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Teresópolis

AGENDA 21 COMPERJ
Grupo Gestor:
Petrobras Gilberto Puig Maldonado
Ministério do Meio Karla Monteiro Matos (2007 a junho de 2010)
Ambiente Geraldo Abreu (a partir de julho de 2010)
Secretaria de Estado do Carlos Frederico Castelo Branco
Ambiente (RJ)

Equipe:
Coordenação Geral: Ricardo Frosini de Barros Ferraz
Coordenação Técnica: Patricia Kranz
Redação: Arilda Teixeira
Janete Abrahão
Kátia Valéria Pereira Gonzaga
Patricia Kranz
Thiago Ferreira de Albuquerque
Pesquisa: Mônica Deluqui e Ruth Saldanha
Revisão de conteúdo: Ruth Saldanha
Revisão: Bruno Piotto e Fani Knoploch
Leitura crítica: Cláudia Pfeiffer
Edição de texto: Vania Mezzonato / Via Texto
Colaboração: Ana Paula Costa
Bruno Piotto
Hebert Lima
Liane Raposo de Almeida Reis
Luiz Nascimento
Nathália Araújo e Silva
Fomento dos Fóruns: Ana Paula Costa
Colaboração: Leandro Quintão
Paulo Brahim
Roberto Rocco
Projeto Gráfi co: Grevy Conti Designers
Revisão Gráfi ca: Maria Clara de Moraes
Fotos: Ana Paula Costa, Darius Burdun, Flavio Colker,
Fran Gambín, Jeinny Solis, Jorge Rosas, Leandro
Coutinho, Lena Trindade, Lotus Head, Marcio
Kleber, Marco Esteves, Monica Deluqui, Roberto
Ferreira, Roberto Rocco e Weliton Slima /
Banco de Imagens Petrobras: Beto Paes Leme,
Cris Isidoro, Geraldo Falcão e Ismar Ingber
Impressão Gráfica Minister

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MEMBROS DO FÓRUM DA AGENDA 21 DE TERESÓPOLIS

1º setor 3º setor
Alex Siqueira Wey - Secretaria Municipal de Educação Alair Veiga de Almeida – Sindicato dos Trabalhadores
Arlete Soares Maia Nunes - Secretaria Municipal de Administradores
Saúde Armando de Oliveira Abrantes – Sindicato dos Bancários
Jefté Apolo Laet – Secretaria Municipal de Segurança David Miller – ONG Nascente
Pública Isabel Maria Kwiatkowski - Associação dos Usuários da
Kleber Cozzolino – Secretaria Municipal de Agricultura Rodovia BR-116 (Assurb)
Leandro Coutinho da Graça – Secretaria Municipal de Luis Penna Franca - RPPNs
Meio Ambiente e Defesa Civil Maria Luiza Santana Luz – Grupo de Apoio à Criança
Lucas Guimarães Homem – Secretaria Municipal de De- do Caleme
senvolvimento Econômico Sustentável Rita Telles – Movimento Nossa Teresópolis
Marcus Machado Gomes – Parque Nacional da Serra dos Rosangela Dupont – Feira Agroecológica
Órgãos
Rosayni Batalha – Rádio Brasil Rural
Newton Novo - Emater
Zé Waitz – Conselho Consultivo do Parque Nacional da
Silvia Pimentel – Secretaria Municipal de Governo Serra dos Órgãos
Wagner de Oliveira Fernandes – Câmara Municipal

Comunidade
2º setor Ana Cláudia Andrade Ribeiro - Projeto Fazendo a Dife-
Adriano Sampaio - Sesc rença
Antônio Merendaz - Centro Universitário Serra dos Ór- Armindo Gonçalves Coelho - Associação de Moradores e
gãos (Unifeso) Amigos Granja Guarani
Cristina Lydia – Parque do Lago Carlos Antônio Anacleto Raymundo - Associação de
Élcio Féo - CDL Moradores do Castelo

Helio José Monteiro Neves - Firjan Manoel Pereira

Igor Edelstein - Sincomercio Maria Elena Lomeu - Centro Social São José

Jaqueline Baptista - Sebrae Mônica Deluqui – Associação de Moradores do Vale Feliz

Luiz Cláudio Ribeiro – Caixa Econômica Federal Nadim Kantara – Conselho Comunitário de Segurança

Marcelo dos Santos Selva Nancy Ramaldes

Pedro José Ferreira Alves - Associação Comercial, In- Paulo Rafael de Oliveira - Associação de Moradores da
dustrial e Agrícola de Teresópolis Várzea
Sérgio Tendler - Associação de Moradores Libert Green

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Um dos principais empreendimentos da história da Petrobras, o Complexo Petroquímico
do Rio de Janeiro (Comperj) deverá entrar em operação em 2013. Situado em Itaboraí,
vai transformar o perfil socioeconômico de sua região de inf luência.

Ciente da necessidade de estabelecer um relacionamento positivo com as comunidades


sob inf luência direta de suas operações, a Petrobras, em parceria com o Ministério do
Meio Ambiente, a Secretaria de Ambiente do Estado do Rio de Janeiro e organizações
da sociedade civil, desenvolveu uma metodologia para implementar a Agenda 21 Local
nos municípios localizados no entorno do Comperj.

Em todo o mundo, já foram desenvolvidas mais de 5 mil Agendas 21 Locais, e diversas


empresas utilizaram ou utilizam a Agenda 21 em seus processos de planejamento e
alinhamento com a sustentabilidade. No entanto, não se conhece experiência anterior
que tenha fomentado um processo em escala semelhante, nem que empregue a Agenda
21 como base de política de relacionamento e de comunicação, o que torna esta expe-
riência uma estratégia empresarial inédita.

A implementação de Agendas 21 Locais colabora para estruturar modelos sustentáveis


de desenvolvimento, ao mesmo tempo em que esclarece o papel de cada setor social
nesse processo. Além disso, neste caso, contribui para que os municípios se preparem
mais adequadamente para os impactos e oportunidades advindos do desenvolvimento
impulsionado pelo Comperj e por outras empresas que se instalarão na região.

A Agenda 21 Comperj expressa o compromisso da Petrobras, do Ministério do Meio


Ambiente, da Secretaria de Ambiente do Estado do Rio de Janeiro e de todos os demais
envolvidos, de promover um desenvolvimento pautado na sustentabilidade no entorno
da região em que o Comperj se insere.

Esse esforço só foi possível devido à ampla participação de toda a sociedade. Assim,
agradecemos a todas as instituições, empresas, associações e cidadãos que, voluntaria-
mente, dedicaram seu tempo e esforços ao fortalecimento da cidadania em seus municí-
pios em busca de um modelo de desenvolvimento que leve qualidade de vida para todos.

Estendemos nosso agradecimento também a todas as prefeituras e câmaras de vereado-


res, ao Poder Judiciário e a outros representantes do Primeiro Setor por sua participação
ativa nesse processo.

Esperamos que a Agenda 21, fruto de trabalho intenso e amplo compromisso, contribua
para a construção de um futuro de paz e prosperidade para esta e as próximas gerações.
Transformá-la em realidade é uma tarefa de todos.

Grupo Gestor da Agenda 21 Comperj


Coordenar um gr upo de pessoas que se reuniram para pensar a melhor
forma de forjar um futuro sustentável para a cidade foi uma experiência
curiosa, marcante, de um cunho ético que muitos de nós ainda não haví-
amos experimentado.

A Agenda 21 é um Plano de Ação Local que promove iniciativas que equa-


cionem justiça social, eficiência econômica e conservação ambiental. O real
significado da Agenda 21 é o uso social e político feito pela sociedade.

A construção do Plano Local de Desenvolvimento Sustentável, a Agenda


21, foi um verdadeiro exercício de cidadania. A partir de fatos, dados e ex-
periências surgiam ideias que se somavam a ideais, sempre cerceados pela
realidade, o que exigia do grupo uma constante ref lexão com a finalidade
de que o presente documento encontrasse respostas de toda a comunidade
através de posturas e ações objetivas e eficazes. Realizamos um processo de
planejamento integrado e participativo de políticas públicas.

O que ficou dessa experiência está além deste documento, porque diz respeito
ao empreendedorismo pessoal e incansável de cada pessoa que contribuiu
com o seu desejo de transformar a Teresópolis de hoje na cidade do amanhã.

Hoje, nossa cidade tem o Fórum da Agenda 21 legalmente instituído que


acompanhará a implantação, monitorando e avaliando este documento.

Leandro Coutinho da Graça


Coordenador do Fórum da Agenda 21
Sumário
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E A AGENDA 21 13
A Agenda 21 Local 14
A Agenda 21 no Brasil 14

A AGENDA 21 COMPERJ 16
Agendas 21 Locais na região 16
Premissas 17
Organização da sociedade 18
Metodologia 18
Desafios e lições aprendidas 22

O MUNICÍPIO DE TERESÓPOLIS 25
Um pouco da história de Teresópolis 26
O processo da Agenda 21 Local em Teresópolis 27

AGENDA 21 DE TERESÓPOLIS 31
Para ler a Agenda 31
Vetores qualitativos e os 40 capítulos da Agenda 21
de Teresópolis 32
Vocação e visão 35

ORDEM AMBIENTAL 39
Recursos Naturais 40
Recursos Hídricos 44
Biodiversidade 48
Mudanças Climáticas 52
ORDEM FÍSICA 55
Habitação 56
Saneamento 60
Mobilidade e Transporte 66
Segurança 69

ORDEM SOCIAL 73
Educação 74
Educação Ambiental 79
Cultura 81
Saúde 84
Grupos Principais 88
Padrões de Consumo 93
Esporte e Lazer 95

ORDEM ECONÔMICA 99
Geração de Trabalho, Renda e Inclusão Social 100
Agricultura 108
Indústria e Comércio 114
Turismo 117
Geração de Resíduos 120

MEIOS DE IMPLEMENTAÇÃO 125


Ciência e Tecnologia 126
Recursos Financeiros 129
Mobilização e Comunicação 134
Gestão Ambiental 136

AÇÕES DA PETROBRAS NA REGIÃO 140


Programas ambientais 140
Projetos sociais 141

GLOSSÁRIO (SIGLAS) 144


PARTICIPANTES 147
CRÉDITOS TÉCNICOS E INSTITUCIONAIS 152
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
E A AGENDA 21
A sustentabilidade não tem a ver apenas com a biologia,
a economia e a ecologia, tem a ver com a relação que
mantemos com nós mesmos, com os outros e com a natureza.
(Moacir Gadotti)

A vida depende essencialmente do que a Terra oferece – água, ar, terra,


minerais, plantas e animais. Todavia, há algumas décadas, esses recursos
naturais vêm dando sinais de esgotamento ou de degradação, principalmente
em função do consumo dos seres humanos, que estão se apropriando de cerca
de 20% da produção mundial de matéria orgânica. Como um planeta com
recursos em grande parte finitos pode abrigar e prover a crescente população
de seres humanos e as demais espécies que nele vivem?

Evidências científicas sobre os crescentes problemas ambientais levaram


a Organização das Nações Unidas (ONU) a reunir 113 países, em 1972, no
primeiro grande evento internacional sobre o meio ambiente – a Conferên-
cia das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento e Meio Ambiente Humano,
conhecida como Conferência de Estocolmo. Uma das conclusões do encontro
foi que era preciso rever a própria noção de desenvolvimento. Para tanto, foi
criada a Comissão Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento, que, em
1987, publicou o relatório “Nosso Futuro Comum”, no qual foi consagrado o
conceito de “desenvolvimento sustentável”.

A Comissão declarou que a economia global, para atender às necessidades


e interesses legítimos das pessoas, deve crescer de acordo com os limites
naturais do planeta e lançou o conceito de sustentabilidade. “A humanidade
tem a capacidade de tornar o desenvolvimento sustentável – de assegurar
que ele atenda às necessidades do presente sem comprometer a habilidade das
futuras gerações de satisfazer suas próprias necessidades.”

Em busca desse novo modelo de desenvolvimento, em 1992 a ONU convocou


a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento,
realizada no Rio de Janeiro e que ficou conhecida como Rio-92. Tratou-se, na
época, do maior evento voltado para o meio ambiente até então realizado pela
ONU, contando com a representação de 179 nações e seus principais dirigentes.

Um dos principais resultados da Rio-92 foi o documento do Programa Agenda 21,


que aponta o desenvolvimento sustentável como o caminho para reverter tanto
a pobreza quanto a destruição do meio ambiente. O documento lista as ações
necessárias para deter, ou pelo menos reduzir, a degradação da terra, do ar e da
água e preservar as florestas e a diversidade das espécies de vida. Trata da pobreza

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e do consumo excessivo, ataca as desigualdades e alerta para a necessidade de
políticas de integração entre questões ambientais, sociais e econômicas.
“A Agenda 21
Em seus 40 capítulos, o documento detalha as ações esperadas dos governos
Comperj agregou que se comprometeram com a Agenda 21 e os papéis que cabem a empresá-
diversos segmentos da rios, sindicatos, cientistas, professores, povos indígenas, mulheres, jovens e
sociedade e elencou os crianças na construção de um novo modelo de desenvolvimento para o mundo.
fatores fundamentais do
desenvolvimento sustentável
A Agenda 21 local
em sua discussão.”
Mais de dois terços das declarações da Agenda 21 adotadas pelos governos
nacionais participantes da Rio-92 não podem ser cumpridos sem a cooperação
e o compromisso dos governos locais. Em todo o documento há uma forte
ênfase na “ação local” e na administração descentralizada.

Mais precisamente, a ideia da elaboração das Agendas 21 Locais vem do


capítulo 28 da Agenda 21, o qual afirma que é no nível local que as ações
ocorrem concretamente e, assim, as comunidades que usam os recursos
naturais para sua sobrevivência é que podem ser mais eficientemente mo-
bilizadas para protegê-los.

A Agenda 21 Local é um processo de elaboração de políticas públicas volta-


das para o desenvolvimento sustentável e de sua implementação por meio da
formação de parcerias entre autoridades locais e outros setores, orientando-os
rumo ao futuro desejado.

O processo de construção de Agendas 21 Locais se inicia com um levantamento


dos problemas, preocupações e potencialidades de cada território, seguido
da elaboração de um plano local de desenvolvimento sustentável, de forma
consensual e com ampla participação de todos os setores da sociedade.

A construção das Agendas 21 Locais se dá por meio dos Fóruns de Agenda 21,
espaços de diálogo onde representantes de diversos setores da sociedade se
reúnem regularmente para acompanhar a construção das Agendas 21 Locais
e a viabilização dos Planos Locais de Desenvolvimento Sustentável.

A construção de Agendas 21 Locais é um processo contínuo – e não um único


acontecimento, documento ou atividade. Não existe uma lista de tarefas a exe-
cutar, mas uma metodologia que envolve uma série de atividades, ferramentas
e abordagens que podem ser escolhidas de acordo com as circunstâncias e
prioridades locais, e que deverão ser constantemente trabalhadas e atualizadas.

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Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MM A), a Agenda 21 Local é o
processo de planejamento participativo de determinado território que en-
volve a implantação de um Fórum de Agenda 21. Composto por governo e
sociedade civil, o Fórum é responsável pela construção de um Plano Local
de Desenvolvimento Sustentável (PLDS), que estrutura as prioridades locais
por meio de projetos e ações de curto, médio e longo prazos. No Fórum são
também definidas as responsabilidades do governo e dos demais setores
da sociedade local na implementação, acompanhamento e revisão desses
projetos e ações.

A Agenda 21 no Brasil
O processo de elaboração da Agenda 21 brasileira se deu entre 1996 e 2002,
e foi coordenado pela Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável
(CPDS). Durante esse período, cerca de 40 mil pessoas em todo o País foram
ouvidas, em um processo que valorizava a participação cidadã e democrática.

No ano seguinte ao término da sua elaboração, a Agenda 21 brasileira foi


alocada como parte integrante do Plano Plurianual (PPA) do governo fede-
ral – o que lhe proporcionou maior força política e institucional – e deu-se
início à fase de implementação.

A Agenda 21 brasileira cita quatro dimensões básicas no processo de cons-


trução do desenvolvimento sustentável:

Ética – demanda que se reconheça que o que está em jogo é a vida no planeta
e a própria espécie humana;

Temporal – determina a necessidade de planejamento a longo prazo, rompendo


com a lógica imediatista;

Social – expressa o consenso de que o desenvolvimento sustentável só poderá


ser alcançado por uma sociedade democrática e mais igualitária;

Prática – reconhece que a sustentabilidade só será conquistada por meio da


mudança de hábitos de consumo e de comportamentos.

Assim como nos demais países, a Agenda 21 brasileira não pode ser cumprida
sem a cooperação e o compromisso dos governos locais.

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AGENDA 21 COMPERJ
O Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), um dos principais
empreendimentos da Petrobras no setor petroquímico, está sendo construído
no município de Itaboraí, no Estado do Rio de Janeiro.

Quando entrar em operação, o complexo agregará valor ao petróleo nacional e


reduzirá a necessidade de importação de derivados e produtos petroquímicos.
Além disso, atrairá novos investimentos e estimulará a criação de empregos
diretos, indiretos e por efeito renda, modificando o perfil socioeconômico
da região do leste f luminense.

Para mais informações sobre o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro,


acesse o site www.comperj.com.br

Mapa 1: Área de atuação da Agenda 21 Comperj

Agendas 21 locais na região


O projeto Agenda 21 Comperj é uma iniciativa de responsabilidade socio-
ambiental da Petrobras, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e
a Secretaria de Estado do Ambiente do Rio de Janeiro, que formam o Grupo
Gestor do projeto. É parte do programa de relacionamento que a companhia
está promovendo junto aos 15 municípios localizados nas proximidades do
Comperj: Cachoeiras de Macacu, Casimiro de Abreu, Guapimirim, Itaboraí,
Magé, Maricá, Niterói, Nova Friburgo, Rio Bonito, Rio de Janeiro, São Gonçalo,
Saquarema, Silva Jardim, Tanguá e Teresópolis. Juntos, estes municípios re-
presentam uma área de 8.116 km 2 , com mais de oito milhões de habitantes, dos
quais seis milhões correspondem à população do município do Rio de Janeiro.

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O objetivo do projeto é criar e fomentar processos de Agenda 21 Locais, con-
tribuindo para o desenvolvimento sustentável em toda a região e melhorando
a qualidade de vida de seus habitantes, hoje e no futuro.

O projeto Agenda 21 Comperj foi realizado simultaneamente em todos os


municípios participantes, com exceção do Rio de Janeiro. Este município
se encontra na fase de Consolidação Municipal (ver Metodologia), devido à
complexidade local e aos planos de preparação para a Copa do Mundo de 2014
e as Olimpíadas de 2016, ainda em elaboração.

A descrição e os documentos gerados em cada etapa podem ser encontrados


no site www.agenda21comperj.com.br.

Com o lançamento das Agendas e a implementação dos Fóruns Locais em cada


município, o projeto é encerrado, e os Fóruns passam a ser acompanhados pelo
Programa Petrobras Agenda 21 e a se relacionar diretamente com o Comperj.

Premissas
O projeto Agenda 21 Comperj adota as premissas de construção de Agenda
21 preconizadas pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA):
 Abordagem multissetorial e sistêmica, que envolve as dimensões econô-
mica, social e ambiental;
 Sustentabilidade progressiva e ampliada, ou seja, construção de consensos
e parcerias a partir da realidade atual para o futuro desejado;
 Planejamento estratégico participativo: a Agenda 21 não pode ser um
documento de governo, mas um projeto de toda a sociedade;
 Envolvimento constante dos atores no estabelecimento de parcerias, aberto
à participação e ao engajamento de pessoas, instituições e organizações
da sociedade;
Processo tão importante quanto o produto;
 Consensos para superação de entraves do atual processo de desenvolvimento.

Organização da sociedade
O projeto Agenda 21 Comperj substituiu a divisão paritária da malha social
entre governo e sociedade civil, comumente adotada, pela divisão em quatro
setores – público, privado, sociedade civil organizada e a comunidade – no
intuito de identificar mais detalhadamente as demandas locais, fortalecendo
a representação dos diversos segmentos.

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SETORES REPRESENTAÇÃO
“A Agenda 21 Primeiro Prefeituras, Câmaras de Vereadores, poderes Legislativo e
propicia o fortalecimento Judiciário, órgãos e empresas públicos

da democracia porque permite Segundo Empresas de capital privado, associações e federações do


setor produtivo
o diálogo entre a sociedade e os
Terceiro ONGs, sindicatos, associações de classe, clubes, fundações
poderes instituídos. Parte da revisão Comunidade Associações de moradores e de pescadores, e cidadãos em
de valores socioambientais e geral

propõe a construção de
uma sociedade igualitária
e segura”
Metodologia
A metodologia do Projeto Agenda 21 Comperj é constituída de cinco etapas:

1) Mobilização da Sociedade;

2) Construção Coletiva;

3) Consolidação Municipal;

4) Formalização dos Fóruns Locais;

5) Finalização das Agendas.

A descrição resumida dessas etapas e dos produtos delas resultantes se en-


contra nas tabelas das páginas seguintes e de forma mais detalhada no site
www.agenda21comperj.com.br

Para executar as quatro primeiras fases, foram contratadas, por meio de


licitação, quatro Organizações Não Governamentais – Instituto Ipanema,
Instituto de Estudos da Religião - Iser, Rodaviva e Associação de Serviços
Ambientais (ASA), encarregadas da mobilização dos setores sociais e da
facilitação de oficinas.

Para o acompanhamento da fase de Finalização das Agendas, incluindo re-


dação, diagramação, impressão e eventos de lançamento, foram contratados
consultores especializados.

Como resultado deste processo, as diferentes demandas da sociedade foram identi-


ficadas e sistematizadas em um mapeamento detalhado do cenário local, contem-
plando anseios, propostas e visões dos quatro setores dos municípios abrangidos.

Com a sociedade local representada nos Fóruns de maneira paritária e com


um objetivo comum, foi possível construir os Planos Locais de Desenvolvi-
mento Sustentável.

Ao f inal das cinco etapas, as Agendas 21 Comperj compõem um mosaico


do contexto regional e oferecem uma visão pr ivilegiada do cenár io no

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qual o Complexo Petroquímico será instalado, indicando as potenciali-
dades que podem ser aproveitadas em benefício de todos, for talecendo a
cidadania e a organização social.

ETAPAS ATIVIDADES RESULTADOS/PRODUTOS RESPONSABILIDADES


Mobilização da Caravana Comperj, em Na região:
Sociedade cada município, para: • 15 Caravanas Comperj
Março de 2007 a Janeiro • Apresentar o Comperj, o realizadas;
de 2008 projeto de Agenda 21 e as
• 1.589 representantes
demais ações planejadas para
do poder público, 900
a região;
da iniciativa privada,
• Identificar lideranças e 850 do Terceiro Setor e MMA/SEA/
Coordenação e
atores estratégicos locais; 5.038 munícipes em geral, Petrobras
responsabilidade
movimentos populares e (Grupo
• Sensibilizar e mobilizar os operacional
associações de moradores Gestor)
setores;
mobilizados para a fase
• Envolver a comunidade no seguinte do processo;
processo;
• Fórum Regional da Agenda
• Divulgar o calendário 21 Comperj criado em reunião
de eventos relacionados à com a presença de 2.700
Agenda 21. pessoas.
Construção Coletiva Seis reuniões por setor Na região:
Janeiro a Setembro de em cada município para: • 369 reuniões ordinárias e MMA/SEA/ Coordenação
2008 • Fortalecer os setores, 197 extraordinárias realizadas; Petrobras estratégica
identificar seus interesses e (Grupo
• 292 representantes eleitos
promover o alinhamento da Gestor)
para participação nas
visão de cada um sobre o atividades da fase seguinte.
município; Fundação Coordenação
Em cada município: José Pelúcio executiva
• Realizar o Levantamento das
• Estágios de desenvolvimento (UFRJ)
Percepções Setoriais (LPS),
identificando preocupações e do município em relação aos
40 capítulos da Agenda 21 ONGs Responsabilidade
potencialidades;
Global identificados (Vetores Ipanema, Iser, operacional
• Elaborar Planos de Ação Qualitativos)1; Roda Viva,
Setoriais; ASA
• Preocupações e
• Eleger sete representantes potencialidades de cada setor
de cada setor. Fórum Monitoramento
identificadas;
Regional
• Planos Setoriais elaborados; Agenda 21
• Setores sociais fortalecidos Comperj
e integrados.

1 Os Vetores Qualitativos foram elaborados a partir da metodologia do Instituto Ethos para a construção do desenvolvimento
sustentável em empresas. Esta ferramenta defi niu uma escala que possibilitou a identifi cação do estágio no qual o município
se encontrava em relação a cada um dos 40 capítulos da Agenda 21, ajudando os participantes a relacioná-los com a realidade
local e planejar aonde gostariam de chegar.

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ETAPAS ATIVIDADES RESULTADOS/PRODUTOS RESPONSABILIDADES
Consolidação Municipal Duas ofi cinas com os Na região:
Novembro de 2008 a representantes dos 30 oficinas de 20 horas cada.
quatro setores de cada
Junho de 2009 Em cada município:
município para:
• Integrar os setores, • Consenso acerca
orientando-os para das preocupações e
um objetivo comum: o potencialidades municipais
desenvolvimento sustentável e estágios dos vetores
do município; identificados;

• Obter consenso sobre • Planos de ação municipais


os estágios dos vetores elaborados;
MMA/SEA/ Coordenação
estabelecidos pelos quatro • Primeira versão de Vocação Petrobras estratégica e
setores; e Visão de Futuro do (Grupo executiva
• Obter consenso sobre município; Gestor)
as preocupações e • Propostas de ação
potencialidades elencadas detalhadas, prioridades e Ipanema, Iser, Responsabilidade
pelos quatro setores; próximos passos estabelecidos Roda Viva, operacional e
• Identificar a vocação e e possíveis parceiros e ASA metodológica
construir uma visão de futuro fontes de financiamento
para o município com base identificados; Consultoria ILTC2
na realidade local, bem como • Setores sociais integrados
oportunidades e demandas em um Fórum da Agenda 21.
decorrentes da implantação
do Comperj;
• Elaborar um plano de
ação com base nos temas
estruturantes de planejamento;
• Elaborar o detalhamento
preliminar de propostas para
viabilizar o plano de ação.

“A humanidade
deve escolher o seu
futuro, praticar o espírito da
solidariedade e
conscientização do parentesco
com a vida, em busca de um
novo começo, da verdade
e da sabedoria.”

2 ILTC – Instituto de Lógica, Filosofi a e Teoria da Ciência

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ETAPAS ATIVIDADES RESULTADOS/PRODUTOS RESPONSABILIDADES
Formalização dos Duas ofi cinas em cada Na região:
Fóruns Locais município para: • 28 oficinas e diversas visitas
Julho a Dezembro de 2009 • Orientar os Fóruns para sua técnicas realizadas;
organização, estruturação
• Portal na internet para
e formalização através de
relacionamento e divulgação
projeto de lei ou decreto;
do projeto lançado.
• Desenvolver o Regimento
Em cada município:
Interno;
• Decreto ou projeto de lei
• Aprimorar a vocação e a criando o Fórum da Agenda MMA/SEA/ Coordenação
visão de futuro municipal; 21 Local aprovado; Petrobras estratégica e
• Realizar a análise técnica (Grupo executiva
• Regimento interno do Fórum
das propostas de ação. Gestor)
elaborado;
• Fórum organizado com estruturas Ipanema, Iser, Responsabilidade
de coordenação, secretaria Roda Viva, operacional e
executiva e grupos de trabalho; ASA metodológica
• Primeira versão do Plano
Local de Desenvolvimento
Sustentável finalizada;
• Segunda versão da vocação
e da visão de futuro municipal
desenvolvida;
• Propostas de ação
analisadas tecnicamente.
Finalização das Consultoria e serviços Na região:
Agendas para: • 28 oficinas e diversos
Janeiro de 2010 a Agosto • Pesquisar dados estatísticos encontros e reuniões locais e
de 2011 e informações técnicas; regionais realizados;
• Levantar e produzir material visual; • Comitê Regional da Agenda
• Redigir, editar, revisar, 21 Comperj estruturado para
diagramar e imprimir as Agendas. apoiar os Fóruns e planejar
e facilitar ações regionais ou
Duas ofi cinas em cada intermunicipais.
município, para:
Em cada município: MMA/SEA/ Coordenação
• Validar os textos de
diagnósticos; • Fórum de Agenda 21 Local Petrobras estratégica e
em funcionamento; (Grupo executiva
• Atualizar e validar as Gestor)
propostas de ação. • Agenda 21 Local publicada
e lançada;
Cinco encontros de Consultores Responsabilidade
coordenação dos Fóruns • Site do Fórum Local em contratados técnica e
de Agenda 21 Locais para: funcionamento; operacional
• Promover a integração e • Vídeo da Agenda 21 local
fomentar o apoio mútuo entre produzido.
os Fóruns locais.
Encontros, reuniões locais e
contato permanente para:
• Fortalecer a integração do
Fórum com o poder público local;
• Desenvolver e fomentar o
Fórum Local.

21
DESAFIOS E LIÇÕES APRENDIDAS
Processos participativos são sempre muito complexos. A ordem de grandeza
deste projeto – 15 municípios envolvidos e mais de 8 mil participantes di-
retos – se por um lado o tornava mais estimulante, por outro aumentava os
desafios para o sucesso da iniciativa.

O primeiro deles foi o fato de se tratar de um projeto iniciado pela Petro-


bras tendo como elemento def inidor do território de atuação os municí-
pios inf luenciados pela implantação do Complexo Petroquímico do Rio de
Janeiro (Comperj).

Em geral, processos de Agenda 21 Local são iniciados pelo poder público


municipal ou por organizações da sociedade civil, sendo, por vezes mais
difícil obter a adesão do Segundo Setor. Além disso, empresas do porte da
Petrobras despertam resistências e expectativas muitas vezes desmedidas.

No entanto, a atenção dedicada ao projeto, coordenado e acompanhado


pela Petrobras, e a transparência na condução dos processos minimizaram
posturas negativas e foram decisivas para conseguir o comprometimento
de todos os participantes.

A inovação metodológica de iniciar o trabalho dividindo os segmentos so-


ciais foi bem-sucedida, propiciando que os interesses ficassem bem definidos
e alinhados internamente nos setores e, depois, igualmente representados.
Embora o sistema simplificado de indicadores – os Vetores Qualitativos –
precise ser aperfeiçoado, ficou clara sua utilidade para que todos tomassem
conhecimento do conteúdo da Agenda 21. No entanto, a complexidade de
alguns temas e a falta de correspondência de outros com a realidade local
dificultaram a compreensão de alguns participantes.

O tempo dedicado às etapas iniciais constituiu uma limitação para uma me-
lhor identificação de lideranças representativas, para que novas pessoas se
incorporassem ao processo e para a capacitação dos participantes em tantos
e tão variados temas. Estes percalços foram trabalhados nas etapas seguintes.

Outra questão foi o equilíbrio delicado entre usar a mesma metodologia para
todos os municípios e fazer as adaptações necessárias às diferentes reali-
dades encontradas. Quanto mais o processo evoluía, mais as diferenças se
acentuavam. Mesmo assim, foi possível alcançar um resultado que ref lete
as peculiaridades de cada município e o grau de maturidade de cada grupo
mantendo uma estrutura semelhante e apoiando a todos da mesma forma.

A construção do consenso em torno das preocupações, potencialidades e


ações identificadas foi bem-sucedida graças à concordância em torno de ob-
jetivos comuns, ao estabelecimento de regras claras e à ação de facilitadores
experientes. A consolidação dos Fóruns requer uma boa compreensão do que

22
é representatividade e tempo para que esta se desenvolva. O debate sobre o
Regimento Interno foi um momento rico e determinante para a sustentabili-
dade dos Fóruns. Assim, foi encaminhado sem pressa, com foco nos valores
que cada grupo desejava adotar e por meio do desenvolvimento de critérios
para a tomada de decisão.

A criação de um portal com um site para cada município, com notícias atuali-
zadas, divulgação de oportunidades, editais e boas práticas, biblioteca, vídeos
e ferramentas de interatividade, como o chat, traz inúmeras possibilidades
de comunicação, funcionando como uma vitrine do projeto e uma janela dos
Fóruns para o mundo.

Além de democratizar e dar transparência às atividades de cada Fórum Local,


o portal proporciona a troca de experiências entre eles, criando uma sinergia
para seu desenvolvimento. As limitações de acesso à internet na região são
uma barreira que esperamos seja superada em breve.

Finalmente, a integração entre os saberes técnico e popular é um dos aspectos


mais gratificantes do processo e foi conduzida cuidadosamente com a cons-
trução dos textos das Agendas a partir do contato constante com os Fóruns.
As preocupações e potencialidades indicadas por consenso nas reuniões
foram suplementadas por informações técnicas obtidas de diversas fontes,
como institutos de pesquisa, prefeituras e agências governamentais diversas.

O processo de consulta continuou durante a etapa de finalização da Agenda.


Sempre que as informações coletadas divergiam da percepção dos partici-
pantes e quando incongruências ou questões técnicas eram identificadas, os
consultores se dedicavam a dirimir as dúvidas, por telefone, e-mail ou em
reuniões presenciais. Os Fóruns também se empenharam em qualificar o
trabalho realizado, que foi aprimorado progressivamente. A evolução deste
processo pode ser verificada nos documentos postados no site de cada mu-
nicípio na internet.

Ao longo do processo foram necessárias diversas adaptações, naturais em pro-


cessos participativos, já que estes, por sua natureza, não ocorrem exatamente
de acordo com o planejado. Todos os envolvidos aprenderam a f lexibilizar
suas expectativas e atitudes em prol do bem comum.

O resultado que apresentamos agora é a síntese deste percurso de mais de


três anos, durante os quais foram construídas novas relações e aprofundado
o entendimento de todos os envolvidos sobre o modelo de desenvolvimento
almejado para a região. A diversidade é uma premissa da sustentabilidade
e, assim como a participação, demanda transparência e responsabilidade
individual e coletiva pelos resultados alcançados.

Um processo de Agenda 21 Local é a construção participativa do consenso


possível entre interesses diversos, com o objetivo comum de promover a

23
qualidade de vida e a justiça social, sem perder de vista os limites impostos
pelo planeta e tendo um futuro sustentável como horizonte comum.

A Agenda 21 publicada é o início da jornada rumo a este futuro.

Membros e facilitadores do Fórum da Agenda 21 de Teresópolis

24
O MUNICÍPIO DE TERESÓPOLIS

Área territorial: 770.507 km² P roduto I nte r no Br uto ( PI B) –


Indicador que mede a produção de
População: 163.746 habitantes (IBGE – 2010) um território, segundo três grupos
Economia: turismo, indústria e agricultura principais: agropecuária (agricul-
tura, extrativa vegetal e pecuária);
PIB: R$ 2.084.262,665 (IBGE – 2008) indústria (extrativa mineral, trans-
Participação no PIB estadual: 0,58% (Cederj 2007) formação, ser viços industriais de
utilidade pública e construção civil);
e ser viços (comércio, transpor te,
comunicação e serviços da adminis-
Teresópolis está localizada no topo da Serra dos Órgãos, na porção central
tração pública, entre outros).
do Estado do Rio de Janeiro, em uma região caracterizada por seu relevo
acentuado, com serras revestidas por Floresta Atlântica e grande riqueza de
espécies com altos níveis de endemismo. A cidade abriga a sede do Parque
Nacional da Serra dos Órgãos e grande parte do Parque Estadual dos Três
Picos, o maior parque estadual do Rio de Janeiro.

Mapa 2: Localização do Parque Nacional da Serra dos Órgãos.

Fonte: http://www.clubedosaventureiros.com/guia-de-trilhas/59-parque-nacional-
serra-dos-orgaos-rj/687-parque-nacional-da-serra-dos-orgaos

25
O município faz parte da Bacia do Rio Piabanha, que inclui a sub-bacia hi-
Pa rque Estadua l dos Três Picos drográfica do Rio Paquequer, uma das principais de Teresópolis.
– Com 46.350 hectares, o Parque
Estadual dos Três Picos é o maior do Com um PIB de R$ 1.111.813.000 e uma renda per capita de R$ 7.564, Tere-
Estado do Rio de Janeiro (representa sópolis é voltada principalmente para o turismo e produção agrícola. Possui
75% de toda a área verde protegida) comércio diversif icado e setor hoteleiro desenvolvido – além de abrigar
e está localizado entre os municí- uma das maiores feiras de artesanato a céu aberto do Brasil, a Feirinha de
pios de Teresópolis, Nova Friburgo, Teresópolis ou Feirinha do Alto, com diversos produtos de moda feminina
Cachoeiras de Macacu, Guapimirim e infantil – além de móveis, uniformes, potes, bijuterias e muito mais. As
e Silva Jardim. Seu nome é uma
principais indústrias são as de confecções e de bebidas.
relação direta com os Três Picos,
acidente geográfi co localizado na O município faz parte do cinturão verde do Rio de Janeiro, região responsável
região, parte de um imponente con- pela produção da maior parte (93%) dos hortigranjeiros consumidos no Estado.
junto de montanhas graníticas, com Apesar de estar voltada principalmente para a agricultura, Teresópolis vem
cerca de 2.350 metros de altitude, se desenvolvendo rapidamente no setor de bebidas, contando com uma das
ponto culminante de toda a Serra
maiores indústrias de cerveja do Estado do Rio de Janeiro, a Lokal.
do Mar. O parque preser va o cin-
turão central de Mata Atlântica do As feiras estão se tornando cada vez mais populares na cidade. Entre os
Estado. Em suas densas matas foram eventos que passaram a fazer parte da economia teresopolitana, estão a Feira
detectados os mais elevados índices da Promoção (Fepro), a Feira de Tecnologia em Horticultura (Tecnohort) e a
de biodiversidade de todo o Estado.
Festa do Produtor Rural.

Um pouco da história de Teresópolis


Em 1818, quando D. João VI já estava no Brasil havia dez anos, Teresópolis era
uma grande área de terras abandonadas, ao lado de uma variante do Caminho
Novo de Minas Gerais. Foi nessa época que o inglês George March adquiriu a
Fazenda do Paquequer, de quatro léguas quadradas, transformando a região,
onde surgiria o município, num dos lugares mais cobiçados pela Corte.

Da Fazenda de Sant’Ana do Paquequer, partiam os mantimentos consumidos


no Rio de Janeiro e, nos seus recantos luxuriantes, o desbravador March
construiu chalés para receber seus amigos com mais conforto. No local onde
ficava a fazenda, surgiria, mais de 40 anos depois, a cidade de Teresa, cha-
mada Teresópolis.

Repartidas as terras de George March, a partir de 1855, a Freguesia de Santo


Antonio do Paquequer acabou emancipada em 6 de julho de 1891 – um ano
antes, foi transformada em Capital do Estado, para onde mudaria a sede do
Estátua da Imperatriz Tereza Cristina governo não fosse a Revolta da Armada de 1893.
na entrada da cidade
Teresópolis teria prédios modernos, avenidas largas e uma linha de trem para
Niterói. Mas, no período do encilhamento, a empresa que adquirira suas terras
e construiria ali uma cidade-modelo faliu. Os sucessores do investimento,

26
anos depois, retalharam ainda mais as terras e, com o dinheiro da venda dos
lotes, construíram a estrada de ferro, dando início ao progresso da região.

O trem chegou ao local quase 40 anos depois, em 19 de setembro de 1908 –


e parou de circular em 9 de março de 1957. Dois anos mais tarde, em 1º de
agosto de 1959, foi aberta a estrada Rio-Teresópolis.

O clima em Teresópolis ainda se assemelha com aquele que atraía os viajantes


e veranistas de dois séculos atrás, quando George March difundiu por aqui o
hábito inglês de veranear nas estações calmosas – ou, no caso do Brasil, para
fugir do calor e das doenças de verão na cidade do Rio de Janeiro.

A natureza abundante e a tranquilidade da cidade pequena, somadas ao cava-


lheirismo de seu povo, ainda encantam de forma extraordinária os turistas,
que alimentam o desejo de voltar às suas terras.

Fonte: Acervo Biblioteca Nacional

O processo da Agenda 21
local em Teresópolis
De março a julho de 2007, a Petrobras realizou a Caravana Comperj, que
visitou o município de Teresópolis em 30 de maio para divulgar o empreen-
dimento e as ações de relacionamento propostas para a região, convidando
lideranças a participar do processo de construção da Agenda 21 Local.

Em 25 de setembro de 2007, em reunião em Itaboraí, com a presença 2.700


pessoas dos 14 municípios do entorno do Complexo Petroquímico do Rio de
Janeiro, foi escolhido um representante de cada segmento social (governo,
empresariado, ONGs e comunidade), por município, para formar o Fórum
Regional da Agenda 21 Comperj.

27
Assim, cada município tinha quatro representantes neste Fórum, que ficou
responsável pelo monitoramento dos encontros e o andamento das Agendas
21 municipais. O Fórum Regional tinha caráter consultivo ao Grupo Gestor
e a tarefa de facilitar a integração de ações de caráter regional ou de grupos
de municípios.

Em dezembro de 2007, quatro ONGs – ASA, Instituto Ipanema, Instituto Roda


Viva e Iser – iniciaram o trabalho de mobilização específica para cada setor,
utilizando as estratégias mais adequadas a cada um.

No início do processo da Agenda 21 Comperj, Teresópolis já estava envolvida


com um processo participativo, o Movimento Nossa Teresópolis, iniciado em
2007 – quando algumas instituições lideradas pela Associação Comercial,
Industrial e Agrícola de Teresópolis (Aciat), Ordem dos Advogados do Brasil
(OAB), Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso) e Sebrae-RJ orga-
nizaram o movimento para promover a participação dos atores sociais no
desenvolvimento local.

Durante os primeiros meses, o processo de mobilização popular foi muito


conturbado, devido aos conf litos existentes entre as diferentes associações
e o Comperj e à dificuldade de estabelecer diálogo com as lideranças comu-
nitárias locais. Mas, aos poucos, cada ONG conseguiu aproximar-se de seu
respectivo segmento social com o apoio do Movimento Nossa Teresópolis. A
partir desta etapa, as eventuais desavenças e receios em relação ao processo
da Agenda 21 foram se desfazendo, resultando na atração de representantes
engajados em trabalhar para desenvolver soluções estratégicas para o bem-
estar dos moradores de Teresópolis.

O final das reuniões desta etapa do projeto foi marcado pela atração de re-
Ofi cina de consolidação do diagnóstico presentantes engajados.

Em janeiro de 2008, iniciou-se uma rodada de três reuniões para o levan-


tamento das percepções de cada segmento, utilizando Vetores Qualitativos
elaborados a partir da metodologia do Instituto Ethos para a promoção do
desenvolvimento sustentável em empresas. Esta ferramenta definiu uma
escala que possibilitou a identificação do estágio no qual o município se
encontrava em relação a cada um dos 40 capítulos da Agenda 21, ajudando
os participantes a planejar aonde gostariam de chegar.

Após a leitura do título dos capítulos e da descrição de cada estágio, era so-
licitado aos participantes que escolhessem aquele que melhor retratasse seu
município. Nas duas reuniões seguintes, os resultados orientaram a produção
de um painel de preocupações e potencialidades locais.

Foram realizados mais três encontros por setor, nos quais os participantes
definiram as ações necessárias para prevenir ou mitigar as questões identi-

28
Posse dos membros do Fórum da Agenda 21 de Teresópolis, da esquerda para a
direita: Deputado estadual Nilton Salomão; Flávio Castro, secretário de Meio
Ambiente de Teresópolis; Ricardo Frosini Ferraz, da Petrobras; Jorge Mário, prefeito
do município; Carlos Minc, ministro do Meio Ambiente; Ernesto de Castro, chefe do
Parnaso; e Leandro Coutinho, coordenador do Fórum

ficadas como preocupações e para aproveitar, da melhor forma possível, as


potencialidades levantadas.

Na última dessas reuniões, cada setor indicou cinco representantes e dois


suplentes para compor o Fórum da Agenda 21 de Teresópolis, totalizando 28
representantes. Em Teresópolis, à medida que as reuniões foram sendo reali-
zadas, a convivência entre os participantes e a intervenção dos técnicos das
ONGs fortaleceram o espírito coletivo. O final das oficinas desta etapa do
projeto foi marcado pela atração de representantes engajados.

A Fase de Consolidação do processo foi o momento de reunir os quatro setores


para consolidar coletivamente as potencialidades e preocupações apontadas
por cada um deles. Em 24 de novembro de 2008, representantes de todos os
setores da sociedade de Teresópolis reuniram-se para trabalhar na primeira
oficina de consolidação. O grupo de Teresópolis mostrou-se bem informado,
com uma boa compreensão do processo de construção de uma Agenda 21
Local e com maturidade para buscar soluções para os problemas do município.
A partir de então, os resultados setoriais foram estruturados e o Fórum da
Agenda 21 local, constituído.

De 22 a 24 de março de 2009, foi realizada a oficina para iniciar o processo


de construção de vocação e visão de futuro, consolidar as ações em propos-
tas e iniciar o seu detalhamento. Este trabalho foi realizado com uma nova
estrutura, agrupando os 40 capítulos da Agenda 21 Global, conforme suas
afinidades, em Eixos Estruturantes: Ordem Física, Ordem Ambiental, Ordem
Social, Ordem Econômica e Meios de Implementação, divididos em temas.

29
Em abril de 2009 foi realizada uma oficina em Teresópolis para atualizar os
trabalhos e fortalecer o Fórum. Nesse período, também foi desenvolvido um
portal na internet, voltado para a comunicação dos Fóruns e a divulgação
do projeto e de seus resultados – www.agenda21comperj.com.br – com um
site para cada município. Atualizados frequentemente, eles dispõem de uma
área interna com ferramentas de comunicação, que permitem o contato entre
os membros dos Fóruns.

Em novembro de 2009 foram contratados quatro consultores para desenvolver


e implementar uma metodologia de fortalecimento dos Fóruns e trabalhar na
elaboração das Agendas.

Em 2010, após uma análise dos resultados alcançados iniciou-se uma nova
rodada de oficinas para aprimorar o trabalho. Em Teresópolis, foram rea-
lizadas três reuniões para revisão do trabalho, apresentação do site e um
acompanhamento mais constante, com o objetivo de ajudar na formação de
parcerias e apoiar a elaboração de ações de comunicação.

Em 19 de março, 1o de outubro e 3 de dezembro de 2010 e 18 de abril de


2011 foram realizadas reuniões com todos os coordenadores para promover a
troca de experiências e fomentar ações regionais estratégicas. Durante todo
o período, o Fórum do município manteve-se mobilizado e sem conf litos.

Primeira reunião dos coordenadores dos Fóruns da Agenda 21 Comperj

30
AGENDA 21 DE TERESÓPOLIS

Para ler a Agenda


Este trabalho é resultado do empenho e esforço voluntários de moradores de
Teresópolis, que atuaram em conjunto com técnicos e consultores nas diversas
fases do projeto Agenda 21 Comperj.

O trabalho foi dividido em cinco EIXOS ESTRUTUR ANTES e 24 TEM AS,


referentes aos 40 capítulos da Agenda 21. Cada tema apresenta a situação do
município de acordo com os dados e informações mais recentes.

EIXOS TEMAS CAPÍTULOS DA AGENDA 21


ESTRUTURANTES GLOBAL
ORDEM Recursos Naturais 10, 11, 12, 13, 16
AMBIENTAL
Recursos Hídricos 17 e 18
Biodiversidade 15
Mudanças Climáticas 9, 15 e 18

ORDEM FÍSICA Habitação 7


Saneamento 18 e 21
Mobilidade e Transporte 5
Segurança 3, 23, 25, 26, 27

ORDEM SOCIAL Educação, Educação 36


Ambiental e Cultura
Grupos Principais 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29
Saúde 6
Esporte e Lazer 23, 24, 25, 26, 27, 36
Padrões de Consumo 4

ORDEM Geração de Renda e Inclusão 3


ECONÔMICA Social
Agricultura 3, 14, 32
Indústria e Comércio 3, 30
Turismo 3, 36
Geração de Resíduos 19, 20, 22

MEIOS DE Ciência e Tecnologia 31, 35


IMPLEMENTAÇÃO
Recursos Financeiros 2, 33, 34, 37
Comunicação e Mobilização 8, 40
Gestão Ambiental 1, 8, 28, 38, 39 40

31
Estão elencadas também, e evidenciadas por fontes em itálico, as preocupações dos
moradores e as potencialidades do município, conforme percebidas e apontadas
por consenso pelos participantes do processo.

Logo após um breve diagnóstico da situação em que se encontra o municí-


pio, estão listadas as propostas e seus respectivos níveis de prioridade (alta

- , média - • •
ou baixa - ). As propostas reúnem um conjunto de ações,
elaboradas para solucionar as preocupações elencadas, e de estratégias que
promovam o melhor aproveitamento das potencialidades identificadas.

As ações estão subdivididas em LINHAS DE ATUAÇÃO. Dessa forma, é possí-


vel identificar todas as ações de uma agenda, segundo a atividade demandada
para sua execução, independentemente do tema.

Ao final de cada TEMA encontram-se reunidos possíveis parceiros e possíveis


fontes de financiamento elencadas para as propostas.

No site www.agenda21teresopolis.com.br está disponível a Ficha de Detalha-


mento de cada proposta, com a lista dos possíveis parceiros para sua execução,
os especialistas da cidade que podem colaborar com o projeto, as fontes de fi-
nanciamento identificadas e os primeiros passos para sua implementação, além
das PERCEPÇÕES, dos PLANOS SETORIAIS e demais resultados.

No CD encartado nesta publicação encontram-se todos os resultados do processo


e uma versão digital da Agenda 21 de Teresópolis.

Os vetores qualitativos e os 40 capítulos


da Agenda 21 de Teresópolis
A tabela da página seguinte apresenta o resultado da consolidação das
percepções de todos os que participaram da Fase de Construção Coletiva da
Agenda 21 de Teresópolis, avaliando a situação do município em relação a
cada um dos capítulos da Agenda 21 Global.

Estágios da tabela:
1 – Quase nada foi feito
2 – Já existem ações encaminhadas
3 – Já há alguns resultados
4 – Estamos satisfeitos

32
Estágio
Capítulos da Agenda 21
1 2 3 4

1. Preâmbulo

2. Cooperação internacional para acelerar o desenvolvimento


sustentável nos países em desenvolvimento e nas políticas internas

3. Combater a pobreza

4. Mudar os padrões de consumo

5. Dinâmica demográfica e sustentabilidade

6. Proteger e promover a saúde humana

7. Promover assentamentos humanos sustentáveis

8. Integrar o meio ambiente e o desenvolvimento nas tomadas


de decisão

9. Proteger a atmosfera

10. Integrar o planejamento e o gerenciamento dos recursos do


solo

11. Combater o desflorestamento

12. Gerenciar ecossistemas frágeis: combater a seca e a


desertificação

13. Gerenciar ecossistemas frágeis: desenvolvimento sustentável


das montanhas

14. Promover o desenvolvimento rural e a agricultura


sustentáveis

15. Conservar a diversidade biológica

16. Gerenciamento ambientalmente responsável da


biotecnologia
17. Proteção dos oceanos, todos os mares, inclusive internos, e
áreas costeiras, e a proteção, uso racional e desenvolvimento
de seus recursos para a vida
18. Proteger a qualidade e suprimento dos recursos de
água limpa: aplicação de abordagens integradas ao
desenvolvimento, gerenciamento e uso dos recursos hídricos
19. Gerenciar de forma ambientalmente responsável os
produtos químicos tóxicos, incluindo a prevenção do tráfico
ilegal internacional de resíduos e produtos perigosos

33
Estágio
Capítulos da Agenda 21
1 2 3 4
20. Gerenciar de forma ambientalmente sustentável os resíduos
perigosos, incluindo a prevenção do tráfico ilegal internacional
de resíduos perigosos
21. Gerenciar de forma ambientalmente responsável os
resíduos sólidos e os relacionados ao esgotamento sanitário

22. Gerenciar de forma segura e ambientalmente responsável


os resíduos radioativos

23. Fortalecer o papel dos principais grupos sociais

24. Ação global para as mulheres pelo desenvolvimento


sustentável e equitativo

25. Crianças e jovens e o desenvolvimento sustentável

26. Reconhecer e fortalecer o papel dos povos indígenas e


suas comunidades

27. Fortalecer o papel das Organizações Não-Governamentais:


parceiras para o desenvolvimento sustentável

28. Iniciativas das autoridades locais em apoio à Agenda 21

29. Fortalecer o papel dos trabalhadores e sindicatos

30. Fortalecer o papel da indústria e dos negócios

31. Comunidade científica e tecnológica

32. Fortalecer o papel dos fazendeiros

33. Recursos e mecanismos financeiros

34. Tecnologia ambientalmente responsável: transferência,


cooperação e capacitação

35. Ciência para o desenvolvimento sustentável

36. Promover a educação, consciência pública e treinamento

37. Mecanismos nacionais e internacionais de cooperação para


a capacitação em países em desenvolvimento

38. Arranjos institucionais internacionais

39. Instrumentos e mecanismos legais internacionais

40. Informação para a tomada de decisões

34
Vocação e visão
“Uma visão sem ação não passa de um sonho.
Ação sem visão é só um passatempo. “Queremos
Mas uma visão com ação pode mudar o mundo.”
que Teresópolis tenha
(Joel Baker – vídeo A Visão do Futuro)
infraestrutura adequada
A Vocação é o conjunto de competências, recursos e produtividade de um para tornar-se polo de
município em todas as áreas: econômica, ambiental, artístico-cultural, tu-
rística, educacional.
desenvolvimento econômico
e social do estado do
A Visão de Futuro define o que se espera do município no futuro, inspirando
e motivando as pessoas a fazer as melhores escolhas nos momentos de decisão
Rio de Janeiro.”
e a enfrentar com perseverança a espera pelos resultados.

Os participantes do processo de construção da Agenda 21 de Teresópolis fi-


zeram uma série de reuniões para construir a vocação e visão de futuro do
município. Um primeiro resultado foi revisto na Oficina Local, sendo que o
município ainda trabalha para chegar à versão definitiva.

Vocação de Teresópolis
 Histórico agrícola (maior polo de olericultura do Estado), 85% da produção
agrícola é de agricultura familiar.
 Histórico turístico, capital da prática de montanhismo.
 Boa infraestrutura hoteleira para atender os turistas.
 Boa estrutura para crianças e idosos.
 Existência de significativa produção científica.
 Tradição na produção e comercialização de artesanato.
 Histórico de ser referência nacional em grande produção de móveis. Atu-
almente, o segmento encontra-se desorganizado e sem apoio.
 Histórico de produção industrial de bijuterias, sendo o segundo fornecedor
do país. Atualmente encontra-se sem apoio.
 Existência de grande riqueza na biodiversidade (precisa de maior incentivo
para a preservação da paisagem natural, fauna, f lora e recursos hídricos).
 População mobilizada e ativa nas tomadas de decisões.

Visão de futuro de Teresópolis


 Ser centro de referência na área da saúde, com ampliação e melhoria na
infraestrutura da rede de atenção básica da saúde (cobertura de 100% do
Programa de Saúde da Família (PSF) no município) nas áreas urbana e rural.
 Ter um sistema agrícola sustentável, com maior apoio à agricultura fami-
liar nas várias etapas da produção agrícola, inclusive na acessibilidade a
tecnologia, cultura, lazer e serviços públicos.

35
Cachoeira dos Frades no
Parque Estadual dos Três Picos  Incentivar a instalação de indústrias de tecnologia de ponta, com tec-
nologias não poluentes, e polo industrial no segundo distrito (em áreas
devidamente planejadas, segundo o Plano Diretor de Desenvolvimento
Sustentável, e realização de estudos de impacto ambiental).
 Tornar a cidade referência ambiental através de projetos de ref loresta-
mento, com espécies nativas da Mata Atlântica (sequestro de carbono),
aliados à criação de Unidades de Conservação.
 Ter uma política habitacional sustentável, que atenda às necessidades do
município e estimule a vinda de futuros moradores, com a implantação
do Comperj e de outros empreendimentos.
 Ter um planejamento habitacional para que não ocorra ocupação urbana
desordenada.
 Ter uma política municipal de saneamento ambiental efetiva, tornando-se
referência na prestação de serviços para outros municípios.
 Contar com um Sistema de Saneamento Básico com estações de tratamento
em toda a cidade, protegendo os mananciais existentes e promovendo a
revitalização das bacias hidrográficas da região.

36
 Desenvolver a qualificação da mão de obra para atender às demandas (na
área agrícola, construção civil, indústria de tecnologia e bijuterias, entre
outras).
 Tornar a Feirinha de Teresópolis uma referência nacional em produção e
venda da potencialidade local (artesanato, confecção e gastronomia).
 Inserir Teresópolis entre os 15 municípios classificados no Índice de Qua-
lidade do Município (IQM) estadual e melhorar a posição do município em
relação ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
 Ter uma infraestrutura adequada para o município tornar-se polo da Re-
gião Centro-Serrana no que diz respeito ao desenvolvimento econômico
e social do Estado do Rio de Janeiro.
 Ter melhores mecanismos de comunicação com a população, visando sua
maior participação nas tomadas de decisões.

A Feirinha do Alto é tradicional na cidade e reúne cerca de 700 barracas

37
1 Ordem Ambiental
RECURSOS NATURAIS
Chamamos de recursos naturais tudo o que obtemos da natureza com os
Mata Atlântica – Com árvores que objetivos de desenvolvimento, sobrevivência e conforto da sociedade. São
atingem de 20 a 30 metros de altu- classificados como “renováveis” quando, mesmo explorados por algum tem-
ra, a Mata Atlântica originalmente
po em determinado lugar, continuam disponíveis, e como “não renováveis”
ocupava quase todo o litoral brasi-
quando inevitavelmente se esgotam.
leiro, com 15% do território do País.
Devido ao intenso desmatamento, A vida humana depende dos recursos naturais – terra, água, f lorestas, re-
iniciado logo após a chegada dos cursos marinhos e costeiros – e de suas múltiplas funções. Tanto os seres
europeus, hoje em dia restam apenas humanos quanto os demais seres vivos, agora e no futuro, têm direito a um
7% de sua área original – é consi-
meio ambiente saudável, que forneça os meios necessários a uma vida digna.
derada uma das florestas tropicais
Para isto, é preciso manter os ecossistemas, a biodiversidade e os serviços
mais ameaçadas do planeta. Com
ambientais em quantidade e qualidade apropriadas.
rica biodiversidade,
biodiversidade –estima-se
estima-seque que
8
milmil
8 espécies
espécies
de suade flsua
ora fsejam
lora sejam
endê- Não é possível pensar em um futuro para a humanidade sem construir uma
micas, a Mata
endêmicas –, aAtlântica
Mata Atlântica
tem outras
tem
relação adequada entre o homem e a natureza que o cerca. E essa magnífica
peculiaridades:
out r a s pec u l ia39%
r idades:
dos mamíferos,
39% dos
variedade de formas de vida não pode ser vista apenas como “recursos na-
inclusive mais
mamíferos, inclusive
de 15% dosmaisprimatas,
de 15%
turais”, sem a valorização dos inúmeros benefícios intangíveis que nos traz.
como
dos primatas,
o m ico-leão-dou
como o mico-leão-
rado, 160
espécies de
dourado, 160aves
espécies
e 183dedeaves
anfíbios,
e 183
também
de anfíbios
só são
também
encontrados
só são ali.
encon-
trados ali.
Teresópolis está localizada na região serrana do Estado do Rio de
Janeiro, que abrange desde áreas com predomínio de morros a localidades
que apresentam relevos bastante acidentados. Uma das características mais
significativas da região é a existência de áreas com possibilidade de prote-
ção ambiental, especialmente se considerados a grande riqueza de espécies
e os altos níveis de endemismos de suas montanhas. Além disso, também é
possível notar a presença de importantes fragmentos f lorestais nas áreas de
colinas, cercadas por extensas áreas cobertas por pastagens.
Parque Nacional da Serra dos Ór-
gãos – O Parque Nacional da Serra O município possui um trecho de Mata Atlântica com enorme potencial
dos Órgãos (Parnaso) abrange os turístico para pesquisa da biodiversidade e uma reserva de sementes para
municípios de Teresópolis, Petrópo- refl orestamento. Segundo os dados da Fundação SOS Mata Atlântica, Teresó-
lis, Magé e Guapimirim, com uma polis apresenta 32% de seu território cobertos por remanescentes f lorestais,
área de cerca de 20 mil hectares. É onde são encontradas diversas áreas preservadas. Em relação às Unidades de
o terceiro mais antigo parque na- Conservação de Proteção Integral, o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, o
cional brasileiro – criado em 1939, Parque Estadual dos Três Picos e o Parque Natural Municipal Montanhas de
através de um decreto do então pre-
Teresópolis compreendem 19,1% do município.
sidente Getúlio Vargas. O Parnaso
abriga uma rica fauna e flora típicas No caso das Unidades de Conservação de Uso Sustentável, as Áreas de Pro-
da encosta atlântica brasileira e teção Ambiental da Bacia dos Frades e Jacarandá, as Reservas Particulares
oferece muitas possibilidades de de Patrimônio Natural (RPPN) Maria Francisca Guimarães e Fazenda Suspiro
lazer e várias atrações, como trilhas abrangem cerca de 9% do território de Teresópolis, com vegetação em razoá-
para trekking, cachoeiras, áreas de
vel estado de conservação. No entanto, os participantes preocupam-se com a
escalada, uma piscina natural, além
falta de um Plano de Manejo para as Unidades de Conservação Municipais e
de dezenas de belíssimos recantos.
Estaduais. Essas localidades estão inseridas no Mosaico Central Fluminense

40
Unidades de Conservação (UC) –
Áreas de proteção ambiental legal-
mente instituídas pelas três esferas
do poder público (municipal, esta-
dual e federal). Dividem-se em dois
grupos: as de proteção integral, que
não podem ser habitadas pelo ho-
mem, sendo admitido apenas o uso
indireto de seus recursos naturais
em atividades como pesquisa cientí-
fica e turismo ecológico; e as de uso
sustentável, onde é permitida a pre-
sença de moradores, com o objetivo
Vista do Parque Natural Municipal Montanhas de Teresópolis, o maior parque de compatibilizar a conservação da
urbano no estado natureza com o uso sustentável dos
recursos naturais (World Wildlife
e são prioritárias para a preser vação da Mata Atlântica. O grupo apontou Fund – WWF).
a existência de RPPNs que poderiam ter seu número aumentado através de
R PPN – Áreas particulares cujas
incentivos fi scais municipais (considerando também as áreas urbanas).
características naturais justifi cam
Além do desmatamento que isola trechos da Mata Atlântica e reduz o nú- sua preser vação. Destinadas por
mero de matas ecologicamente mais viáveis, outro aspecto importante para seus proprietários, em caráter per-
a conservação de remanescentes f lorestais está associado ao fato de terem pétuo, a serem protegidas. Devem
ser reconhecidas pelo Ibama e seus
sido registrados desmatamentos no interior e em zonas de amortecimento das
propr ietár ios passam a gozar de
Unidades de Conservação.
alguns benefícios, como a isenção
Outras preocupações indicadas estão relacionadas a mineração inadequada, do Imposto Territorial Rural.
impermeabilização do solo pelo asfaltamento das vias periféricas, queimadas, Á r e a s d e P r ot e ç ã o A m bie nt a l
incêndios e desmatamentos irregulares, que causam sérios danos ao meio (APA) – Áreas naturais (incluindo
ambiente. Um dos fatos que contribui para a degradação dos morros e serras recursos ambientais e águas juris-
é o manejo inadequado do solo, resultado do desconhecimento da existência dicionais) legalmente instituídas
de um levantamento dos recursos naturais do município. pelo poder público, com limites de-
finidos e características relevantes,
A exploração inadequada das saibreiras para a recuperação das estradas com objetivos de conservação e sob
vicinais é mais um dos problemas que demandam elaboração de políticas regime especial de administração,
públicas voltadas à preservação dos ecossistemas. às quais se aplicam garantias ade-
quadas de proteção.
A falta de programas de preservação das encostas fl orestadas e de recuperação
Plano de manejo – Plano de uso
de áreas degradadas favorece os problemas ambientais. Da mesma forma, o
racional do meio ambiente visando
uso das encostas e topos de morros para o plantio de eucaliptos e/ou áreas
à preser vação do ecossistema, em
de produção nesta região preocupa a população de Teresópolis. Este fato é
associação com sua utilização para
reforçado pela ausência de controle e rigor dos órgãos ambientais compe- outros fi ns. É o instrumento básico
tentes e pela falta de infraestrutura para promover o treinamento dos fi scais de planejamento de uma unidade de
ambientais – em caso de desmatamento. conservação.

41
Piscina natural no Parque Nacional Serra dos Órgãos

A entrada principal do Parque fi ca na área urbana de Teresópolis

42
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Promoção da sustentabilidade 14. Defi nir condicionantes ambientais para a cultura do eucalipto.
15. Instituir o Plano de Prevenção e Correção para áreas de erosão.
dos recursos naturais
16. Implantar Planos de Prevenção de Combate a Incêndio.
Estudos técnicos 17. Criar brigadas mirins ecológicas.
1. Mapear os recursos naturais do município. 18. Ampliar o quadro técnico da Secretaria Municipal de Meio
Ambiente por meio de concurso público.
Infraestrutura
19. Fornecer apoio ao programa de extração controlada e ar-
2. Instalar uma unidade do Batalhão Florestal, aumentando
tesanal de areia em trechos dos rios, com aproveitamento
sua atuação na proteção dos recursos naturais.
para a construção civil ou pública, substituindo a dragagem
Planejamento dos rios pelo Instituto Estadual do Ambiente – Inea.
3. Prevenir incêndios f lorestais com a abertura de corredores Capacitação
(aceiros) para proteger áreas de proteção ambiental.
20. Capacitar os agentes de saúde para atuar em campanhas de
4. Criar áreas permeáveis ao longo das vias públicas. Educação Ambiental.
5. Solicitar apoio técnico do Instituto Chico Mendes de Con- 21. Orientar o agricultor quanto à importância de manter áreas
servação da Biodiversidade – ICMBio, Prevfogo (Parnaso) de mata nativa em suas plantações.
para formar brigadas de incêndio comunitárias.
Fiscalização
Elaboração de programas e projetos 22. Controlar adequadamente as áreas de preservação.
6. Elaborar e implementar planos de manejo nas Áreas de Prote-
23. Controlar a retirada de saibro.
ção Ambiental e Unidades de Conservação (Públicas e RPPNs).
7. Elaborar projetos de Educação Ambiental.
Possíveis parceiros
8. Realizar Programas de Recuperação de Áreas Degradadas
Conservação Internacional do Brasil . Empresas associadas ao
(Prads) com espécies nativas da Mata Atlântica.
Comperj . Escolas .Firjan . Fundação O Boticário de Proteção
9. Desenvolver programas de ref lorestamento voltados para a a Natureza . Ibama . Instituições governamentais estrangeiras
obtenção de créditos de carbono. . Lions Club . MP . OAB . ONGs . Pacto para a Conservação da
10. Implantar programa de arborização urbana. Mata Atlântica . Rottary Club . SEA . Secretaria Municipal de
Meio Ambiente . Sindicatos . Universidades . Voluntários.
11. Elaborar programas voltados ao manejo sustentável do solo.

Comunicação Possíveis fontes de financiamento


12. Ampliar os programas de Educação Ambiental, que comuni- Empresas associadas ao Comperj . CNPq . Comissão Européia .
quem a população sobre a importância da preservação dos Faperj . Fauna e Flora Internacional . Finep . Funbio . FNMA .
recursos naturais. LDO . LOA . Pibic . Unesco . WWF Brasil.
Gestão pública
13. Elaborar políticas públicas que incentivem a criação de
RPPNs e Unidades de Conservação.

43
RECURSOS HÍDRICOS
A água é essencial à vida no planeta. Embora seja um recurso renovável, seu
consumo excessivo, aliado ao desperdício e à poluição, vem causando um
déficit global, em grande parte invisível. Cada ser humano consome direta
ou indiretamente quatro litros de água por dia, enquanto o volume de água
necessário para produzir nosso alimento diário é de pelo menos 2 mil litros.
Isso explica por que aproximadamente 70% da água consumida no mundo vão
para a irrigação (outros 20% são usados na indústria e 10% nas residências).

Segundo a ONU, cerca de um terço da população mundial vai sofrer os efeitos


da escassez hídrica nos próximos anos. A análise do ciclo completo de uso e
reúso da água aponta o desaparecimento de mananciais como poços, lagos e
rios, e destaca a pouca atenção dada à diminuição das reservas subterrâneas.

O Brasil conta com recursos hídricos em abundância, o que levou à dissemi-


nação de uma cultura de despreocupação e desperdício de água. No entanto,
o País enfrenta problemas gravíssimos: muitos cursos d’água sofrem com
poluição por esgotos domésticos e dejetos industriais e agrícolas, e falta
A Cascata do Imbuí, no Rio Paquequer,
proteção para os principais mananciais.
citado por José de Alencar no livro “O
Guarani”
O uso sustentável dos recursos hídricos depende do conhecimento da comunidade
sobre as águas de sua região e de sua participação efetiva em seu gerenciamento.

Teresópolis apresenta grande riqueza de mananciais, principalmente no


Parque Nacional da Serra dos Órgãos e no Parque Estadual dos Três Picos,
devido à sua localização geográfica privilegiada. O município é cortado por
diversos rios, como os das Canoas, Formiga, Bengalas e Frades, além do Rio
Preto, que tem por af luentes os Rios Córrego Sujo, Vargem Grande e Paque-
quer. O conjunto de nascentes, lagos, rios e tributários constitui as sub-bacias
hidrográficas dos rios Paquequer e Preto, inseridas na Bacia do Rio Piabanha.

A Bacia do Rio Piabanha possui uma área de drenagem de 2.065 km², abran-
gendo 100% do município de Teresópolis e parte dos municípios de Areal,
Bacia hidrográfica – Área drenada
por um rio principal e seus afluentes, Petrópolis, São José do Vale do Rio Preto, Paty de Alferes, Paraíba do Sul e
incluindo nascentes, subafl uentes Três Rios. A sub-bacia hidrográfica do Rio Paquequer, uma das principais
etc. É a unidade territorial de plane- do município, compreende uma área de aproximadamente 269,08 km², entre
jamento e gerenciamento das águas. os distritos de Teresópolis (primeiro distrito) e Vale do Paquequer (segundo
distrito). O Paquequer é um dos principais rios desta bacia hidrográfica, com
cerca de 35 km de extensão. Atualmente, existem programas de controle de
qualidade de água nas nascentes dos rios já identifi cados.

Apesar da beleza da paisagem, é possível perceber a área degradada na Bacia


do Rio Piabanha e sub-bacias dos rios Paquequer e Preto – principalmente
por causa do assoreamento, da exploração para a irrigação e da contamina-

44
ção dos lençóis freáticos pela implantação de condomínios. Outra importante
questão é o desmatamento das matas ciliares e formações vegetais próximas Lençol freático – Depósito de água
às nascentes. nat u r a l no subsolo, ág ua s sub-
ter râneas que alimentam os r ios
Este conjunto de usos e seus impactos interferem diretamente na disponibi- perenes, garantindo a presença de
lidade de água para o abastecimento, uma vez que no período de estiagem já água durante todo o ano. A profun-
ocorre falta de água. Além disso, o descumprimento das normas estabelecidas didade do lençol freático depende
no Plano Diretor no tocante aos recursos hídricos e a falta de um trabalho de vários fatores.
quantitativo e qualitativo de mapeamento das nascentes dificultam a im- Plano Diretor – Lei municipal que
plementação de projetos pelo Comitê de Bacias Hidrográficas no município. estabelece diretrizes para a ade-
quada ocupação do município. É o
Um dos maiores desafios de Teresópolis é o desenvolvimento de um modelo instrumento básico da política de
de gestão dos recursos hídricos. A participação do município no Comitê da desenvolv imento municipal. Sua
Bacia Hidrográfi ca do Piabanha e das Sub-Bacias dos rios Paquequer e Preto, pr incipal f inalidade é or ientar o
bem como a existência de contatos iniciais com redes internacionais para o poder público e a iniciativa privada
gerenciamento de bacias hidrográfi cas (Rebob e Relob) viabilizariam a adoção no que se refere à construção dos
de ações estratégicas. espaços urbano e rural, e à oferta
dos serviços públicos essenciais, vi-
Mapa 3: Localização geográfica da bacia sando assegurar melhores condições
de vida à população.
hidrográfica do Rio Piabanha do Sul.

Comitê de Bacias Hidrográf icas


– Colegiados instituídos por lei, no
âmbito do Sistema Nacional de Re-
cursos Hídricos e dos Sistemas Esta-
duais. Considerados a base da gestão
Fonte: Ceivap (2009)
participativa e integrada da água,
tais comitês têm papel deliberativo,
Entretanto, a pouca atuação do Comitê de Bacias que abrange Teresópolis re-
são compostos por representantes
sulta na falta de implementação de projetos que contribuam para a sua gestão
do poder público, da sociedade civil
integrada. Este tipo de gestão – associada à revitalização do Rio Paquequer, à
e de usuários de água, e podem ser
melhoria do aproveitamento dos recursos hídricos, à recuperação de nascentes
ofi cialmente instalados em águas
e de matas ciliares, bem como ao manejo controlado da extração de areia nos de domínio da União e dos estados.
leitos dos rios – promoveria a conservação das águas do município.

45
Extração de areia – Para extração
de areia é preciso consultar e obter a
licença do Ibama e do Inea e seguir a
autorização do Departamento Nacio-
nal de Produção Mineral. A falta de
licença ou o exercício da atividade
em desacordo com a licença conce-
dida implicam pena de detenção de
seis meses a um ano, além de multa.

Poluição – Alteração das proprie-


dades físicas, químicas e biológicas
do meio ambiente pelo lançamento
de quaisquer substâncias sólidas,
Os mananciais de Teresópolis fazem parte da Bacia do Rio Piabanha
líquidas ou gasosas que se tornem
efetiva ou potencialmente nocivas à Discutir a gestão da bacia hidrográfica significa, sobretudo, abordar as variá-
saúde, à segurança e ao bem-estar veis socioeconômicas desta localidade, estabelecendo um conjunto de normas
da população, ou causem danos ou
e propostas para o uso sustentável dos recursos hídricos previstos no Plano
prejuízos à flora e à fauna.
Local de Desenvolvimento Sustentável, que deve estar integrado ao Plano de
Mata ciliar – Vegetação na margem Bacia do Comitê do Piabanha.
dos rios, lagos, nascentes, represas
e açudes. Consideradas áreas de
preservação permanente, as matas
ciliares protegem as margens contra
a erosão, evitando o assoreamento,
permitem a conservação da flora e
da fauna, regulam os fluxos de água
e são a proteção mais eficiente dos
solos onde se encontram.

O município apresenta diversos mananciais nas sub-bacias hidrográfi cas dos rios
Paquequer e Preto

46
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Sustentabilidade dos 9. Coibir as ocupações irregulares na FMP (Faixa Marginal
de Proteção).
recursos hídricos 10. Intensificar a fiscalização nas áreas de mananciais.
Estudos técnicos Gestão pública
1. Mapear as áreas de nascentes e mananciais na região, in- 11. Ampliar o quadro técnico da Secretaria Municipal de Meio
dicando a presença ou ausência de mata ciliar. Ambiente, por meio de concurso público.
Elaboração de programas e projetos 12. Integrar as atividades dos técnicos municipais com outros
órgãos ambientais.
2. Elaborar programas de revitalização das matas ciliares
(como o projeto “Nosso Paquequer”). 13. Refazer o Plano Diretor de Saneamento.
3. Elaborar projetos e apoiar a implantação das atividades do
Comitê de Bacias Piabanha, Paquequer e Rio Preto. Possíveis parceiros
4. Elaborar um projeto-piloto de produção de mudas de espécies Conservação Internacional do Brasil . Empresas privadas . Es-
nativas da Mata Atlântica, com a utilização da mão de obra colas . Firjan . Fundação O Boticário de Proteção a Natureza .
de trabalhadores rurais. Ibama . Instituições governamentais estrangeiras . Lions Club .
MP. OAB . ONGs . Pacto para a Conservação da Mata Atlântica
5. Desenvolver programas sustentáveis de extração artesanal
. Rottary Club . SEA . Secretaria Municipal de Meio Ambiente
de areia em trechos controlados dos rios.
. Sindicatos . Universidades.
Comunicação
6. Orientar a população sobre o uso sustentável dos recursos Possíveis fontes de financiamento
hídricos. CNPq . Comissão Europeia . Empresas associadas ao Comperj
7. Divulgar a existência e as atividades do Comitê de Bacias. . Faperj . Fauna e Flora Internacional . Finep . FunBio . Fundo
Nacional de Direitos Difusos . FNM A . MM A . Pibic . SEA .
Fiscalização Unesco . WWF Brasil.
8. Controlar e fiscalizar o despejo de resíduos nos rios, soli-
citando maior cumprimento das multas previstas.

47
BIODIVERSIDADE
A biodiversidade é a base do equilíbrio ecológico do planeta. Sua conser-
vação deve se concentrar na manutenção das espécies em seus ecossistemas
naturais, por meio do aumento e da implantação efetiva das áreas protegidas,
que asseguram a manutenção da diversidade biológica, a sobrevivência das
espécies ameaçadas de extinção e as funções ecológicas dos ecossistemas.

A biodiversidade interfere na estabilização do clima, na purificação do ar e


da água, na manutenção da fertilidade do solo e do ciclo de nutrientes, além
de apresentar benefícios culturais, paisagísticos e estéticos.
O macaco bugio é uma das espécies
ameaçadas de extinção na Mata
As principais formas de destruição da diversidade biológica são urbanização
Atlântica
descontrolada, ocupação irregular do solo, exploração mineral, desmatamen-
tos e fragmentação de ecossistemas, queimadas, superexploração de recursos
naturais, utilização de tecnologias inadequadas na produção f lorestal, pes-
queira, agropecuária e industrial, indefinição de políticas públicas e implan-
tação de obras de infraestrutura sem os devidos cuidados. Acrescentam-se
ainda a introdução de espécies exóticas da flora e da fauna e a comercialização
ilegal de espécies silvestres.

O Brasil possui 25% da biodiversidade mundial, reunindo uma riqueza difícil


de mensurar, pois há espécies que sequer foram identificadas. O Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estima o valor do patrimônio genético
brasileiro em US$ 2 trilhões (quatro vezes o PIB nacional). As cifras em jogo
são altas. Produtos da biotecnologia (biodiversidade explorada), como cos-
méticos, remédios e cultivares, constituem um mercado global que chega a
Teresópolis é famosa por suas orquídeas US$ 800 bilhões por ano, cifra semelhante à do setor petroquímico.
e orquidários

48
Teresópolis abriga uma grande variedade de ecossistemas. O Parque Na-
cional da Serra dos Órgãos, o Parque Estadual dos Três Picos, o Parque Natural
Municipal Montanhas de Teresópolis, as Áreas de Proteção Ambiental da Bacia
dos Frades e Jacarandá, as Reservas Particulares de Patrimônio Ambiental
Maria Francisca Guimarães e a Fazenda Suspiro, além de fragmentos isolados
de Mata Atlântica, são habitats para várias espécies da fauna e da flora.

Mapa 4: Áreas prioritárias para a preservação da


biodiversidade no município de Teresópolis e arredores

Fontes: IBGE, MMA, Petrobras

A extinção de espécies locais e a consequente degradação da biodiversidade


vêm preocupando os moradores do município por causa da falta de recursos
para a implementação de instrumentos de conservação e monitoramento da
diversidade biológica e para a melhoria da fi scalização.

49
Apreensão de pássaros durante ação de combate ao tráfi co de animais silvestres

Em Teresópolis existe potencial para o aproveitamento da biodiversidade nos


Biotecnologia – Aplicação tecno- processos biotecnológicos, de forma a contribuir para a tomada de decisão a
lógica que usa organismos vivos partir do conhecimento local. Entretanto, faltam estudos sobre este tema, o
ou seus derivados para fabricar ou
que difi culta a ação das autoridades competentes.
modif icar produtos ou processos.
Especialmente utilizada na agri- Um dos maiores problemas são as citadas áreas fragmentadas da Mata Atlân-
cultura, nas ciências dos alimentos tica, que, ao ficarem isoladas umas das outras, reduzem as possibilidades de
e na medicina. manutenção dos processos ambientais, contribuindo para a perda da biodi-
versidade regional.

50
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Proteção da biodiversidade 6. Promover campanhas de conscientização sobre as questões
relativas à preservação da biodiversidade local.
Articulação
1. Realizar parcerias e convênios para a captação de recursos
Possíveis parceiros
e elaboração de projetos voltados para a conser vação da Conservação Internacional do Brasil . Empresas associadas ao
diversidade biológica. Comperj . Escolas . Firjan . Fundação O Boticário de Proteção
2. Estabelecer convênios com universidades para a realização a Natureza . Ibama . ICMBio . Instituições governamentais
de cursos de especialização em gestão da biodiversidade no estrangeiras . Lions Club . MP. Nações Unidas . OAB . ONGs
município. . Pacto para a Conservação da Mata Atlântica . Rottar y Club
. SEA . Secretaria Municipal de Meio Ambiente . Sindicatos .
Planejamento Universidades . Voluntários.
3. Elaborar projetos de manejo, monitoramento e conservação
da f lora e da fauna. Possíveis fontes de financiamento
Capacitação Comissão Européia . Empresas associadas ao Comperj . Fauna
e Flora Internacional . Finep . FNMA .Funbio . MMA . SEA .
4. Realizar a capacitação de agentes multiplicadores em Edu- Unesco . WWF Brasil.
cação Ambiental.

Comunicação
5. Divulgar os resultados das pesquisas sobre a biodiversidade
em veículos de comunicação comunitários, escolas, univer-
sidades, associações e sindicatos.

51
MUDANÇAS CLIMÁTICAS
O aumento da concentração dos gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera
contribui para a retenção de calor na Terra, provoca a elevação da tempera-
tura média do planeta e é a principal causa das mudanças climáticas. Isso se
deve, principalmente, à queima de combustíveis fósseis (petróleo, gás natural
e carvão mineral), ao desmatamento, às queimadas e aos incêndios f lorestais.

As principais consequências do agravamento do efeito estufa são: tempe-


raturas globais médias mais elevadas, resultando em ruptura dos sistemas
naturais; mudanças nos regimes de chuva e nos níveis de precipitação em
muitas regiões, com impactos na oferta de água e na produção de alimentos;
maior incidência e intensidade de eventos climáticos extremos, como ondas
de calor, tempestades, enchentes, incêndios e secas; elevação do nível do mar
e alterações de ecossistemas, como o aumento de vetores transmissores de
doenças e sua distribuição espacial.

Na maioria dos países, a maior dificuldade para controlar a emissão de GEE


reside na queima de combustíveis fósseis para a obtenção de energia. Já no
Brasil, as principais causas são as queimadas e as emissões dos veículos au-
tomotores. A temperatura média no País aumentou aproximadamente 0,75ºC
no século 20, o que tem intensificado a ocorrência de secas e enchentes,
e provocou o surgimento de fenômenos climáticos que não ocorriam no
Brasil, como furacões.

Teresópolis apresenta boa qualidade do ar. As preocupações dos parti-


cipantes do município com relação às mudanças climáticas são o excesso de
carros de passeio e veículos pesados que circulam na região e a emissão de
gás metano proveniente do aterro sanitário.

Neste aspecto, os programas de ref lorestamento, além de importantes para a


qualidade ambiental do município, também representam a possibilidade de
ganhos com os créditos de carbono.

Os participantes do Fórum demonstraram preocupação com a possibilidade


da chegada de indústrias poluidoras, a partir da instalação do Comperj, uma
vez que a fi scalização dos órgãos ambientais é insufi ciente e que não há mo-
nitoramento da qualidade do ar.

52
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Combate às mudanças climáticas Gestão pública
9. Ampliar o quadro técnico da Secretaria Municipal de Meio
Infraestrutura Ambiente, através de concurso público.
1. Implantar um conjunto de estações de monitoramento da 10. Elaborar legislação própria para proibir circulação de veí-
qualidade do ar antes da implantação do Comperj. culos pesados na cidade em determinados horários.
2. Implantar ciclovias, ciclofaixas e bicicletários no município. 11. Integrar os técnicos municipais com outros órgãos ambientais.
3. Promover a melhoria do transporte público, reduzindo o 12. Fornecer incentivos fiscais específicos para instalar indús-
f luxo dos veículos particulares nas vias. trias de baixo potencial poluidor.
Planejamento Fiscalização
4. A mpliar os programas de educação ambiental, v isando 13. Assegurar fiscalização rigorosa e a adequação das fábricas
combater as causas do aquecimento global. poluentes às normas vigentes.
Elaboração de projetos
5. Realizar projetos sustentáveis no município com o apoio
Possíveis parceiros
das indústrias já instaladas e daquelas que virão durante a Conservação Internacional do Brasil . Empresas associadas ao
construção e operação do Comperj. Coimperj . Escolas . Firjan . Fundação O Boticário de Proteção
a Natureza . Ibama . Instituições governamentais estrangeiras
6. Elaborar projetos de ref lorestamento para o sequestro de
. Lions Club . MP . OAB . ONGs . Pacto para a Conservação da
carbono.
Mata Atlântica . Rottary Club . SEA . Secretaria Municipal de
Comunicação Meio Ambiente . Sindicatos . Universidades . Voluntários.
7. Realizar seminários sobre créditos de carbono e políticas
ambientais internacionais. Possíveis fontes de financiamento
8. Divulgar os resultados do monitoramento da qualidade do CNPq . Comissão Européia . Empresas associadas ao Comperj
ar por meio de campanhas educativas. . Faperj . Fauna e Flora Internacional . Finep . FNMA . Funbio
. Fundo Nacional de Direitos Difusos . MM A . Pibic . SEA .
Unesco . WWF Brasil.

53
2 Ordem Física
HABITAÇÃO
A Agenda 21, em seu capítulo 7, afi rma que o acesso à habitação segura e sau-
dável é essencial para o bem-estar físico, psicológico, social e econômico das
pessoas e que o objetivo dos assentamentos humanos é melhorar as condições de
vida e de trabalho de todos, especialmente dos pobres, em áreas urbanas e rurais.

Essa menção especial aos mais pobres se deve ao fato de que estes tendem a
estar nas áreas ecologicamente mais frágeis ou nas periferias das grandes
cidades. Moradores instalados em assentamentos precários estão mais sujeitos
a problemas como falta de saneamento e de serviços públicos adequados e a
desastres naturais, como inundações e deslizamentos de terra.

O déficit habitacional do Brasil é de 5,8 milhões de domicílios. Com os projetos


de habitação popular no País sendo guiados pelo menor preço, é importante
considerar os novos parâmetros propostos pela construção sustentável ao se
Déficit habitacional – Número de planejarem os investimentos necessários para atender a essa imensa demanda.
domicílios improvisados, inadequa-
dos para se viver e/ou onde existe Além de evitarem o desperdício de água e de energia, novas tecnologias
coabitação familiar e/ou onde famí- garantem conforto e segurança, e facilitam a utilização de materiais que
lias pobres pagam um aluguel que causam menos impactos ambientais. As habitações sustentáveis também se
excede 30% da sua renda familiar. mostram mais econômicas e eficientes a médio prazo.

Em Teresópolis, os participantes preocupam-se com a migração de


pessoas para o município, apesar de reconhecerem que faltam informação e
conhecimentos sobre dinâmica demográfi ca e sustentabilidade.

Eles também demonstraram preocupação com a ocupação desordenada e indevida


de morros, encostas e áreas de proteção, com a existência de moradias localizadas
em área de risco e em Unidades de Conservação (UCs3 – APPs e FMPs) e com o
grande número de moradores das encostas e favelas. Os participantes do Fórum
atribuíram o problema à falta de políticas habitacionais eficientes, aliada à falta
de sensibilização da população, o que está causando a degradação ambiental
das áreas protegidas. No entanto, reconheceram que há alguns avanços, como
o controle inicial de limites entre favelas e as UCs, por parte da Secretaria Mu-
nicipal de Meio Ambiente e Defesa Civil (inclusive com demolição de imóveis).

Vista da cidade, com a Serra dos No tocante à habitação, Teresópolis apresenta um índice preocupante: 26% de
Órgãos ao fundo sua população vivem em favelas. Quando comparado ao índice de 19%, obser-
vado na capital do estado, pode-se ter um parâmetro da extensão do problema.

3 As Unidades de Conservação (UCs) podem ser do tipo Área de Proteção


Ambiental (APA), Área de Preservação Permanente (APP) e Faixa Marginal de
Proteção (FMP).

56
Mapa 5: Localização das áreas
de habitação não convencionais

Fonte: Embraero Aerofotometria LTDA/Prefeitura Municipal de Teresópolis

Segundo o Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável4 , a ocupação de


encostas em Teresópolis é intensa, com edificações em terrenos de declividade
acentuada, e cresce de forma aleatória e desordenada.

4 PMT/FGV, Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável – Documento Técnico,


2006, p. 109-110.

57
Uma ação para coibir a ocupação de áreas irregulares, que contou com a
aprovação do grupo, foi a cooperação entre a Secretaria Municipal de Meio
Ambiente e Defesa Civil, a Ampla e a Companhia Estadual de Águas e Esgo-
tos (Cedae), para que sejam feitas instalações de fornecimento de água e luz
somente em áreas permitidas.

A necessidade de providenciar habitação popular digna é apontada como


uma providência necessária para resolver questões como a existência de uma
comunidade ao redor do aterro sanitário e a presença de moradores de rua.

A topografia do município torna o crescimento desordenado uma fonte de


preocupação, já que há grandes áreas de risco sem políticas públicas e, ape-
sar da existência de plano municipal de redução de risco – com implantação
prevista para 20 anos (Plano de Vigência) –, falta implementá-lo no que diz
respeito à questão de assentamentos humanos.

Além disso, respaldados pela memória das tragédias ocorridas no município,


os participantes apontaram a falta de um sistema de evacuação de emergência
das encostas no caso de catástrofes.

A adoção da Lei Municipal sobre uso e ocupação do solo, em processo de


revisão pelo Conselho da Cidade, é vista como potencialidade. No entanto,
os participantes do processo mencionaram a falta de política e de estudos
adequados para o uso do solo (uso econômico, parcelamento de solo, entre ou-
Casas populares foram construídas no tros), tendo em vista a escassez de áreas planas para assentamentos humanos
bairro de Fonte Santa, benefi ciando no município (estimada em apenas 10% da área total).
moradores removidos de áreas de risco
Apesar da preocupação com a falta de política de moradia popular e infraes-
trutura habitacional, os membros do Fórum reconhecem que o Conselho da
Cidade está funcionando e que está em curso pela Câmara Técnica do Conselho
Municipal da Cidade a elaboração de um Plano e de um Fundo de Habitação
de interesse social. Este conselho – de caráter consultivo, deliberativo e fis-
calizador – tem reuniões regulares e representação da sociedade civil.

Entre os investimentos previstos pelo Programa de Aceleração do Crescimento


(PAC) para o Estado do Rio de Janeiro, entre 2007 e 2010, Teresópolis está
contemplada com R$ 71.700 para a elaboração de seu Plano Municipal de
Habitação e com R$ 11.617.700 para novas habitações, em Fonte Santa e na
sede do município, e para a urbanização da Quinta do Lebrão.

Os participantes informaram que a Caixa Econômica Federal (CEF) liberou


recursos do programa federal “Minha Casa, Minha Vida” para a construção
de 2 mil casas. Na Fonte Santa, em parceria com o estado, foram entregues
45 casas em 2009, e serão entregues mais 27 em 2010; no mesmo local, o
próprio município entregará 25 casas em 2010. Na Quinta Lebrão, o municí-
pio já entregou quatro blocos de apartamentos, entregará em breve mais 90
casas e, em parceria com o estado, serão entregues outras 90 casas em 2011.

58
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Plano de crescimento ordenado • Implementação da Lei de Uso
Gestão pública e Parcelamento do Solo
1. Elaborar políticas públicas para conter a ocupação humana Comunicação
nas áreas de risco e de ocupação irregular.
1. Divulgar a Lei de Uso e Parcelamento do Solo.
2. Implementar o Plano Municipal de Redução de Riscos ( já
em andamento). Gestão pública
3. Integrar os órgãos da prefeitura (Secretaria Municipal de 2. Elaborar políticas conservacionistas e preservacionistas em
Meio Ambiente, Fiscalização, Planejamento Urbano). relação ao uso e parcelamento do solo.
4. Atualizar a Lei de Uso e Parcelamento do Solo.
5. Retirar e demolir os imóveis construídos em Áreas de Pre-
• Plano de habitação popular
servação Permanente e em áreas de risco, com a realização Estudos técnicos
de Programas de Recuperação de Áreas Degradadas (Prads).
1. Mapear as áreas adequadas e disponíveis para os assenta-
6. Considerar no Plano de Crescimento Ordenado as informações mentos urbanos populares.
relativas aos impactos provenientes da instalação do Comperj.
7. Verificar necessidades de infraestrutura para atender ao
Gestão pública
crescimento demográf ico (transpor te, escolas, áreas de 2. Executar o Plano Local de Habitação de Interesse Social, crian-
lazer, entre outros). do a infraestrutura necessária nos novos assentamentos.

Estudo técnico 3. Elaborar um plano de adequação e regularização de pro-


priedades em áreas de UC e de risco, estabelecendo critérios
8. Rea l i za r o mapea mento da s á rea s de r i sco e x i stentes para as que permanecem ou não.
no mu n icípio.
4. Promover a regularização da titularidade de terra nos as-
Elaboração de programas sentamentos recém-ocupados.
9. Desenvolver programas integrados de controle da ocupação 5. Assegurar o remanejamento das famílias moradoras do lixão
urbana para evitar novas ocupações em Áreas de Preserva- de Teresópolis e a formação de cooperativa de catadores.
ção Ambiental e de risco. 6. Evitar a especulação imobiliária, estabelecendo critérios
10. Criar um programa de adequação e regularização de proprieda- para os candidatos aos assentamentos populares.
des em zonas de amortecimento de Unidades de Conservação,
promovendo a titularidade adequada de cada situação. Possíveis parceiros
Comunicação Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Teresópolis (ACIAT)
11. Realizar campanhas de sensibilização sobre as questões am- . Associações . Cedae . Concessionária Rio-Teresópolis (CRT) . Coo-
bientais relacionadas à habitação (mídias, cursos, eventos, perativas . Corpo de Bombeiros . Crea . Defensoria Pública . DNIT
entre outros). . Emater . Empresas associadas ao Comperj . ICMBio . Inea . MDA
. Movimento Nossa Teresópolis . MP . ONGs . Parque Estadual dos
12. Informar a população sobre a importância da preservação Três Picos . Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Parnaso) . PMERJ
das Unidades de Conservação, incentivando que cada cidadão . SEA . Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil . Secretarias
denuncie irregularidades através de serviço de denúncia. Municipais (Desenvolvimento Social, Saúde, Obras e Serviços Pú-
blicos, Segurança Pública, Planejamento, Meio Ambiente, Educação,
• Integração dos moradores de rua Agricultura) . Sindicatos . Universidades . Veículos de comunicação .

Elaboração de programas e projetos Possíveis fontes de financiamento


1. Elaborar um programa que vise recolher moradores de rua
Banco do Brasil . Bird . BNDES . Caixa Econômica Federal .
e enviá-los às cidades de origem.
Fundo Nacional de Transporte . Ministérios (Cidades, Ciência
2. Desenvolver projetos de reintegração social dos moradores e Tecnologia).
de rua por meio de capacitação e absorção da mão de obra.

59
SANEAMENTO
Saneamento ambiental é o conjunto de práticas voltadas para a conservação
e a melhoria das condições do meio ambiente em benefício da saúde. Envolve
abastecimento de água, esgoto sanitário, coleta de resíduos sólidos, drenagem
urbana e controle de doenças transmissíveis.

De acordo com a Síntese de Indicadores Sociais 2010 do IBGE, em 2009, 62,6%


dos domicílios brasileiros urbanos eram atendidos, ao mesmo tempo, por rede
de abastecimento de água, rede coletora de esgoto e coleta de lixo direta,
porém com grande disparidade entre as regiões do País (13,7% no Norte e
85,1% no Sudeste). Consequência da rápida urbanização do País, esse quadro
indica que o saneamento é um dos pontos mais críticos da crise urbana no
Brasil e demanda medidas urgentes da maioria dos municípios brasileiros.

Além do comprometimento ambiental resultante da ausência de saneamento


adequado, são consideráveis as perdas econômicas e sociais causadas pela
morbidade e mortalidade que atingem principalmente as crianças. O Ministério
da Saúde estima que cada R$ 1 investido em saneamento retorna em R$ 5 de
custos evitados no sistema de saúde pública.

Em Teresópolis, estudos técnicos revelam que o sistema de abasteci-


mento de água no município utiliza dez mananciais para captação, com 300
km de rede de distribuição e 18.573 ligações totais, sendo 15.564 (83,8%) com
hidrômetro. Fazem parte do sistema duas Estações de Tratamento de Água
(ETA) e 34 reservatórios, com capacidade total de 12.996 m 3 e 32 elevatórias.

Teresópolis conta com 100% de cobertura na sua coleta de lixo

60
Nas áreas rurais da Bacia do Rio Paquequer, constatou-se que aproximada-
mente 65% dos domicílios destinam o esgoto para sumidouro; 18,75%, direto
para o corpo receptor mais próximo; 12,50% para fossa séptica; e apenas
3,12% para valas.

A porcentagem de moradias em Teresópolis sem água, luz, coleta de lixo ou


instalações sanitárias adequadas é de 37%, à frente apenas do município de
Rio das Ostras, com 42%.

O Plano Municipal de Saneamento deverá ficar pronto no segundo semestre O Aterro Sanitário Municipal dá
de 2010, após coleta de dados e análise técnica na Câmara Técnica de Sa- destinação ecologicamente correta
aos resíduos sólidos produzidos em
neamento do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Comdema).
Teresópolis, Carmo, São José do Vale do
Rio Preto e Sumidouro.
Esgoto Sanitário
Sob o aspecto sanitário, Teresópolis utiliza-se da rede pluvial para as liga-
ções de esgoto, além de fossas sépticas, fossas rudimentares, valas, sarjetas e
galerias. Isto ocorre quando há disponibilidade desses meios de ligação – em
caso contrário, é utilizada a superfície do solo ou rios e riachos.

No município não há sistema público de coleta e tratamento de esgoto, mas a


lei municipal 2.199/2002 determina sua implantação: “As edifi cações já exis-
tentes, desprovidas de adequadas instalações de tratamento, deverão adaptar-
se ao que dispõe esta Lei, no prazo de 12 (doze) meses, a partir da intimação
de que trata o § 1º do artigo 8º.”Os participantes do processo demonstraram
preocupação com a falta de saneamento básico e tratamento de efl uentes,
despejados diretamente nos rios serranos que integram a Bacia do Paraíba
do Sul. Observam que a população está aumentando, mas não há captação e
tratamento adequado do esgoto, e informam que a situação se agrava com a
incerteza na definição de responsabilidade sobre o tema (prefeitura x Cedae).
Enquanto isso, em muitos casos, os efluentes vão direto para os rios in natura,
levando à contaminação dos lençóis freáticos e dos rios.

Como pontos positivos, foram mencionadas a existência de Câmara Técnica


de Saneamento no Conselho de Meio Ambiente (que está propondo um projeto-
piloto de tratamento de esgoto) e a lei municipal que exige a construção de
fossa e fi ltro para as novas casas.

Existem propostas aprovadas de construção de pequenas estações de trata-


mento de esgoto no Orçamento Participativo de 2010.

Abastecimento de Água
O abastecimento de água está sob a responsabilidade da Companhia Estadual
de Água e Esgoto (Cedae), porém, como o contrato da empresa está vencido,
em 2010 haverá licitação para a prestação dos serviços.

61
De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS),
a Cedae atendia, no ano de 2006, 95,55% dos domicílios do município, com
cobertura total na área urbana – informações estas questionadas pelo Fó-
rum. Mas, mesmo onde há acesso ao abastecimento, há reclamação quanto
ao fornecimento de água irregular e sazonal (ex.: além dos bairros mais altos,
Albuquerque, entre outros).

A necessidade de se promover o uso sustentável da água aparece na menção


à falta de consciência da população, do poder público e de empresas sobre
o bom uso dos recursos hídricos (conservação, acompanhamento popular da
qualidade das águas, desperdício na lavagem de calçadas e automóveis etc.).
Os participantes têm consciência de que a falta de preservação dos recursos
ambientais (desmatamento, falta de saneamento básico, entre outros) é uma
ameaça ao abastecimento futuro.

Além disso, há preocupação com a qualidade da água, uma vez que faltam
análises mais completas para classificar, quantificar e divulgar a contaminação
existente (ex.: se há resíduos de agrotóxicos ou poluição por lançamento de
esgotos) que possibilitem futuras intervenções adequadas. A Cedae informa que
atende rigorosamente aos padrões de potabilidade estabelecidos pela Portaria
518/04 do Ministério da Saúde, realizando o monitoramento da água na rede
Estação de Tratamento de Esgotos de distribuição e apenas nos mananciais utilizados pelas Estações e Unidades
(ETE) – Infraestrutura que trata as
de Tratamento. A companhia informa que também disponibiliza os resultados
águas residuais de origem doméstica
das análises da água tratada na conta de água enviada para seus clientes.
e/ou industrial, comumente chama-
das de esgotos sanitários ou despe- Foram identificadas como potencialidades as ações em curso propostas pelo
jos industriais. Após o tratamento, Ministério Público para incentivar parcerias para a despoluição do Rio Paque-
são escoadas para o mar ou rio com quer e seus afl uentes (junto aos bairros de Granja Guarani e Quebra Frasco)
um nível de poluição aceitável (ou,
e gestão da Bacia do Rio Meudon, voltadas para a preservação dos recursos
então, são “reutilizadas” para usos
hídricos do município. Outra potencialidade informada foi a existência de
domésticos), através de um emissá-
uma lei sobre o aproveitamento da água da chuva (Código de Obras), o que
rio, conforme a legislação vigente
para o meio ambiente receptor.
pode indicar o início da formação de política pública voltada para a susten-
tabilidade dos recursos hídricos.

62
Mapa 6: Descrição do sistema de abastecimento de água

Fonte: Embraero Aerofotometria LTDA/Prefeitura Municipal de Teresópolis

Drenagem Pluvial
A área urbana conta com uma rede de rios canalizados e/ou enterrados,
bueiros, galerias e manilhas que conduzem as águas pluviais até os córregos,
para finalmente desaguar no Rio Paquequer. Mas, na época de chuvas mais
fortes, Teresópolis sofre com enchentes e deslizamentos que causam problemas
de erosão, inundação e até mortes. A área rural tem problemas similares,
agravados pela deficiência de infraestrutura.

63
Devido ao mau dimensionamento de alguns condutores, lixo nos bueiros,
impermeabilização das superfícies urbanizadas e assoreamento dos rios, a
condução de grandes quantidades de água é inadequada. Além das águas da
chuva, a rede de drenagem pluvial também recebe esgotos, o que, entre outros
problemas, aumenta o risco de doenças durante enchentes. A Câmara Técnica
de Saneamento do Comdema (Conselho Municipal de Desenvolvimento e Meio
Ambiente) já está analisando possíveis ações corretivas no Córrego Meudon,
baseadas num projeto da antiga Serla.
A Prefeitura coleta o material reciclável
e entrega à Associação Serrana de Resíduos Sólidos
Catadores
Teresópolis já conta com um Plano Diretor de Resíduos Sólidos em implan-
tação e a cobertura da coleta é de 100%. O município dispõe de um aterro
sanitário e consórcio intermunicipal para destinação de resíduos, possibili-
tando o aumento do repasse do ICMS-Verde. O projeto de aterro sanitário já
foi licenciado pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Outra importante
iniciativa local é o recolhimento de óleo usado, de baterias e de garrafas PET.

Durante a etapa de levantamento de percepções, foi informado que falta co-


leta seletiva de lixo e reciclagem. Posteriormente, no entanto, foi informado
Aterros – Existem três formas de
que em 2010 está em implantação o serviço de coleta seletiva “Teresópolis
d isposição de resíduos em ater-
Recicla”, que atenderá a 20% das residências. Há preocupação com o depó-
ros: os aterros sanitários, que rece-
sito indevido de resíduos, apesar de já haver um programa-piloto (“Fazendo
bem os resíduos de origem urbana
(domésticos, comerciais, públicos,
a Diferença”) a partir de educação ambiental em cinco escolas do município
hospitalares etc.); os industr iais e alguns projetos de compostagem em curso, que podem se articular com as
(somente para resíduos considerados iniciativas de agricultura orgânica.
perigosos); e os aterros controlados
Os participantes lamentaram a inadequação dos depósitos de lixo (locais
para lixo residencial urbano, onde
construídos pela prefeitura e caixas coletoras particulares), permitindo que
os resíduos são depositados e rece-
bem uma camada de terra por cima. o lixo seja indevidamente remexido e o transporte dos detritos seja feito em
Na impossibilidade de reciclar o caminhões abertos, sem a devida proteção tanto para o material transporta-
lixo por compostagem acelerada ou do quanto para os funcionários (o trabalho não segue as normas da Agência
a céu aberto, as normas sanitárias Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa).
e ambientais recomendam a adoção
de aterro sanitário e não controlado.
Outro problema a ser solucionado é a precariedade da coleta na área rural
(destinação ilegal nos rios e queima de resíduos).

64
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Gestão das águas 5. Implementar soluções negociadas que permitam o cumprimento
da legislação municipal sobre fossas e fi ltros, solicitando a
adequação de infraestrutura às construções já existentes.
Comunicação
1. Informar a população quanto ao uso dos recursos hídricos.
2. Realizar campanha de orientação sobre doenças decorrentes
• Plano de gestão de resíduos sólidos
de veiculação hídrica. Planejamento
3. Cr iar programa de redução de desperdício de água na 1. A mpliar a coleta seletiva de resíduos sólidos (inclusive
irrigação, inclusive com campanhas de sensibilização da pilhas, baterias e óleos) para todos os bairros do município.
comunidade, empresas e indústrias. 2. Replicar o projeto de coleta seletiva “Fazendo a Diferença”
Fiscalização em todas as escolas do município.

4. Cobrar maior controle e fiscalização dos resíduos jogados 3. Aplicar tecnologias alternativas para a destinação dos re-
nos rios, solicitando a aplicação das multas previstas. síduos sólidos.

Elaboração de programas Comunicação


5. Elaborar programas de revitalização das matas ciliares para 4. Informar a população sobre a importância da compostagem,
a proteção das nascentes e mananciais. capacitando-a para a instalação de canteiros.

6. Desenvolver programas de recomposição das matas ciliares Infraestrutura


através do plantio de espécies frutíferas de aproveitamento 5. Construir ecopontos de coleta planejados em locais estra-
econômico, por meio de incentivos fiscais. tégicos e adequados à coleta seletiva.
7. Elaborar programas de despoluição dos rios das bacias hi- 6. Criar uma central de aproveitamento de resíduos da cons-
drográficas do município (Paquequer e Preto). trução civil e afins.
8. Realizar um programa de captação das águas pluviais e
aproveitamento do recurso (Lei do Código de Obras). Articulação
7. Realizar parcerias para aproveitamento do gás metano,
Gestão pública proveniente do aterro sanitário (biogás).
9. Assegurar que as águas do município continuem públicas,
com contrato de metas e acompanhamento por meio de Gestão pública
mecanismos de controle social. 8. Realizar a gestão do aterro controlado.
9. Revisar o Plano Diretor de Resíduos Sólidos.
• Plano de tratamento de esgotos 10. Assegurar a universalização da coleta de lixo, realizada
Articulação com maior frequência.

1. Realizar arranjos regionais, mediante parcerias com os 11. Adequar a frota às normas de proteção da Anvisa.
governos federal, estadual e municipal, implantando pro-
gramas e projetos de tratamento de esgotos, recuperação de Possíveis parceiros
áreas de matas ciliares degradadas, diminuição e controle
Anvisa . Associações . Cedae . Comitê de Bacia Hidrográficas
do uso de agrotóxicos.
dos Rios Paquequer e Preto . Cooperativas . Crea . Emater .
Gestão pública Inea . Lions Club . ONGs . Parque Nacional da Serra dos Órgãos
(Parnaso) . Parque Estadual dos Três Picos . Rottary Club . SEA
2. Realizar um projeto-piloto de despoluição do trecho inicial do . Sebrae . Secretarias Municipais (Saúde, Obras e Serviços Pú-
Rio Paquequer, a ser replicado nas demais bacias hidrográficas. blicos, Planejamento, Educação, Agricultura e Meio Ambiente)
3. Elaborar um projeto-piloto de biodigestor como forma de dar . Senai . Sesc . Sesi . Sindicatos . Universidades.
um destino ao esgoto, a ser replicado em outras localidades
do município. Possíveis fontes de financiamento
4. Cumprir a lei municipal que exige a construção de fossa e
BNDES . CNPq . Comissão Europeia . Faperj . Finep . Pibic.
filtro para as novas casas.

65
MOBILIDADE E TRANSPORTE
Praticamente todos os aspectos da vida moderna estão ligados a sistemas
de transporte que permitem o deslocamento de pessoas, matérias-primas
e mercadorias. Nosso ambiente, economia e bem-estar social dependem de
transportes limpos, eficientes e acessíveis a todos. No entanto, os meios de
transporte disponíveis são insustentáveis e ameaçam a qualidade de vida e
a saúde da população e do planeta.

Nos últimos 30 anos, os investimentos públicos no Brasil privilegiaram a


infraestrutura voltada para a circulação dos automóveis. Além da poluição
atmosférica e sonora, este modelo de transportes gera um trânsito caótico e
violento, que causa acidentes com milhares de mortes todos os anos.

Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), o


setor de transportes já é responsável por um quarto das emissões de dióxido de
Todos os bairros urbanos são atendidos carbono em todo o mundo. A tendência é que entre 2005 e 2030 essas emissões
pelo transporte público aumentem 57%, sendo 80% deste crescimento nos países em desenvolvimento
e, em sua grande maioria, provenientes de carros particulares e caminhões.

Sistemas de transportes sustentáveis demandam uma boa distribuição de


ser viços nos bairros, de forma a reduzir a necessidade de deslocamentos,
assim como transporte público de qualidade e ciclovias.

Em Teresópolis , a falta de um Conselho Municipal de Transporte é uma


questão levantada pelos participantes, que também reclamaram da falta de
serviço de atendimento ao usuário e da péssima pavimentação das ruas.

Há muitas reclamações quanto ao transporte coletivo, que é considerado


caro (o valor da passagem não é proporcional ao trajeto) e com atendimento
inadequado, sendo que as maiores reclamações recaem sobre os horários e
o tempo de espera, além da falta de integração. A razão apontada para esta
situação é que o serviço é monopolizado.

Todos os bairros da área urbana são servidos por ônibus, porém há distritos
com localidades sem atendimento de transporte público. O município tem uma
cooperativa de vans para serviço intramunicipal e intermunicipal.

Teresópolis é servida por duas estradas federais: a BR-116, que acessa Gua-
pimirim ao sul e São José do Vale do Rio Preto ao norte; e a BR-495, estrada
serrana que alcança Petrópolis, a oeste. A rodovia estadual RJ-130 acessa
Nova Friburgo, a leste.

O acesso principal a Teresópolis é realizado pela BR-116. Há tempos existe


um debate sobre a necessidade de construção de uma nova estrada, porém há
sérios questionamentos sobre os impactos que a obra poderá causar – entre

66
eles, danos ambientais ao Parque Estadual dos Três Picos. Recentemente, foi
aprovado, com início para 2010, o projeto de construção da terceira faixa de
rolamento na BR-116, no trecho da Serra dos Órgãos.

Entre os investimentos recentes no setor estão a aquisição de 18 abrigos de


passageiros para paradas de ônibus urbanos e ações diversas de segurança
no trânsito. Há planos e estudos para construção de ciclovias e ciclofaixas.

Mapa 7: Localização das principais estradas

Fonte: DER-RJ (2006)

A cidade possui terminal rodoviário e está conectada a Carmo, Magé, Guapi-


mirim, Niterói, Nova Friburgo, Nova Iguaçu, Petrópolis, Rio das Ostras, Rio
de Janeiro, Sapucaia, São Paulo e Juiz de Fora.

67
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Plano de adequação do transporte Planejamento
8. Integrar os horários do transporte coletivo de acordo com
Gestão pública as necessidades da população.
1. Cobrar da Secretaria Municipal de Obras o cumprimento da 9. Acompanhar a licitação do serviço de transporte, propician-
pavimentação permeável, permitindo a recarga dos aquíferos. do a entrada de novas empresas, em uma concorrência sadia.
2. Criar uma Câmara Técnica de Transporte e Mobilidade no 10. Melhorar o transpor te coletivo, com novas concessões,
Conselho Municipal da Cidade. visando ao fim do monopólio.
3. Elaborar um serviço de atendimento ao usuário nesta mesma
Câmara. Possíveis parceiros
4. Reativar o Conselho Municipal de Transporte, visando à Associações . Cooperativas de transporte alternativo . DER .
elaboração do Plano Diretor de Transporte Público. DNER . Empresas Associadas ao Comperj . IBGE . ONGs . Uni-
5. Cobrar o cumprimento da regulamentação do transporte de versidades.
carga na cidade, examinando o Plano Diretor.
6. Remover o pedágio dos Três Córregos para o limite do mu- Possíveis fontes de financiamento
nicípio (km 14). Banco do Brasil . Bird . BNDES . Caixa Econômica Federal .
7. Permitir o controle social dos custos do transporte público. CT- Transporte.

68
SEGURANÇA
Justiça e paz são aspirações humanas legítimas. Sua falta representa uma perda
para a qualidade de vida. Segurança é um tema que transcende as ações policiais
e judiciais de repressão e contenção da violência armada e prevenção de mortes.

Relaciona-se diretamente com a redução da evasão escolar, distribuição de


renda, inclusão social, atenção básica à saúde, reforma urbana e rural, e
solução das questões habitacionais. Ao tratar do tema, também é preciso
dedicar atenção especial às questões que envolvem violência doméstica, de
gênero, racismo e todo tipo de intolerância.

Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), só a criminalidade


violenta custa cerca de R$ 140 bilhões por ano ao País. Os custos totais da
criminalidade são estimados em 10% do PIB brasileiro. Portanto, segurança
pública também está relacionada a desenvolvimento econômico.

No Rio de Janeiro, com indicadores de segurança no mesmo patamar dos de


países em guerra, o desafio da construção de um Estado seguro e acolhedor
para seus cidadãos é a questão de fundo por trás de todos os objetivos. Con-
quistar a redução e o controle da violência armada implica compromissos e
processos de longo prazo, com financiamento continuado e envolvimento de
amplos setores da sociedade, aliados a políticas públicas eficazes.

Batedores da Guarda Municipal

69
Guardas municipais fazem a ronda de bicicleta

Em Teresópolis, como nos demais municípios do estado, a Secretaria


de Estado de Segurança (Seseg) é o órgão responsável pela segurança pública
estadual. A partir de 1999, para estruturar o setor, foram criadas as Áreas
Integradas de Segurança Pública (Aisp), reunindo um batalhão da Polícia
Militar do Estado do Rio de Janeiro (Pmerj) e uma ou mais Delegacias de
Polícia Civil (Pcerj).

Cada AISP criou um Conselho Comunitário de Segurança para avaliar a área e a


qualidade do serviço prestado pela polícia com a gestão participativa da socie-
dade, contribuindo com a adoção de soluções integradas e o acompanhamento
dos resultados das medidas adotadas. Até o fi nal de 2010, a Seseg concluirá o
Projeto de Pesquisa de Análise Preliminar do Impacto do Comperj na área da Se-
gurança Pública, com o objetivo de dimensionar seu sistema e traçar estratégias.

As preocupações mencionadas pelo grupo com a segurança em Teresópolis


estavam muito voltadas para a ocorrência de violência contra a mulher e a
necessidade de um setor de atendimento à mulher na delegacia. Nesse senti-
do, foi informado que a Guarda Municipal está capacitada para atender às
mulheres em situação de risco, mas falta capacitação para a Polícia Militar
no atendimento ao público feminino.

A Guarda Municipal tem um contingente de 144 profissionais treinados no


município, com um escopo de atuação voltado para o trânsito e a proteção
do patrimônio.

Os participantes consideraram alta a incidência de violência contra o menor nas


famílias e manifestaram preocupação também com os maus-tratos aos idosos.

Além disso, mencionaram a alta incidência de tráfi co de drogas e o aumento


dos casos de roubos e furtos. Em 2009, a Polícia Civil registrou 5.577 ocor-
rências criminais na 110ª DP, que atende a cidade. Chama a atenção o total
de lesões corporais e ameaças físicas.

70
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Plano de segurança pública Comunicação
8. Divulgar as leis previstas para os maus-tratos aos idosos,
Infraestrutura aplicando as suas punições.
1. Instalar uma Delegacia da Mulher no município. 9. Disponibilizar informações de serviços públicos para toda
2. Construir um centro de acolhimento aos idosos. a população (Conselho Tutelar, Juizado da Infância e da
Adolescência, Conselho do Meio Ambiente, Linha Verde,
Capacitação 199, Defesa Civil e outros).
3. Realizar capacitação em gestão de orçamento doméstico 10. Promover a conscientização das mulheres quanto à Lei
e geração de renda, prioritariamente nas áreas de maior Maria da Penha.
carência e com problemas de segurança.
4. Promover a capacitação da Guarda Municipal, bem como Possíveis parceiros
das Polícias Militar e Civil, para o pronto atendimento às
Associações . Conselho Tutelar . Cooperativas . ONGs . PMERJ .
mulheres que se encontram em situação de risco social.
Secretarias Municipais (Mulher, Desenvolvimento e Ação Social,
5. Realizar cursos profissionalizantes. Educação, Cultura, Esporte e Lazer) . SESC . Sindicatos . Vara
da Infância, Juventude e do Idoso . Veículos de comunicação.
Gestão pública
6. Adotar a edu cação em tempo integral.
Possíveis fontes de financiamento
7. Fornecer infraestrutura para esporte e lazer em comunida-
BNDES . Comissão Europeia . Finep . Ministério da Justiça . Pronasc
des de risco social.

71
3 Ordem Social
EDUCAÇÃO
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência
e a Cultura (Unesco), a educação, em todas as suas formas, molda o mundo
de amanhã, instrumentalizando indivíduos com habilidades, perspectivas,
conhecimento e valores necessários para se viver e trabalhar.

O capítulo 36 da Agenda 21 Global afi rma que a educação e a consciência pública


ajudam as sociedades a desenvolver plenamente suas potencialidades e que o
ensino, tanto formal quanto informal, é indispensável para modificar a atitude
das pessoas, de forma a capacitá-las para avaliar e enfrentar os obstáculos ao
desenvolvimento sustentável. Para despertar a consciência ambiental e ética,
A nota de Teresópolis no Ideb foi superior
também são fundamentais valores e atitudes, técnicas e comportamentos que
à média do estado do Rio de Janeiro
favoreçam a participação pública efetiva nos processos decisórios.

Segundo o Relatório de Acompanhamento de Indicadores do Milênio na Região


do Conleste (2009), o acesso ao Ensino Fundamental é praticamente univer-
salizado nas grandes cidades brasileiras, e, em geral, as crianças chegam a
ele na idade adequada. Todavia, o índice de reprovação ainda é elevado, o
que impede que muitas concluam esse nível de ensino.

Apesar da adoção de políticas para reverter essa situação, continuam altas


as taxas de reprovação, demandando ações mais eficazes de correção do
f luxo escolar. Entre elas se incluem maior atenção às condições materiais de
trabalho na escola, aumento do tempo de permanência dos alunos em suas
dependências e investimentos na formação de professores e educadores.

Em Teresópolis, de acordo com o Estudo Socioeconômico 2009, do


Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), o número total de
matrículas nos ensinos Infantil, Fundamental e Médio de Teresópolis, em
2007, era de 37.579 alunos. No ano seguinte (2008), passou para 38.309, um
aumento de 1,9% no número de estudantes.

74
Gráfico 1: Número de matrículas efetuadas

Total Municipal Total Estadual Total Privado


30000
24.817 25.063 25.261 25.405 25.564
25000 22.581 22.977 23.540 23.810
2.0121
20000
15.735
15000 11.993 12.162 11.633 10.999
10.867 10.854 10.466 10.171 9.761
10000
5.170 4.802 5.217 5.090 4.949 5.059 4.426 4.717 5.633 5.805
5000

0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Fonte: Confederação Nacional dos Municípios (2010)

O município dispõe de sistema próprio de ensino, instituído em parceria com


o Conselho Municipal de Educação, que direciona, fiscaliza e implementa as
políticas públicas educacionais de acordo com as determinações dos governos
federal e municipal, atendendo também às particularidades locais.

Na área da Educação Infantil ainda precisa avançar, mas a rede municipal


responde por 75% das matrículas em creches e 74% na pré-escola. O atendi-
mento cresceu muito depois que a gestão deste nível de ensino deixou de ser
competência da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e passou a
ser da Secretaria de Educação. Entretanto, ainda é preciso aumentar a oferta
de vagas para acompanhar a taxa de natalidade acumulada dos últimos 20
anos, a fim de alcançar a universalização desta etapa educacional.

No Ensino Fundamental a universalização já foi alcançada. O número de ma-


trículas cresce a cada ano, assim como os investimentos em infraestrutura.
Recentemente, a nota alcançada pelo município no Índice de Desenvolvimento
da Educação Básica (Ideb) foi superior à média nacional, da Região Sudeste
e do Estado do Rio de Janeiro. A taxa de promoção demonstra que a eficácia
da escola vem crescendo, uma vez que a taxa de aprovação é superior às de
retenção e evasão.

Tabela 1: IDEBs observados em 2005, 2007 e 2009


e metas para a rede municipal

IDEB Observado Metas Projetadas

Município 2005 2007 2009 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021
Anos iniciais 3.9 4.2 5.4 4.0 4.3 4.7 5.0 5.3 5.5 5.8 6.1
Anos finais 3.7 3.6 4.4 3.7 3.9 4.1 4.5 4.9 5.2 5.4 5.7
Fonte: Prova Brasil e Censo Escolar  

75
Os dados do censo escolar de 2006 corroboram a percepção dos membros do
Í nd ice de Desenvolv i mento da Fórum de que há uma alta evasão escolar ainda no Ensino Médio Regular.
Educação Básica (Ideb) – Mede a quali- Também foi mencionada preocupação com a ausência de rede de serviços e
dade da educação numa escala que vai
programas de inclusão social para a infância, adolescência e juventude.
de zero a dez. É calculado com base na
taxa de rendimento escolar (aprovação Na Educação de Jovens e Adultos (EJA) há avanços. Com a universalização
e evasão), no desempenho dos alunos no da educação básica, o número de pessoas sem a escolaridade mínima dimi-
Sistema Nacional de Avaliação da Edu- nuiu – o que pode ser verificado pela relação oferta/demanda de turmas nas
cação Básica (Saeb) e na Prova Brasil.
escolas municipais e estaduais. Atualmente, existem cinco polos municipais
Quanto maior for a nota da instituição
com essa modalidade de ensino na zona urbana, proporcionando uma oferta
no teste e quanto menos repetências
quase universal da EJA.
e desistências ela registrar, melhor
será sua classificação. A partir deste Nas comunidades do interior, devido às questões culturais, sociais e até mes-
instrumento, o Ministério da Educação mo de locomoção, ainda há idosos e adultos analfabetos. Para atender a esta
traçou metas de desempenho bianuais
demanda, o município instituiu o programa “Brasil Alfabetizado”, cujo obje-
para cada escola e cada rede até 2022.
tivo principal é alfabetizar esses cidadãos para, posteriormente, inseri-los na
Em 2008, todos os 5.563 municípios
Educação de Jovens e Adultos, possibilitando a continuidade de seus estudos.
brasileiros aderiram ao compromisso.
Com relação ao ensino profissionalizante, segundo os participantes do Fórum,
há necessidade de ampliação da educação técnica. De acordo com o censo
de 2006, um número muito pequeno de jovens teve acesso a essa formação,
confirmando a necessidade de ampliação de atendimento, principalmente
diante do novo cenário econômico na região, com a instalação do Comperj.
Atualmente, a Secretaria de Desenvolvimento Social desenvolve o projeto
“Pique Jovem”, que busca a inclusão social de jovens e adolescentes.

Na Educação Superior, o município oferece cursos superiores na área de saúde


e afins, contando com uma universidade presencial e outra de ensino à dis-
tância. Está prevista a implantação de um curso de graduação em Turismo,
pela Uerj, segundo os participantes do Fórum da Agenda 21 local .
Campus da Unifeso – Fundação
Educacional Serra dos Órgãos

76
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Criação de mecanismos para 2. Articular os diferentes setores para desenvolver programas
e projetos na área de educação, tornando o município um
melhoria da escolaridade polo regional de desenvolvimento econômico e social da
Região Centro-Serrana.
da população
Planejamento
Estudos técnicos
3. Reaproveitar os prédios existentes para a implantação da
1. Mapear os motivos da evasão escolar no município. rede de centros profissionalizantes.
Planejamento 4. Atrair um núcleo do Senai para a região serrana, com o
objetivo de atender as demandas da cadeia produtiva do
2. Promover ações estratégicas para minimizar os índices
Comper j nas áreas de t ur ismo e indústr ia naval, entre
de evasão escolar, com base nos resultados obtidos pelos
outras.
estudos técnicos.
5. Ampliar o número de vagas dos cursos já existentes, tra-
3. Implementar a transversalidade da Educação Ambiental em
zendo mais instrutores para a Faetec e para o centro pro-
cursos técnicos e em todos os níveis da educação escolar.
fissionalizante do município.
4. Desenvolver um conjunto de atividades esportivas e cul-
6. Diversificar as áreas de atuação dos cursos propostos, de
turais em contraturno escolar, evitando a ociosidade dos
acordo com a vocação de cada centro profissionalizante.
jovens.
5. Promover o esporte na escola, como mecanismo de interação Comunicação
entre a comunidade escolar da região. 7. Divulgar a existência de cursos técnicos e incentivos aos
6. Utilizar a estrutura do Centro Poliesportivo Pedro Jahara estudantes, aumentando a inserção dos jovens no mercado.
como estímulo à prática de espor tes, promov idos pelas
instituições de ensino. • Responsabilidade social das
Comunicação instituições de ensino superior
7. Comunicar aos pais e alunos a importância da formação
técnica, principalmente em agricultura.
Gestão pública
1. Elaborar políticas públicas para acompanhar o desempenho
Gestão pública das instituições no município.
8. A ssegurar o acompanhamento psicológico e social das
crianças, jovens e adolescentes em idade escolar.
Planejamento
2. Criar mecanismos para a obtenção e distribuição de apoio
9. Atrair recursos financeiros por meio da oferta de bolsas de
(bolsas de estudo, alojamentos, material didático, transpor-
estudo aos alunos que permanecerem na escola ao longo
te, entre outros) aos estudantes de nível superior, conforme
dos Ensinos Fundamental e Médio.
suas necessidades.
Articulação 3. Criar mecanismos de contrapar tida social por par te das
10. Realizar parcerias com universidades públicas para promo- instituições de nível superior, para melhorar a realidade
ver a instalação de um campus universitário no município. do município em suas áreas de atuação.
4. Atrair instituições públicas e privadas de ensino superior,
• Criação de rede de centros bem como cursos técnicos, em caráter de Programas de
Pesquisa e Extensão, relacionados à saúde, meio ambiente
profissionalizantes e desenvolvimento social.
Articulação
Possíveis parceiros
1. Articular a criação da rede de centros profissionalizantes
e suas competências. Associações . Câmara Municipal . Parque Nacional da Serra
dos Órgãos (Parnaso) . Conselho Municipais (Educação, Crian-
ça e Adolescente, Tutelar) . Cooperativas . Embrapa . Escolas

77
. Faetec . Federação de Associações de Moradores e Entidades
Associativas de Teresópolis (Fameat) . Fiocruz . Fórum Regional
Comperj . Ministérios (Educação, Cidades) . ONGs . Procon .
Sebrae . Seeduc . Secretarias Municipais (Educação, Desenvol-
vimento Social, Indústria e Comércio) . Senac . Senai . Sesc .
Sesi . Sindicatos . Universidades . Veículos de comunicação.

Possíveis fontes de financiamento


Banco JP Morgan . Basf S/A . Capes . Capes . CNPq . Coca-Cola
Company . Dupont Corporate Contributions Program . Empresas
associadas ao Comperj . Faperj . Finep . Fundação Ford . GE
Fund . Instituto C&A de Desenvolvimento Social . MEC . Open
Society Institute . Pibic . Promimp . Unesco.

78
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Trata-se de processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade cons-
troem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências
voltados para a conservação do meio ambiente e dos bens de uso comum,
essenciais à qualidade de vida e sua sustentabilidade.

Seu papel é educar e conscientizar as populações sobre a importância da


preser vação do meio ambiente, oferecendo-lhes, ao mesmo tempo, opções
de subsistência e opor t unidades para melhorar sua qualidade de v ida,
mostrando que as comunidades locais são as principais beneficiárias das
Um dos 80 ecopontos previstos no
atividades de conser vação.
programa “Teresópolis Recicla”
No Brasil, para que esses objetivos sejam atingidos, a Política Nacional de
Educação Ambiental (Lei 9.795/99 e Decreto 4.281/02) estabelece que os temas
ambientais devem estar presentes durante todo o processo de escolarização,
até o Ensino Superior, de forma transversal, em todos os níveis e disciplinas.

Para que uma Agenda 21 Local seja bem-sucedida, é necessário um amplo


entendimento dos propósitos e do conteúdo da Agenda 21. Assim, a Educação
Ambiental tem uma importância central neste processo. É por meio dela que
se pode promover a capacidade de compreensão das questões ambientais e
do desenvolvimento, que levam à participação no processo e à mudança de
valores necessários à construção de um mundo sustentável.

Em Teresópolis, os participantes do processo da Agenda 21 apontaram


a existência de Unidades de Conservação como uma potencialidade para a
formação de uma rede de educadores ambientais (formais e não formais) nas
escolas do entorno do Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Parnaso), mas
o município não conta com um trabalho sistemático de Educação Ambiental
e Sustentável.

A lei que cria a Política Municipal de Educação Ambiental já foi aprovada no


Conselho de Meio Ambiente e encaminhada pelo prefeito à Câmara Municipal
no primeiro semestre de 2010.

79
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Utilização do Parnaso como polo Comunicação
de ações de educação ambiental 7. Divulgar as ações de Educação Ambiental realizadas no
município, nas escolas e na mídia local.
Planejamento
1. Ampliar o projeto “Cenário Verde” para além dos limites da Possíveis parceiros
Unidade de Conservação. Associações . Câmara Municipal . Parque Nacional da Serra
2. Buscar maiores investimentos para o projeto “Cenário Verde” dos Órgãos (Parnaso) . Cooperativas . Escolas . Federação de
nas escolas, visando a sua ampliação para todos os níveis. Associações de Moradores e Entidades Associativas de Teresó-
polis (Fameat) . ONGs . Secretarias Municipais (Educação, Meio
3. Estimular a participação da população nos programas de Ambiente) . Sindicatos . Universidades.
Educação Ambiental.
4. Captar recursos para a execução dos programas e projetos Possíveis fontes de financiamento
de Educação Ambiental a serem desenvolvidos na região.
Banco JP Morgan . Coca-Cola Company . Comissão Européia
Infraestrutura . Finep . Fundação Educar Depaschoal de Benemerência e
5. Criar espaços que ofereçam acesso gratuito à internet em Preservação da Cultura e do Meio Ambiente . Fundação Ford .
todo o município. Fundação Telefônica . GE Fund . General Motors Corporate Giv-
ing Program . IBM Corporate Community Relations . Instituto
Capacitação C&A de Desenvolvimento Social . Instituto Credicard . MEC .
6. Promover a capacitação de pessoas para realizarem pesqui- Volkswagem do Brasil Ltda.
sas na internet.

80
CULTURA
Segundo a Unesco, a diversidade cultural, produto de milhares de anos de histó-
ria e fruto da contribuição coletiva de todos os povos, é o principal patrimônio
da humanidade. As civilizações e suas culturas também resultam da localiza-
ção geográfica e das condições de vida que cada uma oferece, o que se traduz
na riqueza e diversidade de formas de viver e sobreviver da espécie humana.

A cultura representa as formas de organização de um povo, seus costumes


e tradições, que são transmitidos de geração a geração, como uma memória
coletiva, formando sua identidade e, muitas vezes, mantendo-a intacta, apesar
das mudanças pelas quais o mundo passa.

A identidade cultural é uma das mais importantes riquezas de um povo, pois


representa um conjunto vivo de relações sociais e patrimônios simbólicos,
historicamente compartilhados, que estabelece a comunhão de determinados
valores entre os membros de uma sociedade. Trata-se de um conceito de ta-
manha complexidade, que pode ser manifestado de várias formas e envolver
situações que vão desde a fala até a participação em certos eventos.

A diversidade cultural é um dos pilares da identidade brasileira e fator de


sustentabilidade do desenvolvimento do País. O maior desafio nesta área é
enfrentar a pressão que o desenvolvimento exerce sobre as estruturas tradi-
cionais – sejam físicas, como sítios arqueológicos ou patrimônios históricos,
sejam imateriais, como conhecimentos e práticas das populações.

Apresentação da Cia. de Dança Deborah Colker no programa


“Teresópolis Cidade dos Festivais”

81
Em Teresópolis falta resgate da memória histórica e preser vação da
Desigualdades no acesso à
arquitetura, da paisagem e da cultura local – muito importantes para a cons-
produção cultural:
trução de uma identidade cultural própria e consciente.
Entretenimento – Apenas 13% dos
brasileiros frequentam cinema al- O município possui duas bibliotecas públicas, um cinema com duas salas,
guma vez no ano; 92% dos brasilei- dois teatros públicos e dois particulares e dois equipamentos multiculturais.
ros nunca visitaram museus; 93,4%
No entanto, algumas ONGs e outros atores sociais têm buscado parcerias com
dos brasileiros jamais conheceram
a iniciativa privada e instituições públicas para desenvolver projetos nessa
alguma exposição de arte; 78% dos
brasileiros nunca assistiram a um área – entre elas, os governos estadual e federal, que atuam por meio de
espetáculo de dança, embora 28,8% programas como os “Pontos de Cultura” no Estado do Rio de Janeiro.
saiam para dançar. Mais de 90% dos
Teresópolis possui Conselho de Cultura e Fórum Municipal de Cultura, que
municípios não possuem salas de
foi reativado em 2009 e organizado em Grupos de Trabalho Setoriais (GTSs)
cinema, teatro, museus e espaços
culturais multiuso.
das diferentes modalidades artísticas: Artes Cênicas, Literatura, Dança, Artes
Visuais, Audiovisual, Música, Folclore e Cultura Popular, Patrimônio e Ar-
Livros e bibliotecas – O brasileiro
tesanato. O Fórum, segundo seus gestores, “focaliza, de maneira especial, a
lê em média 1,8 livro per capita/ano
relação da cultura com o desenvolvimento da sociedade e prioriza o debate e
(contra 2,4 na Colômbia e 7 na Fran-
a proposição de políticas públicas culturais aos gestores do município”. Está
ça, por exemplo); 73% dos livros es-
em desenvolvimento um projeto de levantamento para a elaboração do Mapa
tão concentrados nas mãos de apenas
16% da população. O preço médio Cultural do município.
do livro de leitura corrente é de R$
25, elevadíssimo quando se compara
com a renda do brasileiro nas classes
C/D/E. Dos cerca de 600 municípios
brasileiros que nunca receberam uma
biblioteca, 405 ficam no Nordeste, e
apenas dois no Sudeste.

Acesso à internet – 82% dos brasi-


leiros não possuem computador em
casa; destes, 70% não têm qualquer
acesso à internet (nem no trabalho,
nem na escola).

Profissionais da cultura – 56,7%


da população ocupada na área de
cultura não têm carteira assinada
ou trabalham por conta própria.
Fonte: http://www.unesco.org/pt/
brasilia/culture/access-to-culture/
O antigo Hotel Cassino Higino, atualmente um condomínio, é um marco na
paisagem urbana de Teresópolis

82
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Mobilização cultural 8. Divulgar o Centro de Referência entre a comunidade para
que sejam prospectados documentos, objetos e imagens,
entre outros, acerca da história do município.
Gestão pública
9. Difundir as tradições da cultura popular e da identidade local.
1. Reestruturar o Conselho Municipal de Cultura.
2. Elaborar Plano Municipal de Cult ura, para promover a Articulação
produção cultural e o patrimônio histórico local. 10. Promover o intercâmbio ar tístico e cultural com outros
municípios.
Estudos técnicos
3. Mapear o patrimônio cultural, arquitetônico, artístico e
paisagístico do município.
Possíveis parceiros
Crea . IAB . Inepac . Iphan . Minc . ONGs . Prefeitura Municipal
Planejamento . Sebrae . Secretaria Estadual de Cultura . Secretaria Municipal
4. Elaborar um calendário dinâmico, com eventos festivos e de Cultura . Sesc . Universidades.
culturais no município.
5. Promover os artistas locais por meio de festivais, recitais, con- Possíveis fontes de financiamento
certos, encontros, exposições e ciclo de leituras, entre outros. Basf S/A . Dupont Corporate Contributions Program . Funda-
Infraestrutura ção Ford . Fundação Vale do Rio Doce de Habitação e Desen-
volvimento Social . Instituto Itaú Cultural . MinC . Rockwell
6. Criar um Centro de Referência de Resgate da Memória Cul- Automation do Brasil.
tural e Histórica Local.

Comunicação
7. Divulgar os estudos históricos, arquitetônicos e culturais
já realizados sobre o município.

83
SAÚDE
A Agenda 21 brasileira afirma em seu objetivo 7 – “Promover a saúde e evitar
a doença, democratizando o SUS” – que a origem ambiental de diversas do-
enças é bem conhecida e que o ambiente natural e as condições de trabalho,
moradia, higiene e salubridade, tanto quanto a alimentação e a segurança,
afetam a saúde, podendo prejudicá-la ou, ao contrário, prolongar a vida.

Segundo a Agenda 21 Global, o desenvolvimento sustentável depende de uma


população saudável. No entanto, os processos de produção e de desenvolvi-
mento econômico e social interferem nos ecossistemas e podem colaborar
para a existência de condições ou situações de risco que inf luenciam nega-
tivamente o padrão e os níveis de saúde das pessoas.

As principais questões ambientais que afetam a saúde humana envolvem a


poluição decorrente da falta de saneamento, a contaminação do meio ambiente
por poluentes químicos, a poluição atmosférica e os desastres ambientais.

Atualmente, além de se reconhecer a interdependência entre saúde, desenvolvi-


mento econômico, qualidade de vida e condições ambientais, aumenta a cons-
ciência de que a capacidade humana de interferência no equilíbrio ambiental
acarreta responsabilidades da sociedade sobre seu destino e o da vida no planeta.

Em Teresópolis, a política da Secretaria Municipal de Saúde está ali-


nhada à política estadual e federal de saúde pública. O município detém uma
cobertura de 32,35%5 do Programa de Saúde da Família (PSF/PACs), com meta
superior a 40%. Existem 13 postos de saúde e 14 equipes médicas, porém,
segundo o Sistema Único de Saúde (SUS), o município não tem hospitais
públicos, apenas parceria com três hospitais privados 6 . A prefeitura mantém
convênios com a Fundação Educacional Serra dos Órgãos (Feso), instituição
Est ratég ia Saúde da Fa m í l ia – de ensino superior local, atuante na área da saúde.
O Programa de Saúde da Família
Na avaliação dos participantes, há descompasso entre a procura pelo atendi-
(PSF/PACs) foi criado em 1994 para
ampliar a atenção básica em saúde mento ao serviço de saúde e a garantia do bom atendimento, com sobrecarga
no Brasil. Entre seus objetivos está na rede pela procura do público da Baixada Fluminense, já que Teresópolis
a prevenção da gravidez na ado- tem um sistema de saúde que é referência na região. Como consequência, o
lescência. Atualmente, é defi nido atendimento na rede do SUS é precário, assim como as suas instalações. O
como Estratégia Saúde da Família grupo citou como exemplo a falta de uma UTI neonatal em funcionamento e
(ESF), ao invés de programa, visto devidamente equipada para o atendimento.
que este termo aponta uma ativi-
dade com início, desenvolvimento
e fi nalização. O PSF é uma estra-
tégia de reorganização da atenção
primária à saúde e não tem prazo
para terminar. 5 Coordenação do Gabinete do Ministério da Saúde - fevereiro de 2010.
6 Fonte: Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS). www.ms.gov.br, 2007.

84
A falta de um hospital municipal já está sendo resolvida com algumas ini-
ciativas, como a inauguração da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em
dezembro de 2009, a abertura de novos leitos para internação pelo Sistema
Único de Saúde (SUS) no Hospital São José e a construção de novos postos de
saúde. Em novembro de 2008, foram apontados problemas na parceria com o
Hospital das Clínicas, administrado pela Unifeso, que atende pacientes do SUS.

As jovens que enfrentam o problema da gravidez precoce no município contam


com apoio do Projeto da ONG Compartilhar-te, na comunidade de Canoas. Vale
ressaltar que, segundo o Ministério da Saúde, o número de partos de adolescentes
caiu 34,6% entre 2000 e 2009, em nível nacional, e 36,3% na Região Sudeste.
Dados mais recentes, referentes ao período de 2005 a 2009, mostram que a
quantidade desses procedimentos em adolescentes de 10 a 19 anos caiu 22,4%.

Uma das preocupações com a saúde da população local, ressaltada pelos parti-
cipantes, é o uso inadequado de agrotóxicos, já que não há obrigatoriedade no
município de registro para doenças causadas pelo uso de substâncias químicas
O sistema de saúde de Teresópolis é
na agricultura. Mas existem ocorrências de casos de má-formação congênita referência na região
em bebês, segundo os participantes, devido tanto à manipulação inadequada
quanto à contaminação das águas, na ingestão e no próprio alimento.

Teresópolis possui o Conselho Municipal de Saúde, constituído e formalizado


através de decreto municipal em 25/08/1998. Trata-se de um órgão permanente
e deliberativo com representantes do governo, dos prestadores de serviço,
profissionais de saúde e usuários, que atuam na formulação de estratégias e
no controle da execução da política de saúde, inclusive nos aspectos econô-
micos e financeiros do município.

O município organiza conferências para tratar das questões atuais e dos


problemas locais na área da saúde e capacitar pessoas para atendimento no
SUS. Estes eventos reúnem profissionais da área, representantes do governo
e da população. No entanto, segundo os membros do Fórum da Agenda 21,
falta implementar as soluções já propostas nas conferências municipais de
saúde e seguir a Agenda Municipal de Saúde.

85
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Estratégia de combate à Articulação
gravidez na adolescência 6. Articular junto ao Conselho Municipal de Saúde a criação
de mecanismos de controle da qualificação dos profissionais
Gestão pública da área, aproveitando as Conferências Municipais de Saúde
como espaços de participação social.
1. Elaborar políticas preventivas de saúde nas escolas e cons-
truir postos de saúde. Capacitação
2. Contribuir com o desenvolvimento das ações da Pastoral 7. Qualificar os profissionais da saúde por meio de cursos de
da Família. capacitação continuados.

Capacitação Gestão pública


3. Capacitar a comunidade escolar para lidar com o assunto. 8. Atrair novos investimentos para ampliar a cobertura dos
postos de saúde.
Comunicação
9. Garantir maiores investimentos na Saúde Pública, asse-
4. Informar as gestantes, por meio de palestras e cartilhas nos gurando que os recursos repassados sejam efetivamente
postos de saúde na área rural, sobre as consequências do aplicados na área.
uso inadequado de agrotóxicos durante a gestação.
10. Ampliar os programas de prevenção na região.
5. Realizar campanhas informativas sobre métodos contracep-
tivos e de planejamento familiar. 11. Realizar concursos públicos, a fim de recrutar profissionais
qualificados para melhor atendimento à população.
6. Elaborar material didático, destacando as dificuldades da
gestação precoce.

Planejamento
• Garantia da segurança alimentar
Gestão pública
7. Promover, nas escolas, maior entrosamento com as famílias
de adolescentes grávidas. 1. Elaborar políticas públicas voltadas para o reaproveitamento
de alimentos, em todos os segmentos da sociedade, seguindo

• Melhoria da infraestrutura o pressuposto de segurança alimentar.


2. Reativar o Conselho Municipal de Segurança Alimentar.
de saúde no município
3. Integrar e informatizar o Sistema Municipal de Saúde.
Planejamento
Elaboração de programas e projetos
1. Humanizar o atendimento médico na rede de saúde (me-
4. Desenvolver programas de Educação Sanitária que promovam
lhor tr iagem).
melhorias nas condições de higiene e saúde da população.
2. Criar uma Câmara Técnica no Fórum da Agenda 21 Local para
5. Elaborar campanhas de educação sobre a conservação e a
avaliar a concessão de licenças médicas no serviço público.
utilização de produtos manufaturados e embalados.
Comunicação 6. Desenvolver campanhas voltadas para evitar o desperdício
3. Informar as gestantes sobre a importância de realizar os de alimentos em cozinhas industriais, escolares e domésticas.
exames pré-natais.
Capacitação
Infraestrutura 7. Realizar a capacitação de funcionários da rede pública e
4. Ampliar a cobertura dos postos de saúde (PSF e postos de privada em segurança alimentar.
emergência) nos bairros da cidade, especialmente na zona
rural, para desafogar o Hospital Central de Teresópolis.
Fiscalização
8. Fiscalizar, através da Vigilância Sanitária, as práticas de
5. Melhorar as instalações municipais de saúde, viabilizando
manipulação de produtos beneficiados e ambulantes.
o atendimento básico/primário nos postos de saúde.

86
Planejamento da Família . Prefeitura Municipal . Secretarias Estaduais (Saúde
e Defesa Civil, Educação) . Secretarias Municipais (Saúde, Edu-
9. Realizar um indicativo junto ao Conselho Municipal de Saú- cação, Agricultura) . SUS . Universidades . Vara da Infância,
de para que toda a suspeita de contaminação por agrotóxico Juventude e do Idoso.
seja investigada.
10. Acompanhar o registro administrativo sobre o número de Possíveis fontes de financiamento
casos de contaminação por agrotóxicos.
Ashoka . CNPq . Comissão Européia . CT- Saúde . Dupont Cor-
porate Contributions Program . Embaixada do Reino Unido .
Possíveis parceiros Exxon Corporate Giving Program . Faperj . Finep . General Mo-
Câmara Municipal . Conselhos Municipais (Educação, Saúde, tors Corporate Giving Program . Johnson &Johnson Corporate
Tutelar) . CRE . CRM . Ministério da Saúde . MP . ONGs . Pastoral Giving Program . Ministério da Saúde . Pibic . Unesco . Unicef.

87
GRUPOS PRINCIPAIS
A Agenda 21 Global define como grupos principais as mulheres, crianças e
jovens, povos indígenas, ONGs, autoridades locais, trabalhadores e seus sin-
dicatos, comerciantes e industriários, a comunidade científica e tecnológica,
agricultores e empresários. É desses grupos que o documento cobra compro-
metimento e participação para a implementação dos objetivos, políticas e
mecanismos de ação previstos em seu texto.

Sendo um processo democrático e promotor da cidadania, a construção da


Agenda 21 Local não pode deixar de considerar as necessidades e interesses
de outros grupos, como afrodescendentes, ciganos, idosos, pessoas com de-
ficiência, homossexuais, travestis e outras minorias.

A Agenda 21 brasileira vai além e destaca como uma de suas prioridades a neces-
sidade de diminuir as desigualdades sociais no País para garantir as condições
mínimas de cidadania a todos os brasileiros, enfatizando a importância de pro-
teger os segmentos mais vulneráveis da população: mulheres, negros e jovens.

É na Seção III, dedicada ao fortalecimento do papel dos grupos principais, que


a Agenda 21 Global propõe o desenvolvimento de processos de consulta às
Teresópolis oferece diversas opções de populações locais para alcançar consenso sobre uma “Agenda 21 Local” para a
lazer para a terceira idade comunidade. No Capítulo 28, recomenda que os países estimulem todas as suas
autoridades locais a ouvirem cidadãos e organizações cívicas, comunitárias,
empresariais e industriais locais para obter as informações necessárias para
formular as melhores estratégias, aumentando a consciência em relação ao
desenvolvimento sustentável. Para a legitimidade e sucesso deste processo,
é fundamental a inclusão de representantes de todos os grupos sociais.

Em Teresópolis, como nas demais cidades brasileiras, os Conselhos


Municipais são as instâncias públicas onde a participação social tem lugar
garantido. Participando destes Conselhos, o cidadão pode monitorar, atualizar
e fortalecer as políticas públicas relativas aos grupos principais. Em Teresópo-
lis existem os Conselhos de Desenvolvimento Rural, Cultura, Meio Ambiente,
Defesa dos Direitos da Mulher, Portador de Necessidades Especiais, Contra Dro-
gas, Transporte, Cidade e Desenvolvimento Sustentável, Saúde, entre outros.

Porém, falta integração entre os Conselhos e movimentos municipais já existentes


e falta também informar a população sobre seus direitos e participação nas deci-
sões. Os participantes afi rmaram que há pouca circulação de informações entre
os grupos principais e a sociedade, e falta apoio do poder público aos Conselhos.

Teresópolis conta com o Conselho Tutelar de Infância e Juventude, o Juizado da


Infância e Adolescência e indicativo para a criação da Secretaria Municipal
da Infância e Juventude. Existem trabalhos de apoio às crianças, adolescen-

88
tes e à juventude. No entanto, foi destacada a ausência de rede de serviços
e programas de inclusão social para este grupo e a falta de participação do
mesmo na tomada de decisões, já que não existem canais de interlocução que
promovam a participação dos jovens e adolescentes nos processos decisórios.

Os participantes destacaram o fato de Teresópolis contar com uma Secretaria da De-


fesa dos Direitos da Mulher, criada no final do ano passado, um projeto considerado
pioneiro no Estado do Rio de Janeiro. E também o Conselho Municipal de Defesa dos
Direitos da Mulher de Teresópolis (ConMulher), criado em 1991, e o Núcleo Integrado
de Atendimento à Mulher (Niam), ambos vinculados à Secretaria da Mulher.

Não há juizado específico relativo aos direitos da mulher, mas a juíza local
acumula as funções de juizado de violência doméstica (um dia por semana na Teresópolis conta com ônibus adaptados
para pessoas com necessidades
delegacia comum). A participação da mulher na política do município é pequena.
especiais
Na última eleição de 2008 para prefeito e vereadores, nenhuma mulher foi eleita.

No município há programas de atendimento aos idosos e a Universidade da


Terceira Idade (Univerti).

No que diz respeito às ONGs, falta entrosamento e interação entre elas e as


comunidades, e falta também apoio do poder público – o grupo reivindica, por
exemplo, a criação de um cadastro de informações sobre essas organizações no
município e afi rma ainda que é preciso divulgar, cadastrar e fortalecer a rede de
ONGs promovida pelo Sesc e sua participação em redes nacionais e internacionais.

No geral, há necessidade de capacitação de recursos humanos para o Terceiro


Setor com vistas à elaboração, captação de recursos e fontes de financiamento
para projetos. Apesar dos investimentos pontuais e limitados, existem várias
instituições de assistência social que têm algum nível de parceria ou convênio
com a prefeitura.

Teresópolis precisa de pesquisa e divulgação de informação sobre sua popula-


ção tradicional, inclusive sobre a presença de possíveis grupos de quilombolas
no município.

O município conta com várias categorias sindicalizadas, porém com baixa


participação dos trabalhadores nos sindicatos. Por outro lado, também é pe-
quena a atuação dos sindicatos nos processos e nas decisões participativas,
inclusive na ocupação de cadeiras a que têm direito nos Conselhos.

89
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Fortalecimento de políticas Comunicação
para mulheres 5. Informar as lideranças juvenis sobre a importância de ocu-
par vagas em Conselhos e outras instâncias políticas.
Gestão pública 6. Divulgar nos jornais escolares e do município o Fórum da
1. Elaborar políticas públicas para capacitação das mulheres (cam- Agenda 21 Local.
po, cidade, periferia), visando à geração de emprego e renda.

Capacitação
• Criação de programas de inclusão
2. Realizar oficinas de capacitação para mulheres, preparando-
social para a juventude
as para a vida política e para lutarem por seus direitos. Gestão pública
3. Capacitar mulheres em empreendedorismo e outras inicia- 1. Elaborar políticas públicas voltadas para a inclusão social.
tivas, como artesanato e costura, entre outras.
2. Repensar o Programa Criam, para torná-lo mais eficiente.
Comunicação
Planejamento
4. Divulgar as ações da Secretaria Municipal dos Direitos da
Mulher para a população. 3. Promover a participação da sociedade civil nas questões
relacionadas à infância e juventude.
5. Criar campanhas para divulgar os direitos da mulher através
da mídia local. 4. Desenvolver um ser v iço de or ientação vocacional para
ajudar os jovens a identificarem suas potencialidades.
6. Informar a comunidade feminina sobre a importância na
participação de ações promovidas pela Secretaria Municipal Elaboração de projetos
e Conselhos.
5. Elaborar programas para facilitar a inserção dos jovens no
Planejamento mercado de trabalho, por meio do primeiro emprego.
7. Melhorar as condições das mulheres no mercado de trabalho. Articulação
8. Criar cooperativas de mulheres. 6. Estabelecer parcerias com instituições de ensino superior
9. Reativar o Núcleo de Integração e Assistência à Mulher por meio de empresas juniores.
(Niam) na Delegacia. 7. Estabelecer parcerias com ONGs, empresas e poder público
para criação de programas socioeducativos, envolvendo
• Fortalecimento das lideranças jovens esportes, cultura e profissionalização.

Articulação • Fortalecimento do papel dos


1. Articular com igrejas e outras entidades não governamen- grupos principais (idosos)
tais (escolas, clubes e outras agremiações) o incentivo à
participação de jovens na formulação de políticas de de- Elaboração de programas e projetos
senvolvimento sustentável.
1. Desenvolver programas e atividades relacionadas a cami-
Planejamento nhadas, passeios, ginástica e cursos em todos os bairros.
2. Formar associações estudantis. Comunicação
3. Criar um canal de interlocução para participação dos jovens 2. Divulgar as tradições, a cultura popular e a identidade local.
nos processos decisórios, com o apoio do Fórum da Agenda
21 Local. Planejamento
4. Promover a construção de Agendas 21 escolares. 3. Elaborar um calendário dinâmico, com eventos festivos e
culturais no município.

90
4. Promover os artistas locais por meio de serestas, festivais,
recitais, concertos, encontros, exposições e ciclo de leituras, • Articulação e formação
entre outros. de rede das ONGs
Articulação Planejamento
5. Promover o intercâmbio ar tístico e cultural com outros 1. Desenvolver um sistema de cadastro de ONGs, com as in-
municípios. formações obtidas por intermédio do Conselho Municipal
6. Articular com o Sesc a divulgação de suas atividades e o de Assistência Social.
atendimento às demandas destes grupos. 2. Utilizar a rede de ar ticulação oferecida pelo Sesc como
primeiro canal de articulação para ONGs do município.
• Melhorando a infraestrutura 3. Realizar um seminário anual com atividades de planeja-
das populações tradicionais mento, ref lexão e articulação entre as ONGs e a sociedade
civil organizada.
Estudos técnicos
Capacitação
1. Realizar levantamento histórico sobre a existência de gru-
4. Realizar cursos de capacitação específicos sobre formulação
pos tradicionais, visando à elaboração de políticas públicas
e captação de recursos para projetos para gestores das ONGs.
voltadas a este tema.

Articulação • Fortalecimento das


2. Estabelecer parcerias com Faculdades de Turismo para pro- entidades sindicais
mover o resgate histórico da ocupação do território.

Comunicação Capacitação
1. Realizar a capacitação de suas categorias, para atualizá-las
3. Divulgar a cultura das comunidades tradicionais, por meio
diante das novas demandas de mercado.
de festivais e encontros técnicos.
Comunicação
• Articulação inter-conselhos 2. Informar a população sobre as questões da legislação vigente
em cada setor, mediante a realização de cursos de capacitação.
Infraestrutura
3. Div ulgar as realizações dos sindicatos para a sociedade
1. Utilizar o Espaço Cidadão como local de referência para as em geral.
atividades dos Conselhos Municipais.
Planejamento
Comunicação
4. Promover a participação de diferentes lideranças de cada
2. Promover ações que divulguem a existência dos Conselhos, sindicato nos Conselhos Municipais.
suas atribuições, seus quadros, funcionamento e realizações,
entre outros. 5. Convidar os sindicatos a desenvolver ações de promoção
do bem-estar e da saúde do trabalhador, de acordo com as
Articulação Normas Regulamentadoras do Trabalho.
3. Realizar parcerias entre Conselhos para promover um ve- 6. Realizar um encontro entre os representantes de entidades
ículo de comunicação único para todos os Conselhos (seja sindicais para debater sobre os desafios e oportunidades de
impresso e/ou on-line). fortalecimento de suas categorias.
Capacitação 7. Promover ações que possam fortalecer os laços solidários
entre trabalhadores de uma categoria e suas famílias.
4. Realizar a capacitação dos grupos sociais envolvidos (mu-
lheres, idosos e portadores de deficiência, entre outros).
Possíveis parceiros
5. Realizar cursos de capacitação, específicos e permanentes,
aber tos aos gr upos interessados (demandados de for ma Associações . Banco do Brasil . BNDES . Câmara Municipal .
participativa). Coletivo Jovem . Conselhos Municipais (Assistência Social,
Educação) . Cooperativas . Defensoria Pública . Elo Sudeste 21

91
. Empresas associadas ao Comperj . Fameat . Fundação Roberto Cola Company . Embaixada da Alemanha . Embaixada do Reino
Marinho . Instituições Religiosas . Iphan . Ministérios (Cultu- Unido . Fecam . Finep . FNMA . Fundação Abrinq . Fundação
ra, Justiça, Meio Ambiente, Turismo) . MP . ONGs . Prefeitura Educar Depaschoal de Benemerência e Preservação da Cultura
Municipal . Promimp . Rebal . Rits . Sebrae . Secretarias Es- e do Meio Ambiente . Fundação Ford . Fundação Interamerica-
taduais (Ambiente, Cultura, Segurança, Turismo) . Secretarias na . Fundação Telefônica . Fundação Vale do Rio Doce . Fundo
Municipais (Comunicação, Cultura, Turismo, Direitos da Mulher, Cristão para Crianças . GE Fund . General Motors Corporate
Desenvolvimento Social, Segurança, Educação, Meio Ambiente, Giving Program . Instituto C&A de Desenvolvimento Social .
Educação, Trabalho e Emprego, Saúde) . Sesc . Sindicatos . Uni- Instituto Credicard . Instituto Itaú Cultural . Levi Strauss do
versidades . Vara da Infância, Juventude e do Idoso . Veículos Brasil . Ministérios (Educação, Cultura, Saúde, Trabalho e Em-
de Comunicação. prego) . Open Society Institute . Prêmio Itaú Unicef Educação
e Participação . Shell Brasil S/A . The Trust Funding Support
Possíveis fontes de financiamento of Actions to Eliminate Violence Against . Unesco . Unicef .
Volkswagem do Brasil Ltda.
American Express Foundation . Ashoka . AT&T Foundation .
Banco do Brasil . Banco JP Morgan . Basf S/A . BNDES . Coca-

92
PADRÕES DE CONSUMO
A pobreza e a degradação ambiental estão estreitamente relacionadas.
Enquanto a primeira tem como resultado determinados tipos de pressão
ambiental, segundo a Agenda 21, as principais causas da deterioração inin-
terrupta do meio ambiente mundial são os padrões insustentáveis de consu-
mo e produção, especialmente nos países industrializados. Motivo de séria
preocupação, tais padrões de consumo e produção provocam o agravamento
da pobreza e dos desequilíbrios.

É muito comum confundir “consumir” com “fazer compras”. Consumir é um


ato muito mais presente em nossas vidas. Todos os dias consumimos água,
alimentos, combustíveis etc. Como cada um desses elementos se origina do
planeta e nele permanece depois de usado, o consumo interage diretamente
com a sustentabilidade e pode ser um poderoso instrumento para alcançá-la.

Tomar consciência dos hábitos de consumo, pensar sobre todos os materiais


presentes em cada objeto, sua origem e destinação final requer uma revisão
de hábitos, costumes e valores. A fim de atingir a escala necessária para O desperdício ocorre em todas as fases
fazer a diferença, todas as esferas sociais precisam estar envolvidas nesta de produção de alimentos e precisa ser
transformação: governos, empresas, ONGs e cidadãos. As mudanças neces- combatido
sárias são profundas, mas o movimento do consumo consciente afirma que
o poder de promovê-las está ao alcance de cada um, em sua própria vida, em
seus atos cotidianos.

Con su mo r e spon sáve l – Signi-


Em Teresópolis, segundo os membros do Fórum da Agenda 21, faltam fi ca adquirir produtos eticamente
à população condições para exercer um consumo consciente e responsável, já corretos, ou seja, cuja elaboração
que não há informações disponíveis sobre os padrões de produção e consumo, não envolva a exploração de seres
nem preocupação com a economia de energia. Outra importante questão é o humanos e animais e não provoque
desperdício da produção agrícola. danos ao meio ambiente.

O Procon de Teresópolis é defi ciente, pois é fi lial de Petrópolis.

93
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Consumo consciente Articulação
10. Articular com as empresas locais a substituição de sacolas
Gestão pública plásticas por sacolas personalizadas de material não poluente.
1. Elaborar políticas estratégicas para estimular mudanças no
padrão de consumo da população.
Comunicação
11. Div ulgar o novo Código de Obras para estimular novas
Infraestrutura práticas de construção civil.
2. Instalar um escritório do Procon local para desburocratizar
o setor. Possíveis parceiros
Planejamento Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Teresópolis
(Aciat) . Associação de Artesãos . Associações de Moradores .
3. Criar uma Câmara Técnica para acompanhar o andamento
Associação de Produtores Orgânicos . Associação de Produtores
dos processos.
Rurais . Escolas . Fameat . Idec . Instituições religiosas . MMA.
4. Promover o con su mo r espon sáve l, e v ita ndo o u so de MP . Secretarias Estaduais (Educação, Ambiente) . Secretarias
descar táveis. Municipais (Obras, Meio Ambiente, Educação) . Veículos de
5. Inibir práticas não sustentáveis em seus processos de pro- comunicação.
dução, vendas e serviços.
6. Promover práticas cotidianas de consumo responsável. Possíveis fontes de financiamento
7. Promover o uso de energias renováveis. Ashoka . Coca-Cola Company . CT-Agro . Embaixada do Reino
Unido . Embrapa . Fecam . Finep . FNMA . Fundação Vale do Rio
8. Desenvolver mecanismos para tratamento e reaproveita-
Doce de Habitação e Desenvolvimento Social . Proger . Prodetab.
mento da água de chuvas.

Elaboração de programas
9. Desenvolver um programa para mudanças nos padrões de
consumo com a realização de ações periódicas e contínuas
envolvendo toda a população.

94
ESPORTE E LAZER
O conceito de qualidade de vida, embora subjetivo, independentemente da
nação, cultura ou época, relaciona-se a bem-estar psicológico, boas condições
físicas, integração social e funcionalidade.

O esporte e o lazer são fatores de desenvolvimento local pelos benefícios que


proporcionam à saúde física e mental dos seres humanos e pela oportunidade
que oferecem de desenvolvimento individual e convivência social. São ativi-
dades reconhecidas pelas Nações Unidas como direitos humanos e, portanto,
devem ser promovidas em todo o mundo.

Atividades esportivas são uma ferramenta de baixo custo e alto impacto


nos esforços de desenvolvimento, educação e combate à violência em várias Teresópolis oferece excelentes condições
sociedades, e o lazer é fundamental para a qualidade de vida dos indivíduos. para a prática do hipismo

Ambos têm o poder de atrair e mobilizar a juventude, promovendo a inclu-


são e a cidadania, valores como respeito ao outro e à natureza, aceitação de
regras, trabalho de equipe e boa convivência social. Além disso, atividades
de esporte e lazer geram empregos e renda.

Teresópolis é sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A Granja


Comary, onde treina a Seleção Brasileira, é um dos mais modernos centros
de treinamento do mundo e transformou-se em atração turística da cidade.

Recentemente, outros eventos esportivos vêm sendo disputados no ginásio


poliesportivo Pedro Jahara, mais conhecido como Pedrão, e na praça de es-
portes radicais.

A Cascata dos Amores é um dos pontos preferidos de recreação para moradores e


turistas

95
O centro de treinamento da Seleção Brasileira de Futebol pode ser visitado na
temporada de férias e nos fi ns de semana, mediante autorização

A cidade é conhecida como capital nacional do alpinismo e tem o Dedo de


Deus como símbolo. A equitação é outro esporte muito praticado por mora-
dores e turistas, devido às condições propícias à sua prática.

Apesar da percepção do grupo sobre a falta de lazer/esportes/arte e cultura, exis-


tem iniciativas como, por exemplo, a Olimpíada dos Bairros, uma competição
que envolve representantes de cerca de 90 comunidades locais, urbanas e rurais.
O evento é organizado pela prefeitura, através da Secretaria de Esportes, com
apoio da Federação das Associações de Moradores e Entidades Associativas do
Município de Teresópolis (Fameat) e da Liga Teresopolitana de Desportos (LTD).

Também existem escolinhas de esporte para crianças e adolescentes e os Jogos


da Pessoa Idosa Sênior e de Idosos (Jopisi), dedicados a promover a integração
e a interação entre as pessoas da terceira idade de todos os bairros – além
de proporcionar melhor qualidade de vida por meio do incentivo à prática de
atividades físicas. Outro evento importante são os Jogos das Pessoas Especiais
de Teresópolis (Jopete), que promovem a inclusão da pessoa com deficiên-
cia por meio do esporte adaptado e servem de preparação dos para-atletas
de Teresópolis para a Olimpíada da Pessoa Deficiente (Olimpede), realizada
Teresópolis faz parte do circuito do anualmente em Volta Redonda (RJ) e considerada uma das mais importantes
Campeonato Estadual de MotoCross do esporte adaptado do País.

96
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Promovendo o lazer em Teresópolis 4. Buscar patrocínio ao esporte e aos atletas locais por meio
de incentivos fiscais às empresas.
Articulação 5. Desenvolver u m ca lendá r io de e ventos espor t ivos no
município.
1. Estabelecer parcerias com as escolas para compartilhar o
uso das quadras e ginásios com a população durante os fins 6. Ampliar o número de projetos e programas que utilizem o
de semana e feriados. equipamento esportivo do município (vila olímpica, ginásios
e pistas, entre outros).
Infraestrutura
7. Promover ativ idades e práticas espor tivas, ar tísticas e
2. Construir uma ciclovia na cidade. educacionais que cultivem valores éticos e cidadãos entre
3. Ampliar o número de praças nos bairros mais periféricos, a população infantil e adolescente.
com equipamentos de esporte, recreação e lazer.
Infraestrutura
4. Criar um polo gastronômico, gerando um espaço de convivên-
8. Melhorar a infraestrutura existente para práticas esportivas
cia social para as famílias, jovens, terceira idade e crianças.
ao ar livre (montanhismo, voo livre, ciclismo, skate, tracking,
Planejamento corrida rústica), tirando partido das características locais.
5. Realizar passeios ciclísticos regularmente em parceria com 9. Construir uma vila olímpica que contemple o maior número
a Secretaria Municipal de Esportes e Lazer e entidades da possível de atividades, em parceria com empresas privadas.
sociedade civil.
Elaboração de projetos
6. Formar grupos de trilhas ecológicas, nos bairros e nas áreas rurais.
10. Elaborar projetos culturais e centros esportivos, com ativi-
7. Reativar o programa “Música na Praça”. dades permanentes.
8. Elaborar um calendário para passeios guiados em trilhas
da região. Possíveis parceiros
Elaboração de programas Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Teresópolis
(Aciat) . Associações de Moradores . Parque Nacional da Serra
9. Elaborar um programa de “Cinema na Praça”.
dos Órgãos (Parnaso) . COB . CBB . CBDA . CBF . CBV . Conselho
Municipal de Segurança . Cooperativas . Corpo de Bombeiros
• Incentivo ao desenvolvimento . Concessionária Rio Teresópolis (CRT) . Escolas . Movimento
de práticas esportivas Nossa Teresópolis . MP . ONGs . Sebrae . Secretarias Munici-
pais (Esportes e Lazer, Cultura, Obras, Urbanismo, Segurança)
Articulação . Senac . Sesc . Sindicatos . Universidades.

1. Articular com a Confederação Brasileira de Futebol par-


cerias e contrapar tidas sociais para desenvolver o setor Possíveis fontes de financiamento
esportivo no município. Banco do Brasil . Banco Itaú . Caixa Econômica Federal . Coca-
2. Promover o intercâmbio com outros municípios para esti- Cola Company . COB . CBB . CBDA . CBF . CBV . Companhia Vale
mular a prática esportiva na região. do Rio Doce . Eletrobras . Finep . Fundação Ford . Operadora
Vivo . Unesco . Unicef.
Planejamento
3. Identificar e apoiar os atletas locais, divulgando suas his-
tórias para a população.

97
4 Ordem Econômica
GERAÇÃO DE TRABALHO,
RENDA E INCLUSÃO SOCIAL
As mudanças climáticas e seus impactos, e a degradação do meio ambiente em
Princípios dos Empreendimentos geral, têm implicações significativas para o desenvolvimento econômico e so-
Sustentáveis cial, para os padrões de produção e de consumo e, portanto, para a criação de

– Substituem itens produzidos na-


cional ou internacionalmente por
produtos criados local e regional-
empregos e geração de renda.

Ao contrário do que muitos afi rmam, a transição para a sustentabilidade pode


aumentar a oferta de emprego e a geração de renda. A relação direta entre o
mente;

– Assumem responsabilidade por


seus efeitos no mundo natural;
mundo do trabalho e o meio ambiente constitui a essência dos chamados em-
pregos verdes – trabalhos e atividades que contribuem para a preservação ou

– Não exigem fontes exóticas de ca-


pital para se desenvolver e crescer;
restauração da qualidade ambiental, com remuneração adequada, condições de
trabalho seguras e respeito aos direitos dos trabalhadores.

– Empenham-se em processos de
produção humanos, dignos e intrin-
secamente satisfatórios;
Os empregos verdes podem ser o caminho para enfrentar tanto a degradação
ambiental, reduzindo os impactos da atividade econômica, quanto o desafio
social representado por 1,3 bilhão de pessoas no mundo em situação de pobre-

– Criam objetos duráveis e de uti-


lidade em longo prazo, cujo uso ou
disposição fi nal não prejudicarão as
za. Eles podem beneficiar trabalhadores com diferentes níveis de qualificação e
são encontrados em uma ampla gama de setores da economia, tais como os de
fornecimento de energia, reciclagem, agrícola, construção civil e transportes.
futuras gerações;

– Transformam seus consumidores


em clientes por meio da educação.
(Paul Hawken)
Levantamento da Organização Internacional do Trabalho (OIT) aponta que, em
2008, o Brasil tinha aproximadamente 2,6 milhões de empregos verdes – o que
representava 6,73% do total de postos formais de trabalho – e que a oferta desse
tipo de emprego no País vem crescendo a uma taxa anual de cerca de 2%.

A economia de Teresópolis, no período 2002-2007, correspondia a 17,2%


do PIB da região serrana. Dentro do Comperj, este município faz parte da
Região de Inf luência Ampliada e respondeu, no mesmo período, por 0,85%
do PIB da região7.

Teresópolis é um dos 87 municípios do Estado do Rio de Janeiro que rece-


bem royalties pela exploração e produção do petróleo – o que justifica a alta
participação do município no PIB regional. No ano passado, o repasse desses
recursos ao município somou cerca de R$ 10 milhões.

O perfi l do setor produtivo do município encontra-se no Gráfico 2. Em todos os


setores da economia, o porte predominante de estabelecimento é a microempresa.

7 IBGE, em parceria com órgãos estaduais de estatística (Fundação Cide), Secretarias


Estaduais de Governo e Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).

100
Gráfico 2: Número de estabelecimentos
Roya lt ies – Uma das compensa-
por setor, conforme o tamanho
ções f inanceiras relacionadas às
atividades de exploração e produção
2752 de petróleo e gás nat ural que as
3000
companhias petrolíferas pagam aos
2500 estados e municípios produtores. A
1991 legislação prevê regras diferentes
Micro
2000 para a distr ibuição dos royalties
Pequena em função da localização do campo
1500
Média produtor, se em terra ou no mar.
1000
559 Grande

500 101 174 162


12 2 1 37 7 1 5 3 9 14

0
Agropecuária Indústria Comércio Serviços

Fonte: Sebrae, base de dados RAIS/2007

Entre 2002 e 2007, mais de 80% da renda foram gerados no setor de serviços
(Gráfico 3). Este percentual se reduziu em 2004 (-62%), ano em que a indús-
tria teve sua participação aumentada para 30%. Mas esse crescimento não se
sustentou e, em 2007, a indústria retomou sua posição relativa (-11%), o mesmo
ocorrendo com os serviços. Cabe ressaltar a participação da administração
pública nesse setor. Em 2002, correspondeu a 26,4% do total dos serviços;
em 2004, a 16,9% e, em 2007, a 26,8%. O oposto ocorreu com a agricultura,
cuja participação relativa era pequena e decrescente.

Segundo dados da Fundação Cide, a taxa de crescimento do PIB per capita do


município no período 2002-2007 foi de 48,19%. O PIB per capita da região
serrana nesse período cresceu 53,12%. Em 2002, o PIB per capita era R$
7.803 e, em 2007, chegou a R$ 11.563. Esses dados sugerem que a economia
do município está em franco processo de crescimento econômico.

101
Gráfico 3: Participação relativa dos setores no PIB
do município nos anos de 2002, 2004 e 2007

100
84,06 84,23

80
61,64 2002
60 2004

2007
40 29,12 26,39 26,80
16,87
10,68 12,28
20 5,26 9,24 3,50
0
Agropecuária Indústria Serviço Administração
Pública

Fonte: IBGE 2007

Sua população total em 2007 era de 150.268 habitantes, sendo que 83,4%
residiam na área urbana e 16,6% na área rural8 . A maior parcela dessa popu-
lação (Gráfico 4) tem idade acima de 15 anos. Considerando a idade estimada
para a população economicamente ativa, é possível afirmar que a PEA do
município de Teresópolis, em 2007, correspondia a 73,49% da sua população.

Gráfico 4: Distribuição da população de


Teresópolis entre as faixas etárias.

Mais de 100 anos 2 0,00% 0,00% 17


95 a 99 anos 18 0,00% 0,00% 46
90 a 94 anos 101 0,10% 0,10% 185
85 a 89 anos 286 0,20% 0,30% 534
80 a 84 anos 734 0,40% 0,70% 1.118
75 a 79 anos 1.161 0,70% 0,90% 1.541
70 a 74 anos 1.757 1,10% 1,40% 2.223
65 a 69 anos 2.291 1,40% 1,70% 2.770
60 a 64 anos 3.037 1,90% 2,30% 3.761
55 a 59 anos 3.777 2,30% 2,60% 4.314
50 a 54 anos 4.699 2,90% 3,20% 5.231
45 a 49 anos 5.204 3,20% 3,60% 5.952
40 a 44 anos 5.714 3,50% 4,00% 6.474
35 a 39 anos 5.687 3,50% 3,90% 6.354
30 a 34 anos 6.158 3,80% 4,10% 6.758
25 a 29 anos 6.161 3,80% 4,10% 6.712
20 a 24 anos 6.629 4,00% 4,10% 6.769
15 a 19 anos 6.695 4,10% 4,20% 6.848
10 a 14 anos 7.189 4,40% 4,30% 7.038
5 a 9 anos 6.004 3,70% 3,60% 5.818
0 a 4 anos 4.971 3,00% 3,10% 5.008
Homens Mulheres

Fonte: IBGE (2011)

8 IBGE e Sebrae, base de dados RAIS/2007.

102
Considerando-se a idade estimada para a população economicamente ativa,
a PEA do município de Teresópolis em 2007 correspondia a 66,10% da sua
população. Além disso, apenas 20,82% da PEA estavam ocupados com carteira
assinada em 2007 – mais de 14% eram assalariados.

Gráfico 5: Porcentagem da população


economicamente ativa no ano de 2007

80
66,10%
70
60
50
40
30 20,82%
13,76% 14,13%
20
10
0
% da população % PEA ocupada % população % PEA ocupada
que é PEA que é PEA ocupada que é assalariada

Fonte: IBGE, Estatísticas do Cadastro Central de Empresas (2008)

Ainda que os dados sobre comportamento do emprego com carteira assinada


(Gráfico 6) indiquem melhoras, apresentando taxas de crescimento positivas
e elevadas, as exceções são a indústria extrativa mineral e os serviços in-
dustriais de utilidade pública.

Gráfico 6: Taxa de variação de emprego com carteira


assinada por setor de atividade entre os anos de 2001 e 2008

1000 802,22
800

600

400
99,22 87,01
200 26,28 2,41 41,38 -98,39 35,81

-200
Adm. Agropec. Const. Ind. Ind. Serv. Serviços Comércio
Pública Civil Extrativa Transf. Ind.
Mineral Ut. Pub

Fonte: IBGE 2007

103
Os participantes do grupo de Teresópolis manifestaram preocupação com o
desemprego, a pobreza e a desigualdade social no município. Chama atenção
a diferença entre o PIB per capita, que cresceu 48,19% entre 2002-2007,
chegando ao montante de R$ 11.563 – em valor mensal seria R$ 963,53. Já
a renda média dos trabalhadores, em período equivalente, permaneceu em
torno de R$ 435,86, evidenciando a má distribuição de renda no município.

No mapa da densidade da pobreza no estado, Teresópolis apresenta um índice


na faixa de 25,6% a 38,1%, que indica o número de pessoas residentes no
município com renda domiciliar inferior a 0,5 SM/km 2. Embora a concentração
da pobreza seja baixa, devido à grande extensão territorial do município, a
taxa de pobreza é alta. Considerando o número de pessoas residentes com
renda domiciliar inferior a 0,5 SM/total de habitantes, esta taxa em Teresó-
polis fica na faixa de 14,18% a 21,43%.

Mapa 8: Densidade de pobreza no Estado do Rio de Janeiro

Fonte: Estratégias e ações para a conservação da Biodiversidade no Estado do


Rio de Janeiro, (2009), in Anuário Estatístico do Rio de Janeiro, Fundação Ceperj
(http://www.ceperj.rj.gov.br)

104
Apesar das taxas de crescimento positivas, os participantes do grupo de
Teresópolis informaram que enfrentam problemas de desemprego e exclusão
social provocados pela existência de mão de obra desqualifi cada e pela falta
de políticas públicas para geração de trabalho e renda.

Segundo a Fundação Ceperj (2009), o número de demissões em 2007 foi de


9.500 posições. No mesmo período, o número de admissões registrou 11.417
vagas. A atuação das entidades do Sistema S (Sesc, Sebrae e Senac), somada
aos esforços da sociedade civil através das ações de entidades representa-
tivas com forte atuação – Associação Comercial, Industrial e Agrícola de
Teresópolis (Aciat), Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Sincomércio, Nossa
Teresópolis e outras –, tem sido fundamental para a geração de empregos e
melhor distribuição de renda.

O grupo também citou como potencialidade o Programa Economia Solidária,


destacando a existência de um Centro de Formação Profi ssional ligado à Se-
cretaria Municipal de Indústria e Comércio, com atividades voltadas à geração
de renda. Além disso, também considerou positivas a criação de Secretaria
Municipal de Trabalho e Renda e a organização do Plano Diretor e do Conselho
da Cidade voltados para o desenvolvimento sustentável.

Sede do Serviço Social do Comércio em Teresópolis

105
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Promoção da geração de Planejamento
emprego e renda 2. Identificar as demandas da indústria e comércio locais, incen-
tivando parcerias para a criação de cursos profi ssionalizantes.
Infraestrutura 3. Identificar na região a mão de obra que possa ser absorvida
1. Estruturar a Secretaria Municipal de Indústria e Comércio a partir da instalação do Comperj, qualificando os respec-
por meio da recomposição dos quadros técnicos. tivos profissionais.

2. Estruturar Teresópolis como polo regional para a Região 4. Incluir cursos profi ssionalizantes no programa do Ensino
Centro-Serrana no desenvolvimento social e econômico, Médio (mestre de obra, carpinteiro e eletricista, entre outros).
por intermédio do aumento da oferta de serviço para aten- 5. Envolver as entidades do Sistema S (Sesc, Sebrae e Senac)
dimento das demandas locais. instaladas em Teresópolis para realizar cursos de qualifi-
cação profissional.
Gestão pública
6. Assegurar a continuidade dos projetos e for talecimento
3. Integrar os trabalhos da Secretaria Municipal de Trabalho da Aciat.
e Renda com os trabalhos da Secretaria Municipal de In-
dústria e Comércio. 7. Criar uma Agência de Desenvolvimento Local (ADL).

4. Legitimar a Câmara Técnica para “desenvolvimento susten- 8. Fortalecer o Centro de Formação Profissional, ligado à Se-
tável e política de combate à pobreza” dentro do Conselho cretaria Municipal de Indústria e Comércio, com a realização
da Cidade, contando com a participação de representantes de atividades voltadas para a geração de renda.
do Fórum Agenda 21 Local. 9. Formar grupos de produção e cooperativas, com princípios
5. Integrar as Secretarias Municipais com o projeto “Nossa da economia popular solidária.
Teresópolis” e com entidades representativas de forte atu-
Gestão pública
ação, tais como Aciat, CDL e Sincomércio, entre outras.
10. Cobrar o apoio das autoridades competentes no desenvol-
6. Desenvolver políticas públicas voltadas para a geração de
vimento de programas de Economia Solidária.
emprego e renda.
7. Implementar e promover os programas do Plano Diretor Articulação
prev istos na linha estratégica X I I I – Desenvolv imento 11. Firmar convênio com o Sebrae para a realização de cursos
Social Includente. de gestão e associativismo para o trabalhador rural.
Planejamento 12. Promover maior atuação do Sistema Firjan no município,
incluindo estrutura física e programas do Sesi/Senai.
8. Realizar o levantamento das ações e programas de geração
de renda existentes no município. 13. Promover a integração entre a universidade e as empresas.
9. Preparar Teresópolis para potencializar os impactos positi-
vos decorrentes da Copa do Mundo de 2014, com a presença Possíveis parceiros
de seleções de futebol treinando no município. Abav . Aciat . Alerj . Associações de Moradores . Câmara Mu-
nicipal . CBF . CDL . Cenpes . Comissão Municipal de Emprego
• Estratégias para viabilizar a . Conselho da Cidade . Cooperativas . Firjan . Ministério dos
Esportes . MP . Movimento Nossa Teresópolis . OAB . Prefeitura
qualificação da mão-de-obra Municipal . Prefeituras Municipais (São José do Vale do Rio
Preto; Sapucaia, Sumidoro, Carmo, Guapimirim) . Prominp .
Capacitação Sebrae . Secretarias Municipais (Educação, Turismo, Agricul-
1. Qualificar a mão de obra direcionada para os setores de tura, Indústria e Comércio, Trabalho e Renda, Desenvolvimento
turismo, agricultura, educação e tecnologia. Social) . Senac . Senai . Senat . SinComércio . Sindicatos . Sin-
dicatos . Teresópolis Convention & Visitors Bureau . TurisRio
. Universidades.

106
Possíveis fontes de financiamento
Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Teresópolis
(Aciat) . Bird . Empresas associadas ao Comperj . FAT . Finep
. Planfor . Unisol.

107
AGRICULTURA
A Agenda 21, em seu Capítulo 32, afirma que a agricultura ocupa um terço
da superfície da Terra e constitui a atividade central de grande parte da
população mundial. Segundo o documento, as atividades rurais ocorrem
em contato estreito com a natureza – a que agregam valor com a produção
de recursos renováveis –, ao mesmo tempo em que a tornam vulnerável à
exploração excessiva e ao manejo inadequado.

A agricultura é sustentável quando é ecologicamente equilibrada, economi-


camente viável, socialmente justa, culturalmente apropriada e orientada por
um enfoque holístico. Este modelo de agricultura respeita a diversidade e a
independência, utiliza os conhecimentos da ciência moderna para se desen-
volver e não marginaliza o conhecimento tradicional acumulado ao longo dos
séculos por grandes contingentes de pequenos agricultores em todo o mundo.

Um modelo sustentável de agricultura produz alimentos saudáveis para os


consumidores e os animais, não prejudica o meio ambiente, é justo com seus
trabalhadores, respeita os animais, provê sustento digno aos agricultores e
apoia e melhora as comunidades rurais. Além disso, deve manter nossa capa-
cidade futura de produzir alimentos, distribuindo-os com justiça, mantendo a
qualidade do meio ambiente e preservando a diversidade cultural e biológica
das variedades tradicionais de plantas cultiváveis.

Teresópolis é um município beneficiado pelo clima favorável à produ-


ção agrícola. Segundo o Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável 9, o
Teresópolis é um importante polo
agrícola do estado do Rio de Janeiro município é o “maior produtor de hortigranjeiros do Estado do Rio de Janeiro,
em volume, e o maior fornecedor de olerícolas folhosas para as Centrais de
Abastecimento do Estado do Rio de Janeiro (Ceasa-RJ)”. Na área rural do
município, predominam os minifúndios, pequenas propriedades dirigidas
por agricultores familiares. O número total de produtores rurais está hoje na
faixa de 3.500 a 4.000, a grande maioria em pequenas propriedades.

Apesar disso, a agricultura, juntamente com a pecuária, representa apenas


9% de sua economia. A agricultura processada no município não garante
a sustentabilidade econômica dos agricultores, em parte devido à falta de
infraestrutura para manter a agricultura produtiva – transporte, comu-
nicação e equipamentos. Também falta política pública para incentivar a
população rural a não abandonar o campo, além de capacitação e parceria
por parte do município.

9 PMT/FGV, Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável de Teresópolis –


Documento Técnico, 2006, p. 222-233.

108
Um bom exemplo são os 700 km de estradas do município, dos quais 510 km
não têm pavimentação. Durante a época de chuvas, o trânsito dos caminhões Sistema Agrof lorestal – Forma de
que escoam a produção provoca muitos estragos nas rodovias. uso da terra na qual se combinam
espécies arbóreas lenhosas (frutífe-
No entanto, algumas iniciativas já indicam um início de articulação da agri- ras e/ou madeireiras) com cultivos
cultura local, como uma parceria entre a Secretaria Municipal de Agricultura, agrícolas e/ou animais, de forma
o Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural e a Secretaria Municipal de simultânea ou em sequência tem-
Turismo, além de um convênio da prefeitura com a Emater, apesar de esta poral, e que interagem econômica e
ecologicamente. Objetiva otimizar a
contar com poucos técnicos no município.
produção com o uso mais eficiente
Segundo os participantes, há produtores rurais tradicionais que utilizam dos recursos (solo, água, luz etc.),
técnicas orgânicas e produzem ervas medicinais. E, mesmo sem uma política a diversif icação de produção e a
que enfatize e priorize a agricultura sustentável, há um movimento crescente interação positiva entre os compo-
de produtores em agricultura orgânica com uma produção sustentável de ali- nentes. Sistemas agroflorestais fa-
zem parte das diretrizes centrais de
mentos – já foi criada, inclusive, a Associação de Produtores Orgânicos. No
desenvolvimento rural sustentável,
entanto, ainda falta incentivo comercial à agricultura orgânica.
pois podem ser implantados em áre-
A UFRJ está presente em Teresópolis com o projeto de tratamento da produção as alteradas por atividades agrícolas
agrícola e do produtor com homeopatia. A prefeitura já dispõe de um estudo da malsucedidas, contribuindo para a
redução do desmatamento de novas
UFRJ/Nesc sobre transição da agricultura convencional para agro-homeopatia
áreas de floresta (Fonte: Embrapa).
(o Instituto Brejal–Petrópolis já utiliza essa técnica), abrindo novos horizontes
à produção orgânica no município. A g r o e c olo g i a – Abordagem da
agricultura que se baseia nas di-
Além disso, a existência de florestas possibilita o desenvolvimento de sistemas nâmicas da natureza e propõe mu-
agroflorestais para a produção rural, apesar de ainda faltar divulgação e apoio danças profundas nos sistemas e nas
a práticas como a agroecologia – este é um sistema de agricultura sustentável formas de produção. Sua fi losofi a é
que pode se tornar uma alternativa viável, especialmente se for encontrado um produzir de acordo com as leis e as
meio de sanar a falta de um programa de remuneração ao produtor rural pelos dinâmicas que regem os ecossis-
serviços ambientais e seus benefícios à coletividade. temas – uma produção com e não
contra a natureza. Reúne conceitos
Os participantes do grupo mencionaram a criação de um núcleo em Agricul- das ciências naturais e das ciências
tura Orgânica e Agroecologia e a existência de um projeto para um Jardim sociais em práticas dedicadas ao
Botânico de plantas medicinais. Outra potencialidade identificada é a feira estudo das relações produtivas en-
de produtos orgânicos, com venda direta do produtor ao consumidor, funcio- tre o homem e a natureza, visando
nando regularmente duas vezes por semana (apoiada na lei de venda direta). sempre à sustentabilidade ecológica,
econômica, social, cultural, política
No entanto, a prática mais comum é o uso intenso de agrotóxicos nas lavouras e ética. No âmbito da agroecologia,
de hortaliças, ocasionando frequentes problemas de intoxicação nos agricultores encontramos ainda discussões so-
e seus familiares. Outro problema é a comercialização de agrotóxicos por vende- bre manutenção da biodiversidade,
dores individuais, que não estão sujeitos ao controle do receituário agronômico. agricultura orgânica, agrofloresta,
permacultura e agroenergia, dentre
A infraestrutura disponível para o escoamento da produção agrícola é precária outros temas.
e falta um canal alternativo para o produtor rural escoar sua produção para
outros municípios e estados – como, por exemplo, um escritório de negócios
e a criação de um mercado municipal, visando minimizar a ação exploradora
do atravessador. Também é preciso desenvolver meios para sanar a falta de
entrosamento e respeito entre os próprios produtores e entre produtores e
compradores, e a falta de credibilidade para criação de cooperativas.

109
Apesar destas dificuldades, Teresópolis conta com um programa de melhoria
de vida no campo que visa aumentar a remuneração dos produtores rurais,
com fundos (Pronaf) para desenvolver atividades com a população rural e
com a existência de organizações do setor produtivo agrícola para melhorar
a comercialização da produção – e, consequentemente, manter o homem no
campo. Além disso, há a possibilidade de parceria com a Universidade Federal
Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e com o Serviço Nacional de Aprendizagem
Rural (Senar).

A associação com organizações capazes de trazer conhecimento para os


produtores pode resolver a falta de capacitação para o produtor rural no uso
racional dos recursos naturais (ex.: água para a irrigação) e outros temas
de interesse, como técnicas de conservação para que seus produtos possam
ser minimamente processados – alimentos embalados hermeticamente para
comercialização –, aproveitando a produção agrícola excedente.

Também há necessidade de criar uma Central de Informações para a orien-


tação do pequeno agricultor. Uma boa iniciativa presente no município é a
realização de eventos, como Etecponkan e TecnoHort, com cursos e palestras.
Também foi apontada a falta de um mercado municipal para o produtor rural.
Tomates e tangerinas são alguns dos
principais produtos agrícolas cultivados O grupo assinalou a falta de rubrica exclusiva para que a cota de retorno
em Teresópolis do estado possa ser direcionada à agricultura. Afirmou também que falta
estímulo para que mais agricultores preencham a Declan10.

A tangerina e o tomate foram os principais produtos agrícolas das lavou-


ras do município em 2008, com uma produção de 11.420 e 3.200 toneladas,
respectivamente. As áreas plantadas chegaram a 571 hectares, no caso da
tangerina, com rendimento médio de 20 mil kg/ha; e a 40 hectares de tomate,
com 80 mil kg/ha. O município cultiva ainda batata-doce (1.206 t), mandioca
(900 t), banana (70 t) e feijão em grãos (27 t).

A pecuária no município destacou-se, ainda em 2008, na criação de aves


(560 mil cabeças), bovinos (5.100 cabeças), equinos (2.100 cabeças) e vacas
ordenhadas (mil cabeças). Teresópolis também tem criação de caprinos, suí-
nos, codornas e coelhos, entre outros, além de produzir leite (mil litros), ovos
de galinha (21 mil dúzias), ovos de codorna (22 mil dúzias) e mel de abelha
(2.200 quilos). Os dados são do IBGE/2010.

10 O cálculo do FPM tem um componente adicional referente às declarações


anuais (Declan) recebidas pelo governo do estado. O preenchimento da Declaração
Anual de Renda (Declan) permite identifi car o grau de participação da agricultura
na economia. Com base neste grau de participação, os programas de incentivo à
agricultura do governo federal repassam verbas para o município. Quanto mais
Declans enviadas, mais recursos são recebidos. Hoje, poucas Declans são enviadas.
Os motivos podem ser desconhecimento ou o fato de terem um custo para o produtor
(este custo deve ser extinto).

110
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Promovendo o fortalecimento 2. Fiscalizar o uso da verba do Pronaf na agricultura municipal.
3. Fiscalizar a alocação e prestação de contas dos recursos con-
da agricultura seguidos, principalmente nas Cooperativas e Associações.
Gestão pública 4. Fiscalizar os recursos provenientes do estado e União, dire-
cionados a cursos de capacitação rural (cursos interrompidos
1. Elaborar a política municipal de agricultura familiar para sem entrega de certificado).
desenvolver a vocação econômica de agricultura sustentá-
vel, sob a diretriz do Plano Diretor.
2. Ampliar a atuação e capacitação das Secretarias e Conselhos.
• Estratégias para fortalecer o
3. Ampliar o contato dos funcionários das Secretarias e Con-
mercado do produtor rural
selhos da área com os produtores.
Articulação
4. Ampliar o número de agrônomos e técnicos agrícolas na
1. Articular ações continuadas de integração entre a Secretaria
Emater e Secretaria Municipal de Agricultura.
Municipal de Agricultura e as comunidades rurais, visando
5. Destinar recursos próprios ao Conselho Municipal de De- ao aumento da produção sustentável.
senvolvimento Rural.
2. Articular com os governos federal e estadual a obtenção de
6. Reivindicar a compra dos formulários de declaração (Declan) maiores incentivos para o setor agrícola.
para fornecer aos agricultores.
Planejamento
7. Cobrar a rubrica exclusiva para que a cota de retorno do
estado possa ser direcionada à agricultura. 3. Solicitar maiores f inanciamentos para a produção agr í-
cola local.
8. Institucionalizar a atividade de distribuidor, para que os
atravessadores não sejam beneficiados com título de pro- 4. Promover a plantação e o consumo de produtos orgânicos.
dutor e paguem os impostos adequados. 5. Apoiar a criação de unidades agroindustriais administradas
pelos produtores.
Comunicação
6. Criar incentivos fiscais para a compra de adubo diretamente
9. Promover maior divulgação e transparência dos recursos
do produtor.
destinados à agricultura.
7. Desenvolver estratégias voltadas para fortalecer a produção
Planejamento de hortifrutigranjeiros.
10. Solicitar apoio municipal para o Laboratório de Análise de Solo. 8. Criar um selo (certificado de produtos) que identifique prá-
11. Criar um fórum de discussão permanente junto aos secre- ticas sustentáveis (Secretaria Municipal de Agricultura, Se-
tários municipais de Agricultura e de Meio Ambiente. cretaria Municipal de Meio Ambiente e Aciat, entre outros).
12. Fortalecer o Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural. 9. Utilizar as cooperativas como agentes agregadores de tecnolo-
gia, desenvolvendo novas técnicas de plantio menos poluidoras.
Infraestrutura 10. Viabilizar a formação de apólices de seguro para as estufas
13. Melhorar a infraestrutura para manter a agricultura produ- hidropônicas.
tiva (transporte, comunicação e equipamentos, entre outros).
Infraestrutura
14. Melhorar as vias de escoamento na zona rural.
11. Melhorar a infraestrutura da Ceasa.

• Mecanismos para assegurar Elaboração de programas


a aquisição de recursos 12. Elaborar um programa de melhoria das condições sanitárias
dos produtos, desde a colheita ao consumo.
para a agricultura
Fiscalização
1. Fiscalizar os recursos direcionados ao Conselho.

111
• Desenvolvimento de mecanismos Planejamento
que promovam o escoamento 3. Facilitar o acesso do pequeno produtor aos incentivos fis-
cais existentes.
da produção agrícola 4. Cobrar investimentos em cooperativas de mulheres rurais,
para a produção de mudas nativas para ref lorestamento.
Infraestrutura
5. Estabelecer critérios para a captação de recursos e parce-
1. Construir um mercado municipal para o produtor rural.
rias para o projeto de Jardim Botânico Popular de Plantas
2. Criar um “Sacolão” volante para os produtores de orgânicos. Medicinais, em áreas livres de contaminação.
Planejamento 6. Promover os eventos rurais da região (ex.: Festa da Ponkan
e Encontro do Produtor Rural, entre outros).
3. Organizar o setor produtivo agrícola para melhorar a co-
mercialização da produção. 7. Criar uma Central de Informações para a orientação do
pequeno agricultor.
4. Planejar ações estratégicas que garantam o entrosamento
entre produtores e consumidores. Elaboração de programas e projetos
5. Fortalecer a feira de produtos orgânicos, gerando renda para 8. Elaborar programas de melhor ia da qua lidade de v ida
as famílias produtoras e conferindo maior visibilidade dos no campo.
produtos no mercado consumidor.
9. Desenvolver um programa de remuneração ao produtor rural
6. Estudar soluções alternativas para o produtor rural escoar pelos serviços ambientais.
seus produtos para outros municípios e estados (ex.: escri-
10. Desenvolver programas de fixação do jovem no campo (ex.:
tório de negócios, mercado municipal).
núcleo digital, calendário escolar compatível com o calen-
7. Criar cooperativas ou associações de pequenos agricultores dário de produção, lazer, cultura, esporte “semirradical” e
para negociar os produtos sem a ação de intermediários. incentivos, entre outros).
Comunicação 11. Elaborar projetos para tratar com homeopatia a produção
agrícola e o produtor.
8. Criar uma rede de comunicação entre o consumidor e o
produtor. Gestão pública
Articulação 12. Elaborar polít icas de cont role do uso de adubos e insu-
mos quím icos.
9. Estabelecer convênios com a prefeitura para fazer o trans-
porte das mercadorias.

Gestão pública
• Ações para melhorar a
infraestrutura do produtor rural
10. Fornecer subsídios técnicos para estabelecer o contato direto
dos produtores com o mercado consumidor. Planejamento
11. Elaborar e aprovar um projeto de lei, criando um programa 1. Atrair escolas agrícolas com auxílio da Embrapa e Uerj.
de compras de produção orgânica de pequenos produtores
2. Desenvolver mecanismos que facilitem o acesso do agricul-
locais para a utilização em merendas das escolas, hospitais
tor à tecnologia e à informação.
e outras instituições municipais.
3. Integrar o Sistema S, para ampliar a interação junto ao
• Medidas estratégicas para a produtor rural.

fixação do homem no campo Articulação


4. Estabelecer pa rcer ias e cooperações que d inam i zem a
Capacitação Secretar ia Municipal de Agr icultura e demais órgãos e
1. Capacitar o homem do campo, visando à redução de custos instituições que façam esse tipo de trabalho.
e melhoria da qualidade dos produtos agrícolas. 5. Estabelecer parcerias com a Universidade Federal Rural do
Rio de Janeiro e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural
Comunicação para a capacitação na área rural.
2. Divulgar as práticas tradicionais dos produtores rurais (téc-
nicas orgânicas, ervas medicinais, rezadeiras e curandeiras). Capacitação
6. Capacitar o agricultor para agregar valor aos nossos pro-
dutos agrícolas.

112
7. Realizar cursos voltados para o desenvolvimento de Siste- 8. Desenvolver estratégias de incentivo ao consumo de pro-
mas Agrof lorestais (SAFs). dutos orgânicos.
8. Capacitar comunidades rurais para a multifuncionalidade 9. Promover ações que incentivem a população rural a não
da propriedade rural. abandonar o campo.
9. Capacitar o produtor r ural para o uso racional dos re- 10. Realizar a compra dos produtos alimentícios produzidos
cursos naturais. pelos pequenos agricultores familiares.
10. Capacitar os proprietários rurais para o trabalho nos Conselhos.
11. Capacitar os produtores para o beneficiamento de produtos • Otimização da produção agrícola
minimamente processados (alimentos embalados hermeti-
camente para comercialização), aproveitando a produção
Gestão pública
agrícola excedente. 1. Elaborar políticas públicas que estabeleçam o enriquecimen-
to da merenda escolar com produtos orgânicos produzidos
12. Capacitar os produtores rurais para produção de produtos
no município.
desidratados, geleias e embutidos, entre outros.
2. Conver ter a produção excedente para escolas, creches e
13. Capacitar os proprietários de terras para criação de coope-
casas de repouso (públicas, municipais), entre outras, trans-
rativas ou associações de pequenos agricultores.
formando os produtos agrícolas em descontos tributários.
14. Realizar cursos de capacitação voltados para a elaboração
de projetos e captação de recursos na área rural. Planejamento
15. Realizar capacitação em agricultura sustentável. 3. Incrementar o fornecimento de hortifrutigranjeiros, privile-
giando o pequeno produtor para as empresas de alimentação

• Fortalecimento das cadeias que servirão ao Comperj e entorno.


4. Utilizar olerículas (verduras e folhosas) no cardápio de
produtivas agroecológicas creches e escolas públicas.
Comunicação 5. Desenvolver estratégias alternativas para amenizar o des-
perdício da produção agrícola.
1. Divulgar projetos de tratamento da produção agrícola e do
produtor com homeopatia, desenvolvidos pela Universidade
Federal do Rio de Janeiro. Possíveis parceiros
2. Divulgar e incentivar a feira orgânica. Apherj . Associação de Produtores Orgânicos . Associação de
Produtores Rurais . Conselhos Municipais (Cidade, Desenvolvi-
3. A mpliar a div ulgação e o acesso à infor mação sobre o
mento Rural Sustentável, Agricultura) . Cooperativas . Emater .
f uncionamento das cooperativas, bem como suas leis e
Empresas associadas ao Comperj . Escola Nacional de Botânica
incentivos disponíveis.
Tropical – Jardim Botânico do Rio de Janeiro . Ministérios
4. Div ulgar os trabalhos desenvolv idos pelos Conselhos e (Agricultura Pecuária e Abastecimento, Desenvolvimento Agrá-
Secretarias ligados à área. rio) . ONGs . Promimp . Sebrae . Secretarias Municipais (Servi-
5. Div ulgar o Núcleo Pioneiro em Agr icultura Orgânica e ços Públicos, Agricultura, Educação, Desenvolvimento Social) .
Agroecologia. Senac . Sindicatos . Universidades . Vigilância Sanitária.

Planejamento Possíveis fontes de financiamento


6. Buscar maiores infor mações sobre programa de econo-
Ashoka . BNDES . Caixa Econômica Federal . CT- Agro . Em-
m ia solidár ia.
brapa . Finep . FNE Verde . Ministérios (Agricultura, Pecuária e
7. Buscar maiores informações sobre as práticas agroecológicas. Abastecimento, Desenvolvimento Agrário, Trabalho e Emprego)
. Prodetab.

113
INDÚSTRIA E COMÉRCIO
Em seu Capítulo 30, a Agenda 21 reconhece que a prosperidade constante, obje-
tivo fundamental do processo de desenvolvimento, resulta principalmente das
atividades do comércio e da indústria. Mas alerta que o setor econômico deve
reconhecer a gestão do meio ambiente como uma de suas mais altas prioridades.
Não é possível ter uma economia ou uma sociedade saudável num mundo com
tanta pobreza e degradação ambiental. O desenvolvimento econômico não pode
parar, mas precisa mudar de rumo para se tornar menos destrutivo.

As políticas e operações empresariais podem desempenhar um papel impor-


tante na redução do impacto sobre o uso dos recursos e o meio ambiente por
meio de processos de produção mais eficientes, estratégias preventivas, tec-
nologias e procedimentos mais limpos de produção ao longo do ciclo de vida
de um produto. É necessário estimular a inventividade, a competitividade
e as iniciativas voluntárias para estimular opções mais variadas e efetivas.

A competitividade também exige das indústrias e do comércio a adequação


a esta tendência, o que está propiciando o surgimento de produtos e serviços
ambientais que visam à diminuição dos danos ao meio ambiente.

A contribuição deste setor para o desenvolvimento sustentável pode aumentar


à medida que os preços de bens e serviços ref litam cada vez mais os custos
ambientais de seus insumos, produção, uso, reciclagem e eliminação, segundo
as condições de cada local.

Espaço Mulher na Feira de Economia Solidária da Praça de Santa Tereza

114
Em Teresópolis, a indústria representa 12% da atividade econômica
do município (em 2004, era 29%), conforme indicado no Gráfico 3, e tem
nas pequenas empresas sua maior representatividade. Apesar disso, faltam
programas de incentivo para atração de empresas, contribuindo para que
muitas fechem suas portas. Além disso, há desarticulação da classe empre-
sarial, dificultando a construção de uma estratégia para fortalecer o setor.

Esta situação acaba se ref letindo tanto no potencial de crescimento/desen-


volvimento do município quanto na geração de empregos. Daí a necessidade,
segundo os participantes do processo, de considerar a possibilidade de mu-
dança da política local, promovendo incentivo fi scal para atrair indústrias
não poluentes e gerando empregos.

Os membros do Fórum indicaram que, se por um lado, o Comperj trouxe a


expectativa de atrair empresas para o município, por outro, poderá atrair
indústrias poluidoras, sem que o município tenha desenvolvido mecanismos
de controle e fi scalização para a implantação de novas empresas e indústrias
com atividades poluentes.

A ausência de mecanismos de controle e fi scalização no comércio e na indústria


(tratamento de resíduos poluentes, sindicatos atuantes, relações trabalhis-
tas, responsabilidade social, padrões de qualidade, cadeias produtivas) tem
repercussão negativa no desenvolvimento econômico local. Os participantes
assinalaram ainda o fraco envolvimento da indústria e do comércio em ini-
ciativas de responsabilidade socioambiental.

O grupo também se mostrou preocupado com a indefinição de uma estratégia


de apoio e incentivo à produção de artesanato local.
Centro comercial em Teresópolis
A realidade industrial da região deverá ser alterada devido à instalação do
Comperj. O valor adicionado a ser gerado pelos empreendimentos durante a
fase de operação do Complexo Petroquímico, com relação ao PIB do município,
encontra-se na Tabela 2.

Tabela 2: Projeções para a relação entre o valor adicionado/


PIB a partir da instalação do Complexo Petroquímico

Valor Adicionado / PIB (2015)

Município Cenário Conservador Cenário Otimista


Teresópolis 0,85% 1,71%
Rio de Janeiro 0,02% 0,05%
Fonte: Fundação Getúlio Vargas (2008)

115
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Promoção do fortalecimento do Capacitação
comércio, indústria e serviços 2. Realizar of icinas de capacitação para empresár ios sobre
produção limpa, a liada aos pr incípios de responsabi li-
Gestão pública dade socioambienta l.

1. Elaborar uma legislação específica para inibir a presença 3. Realizar cursos de capacitação nas comunidades, voltados
de empresas poluentes e fiscalizar as poluidoras existentes. para os artesãos.

2. Desenvolver estratégias para o fortalecimento da pequena Elaboração de projetos


indústria existente no município. 4. Desenvolver projetos sociais por intermédio dos empresá-
3. Implementar Arranjos Produtivos Locais (APL). rios locais.
4. Assegurar o apoio público às empresas locais que estão fechando. Planejamento
Planejamento 5. Promover o envolvimento da indústria e do comércio em
iniciativas de responsabilidade socioambiental.
5. Estabelecer critérios para a criação de programas de incen-
tivo para a atração de empresas. 6. Cobrar o apoio do poder público local ao incremento da
produção artesanal local.
6. Criar um polo industrial com indústrias que causem poucos
danos ao meio ambiente e em áreas que não interfiram na 7. Realizar o levantamento e o cadastramento dos artesãos
produção agrícola, respeitando o Plano Diretor. do município.
7. Proteger as áreas rurais, através do Zoneamento Ecológico 8. Desenvolver estratégias que permitam a comercialização
Econômico da região, para que não haja a substituição de deste artesanato em outras localidades.
áreas produtivas agrícolas por áreas industriais e urbanas. 9. Estabelecer cr itér ios para a cr iação de cooperativas de
8. Criar novas incubadoras de empresas no município. artesanato.
9. Rea l i za r r eu n iões pa r a i nteg r a r os r epr esenta ntes da Infraestrutura
classe empresar ial.
10. Criar novos locais para a realização de feiras de artesanato local.
10. Promover o uso, por empresas e indústrias, dos recursos e
produtos gerados no município. Comunicação
11. Reformular a FeirArte. 11. Divulgar e fortalecer o Conselho Municipal de Artesãos.

Fiscalização 12. Traba lhar o marketing de ident idade do ar tesanato de


Teresópolis.
12. Fiscalizar o cumprimento da legislação trabalhista nas áreas
urbanas e rurais.
Possíveis parceiros
13. Fiscalizar o tratamento dado nas indústrias aos resíduos, às
relações trabalhistas, ao desenvolvimento de programas de Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Teresópolis
responsabilidade social e aos padrões de qualidade de suas (Aciat) . Associações de moradores . CDL . Conselho da Cidade
cadeias produtivas. . Cooperativas . Firjan . Movimento Nossa Teresópolis . Pre-
feitura Municipal . Secretarias Municipais (Trabalho e Renda,
Indústria e Comércio) . SinComércio . Unifeso.
• Estratégias para a valorização do
desenvolvimento econômico local Possíveis fontes de financiamento
Estudos técnicos Banco do Brasil . Bird . BNDES . Caixa Econômica Federal . FAT
. Finep . MEC . Proger.
1. Realizar um levantamento dos problemas ambientais rela-
cionados à atividade industrial no município.

116
TURISMO
O turismo está entre as atividades econômicas que mais dependem da conservação
e valorização do meio ambiente natural e construído, especialmente para os desti-
nos cujo destaque são os atrativos relacionados à cultura e às belezas naturais. É
considerado sustentável quando consegue alcançar os resultados econômicos de-
sejados respeitando o meio ambiente e o desenvolvimento das comunidades locais.

Os turistas, cada vez mais, favorecem empreendimentos que minimizam a


poluição, o desperdício, o uso de energia, de água e de produtos químicos
tóxicos. Visitantes satisfeitos, que levam consigo novos conhecimentos e
recomendam aos amigos que tenham a mesma experiência, são a garantia
de sucesso de um destino turístico.

Um ambiente saudável e preser vado, no qual há respeito pela diversidade


humana, natural e cultural é o ideal para a prática sustentável do turismo.
Se essas condições não são asseguradas, o destino começa a declinar e deixa
de gerar os benefícios a que se propõe.

O desenvolvimento do turismo sustentável deve respeitar a legislação vigen-


te, garantir os direitos das populações locais, conservar o ambiente natural
e sua biodiversidade, considerar o patrimônio cultural e os valores locais,
e estimular o desenvolvimento social e econômico dos destinos turísticos.

Negócios turísticos sustentáveis empregam e capacitam a população local,


compram produtos da região e usam serviços também locais. Cooperam com
a manutenção de hábitats naturais, sítios históricos e lugares que se destacam
pela beleza da paisagem.

Das margens do Lago Comary podem ser vistos os picos da Serra dos Órgãos,
incluindo o Dedo de Deus

117
Em Teresópolis, a expressividade das condições geográficas do mu-
nicípio, a sua tradição agrícola e a existência das Unidades de Conservação
potencializam o turismo rural, o de aventura e o ecológico. No entanto, faltam
políticas públicas para o turismo rural e para estimular e explorar o circuito
Teresópolis-Friburgo e o Caminho da Roça.

Ainda é muito incipiente o tratamento conjunto para os setores, de maneira a


torná-los complementares e potencializar os resultados econômicos das duas
atividades. Pelo lado do turismo também faltam capacitação e treinamento
para o turismo rural, o estabelecimento de parcerias (inclusive internacio-
nais) que atraiam o turista e o uso econômico das áreas de f loresta como
trilhas ecológicas.

Inaugurada em 1967, a Fonte Judith tem o nome da menina que teria sido curada
de uma grave enfermidade pelas propriedades medicinais de suas águas

118
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Estratégias para um Capacitação
turismo sustentável 17. Formar pessoal capacitado para o ecoturismo.
18. Capac ita r os ator e s soc ia i s pa r a o t u r i smo r e cept ivo
Gestão pública de est r a ngei ros.
1. Implementar os programas previstos no Plano Diretor. 19. Realizar cursos de formação de guia turístico.
2. Promover o desenvolvimento do turismo sustentável.
3. Reativar o Conselho de Turismo. • Mecanismos para o fortalecimento
4. Integrar o Conselho de Turismo com os Conselhos da Cidade do turismo local
e o de Desenvolvimento Rural.
Comunicação
Planejamento 1. Divulgar os atrativos turísticos do município para os diver-
5. Desenvolver um plano estratégico para o turismo. sos agentes do turismo (hotéis, agências de turismo, centro
6. Criar uma Faculdade de Turismo no município. de visitantes).

7. Criar um hotel-escola. 2. Divulgar atrações turísticas, históricas, culturais e rurais.

8. Captar recursos e estabelecer parcerias, nacionais e internacionais. 3. Divulgar as Unidades de Conservação, bem como seus re-
cursos e projetos disponíveis ao uso público.
9. Estabelecer roteiros turísticos para mostrar todo o potencial
agrícola, agroecológico e paisagístico. Gestão pública
10. Estruturar o turismo de eventos, com a definição de um 4. Criar um Fundo Municipal de Turismo.
calendário oficial e um centro de convenções. 5. Disponibilizar um ônibus da prefeitura para realizar o trans-
11. Fortalecer o Circuito Teresópolis–Friburgo e o Caminho da Roça. porte dos bairros do município até as Unidades de Conservação.
12. Consolidar a FeirArte como atrativo turístico.
13. Mapear as trilhas ecológicas existentes no município, para
Possíveis parceiros
inseri-las nos roteiros turísticos. A ssociações . Câmara Municipal . Cooperativas . Emater .
FGV . Firjan . MTur . ONGs . Secretarias Municipais (Turismo
Elaboração de programas e Cultura, Meio Ambiente, Saúde, Educação e Agricultura) .
14. Criar programas de fortalecimento do turismo local. Sindicatos . Universidades.

Infraestrutura
Possíveis fontes de financiamento
15. Reestruturar os pontos turísticos existentes.
Banco do Brasil . BNDES . Caixa Econômica Federal . FAT .
16. Cobrar melhoria das estradas principais e vicinais. Ministérios (Cultura, Meio Ambiente, Turismo) . Prodetur .
Proger . WWF.

119
GERAÇÃO DE RESÍDUOS
As atividades industriais, agroindustriais, hospitalares, de transportes, serviços
de saúde, comerciais e domiciliares produzem grandes volumes de resíduos sólidos
sob a forma de plásticos, metais, papéis, vidros, pneus, entulhos, lixo eletrônico,
substâncias químicas e alimentos. Para piorar este quadro, a maioria dos muni-
cípios não conta com mecanismos de gerenciamento integrado desses resíduos.

Substâncias químicas perigosas de origem orgânica, como os organoclorados,


ou inorgânica, como metais pesados (chumbo e mercúrio, entre outros), pro-
vocam doenças e não se degradam na natureza. Pilhas, baterias de telefones
celulares, lâmpadas de mercúrio e outros resíduos perigosos têm em sua
composição metais pesados, altamente tóxicos, não biodegradáveis e que se
tornam solúveis, penetrando no solo e contaminando as águas.

Já os resíduos infectantes gerados pelos serviços de saúde constituem risco


pelo potencial de transmissão de doenças infectocontagiosas, uma vez que
nem sempre são coletados, tratados, eliminados ou dispostos corretamente.
É urgente a diminuição, o gerenciamento, a reciclagem e a reutilização dos
resíduos gerados ao longo de todas as fases do processo econômico, consi-
derando que muitos deles podem ser reaproveitados, beneficiando a todos.

Classes dos Resíduos

Classe 1 – resíduos perigosos – Apre- Tabela 3: Relação existente entre a origem e os responsáveis pelo descarte de
sentam r iscos à saúde pública e ao resíduos em relação às respectivas classes
meio ambiente, exigindo tratamento e
disposição especiais. Origem Possíveis Classes Responsável

Classe 2 – resíduos não iner tes – Domiciliar 2 Prefeitura


Não apresentam periculosidade, po- Comercial 2, 3 Prefeitura
rém não são inertes. São basicamente
Industrial 1, 2, 3 Gerador do resíduo
aque le s com a s ca r ac te r í st ica s do
lixo doméstico. Público 2, 3 Prefeitura
Serviços de saúde 1, 2, 3 Gerador do resíduo
C la sse 3 – resíduos iner tes – Não
contaminam a água, não se degra- Portos, aeroportos 1, 2, 3 Gerador do resíduo
dam ou não se decompõem quando e terminais ferroviários
dispostos no solo (se degradam muito
Agrícola 1, 2, 3 Gerador do resíduo
lentamente). Muitos destes resíduos são
recicláveis. Estão nesta classificação, Entulho 3 Gerador do resíduo
por exemplo, entulhos de demolição, Fonte: http://ambientes.ambientebrasil.com.br/residuos/residuos/
pedras e areias retirados de escavações. classes_dos_residuos.html

120
Em Teresópolis, chamam a atenção o uso inadequado de agrotóxicos, a destina-
ção final de material radioativo médico/hospitalar e a poluição. A preocupação
com a poluição se deve à possibilidade de indústrias poluidoras se instalarem
no município com a chegada do Comperj, o que aumentaria as necessidades de
armazenamento e a ocorrência de transporte de substâncias tóxicas e dejetos
industriais por empresas especializadas pelas estradas da região.

Quanto aos materiais radioativos, a preocupação é que não haja informação


sobre a circulação e o conteúdo dos resíduos vindos de outros municípios
participantes do convênio, assim como a falta de conhecimento das fontes
O descarte inadequado de pilhas e
de contaminação radioativa e de conhecimento técnico sobre as políticas que
baterias é uma ameaça à saúde
tratem da questão dos resíduos perigosos (manipulação, prevenção e ações
emergenciais em caso de acidentes e/ou exposição).

São precárias as informações sobre a coleta, transporte e destino final do lixo


hospitalar – falta conhecimento da Resolução da diretoria colegiada (RDC 306)
/ Ministério da Saúde, 07/12/2004: programa de gerenciamento de resíduos
de serviços de saúde. Preocupa também o fato de não haver fi scalização e
monitoramento no trânsito de resíduos perigosos na BR-116, em direção a
Cantagalo, proveniente de Magé.

A população desconhece as políticas para o manejo adequado dos resíduos


(embalagens vazias, baterias etc.).

Quanto aos agrotóxicos, há uma preocupação com o uso inadequado e a pos-


sível contaminação do solo e subsolo (lençóis freáticos) e dos rios que cortam
o município. Há temor de aumento dos problemas devido à pouca fi scalização,
colocando em risco a saúde de quem manipula e de quem consome o produto
final. Isto porque há falta de controle na venda; de informação continuada
na apresentação de novos produtos; de conscientização ao usuário fi nal; de
fi scalização (a da Anvisa ainda é insufi ciente) e, finalmente, falta de penali-
zação. Há um entendimento de que existe a necessidade de coleta de registros
administrativos sobre a contaminação por agrotóxicos.

121
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Gestão e monitoramento 3. Regulamentar e fi scalizar a coleta de lixo hospitalar, dando o
destino adequado, garantindo o programa de gerenciamento
dos resíduos gerados pelos de resíduos de serviços de saúde – RDC 306 (resolução da
diretoria colegiada – Ministério da Saúde – 07-12-2004).
processos de produção
Infraestrutura
Comunicação
4. Instalar filtros nos incineradores de lixo hospitalar.
1. Divulgar as leis existentes sobre resíduos de todos os tipos.
Elaboração de programas
2. Elaborar um programa de comunicação que conscientize
os usuários sobre a importância do manejo adequado dos 5. Elaborar programas de sensibilização, alertando a popula-
produtos químicos utilizados na agricultura. ção sobre os problemas ambientais causados pelo descarte
inadequado de pilhas e baterias.
Infraestrutura
Fiscalização
3. I n sta la r Posto de Atend i mento equ ipado pa r a o ca so
de envenena mento. 6. Fiscalizar e controlar o tráfego de veículos transportadores
dessas substâncias na BR-116.
Gestão pública
Articulação
4. Criar a Comissão Municipal de Gestão de Risco para resíduos
de todos os tipos. 7. Articular junto ao Corpo de Bombeiros o controle da entrada
de veículos com cargas tóxicas ou perigosas no município.
5. Coletar registros administrativos sobre a contaminação
por agrotóxicos. Capacitação
6. Conter a contaminação do solo, lençóis freáticos e dos rios 8. Capacitar a população em relação ao manejo saudável de todos
pela utilização inadequada dos agrotóxicos. os tipos de resíduos decorrentes dos processos de produção.
Articulação 9. Capacitar a comunidade sobre o uso indiscriminado de agro-
tóxicos, os benefícios da agricultura orgânica, a transição
7. Articulação junto à Anvisa para maior fiscalização.
para a agricultura orgânica.
Planejamento 10. Capacitar a todos sobre material radioativo, desde sua uti-
8. Instalar um posto de recebimento de embalagens de agrotó- lização até seu destino final.
xicos, com coleta realizada pelos vendedores destes produtos. 11. Capacitar as pessoas e as empresas que trabalham com
9. Promover a produção orgânica e agro-homeopática, mos- resíduos perigosos para um manejo adequado dos mesmos.
trando seus benefícios em relação à agricultura química.
Comunicação
Elaboração de programas 12. Informar a população sobre a RDC 306, relacionada ao pro-
10. Elaborar programas que incentivem a transição da agricul- grama de gerenciamento de resíduos de serviço de saúde.
tura química para a agricultura orgânica.

Fiscalização
Possíveis parceiros
Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Teresópolis
11. Monitorar, controlar, fiscalizar e penalizar na venda, no
(Aciat) . ANTT . Associações de Moradores . CDL . Conselho
uso e no descarte de embalagens.
Municipal de Meio Ambiente . Concessionária Rio-Teresópolis
(CRT) . Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil . Firjan .
• Tóxicos, perigosos e radioativos Secretarias Municipais (Agricultura, Educação, Desenvolvi-
mento Social, Meio Ambiente, Indústria e Comércio, Saúde,
Gestão pública Agricultura) . SinComércio . Sindicatos . Universidades.
1. Elaborar políticas para o manejo saudável de todos os tipos
de resíduos. Possíveis fontes de financiamento
2. Criar Plano de Emergência para possíveis acidentes de todos CNPq . Empresas associadas ao Comperj . Faperj . Finep . Pibic.
os tipos de resíduos.

122
123
5 Meios
de Implementação
CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Segundo a Agenda 21, o desafio relacionado a este tema é utilizar o conhe-
cimento científico e tecnológico em busca de soluções inovadoras em prol
do desenvolvimento sustentável. E um dos papéis da ciência é oferecer in-
formações que permitam desenvolver políticas adequadas à gestão cautelosa
do meio ambiente e ao desenvolvimento da humanidade.

A ciência e a tecnologia devem colaborar para a adoção de técnicas de manejo e uso


adequado dos recursos ambientais, melhorando a qualidade de vida das populações e
permitindo sua participação na elaboração de estratégias de desenvolvimento local.

A fi m de alcançar esses objetivos são necessárias ações para melhorar, atualizar e


ampliar, ao longo do tempo e de forma permanente, as bases de dados científicos
existentes. Isto exige o fortalecimento das instituições de pesquisas, o estímulo
aos cientistas e a ampliação das fontes de fi nanciamento, além de uma aproxima-
ção das instituições científicas e tecnológicas e dos cientistas com a população.

Segundo a Unesco, o Brasil aplica aproximadamente 1,4% do PIB em ciência


e tecnologia, sendo que 1,02% do PIB são investimentos diretos em pesquisa e
desenvolvimento. Mas observa que o País enfrenta o desafio de fazer com que
os investimentos cheguem de forma mais homogênea à população e possam
efetivamente melhorar sua qualidade de vida.

O grupo de Teresópolis usou como referência para discutir o tema Ciência


e Tecnologia a grande biodiversidade existente em seu território e, a partir
daí, seus participantes apontaram preocupações e potencialidades locais.
Afirmaram que pesquisadores internacionais colheram dados no interior do
município e nas Unidades de Conservação para elaborar estudos, mas acres-
centaram que não há divulgação das pesquisas para a população.

Nesse sentido, apontaram a ausência de mecanismos que assegurem o acesso de


diversos setores da sociedade às informações coletadas em seu território e em
seu entorno, como, por exemplo, o inventário da fl ora e da fauna do município,
com destaque para o Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Parnaso) – uma das
UCs mais usadas para estudos no Brasil – e o Parque Estadual dos Três Picos.

Eles entendem que tais dados poderiam gerar um banco de dados georreferenciado,
em várias escalas geográficas, de caráter público, para ser utilizado em diferentes
instâncias de governo e da sociedade, garantindo sua visibilidade e boa utilização.

O grupo informou que há Centros de Pesquisas instalados em Teresópolis,


mas que são desarticulados entre si.

Com relação às pesquisas realizadas no Parnaso, é importante citar que o Ins-


tituto Chico Mendes de Biodiversidade – ICMBio (órgão do Ministério do Meio
Ambiente, responsável pela gestão das Unidades de Conservação federais) –

126
dispõe de um Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade (Sisbio),
que é automatizado, interativo e simplificado, de atendimento à distância e Fitoterapia (do grego therapeia =
de informação. Em 2009, o Parnaso emitiu 66 autorizações de pesquisa. t rata mento e phyton = vegeta l)
– Estudo das plantas medicinais e
Outra fonte de acesso a informações sobre as pesquisas realizadas no inte- suas aplicações na cura das doenças.
rior do Parnaso é a publicação “Ciência e Conservação na Serra dos Órgãos”,
resultado do II Encontro de Pesquisadores do Parnaso, em 2004.

Os representantes de Teresópolis informaram também que falta apoio do


governo local e vontade política para a criação de um polo de tecnologia da
informação, ressaltando que os dados coletados nas pesquisas internacionais
poderiam acelerar o desenvolvimento sustentável. Citaram, inclusive, a Uni-
Feso como potencial parceira em pesquisas na área.

O pouco incentivo a novas instituições de ensino e a pesquisas científi cas


– além da já comentada falta de divulgação dos projetos desenvolvidos nas
Unidades de Conservação e seus resultados – também foi destacado pelo grupo,
que se ressente ainda da falta de mobilização da sociedade para pressionar
o governo local no que diz respeito a fomentos e à criação de atividades tec-
nológicas e lamentou a ausência de programas, projetos e eventos voltados
para a transferência de tecnologia.

Além de analisarem os potenciais associados à biodiversidade, como a possi-


bilidade de desenvolvimento de fitoterapia, utilizando os conhecimentos tradi-
cionais existentes no município, os participantes mencionaram a existência
de grande potencial intelectual entre seus habitantes, que poderia gerar uma
rede de relacionamento e conhecimento técnico entre moradores e veranistas
da cidade. Porém, lembraram que, para aproveitar esta potencialidade, é
necessário promover a capacitação de recursos humanos sobre o tema. Por
fim, o grupo apontou a falta de iniciativas que levem à criação de centros de O mulungu é uma planta medicinal com
pesquisa para elaborar projetos de desenvolvimento sustentável. propriedades sedativas encontrada na
Mata Atlântica

127
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Criação de norma para Articulação
divulgação das pesquisas 6. Promover intercâmbios científicos e tecnológicos, nacionais
e internacionais.
realizadas no município 7. Articular parcerias para o financiamento de projetos.
Gestão pública
1. Autor i za r a l ibe r ação do objeto de e s t udo, me d ia nte • Criação de um banco de
compromisso formal de retorno, viabilizando o compar- multiplicadores locais
tilhamento das informações e detalhamento das etapas e
objetivo das pesquisas. Planejamento
Comunicação 1. Realizar o levantamento das demandas científicas e tecno-
lógicas necessárias para solucionar preocupações locais.
2. Publicar os resultados de pesquisas realizadas no município
para a criação de banco de dados, acessado via internet. 2. Identificar profissionais residentes no município para atu-
arem como multiplicadores em oficinas de formação.
3. Realizar eventos para divulgação das pesquisas realizadas
e promoção da transferência tecnológica. Infraestrutura
4. Sistematizar as informações nas unidades de ensino. 3. Criar um Centro de Integração entre formadores e aprendizes.
5. Divulgar os sites que contenham informações sobre o município
para os professores das redes de ensino públicas e privadas. Possíveis parceiros
Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Teresópolis
• Estratégias de incentivo à pesquisa (Aciat) . Associações de Moradores . Conselho Gestor do Par-
que Nacional da Serra dos Órgãos (Parnaso) . Cooperativas .
Planejamento Coppe/UFRJ . Emater . Embrapa . Escolas . Fiocruz . Ministé-
1. Convidar os cursos universitários a realizarem pesquisas rios (Educação, Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia) . MP .
“aplicadas”, voltadas para os interesses locais. ONGs . Prefeitura Municipal . Secretarias Estaduais (Educação,
Ambiente) . Secretarias Municipais (Desenvolvimento Social,
2. Listar as preocupações prioritárias a serem pesquisadas Educação, Meio Ambiente) . Sesc . Sindicato dos Professores .
no município. Universidades . Veículos de Comunicação.
3. Instalar laboratór ios f iliais de grandes instit uições de
pesquisa (Fiocruz, Coppe – UFRJ, Embrapa e Noel Nutels, Possíveis fontes de financiamento
entre outros).
Caixa Econômica Federal . CNPq . Faperj . Finep . FNM A .
4. Desenvolver pesquisas de tecnologias sustentáveis para a MCT . Pibic.
produção agrícola, estimulando sua implementação.
5. Realizar pesquisas na área de fitoterapia, com o apoio de
universidades, institutos de pesquisa e com a população
local, para capacitação e beneficiamento da produção.

128
RECURSOS FINANCEIROS
O cumprimento dos objetivos da Agenda 21 Global exige um f luxo substancial
de recursos financeiros, sobretudo para os países em desenvolvimento, que
ainda necessitam resolver questões estruturais para que sejam construídas
as bases de um desenvolvimento sustentável.

No plano local, o fortalecimento da capacidade das instituições para a im-


plementação da Agenda 21 também exige financiamento, e um dos principais
desafios enfrentados nesse processo é a identificação de mecanismos para
obter recursos financeiros que viabilizem a execução dos Planos Locais de
Desenvolvimento Sustentável.

A busca de financiamento deve não só considerar os recursos conhecidos


como também buscar novas fontes, ampliando e diversificando as alternati-
vas existentes para os diferentes processos e localidades. Essa tarefa deman-
da competências e capacidade técnica para quantificar de forma adequada
as necessidades, planejar e desenvolver projetos que permitam a captação,
além de monitorar e controlar a aplicação dos recursos e o andamento das
ações contempladas.

Nesse sentido, destaca-se a importância de processos de capacitação e forma-


ção de quadros locais que possam desenvolver de forma adequada os projetos
e atuar de forma transparente na utilização dos recursos disponibilizados.
Já para o monitoramento e controle, é importante implementar mecanismos
eficientes e criar estratégias que promovam a transparência na prestação de
contas à sociedade.

A participação da sociedade deve permear todo o processo, desde a escolha


da destinação dos recursos obtidos, visando à eficácia de sua aplicação, até
seu acompanhamento ao longo da utilização.

Em Teresópolis, os participantes destacaram a cooperação internacio-


nal quando discutiram o tema ‘recursos financeiros’ e chamaram a atenção
para o desconhecimento total das autoridades municipais e de grande parte da
comunidade sobre a existência de tais mecanismos. Eles também ressaltaram
a ausência de programas, projetos e redes de cooperação internacional, e de
projetos que busquem recursos internacionais.

No entanto, informaram que já há pesquisas sendo desenvolvidas por organis-


mos internacionais no município, que podem gerar futuras parcerias. E suge-
riram que a Câmara de Arbitragem11 possa atuar em questões internacionais
11 A arbitragem é um meio privado de solução de confl itos que pode ser usada
para resolver problemas jurídicos sem a participação do Poder Judiciário. Com o
incremento do fenômeno da globalização, os negócios entre países incluem os mais
diversos assuntos, entre eles transferência de tecnologia, patentes, agrupamentos de

129
como pacificadora e mediadora nas relações com estes organismos e garantir
ICMS Ecológico – A legislação tradi- o respeito ao cumprimento dos acordos e o atendimento a suas finalidades.
cional do Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS) prevê A possibilidade de dispor de recursos para execução de projetos, que seriam
que 25% dos recursos arrecadados captados pelos diversos setores do município, foi apontada pelo grupo, que,
pelo governo estadual do Rio de Ja- mais uma vez, no entanto, chamou a atenção para a falta de vontade política
neiro sejam repassados às prefeituras, e capacidade técnica do governo municipal para desenhar projetos e captar
segundo critérios como número de esses recursos fi nanceiros. Com relação à Agenda 21, o grupo se mostrou
habitantes e área territorial. Com a
preocupado com a ausência de legislação local que defina a fonte de recursos
aprovação da Lei do ICMS Ecológico,
para seu desenvolvimento.
o componente ecológico foi incorpo-
rado a essa distribuição, tornando-se Em 2009, a Prefeitura de Teresópolis recebeu em royalties o montante de
um dos seis índices estabelecidos para R$ 6.016.483,85. Outra fonte potencial de recursos para as ações voltadas à
o cálculo do imposto. Dependendo do sustentabilidade é o ICMS Ecológico, cuja estimativa de repasse no município,
tipo de política que adotar em favor
para 2010, é de R$ 1.657.281 – distribuídos conforme a seguir: Unidades de
do meio ambiente, o município terá
Conservação (R$ 1.402.39), destino final de lixo (R$ 147.302) e remediação
direito a maior repasse do imposto. O
de vazadouros (R$ 107.588).
índice de repasse do ICMS Ecológico
é composto da seguinte forma: 45% Segundo dados da Fundação Cide, o Índice de Qualidade do Município (IQM
para áreas conservadas (Unidades de
2005), que mede as condições para atrair investimentos e multiplicar os be-
Conservação, reservas particulares e
nefícios do crescimento econômico, era 0,3356, correspondendo ao 30º lugar
áreas de proteção permanentes); 30%
na classificação dos 92 municípios do Estado do Rio de Janeiro.
para qualidade da água; e 25% para
a administração dos resíduos sólidos. No âmbito municipal, as receitas totais somaram R$ 207,55 milhões em 2008,
As prefeituras que criarem suas pró- enquanto as despesas totais foram de R$ 213,86 milhões, constituindo um
prias Unidades de Conservação terão
aumento de 90% na receita, entre 2003 e 2008, e um aumento de 98% nas
direito a 20% dos 45% destinados
despesas no mesmo período. A Tabela 4 traz alguns dos indicadores do TCE
à manutenção de áreas protegidas.
para 2008 em Teresópolis.
Os índices para a premiação dos
municípios são elaborados pela Fun-
dação Cide (Centro de Informações de
Dados do Rio de Janeiro).

empresas, relações de consumo, acordos de cooperação etc. Os confl itos que surgem
destas relações negociais não podem aguardar longas discussões judiciais, daí a
necessidade de meios jurídicos que assegurem uma solução rápida, econômica,
sigilosa. Desse modo, para garantir um tratamento equânime das partes, afastando
a incerteza quanto à isenção de tribunais locais em confl itos entre nacionais e
estrangeiros, implementou-se a arbitragem.

130
Tabela 3: Descrição dos índices econômicos

Índice Nomenclatura Fórmula Valor Descrição Série Histórica


1 Indicador Receita realizada/ 0,9873 Há R$ 98,73 para cada R$ 100 Ver Gráfico 7
de equilíbrio despesa executada executados.
orçamentário Déficit de execução
2 Indicador do Despesas de custeio/ 0,97 De toda a receita corrente, 97% estão Ver Gráfico 8
comprometimento receitas correntes comprometidos com o custeio do
da receita corrente funcionamento da máquina administrativa
com a máquina
administrativa
3 Autonomia Receita tributária 0,213 A autonomia do município para despesas Ver Gráfico 9
financeira própria/despesas de de custeio é de 21,3%
custeio
4 Esforço tributário Transferências correntes 0,277 Do total de receitas do município, 27,7% Ver Gráfico 10
próprio e de capital/receita provêm da atividade tributária municipal
realizada
5 Carga tributária per Receita tributária 311,77 Ao longo de 2008, cada habitante Ver Gráfico 11
capita própria + cobrança contribuiu em média com R$ 311,77 para
dívida ativa/população o fisco municipal
6 Investimentos per investimentos/população 7,86 Cada habitante recebeu da Ver Gráfico 12
capita do município administração pública R$ 7,86 em forma
de investimentos
7 Grau de Investimentos/receita 0,59% Os investimentos públicos representam Ver Gráfico 13
investimento total 0,59% da receita total do município
8 Liquidez corrente Ativo financeiro/passivo 0,90 Para cada parte devida, existe 0,90 Ver Gráfico 14
financeiro vezes mais receita para pagar
Fonte: TCE, Estudo Socioeconômico do Município de Teresópolis - 2010 (dados de 2009)

Gráfico 7: Indicador de Gráfico 8: Despesas de custeio


equilíbrio orçamentário

0,99
1,2 1,0 0,98
0,97
0,96

0,92
1,0117
0,9873
0,9725 0,9744 0,9705
1,0 0,9455

0,88

0,8 0,8
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2004 2005 2006 2007 2008 2009

131
Gráfico 9: Autonomia fi nanceira Gráfico 12: Investimentos per capita

0,25 80
0,242 66,10
0,238 0,239 70
0,235 0,235
60 53,03

50 42,44

40 31,19
30
20
23,67 7,86
0,213
10
0,20 0
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Gráfico 10: Esforço tributário próprio Gráfico 13: Grau de investimento

0,398
0,40 8 6,89
7 6,15
0,341
0,35 6
0,310
5
0,30 4 3,27
2,39
3
0,277
0,25 2
0,254 2,29 0,59
0,245 1
0,20 0
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Gráfico 11: Carga tributária per capita Gráfico 14: Liquidez corrente

400 2,5
2,17
353,66
339,15 1,84
350 2,0 1,81
311,77

300 1,5

248,08 1,35 1,35


250 270,65 1,0
216,55
0,90
200 0,5
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2004 2005 2006 2007 2008 2009

132
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Criação de equipe especializada 2. Articular junto aos órgãos competentes a aprovação da lei.
3. Criar um grupo gestor do Fundo Municipal para a Agenda
em pesquisas sobre financiamentos 21 Local.
e elaboração de projetos 4. Estimular a previsão legal para que o Fórum da Agenda 21
Local possa ter fontes de recursos externos.
Infraestrutura
1. Viabilizar a criação de um banco de projetos. • Captação de fontes de financiamento
Planejamento através de penas alternativas
2. Realizar um levantamento de editais de financiamento de
projetos nacionais e internacionais. Planejamento
3. Estr uturar fontes de elaboração de projetos segundo os 1. Utilizar como pena alternativa para crimes ambientais a
modelos dos editais. obrigatoriedade de execução ou financiamento de projetos
de interesse coletivo.
4. Participar de fóruns e projetos relacionados com cooperação
internacional. 2. Acompanhar a execução dos projetos.

5. Elaborar um cadastro de consultores especializados em Articulação


instr umentos jur ídicos inter nacionais para or ientações 3. Articular com os órgãos competentes o uso da pena alter-
eventuais (ISO 14.000, acordos de comércio internacional nativa.
e arbitragem, entre outros).
6. Identificar mercados com demandas para crédito de carbono. Possíveis parceiros
Elaboração de projetos Alterdata Software . Associações . Cooperativas . MP . ONGs .
7. Elaborar projetos para recebimento de fundos relativos ao Prefeitura Municipal . Rebal . Rits . Sebrae . Sesc . Sindicatos
mercado de carbono. . Universidades.

Capacitação Possíveis fontes de financiamento


8. Realizar cursos de capacitação de negociadores para arti- BVS&A . Caixa Econômica Federal . Comissão Européia . Finep
cular parcerias e viabilizar os projetos. . FNMA . LDO . LOA.
9. Realizar cursos de capacitação em elaboração de projetos.

• Criação de um programa
de captação de recursos
para a Agenda 21
Gestão pública
1. Elaborar um projeto de lei instituindo um fundo municipal
para o Fórum da Agenda 21 Local.

133
MOBILIZAÇÃO E COMUNICAÇÃO
A participação, essencial em um processo de Agenda 21 Local, tem a função
de aproximar o cidadão da gestão e das políticas públicas. Dessa maneira,
ele conquista espaço, garante a elaboração de um planejamento que ref lita
as necessidades locais e acompanha sua implantação.

A mobilização social é parte importante do processo de fomento à participa-


ção. Ela acontece quando um grupo de indivíduos se reúne e decide agir para
um bem comum. Fazer parte de um processo de mobilização é uma escolha
que depende das pessoas se verem ou não como responsáveis e capazes de
transformar sua realidade.

O desenvolvimento local depende do acesso a informações organizadas e


disponibilizadas com transparência a todos os interessados. Para que possam
participar efetivamente dos processos decisórios e inf luenciar as políticas
locais, os cidadãos devem estar bem informados sobre os problemas, opor-
tunidades e potenciais da região.

Embora haja uma quantidade considerável de dados produzidos, é preciso


sistematizá-los e atualizá-los para que se transformem em informação útil
para as populações e que sua divulgação seja ampla e democrática entre os
diferentes segmentos sociais.

O desafio é promover formas de organizar, disponibilizar e divulgar as in-


formações de modo integrado, coerente e acessível a todos, para que elas se
tornem ferramentas eficazes de participação social.

Teresópolis tem um Plano Diretor que prevê a criação de um banco de dados


com sistema de informação de recursos naturais, o que seria uma excelente
ferramenta de mobilização e difusão de informação – desde que houvesse
também mecanismos para assegurar o acesso de toda a sociedade a essas
informações.

Os participantes do Fórum afirmaram que é preciso revisar o Plano Diretor de


Desenvolvimento Sustentável de Teresópolis, acrescentando que sentem falta
de um programa permanente de circulação de informações sobre as questões
ambientais: riscos, orçamento e gerenciamento, por exemplo. Eles consideram
baixa a participação da mídia nas questões que envolvem a conscientização
da população para o desenvolvimento sustentável.

Porém ressaltam que o município conta com uma rede inexplorada de contatos,
que envolve moradores com grande poder articulador, aquisitivo e intelectual.

134
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Gestão da informação 2. Promover encontros nas instituições locais para discussão
de temas relacionados ao meio ambiente.
Comunicação Gestão pública
1. Divulgar, por meio de publicação em jornais e sites de inter- 3. Criar e regulamentar incentivos fiscais para pessoas jurí-
net, a existência de um Sistema Municipal de Informação. dicas e físicas que implementarem ações que promovam o
2. Criar meios de consulta dos dados e mapas incluídos no desenvolvimento sustentável.
Sistema Municipal de Informação.
3. Viabilizar a divulgação dos dados dos recursos naturais do Possíveis parceiros
município por meio de veículos de comunicação municipais. Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Teresópolis
(Aciat) . CDL . Entidades religiosas . FGV . MP . Prefeitura
• Elaboração de estratégias Municipal . Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social .
Sindicatos . Universidades . Veículos de comunicação.
para a mobilização social
Comunicação Possíveis fontes de financiamento
1. Informar a população sobre os riscos iminentes, através da Empresas associadas ao Comperj . Finep.
mídia, palestras e outros meios.

135
GESTÃO AMBIENTAL
Nos últimos anos, os municípios brasileiros vêm assumindo um papel cada vez
A gestão envolve:

– Escolha inteligente dos serviços


públicos oferecidos à comunidade;
mais efetivo na gestão das políticas públicas, dentre elas a política ambiental.
Desde 1981, a Política Nacional de Meio Ambiente (Lei 6.938/81) define o papel

– Edição de leis e normas claras,


simples e abrangentes de defesa
ambiental local;
do poder local dentro do Sistema Nacional do Meio Ambiente. A Constituição
Federal de 1988, por sua vez, transformou o município em ente autônomo da
federação e lhe facultou o poder de legislar suplementarmente sobre a política

– Aplicação das leis, penalizando


quem causa algum tipo de dano
ambiental;
ambiental, em especial sobre questões de interesse local.

Gestão é o ato de administrar, ou seja, usar um conjunto de princípios, nor-


mas e funções para obter os resultados desejados. A gestão ambiental de um

– For mação de consciência am-


biental;
território deve cuidar para que este não se deteriore, conservando as carac-
terísticas que se deseja e aprimorando aquelas que necessitam de melhoria.

– Geração de informações que deem


suporte às decisões;
Para isto, é preciso conscientizar e capacitar administradores e funcionários
para que possam desempenhar seu papel, suas responsabilidades e atribuições.

– Democratização das instituições,


para que permitam e estimulem a
participação de cidadãos e cidadãs;
Uma gestão participativa, como pede a Agenda 21, entende que poder local
não é apenas a Prefeitura, mas o conjunto de poderes instituídos, a sociedade

– Planejamento do desenvolvimento
sustentável local;
civil organizada, outras esferas sociais, o poder público estadual e federal e
as relações que estabelecem entre si. Uma boa gestão ambiental depende do

– Implementação das políticas ne-


cessárias para realizá-lo.
Fonte: Programa Nacional de
bom funcionamento deste conjunto e tem como atribuições cuidar das áreas
importantes para o equilíbrio ambiental e a qualidade de vida dos cidadãos.

Capacitação – volume 1 – MMA. Em Teresópolis, os participantes consideram relevante a parceria en-


tre a sociedade civil e o poder público para a construção do Plano Diretor,
Lei Municipal nº 079/2006. Apesar de ressaltarem estes aspectos positivos,
os participantes afirmaram que falta divulgação e implementação do Plano
Diretor no município.

Com relação ao Sistema Municipal de Gestão Ambiental, consideram positiva


a existência da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Defesa Civil, que tem
69 funcionários – entre os quais, 31 concursados e 16 com nível superior. Os
participantes consideram que a secretaria necessita de infraestrutura e corpo
técnico para fi scalização, e que há pouca integração entre a pasta do Meio
Ambiente e Defesa Civil e a sociedade e demais órgãos estaduais e federais.

O grupo ressaltou como agravantes para o cenário ambiental local a falta de


cumprimento das ações de responsabilidade do Inea e DER, bem como a baixa
qualifi cação dos recursos humanos para auxiliar na tomada de decisões. E
acrescentou como ameaças à gestão ambiental local o desconhecimento da
população sobre as questões do meio ambiente, a falta de credibilidade na
gestão pública municipal e a falta de um Código Ambiental Municipal.

136
Teresópolis já assinou convênio com o Inea e está exercendo atividades de
licenciamento ambiental desde 2009. O Código Ambiental já foi aprovado pelo
Conselho de Meio Ambiente e pela Procuradoria do município, e o prefeito
já enviou o texto à Câmara de Vereadores para ser votado ainda em 2010.

Outra queixa do grupo é a pouca integração entre município, estado e União


nas questões relacionadas ao meio ambiente. Este é um dos motivos pelos
quais os participantes consideram defi cientes os órgãos fi scalizadores das
três esferas.

Sobre as realizações da Secretaria de Meio Ambiente e Defesa Civil de Te-


resópolis, em 2009, cabe citar a elaboração do Código Ambiental, a criação
do Fundo de Meio Ambiente e a efetiva implantação do Comdema e dos
procedimentos relacionados ao licenciamento ambiental. Além dessas ações
estruturantes, vale citar também a realização das Quartas Ambientais, com
apresentações e debates relevantes, e as reuniões da Agenda 21 Local.

Quanto aos mecanismos jurídicos internacionais, os participantes do Fórum


apontaram como um entrave a ser superado o desconhecimento da grande
maioria da sociedade teresopolitana sobre o assunto. E reforçaram a neces-
sidade de utilização dos indicadores criados pela Lei de Transparência – ini-
ciativa do movimento Nossa Teresópolis – e a utilização do site da Prefeitura
de Teresópolis, reestruturado, para informar a população sobre questões
relacionadas ao meio ambiente.

O Palácio Teresa Cristina, inaugurado na década de 20, abriga a Prefeitura de


Teresópolis

137
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Fortalecimento do fórum local 6. Elaborar mecanismos de transparência institucional.
7. Fazer cumprir o Código Florestal, que determina aos órgãos
Gestão pública de comunicação a reser va de espaços para divulgação de
temas voltados ao meio ambiente.
1. Elaborar o Projeto de Lei da criação do Fórum da Agenda
21 Local. Planejamento
2. Encaminhar e articular sua aprovação. 8. Acompanhar a implementação do Plano Diretor, em parceria
com os Conselhos afins.
Planejamento
9. Convidar a população a participar da implementação das
3. Concluir o Regimento Interno e cumpri-lo.
políticas públicas de gestão ambiental.
4. Elaborar um calendário anual das atividades do Fórum da
10. Rea li za r sem iná r ios de integração ent re os Conselhos
Agenda 21 Local.
Municipais, incluindo o Conselho do Parque Nacional da
Articulação Serra dos Órgãos, Conselho Serra Verde Imperial e o Parque
Estadual dos Três Picos, tendo como foco o Plano Diretor.
5. Articular com a prefeitura outro local para a instalação da
sede do Fórum. Comunicação
6. Articular com a Petrobras, Secretaria Estadual do Ambiente, 11. Elaborar mecanismos de comunicação para popularização,
Ministério do Meio Ambiente, Rede Brasileira de Agendas 21 com linguagem de fácil compreensão, do Plano Diretor de
e ONGs encontros anuais de atualização e aperfeiçoamento Desenvolvimento Sustentável.
da Agenda 21 Local.
Capacitação
7. Realizar parcerias com instituições e movimentos locais
para o fortalecimento do Fórum. 12. Capacitar os membros dos diversos Conselhos para o exer-
cício da atividade.
Comunicação
Fiscalização
8. Elaborar um plano de divulgação permanente para a popu-
lação de Teresópolis das ações e projetos que fazem parte 13. Cobrar da Secretaria de Meio Ambiente o funcionamento
do escopo da Agenda 21 Local. efetivo do Disque-Denúncia Ambiental (156).
9. Elaborar uma cartilha sobre a Agenda 21 que apresente sua
importância de forma simples e adequada à realidade da • Ampliação e capacitação
população local. do contingente dos órgãos
Capacitação fiscalizadores
10. Realizar oficinas de motivação, capacitação e atuação de
novos membros no Fórum da Agenda 21 Local. Infraestrutura
1. Adequar o número de funcionários das Secretarias Muni-
• Estruturação de órgãos fiscalizadores cipais às necessidades da fiscalização.
2. Melhorar a infraestrutura da Secretaria Municipal de Meio
Gestão pública Ambiente, para atender as necessidades da fiscalização.
1. Elaborar políticas públicas de Gestão Ambiental.
Planejamento
2. Implementar o Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável.
3. Identificar profissionais e parceiros para viabilizar as ca-
3. Garantir o cumprimento das resoluções Conama. pacitações dos funcionários das Secretarias Municipais.
4. Solicitar a efetiva atuação do Inea e do DER, entre outras
instituições, na fiscalização.
Gestão pública
4. Criar mecanismos de transparência institucional objetivan-
5. Promover a efetiva at uação do Conselho Municipal de
do a credibilidade da gestão.
Meio Ambiente.
5. Garantir a auditoria do Fundo Municipal do Meio Ambiente.

138
6. Criar mecanismos que promovam a transparência do orça- 2. Reestruturar o site da Prefeitura de Teresópolis, para infor-
mento e o planejamento dos gastos públicos. mar a população.

Fiscalização
7. Acompanhar o correto uso dos recursos do Fundo.
• Estratégia para
disponibilização de dados
• Elaboração de estratégias Comunicação
para o fortalecimento da 1. Estruturar uma rede e compartilhamento de dados entre as
comunicação institucional Secretarias Municipais, visando facilitar a tomada de decisões.
2. Garantir a divulgação de dados e sistemas de controle da
Gestão pública qualidade do ar e das águas, entre outros.
1. Integrar as Secretarias Municipais com os diversos Conse-
lhos, empresas, entidades e demais órgãos públicos. Possíveis parceiros
Comunicação Câmara de Arbitragem . Câmara dos Vereadores . Consulados
Internacionais . DER . FGV . Ibama . Inea . Ministério Público
2. Criar uma rede de comunicação e dados que facilite a in-
. Movimentos Sociais . OAB . ONGs . Associações . Sindicatos
terlocução entre as Secretarias Municipais.
. Cooperativas . Universidades . Organizações Nacionais e In-
ternacionais . Parque Nacional da Serra dos Órgãos . Prefeitura
• Divulgação de mecanismos Municipal . Secretaria Estadual de Ambiente . Secretaria Mu-
internacionais nicipal de Meio Ambiente . Secretarias Municipais . Sistema S
. Sociedade Civil Organizada . Veículos de Comunicação.
Comunicação
1. Criar mecanismos de divulgação dos instrumentos jurídicos Possíveis fontes de financiamento
internacionais para a população. ABC . Caixa Econômica Federal . Cedae . Empresas associadas
2. Realizar seminários sobre instrumentos e mecanismos ju- ao Comperj . Fecam . Finep . FNMA . LDO . LOA.
rídicos internacionais para os interessados.

• Fortalecimento dos movimentos


da sociedade civil
Gestão pública
1. Efetivar a Lei da Transparência, recentemente aprovada, que
obriga à divulgação das metas e indicadores dos programas
de governo.

139
AÇÕES DA PETROBRAS NA REGIÃO
Com base na avaliação das questões identificadas na área do Complexo Pe-
troquímico do Rio de Janeiro (Comperj), a Petrobras desenvolveu diversos
planos e programas para a região, tanto de medidas compensatórias quanto
de responsabilidade ambiental e social.

Programas ambientais
 Monitoramento dos corpos hídricos superficiais e sedimentos

Acompanhar a evolução da qualidade das águas dos rios Macacu e Caceribu,


verificando alterações nas características e na qualidade das águas. Essa
iniciativa dará origem a um banco de dados que orientará o monitoramento
da água em fases futuras do empreendimento, assegurando que não haja
degradação de corpos hídricos pelas atividades do empreendimento.

 Monitoramento das águas subterrâneas

Monitorar as variações e interferências na quantidade e na qualidade das


águas subterrâneas durante o período de realização das obras da fase de
infraestrutura de urbanização do Comperj.

 Monitoramento dos ef luentes líquidos

Monitorar os ef luentes líquidos gerados pelas obras na fase de infraestrutura


de urbanização e verificar se o sistema de tratamento de ef luentes é realiza-
do de forma adequada, não só em consonância com as leis pertinentes, mas,
também, em relação aos parâmetros básicos necessários para sua reutilização.

 Monitoramento de emissões atmosféricas e da qualidade do ar

Monitorar o teor de gases e particulados a serem gerados durante a fase de


infraestrutura de urbanização e dar continuidade ao programa de monitora-
mento da qualidade do ar, iniciado durante a fase de licenciamento prévio.

 Monitoramento de manguezais da APA de Guapimirim e Esec da Guanabara

Diagnosticar e monitorar as principais características nas áreas de f lorestas


de mangue da APA de Guapimirim e da Estação Ecológica da Guanabara.

140
 Monitoramento da biota aquática

Caracterizar e monitorar possíveis alterações do ecossistema aquático, tanto


f luvial quanto marinho, a partir de informações sobre seres vivos e condições
do ambiente, na fase de terraplanagem do Comperj.

 Monitoramento da biota terrestre

Realizar o levantamento e monitoramento da composição da fauna terrestre


da área de inf luência direta do Comperj.

 Revegetação e apoio ao desenvolvimento, divulgação e implantação de


práticas agrof lorestais sustentáveis

Promover atividades de ref lorestamento que contribuam para a recuperação


e manutenção da biodiversidade dos ecossistemas das bacias hidrográficas
dos rios Macacu e Caceribu.

 Fortalecimento das atividades de licenciamento e fiscalização ambiental


de Itaboraí

Prover subsídios para que a Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Am-


biente de Itaboraí possa cumprir as condições para celebração de convênio
com o governo do Estado do Rio de Janeiro que visa à descentralização do
licenciamento ambiental.

 Apoio ao Parque Municipal Paleontológico de São José de Itaboraí

Apoiar a implantação de infraestrutura do Parque Paleontológico de São


José de Itaboraí, contribuindo para que ele se torne referência enquanto
espaço de pesquisa, educação patrimonial-ambiental e entretenimento para
a comunidade do entorno.

Projetos sociais
 Educação ambiental

O objetivo do programa de Educação Ambiental é desenvolver ações educa-


tivas nas áreas de inf luência direta e indireta do empreendimento, visando
capacitar diversos setores da sociedade para uma atuação efetiva na melhoria
da qualidade ambiental e de vida na região.

141
 Comunicação social

O programa de Comunicação Social do Comperj visa difundir e monitorar


continuamente as informações sobre a implantação do empreendimento, in-
formando riscos, situações específicas e evitando criar expectativas irreais,
entre os diversos públicos de interesse envolvidos.

 Integração do Comperj

O local foi planejado para permitir a qualificação de mão de obra e o desen-


volvimento das vocações locais nos municípios de inf luência do empreendi-
mento. O objetivo é promover desenvolvimento socioeconômico por meio da
capacitação de micro e pequenas empresas da região, de forma a diminuir o
impacto gerado pela mobilização e desmobilização de mão de obra em virtude
das fases de construção e montagem do Comperj.

 Centro de Informações do Comperj

O Centro de Informações do Comperj tem por missão coletar, sistematizar e


disponibilizar dados e informações socioeconômicas e ambientais georefe-
renciadas sobre os municípios membros do Conleste.

 Apoio e cooperação às políticas públicas para adequação dos ser viços


públicos locais

O objetivo deste plano é apoiar as administrações públicas municipais e


incentivar a articulação dos diversos agentes públicos e privados atuantes
na região, de modo a adequar a estrutura dos serviços públicos regionais às
demandas oriundas da implantação do Comperj.

Capacitação de fornecedores e ser viços locais para gestão de resíduos


sólidos e insumos para obras

O objetivo deste plano é capacitar e apoiar os municípios da região do Comperj


para disposição final de resíduos sólidos, assim como qualificar os fornece-
dores locais para suprimento de areia, em virtude das obras de urbanização.

 Monitoramento da evolução demográfica e das demandas por ser viços


públicos

O objetivo do plano é acompanhar impactos socioeconômicos e ambientais


provocados pelo aumento da população e da demanda dos serviços públicos,

142
disponibilizando informações que permitam o planejamento de políticas
públicas voltadas para a melhoria da qualidade de vida.

 Valorização da cultura local

O objetivo geral deste programa é apoiar iniciativas para a valorização do


patrimônio cultural material e imaterial dos municípios na região do Comperj,
em alinhamento à Política de Responsabilidade Social da Petrobras.

 Acompanhamento epidemiológico

Acompanhamento analítico da evolução de enfermidades e agravos na área


de abrangência do Comperj – com foco nos municípios de Itaboraí, Guapimi-
rim, Cachoeiras de Macacu, São Gonçalo e Guaxindiba – contribuindo para
quantificar e informar possíveis mudanças no comportamento epidemiológico
no decorrer do processo de implantação do complexo.

 Atitude sustentável

O projeto é desenvolvido no parque ambiental Praia das Pedrinhas, em São


Gonçalo, e visa oferecer atividades esportivas e culturais para 2.200 pesso-
as, em sua maioria crianças e adolescentes. O projeto traz ainda benefícios
ao meio ambiente, já que a água que abastece o lago artificial (piscinão) é
captada por uma balsa localizada na Baía de Guanabara e tratada com fins
de purificação, tornando-a própria para o banho.

143
GLOSSÁRIO / SIGLAS

Abav – Associação Brasileira de Agências de Viagens CIID – Centro Internacional de Investigações para o
Desenvolvimento
Abes – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária
e Ambiental CIIE – Centro de Integração Empresa Escola

Abrae – Associação Brasileira de Assistência ao CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear


Excepcional
CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento
Abratur – Associação Brasileira de Turismo Rural Científico e Tecnológico

Asdi – Agência de Cooperação Internacional para Coapi-Rio – Cooperativa de Apicultores do RJ


o Desenvolvimento
COB – Comitê Olímpico Brasileiro
ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres
Codin – Coordenadoria da Defesa dos Interesses Difusos
Apae – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais e Coletivos

Apherj – Associação dos Produtores Commads – Conselho Municipal de Meio Ambiente


Hortifrutigranjeiros do Estado do Rio de Janeiro e Desenvolvimento Sustentável

Bird – Banco Internacional para Reconstrução Conade – Conselho Nacional das Pessoas com
e Desenvolvimento Deficiência

BNDES – Banco de Desenvolvimento Econômico Social Conama – Conselho Nacional do Meio Ambiente

BVS&A – Bolsa de Valores Sociais e Ambientais Coppe – Instituto Alberto Luiz Coimbra
de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia
Capes – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior CRE – Conselho Regional de Enfermagem

Cbratur – Congresso Brasileiro da Atividade Turística Crea – Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura
e Agronomia
CBB – Confederação Brasileira de Basquete
CRM – Conselho Regional de Medicina
CBV – Confederação Brasileira de Voleibol
CRT – Concessionária Rio-Teresópolis
CDL – Câmara de Dirigentes Lojistas
CT-Transporte – Fundo Setorial de Transportes
Cedae – Companhia Estadual de Água e Esgoto
Terrestres
Cefet – Centro Federal de Educação Tecnológica
CT-Energ – Fundo Setorial de Energia
Celso Suckow da Fonseca
CT-Hidro – Fundo Setorial de Recursos Hídricos
Cenpes – Centro de Pesquisas e Desenvolvimento
Leopoldo Américo Miguez de Mello CT-Infra – Fundo Setorial de Infraestrutura

DER – Departamento de Estradas de Rodagem

144
Detran – Departamento de Trânsito do Estado Firjan – Federação das Indústrias do Estado
do Rio de Janeiro do Rio de Janeiro

Detro – Departamento de Transportes Rodoviários Funama – Fundação Nacional do Meio Ambiente

Dieese – Departamento Intersindical de Estatística e FNMA – Fundo Nacional de Meio Ambiente


Estudos Socioeconômicos
Frida – Fundo Regional para a Inovação Digital
Dnit – Departamento Nacional de Infraestrutura de na América Latina e Caribe
Transportes
Funbio – Fundo Brasileiro para Biodiversidade
DNOS – Departamento Nacional de Obras de
Fundescab – Fundo de Desenvolvimento
Saneamento
IAB – Instituto de Arquitetos do Brasil
Emater – Empresa de Assistência Técnica e Extensão
Rural Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis
Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Faetec – Fundação de Apoio à Escola Técnica ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da
do Rio de Janeiro Biodiversidade
Faperj – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado Idec – Instituto de Defesa do Consumidor
do Rio de Janeiro
Ieca – Instituto de Estudos Científicos Ambientais
FAT – Fundo de Amparo ao Trabalhador
Incra – Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Febracoop – Federação das Cooperativas de Trabalho Agrária
do Rio de Janeiro
Inea – Instituto Estadual do Ambiente
Fecam – Fundo Estadual de Conservação Ambiental
e Desenvolvimento Urbano Inepac – Instituto Estadual do Patrimônio Cultural

Fenape – Federação Nacional de Apoio aos Pequenos Iphan – Instituto do Patrimônio Histórico
Empreendimentos e Artístico Nacional -

Fetranspor – Federação das Empresas de Transportes ISP – Instituto de Segurança Pública


de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro
Iterj – Instituto de Terras e Cartografia do Estado
FGV – Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro

FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da MDA - Ministério do Desenvolvimento Agrário


Educação
MDS – Ministério do Desenvolvimento Social
Finep – Financiadora de Estudos e Projetos
MEC – Ministério da Educação e Cultura
Fiocruz – Fundação Oswaldo Cruz
OAB – Ordem dos Advogados do Brasil
Fiperj – Fundação Instituto de Pesca do Estado
Pais – Produção Agroecológica Integrada e Sustentável
do Rio de Janeiro
Parnaso – Parque Nacional da Serra dos Órgãos

145
PDA – Programa de Desenvolvimento Ambiental TurisRio – Companhia de Turismo do Estado
do Rio de Janeiro
Pesagro – Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado
do Rio de Janeiro Uenf – Universidade Estadual do Norte Fluminense
Darcy Ribeiro
Pibic – Programa Institucional de Bolsas de Iniciação
Cientifica Uerj – Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Planfor – Plano Nacional de Qualificação do UFF – Universidade Federal Fluminense


Trabalhador
UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro
Prodetur – Programa de Desenvolvimento do Turismo
UFRRJ – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Prominp – Programa de Mobilização da Indústria
Unesco - Organização das Nações Unidas para
Nacional de Petróleo e Gás Natural
a Educação, a Ciência e a Cultura
Pronaf – Programa Nacional de Fortalecimento
Unicef – Fundo das Nações Unidas para a Infância
da Agricultura Familiar
UniRio – Universidade Federal do Estado do Rio de
Procon – Programa de Orientação e Proteção
Janeiro
ao Consumidor -
Unisol – União e Solidariedade das Cooperativas
Pronasci – Programa Nacional de Segurança Pública
Empreendimentos de Economia Social do Brasil
com Cidadania
WWF – World Wildlife Fund for Nature
Rebal – Rede Brasileira de Agendas 21 Locais

Rits – Rede de Informação do Terceiro Setor

Saae – Serviço Autônomo de Água e Esgoto

SEA – Secretaria de Estado do Ambiente

Sebrae – Serviço de Apoio às Micro e Pequenas


Empresas

Senac – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial

Senai – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

Senar – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural

Sesc – Serviço Social do Comércio

Sesi – Serviço Social da Indústria

Sinduscon – Sindicato da Indústria da Construção Civil

Suipa – Sociedade União Internacional Protetora dos


Animais

SUS – Sistema Único de Saúde

146
LISTA DE PARTICIPANTES

Primeiro Setor  Marcus Machado Gomes – Parque Nacional da Serra


 Adacto B. Ottoni - Crea dos Órgãos

 Alex Siqueira Wey - Secretaria Municipal de Educação  Maurício Car valho Santiago - Secretaria Municipal
de Agricultura
 Aniko Santos - Secretaria Municipal de Turismo
 Newton Novo - Emater
 Arlete Soares Maia Nunes - Secretaria Municipal de Saúde
 Nilo Lugio dos Santos - Colégio Estadual Edmundo Bitt
 Celina Maria Fernandes de M. e Silva - Secretaria
Municipal de Educação  Norma Lucia Monteiro Gomes

 Denis Correa da Silva - Secretaria Municipal de Ser-  Raimundo Antonio Lopes - Associação de Fomento
viços Públicos Turístico e Desenvolvimento Sustentável

 Elaine Carvalho - Prefeitura Municipal de Teresópolis  Ramón Pedrosa - Secretaria Municipal de Planejamento

 Elso H.B. Car valho - Secretaria Municipal de Meio  Solange I. G. Cirico Costa - Secretaria Municipal de Saúde
Ambiente e Defesa Civil  Teresa Cristina A. Neves - 110° D.P.
 Ernesto V. de Castro - Parque Nacional Serra dos Órgãos  Theodoros I. Panagoulias - Prefeitura Municipal de
 Fabia no Otáv io Costa - Secreta r ia Mu n icipa l de Teresópolis
Planejamento  Virgínia de Mello Guarilha - Secretaria Municipal da
 Fernando Luis F. Mendes - Secretaria Municipal de Saúde Saúde

 Hilton S.P Filho - Secretaria Municipal de Governo  Wagner de Oliveira Fernandes – Câmara Municipal

 Israel dos S. Couto - Prefeitura Municipal de Teresópolis  Wanderley Queiroz Nogueira - Secretaria Municipal
de Fazenda
 Jaime Medeiros - Secretaria Municipal de Desenvol-
vimento Comunitário
 Jefté Apolo Laet - Secretaria Municipal de Segurança Segundo Setor
Pública
 Afonso Otoni Jordão - ITH²O. Tec. em Informática
 Jorge Farah - Secretaria Municipal de Indústria e Comércio
 Agostinha Nair de Oliveira Pinto
 José Carlos Lengruber Porto - Cedae
 Alberto P. Domingues
 Kleber Cozzolino - Secretaria Municipal de Agricultura
 Alyxandre Gaudenri Cunha - Espaço Terapêutico de
 Leandro Coutinho da Graça - Secretaria Municipal de Teresópolis
Meio Ambiente e Defesa Civil
 Ana Maria de Fátima Jácome Machado
 Lucas Guimarães Homem - Secretaria Municipal de
 Ana Rosa Cazeira Brennand
Desenvolvimento Econômico Sustentável
 André Luiz Gomes da Cunha - Taco / Mr. Cat
 Marcio Cezar O. da Silva - Secretaria Municipal de
Defesa Civil  Antônio Merendaz - Centro Universitário Serra dos
Órgãos (Unifeso)
 Maria Andréa Miguens Guarilha - Secretaria Muni-
cipal de Planejamento  Arsênio de A.Teixeira - Avitur Viagens Câmbio Turismo

147
 Bruno Gargiulo - Teresópolis Convention & Visitors  José Alberto Martinez Campos - Agro 30 Comercial
Bureau  José Luiz Guedes
 Bruno Vasconcellos - Teleprática  José Maria Carvalho
 Camila Auler Chaves Esbérard - MG Assessoria  José Maria Miranda - Evidence Mármores e Granitos
 Carlos Roberto dos Santos Pinheiro - C. N. Com. Adm.  José Mariano Lima
Ltda.
 José Teixeira de Barros - Associação Agroecológica
 Claudinei Maura Rodrigues - Reciclagem
 Julio Carrero
 Cleuso J. T. Silva - Centro Universitário Serra dos
 Leonardo da Silva Kazeker - Alexandre Pires Escritórios
Órgãos (Unifeso)
 Luciana Grings Herbert - Herbert Shop
 Cleyton Valentim
 Luiz Antonio Decarlo - Associação Comercial, Indus-
 Cristina Alves de Oliveira - Senac
trial e Agrícola de Teresópolis
 Cristina Lydia - Parque do Lago
 Luiz Cláudio Ribeiro - Caixa Econômica Federal
 Dario da Costa - Tox For Bird
 Marcelo Araújo - Eletrosa
 Dilma Tisse dos Ferreira - Teleprática
 Marcelo de Rosa - M1 Studio
 Dr. Jorge Mário
 Marcelo Ribeiro - MG Assessoria
 Edison Carneiro - Shop 103
 Márcia Salles de Melo - Senac
 Eduardo Gabriel Aires da Silva - Abthema
 Marcos de Souza e Silva - Cosali Roupas e Calçados
 Élcio Féo - CDL
 Margarete Toledo
 Emerson L. F. Alves
 Maria Carcovich
 Érika Fernanda Mendes da Silva - Senac
 Marisa Chaves Gáudio
 Eriko Vinicius Dutra
 Mark G. Guaraná Davis
 Fabiano de Oliveira - ITH2O Tec. em Informática
 Mauro Gaspar Gomes - Apel Contabilidade
 Fabrine Mendes - ITH2O Tec. em Informática
 Máximo Carvalho - Taco / Mr. Cat
 Fany Garcia e Silva – Laboratório de Pesquisas Clínicas
 Mônica Lins - Monchell Bijouterias
Oswaldo Cruz
 Mozart Rodrigues - Bebidas Comary
 Fernando Viana - Associação Agroecológica
 Nélio Paes de Barros
 Geraldo Luiz Telles - Gerandos Auto Mecânica
 Nilmar Moreira da Silva - Moreira Decor
 Gilberto Siqueira Vieira - Rede Rio TV - Teresópolis
 Orlando Leal Kimus - Kimus Patrimonial
 Guilherme Machado Brennand
 Paulo Marcos Troncoso
 Helio José Monteiro Neves - Firjan
 Paulo Raphael de Oliveira
 Helio Paes de Barros - Associação Comercial, Indus-
trial e Agrícola de Teresópolis  Paulo Roberto Martins Guttmann
 Henrique Luis Rodrigues  Paulo Roberto Martins Rocha
 Igor Edelstein de Oliveira – Sincomércio  Pedro Campo e Melo Monteiro - Haras Rancho Raio
de Sol
 Jaqueline Baptista - Sebrae

148
 Pedro José Ferreira Alves - Associação Comercial,  Alberto Pires Domingues
Industrial e Agrícola de Teresópolis  Aluisio Rebello Marra - Sindicato dos Bancários
 Quenji Yonenaga  Armando de Oliveira Abrantes - Sindicato dos Bancários
 Raul Pinheiro  Creusa da Costa Lima - A ssociação Benef iciente
 Regina Esther F. Costa - Banco Santander Carmelitana
 Renata Hammes de Araújo - Senac  Cristiano Quervegino
 Ricardo Manuel Shou - Cheiro de Mato  Cristina Lydia Bertoche
 Ricardo Raposo - Teresópolis Convention & Visitors  David Miller – ONG Nascente
Bureau  Dina Candido da Silva Fontes Pereira - Conselho Mu-
 Ricardo Zenon Ferreira de Oliveira - Associação Co- nicipal dos Direitos da Mulher
mercial, Industrial e Agrícola de Teresópolis  Edi Marcuzzi
 Rita Telles  Eliane Freitas - Nascente
 Roberto Cavalcanti - Associação Comercial, Industrial  Fabiano Marques - Integrartes
e Agrícola de Teresópolis
 Fernando Josino Viana - Feira Agroecólogica
 Roberto de Santa Rosa - Universidade Estácio de Sá
 Francisco Carlos Montoni - Projeto Filhos do Coração
 Robson Ribas Cerqueira
 Fr a nc i sco Ponte s de M i r a nda Fe r r e i r a - Espaço
 Rodrigo Cunha - Shop 103 Compar tilhar te
 Ronaldo Miguez - TV Rede Rio  Heloiza Martinez Rodrigues - Creche Lar Vovô Miguel
 Samuel Santos Alves  Irene de Medeiros Thompson - Centro de Recuperação
 Sandra Carvalho - Banco Santander Integral do Alcoolismo e Afins
 Sandra Jessula - Tox For Bird  Isabel Maria Kwiatkowski – Associação dos Usuários
 Sania Lins Guaraná Davis da Rodovia BR-116 (Assurb)

 Sebastião Moreira - Orense Engenharia  Joel A. Caldeira - UniSol Brasil

 Sylvio C. V. Cabral  José Francisco - Feira Agroecólogica

 Valdeli Pereira Ribeiro  José Ivan Coutinho Caraiano - Grupo de Escoteiros


100º Nova Vida
 Vera Lúcia Pinto Soares - Arte Serra Teresópolis
 José Mariano A. L. Loureiro
 Vicente de Paulo Carvalho Madeira - Centro Univer-
sitário Serra dos Órgãos (Unifeso)  José Renato de Miranda - Casa do Pequeno Trabalhador
de Teresópolis
 Virginia Galvão
 Kátia Martinez Rodrigues da Nóbrega Silva
 Wagner Bretãs - Centro Universitário Serra dos Órgãos
(Unifeso)  Lívia Penin - Lar Tia Anastácia
 Luis Penna Franca - RPPNs
 Lusinete Gomes - Associação Casa de São José
Terceiro Setor  Marcos Habib
 Alair Veiga de Almeida - Sindicato dos Trabalhadores  Maria Helena Lomeu - Centro Social São José
Administradores

149
 Maria Isabel F. Botelho - Grupo Apoio a Criança do  Anaith Barbosa Honorato de Miranda
Calembe  Antônio Carlos da Costa Juvêncio
 Maria Luzia Santana Luz - Grupo de Apoio a Criança  Antonio Carlos Rodrigues Vieira - Federação das As-
do Caleme sociações de Moradores
 Maria Raquel Miranda - Casa do Pequeno Trabalhador  Antônio Luiz Coquito da Silva - Associação Tijuca
de Teresópolis
 Antônio Luiz Queiroz
 Maria Valdenir Viana de Barros
 Antonio Siqueira de Medeiros
 Michel Angel Cristo Dupont - Feira Agroecológica
 Antônio Vieira dos Santos - Associação de Moradores
 Neuza da Silva Alves - Creche Carinha de Anjo do Perpétuo
 Nilo Sérgio - Rottary Club  Archimedes de Souza Vieira - Associação de Morado-
 Nylce Jucá do Amaral - ONG Conhecer Para Conservar res da Fazendinha
 Orilene Henringer Soares de Oliveira - Projeto Oasis  Arilson Vieira de Macedo - Associação de Moradores
 Padrão Aguines da Avinteira Objetiva da Fazendinha

 Priscila Domingues Gonçalves - Integrartes  Arlete Soares Maia Nunes

 Rita Telles – Movimento Nossa Teresópolis  Armindo Gonçalves Coelho - Associação de Moradores
e Amigos Granja Guarani
 Rosangela Dupont - Feira Agroecológica
 Ar y Moraes Pereira - Associação dos Produtores de
 Rosayni Batalha – Rádio Brasil Rural
Hortifrutigranjeiros do Estado do Rio de Janeiro
 Sergio de Aquino Vidal Gomes
 Carlos Antonio Anacleto Raimundo - Associação de
 Sérgio Mázala da Silva Moradores do Castelo
 Sergio Tendler  Carlos Antônio Costa
 Vera Lucia de Castro Candiano - Associação Nova Vida  Carlos Rosa Ramos
 Wanilde de Matos - Centro Social São José  Celso José Tardi Farias
 Zé Waitz – Conselho Consultivo do Parque Nacional  David de Oliveira Pacheco Filho
da Serra dos Órgãos
 Djalma da Silva Oliveira – Associação de Produtores
 Edmar de Souza Carreiro

Comunidade  Edy Marcuzzi - Associação de Moradores e Amigos da


Fazenda Suíça, Brejal e Parque Boa União
 Alberto P. Domingues - Associação Agroecológica de
Teresópolis  Elba Cristina Moreira Honorato

 Aldacy Serafim de Lima - Associação de Moradores  Fernanda Medeiros de Carvalho


de Barra do Imbuí  Francisca de Jesus Souza
 Altair de Jesus Souza  Francisco José Guarilha
 Ana Christina Rodrigues - Associação de Moradores  Gelma Figueiredo - Associação dos Moradores e Ami-
do Jardim Meudon gos da Granja
 Ana Maria Machado  Geny Pereira do Nascimento
 Gilson Corrêa Ribeiro

150
 Glaucus da Fonseca Xavier  Monica Deluqui – Associação de Moradores do Vale Feliz
 Guilherme Maia Pinto  Mônica Ivens de Araújo Coquito
 Henrique Luiz Rodrigues - Associação de Moradores  Nadim Kantara - Conselho Comunitário de Segurança
e Amigos de Agriões  Nélio Paes de Barros
 Isabel Cristina Lima Dantas - Associação de Moradores  Paulo Luiz Leite Jesus
das Pimenteiras
 Paulo Raphael de Oliveira - Associação de Moradores
 Ivone Miller - Associação de Moradores da Varzea da Várzea
 Jael Alves Caldeira - Associação dos Produtores de  Rafael Tendler - Projeto Fazendo a Diferença
Hortifrutigranjeiros do Estado do Rio de Janeiro
 Regina Tereza Silva Raymundo
 Jair Machado da Silva
 Raymi Rodrigues da Silva - Associação de Moradores
 Janaina Crespo de Andrade Dias e Amigos de Campo Grande
 João Batista dos Santos - Associação de Moradores  Ricardo Zeum
das Pimenteiras
 Rosane Clementina da Silva Pereira
 Joaquim Oliveira Rodrigues Ferreira - Associação de
 Rozi Neide da Conceição Coelho Gomes
Moradores do Jardim Meudon
 Rui Sérgio de Oliveira Pinto
 Jorge Antonio Moura de Rezende
 Sebastião Viana - Associação de Moradores do Jardim
 José da Cunha Ferreira - APAVE Venda Nova
Meudon
 José Luiz Malavota - Associação de Moradores da Várzea
 Selma Marques Vicente Vianna - Associação de Mo-
 José Ricardo Ferreira Nobre radores do Jardim Meudon
 José Ricardo Portocarrero Cortez  Sergio Ricardo Ponciano - Associação de Moradores
 Leny Couto Canto - Associação de Moradores e Amigos e Amigos de São Pedro
Granja Guarani  Sérgio Tendler - Associação de Moradores e Proprie-
 Lohana de Lima Fita tários do Liberty Green
 Luciana Rosa Rodrigues - Associação de Moradores e  Sidney Nunes de Moura – Federação das Associações
Amigos do Corta Vento de Moradores e Entidades Associativas de Teresópolis
 Luiz Inácio da Silva  Suzy Crespo de Andrade
 Manoel Augusto Knupp  Tatiana Lopes de Oliveira
 Marcelo da Cruz Oliveira  Valdir Paulino Pinheiro
 Marco Aurélio P. da Silva  Venâncio de Souza Damásio
 Marcos Habib  Verônica Jardim Lima Rodrigues
 Margarete Dutra Toledo Furtado - Associação de Mo-  Zenilda Rosa de Souza
radores do Bairro de Fátima
 Maria da Glória dos Santos Mota
 Maria de Fátima Vicente da Silva
 Maria Helena P. Domingues
 Marlene Braga de Jesus

151
PROJETO AGENDA 21 COMPERJ –
CRÉDITOS TÉCNICOS E INSTITUCIONAIS
Petrobras

Gerente de Relacionamento Gilberto Puig Maldonado


Gerente de Relacionamento Corporativo Carmen Andrea Ribeiro Vianna Santos
Coordenador da Agenda 21 Comperj Ricardo Frosini de Barros Ferraz
Assessor (mobilização à construção Caroline Vieira Nogueira
coletiva)
Assessor (formalização à finalização) Luiz Cesar Maciel do Nascimento
Encarregado de Logística Paulo Brahim

Ministério do Meio Ambiente

Diretora do Departamento de Cidadania Karla Monteiro Matos


e Responsabilidade Socioambiental Geraldo Abreu
Assessor técnico (consolidação Márcio Ranauro
municipal)
Assessor técnico (consolidação Luis Mauro Ferreira
municipal)

Secretaria de Estado do Ambiente

Superintendente do Grupo Executivo do Carlos Frederico Castello Branco


Programa Estadual da Agenda 21

Etapas de Mobilização da Sociedade à Formalização do Fórum

Instituto Ipanema

Coordenadora Geral Ninon Machado de Faria Leme


Coordenadora Técnica Maria de Lourdes Davies Freitas
Técnico Eduardo Peralta Vila Nova de Lima
Técnico Jaime Bastos Neto
Técnico Mônica Engelbrecht Deluqui
Assistente Técnica (construção coletiva) Cristiane Vieira Jaccoud do Carmo
Azevedo
Assistente Técnica (construção coletiva) Fernanda Leopardo
Assistente Técnico Jorge Luiz Gonçalves Pinheiro
Assistente Técnico (construção coletiva) Leonardo Fernandez Casado Barcellos
Assistente Técnico (construção coletiva) Nilmar Vieira Magalhães
Assistente Técnica (construção coletiva) Polita de Paula Gonçalves
Assistente Técnica Priscila Amaro Lopes
Assistente de Apoio Helena Maria de Souza Pereira

152
ISER

Coordenadora Geral (construção Samyra Crespo


coletiva)
Coordenador do Projeto Claudison Rodrigues
Coordenadora Financeira Dioney Brollo
Coordenador de Produção Wagner Sabino
Técnica Márcia Gama
Técnica Patricia Kranz
Técnica (construção coletiva) Ana Batista
Técnica (construção coletiva) Renata Bernardes
Técnica (consolidação municipal) Nathalia Araújo e Silva
Assistente de Coordenação (construção Martha Guimarães
coletiva)
Assistente Técnico/Financeiro Hebert Lima
Assistente de Produção (construção Camila Rodi
coletiva)
Assistente Administrativo (consolidação Fernando Pereira
municipal)

Rodaviva

Coordenadora Geral (construção Cláudia Jurema Macedo


coletiva)
Coordenador do Projeto Claudison Rodrigues
Coordenadora Financeira Rozender Smaniotto
Coordenador de Produção Wagner Sabino
Coordenador Regional Vladimir Falcão
Técnica Isabel Macedo
Técnico Marcelo Arantes
Técnica (construção coletiva) Tânia Jandira
Técnica (consolidação municipal) Nathalia Araújo e Silva
Assistente Técnico Hebert Lima
Assistente Administrativo (consolidação Fernando Pereira
municipal)
Assistente de Coordenação (construção Martha Guimarães
coletiva)
Assistente de Produção (construção Camila Rodi
coletiva)
Administração (construção coletiva) Rosangela Ferrão
Tesoureiro Jose Pedro Mendes
Suporte Técnico (construção coletiva) Raimundo Nonato

153
ASA

Coordenador Geral Roberto Rosa Olivella


Gerente do Projeto Cláudia Passos Sant’Anna
Coordenador Técnico Roberto Wagner Rocco
Coordenador de Campo (construção Leandro Quintão
coletiva)
Técnica Ana Paula Costa de Paula e Silva
Técnico Thiago Albuquerque
Técnico Flavio Vizeu Soares Bezerra
Técnico (construção coletiva) Alex Bernal
Técnica (construção coletiva) Christiane Nascimento Santos
Técnica (construção coletiva) Gisele Renault
Técnica (construção coletiva) Nathália Araújo e Silva
Técnica (construção coletiva) Priscila Amaro Lopes
Técnica (construção coletiva) Patricia Themoteo Teixeira
Técnica (construção coletiva) Renata Villaça
Técnico (construção coletiva) Thiago Vasquinho Siqueira
Assistente de Relatoria (construção Tatiana de Sá Ferreira
coletiva)
Apoio Administrativo Heidi Marques

Consultorias:

Fundação José Pelúcio – Ladec / UFRJ José Luiz de Santana Carvalho


(construção coletiva)
ILTC (consolidação municipal) Lucila Martínez Cáceres

Etapa de Finalização das Agendas

Consultorias:

Coordenadora Técnica Patricia Kranz


Consultor Ana Paula Costa de Paula e Silva
Consultor Thiago Ferreira de Albuquerque
Consultor Mônica Engelbrecht Deluqui
Consultor Roberto Rocco
Consultor Leandro Quintão
Técnica Maria Aparecida de Oliveira
Produção de vídeo Wellington Gomes de Oliveira

154
155
novembro 2011

www.agenda21teresopolis.com.br

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