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MATERIAL DIDÁTICO
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E
SUSTENTABILIDADE
SUMÁRIO
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 75
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UNIDADE 1 - INTRODUÇÃO
Buscou-se aqui fazer um levantamento dos passos que direcionem para uma
vida sustentável e, é claro, como as comunidades do Planeta Terra são diferentes, é
possível que se faça uma adaptação seguindo ações e princípios básicos de
conservação aliada ao desenvolvimento econômico.
Os princípios aqui descritos e suas respectivas ações nos põe a refletir sobre
os cuidados que devemos ter com as outras pessoas e o respeito com todos os
outros seres que fazem parte do Planeta Terra.
As questões aqui levantadas devem ser consideradas para assegurar o
progresso da humanidade, e serem encaradas como desafios a todos aqueles que
levam a sério a necessidade de caminhar ao encontro da sustentabilidade.
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Ações prioritárias
Redirecionar as prioridades do desenvolvimento é uma estratégia para
melhorar a qualidade de vida as pessoas de forma a proporcioná-las:
Acesso aos recursos necessários para um padrão de vida digna em bases
sustentáveis;
Vida longa e saudável com nutrição de qualidade;
Educação que permita cada pessoa explorar seu potencial intelectual e se
torne capaz de contribuir para a sociedade;
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Impedir a poluição
defesas naturais como recifes de corais e mangues, rever planos para atendimento
de calamidades e situações de emergências. Os órgãos internacionais devem
oferecer ajuda na preparação de tais revisões e assistência em caso de
calamidades.
Os incentivos para uso dos recursos naturais de forma sustentável dependem dos
direitos de propriedade dos usuários. Pessoas com direito específico para a pesca
têm incentivo para limitar sua retirada, de forma a conservar o recurso. Portanto, a
exclusividade, a duração e outros direitos de propriedade têm profunda influência no
incentivo dos usuários para conservar os recursos.
Governantes e comunidades locais deveriam desenvolver conjuntamente uma
política para a administração do recurso renovável. A comunidade local ser atuante,
criar instituições e ser encorajada a participar do processo. Deve estar incluso
suporte aos projetos de desenvolvimento rural, conservação e uso sustentável das
espécies e ecossistemas selvagens.
Em muitos países as espécies selvagens e ecossistemas são recursos que
podem ser usados com controle, ou seja, sustentavelmente. Para isso, é preciso que
a pesquisa e o controle sejam priorizados pelos governantes. Deve-se dar ênfase às
espécies economicamente importantes. Assegurar que a retirada de um
determinado recurso não exceda sua capacidade de sustentar a exploração.
Ações prioritárias
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com menor renda como África, Ásia e América Latina sofrem constantemente por
falta desta assistência e enfrentam situações desastrosas onde muitas das
gestações acabam em aborto.
Onde as unidades de assistência ao planejamento familiar foram instaladas,
houve considerável redução da fertilidade. Cabe ao governo, administração local e
órgãos de ajuda ao desenvolvimento assegurar a inclusão do planejamento familiar
em todos os programas urbano e rural, alocando recursos para isso em seus
orçamentos.
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Ações prioritárias
Os planos de ação devem constituir-se em iniciativas conjuntas de
governantes, instituições educacionais, ONGs, meios de comunicação e o setor de
negócios e ter como objetivo difundir os princípios da sustentabilidade, como:
Identificar as características específicas de cada sociedade como a história
local, traços culturais, ecossistemas, símbolos e planejar os programas
educacionais com base na cultura e meio ambiente desta sociedade em
questão.
Inserir a educação ambiental na educação formal em todos os níveis de
escolaridade. O ensino nas escolas deveria ser prático e teórico, e estar
ligado a projetos de campo. Ter como meta a lição de que a sustentabilidade
vale a pena ser levada para casa;
Professores treinados nas Ciências Sociais deveriam trabalhar juntos com
educadores ambientais, usando métodos para incluir a conscientização no
contexto da sustentabilidade. Já os cursos de nível secundário e superior
deveriam fornecer treinamento nas habilidades técnicas e administrativas
para se viver em uma economia sustentável. É crucial que todas as escolas
ensinem técnicas corretas para a vida sustentável;
Oficinas de treinamento de novas técnicas e como usar os recursos de forma
sustentável e lucrativa para trabalhadores como agricultores, pescadores,
entre outros.
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Ações prioritárias
Proporcionar às comunidades um maior controle de suas próprias vidas,
incluindo acesso aos recursos, direito de participação nas decisões, educação
e treinamento.
Permitir que as comunidades supram suas necessidades de forma
sustentável;
Permitir as comunidades conservar o seu meio ambiente.
Os órgãos governamentais deveriam dar suporte à administração comunitária
de recursos. Se as normas locais forem insuficientes para assegurar a
sustentabilidade, os governantes podem precisar interferir, por exemplo, no
estabelecimento de padrões de administração comunitária. As autoridades ligadas à
administração da terra deveriam dar suporte à concessão de direitos de propriedade
em cada comunidade, legalizando a posse e fornecendo registro de propriedade.
É imprescindível fazer uso do conhecimento local, integrando-o aos
resultados dos estudos científicos. É preciso envolver a comunidade fazendo com
que essa perceba a utilidade de compartilhar conhecimentos. As tecnologias
saudáveis ao meio ambiente são melhores quando desenvolvidas em conjunto com
a comunidade.
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normas de conduta humana para levar as comunidades a viverem dentro dos limites
de capacidade da Terra.
Os governantes deveriam assegurar que suas nações tenham sistemas
amplos de legislação ambiental abrangendo, no mínimo, os seguintes itens:
planejamento de uso da terra e controle do desenvolvimento;
uso sustentável de recursos renováveis e consumo sem desperdício de
recursos não-renováveis;
prevenção da poluição, salvaguardando a saúde humana e os ecossistemas;
uso eficiente de energia;
controle de substâncias perigosas;
descarga de resíduos, minimizando perdas e promovendo a reciclagem;
conservação das espécies e dos ecossistemas através da administração do
uso da terra;
uso da melhor tecnologia disponível, quando tiverem sido estabelecidos os
padrões para prevenção da poluição;
auditoria ambiental periódica para indústrias, departamentos e órgãos do
governo;
garantir acesso público aos dados de auditoria ambiental, resultados de
monitoração, informações sobre produção, uso e descarga de substâncias
perigosas.
As leis e medidas devem ser efetivamente cumpridas, sendo que sanções,
punições devem ser severas o bastante para desestimular as contravenções. A
implementação da legislação ambiental dependem da educação e do treinamento
dos advogados, administradores, industriais, homens de finanças e cientistas. Tal
treinamento deveria ser prioridade nos sistemas educacionais nacionais.
Embora os padrões nacionais devessem ser estabelecidos e seguidos, as
nações deveriam aceitar que medidas de proteção ambiental pudessem ser
promulgadas a nível local. As autoridades locais deveriam ser incentivadas a fazer
uso de seus próprios poderes para proteger o meio ambiente, especialmente quando
o envolvimento da comunidade na formulação e implementação das medidas possa
torná-las mais eficazes.
A política econômica pode ser um eficaz instrumento para a sustentação dos
ecossistemas e dos recursos naturais. Todas as economias dependem do meio
ambiente como fonte de serviços de sustentação da vida e de matérias-primas. Os
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Ações prioritárias
Estas ações estão voltadas para a integração do desenvolvimento humano
com a conservação ambiental:
instituições que ofereçam condições para que as decisões sejam tomadas de
forma integrada e participativa, considerando os fatores presentes e futuros;
políticas eficazes e planos legais amplos que salvaguardem os direitos
humanos, os interesses das gerações futuras, a produtividade e a diversidade
do Planeta Terra;
políticas econômicas e tecnologias aperfeiçoadas que aumentem os
benefícios de um determinado grupo de recursos e mantenham, ou até
aumentam, as riquezas naturais;
conhecimento comprovado baseado na pesquisa e no controle.
Os governantes deveriam estabelecer como principal objetivo a criação de
uma sociedade sustentável, assegurando que setores e órgãos componentes do
governo, deem a devida consideração às mudanças para o desenvolvimento
sustentável, adotando uma política ambiental integrada. Promover ações conjuntas
pela instituição de fóruns para a discussão de políticas, reunindo representantes do
governo, grupos ambientalistas, comércio e indústria, povos indígenas e outros
interessados, todos em condição igualitária e cooperativa. Tais fóruns podem tornar-
se órgãos permanentes de consulta e ter poderes amplos, ou grupos de trabalho
formados para lidar com uma questão específica.
Outra meta a ser alcançada é o desenvolvimento de estratégias para a
sustentabilidade através de planejamento regional e local. Cada plano deveria ser
um projeto conjunto do governo e dos moradores da região. Também os planos
deveriam integrar políticas rurais e urbanas que estão intimamente ligados.
O EIA (Estudo de Impacto Ambiental) é o termo usado para prever e
identificar as prováveis consequências ambientais de uma determinada atividade
proposta. Poderia significar “Avaliação do impacto do desenvolvimento”, já que os
efeitos sociais e econômicos também deveriam ser examinados. O EIA é um meio
importante de identificação e prevenção de problemas, sendo uma etapa
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Ações prioritárias
Para que se obtenha uma verdadeira aliança global, cada país deve aceitar
sua parcela de responsabilidade e ter compromisso de agir na proporção de seus
meios disponíveis. A aliança exigirá a existência de instituições internacionais,
intergovernamentais e não governamentais adequadamente organizadas. Além
disso, devem ser tomadas as seguintes providências:
cada nação deveria aceitar o dever de viver sustentavelmente, apoiando
novas leis internacionais;
deve se chegar a um acordo sobre como conservar os bens comuns
mundiais, e como dividir seus benefícios de forma equitativa;
os países de maior renda deveriam reduzir seu consumo de recursos,
especialmente através do aumento de sua eficiência;
a dívida dos países de menor renda deveriam ser reduzidas e melhoradas
suas condições de negociação.
Já existe um conjunto importante de leis ambientais internacionais. É
fundamental que tais medidas sejam apoiadas e implementadas. É preciso fortalecer
os acordos internacionais existentes sobre a conservação dos sistemas de
sustentação da vida e da diversidade biológica, ficando claro que a existência de
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1. Energia
M
uita
s
em
pre
sas têm reconhecido que cuidar do meio ambiente é um bom negócio. E não é
apenas questão de relações públicas. A eficiência no uso de energia, a redução do
desperdício e a prevenção da poluição podem aumentar os lucros.
Os países de menor renda devem expandir seu parque industrial para sair da
pobreza e adquirir sustentabilidade. Mas este desenvolvimento deve seguir um
padrão diferente daquele que contaminou o meio ambiente e impôs pesados custos
sociais em muitas áreas dos países de mais alta renda. A industrialização já está
causando graves danos, como na China.
A responsabilidade pela garantia de uma industrialização limpa está dividida
entre os governantes, na qualidade de reguladores e administradores da política
econômica, os especialistas ambientais, como conhecedores da capacidade suporte
e recuperação do planeta Terra, e o setor industrial, por ser a principal fonte de
conhecimento tecnológico. Será necessário o desenvolvimento de novas tecnologias
para redimir os erros do passado, e obter uma nova forma de crescimento industrial
livre de danos.
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3. Assentamentos humanos
A proporção de moradores urbanos vem aumentando cada vez mais e com
grande rapidez e consequentemente as cidades vão ficando maiores. A falta de
oportunidades de trabalho e de acesso à terra nas zonas rurais e o fornecimento de
educação e serviços públicos melhores, combinados a maiores oportunidades de
emprego, levaram um número cada vez maior de pessoas a mudar para as cidades.
A subnutrição crônica, quando não conduz apenas à morte física, mas implica
frequentemente uma mutilação grave, nomeadamente a falta de desenvolvimento
das células cerebrais nos bebês, e cegueira por falta de vitamina A. Todos os anos,
dezenas de milhões de mães gravemente subnutridas dão à luz dezenas de milhões
de bebês igualmente ameaçados.
A falta de alimentos é mais crítica na África sub-Saariana e no sul da Ásia.
Em muitos países de menor renda, a agricultura tem sido solapada por uma
dependência crescente de alimentos importados, pela priorização das colheitas para
exportação, pelo provimento inadequado de condições para pesquisa e atividades
correlatas, e pela degradação do solo.
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A maioria dos agricultores percebe que para manter sua renda e padrão de
vida, precisam conservar a produtividade do solo, cuidar do suprimento de água e
controlar as pragas.
Con
trol
ar o
uso
de pesticidas e fertilizantes é uma medida importantíssima a ser adotada. Os
resíduos de pesticidas viajam longas distâncias e se instalam na cadeia alimentar,
afetando, portanto, humanos e outras espécies em locais muito distantes de onde
foram aplicados. Os pesticidas matam ou prejudicam um enorme número de
organismos como peixes, pássaros, insetos que polinizam as lavouras e animais que
se alimentam desses organismos.
Os fertilizantes também tiveram um importante papel no aumento da
produtividade agrícola. Em contrapartida, seu uso excessivo também tem causado
sérios problemas. Faz-se necessário achar um equilíbrio.
Uma das metas é manter as pestes abaixo dos níveis que acarretam um
inaceitável prejuízo econômico e fazer isso de uma forma economicamente eficiente
e ecologicamente saudável. Pode ser incluso controles biológicos; controles
culturais, tais como o corte ou a erradicação de ervas daninhas; uso de variedades
cultivadas que sejam resistentes ou tolerantes; uso de pesticidas microbianos,
ferormônios.
Os níveis permitidos de poluentes (incluindo os resíduos de pesticidas) nos
alimentos e na água potável, bem como a licença para comércio, o manejo e a
aplicação de pesticidas devem ser controlados por regulamentos que sejam
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5. Áreas florestais
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6. Água doce
A
vid
a
no
pla
neta Terra depende da água. É um excepcional solvente que carrega nutrientes
essenciais à vida. Em movimentação contínua, acima e abaixo da superfície do solo,
a água mantém e representa um elo de ligação entre os ecossistemas do Planeta.
Mui
tas
zon
as
de pesca também estão sendo colocadas em risco, devido à degradação do habitat.
A aquicultura quando inadequadamente localizada tem provocado enormes danos
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aos habitats. Um problema que ocorre de forma mais geral com a aquicultura é a
disseminação de pestes e doenças, representando um sério risco para as colônias
selvagens, como também para o sustento dos pescadores.
Os recursos marinhos são normalmente tratados como propriedade
comunitária ou estatal. Os ecossistemas e recursos do mar aberto, para além de 200
milhas da costa, ainda são recursos de livre acesso, não existindo qualquer regime
legal eficaz e abrangente para regular o seu uso. O estabelecimento de Zonas
Econômicas Exclusivas – ZEEs – que colocaram extensos recursos sob o controle
das nações costeiras representa a maior e mais pacífica transferência de posse de
recursos já existente. Mas a tradição de propriedade comum persiste, e mesmo
dentro das ZEEs, muitos países não conseguem controlar eficientemente o acesso e
o uso dos recursos vivos. Muitas nações assinaram e ratificaram convenções sobre
mares regionais, convenções e acordos regionais sobre áreas de pesca, e outros
acordos e planos de ação para proteger os ecossistemas e recursos costeiros e
marinhos. Todavia muitas nações são desprovidas de programas, instituições ou
recursos para cumprir as obrigações envolvidas.
Em geral, ainda não captamos os conceitos necessários para administrar as
relações entre as pessoas e os oceanos, principalmente a necessidade de enxergar
os ecossistemas da zona costeira como um todo, e de perceber os benefícios da
administração dos impactos ambientais, tomando como base as bacias
hidrográficas.
O desafio da administração dos oceanos é tornar possível o uso dos recursos
e serviços fornecidos pelo meio ambiente marinho para atingir os objetivos do
desenvolvimento, sem a simultânea degradação da qualidade do meio ambiente a
exaustão dos recursos vivos. Para se obter uma mudança no planejamento do
desenvolvimento, que reconheça o integral valor dos recursos oceânicos e
marinhos, serão necessários novos instrumentos que possibilitem a avaliação
adequada dos recursos e serviços ambientais proporcionados pelos mares. Também
será importante a consecução da reestruturação das instituições nacionais e
internacionais.
A manutenção e o uso sustentável da riqueza natural das zonas costeiras e
dos oceanos exigem maior conscientização da importância dessas áreas e os
impactos humanos sobre eles. É preciso que haja uma abordagem integrada das
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REFERÊNCIAS
COHEN, J. E. How many people can the earth support? New York: WW Norton &
Company, 1995.