ora! O povo do “outro lado do rio”. E, por mais que o
povo descendente de Jacó se distinguisse como povo Israelita, ele passou a ser
chamado de “hebreu”, ou seja, do povo “do outro lado do rio” e assim ficou.

E, como o povo falava um idioma estrangeiro para eles é natural que para
esses povos o povo “do outro lado” do rio falava o idioma do “povo do outro lado
do rio”. Assim, um designativo ou apelido dado por povos a um povo estrangeiro se
tornou o nome do idioma que eles falavam.

Assim, “Hebreu” acabou se tornando o designativo para um povo e o nome


de seu idioma. Se isso é curioso é o mesmo que mencionarmos que o povo brasileiro
não fala o idioma Português de fato, mas um dialeto por causa do sotaque
diferente. Assim, temos o idioma Português Brasileiro. Também temos o que se
conhece como “Portunhol” que é falado por brasileiros que misturam o português
com o espanhol quando viajam pela América Latina e moram em países próximos.

Ao chegarmos aqui é interessante compreender que quando o Homem


surgiu ou foi criado ele não apareceu falando algum idioma porque este foi fruto de
sua experiência diária com o meio em que vivia. É o caso de uma criança que vai
aprendendo com os sons que vai ouvindo. Porém, elas aprendem mais a partir dos
sons emitidos do que com termos utilizados. É o caso, por exemplo, das crianças
conhecerem animais pelos sons que fazem: au-au (cachorro), miau (gato), múú
(boi), piu-piu (pintinho), (có-có) galinha e etc.
Agora dá para entender como foi com os primeiros seres humanos na face
da Terra. Eles aprenderam a se comunicar mais com sinais e grunhidos. Com o
tempo, imitaram as crianças dando nomes a tudo que emitia som a partir dos sons
que ouviam como o de animais, aves e fenômenos da Natureza.

E, com o tempo começaram a dar nomes aos membros de seus grupos para
diferenciarem-se. Em seguida, palavras surgiram para nomear alimentos e etc. E,
depois de algum tempo com a divisão dos grupos que viveram noutras localidades
novos nomes surgiram e outros foram mudados ou esquecidos. Até mesmo sotaques
acabaram surgindo.

Dessa forma, surgiria depois o que se conhece como “Tradição Oral” que
era a forma de repassar os eventos ocorridos para os seus descendentes porque
não havia ainda a Escrita. E, quando a Escrita surgiu nascia assim a “Tradição
Escrita” que era uma forma de repassar eventos ocorridos com mais confiança de
que nada fosse distorcido, aumentado, diminuído e etc.

Assim, temos o fenômeno que deu origem ao primeiro idioma até se tornar
nos primeiros idiomas, e que deram origem a outros que no decorrer dos séculos se
tornaram os idiomas das inúmeras nações em todo o planeta. Bom seria que
todos(as) nós falássemos um único idioma, porém, não é o que ocorre porque até
mesmo dentro de nações que falam um único idioma as pessoas não se entendem.
053 – DESENVOLVIMENTO DA TECNOLOGIA. [Gn.
11.3].

“Disseram uns aos outros: Eia pois, façamos tijolos, e queimemo-


los bem. Os tijolos lhes serviram de pedras e o betume de argamassa”.

Temos agora o texto de Gênesis 11.3 que nos passa uma informação
interessante a respeito do desenvolvimento de tecnologias humanas. No caso aqui
foram tecnologias para a construção de uma cidade. Mas, que tecnologias são
essas? Pelo que podemos observar no texto é a fabricação de tijolos e o uso do
betume como argamassa.

Mas, por que esse primeiro povo passou a fabricar tijolos e usar o betume
como argamassa? O que é possível observar aqui é a nova fase pela qual passava o
Homem na época. Isso quer dizer que o Homem nem sempre viveu em cidades por
ter vivido um bom tempo no campo.

Bem! Não devemos ignorar o fato de que os primeiros grupos humanos


viveram em cavernas porque elas lhe davam proteção do frio, da chuva, de
tempestades, de ataques de animais selvagens, de répteis e até mesmo proteção do
ataque de outros grupos ou tribos humanos.

Graças à Arqueologia é possível comprovar isso por causa dos desenhos


encontrados em cavernas, de restos de fogueiras, de instrumentos e de ossos
enterrados nas cavernas e etc. Mas, com o tempo, as cavernas se tornaram
pequenas para o convívio dos clãs que foram surgindo, além de que eram muito
úmidas.

Com isso, os primeiros grupos humanos passaram a viver em bandos nos


campos onde podiam pescar, coletar e caçar animais. E, com o tempo eles
aprenderam a criar animais em rebanho e colher frutos graças a uma agricultura
rudimentar que foram desenvolvendo.

É nessa época que eles aprenderam a viver em tendas de folhas trançadas


com cipós até que passaram a fazer tendas com couro de animais que duravam mais
tempo. Claro que algum tempo depois também surgiriam as primeiras habitações
feitas de madeira que duraram um bom tempo e ainda hoje existem.

Chegaria a época em que o Homem descobriu que podia fazer habitações


mais seguras para se viver e se proteger. É quando passaram a colocar pedras
sobre pedras e tinham agora habitações como as muralhas de pedras que faziam ao
redor dos povoados para protegê-las.

Entretanto, a busca por pedras de tamanhos variados e formatos também


variados não permitiam a construção de habitações como conhecemos hoje. Assim,
com o tempo se descobriu uma forma de fabricar espécies de tijolos com a mistura
de elementos como tipo de terra, água e algo mais. Fora isso, eles passaram a
fabricar os moldes para que os pedaços de tijolos tivessem o mesmo formato e
fosse possível ter habitações e construções mais ordenadas, mais fáceis de fabricar
e de carregar.

Nessa mesma época surgia também a argamassa que servia tanto para unir
as pedras como também em massa para rebocar as paredes. E, o mais interessante
é o tipo de material que foi usado para isso. Nada mais nada menos do que o
betume. E, o que é betume?

O betume é um dos elementos que é extraído do petróleo. É um tipo de óleo


que tem várias finalidades como embebedar tochas para servir como combustível e
clarear habitações.

De fato, o betume tem uma grande utilidade como deixar paredes e tetos
impermeáveis contra a umidade provocada pela chuva. Devemos nos lembrar de
que houve a ordenança de se betumar a Arca de Noé com betume por dentro e por
fora, ou seja, o betume deixou o navio de madeira impermeável para evitar que a
umidade prejudicasse a madeira do navio dentro e fora dele.

Assim, com a utilização do betume para grudar os tijolos e rebocar as


paredes as habitações ficavam mais seguras e impermeáveis. Isso garantia mais
proteção para seus habitantes e segurança contra a umidade. Isso nada mais é do
que o desenvolvimento da tecnologia entre os primeiros grupos humanos que
viveram no decorrer da História da Humanidade.

Outro ponto interessante nessa história é a ordenança de se fazer tijolos


praticamente de barro ou argila e queimá-los bem. É o que se faz ainda hoje na
fabricação de tijolos para a alvenaria porque depois de previamente moldados os
tijolos são queimados para serem utilizados depois na construção de casas e etc.

E, tudo isso foi na época de Ninrode que se remonta a um passado do


Homem bem antigo e que se perpetuou até os nossos dias. O que nós vemos aqui é
que o Homem foi dotado de inteligência para criar e transformar o ambiente em
que vive e é o que ele tem feito desde que passou a caminhar na superfície
terrestre e hoje já se prepara para conquista o espaço porque tem a intenção de
construir uma Base de operações na Lua e outra em Marte num futuro próximo já
que está construindo uma no espaço, a Estação Espacial Internacional ISS.

Porém, para essa façanha o material a ser utilizado será fabricado na Terra
porque não é possível criar habitações nos dois ambientes sem que antes haja um
centro de operações com materiais fabricados aqui. E, assim caminha a
Humanidade!
054 – POR QUE DEUS DESCE? [Gn. 11.5-8].

“Então desceu o Senhor para ver a cidade e a torre que os filhos


dos homens edificavam; e disse: Eis que o povo é um e todos têm uma só
língua; e isto é o que começam a fazer; agora não haverá restrição para
tudo o que eles intentarem fazer. Eia, desçamos, e confundamos ali a
sua linguagem, para que não entenda um a língua do outro. Assim o
Senhor os espalhou dali sobre a face de toda a terra; e cessaram de
edificar a cidade”.

O texto a seguir é o de Gênesis 11.5-8 e nele é mencionada a ação de Deus


em descer para ver a cidade que os homens estavam construindo, porém, Ele não
desceu sozinho e precisou de ajuda para diversificar um único idioma em vários
para separar esse povo que havia planejado construir uma única cidade. Mas, o que
é que nós temos aqui de tão estranho?

De fato, o que temos de mais estranho aqui é o fato de Deus descer para ver
o que o Homem estava fazendo. Ora! Se Deus é Onisciente por que Ele precisou
descer? E, se Ele é o Todo-Poderoso, porque precisou de ajuda? Como é que nós
podemos compreender esse texto com essas afirmações?

Realmente não é nada fácil o que temos agora para compreender. Assim,
antes de responder a esse questionamento vamos observar o que o relato transmite
a quem o lê. Ele menciona que quem estava construindo a cidade e a torre eram os
filhos dos homens e não os filhos de Deus. Mas, o que isso quer dizer?

Não vamos nos esquecer de que já vimos algo a respeito sobre os filhos dos
homens e os filhos de Deus. Os filhos dos homens eram os que descendiam de Caim
e os filhos de Deus eram os que descendiam de Sete, irmão de Caim, e não anjos de
Deus porque eles não podem procriar porque não tem sexualidade.
Entretanto, alguém pode indagar sobre se todo o povo que estava num só
lugar e resolveram construir uma cidade e uma torre quer dizer que esses filhos
dos homens eram o resultado da união dos filhos de Deus e dos filhos dos homens.

Não! Claro que não! Vejamos que quem decidiu construir essa cidade foram
os filhos dos homens, descendentes de Caim que resolveram se tornar uma
comunidade urbana. Já os filhos de Deus, ou seja, descendência de Sete, resolveu
continuar sendo uma comunidade rural, ou seja, do campo.

Agora, alguém pode indagar sobre se no evento de Babel em que houve a


confusão de línguas o povo descendente de Sete não foi afetado também. Claro que
aí vai depender do ponto de vista e interpretação de cada pessoa. Observemos que
quem cometeu o pecado foi o povo descendente de Caim e não de Sete, e quando
esse povo foi punido ele passou a não se entender porque ele se dividiu em vários
subgrupos falando idiomas diferentes para que não continuassem a pecar juntos ao
construir essa cidade.

Porém, os dois povos descendentes e Caim e Sete falavam um mesmo


idioma e se entendiam. Mas, por causa do evento, o povo dos filhos dos homens
passaram a falar noutros idiomas e não se entenderam e claro que também
acabaram não entendendo o idioma que o povo dos filhos de Deus falava. Veja que
não houve mudança e nem divisão no povo descendente de Sete porque ele ficou
falando o idioma que já falava, porém, ele não pode compreender os idiomas que o
povo descendente de Caim passou a falar e vice-versa.

Logo, quem teve o idioma mudado foi a descendência de Caim e não de


Sete. Isso quer dizer que o povo de Deus se entende e compreende muito bem o
idioma que fala, e mesmo que um povo fale o mesmo idioma pode não se entender
nalguns momentos por causa de regionalismos, gírias, expressões idiomáticas e etc.
É o que ocorre também entre pessoas que professam uma fé e as que não
professam. De fato, expressões como “Glória a Deus”, “Aleluia”, “Amém” e etc.
são compreendidos no meio cristão e levados em tom de zombaria por quem não é
membro de alguma Instituição Cristã.
A seguir, pelo que se observa no texto, o escritor afirma que Deus desceu
acompanhado para ver a cidade e a torre que o povo descendente de Caim estava
construindo. E, Deus precisa descer para ver o que ele estava construindo? Claro
que no nosso entendimento no século XXI sabemos que Deus é Onisciente e não
precisa descer, porém, na época devido a influências de religiões primitivas Deus
tinha que ter descido também para não ficar atrás de outras divindades nas quais os
fieis afirmavam que estas desciam a terra.

Não entenda mal, mas não estamos falando em seres alienígenas que
desciam em discos voadores e que eram confundidos com deuses porque não
estamos tratando de Ufologia e nem de Ficção Científica. O fato é que para que o
Deus dos Israelitas e depois dos Hebreus tivesse credibilidade entre seu povo era
necessário que se relatasse que Ele havia descido. Mas, como Ele vai descer se é
Espírito e é Onisciente? Entendeu agora?

Assim, foi necessário que o escritor registrasse que Deus descera


acompanhado. Mas, acompanhado por quem? De anjos? Não! Claro que não!
Vemos no relato de Gênesis que tanto no ato de criar o Homem em Gênesis 1.26a.:

“E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa


semelhança” como agora em Gênesis 11.7a.:

“Eia, desçamos, e confundamos ali a sua linguagem” que não é Deus com
seus anjos, mas a presença Trina de Deus, Deus Pai, Filho e Espírito. Nada mais
que isso.

Claro que não se usa aqui a palavra “Trindade” porque ela não existia e
ainda não havia sido formulada por nenhuma Instituição Religiosa. De fato, Deus
não precisa da ajuda de anjos para criar o Homem já que Ele criara todos os
exércitos celestiais como todo o Universo com tudo o que nele está contido.

Assim, não se sabia nada do Deus Trino até que se entendesse uma
“fórmula” que ainda era um mistério para a religiosidade. E, mesmo que alguém
critique essa afirmação, nós podemos observar outro momento na Bíblia em que se
dá a presença da Trindade sem que esse termo seja usado. É o que se observa no
texto de Mateus 3.16-17:

“Batizado que foi Jesus, saiu logo da água; e eis que se lhe abriram os céus,
e viu o Espírito Santo de Deus descendo como uma pomba e vindo sobre ele; e eis
que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”.

Talvez alguém ainda não tenha observado, mas nesses dois versículos pode
ser observado a presença da “Trindade” Deus Pai, Filho e Espírito Santo ao mesmo
tempo. Assim, vemos Jesus diante de João Batista com o Espírito Santo sobre Ele e
com o Pai afirmando que se alegra em Seu Unigênito Filho. Isso é coisa que só quem
faz parte da Igreja compreende.

Agora, para terminar o tema trabalhado aqui devemos observar que o povo
tinha a intenção e estava construindo uma cidade e uma torre no versículo cinco,
porém, com a afirmação de que Deus descera acompanhado no versículo oito com a
confusão de línguas o povo parou de construir a cidade e não a torre. E, por que
não parou de construir a torre? Por que esse era um objetivo em comum mesmo
com a confusão de línguas?

Não! Claro que não! Isso quer dizer que a torre já havia sido construída e
nada mais havia para ser feito, mas, a cidade continuava a ser construída por todos
os lados e direções e com certeza a torre ficava no centro dessa cidade.

E, qual era a função dessa torre? Não devemos ignorar o fato de que a
ordenança de Deus era que o povo se espalhasse, mas ele preferiu se concentrar. E,
escolher outro nome para ser sobre o povo era o mesmo que mudar de divindade. O
povo de Caim não queria ter como divindade o Deus que na concepção dele havia
mandado o Dilúvio e que tinha ordenando ao povo se espalhar.

Na verdade, um povo concentrado numa região é mais fácil de controlar e


manipular do que um povo esparso no meio rural.

Assim, ao chegarmos aqui podemos observar que para o escritor foi


oportuno encontrar uma forma para explicar a existência de tantos idiomas em sua
época e essa foi a forma mais fácil de fazê-lo já que não possuía instrumentais e
informações suficientes para explicar de outra forma. De fato, os idiomas que
existem hoje não existiam nessa época.

Assim, não devemos nos confundir e afirmar que existia o Hebraico, o


Aramaico, o Grego, o Latim, o Inglês, o Francês, o Português, o Alemão, o
Espanhol, o Italiano, o Japonês, o Chinês, o Árabe, o Holandês, o Russo, o Coreano
e etc. porque eles são frutos de idiomas mais antigos que se originaram de idiomas
mais antigos até chegar a um idioma primitivo original com suas ramificações pelas
divisões das tribos ou clãs que se afastavam e conheciam e viviam novas realidades
na aurora dos tempos.
055 – UNIÃO MATRIMONIAL ENTRE PARENTES.
[Gn. 11.24-31].

“Naor viveu vinte e nove anos, e gerou a Tera. Viveu Naor, depois
que gerou a Tera, cento e dezenove anos; e gerou filhos e filhas. Tera
viveu setenta anos, e gerou a Abrão, a Naor e a Harã. Estas são as
gerações de Tera: Tera gerou a Abrão, a Naor e a Harã; e Harã gerou a
Ló. Harã morreu antes de seu pai Tera, na terra do seu nascimento, em
Ur dos Caldeus. Abrão e Naor tomaram mulheres para si: o nome da
mulher de Abrão era Sarai, e o nome da mulher do Naor era Milca,
filha de Harã, que foi pai de Milca e de Iscá. Sarai era estéril; não tinha
filhos. Tomou Tera a Abrão seu filho, e a Ló filho de Harã, filho de seu
filho, e a Sarai sua nora, mulher de seu filho Abrão, e saiu com eles de
Ur dos Caldeus, a fim de ir para a terra de Canaã; e vieram até Harã, e
ali habitaram”.

O que vemos agora é o texto de Gênesis 11.24-31 que trata sobre a união
matrimonial entre parentes de sangue. No caso aqui, vemos a união de um tio com a
sua sobrinha, ou seja, Naor se uniu a Milca, filha de seu falecido irmão Harã.
Entretanto, ele não foi o único que se uniu a um parente. Abrão mesmo se uniu em
matrimônio com Sarai que não era sua sobrinha, mas sua meia-irmã.

E, como pode isso?

Bem! Vamos ler o texto de Gênesis 20.2 quando Abrão fala a Abimeleque
algo sobre Sarai sua esposa: “E havendo Abraão dito de Sarai, sua mulher: É
minha irmã; enviou Abimeleque, rei de Gerar, e tomou a Sarai”.

Mas, por que Abraão fez isso? Essa é uma pergunta séria.
Entretanto, devemos observar que Sarai também afirmou o mesmo de seu
marido Abraão em Gênesis 20.5; “Não me disse ele mesmo: É minha irmã? e ela
mesma me disse: Ele é meu irmão; na sinceridade do meu coração e na inocência
das minhas mãos fiz isto”.

Assim, se observa um consentimento mútuo quando Abimeleque chegou-se a


ambos. Claro que essa história poderia ter tomado outro rumo, porém, quando
Abimeleque questiona a Abraão sobre ele ter mentido sobre sua esposa em ser sua
irmã Abraão lhe revelou toda a verdade em Gênesis 20.11-12:

“Respondeu Abraão: Porque pensei: Certamente não há temor de Deus


neste lugar; matar-me-ão por causa da minha mulher. Além disso, ela é realmente
minha irmã, filha de meu pai, ainda que não de minha mãe; e veio a ser minha
mulher”.

O que se vê nesse relato é que Sarai era meio-irmã de seu marido Abraão,
mas por que isso? Essa pergunta é um tanto perturbadora porque em nosso
contexto atual o matrimônio entre irmãos não é algo bem visto.

Assim, além de ser tabu e ir contra as concepções religiosas de várias


Instituições Religiosas Cristãs ou não, tal união pode gerar crianças defeituosas ou
com problemas mentais.

Mas, pelo visto naquela época esse não era um grande problema. De fato,
para começar a responder a essa pergunta devemos nos reportar ao passado de
Abraão quando ele morava em Ur. Ele era descendente e filho de uma “Cultura
Nacional” na qual não havia problema algum em ter esse tipo de relacionamento já
que os clãs e as tribos evitavam se misturar com outras para evitar a mistura de
povos com outros povos.

Claro que para as famílias na época era melhor que seus membros
procriassem entre si do que se misturar com outras famílias porque isso tem a ver
também com a estabilidade dos líderes de clãs ou tribos. Isso quer dizer que a
mistura de povos entre si poderia suscitar a briga pelo poder de liderança.

Também não devemos ignorar o fato de que com guerras o número de


mulheres aumentava com a morte dos homens fazendo com que os que restassem
tivessem que ter mais de uma mulher para não deixar viúvas e desamparadas.
Nisso, era vital que todas as mulheres concebessem porque os filhos garantiam o
futuro dos clãs e tribos evitando assim uma extinção radical.

Depois que vimos o caso de Abraão que se uniu a sua meio-irmã Sarai e
também o caso de Naor que se uniu com sua sobrinha Milca, podemos observar
outro caso interessante de matrimônio em família que tem a ver com Jacó que se
uniu com suas duas primas Raquel e Lea em Gênesis 29.10:

“Quando Jacó viu a Raquel, filha de Labão, irmão de sua mãe, e as ovelhas
de Labão, irmão de sua mãe, chegou-se, revolveu a pedra da boca do poço e deu de
beber às ovelhas de Labão, irmão de sua mãe”.

Pelo que pode ser observado aqui a mãe de Jacó era irmã de Labão. Logo,
Jacó era sobrinho dele e primo de Raquel e Leia. Novamente não se vê algum
inconveniente nesse matrimônio. Também é possível observar o que Labão disse a
Jacó em Gênesis 29.19 a respeito de sua filha Raquel depois que lhe havia dado. É
só ler o texto: “Respondeu Labão: Melhor é que eu a dê a ti do que a outro; fica
comigo”.

A visão que nós temos aqui é que para Labão era melhor que suas filhas se
unissem a seu sobrinho Jacó do que a qualquer outro homem estranho e que não
fosse de sua parentela. Essa era uma forma de manter clãs e tribos protegidas de
miscigenações e também uma forma de manter propriedades e bens entre parentes.

Outro caso que temos em Gênesis é o de Caim em Gênesis 4.17: “Conheceu


Caim a sua mulher, a qual concebeu, e deu à luz a Enoque. Caim edificou uma
cidade, e lhe deu o nome do filho, Enoque”.
Porém, em relação a Caim e a sua mulher, ela não era sua meia-irmã, mas
irmã de fato, filha de Adão e Eva. Não devemos ignorar o fato de que não havia
outros casais e com isso os filhos e filhas do casal precisaram se unir entre eles
para gerarem uma descendência. Logo, se Caim, Sete e todos os filhos e filhas do
casal não se unissem a Humanidade teria se extinguido com a morte de Adão e
Eva.

Em Gênesis se observa o relato de que Adão e Eva tiveram filhos e filhas e


não apenas três. Assim, vejamos o texto de Gênesis 5.4: “E foram os dias de Adão,
depois que gerou a Sete, oitocentos anos; e gerou filhos e filhas”. Logo, temos aí a
evidência de que Caim se uniu a sua meia-irmã.

Agora que chegamos a uma explicação plausível não devemos ignorar o fato
que mesmo assim no decorrer dos séculos vários irmãos e irmãs e primos e primas
se uniram como casais e geraram filhos. Porém, não dá para se imaginar quantas
crianças nasceram com problemas dos mais diversos por causa de serem
consanguíneos.
056 – A EMIGRAÇÃO DA FAMÍLIA DE TERA. [Gn.
11.31].

“Tomou Tera a Abrão seu filho, e a Ló filho de Harã, filho de seu


filho, e a Sarai sua nora, mulher de seu filho Abrão, e saiu com eles de
Ur dos Caldeus, a fim de ir para a terra de Canaã; e vieram até Harã, e
ali habitaram”.

Antes de iniciar algo sobre a vida de Abrão é necessário que conheçamos


algo sobre a vida do pai dele, no caso, de Tera. Não! O nome dele não foi escrito
errado. O nome do pai de Abrão é Tera e não Terra.

Mas, o que é que sabemos do pai de Abrão de fato? Não sabemos muito,
porém, podemos conhecer algo a partir de sua realidade contextual. E, isso se faz
da seguinte forma. É só observar algo sobre a região de sua origem.

Bem! O texto que temos agora, Gênesis 11.31, e nos informa que num dado
momento ele tomou para si a sua família e resolveu mudar de localidade. Assim, ele
levou seu filho Abrão e a sua nora Sarai, e a Ló, seu neto já que seu filho Harã
havia falecido. Já no próximo versículo de número 32 temos o relato de que nessa
localidade ele viveu até morrer: “Foram os dias de Tera duzentos e cinco anos; e
morreu Tera em Harã”.

Com isso nos vem a pergunta do motivo que ele resolveu mudar de
localidade em sua época. Claro que podemos imaginar algumas situações para isso.
Uma delas está relacionada à migração por causa de eventos como a seca.

Entretanto, o texto pode nos dar um sinal sobre o motivo de mudança de


Tera com sua família. Veja que no texto é mencionado que ele levou também a nora
de seu filho, mas não Harã seu filho e sua esposa. Isso pode sinalizar que houve
outro motivo para mudança. Seu filho Harã havia morrido e ele ficou com seu neto
Ló para criá-lo. Como é mencionado, a sua nora e não a sua esposa, ela devia ter
morrido e agora ele estava viúvo. Já o seu outro filho Naor não é mencionado
podendo significar que ele não quis ir com seu pai.

Assim, a mudança pode ter sido uma consequência de pesares por duas
perdas em sua família e por causa disso ele resolveu mudar e levar os seus consigo.
E, é curioso observar que ele se mudou para uma cidade que tinha o nome de seu
filho Harã. E, por que será isso? Talvez seja porque numa viagem seu filho tenha
nascido nessa cidade ou a sua esposa fosse oriunda dessa cidade.

E, por causa disso, ele tenha querido honrar a memória de seu filho se
mudando para ela. Com isso, a sua atitude seria ou de deixar as tristes lembranças
em Ur ou ficar mais próximo de suas lembranças no passado ao habitar em Harã.

O fato, porém, é que depois que ele saiu de Ur ele foi habitar em Harã até
que morreu e nela foi enterrado. E, foi nessa cidade que a casa de Tera se
consolidou e nela Abrão, Sarai e Ló habitaram com o patriarca da família durante
um bom tempo.
057 – DEUS TIRA ABRÃO DE SUA ÁREA DE
CONFORTO E O ENVIA PARA UMA ÁREA DE
DESCONFORTO. [Gn. 12.1].

“Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua


parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei”.

O próximo texto que temos agora é o de Gênesis 12.1 e também relata


sobre uma nova migração, e no caso, é a de Abrão. Mas, como foi esse encontro
entre o Senhor e Abrão? E, que Senhor é esse?

Na verdade, quando adotamos uma “Instituição Cristã” para nos filiar como
membros nós adotamos todo um corpo de práticas, costumes, doutrinas, ritos,
concepções e etc. E, nesse caso, adotamos as Escrituras como Gênesis sem um
conhecimento mais profundo sobre os diversos conteúdos que nela são contidos.

Um caso desses é o de imaginarmos que Abrão já conhecia esse Senhor. De


fato, como filho de um povo, de uma parentela e de um contexto cultural de um
povo Abrão conhecia a religiosidade de seu povo desde o seu nascimento.

Mas, como era essa religiosidade? Claro que na época os povos antigos
haviam herdado as religiões primitivas de sua época com suas diversas divindades.
E, Abrão não era alguém que desconhecia essa verdade. De fato, ele conhecia
muito bem as divindades que eram veneradas por seu povo e por seu pai.

E, também não podemos ignorar o fato de que ele devia frequentar o


“Panteão” de divindades de sua época e também pode ter sido adepto de algumas
como ele pode ter aprendido com seus pais.
Em algum momento nós nos lembramos do caso de Paulo quando visitou um
Panteão! Assim, vamos observar o que esse texto relata em Atos 17.21-23:

“Ora, todos os atenienses, como também os estrangeiros que ali residiam,


de nenhuma outra coisa se ocupavam senão de contar ou de ouvir a última
novidade. Então Paulo, estando de pé no meio do Areópago, disse: Varões
atenienses, em tudo vejo que sois excepcionalmente religiosos; Porque, passando
eu e observando os objetos do vosso culto, encontrei também um altar em que
estava escrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Esse, pois, que vós honrais sem o
conhecer, é o que vos anuncio”.

O mesmo pode ter acontecido com Abrão que frequentava alguma espécie
de Areópago com várias divindades no qual honravam a um que por
desconhecerem-no o honravam com um altar vazio. E, de alguma forma Abrão
pode ter sentido algo mais sobre o altar vazio que apregoava o Deus de Paulo.

E, esse foi justamente o Deus que se aproximou de Abrão para começar


dele o seu povo porque Ele viu que Abrão era quem estava mais acessível a Ele.
Isso quer dizer que da mesma forma que muitas pessoas têm as suas divindades ou
elementos de veneração em determinadas épocas Abrão deve ter desenvolvido uma
forte atração ou empatia para com o Deus Desconhecido como Paulo desenvolveria
no futuro.

De fato, isso não é coisa fácil de compreender porque acreditar numa


divindade que não tem forma, não se toca, não se vê e etc. parece coisa de
paganismo nessas duas épocas citadas. E, claro que ao folhearmos as páginas da
Bíblia é o que pode se visto em vários episódios quando o Deus Desconhecido, ou
seja, o Deus de Abrão, Isaque e Jacó é o Deus que se tornará o Deus do Judaísmo e
depois do Cristianismo até chegar aos dias atuais.

Agora, chegamos a um momento em que da mesma forma que seu pai se


tornou migrante, Abrão também se tornaria migrante após a morte de seu pai e
com isso ele seria desafiado a deixar uma área confortável para viver numa área
de desconforto.
Mas, por que isso? Pelo texto de Gênesis se observa que a decisão para sair
dessa localidade foi por ordenança divina e não por decisão de Abrão. Isso quer
dizer que se Abrão continuasse nessa terra ele continuaria sob a influência cultural
e religiosa desse povo.

Assim, era necessário que Abrão saísse de sua área de conforto e com essa
ação ele iria enfrentar certo desconforto. De fato, uma mudança a princípio é
desconfortável, e algum tempo depois tudo começa a se ajeitar. É o que acontece
quando alguém muda de escola, de emprego, de casa, de cidade, de país e etc.

Com Abrão não seria diferente porque ele já havia migrado com seu pai de
Ur para a Harã e agora chegara o momento em que Abrão é que lideraria a saída
de Harã para uma terra estranha. Na verdade, não foi fácil para que ele aceitasse
a ordenança de Deus e saísse de uma área confortável e rumasse para uma área de
desconforto.

Até mesmo para muitas pessoas que desejam prosperar e avançar na vida o
essencial é deixar o conforto de uma área confortável e se lançar para o
desconforto que traz a área do desconforto. Quem já leu alguns livros a respeito
poderá observar como foi a vida de muitas personalidades que conhecemos hoje
antes de se tornarem famosas e ricas.

Se observarmos outros momentos na Bíblia podemos ver que Abrão não foi
a única pessoa que migrou e saiu de uma área para outra. Com Noé aconteceu isso.
José também passou por esse momento penoso. Davi também vivenciou essa
realidade.

E, até mesmo Jesus viveu essa realidade porque tendo nascido em Belém foi
levado ao Egito na fuga para que Ele fosse preservado do holocausto promovido
pelo rei Herodes. De lá Ele foi criado em Nazaré e quando se lançou ao “Ministério
do Reino” Ele deixou Nazaré e foi habitar em Cafarnaum.
Com isso, podemos observar que o fenômeno da migração não é coisa nova
porque sempre fez parte da Humanidade quando os primeiros grupos humanos
migravam de áreas confortáveis para áreas desconfortáveis na busca de pesca,
coleta, caça, lavoura, pecuária, moradia e etc. Não foi fácil naquela época e não
será fácil hoje.
058 – DEUS AMALDIÇOA? [Gn. 12.3].

“Abençoarei aos que te abençoarem, e amaldiçoarei àquele que te


amaldiçoar; e em ti serão benditas todas as famílias da terra”.

O que vemos agora é o texto de Gênesis 12.3 no qual se observa as


palavras que foram colocadas nos lábios de Deus. Isso quer dizer que da mesma
forma que Deus abençoa Ele também amaldiçoa. Mas, como é isso? O que é que
podemos aprender com essa afirmação?

De fato, o que se observa nesse texto é o relato de que Deus abençoaria a


todas as pessoas que abençoasse a Abrão como também amaldiçoaria a todas que o
amaldiçoassem. E, o que é amaldiçoar alguém? É o mesmo que falar mal de outra
pessoa? Bem! Devemos entender que há diferenças entre falar mal de alguém e
amaldiçoar alguém.

O falar mal é o que todos nós compreendemos muito bem quando alguém
fala coisas negativas de outras pessoas com o intuito de desmoralizá-la por ter
segundas intenções. Entretanto, amaldiçoar alguém é o mesmo que lançar pragas,
maldições, encantos negativos, desgraças e etc. contra outras pessoas.

Claro que algumas pessoas podem até interpretar que amaldiçoar alguém
seja o mesmo que por um mal olhado contra alguém. Mas, o que é isso? É algo
parecido a observar ou pensar numa pessoa e invocar todo tipo de pensamento
negativo contra alguma pessoa para prejudicá-la de alguma forma. É como se fosse
um jogo mental no qual a pessoa usa de seus pensamentos negativos para atingir
alguém de fato.

É como se utilizar do mundo abstrato do pensamento para agir no mundo


concreto onde vivemos para trazer o mal a alguém. Com isso pode-se entender que
amaldiçoar uma pessoa é lançar contra ela algo mal seja por pensamento ou com
voz audível, ao mesmo tempo em que a pessoa vitimada não saiba que está sendo o
alvo no momento.

Também se pode entender que num ato de se amaldiçoar alguém a pessoa


emissora deseja coisas más, coisas negativas, vingança e tudo o que se imaginar de
dano para com a pessoa receptora. É o caso de se lançar pragas e coisas negativas
para alguém que foi promovido numa empresa, que ganhou um presente, que
começou a namorar esse rapaz ou aquela moça, que se deu bem na vida e etc.

E, o pior que pode acontecer é observar a atitude de se amaldiçoar pessoas,


vidas humanas, dentro da Igreja e é o que tem ocorrido no decorrer dos séculos.
Parece piada, mas não é! O que tem de líderes religiosos e ovelhas amaldiçoando
terceiros não é novidade em nossos dias. É uma autentica briga de Igrejas que se
atacam e buscam seduzir para suas fileiras os membros de suas concorrentes com
os mais diversos e sutis artifícios religiosos. É o que se conhece como o efeito
“toma lá dá cá”.

A partir daí já para compreender que um dos autores do livro de Gênesis


colocou nos lábios de Deus algo que não poderia ter sido colocado. É o ato de se
amaldiçoar outras pessoas ao privilegiar algumas. Sendo Deus Eterna Bondade e
que deseja remir o ser humano, querer o mal ou a danação para pessoas que não
professam fé alguma ou professam uma fé diferente vai contra a ordenança divina.
Isso quer dizer que não faz parte da essência de Deus amaldiçoar pessoas.

Na verdade, Deus abençoa e não amaldiçoa. Isso porque Deus quer o bem e
não o mal da Humanidade. Claro que o afastamento de Deus traz consequências
porque é a mesma coisa que sair em dias de chuva sem um guarda-chuva. Isso nos
leva a refletir sobre se é certo uma pessoa religiosa amaldiçoar outra que tenha
uma fé diferente ou não. Esse é o perigo e mostra uma influência tipo capitalista
que apregoa vencedores e derrotados. Amaldiçoar é isso! É querer a derrota para
outras pessoas enquanto se busca o sucesso.

Também é interessante observar que algumas pessoas têm ultimamente


amaldiçoado doenças e enfermidades que tem enfermado pessoas. Ora!
Amaldiçoar doenças e enfermidades alojadas em pessoas não é o mesmo que curá-
las ou libertá-las desses males. Amaldiçoar doenças e enfermidades nas pessoas é o
mesmo que lançar mais coisas negativas através de pensamentos e da fé sobre as
pessoas.

De fato, isso demonstra que por desconhecermos muitas coisas nós vamos
incorporando em nossas vidas práticas, costumes, ritos, culturas e etc. sem nos
conscientizarmos sobre o que estamos absorvendo e sem nenhum tipo de
questionamento. De certa forma, nós vamos fazendo o que um papagaio faz que é
repetir palavras humanas sem compreender o que está dizendo. Talvez devamos
observar um estranho texto que se encontra no livro de Salmos para uma melhor
compreensão.

E, depois de citá-lo não vou dar uma explicação sobre esse texto porque fica
para outro momento num outro livro. Ele é o texto do Salmo 137.9: “feliz aquele
que pegar em teus pequeninos e der com eles nas pedras”. Não faça isso que o
texto afirma porque poderá lhe trazer graves consequências. E, como eu sempre
afirmo que como para a Lei da Física “que para toda ação há uma reação” também
“para toda contradição há uma explicação”. E, esse texto tem uma boa explicação.
059 – ABRÃO TORNA-SE CONSTRUTOR DE
ALTARES. [Gn. 12.7-8].

“Apareceu, porém, o Senhor a Abrão, e disse: ë tua semente darei


esta terra. Abrão, pois, edificou ali um altar ao Senhor, que lhe
aparecera. Então passou dali para o monte ao oriente de Betel, e armou
a sua tenda, ficando-lhe Betel ao ocidente, e Ai ao oriente; também ali
edificou um altar ao Senhor, e invocou o nome do Senhor”.

No próximo texto, o de Gênesis 12.7-8, podemos observar algo que passou


a fazer parte da vida de Abrão que foi a construção de altares caseiros. Sim! Isso
mesmo. Nesse relato se observa que em sua peregrinação Abrão construía altares
onde pudesse cultuar ao Deus que lhe aparecera.

E, isso não é novidade alguma porque isso já fazia parte de seu povo, de seu
pai e que ele acabou incorporando em sua vida. Veja que não foi Deus quem lhe
ordenou para que ele fizesse isso porque ele fez por conta própria. É como se fosse
um Memorial para ele.

Não podemos ignorar o fato de que na época as pessoas passaram a fabricar


ídolos caseiros para que estivessem com eles em suas viagens quando ocorriam. De
fato, a construção de altares também passou a fazer parte da Humanidade. Claro
que a construção de altares caseiros era para substituírem a presença frente a
altares oficiais que não podiam ser levados nas viagens e peregrinações.

Essa era uma forma para que as pessoas pudessem se apresentar diante de
Deus quando estivessem ausentes dos templos de suas respectivas divindades.
Entretanto, não se sabe em que região e qual povo começou a construir altares de
modo que se tornou parte da Cultura de civilizações antigas desde a aurora dos
tempos.
Claro que quando os primeiros altares surgiram eles deviam ser bem
rústicos e com utilidades variadas, além de que simbolicamente eles têm um
aspecto interessante. Isso quer dizer que o altar diferencia um local de outro de
modo que ele praticamente fica num local determinado e mais elevado que a região
a sua volta.

De fato, não existe um padrão exato para se ter um altar. Ele pode ser
retangular, quadrado, circular e etc. Ele pode ser cercado ou não. Ele também pode
ser elevado do resto do local a sua volta sem uma altura precisa podendo ser
questão de centímetros até metros.

Algo que também diferencia os altares é o que se coloca nele como púlpito,
mesa, diversos elementos litúrgicos e até mesmo locais para convidados e músicos.
Assim, o que acontece é um uso diferenciado por causa de diversas concepções
humanas possíveis.

Também não devemos ignorar o fato de que os altares podiam e ainda são
utilizados de várias formas. Há o caso em que além de se fazer rituais diversos
também se faziam sacrifícios de aves, animais e até mesmo de seres humanos. Sim!
Isso mesmo. O que já se fez no decorrer da História Humana não é nada agradável
por causa da ignorância e de concepções muito radicais.

Agora, ao voltamos a textos bíblicos não devemos ignorar que a construção


de altares não foi uma ordenança divina porque esta já era uma prática antiga dos
povos que se perpetuou por seus descendentes. Assim, Abrão não trouxe novidade
alguma porque na cidade em que tinha nascido e na que tinha ido morar a
construção de altares caseiros não era novidade alguma. E, quando se menciona a
construção de altares não é bem algo que se parece com o que temos hoje.

Mas, como assim? Bem! O que eles construíam que se identificava como
altar era na verdade mais uma espécie de memorial quando eles ajuntavam pedras
e faziam um monturo e derramavam azeite por cima em sinal de consagração. E é
diante dessas construções rudimentares que eles se apresentavam diante de suas
respectivas divindades e faziam e queimavam suas oferendas e sacrifícios.

Isso pode parecer estranho, mas era assim mesmo. Na verdade, essa era
uma prática caseira que as pessoas faziam quando estavam longe de suas pátrias
em viagem e por estarem longe se suas localidades de culto onde tinham altares
parecidos com os nossos, eles se utilizavam de pedras num monturo tipo altar para
invocarem suas divindades temporariamente já que não podiam fazê-lo por
estarem longe deles.

Com isso, eles imaginavam que conseguiam se comunicar com suas


divindades mesmo estando longe dos lares de suas divindades. Tempos depois os
primeiros altares caseiros que haviam dado origem aos primeiros altares que eram
semelhantes ao que conhecemos hoje passaram a ter usos diversos. É o caso, por
exemplo, dos cinemas, de teatros e de casas de shows nos quais não deixam de
serem altares por terem clientes ou adoradores que cultuam algum ídolo de alguma
forma.

Talvez você não tenha pensado nisso, mas até mesmo o Futebol tem altares
no qual dois times buscam fazer suas oferendas nos altares, ou seja, nas áreas do
gol. E, claro que a bola é o sacrifício que é levado até o altar. De fato, há outros
exemplos parecidos.

Ao chegarmos até aqui já podemos compreender que Noé, Abrão, Isaque,


Jacó e seus descendentes aprenderam práticas Cúlticas que cultivaram em toda a
sua vida e deixaram para seus herdeiros até que tal prática chegou até nós.
060 – ABRÃO CEDE SUA ESPOSA PARA
SOBREVIVER. [Gn. 12.11-16].

“Quando ele estava prestes a entrar no Egito, disse a Sarai, sua


mulher: Ora, bem sei que és mulher formosa à vista; e acontecerá que,
quando os egípcios te virem, dirão: Esta é mulher dele. E me matarão a
mim, mas a ti te guardarão em vida. Dize, peço-te, que és minha irmã,
para que me vá bem por tua causa, e que viva a minha alma em atenção
a ti. E aconteceu que, entrando Abrão no Egito, viram os egípcios que a
mulher era mui formosa. Até os príncipes de Faraó a viram e gabaram-
na diante dele; e foi levada a mulher para a casa de Faraó. E ele tratou
bem a Abrão por causa dela; e este veio a ter ovelhas, bois e jumentos,
servos e servas, jumentas e camelos”.

O texto que vemos agora é o de Gênesis 12.11-16. E, nele podemos


observar a atitude de Abrão quando chegou ao Egito. Claro que ele como habitante
de sua época sabia muito bem como eram as coisas em seu contexto. Isso quer dizer
que como sua esposa era bonita aos olhos dos homens ele sabia muito bem que ele
poderia ser morto por causa dela.

De fato, os homens ricos e poderosos de sua época, antes e até mesmo


depois se não conseguiam por bem se apossavam de qualquer forma se utilizando
até mesmo de assassinato para conseguirem o que queriam.

Isso quer dizer que Abrão sabia que ele poderia ser morto pelos homens de
Faraó porque ele sabia que tudo o que fosse o melhor que estivesse no Egito
pertencia a Faraó. E, como eles eram tratados como filhos dos deuses na qualidade
de semideuses nada lhes seriam negados sob a pena de morte.
Assim, é possível entender que os Faraós mantinham haréns com as mais
lindas mulheres como escravas sexuais e de reprodução para si. E, se elas tivessem
maridos, eles seriam ressarcidos pela venda de suas esposas ou mortos pela recusa
em entregar-lhes para os Faraós. Claro que Abrão podia ter se recusado e nem ter
ido para o Egito, porém, é para o Egito que ele foi e se arriscou e aconteceu o que
ele imaginou.

Com isso, o texto relata que os homens de Faraó viram a beleza de sua
esposa e informaram ao Faraó que rapidamente comprou-a de Abrão por bom
preço para tê-la em seu harém. No texto não se relata se Abrão sofreu por isso,
apenas que ele foi bem pago.

Na primeira vez que li e reli esse texto eu não tinha entendimento e não
conseguia conceber essa atitude covarde de Abrão. O problema é que eu não
conhecia o contexto social da época em que ele vivia para ter feito isso.

Claro que ele temeu por sua vida porque chegou a fazer esse acordo com
sua esposa para que ela afirmasse que ela era irmã dele. Entretanto, ela era de
fato irmã dele, só que meio-irmã já que ambos eram filhos do mesmo pai, mas de
mães diferentes.

Mesmo assim não dá para imaginar porque Abrão chegou a tal ponto de
entregar a sua esposa desse jeito. O fato é que se ele se recusasse ele seria morto
e sua esposa ficaria viúva. E, também não havia para onde fugir dessa situação.
Também não havia esperança de se realizar um resgate dela porque os haréns na
época eram muito bem protegidos.

Dessa forma, Abrão se viu sem esposa porque ela havia sido tomada dele.
Porém, ele sabia que ela seria muito bem tratada, mesmo que se tornasse uma das
mulheres de Faraó.

Entretanto, surge a questão de se Deus havia falado a verdade ou não


quando ordenara a Abrão a sair de sua terra e de sua parentela para outra região e
de que ele seria pai de um grande povo. Assim, o que é que aconteceu aqui? Ele
duvidou de Deus?

O que pode ser observado no texto é que Abrão não confiou em Deus
totalmente ou só em partes. Ele creu que seria pai de um grande povo, porém,
podia ser a partir de filhos que viesse a ter com outras mulheres. E, como sua
esposa desde que se uniram ainda não tinha gerado era natural que Abrão tenha
sentido que ele não teria uma descendência com ela, mas, com outra mulher.

Por isso, não é difícil de imaginar porque Abrão não teve muitas ressalvas
para liberar sua esposa para Faraó. Também não devemos ignorar o fato de que na
época as mulheres não eram consideradas pessoas porque elas eram tratadas como
seres mais fracos e estavam sujeitas a seus maridos. Na verdade, elas eram tidas
como seres sem almas.

Agora, o que não dá para entender é porque Abrão resolveu ir para o Egito
se podia ter ficado onde estava ou ido em outra direção. Bem! Claro que é possível
se imaginar várias explicações para isso que ocorreu. Isso quer dizer que ele pode
ter pensado que se trocasse sua mulher estéril por bens materiais seria um grande
lucro porque poderia iniciar o seu povo com uma descendência.

Caso continuemos a ler o texto é possível observar que isso trouxe


consequência porque a casa de Faraó sofreu no corpo por causa desse pecado que
Abrão e sua esposa haviam cometido. Isso demonstra que essa atitude de Abrão
não teve o consentimento divino.

Com isso é possível observar que Abrão como qualquer um de nós está
sujeito a cometer erros. E, no caso dele é possível observar esse e também o fato
de ter tido um filho com a serva de sua esposa e com o consentimento dela. Claro
que isso é relacionado ao contexto de sua época. De fato, a Humanidade é marcada
em toda a sua existência desde a aurora dos tempos por atitudes diversas diante de
situações que surgiam.
Assim, com Abrão não foi diferente e ele pode não ter imaginado se a sua
esposa havia ficado feliz por ser sido trocada por bens materiais, afinal de contas
ela tinha sentimentos e era um ser humano que estava sendo tratada como um bem
material. Isso mostra que o ser humano não mudou muito no decorrer dos tempos.
061 – ABRÃO E A SUA RIQUEZA MATERIAL. [Gn.
13.2].

“Abrão era muito rico em gado, em prata e em ouro”.

Esse é o texto de Gênesis 13.2 no qual há o relato que informa que Abrão
havia se tornado um homem muito rico em gado, prata e ouro. Mas, o que isso quer
dizer? Bom! O que é possível observar é que ele acabou se tornando muito
próspero no que fazia ao ponto de possuir um grande rebanho de gado além de
prata e ouro.

Na verdade, Abrão acabou se dedicando à criação de animais e se tornou


muito rico. E, como é isso? Da mesma forma que é hoje na época quem criava
rebanhos tinha leite e carne para vender e trocar por outros produtos. Assim, ele
se tornou rico com a criação de gado.

E, seguindo por essa lógica é natural afirmar que quem cria gado precisa ter
também terras para que ele se alimente, viva e se reproduza. Com isso, ele
comprou e também alugou terras por onde seu gado pudesse viver.

Em seguida vemos no relato de que ele acabou possuindo muita prata e


muito ouro. E, como é isso? Para isso é possível duas explicações razoáveis. A
primeira é que ele se dedicou ao garimpo por ter encontrado veias de prata e ouro.
E, assim, ele se tornou próspero no rebanho e no minério.

Entretanto, devemos pensar na segunda tentativa que é a de que a prata e o


ouro vieram para Abrão como pagamento pela aquisição de leite e carne. Isso quer
dizer que numa época em que ainda não havia dinheiro os povos viviam de uma
agricultura rudimentar, da coleta, da pesca, do artesanato e etc. Porém, quando
havia sobras estas passaram a ser trocadas por outros artigos à disposição.
E, com o passar do tempo tanto a prata como ouro em pó passaram a ser
usados na troca por bens de consumo disponíveis. Dessa forma, com a venda de
leite e carne Abrão enriqueceu não apenas com gado, mas também com minério já
que não seria possível ele exercer as duas atividades ao mesmo tempo.

Assim, como Abrão liderava um grupo ele não poderia garimpar junto com
seu povo porque senão todos estariam em pé de igualdade e não precisariam ser
liderados por ele. Agora, caso ele adquirisse uma propriedade que tivesse veios de
prata e ouro ele poderia arrendar para mineiros e cobrar parte dos achados. Mas,
não parece ser esse o caminho seguido por Abrão porque o texto informa que ele se
tornou rico em gado e nos minérios citados.

Com isso, a explicação mais compreensível é que ele adquiriu terras para
seu gado que se multiplicou e em seguida ele passou a vender leite, couro e gado
por prata e ouro. E, assim, com o tempo ele se tornou um homem muito rico e
senhor de seu povo que viera com ele.

De fato, o que vemos aqui é a prosperidade e a riqueza de um dos servos de


Deus. E, não se observa aqui alguma reprovação divina quanto a riqueza. Na
verdade, o que Deus condena é a forma com que alguém prospera e se torna rico e
não a riqueza em si.

Dessa forma, fica claro que não apenas ele, mas outras pessoas
mencionadas nas Escrituras também prosperaram demonstrando assim que o
problema não é o acúmulo, mas como ele é obtido. E, nisso fica explícito de que
Deus não aceita que a riqueza seja um bem oriundo da opressão, da corrupção, do
furto, do roubo, do estelionato e etc.

O mesmo se dá em nossos dias. O problema não é ser ou se tornar uma


pessoa rica, mas como a riqueza é gerada pelas pessoas. Assim, o que se vê são
poucas pessoas gozando de suas riquezas e a maioria sofrendo e agonizando por
causa do desemprego e baixos salários aliado a preços altos provocados pela
inflação.
062 – CONTENDA ENTRE PARENTES. [Gn. 13.5-7].

“E também Ló, que ia com Abrão, tinha rebanhos, gado e tendas.


Ora, a terra não podia sustentá-los, para eles habitarem juntos; porque
os seus bens eram muitos; de modo que não podiam habitar juntos. Pelo
que houve contenda entre os pastores do gado de Abrão, e os pastores do
gado de Ló. E nesse tempo os cananeus e os perizeus habitavam na
terra”.

Agora temos o texto de Gênesis 13.5-7 que relata uma contenda que houve
entre parentes. Mas, como assim? Bem! Abrão era tio de Ló e quando Abrão saiu
de sua terra e da parentela de seu pai não foi só ele com sua esposa e sobrinho.
Pelo que se observa no texto, tanto Abrão como seu sobrinho Ló tinham vários
pastores.

Mas, o que isso quer dizer? Claro que quando Abrão saiu com sua esposa e
sobrinho um grande grupo foi com eles. Isso quer dizer que Abrão e seu sobrinho
levaram seus parentes consanguíneos além de empregados e servos que tinham.
Isso mostra que eles eram abastados e haviam levado tudo o que tinham
conquistado por herança e por trabalho.

E, quando se menciona pastores isso quer dizer que por terem deixado uma
região para habitar noutra eles viviam mais do gado do que a pecuária. De fato, o
texto menciona pastores e não lavradores ou artesãos. Assim, Abrão e Ló tinham
levado familiares, empregados e servos além de suas mulheres.

Com isso, se imaginarmos que eles tinham familiares, empregados, servos e


suas esposas, também é possível imaginar que havia também filhos. Dessa forma, o
povo que partira com Abrão e Ló não era pouco porque depois de algum tempo os
dois grupos começaram a viver em conflitos. E, com esse conflito que surgiu o
grupo de Abrão e o grupo de Ló passaram a viver uma tensão que levaria a uma
fragmentação.

É só observar o próprio texto que afirma que os grupos se tornaram tão


grandes que a terra não podia contê-los. Mas, o que é isso? Na verdade, quando
eles passaram a viver a vida nômade em sua caminhada eles se assentavam numa
localidade durante algum tempo e depois seguiam viagem.

Entretanto, quando eles chegaram num determinado local eles viveram um


tempo maior por causa dos benefícios da localidade que lhes deve ter
proporcionado ótima lavoura, caça, pesca, rebanho e etc.

Isso fez com que depois de algum tempo a localidade em que eles haviam se
assentado não podia mais suportá-los por que foi castigada pela exploração
excessiva. É o que acontece com terras no campo em que não há período de
descanso, elas acabam ficando improdutivas.

De fato, terras em que o gado fica constantemente, ou não se para de


plantar para colher, causa desgaste e depois de algum tempo é necessário a busca
de novos locais.

Assim, ao observarmos o texto é possível imaginar que a terra ficou


pequena para os dois grupos que se desentenderam e provocou um cisma entre
Abrão e Ló. Com isso, observamos que mesmo numa família desde a aurora dos
tempos as contendas já ocorriam e fragmentavam as tribos, clãs e povos.

No texto também é mencionado que os bens de Abrão e Ló eram muitos.


Mas, que bens eram esses? Claro que bens é o mesmo que pertences. Assim, os
rebanhos que ambos possuíam eram seus pertences como também a posse de seus
próprios servos. E, como na época as famílias eram patriarcais, os descendentes e
agregados eram também parte dos bens. Logo, os animais acabaram não tendo
espaço para pastarem e não havia terra suficiente para uma lavoura rudimentar e a
coleta.
Por causa disso, era natural que a terra da região se estagnaria trazendo
como consequência a sua ruína levando-a a improdutividade. E, como animais e o
povo precisava se alimentar seria necessário a fragmentação dos dois grupos para
sobreviverem sozinhos porque juntos não podiam ficar mais porque a terra não os
suportaria.

Porém, para quem pensa que o problema estava resolvido, isso não é bem
verdade porque mesmo que alguém diga que era só aumentar a área de pastoreio e
de lavoura, outros povos não permitiriam porque seria o mesmo que uma invasão
de terras alheias.

Na verdade, no final do texto é mencionado que habitavam na localidade


cananeus e perizeus. Isso quer dizer que havia limites para a lavoura e para o
pastoreio e o não respeito a limites traçados poderia gerar uma guerra entre tribos.

Agora, é possível compreender porque os grupos de Abrão e Ló se


separaram porque eles não podiam aumentar a área de pastoreio e lavoura para
outras localidades que já tinham seus respectivos donos. Dessa forma, haveria
guerras pela posse de novas terras.

Na verdade, diante desses conflitos que surgiram a única saída seria a


separação de Abrão e Ló para que suas tribos pudessem viver noutras localidades
sem mais problemas entre eles mesmo sendo irmãos consanguíneos.
063 - DEUS É DESTRUIDOR DE CIDADES? [Gn.
13.10].

“Então Ló levantou os olhos, e viu toda a planície do Jordão, que


era toda bem regada (antes de haver o Senhor destruído Sodoma e
Gomorra), e era como o jardim do Senhor, como a terra do Egito, até
chegar a Zoar”.

Nesse texto de Gênesis 13.10 que abordaremos agora se observa a


afirmação de que Deus destruiu as cidades de Sodoma e Gomorra e regiões
vizinhas. Mas, como é isso? Se Deus é amor como pode ter destruído cidades com
seus habitantes? E, claro que não devemos ignorar o fato de que o Mandamento em
que não se deve matar se encontra em Êxodo 20.13, tempos depois dos
acontecimentos relatados em Gênesis. E, o que menciona esse Mandamento?
Vejamos: “Não matarás”. Dessa forma, destruir cidades com seus habitantes é o
mesmo que matar!

Na verdade, o que acontece é com que óculos que observamos relatos os


quais se encontram no Antigo Testamento porque “para cada contradição há uma
explicação”. Bem! Ao observarmos o próximo texto não dá para ignorar o relato
que está em destaque e que menciona a região em que Ló e o seu grupo foi habitar
e que é indicado como Sodoma e Gomorra.

E, não devemos nos esquecer de que Ló não foi sozinho porque ele foi
habitar nessa região com sua esposa, suas duas filhas e seus genros. Também não
devemos ignorar que todo o seu povo foi junto como os pastores que já foram
mencionados anteriormente.

Agora, o que não devemos deixar de lado é que o grupo de Ló quando


decidiu habitar nessa localidade deixou uma vida no campo para assumir uma vida
urbana. Isso quer dizer que todo o povo de Ló deixou a vida de lavoura, coleta,
caça e de pastoreio de rebanhos para viver nas cidades mencionadas.

E, isso poderá ser observado no fato de que Ló acabou por viver numa casa
como era a prática dos moradores de Sodoma, Gomorra e outras cidades na região.
Claro que ao mudar do campo para a área urbana o grupo de Ló passou a viver em
outras atividades como artesãos, comerciantes e etc.

De fato, é nas cidades que devido às necessidades e os problemas sociais


que crises ocorrem gerando um mundo caótico, bem diferente da vida do campo.
Mas, isso não quer dizer que não haja ou não tenha havido problemas na vida no
campo.

Ao chegarmos até aqui, não devemos ignorar que o texto relata que Deus
foi o responsável pela destruição das cidades mencionadas na época. E, quando se
fala em destruição das cidades se menciona a destruição de adultos, crianças,
idosos e também animais. Na verdade o que temos aqui é a morte de pessoas no
qual estão inclusas crianças e bebês que ainda nem nasceram porque suas mães
gestavam.

Assim, fica difícil de imaginar um Deus destruidor que além de destruir


provoca a morte de pessoas. Será que não havia nenhuma pessoa justa na cidade?
Adolescentes, crianças, bebês e bebês que eram gerados não são considerados
pessoas justas? Esse é o problema! Na época apenas pessoas adultas eram
consideradas como pessoas, porém, crianças, bebês e adolescentes ainda não eram
consideradas.

Por causa disso, afirmar que não havia pessoas justas na região é afirmar
que não foram encontradas pessoas adultas como justas, e assim, muitas vidas
inocentes foram ceifadas o que leva a mostrar um lado mal de Deus. Mas, como
pode ser isso?

Para responder a essa pergunta é necessário que saibamos que é possível


haja duas linhas de pensamentos a respeito desse evento. A primeira é literalista e
afirma que esse evento é marcado pelo fogo que caiu do céu e destruiu essas
cidades com todos os seus habitantes e construções. Já a outra linha afirma que
esse evento foi apenas mitológico, ou seja, não aconteceu e é um conto narrado.

Assim, para cada linha há interpretações possíveis e há também explicações


variadas. Por isso, ao lermos o texto da destruição dessas cidades podemos
observar que há uma semelhança com a erupção de um grande vulcão lançando
lava, gases tóxicos e pedras trazendo a destruição e mortes como ocorreu na
cidade de Pompeia.

Outra explicação interessante é a de um asteroide que se fragmentou na


atmosfera e caiu em milhares de pedaços na localidade destruindo toda a região.
Também não deve ser ignorado algum grande terremoto que tenha levado a
destruição dessas cidades e de seus habitantes. Também podemos imaginar a queda
de um asteroide num mar próximo e que tenha levado um grande tsunami a varrer
toda a localidade causando essa grande destruição.

Em relação à outra linha de explicação na qual isso se trata de apenas um


mito, não devemos ignorar que um mito sempre tem algo de verdade ou um
elemento gerador dele. Com isso, alguma experiência com a ação de terremoto,
vulcão, queda de um asteroide ou um tsunami na época deve ter gerado a ideia de
que Deus destrói o pecado do Homem através de grandes catástrofes provocadas
pela Natureza.

Isso quer dizer que não foi Deus e nem a sua vontade que tenha provocado
esse caos na época porque Deus em sua essência não pode se utilizar de
mecanismos de destruição em massa para exterminar o pecado do Homem através
das catástrofes da Natureza. Mas, como esse evento ou catástrofe foi creditado a
Deus se Ele é amor e não deseja o mal do ser humano?

Bem! Não devemos ignorar que as Escrituras foram escritas por seres
humanos, e mesmo que eles tenham sido inspirados divinamente isso não impediu
que o Homem interferisse nas Escrituras. E, como na época os povos antigos
acreditavam em divindades das mais variadas não devemos ignorar o fato de que o
Homem desde a aurora dos tempos sempre creditou todo tipo de evento a alguma
divindade. Esse foi o caso dos escritores de Gênesis que para educar e reeducar o
povo precisou apavorá-lo e também a sua descendência ao creditar catástrofes
destrutivas a Deus.

Mas, ao fazer isso, a ideia de Deus como destruidor de vidas humanas


acabou fazendo parte da cultura religiosa e nacional do povo. O que aconteceu
então é que a ideia de Deus como utilizador de catástrofes da Natureza para
acabar com o pecado do Homem era utilizado como coisa natural. O mesmo se deu
com outras divindades que foram concebidas por outros povos.

Também não devemos ignorar que Deus depois que criou o Universo sabe o
que está acontecendo em toda a sua extensão e não vai interferir na ação da
Natureza e também no que o Homem faz. Isso quer dizer que se o Homem quer se
destruir como espécie ao destruir o seu habitat com poluição das mais diversas,
Deus não vai interferir porque respeita a vontade humana, mesmo que seja um ato
impensado que esteja levando ao seu fim.
064 – BETUME COM FÁCIL ACESSO. [Gn. 14.10].

“Ora, o vale de Sidim estava cheio de poços de betume; e fugiram


os reis de Sodoma e de Gomorra, e caíram ali; e os restantes fugiram
para o monte”.

O texto de Gênesis 14.10 nos traz uma informação interessante. Ele


menciona que o vale de Sidim estava cheio de poços de betume. Mas, o que é
betume? Ele nada mais é do que uma espécie de óleo como produto do que
conhecemos como petróleo. Isso quer dizer que diferente de hoje na época havia
nalgumas localidades a presença desse óleo que eram localizadas quando se
escavava poços para encontrar água.

Claro que hoje são as perfuratrizes de empresas que chegam ao petróleo


nas profundidades. Mas, na época, a escavação de poços acabava nalguns casos por
revelar o betume que se tornou um ótimo produto para ser usado em tochas, em
fogueiras e até mesmo na impermeabilização de paredes de casas como também na
Arca de Noé.

É interessante observar que não só nos dias de hoje como na época o


betume se tornou importante no cotidiano da Humanidade. Assim, ele passou a ser
usado como combustível para manter tochas acesas por mais tempo e também em
fogueiras. Ele se tornou em liga para unir as pedras nas construções de casas, salas
de comércio, palácios e templos e etc.

Entretanto, um grande uso que surgiu foi quando se descobriu que ele podia
ser usado para deixar paredes impermeáveis contra a água da chuva. Dessa forma,
se utilizava o betume para evitar a umidade.
Isso foi o que aconteceu quando Noé construiu a arca que era um grande
navio feito de madeira. E, para que ele pudesse aguentar um longo período na água
foi necessário que se impermeabilizasse as paredes de madeira por dentro e por
fora.

Mas, alguém pode até indagar sobre a impermeabilização tanto por dentro
como por fora. Bem! Por fora era para impedir que a umidade do mar apodrecesse
o navio e por dentro por causa da urina dos animais. Na verdade, de nada
adiantaria proteger o navio da água se não protegesse o seu interior.

Ao continuarmos a abordar o texto é interessante observar que não se


tratava de um lugar apenas, mas uma região cheia de poços de betume. Isso quer
dizer que alguém ao cavar um poço ao invés de encontrar água encontrou betume.
Em seguida deve ter tentado encontrar outro poço e acabou encontrando outra
veia de betume. E, assim por diante foram sendo cavados poços e maios poços até
que o local ficou cheio de poços de betume.

Na verdade, a água era um bem muito precioso na época, porém, o betume


também era um achado ainda mais valioso para os povos. E, quem detinha o poder
sobre ambos podia controlar outros povos. Pode-se dizer que não apenas a água
como também o betume era um ouro, porém, um ouro negro.
065 – O SURGIMENTO DA CONFEDERAÇÃO. [Gn.
14.13].

“Então veio um que escapara, e o contou a Abrão, o hebreu. Ora,


este habitava junto dos carvalhos de Manre, o amorreu, irmão de Escol e
de Aner; estes eram aliados de Abrão”.

O texto que observamos agora é o de Gênesis 14.13, e nele se observa uma


aliança político-militar entre Abrão, Escol e Aner. Ora! Por que é que Abrão
precisava desse tipo de aliança? O que podemos compreender com isso? Se ele
tinha a promessa divina de que teria uma grande descendência e seria líder de uma
grande nação por que precisaria se unir com outros povos?

A verdade é que naquela época não havia nações como conhecemos hoje
com seus limites ou fronteiras. E, num contexto onde a terra para plantar e colher
e que servia de pasto para animais e os rios e lagos com água eram vitais, os povos
guerreavam por esses meios de vida.

E, por causa disso eram necessários em vários momentos de alianças entre


os povos para se protegerem de ataques de invasores ou para invadirem e tomarem
o que lhes era vital. Assim, com Abrão não foi diferente porque ele com seu povo
precisaram fazer alianças para também se protegerem de outros povos.

No caso aqui quando Abrão passou a viver numa localidade ele percebeu
que deveria fazer alianças para que seu povo e ele pudessem sobreviver de ataques
invasores de outros povos.

Entretanto, no caso que é tratado nesse texto, Abrão precisou contar com
os povos com quem manteve alianças político-militares para resgatarem seu
sobrinho Ló e os seus. É o que pode ser observado no mesmo texto de Gênesis
14.1-12 a seguir:

“1 Aconteceu nos dias de Anrafel, rei de Sinar, Arioque, rei de Elasar,


Quedorlaomer, rei de Elão, e Tidal, rei de Goiim, 2 que estes fizeram guerra a
Bera, rei de Sodoma, a Birsa, rei de Gomorra, a Sinabe, rei de Admá, a Semeber,
rei de Zeboim, e ao rei de Belá (esta é Zoar). 3 Todos estes se ajuntaram no vale de
Sidim (que é o Mar Salgado). 4 Doze anos haviam servido a Quedorlaomer, mas ao
décimo terceiro ano rebelaram-se. 5 Por isso, ao décimo quarto ano veio
Quedorlaomer, e os reis que estavam com ele, e feriram aos refains em Asterote-
Carnaim, aos zuzins em Hão, aos emins em Savé-Quiriataim, 6 e aos horeus no seu
monte Seir, até El-Parã, que está junto ao deserto. 7 Depois voltaram e vieram a
En-Mispate (que é Cades), e feriram toda a terra dos amalequitas, e também dos
amorreus, que habitavam em Hazazom-Tamar. 8 Então saíram os reis de Sodoma,
de Gomorra, de Admá, de Zeboim e de Belá (esta é Zoar), e ordenaram batalha
contra eles no vale de Sidim, 9 contra Quedorlaomer, rei de Elão, Tidal, rei de
Goiim, Anrafel, rei de Sinar, e Arioque, rei de Elasar; quatro reis contra cinco. 10
Ora, o vale de Sidim estava cheio de poços de betume; e fugiram os reis de Sodoma
e de Gomorra, e caíram ali; e os restantes fugiram para o monte. 11 Tomaram,
então, todos os bens de Sodoma e de Gomorra com todo o seu mantimento, e se
foram. 12 Tomaram também a Ló, filho do irmão de Abrão, que habitava em
Sodoma, e os bens dele, e partiram”.

Agora, o que observamos no texto citado, Abraão é que reagiu para salvar
seu sobrinho Ló e os seus. E, claro que não foi sozinho porque ele precisou de uma
aliança e de apoio para salvar Ló e todos os que foram levados com ele quando da
invasão de povos que haviam se unido numa Confederação.

De fato, Abraão com seu povo também havia se unido numa aliança ou numa
Confederação com outros povos. Ora! Numa época em que eles viviam não era
possível se manter como povo sem algum tipo de aliança ou numa Confederação. E,
com Abrão não foi diferente porque se ele não fizesse parte numa Confederação
dificilmente seu povo sobreviveria na região que passara a viver.

De certa forma podemos entender uma Confederação como a aliança entre


países com um fim em comum e uma Federação como a união de Estados que
formam um país.
066 – ESTRATÉGIA MILITAR. [Gn. 14.14-16].

“Ouvindo, pois, Abrão que seu irmão estava preso, levou os seus
homens treinados, nascidos em sua casa, em número de trezentos e
dezoito, e perseguiu os reis até Dã. Dividiu-se contra eles de noite, ele e
os seus servos, e os feriu, perseguindo-os até Hobá, que fica à esquerda
de Damasco. Assim tornou a trazer todos os bens, e tornou a trazer
também a Ló, seu irmão, e os bens dele, e também as mulheres e o
povo”.

O texto que temos agora é o de Gênesis 14.14-16. E, nele vemos algumas


coisas interessantes. Para libertar Ló e os seus com as famílias das outras tribos
capturadas Abrão se preparou como um estrategista militar de sua época. E, isso é
interessante de verificar ao ler o texto.

A primeira coisa que se observa é que depois que Abrão ficou sabendo que
parte da sua família havia sido capturada e levada cativa ele não perdeu tempo e
se preparou para o resgate. Assim, a primeira coisa que se observa é que ele levou
homens treinados.

Sim! Isso mesmo. Ele levou homens treinados, mas, alguém pode até indagar
sobre que tipo de treinamento era esse. De fato, na época os homens não podiam se
restringir apenas a uma profissão porque era necessário que também tivessem
treinamento militar para defender sua família e também a sua tribo em caso de
ataques.

E, nisso, com a tribo de Abrão não era diferente porque não só ele como
também os homens de suas tribos precisavam conhecer a arte da batalha pra
defenderem os seus e os seus próprios bens. Assim, não podemos imaginar um
Abrão franzino e inocente porque quando moço ele devia ter sido preparado para
se defender e a sua própria tribo. Logo, Abrão também tinha conhecimento de
batalha e podia muito bem liderar um ataque militar contra aqueles que haviam
invadido e levado parte de sua família e de outras tribos.

E, pelo que o texto nos informa Abrão escolheu 318 homens preparados
para irem com ele. E, claro que ele deixou outro tanto para cuidar das mulheres,
crianças e os seus bens.

Ainda no texto se observa a afirmação de que eles nasceram em sua casa,


porém, casa não quer dizer aqui propriedade, mas em sua própria tribo. Logo, todos
eram parentes consanguíneos e não fugiriam ou trairiam sua própria tribo e
sangue.

No texto também se observa que junto aos homens que foram com Abrão
para a batalha havia também servos. Assim, não apenas os homens de sua família
foram para o combate como também seus servos. Não podemos ignorar que
dependendo das atitudes de seus senhores os servos podiam cooperar ou trair.
Dessa forma, os servos de Abrão lutaram com ele porque este era um senhor bom e
temente a Deus.

Vemos no texto que Abrão se utilizou de uma estratégia que já foi


observada e vista em muitos momentos na Humanidade. Abrão dividiu seus homens
para atacar em frentes diferentes e se aproveitou de um ataque noturno para
atacar o povo inimigo de surpresa para libertar os cativos de seu povo e das outras
tribos.

E, quando o texto relata que ele dividiu os seus homens não se menciona em
quantas frentes, mas que foi vital para surpreender o inimigo para livrar os seus
familiares. Claro que isso foi obra de um excelente estrategista militar.

Mas, por que Abrão não resolveu atacar o inimigo em plena luz do dia? Não
seria isso uma atitude covarde? Ai vai depender do ponto de vista. O número do
exército inimigo devia ser muito mais numeroso do que o pequeno exército de
Abrão e num confronto Abrão e os seus seriam dizimados rapidamente.

Assim, pela lógica, esse ataque tinha de ser de noite em frentes diferentes e
de forma rápida para surpreender o inimigo e vencer a guerra. Na verdade, Abrão
deve ter esperado para atacar tarde da noite para vencer o inimigo ainda enquanto
dormia e os que se levantaram atordoados não tiveram tempo de se restabelecer
por causa do cansaço e do sono.

É quando chegamos à fase final do combate quando vencidos e pegos de


surpresa o exército inimigo perdido e ferido de noite é perseguido durante algum
tempo na região em que estavam aquartelados até a região de Hobá. Assim, os que
sobreviveram é porque o exército de Abrão resolveu voltar porque já haviam
triunfado na batalha.

Em seguida, o texto relata que Abrão e o seu exército depois de liberto os


membros das tribos que haviam sido levados cativos os trouxeram para casa com os
seus bens e também com a pilhagem do exército inimigo que deixou seus pertences
no acampamento após a derrota.

Com isso, podemos observar outro lado de Abrão, o estrategista e general


de seu pequeno exército que venceu o exército inimigo e superior numericamente.
Foi praticamente um golpe de mestre em estratégia militar.
067 – PÃO E VINHO TRAZIDOS POR UM REI-
SACERDOTE. [Gn. 14.18-19].

“Ora, Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; pois era


sacerdote do Deus Altíssimo; e abençoou a Abrão, dizendo: bendito seja
Abrão pelo Deus Altíssimo, o Criador dos céus e da terra!”.

O próximo texto que abordaremos se trata de Gênesis 14.18-19. E, nele é


possível observar três fatos interessantes que podem nem ser notados numa
leitura. O primeiro fato é que Melquisedeque que foi citado é rei e sacerdote. Mas,
como pode ser isso? Realmente as duas atividades que Melquisedeque atuava
estranham um pouco porque o rei é a pessoa que lidera um povo e é tido como um
líder político. Já o sacerdote lidera o povo na religiosidade, e assim, se trata de um
líder religioso.

De fato, em sociedades antigas geralmente havia o líder religioso e o líder


político. E, cada um exercia o seu respectivo papel. Porém, quando alguém acabava
por deter os dois papeis podiam causar um grande problema porque se sentia um
semideus. A História mesmo registra a figura do Papa durante alguns séculos
quando ele detinha os dois poderes. Com isso, as nações tinham uma religião oficial
e tudo se fazia conforme a orientação e determinação religiosa.

Assim, o que acontece aqui é que Melquisedeque acumulou as duas


atividades e não se sabe como. Claro que diante do ato de heroísmo de Abrão
Melquisedeque pode ter se aproveitado da situação ao homenagear Abrão. Era
uma forma de não perder oportunidades diante de povos em relação a um dos
súditos.

Outro fato interessante, o segundo, é que Melquisedeque presenteou a


Abrão com pão e vinho. Dessa forma, observamos aqui que a realidade do manuseio
do pão e do vinho não era do Judaísmo e nem posteriormente o do Cristianismo. Na
verdade, em algum momento da História Humana o pão e o vinho passaram a fazer
parte da expressão religiosa de alguns povos.

Isso quer dizer que na época o pão representava alimento e o vinho como
bebida servia para aquecer as pessoas em locais frios e épocas geladas. Com isso,
eles se tornaram simbolicamente de alguma forma parte da expressão religiosa de
povos. Claro que no Judaísmo e no Cristianismo o pão e o vinho foram englobados
em suas respectivas práticas religiosas.

E, hoje nós utilizamos o pão e o vinho em nossos Cultos quando há a Santa


Ceia. Também não devemos ignorar que quando Melquisedeque trouxe o pão e o
vinho para Abrão ele teve duas intenções: a primeira foi a de recuperar lhes as
forças após o combate e a outra para estabelecer uma espécie de pacto entre
ambos publicamente. Isso garantia uma aliança mais estreita entre suas respectivas
tribos.

E, no terceiro fato é relatado que Melquisedeque era sacerdote do Deus


Altíssimo. Mas, o que isso quer dizer? Bem! Quando se fala em “altíssimo” se
indica uma divindade que vive numa região muito alta e inatingível já que a maioria
das divindades na época tinham formas humanas, eram concebidas pelos povos e
estavam à mão. Essa é a diferença.

Agora, o que ocorre aqui é saber se o Deus Altíssimo mencionado aqui é o


Deus de Israel ou não. Não devemos ignorar que foi o Deus de Noé que apareceu a
Abrão porque ainda nem existia o Deus de Israel porque Abrão é que se tornaria o
avô de Jacó / Israel. Também não devemos ignorar o fato de que não é citado que o
Deus de Noé havia enviado a Melquisedeque até Abrão.

Diante disso, o Deus Altíssimo de Melquisedeque pode ter sido uma


divindade concebida por seu povo e não o Deus que se revelou a Abrão. Isso pode
parecer um pouco confuso porque ainda não havia um Deus Nacional como o Deus
de Israel que surgiria tempos depois. E, foi apenas no livro do Êxodo que o Deus de
Noé e Adão se revelou como “Eu Sou” e não antes.
Com isso, devemos tomar certo cuidado para não confundir o Deus de
Abrão e o de Melquisedeque. A não ser que haja algum livro por ser descoberto
que sinalize que Melquisedeque tinha sido alcançado pelo mesmo Deus de Abrão.
068 – A ORIGEM DO DÍZIMO. [Gn. 14.20].

“E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos


nas tuas mãos! E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo”.

E, por fim nós temos o quarto fato que é sobre Abrão em sinal de
agradecimento ter entregado o dízimo de tudo para Melquisedeque, e que é citado
em Gênesis 14.20. Mas, por que ele fez isso? Claro que essa é a primeira menção
de “dízimo” nas Escrituras, porém, não devemos ignorar o fato de que não havia
papel moeda na época. Então, como seria o dízimo? Na verdade, se tratava de
ofertas do que podia ser trazido como animais, água, alimentos e etc.

Também não devemos ignorar a verdade de que o dízimo não nasceu em


Israel porque essa prática já existia em outros povos como pagamentos de impostos
e tributos para sustento de exércitos, da corte e etc. Claro que haveria momentos
em que minérios como prata e ouro seriam utilizados como recursos financeiros
antes da criação da moeda.

Assim, o que Abrão fez foi em sinal de agradecimento pelo reconhecimento


de Melquisedeque ao entregar-lhe o dízimo de tudo em sinal de respeito e aliança
entre tribos. E, o que Melquisedeque fez com esse dízimo Gênesis não menciona.
Porém, se ele era rei com certeza tinha exército e tinha que sustentá-lo de alguma
forma. Hoje, essa realidade continua a ser uma grande verdade.

Desse modo, os nossos dízimos é que bancam o Evangelismo, a Missão e


toda a estrutura religiosa. Como um bispo que eu conheço e sempre mencionava
esse fato eu me lembro de que ele dizia: “Quem vai pagar o cafezinho?”. E,
também dizia: “Precisamos tanto do Verbo como da verba para a missão”.

Entretanto, devemos compreender que diferente de hoje, que a prática do


Dízimo é anterior ao livro de Gênesis e anterior ao Judaísmo. Ele já existia como
forma de impostos em alguns povos como forma de manter a estrutura de nações
como a manutenção de governos e de exércitos.

Claro que essa prática podia variar do dízimo e de porcentagens maiores,


porém, os 10% também era uma realidade nalgumas regiões. Na verdade, o que
aconteceu é que o Judaísmo acabou readaptando essa prática para manter o Ofício
Religioso em Israel.

De fato, o Dízimo quando surgiu em Israel não era com a porção trazida em
forma de dinheiro como papel moeda. O que acontecia é que as tribos deviam
trazer animais e alimentos para que fossem distribuídos entre os menos
prestigiados como pobres, estrangeiros, além de manter o Ministério dos Levitas.
Assim, numa grande Ceia todos participavam juntos para que não houvesse
exclusões sociais, além de que se deixava uma boa doação para quem não tinha
muito.

Com o tempo e com a dificuldade de trazer animais pelo caminho e também


os alimentos, essa prática mudou porque se tornou mais viável trocar animais e
alimentos por moedas que podiam carregar de locais distantes até Jerusalém. E,
quando lá chegavam podiam novamente adquirir alimentos e animais para servirem
como dízimos e ofertas. Isso porque os alimentos estragavam durante as viagens e
os animais não resistiam às jornadas até a cidade capital.

Hoje é diferente porque nós trazemos dízimos e ofertas em forma de


dinheiro como papel moeda e não mais como alimentos e animais. E, diferente do
que se fazia com os dízimos de animais e alimentos quando estes eram repartidos
com as famílias necessitadas e os levitas, aqui os dízimos e ofertas passaram a ser
utilizados para a manutenção de estruturas religiosas.

Assim, a verba é utilizada para compras de terrenos, aquisição de casas,


construções de templos e pagamentos das contas inclusas nas missões como
sustento de funcionários, pastores e missionários.
De certa forma, os dízimos deixaram de ser utilizados para socorrerem as
famílias necessitadas, porém, foram criados ministérios específicos para atender
em partes essas famílias. Poderíamos por assim dizer que o dízimo com o tempo foi
perdendo a sua finalidade. De impostos para pagar as contas de governantes e
exércitos se tornou uma forma de se socorrer famílias e agora servia para
sustentar instituições religiosas deixando as famílias necessitadas com as migalhas
que caíam em conta gotas pelas mesas.
069 - FORMAS UTILIZADAS POR DEUS PARA SE
COMUNICAR. [Gn. 15.1, 12-13].

“Depois destas coisas veio a palavra do Senhor a Abrão numa


visão, dizendo: Não temas, Abrão; eu sou o teu escudo, o teu galardão
será grandíssimo”.

“Ora, ao pôr do sol, caiu um profundo sono sobre Abrão; e eis


que lhe sobrevieram grande pavor e densas trevas. Então disse o Senhor
a Abrão: Sabe com certeza que a tua descendência será peregrina em
terra alheia, e será reduzida à escravidão, e será afligida por
quatrocentos anos”.

Os dois textos acima relatam duas formas pelas quais Deus se utiliza para
se comunicar com o ser humano. A primeira é a visão e a segunda é através do
sonho. De fato, no primeiro texto podemos observar a comunicação de Deus para
com Abrão numa visão. Mas, o que é isso?

Nesse caso, Abrão não estava dormindo e nem sonhando. Ele estava
acordado e de repente Deus lhe comunicou algo numa visão. De fato, esse tipo de
comunicação não quer dizer que Deus tenha mostrado para ele algum evento como
num quadro pintado ou num vídeo gravado.

Visão aqui tem a ver com uma forma de comunicação no qual Deus ao
mesmo tempo em que lhe falou fez com que Abrão tivesse um estalo a respeito do
que era o desejo de Deus.

Se continuarmos a ler o texto a partir do segundo versículo nós podemos


observar que foi um momento de diálogo dentre Deus e Abrão a respeito de um
filho que ele não tinha. Assim, Deus não estava lhe mostrando visões, mas buscando
fazer com que Abrão contemplasse numa visão em sua mente de que ele teria um
filho num futuro.

Isso é o que fazemos quando encontramos uma cara-metade, começamos a


namorar, noivamos e casamos já vislumbrando com a imaginação de como será a
vida a dois. Isso é o que todos fazemos a todo o momento em diversas ocasiões.
070 – ABRÃO CHAMA DEUS DE JEOVÁ / JAVÉ. [Gn.
15.2].

“Então disse Abrão: Ó Senhor Jeová, que me darás, visto que


morro sem filhos, e o herdeiro de minha casa é o damasceno Eliézer?”.

No texto de Gênesis 15.2 podemos observar Abrão chamando Deus pelo


termo de Jeová ou Javé. Isso é muito curioso já que Deus só se revelaria como “Eu
Sou” em Êxodo 3.14: “Respondeu Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse
mais: Assim dirás aos olhos de Israel: EU SOU me enviou a vós”. Dessa forma fica
a pergunta de onde surgiu esse nome que Abrão se utilizou para se referir a Deus.

O termo Jeová ou Javé do Hebraico pode ser interpretado como “Senhor” e


foi com esse termo que Abrão passou a se referir ao Deus que lhe aparecera
quando ele vivia na região que seu pai adotara como moradia.

De fato, Abrão como filho de um povo conhecia as várias divindades que seu
povo cultuava na época e também os deuses caseiros que seus pais deveriam
reverenciar. Dessa forma, como cada divindade era responsável por algo cada uma
devia ter recebido nomes apropriados que eram utilizados em cultos públicos e
caseiros.

Assim, quando Deus apareceu para ele de uma forma sobrenatural, ele não
tinha consciência do que estava acontecendo porque diferente de outras divindades
o Deus Javé não tinha forma, cor, nome e etc. Era praticamente invisível e que
passou a se comunicar com ele.

Claro que não podemos ignorar o fato de que no Areópago Romano em que
Paulo esteve uma divindade invisível com altar vazio era reverenciada dentro do
Panteão. Com Abrão pode ter ocorrido o mesmo e ele passou a honrar a Deus com
esse título. Logo, o termo era uma concepção humana que Abrão usou para falar
com o Deus que se revelara para ele.

Agora sim algo começou a ficar claro sobre a origem desse termo utilizado
para se falar do Deus de Abrão na época. Assim, quando lemos Gênesis não é
possível observar que nalgum momento Deus tenha se revelado como Jeová, Javé e
etc. porque Ele só se revelaria como “Eu Sou” tempos depois como foi citado.

E, por que isso? Talvez seja pela verdade de quem “dá nome” “Domina”. E,
foi isso o que ocorreu quando no início o Homem deu nomes a todos os seres os
quais dominaria. Claro que também no uso do nome de Deus o Homem pode se
imaginar na mesma altura que Ele e cometer faltas das mais diversas como tem
feito no decorrer da História Humana ao tentar ser como Ele.

Com isso, Abrão pode ter utilizado um nome já concebido para expressar
uma divindade invisível que não se conhecia e que também deveria ser
reverenciada. Assim, de um termo já existente Abrão passou a se comunicar com
Deus. E, claro que não se observa em Gênesis algum texto em que Deus tenha
recusado o uso desse nome por Abrão para se referir a si.
071 – MENÇÃO DE QUE O UNIVERSO É
GIGANTESCO. [Gn. 15.5].

“Então o levou para fora, e disse: Olha agora para o céu, e conta
as estrelas, se as podes contar; e acrescentou-lhe: Assim será a tua
descendência”.

Esse é o texto de Gênesis 15.5. Esse texto com essa afirmação não está aí
à toa porque ele revela algo surpreendente. Mas, o que é tão revelador que nos
chama agora a atenção já que esse relato é ignorado muitas vezes? De fato, o que
se observa no texto é a menção sobre estrelas.

Porém, quando lemos o texto pode ser observado o que Deus fala a Abrão
sobre a sua descendência. A afirmação é que a descendência dele seria comparada
ao número de estrelas que há no céu se ele pudesse contá-las.

Mas, seria possível Abrão contar as estrelas que havia no céu naquela
época? Claro que é possível contar as estrelas que há no céu a olho nu. Entretanto,
se for utilizado um telescópio começa a ficar difícil contar as estrelas no céu
porque elas aumentam o campo de visão e mais estrelas são possíveis de serem
avistadas.

E, com a existência de telescópios superpotentes nos dias atuais fica


impossível contar o número de estrelas que há no Universo. Só em nossa Galáxia, a
Via Láctea há entre 100 a 200 bilhões de estrelas.

Agora, o que muita gente ignora é que se a descendência de Abrão puder


ser contada pelas estrelas que há no céu observado a olho nu é possível verificar
que a descendência dele já se extinguiu há muito tempo porque pode ser observado
de 2 a 5 mil estrelas num céu noturno favorável num ponto determinado da Terra.
Isso quer dizer que é possível observar cerca de 8.500 estrelas em todo o planeta.

Agora, com a utilização de telescópios caseiros é possível observar um


grande número de estrelas e é possível contar uma possível descendência de Abrão
que perdura desde aquela época até os dias atuais e se perpetuará no futuro.

Entretanto, se utilizarmos um telescópio profissional como os de hoje em


que astrônomos perscrutam as estrelas que há na Galáxia e no Universo não é
possível equiparar a uma descendência de Abrão.

E, isso porque só na Via Láctea há de 100 a 200 bilhões de estrelas e jamais


a população humana alcançou tal número desde o surgimento do Homem até o
nosso futuro daqui há centenas ou quem sabe, milhares de anos.

O nosso planeta hoje tem uma população de cerca de mais de sete bilhões
de habitantes e se somarmos os que já viveram no passado dificilmente
dobraríamos esse número e não devemos ignorar o fato de que a Terra não poderá
suportar uma população bem maior.

E, se pensarmos bem! Só no Universo Visível há pelo menos cem bilhões de


Galáxias com pelo menos cem e até mais bilhões de estrelas. É uma população
celeste incalculável.

Também não devemos ignorar o fato de que a descendência de Abrão é


grande porque sua descendência se iniciou em Ismael, depois em Isaque e em seus
filhos e netos. E, no decorrer da História houve agregações de pessoas oriundas de
outros povos ao povo de Abrão. Dessa forma, a descendência abrâmica é muito
grande tanto de descendentes consanguíneos como descendentes agregados.
072 – UM EVENTO CELESTE OCORRE NO CÉU. [Gn.
15.17].

“Quando o sol já estava posto, e era escuro, eis um fogo


fumegante e uma tocha de fogo, que passaram por entre aquelas
metades”.

O próximo texto abordado é o de Gênesis 15.17. Devemos observar que


nele é mencionado um evento que pode ter interpretações diferentes. E, vai
depender o tipo de óculos que for utilizado. Claro que pode parecer a princípio um
texto confuso, porém, pode querer indicar algo. É o caso, por exemplo, de um texto
do Evangelho de Marcos 14.51-52 que relata que um rapaz surgiu com uma túnica
e passou pelo local:

“Ora, seguia-o certo jovem envolto em um lençol sobre o corpo nu; e o


agarraram. Mas ele, largando o lençol, fugiu despido”. Assim, fica difícil saber
porque isso ocorreu. Entretanto, pode significar um tipo de assinatura no qual seja
o autor da escrita.

Assim, pode ter ocorrido o mesmo no texto de Gênesis citado. Por isso,
devemos observar que esse evento aconteceu no período noturno quando o Sol já
havia se posto e as estrelas já brilhavam no céu. E, pode ser o caso de uma Lua ter
brilhado na época clareando mais a noite no céu do que de costume.

De fato, na época não havia iluminação elétrica e não havia necessidade das
pessoas se locomoverem pelos caminhos e nem ficar no lado de fora de tendas ou
moradias feitas de pedra. Porém, por ser uma noite clara com a ajuda da Lua
muitas pessoas resolveram ficar do lado de fora e com certeza boa parte delas
podia observar esse estranho evento celeste que ocorreu no céu.
Vejamos que o texto cita o aparecimento de dois fenômenos que podem não
serem explicados ou interpretados. Assim, o que foi visto conforme o texto relata é
um fogo fumegante e uma tocha de fogo que voaram por aquela região naquela
região.

Ora! Na época não existia aviões, helicópteros, foguetes e nem balões


meteorológicos. Então, não se tratavam de engenhos humanos como conhecemos
hoje. Logo, o que é que podia ser esses elementos celestes que voaram por essa
região naquela noite?

O fato é que ambos eram brilhantes por causa do fogo que emitiam
conforme o texto cita. E, como os observadores não sabiam dizer o que eram
realmente eles buscaram explicar o avistamento da melhor forma que puderam.
Por isso, quem escreveu o texto buscou interpretar da melhor forma possível esse
avistamento e o que mais parecia era algo como uma tocha que se utilizava para
andar no escuro. Essa foi a explicação mais racional no momento.

E, o que é uma tocha? É um pedaço de madeira com uma parte do meio até
uma das pontas envolta por um pano embebido com betume ou outra substância
oleosa que era acesa para clarear os ambientes. É como se fosse uma espécie de
vela, e foi isso o que pareceu aos observadores.

Claro que um deles o brilho era tão intenso que não deu para ver um
formato, porém, o outro parecia ser cilíndrico porque foi comparado a uma tocha.

Agora, é que entra o tipo de óculos a ser utilizado. Um deles é usado pela
Ufologia que interpreta esse evento como dois Óvnis que voaram por aquela região
na época. E, como vários Óvnis já foram relatados como sendo em forma de
cilindros parecendo como uma tocha se assemelha em muito ao que o texto
menciona. Já o outro também se refere a um dos relatos de Óvnis que devido ao
brilho não deixam aparecer o seu formato. Essa é uma das interpretações possíveis.

E, caso tenha sido o fato de serem Óvnis genuínos não devemos ignorar o
fato de que o Universo é gigantesco e havendo as condições necessárias ao
surgimento da vida ela pode ter surgido em vários pontos de nossa Galáxia e por
todo o Universo. E, como Deus cria vida nada lhe é impossível. E, se esse é um
casso autentico na época isso não muda em nada a nossa fé porque Deus é soberano
em suas ações.

Já outra interpretação tem a vem com a queda de um asteroide que tendo


se fragmentado em duas partes caiu nalgum lugar na região naquela época e foram
interpretados dessa forma, como dois pedaços brilhantes e com fogo como uma
espécie de tocha.

Mas, claro que todos tinham ciência do que eram meteoritos que caiam e
podiam ser vistos à noite. Porém, esses eram bem maiores e devem ter assustado e
muito os habitantes. Assim, o brilho intenso que parecia um fogo fumegante e de
uma tocha podia ser exatamente a calda dos meteoros que iam se desintegrando
conforme a queda.

Pode haver também uma terceira interpretação e outras, porém, essas duas
são bem convincentes dependendo o campo de interpretação e quem busca uma
resposta para esse evento celeste no céu noturno. E, como ele foi enxertado no
texto como um acontecimento que quebrou uma história relatada fica a curiosidade
de se explicar esse fenômeno como o texto citado do Evangelho já visto.

Na verdade, não dá para explicar esse fenômeno como uma conjunção de


planetas porque o brilho não seria tão intenso assim. Também não dá para afirmar
que isso tenha sido originário a partir de um eclipse porque a Lua não se move
como relatado de forma rápida no céu.
073 – ABRÃO E A QUESTÃO DA BIGAMIA. [Gn. 16.1-
4].

“Ora, Sarai, mulher de Abrão, não lhe dava filhos. Tinha ela uma
serva egípcia, que se chamava Agar. Disse Sarai a Abrão: Eis que o
Senhor me tem impedido de ter filhos; toma, pois, a minha serva;
porventura terei filhos por meio dela. E ouviu Abrão a voz de Sarai.
Assim Sarai, mulher de Abrão, tomou a Agar a egípcia, sua serva, e a
deu por mulher a Abrão seu marido, depois de Abrão ter habitado dez
anos na terra de Canaã. E ele conheceu a Agar, e ela concebeu; e vendo
ela que concebera, foi sua senhora desprezada aos seus olhos”.

Essa é a questão que será abordada no texto de Gênesis 16.1-4. Entretanto


é interessante observar alguns fatos que são citados nesse texto de quatro
versículos. Assim, num resumo é interessante observar o seguinte: os nomes de
Sarai e Abrão, a serva egípcia Agar, a esterilidade de Sarai e a bigamia de Abrão.

Sarai: ela era esposa de Abrão, entretanto, ela era também sua meia-irmã
já que eram filhos do mesmo pai, mas de mães diferentes. Seu nome significa
“Contenda” e Deus mudaria o nome dela para Sara que significa “Princesa”
porque não seria benéfico um povo descender de uma contenda.

Abrão: era o esposo de Sarai, entretanto, ele era o meio-irmão de Sarai.


Seu nome significa “Pai Exaltado”, porém, Deus mudaria o seu nome para Abraão
que significa “Pai de Muitas Nações”. Isso porque ele não podia ficar no mesmo
nível que Deus como um semideus.

Agar: ela era uma serva egípcia que foi dada para Sarai após o seu
matrimônio com Abrão. Não se sabe como ela se tornou serva ou escrava porque
naquela época se alguém não podia pagar suas dívidas era vendido como escravo ou
não tendo o homem como pagar suas dívidas sua família era vendida para cobrir as
dívidas. Em guerras também, as pessoas pertencentes aos povos derrotados
também acabavam sujeitas à Escravidão. Dessa forma, não se sabe como Agar se
tornou serva, mas, deve ter sido por causa de algumas dessas situações.

O que ainda se sabe dela é que ela era egípcia, logo, algo que ocorreu fez
com que Sarai recebesse uma egípcia como serva ou escrava.

Esterilidade de Sarai: Isso quer dizer que ela não podia conceber filhos por
causa de algum problema de seu sistema reprodutor. Talvez tenha sido porque
ambos eram meios-irmãos e o tipo sanguíneo tenha sido um fator. Claro que o
problema pode ter sido outro e não esse. E, naquela época a esterilidade de uma
mulher era motivo de desonra e vergonha porque ela não poderia gerar uma
descendência ao marido.

Assim, essa situação era motivo de tristeza para ela que a devia incomodar
muito.

Bigamia de Abrão: Para falar a verdade a Bigamia é a união de um homem


com duas mulheres. Porém, Abrão havia se unido em matrimônio apenas com Sarai
e não com Agar. O que aconteceu foi que Sarai a ofereceu para que Abrão tivesse
um filho para suscitar uma descendência por causa de sua esterilidade.

Podemos de certa forma entender que isso foi uma espécie de prática de
“barriga de aluguel” como conhecemos hoje e que o relato de Gênesis prenunciou
isso aqui. Isso não quer dizer que houve um novo matrimônio.

Algumas pessoas até podem entender que isso foi uma espécie de adultério
consentido por Sarai para que seu marido não ficasse sem filho. Muitas pessoas até
questionam a atitude de descrença de Abrão na promessa de Deus já que ele e
Sarai já haviam chegados à idade avançada.
Também não devemos ignorar o fato de que ambos eram filhos e herdeiros
de uma cultura em sua época na qual a Bigamia e Poligamia não eram problemas.
E, quem pensa que Deus aprovou essa atitude deve observar que ela trouxe uma
grande consequência. É só observarmos dois textos:

Gênesis 16.16: “Ora, tinha Abrão oitenta e seis anos, quando Agar lhe deu
Ismael”. E

Gênesis 17:1: “Quando Abrão tinha noventa e nove anos, apareceu-lhe o


Senhor e lhe disse: Eu sou o Deus Todo-Poderoso; anda em minha presença, e sê
perfeito”.

Após a leitura é possível observar que Deus ficou sem falar com Abrão
durante treze anos por causa desse pecado cometido. E, não que Deus não quisesse
se comunicar com ele, mas porque a atitude de Abrão fez com que ele se afastasse
de Deus e não conseguia mais ouvi-lo. Assim, quem restabeleceu o diálogo foi Deus
e não Abrão como foi visto na leitura dos textos citados.
074 – DEUS SOCORRE A AGAR EM MEIO A SEU
SOFRIMENTO. [Gn. 16.6-10].

“Ao que disse Abrão a Sarai: Eis que tua serva está nas tuas
mãos; faze-lhe como bem te parecer. E Sarai maltratou-a, e ela fugiu de
sua face. Então o anjo do Senhor, achando-a junto a uma fonte no
deserto, a fonte que está no caminho de Sur, perguntou-lhe: Agar, serva
de Sarai, donde vieste, e para onde vais? Respondeu ela: Da presença de
Sarai, minha senhora, vou fugindo. Disse-lhe o anjo do Senhor: Torna-
te para tua senhora, e humilha-te debaixo das suas mãos. Disse-lhe mais
o anjo do Senhor: Multiplicarei sobremaneira a tua descendência, de
modo que não será contada, por numerosa que será”.

Observamos agora no texto de Gênesis 16.6-10 um momento difícil


relacionado à Agar. Mas, por que isso aconteceu? E, o que provocou isso? Ao
lermos esse texto observamos que Abrão permitiu que Sarai castigasse a Agar. E, o
castigo foi tão severo que ela não aguentando mais fugiu de seus senhores.

Em seguida, durante a sua fuga um anjo de Deus encontrou-a próxima de


uma fonte onde ela parou para saciar a sede e também para se prover de água em
sua jornada de fuga. Foi quando o anjo perguntou-lhe sobre de onde viera e para
onde ia. Foi quando ela avisou o anjo que ela estava fugindo de Sarai.

E, claro que ela pensou que teria o apoio do anjo quando ela ouviu o que
jamais esperava o que ouviria. Ele disse que ela deveria retornar e enfrentar a
reprovação e castigo que Sarai poderia se utilizar para humilhá-la.
Isso nos deixa a pensar se isso é justo ou não porque ela já sofria por viver
uma vida servil e por ter sido castigada. E, agora deveria voltar e sujeitar-se
novamente a Sarai. Mas, por que essa ordem foi dada a Agar?
Na verdade, não era a vontade de Deus que Agar vivesse uma vida de
sofrimento sob o jugo de Sarai, mas por outro lado sozinha e grávida ela sofreria
muito mais. O que acontecia era que mesmo que fosse difícil viver sob o jugo de
Sarai, ela precisava da proteção que Abrão lhe daria como para com seu próprio
filho.

Mas, o que ela podia esperar com isso? É o que o texto relata no final
quando o anjo revela que ela, diferente de Abrão, seria uma grande Matriarca e
mão de uma grande descendência. De fato, Abrão sendo pai de Ismael e Isaque se
tornaria um grande Patriarca com sua descendência.

E, agora vemos a justiça feita aqui em relação a Agar. Sarai não teve a
garantia de ser uma Matriarca de uma grande descendência, mas Agar sim, mesmo
sendo serva.

Entretanto, diz a Lei da Física “que para toda ação há uma reação” o que
nos faz indagar sobre o motivo de Sarai em castigar a Agar. E, a resposta a isso é o
que pode ser observado no texto de Gênesis 16:4-5:

“E ele conheceu a Agar, e ela concebeu; e vendo ela que concebera, foi sua
senhora desprezada aos seus olhos. Então disse Sarai a Abrão: Sobre ti seja a
afronta que me é dirigida a mim; pus a minha serva em teu regaço; vendo ela
agora que concebeu, sou desprezada aos seus olhos; o Senhor julgue entre mim e
ti”.

Pelo que dá para observar nesse texto, Agar depois que se viu grávida
passou a desprezar a sua senhora, Sarai. Talvez ela tenha pensado que se tornaria
agora a esposa número um de Abrão, e que seria liberta e mandaria na casa. Assim,
pelo fato de poder dar filhos para Abrão ela tenha pensado que teria um grande
privilégio, e por isso, acabou se vingando de Sarai.

Porém, ela não contava que Sarai reclamaria a Abrão sobre isso, e em
seguida, Abrão permitiu a Sarai a castigá-la como quisesse. Por causa disso, ela se
sentindo desamparada por Abrão resolver fugir por causa do que Sarai passou a
fazer contra ela.

Agora dá para compreender um pouco melhor esse problema caseiro que


ocorreu entre os três. Também não deve ser ignorado que Ismael se tornou
testemunha de tudo isso que ocorreu nesse ambiente familiar.
075 – A SEMELHANÇA ENTRE ISMAEL, JOÃO
BATISTA E JESUS. [Gn. 16.10-11].

“Disse-lhe mais o anjo do Senhor: Multiplicarei sobremaneira a


tua descendência, de modo que não será contada, por numerosa que
será. Disse-lhe ainda o anjo do Senhor: Eis que concebeste, e terás um
filho, a quem chamarás Ismael; porquanto o Senhor ouviu a tua
aflição”.

O próximo texto a ser abordado aqui é o de Gênesis 16.10-11. E, nele é


possível observar duas profecias. A primeira é que a descendência de Agar não
poderia ser contada porque seria inumerável. E, é interessante observar a
diferença entre Abrão e Agar.

Abrão recebeu a promessa de que ele teria uma descendência enorme. Mas,
aqui, Agar foi avisada de que ela teria uma descendência enorme. De fato, Agar foi
consolada com essa profecia porque mesmo sendo submetida como umas serva e
sofrendo como serva ela tinha assegurada uma posteridade incontável.

Em seguida, temos a profecia que se assemelha com a de João Batista e


Jesus. Da mesma forma que o anjo Gabriel avisou a Isabel e Maria que elas
conceberiam e teriam filhos com propósitos divinos, aqui se observa o anjo
anunciar que o filho que Agar concebera seria um filho. Porém, não é revelado o
nome do anjo.

Outra semelhança é que da mesma forma que os nomes foram escolhidos


por Deus como João e Jesus o mesmo acontece aqui quando o nome foi escolhido e
era o de Ismael. E, tudo isso aconteceu porque Deus ouvira a aflição dela quando
sofria sob o jugo de Sarai e tinha fugido dela.
Talvez muita gente questione o fato dela por ter aceitado de bom grado a se
submeter novamente a Sarai por ter fugido dela. Entretanto, depois de ter sido
abordada por um anjo divino e sabendo que Deus seria com ela, não havia motivo
para fugir porque ela passara a ter certeza de que sempre estaria sob os cuidados
divinos e nessa missão se esforçaria em benefício de seu filho porque ele precisaria
temporariamente de um pai para se tornar homem.

Para que possamos fazer uma comparação entre os três vamos observar os
seguintes textos:

- Lucas 1.13: “Mas o anjo lhe disse: Não temais, Zacarias; porque a tua
oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, te dará à luz um filho, e lhe porás o nome
de João”.

- Mateus 1.20-21: “E, projetando ele isso, eis que em sonho lhe apareceu
um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua
mulher, pois o que nela se gerou é do Espírito Santo; ela dará à luz um filho, a
quem chamarás JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados”.

- Lucas 1.30-31: “Disse-lhe então o anjo: Não temas, Maria; pois achaste
graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, ao qual porás o
nome de Jesus”.

Pelo que pode ser observado, Zacarias e José ficaram sabendo pelo anjo
que suas esposas engravidariam e teriam um filho e qual deveria ser o nome posto
neles. Já no caso de Isabel e Maria apenas a mãe de Jesus foi visitada pelo anjo e
ficou sabendo do menino que nasceria e qual deveria ser o nome colocado nele.

Dessa forma pudemos verificar que tempos depois do anjo ter anunciado a
Abrão que sua esposa conceberia uma criança, Zacarias e José também seriam
avisados sobre suas crianças que nasceriam. Dessa forma, Abrão antes mesmo que
José e Zacarias recebera a ordenança de qual deveria ser o nome colocado em seus
filhos.
076 – MENÇÃO A UMA ESTRANHA PROFECIA. [Gn.
16.12].

“Ele será como um jumento selvagem entre os homens; a sua mão


será contra todos, e a mão de todos contra ele; e habitará diante da face
de todos os seus irmãos”.

Esse é o texto de Gênesis 16.12. Mas do que se trata essa estranha


profecia encontrada em Gênesis. Bem! Para que essa pergunta possa ser
respondida é necessário que saibamos do que se trata antes. Ao lermos os
versículos anteriores poderemos observar que se trata de uma profecia relacionada
a Ismael, o filho mais velho de Abrão com Agar.

Esse episódio ocorreu quando depois de Agar ter fugido de Sarai porque ela
estava castigando dela, mesmo estando grávida, o anjo se dirigiu a ela e ordenou-a
que ela voltasse e se submetesse a Sarai. Em seguida ele lhe disse que seu filho que
nasceria seria chamado Ismael.

E, ao se sentir consolada o anjo fez uma profecia relacionada a seu filho


anos mais tarde quando se tornasse homem. De fato, Ismael seria comparado a um
jumento selvagem. Isso quer dizer que ele não seria domesticado ou subjugado
porque como dono de si mesmo ele se levantaria contra homens que também se
levantariam contra ele.

Mas, o que isso quer dizer? Claro que pode haver várias interpretações a
respeito, porém, pode ser observado nessa profecia que ele se tornaria um tipo de
líder que não seria controlado, manipulado ou subjugado. E, com essa atitude ele se
levantaria contra homens poderosos que revidariam diante de sua atitude de não se
prostrar diante de outros.
Podemos também entender que ele foi um tipo de líder que não levava
desaforos para casa e não pensava duas vezes antes de tomar uma atitude. Claro
que ele também pode ser interpretado como uma pessoa subversiva que não
aceitava controle ou comando de outros homens.

Talvez ele tenha assumido essa postura depois de ter sido criado por Agar
sua mãe e ter presenciado a atitude dela de servidão para com seu pai e a esposa
dele, Sarai. Isso deve ter feito com que ele buscasse a sua independência e não
aceitasse ser um simples servo e também viver subjugado. Por causa disso, ele se
tornou um líder poderoso e se viu forçado a viver contra as mãos dos poderosos ao
mesmo tempo em que teve as mãos dos poderosos contra ele.

Quando lemos essa profecia a respeito de Ismael e também lemos sobre


Isaque dá para observar a diferença entre ambos. Isaque foi sujeito a seu pai e não
foi guerreiro, bem diferente de Ismael que assumiu uma personalidade feroz diante
de todos ao não ser manipulável ao ponto de se tornar motivo de confronto como
afirma a profecia.

De fato, essa profecia já mostrava para Agar que seu filho diferente dela
não se sujeitaria a servidão e se levantaria contra todo aquele que tentasse
controlá-lo, escravizá-lo, manipulá-lo e etc.

Também não devemos ignorar o fato de que Ismael e Isaque não se


tornaram inimigos, porém, também não viveram o mesmo estilo de vida porque
Isaque se tornou mais caseiro e Ismael se tornou homem do campo e de ação.
077 – ABRÃO SE TORNA PAI. [Gn. 16.15-16].

“E Agar deu um filho a Abrão; e Abrão pôs o nome de Ismael no


seu filho que tivera de Agar. Ora, tinha Abrão oitenta e seis anos,
quando Agar lhe deu Ismael”.

Agora, temos o texto de Gênesis 16.15-16. E, vemos nele o momento em


que Abrão se torna pai. Porém, ele havia se tornado pai não do filho da promessa,
mas da rebeldia porque ao ignorar os desígnios de Deus ele ouviu e aceitou a
proposta de Sarai para que ele tivesse um filho com a sua serva.

E, nessa proposta, Agar é que não foi consultada e teve que se render aos
caprichos de Sarai. E, assim fez Abrão ao tomar Agar e ter um filho com ela. E,
quando ele tinha 86 anos se tornou pai de Ismael.

Mas, não ficou por aí porque 14 anos depois Sarai conceberia e daria a luz a
Isaque quando Abrão tinha 100 anos de idade. É o que relata o texto de Gênesis
17.19:

“E Deus lhe respondeu: Na verdade, Sarai, tua mulher, te dará à luz um


filho, e lhe chamarás Isaque; com ele estabelecerei o meu pacto como pacto
perpétuo para a sua descendência depois dele”.

E, por incrível que pareça para muitas pessoas Abrão só teve esses dois
filhos e só foi pai duas vezes. Entretanto, ele não parou por aí porque depois da
morte de Sarai ele tomou como esposa a Quetura com quem teve mais seis filhos
conforme atesta o texto de Gênesis 25.1-2: “Ora, Abraão tomou outra mulher, que
se chamava Quetura. Ela lhe deu à luz a Zinrã, Jocsã, Medã, Midiã, Isbaque e
Suá”.
Entretanto, Abrão não parou por aí porque teve mais filhos com suas
concubinas de forma que não foram enumerados e citados pelos nomes porque
devem ter sido muitos. É o que menciona o texto de Gênesis 25.6: “no entanto aos
filhos das concubinas que Abraão tinha, deu ele dádivas; e, ainda em vida, os
separou de seu filho Isaque, enviando-os ao Oriente, para a terra oriental”.

Pelo que pode ser observado não dá para saber o momento em que Abrão
passou a ter concubinas e filhos com elas, mas deve ter sido depois da morte de
Sarai já que ele tivera um filho com Agar. E, quem pensava que ele ficaria com
Agar depois da morte de Sara ele tomou a Quetura como esposa e tomou várias
concubinas para si.

E, pelo que também se observa no texto ele enviou seus outros filhos para o
Oriente porque ele deve ter imaginado que poderia haver conflitos entre eles por
causa de Isaque já que ele era o preferido dele. Assim, ele deve ter buscado
garantir sua sucessão em Isaque. Também é possível que ele tenha pensado em
aumentar as suas posses no Oriente ao enviar seus filhos para lá.

E, conforme o texto relata ele deve ter enviado os filhos que tivera com
Quetura e com suas concubinas, porém, Isaque e Ismael ele buscou manter na
região sob os seus cuidados e olhares o quanto foi possível.
CONCLUSÃO.

Depois de ter lido todos os temas abordados nesse livro é possível observar
que só foram abordados os primeiros dezesseis capítulos. De fato, muitas pessoas
devem ter criticado alguns temas apresentados, porém, não deve ser ignorado o
fato de que há muitas interpretações possíveis e aqui constam algumas delas.
Outra coisa que deve ficar claro é que nalgumas interpretações todas as pessoas
são tidas como “personagens” por não terem existido de fato e que os eventos
relatados no livro de Gênesis são tidos como “mitos” para explicarem verdades e
não acontecimentos de fato.

Claro que isso vai depender da “Linha Teológica” abordada sendo


“Literalista” ou “Racionalista”. Por causa disso o que foi trabalhado nesse livro
fica entre esses dois campos teológicos. Na verdade, no momento em que tive
acesso pela primeira vez ao texto de Gênesis eu tive um entendimento que grande
parte das pessoas tem a respeito de tudo o que nele está relatado.

Entretanto, com o tempo eu fui aprendendo através de estudos e pesquisas


que em vários momentos nós precisamos usar a razão para compreendermos certos
textos que fazem parte do livro de Gênesis. E, dessa forma, com um estudo bem
profundo é interessante observar que o livro de Gênesis é uma verdadeira obra de
arte porque há uma montagem de eventos que mostram algo interessante de se
conhecer.

E, nessa tarefa não devemos ignorar o que está por trás de cada pessoa e de
cada evento que foi relatado no livro de Gênesis. E, creio que o mais interessante é
saber que todos os nomes das pessoas têm um significado que pode ser traduzido
para o nosso idioma. De fato, essa é a grande riqueza que temos nesse livro
importantíssimo que faz parte da Bíblia Sagrada.

Talvez alguém até pense que muito do que foi abordado aqui seja coisa sem
importância, porém, para cada evento há algo muito interessante de se observar.
Creio que a minha vontade em se escrever esse livro foi no intuito de desfazer
muitas críticas negativas a respeito de Gênesis porque eu sempre defendo a ideia
de que “para cada contradição há uma explicação”. E, são atrás dessas
contradições que eu tenho procurado por respostas satisfatórias.

Eu penso que uma das chaves que tem ajudado a desvendar o que está por
trás de todos os relatos está relacionada aos nomes das pessoas no livro de
Gênesis. Outra chave que nos ajuda a compreender o livro de Gênesis está
relacionada às pesquisas das mais diversas que se conhece. Na verdade, graças à
Arqueologia muitas verdades têm sido trazidas à tona de modo a confirmar
verdades relatadas em Gênesis.

Eu imagino que de todos os temas trabalhados nesse livro algo deve ter sido
benéfico para quem o adquiriu e poderá ajudar em suas próprias interpretações e
conclusões a respeito. Assim, algo que deve ficar bem claro para quem o adquiriu e
está lendo ou estudando é que ele não se trata de um livro escrito por um Doutor ou
Mestre em Ciências da Religião e etc. Ele foi escrito por alguém que se formou em
Teologia e sempre teve curiosidades a respeito de várias afirmações em relatos
bíblicos.

Quem leu alguns temas pode até ter pensado que eu trouxe alguma
confusão ao mencionar áreas que nada tem a ver com Teologia ou prática religiosa
como a Ufologia. De fato, até mesmo dentro da própria Ufologia há pessoas que
não trabalham com seriedade e inventam coisas. Nós vivemos hoje num mundo e
numa realidade que não podemos esconder e nem ignorar que o que Deus criou no
Universo é grande demais para ser mantido fora de discussão.

A própria Ciência afirma que em todo o Universo existem os elementos


básicos para que a vida semelhante ou diferente à nossa possa surgir. Isso mostra
que Deus é criativo e continua criando por toda a parte. De fato, Ele pode ter
criado vida por toda parte. Claro que do nosso ponto de vista como habitantes da
Terra parece impossível que a vida possa surgir nalgum outro local do Universo. E,
o pior é quando a religiosidade afasta essa possibilidade de nossa vida ao enfatizar
que aqui é o único lugar em que a vida surgiu.
Na verdade, para quem não tem acesso à vastidão do Universo através do
que os telescópios e radiotelescópios revelam ficará vivendo apenas o nosso
mundinho e a nossa concepção de mundo. Entretanto, para quem tem acesso de
alguma forma ao espaço observa que o nosso mundo não passa de apenas mais uma
voz no coro celeste.

Nós vivemos num planeta que faz parte de um Sistema Estelar conhecido
como Sistema Solar. E, ele é um dos incontáveis que há em todo o Universo. Isso
quer dizer que há apenas quatro anos luz daqui há outro Sistema Estelar conhecido
como Alfa Centauri no qual diferente do nosso há três estrelas ou Sóis o que pode
ter proporcionado o surgimento de vida de alguma forma. Porém, não temos
tecnologia para chegar lá porque não temos nenhuma nave que chegue à
velocidade da luz.

Até mesmo para chegar ao centro de nossa Galáxia onde se encontra o


nosso Sistema Estelar há uma distância de cerca de 30 mil anos luz. Isso quer dizer
que uma nave com a velocidade da luz levaria 30 mil anos para chegar lá. E, o que
falar da distância que nos separa da Galáxia de Andrômeda há dois milhões e
quinhentos e trinta e oito mil anos luz de nós! Esse seria o tempo para enviar um
foguete até lá. E, o que falar de outras Galáxias que estão mais longe ainda?

Bom! Espero que a leitura desse livro tenha ajudado de alguma forma
porque não podemos ignorar relatos bíblicos que trazem algo que a princípio não dá
para compreender, porém, com o tempo com a ajuda da Ciência começamos a
entender os eventos que ocorreram no passado.

Entendo que nesse livro eu busquei trabalhar algo mais relacionado à linha
literalista porque numa abordagem mais relacionada a afirmações de que as
pessoas não existiram e são apenas personagens de contos e que os eventos não
ocorreram de fato, mas que são apenas mitos para explicarem algumas realidades,
eu apenas forneci outras interpretações possíveis já que são inúmeras as que
existem e são publicadas em inúmeros livros feitos em todo o mundo. Dessa forma,
fica nesse livro mais algumas interpretações que podem sofrer mais alguns
acréscimos e críticas construtivas porque como escritor sempre estou preparado
para novos aprendizados e novas contribuições para melhorar o que já foi feito.
OUTRAS PUBLICAÇÕES:

01 – A História Contada de João Wesley – Vol. 1 – Do Nascimento aos 30 Anos de


Idade.

02 - Ageu – O Profeta do Templo.

03 – Carlos Wesley: Da Rejeição ao Reconhecimento.

04 – Ciência e Bíblia estão de Acordo em Relação à Criação?

05 – Comentários Curiosos de Gênesis

06 – Convenção Batista Nacional: Uma Breve História de Sua Origem.

07 – Curas na Bíblia – Dos Livros “Ministério da Cura no A. T., N. T. e em Jesus”.

08 – Curso de Evangelismo e Discipulado.

09 – Curso Para Namoro, Noivado e Casamento.

10 – Curso Para Obreiros(as) e Para Diáconos(as).

11 – Derramar do Espírito Santo e o Dom de Língua Estranha.

12 – Distorções da Família Tradicional.


13 – Experiências Com o Sobrenatural.

14 – Filemom – O Apelo Por Onésimo.

15 – Grandes Criações Universais de Deus.

16 – Implantação Explosiva de Igrejas.

17 – João e Carlos Wesley – Os Irmãos Que Passaram e Venceram Crises Juntos –


Vol. I Dos Livros: “João Wesley: De Fracassos ao Sucesso” & “Carlos Wesley: Da
Rejeição ao Reconhecimento”.

18 – João Wesley: De Fracassos ao Sucesso.

19 – João – As Suas Três Cartas.

20 – Judas – A Epístola.

21 – Ministério da Cura no Antigo Testamento – Vol. I.

22 – Ministério da Cura no Novo Testamento – Vol. II.

23 – Ministério da Cura em Jesus – Vol. III.

24 – O Dízimo e a Sua História.

25 – O Uso de Hinos e Cânticos – A Musicalidade no Antigo Testamento – Vol. I.


26 – O Uso de Hinos e Cânticos – A Musicalidade no Novo Testamento Até a
Reforma – Vol. II.

27 – O Uso de Hinos e Cânticos - Do Movimento Wesleyano Até o Seu


Estabelecimento no Brasil - Vol. III.

28 – O Uso de Hinos e Cânticos Desde a Aurora dos Tempos Até o Seu


Estabelecimento no Brasil (soma dos três livros da série "O Uso de Hinos e
Cânticos").

29 – Os Quatro Evangelhos Num Só - Vol. I.

30 – Oséias, o Profeta, Prostituiu-se e Adulterou, ou Não?

31 – Pastor, Estou Com Um Grande Problema – O Que eu Faço? – Vol. I.

32 – Perguntas Que São Feitas a Partir da Bíblia - Vol. I.

33 – Perguntas Que São Feitas a Partir da Bíblia - Vol. II.

34 – Por que o Apocalipse é Usado Para Assustar?

35 – Se Ajudar ou Não, Eis a Pergunta.

36 – Susana Wesley: Poder Ministerial Feminino.

37 – Tito: A Notável Carta Pastoral.


38 – Uma Religião Chamada Futebol.

39 – Universo – A Maior das Criações de Deus.

40 – Obadias e a Máquina do Tempo – Aventuras Pelo Tempo 1 - Ficção.

41 – Judas e a Múmia – Aventuras Pelo Tempo 2 - Ficção.

42 – Filemom e a Escravidão – Aventuras Pelo Tempo 3 - Ficção.

43 – Ageu e a Segunda Chance – Aventuras Pelo Tempo 4 - Ficção.

44 – Pedro, Paulo e a Glossolalia – Aventuras Pelo Tempo 5 [parte 1] - Ficção.

45 – Pedro, Paulo e a Glossolalia – Aventuras Pelo Tempo 6 [parte 2] – Ficção.

46 – João e as 7 Igrejas da Ásia – Aventuras Pelo Tempo 7 – Ficção.

aiamco@yahoo.com.br

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