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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

A Seguridade Social – Módulo 2

SUMÁRIO

A Seguridade Social.....................................................................................3
Conceito, Organização e Princípios Constitucionais...........................................3
I – Conceito e organização da Seguridade Social..............................................3
I.I Saúde....................................................................................................4
I.II Assistência Social...................................................................................7
I.III Previdência Social.................................................................................9

II – Princípios Constitucionais da Seguridade Social (Art. 194)......................... 11


III – Regimes de Previdência Social............................................................. 15
Quadro-Resumo........................................................................................ 17
Questões de Concurso................................................................................ 18
Gabarito................................................................................................... 25
Questões comentadas................................................................................ 26

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A Seguridade Social – Módulo 2

CARLOS MENDONÇA
Ex-Presidente do Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS).
Detentor de notório conhecimento em legislação previdenciária,
conhecido nacionalmente por suas contribuições como Procurador
Federal do INSS há mais de 15 anos. Carlos Mendonça exerceu, ainda,
a função de procurador chefe nacional da Procuradoria Federal do Fundo
Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), de coordenador
geral de Contencioso Judicial da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA)
e de chefe da Divisão de Contencioso do Instituto Brasileiro de Turismo
(Embratur). Professor do Gran Cursos. Professor Universitário. Autor.

A SEGURIDADE SOCIAL

Olá, aluno(a), tudo bem? Espero que sim! Na aula de hoje, continuaremos o es-

tudo do Direito Previdenciário para o INSS. Veremos o tópico que trata da SEGURI-

DADE SOCIAL, e, para treinarmos tudo aquilo que foi e vai ser estudado, faremos o

uso de questões. Vamos, juntos, buscar a melhor preparação possível para que você

esteja pronto(a) quando chegar a hora? Grande abraço e boa aula!

CONCEITO, ORGANIZAÇÃO E PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS

I – CONCEITO E ORGANIZAÇÃO DA SEGURIDADE SOCIAL

Como foi visto no tópico anterior, desde a sua criação, a proteção social passou

por inúmeras mudanças, ampliando o seu leque de cobertura e os destinatários de

seus benefícios. No Brasil, o apogeu da proteção social ocorreu com a Constituição

de 1988, que, ampliando a proteção social, inseriu a previdência em um sistema

maior – a Seguridade Social –, que, nos termos do art. 194, é assim definido:

“A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Po-


deres Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à
previdência e à assistência social.”

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Portanto, a Seguridade Social é o sistema atual de proteção social, que envolve

ações de saúde, assistência social e previdência social. É importante não confundir

a seguridade social com o seguro social, que é sinônimo de previdência social, tan-

to que a sigla INSS significa Instituto Nacional do Seguro Social.

Abordar-se-á cada um dos subsistemas da Seguridade Social: Saúde, Assis-

tência Social e Previdência Social, a seguir.

I.I Saúde

A Constituição disciplina a Saúde nos artigos 196 a 200, deixando assentado que:

“A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e eco-
nômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal
e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.” (Art. 196)

Nessa linha de intelecção, sendo a saúde direito de todos e dever do Estado, infe-

re-se a ausência da necessidade de contribuição para o usufruto desse sistema, ou

seja, a saúde pública é gratuita para os usuários e deve ser fornecida por todos os

Entes Federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) de forma solidária, o

que é confirmado pelo seguinte julgamento proferido pelo Supremo Tribunal Federal:

“Direito à saúde. Tratamento médico. Responsabilidade solidária dos entes federados.


Repercussão geral reconhecida. Reafirmação de jurisprudência. O tratamento médico
adequado aos necessitados se insere no rol dos deveres do Estado, porquanto respon-
sabilidade solidária dos entes federados. O polo passivo pode ser composto por qualquer
um deles, isoladamente, ou conjuntamente1”.

No entanto, conforme autorizado pelo art. 194 da CF/88, a sociedade (iniciativa

privada) pode participar do atendimento na área de saúde, a exemplo dos hospi-

tais privados e dos planos de saúde. Em relação aos planos de saúde, preste aten-

1 . RE 855.178 RG, rel. min. Luiz Fux, j. 5-3-2015, P, DJE de 16-3-2015, Tema 793.

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ção, a Lei n. 9.656/1998 determina o ressarcimento à Administração dos serviços

públicos de atendimento à saúde prestados pelo SUS – Sistema Único de Saúde

aos clientes de planos de saúde2. Essa previsão legal foi considerada constitucional

pelo Supremo Tribunal Federal:

“Ação direta de inconstitucionalidade. Lei ordinária 9.656/1998. (...) Prestação de ser-


viço médico pela rede do SUS e instituições conveniadas, em virtude da impossibilidade
de atendimento pela operadora de plano de saúde. Ressarcimento à administração pú-
blica mediante condições preestabelecidas em resoluções internas da Câmara de Saúde
Complementar. Ofensa ao devido processo legal. Alegação improcedente. Norma pro-
gramática pertinente à realização de políticas públicas. Conveniência da manutenção da
vigência da norma impugnada3”.

No tocante aos hospitais privados, a iniciativa privada pode atuar na área de

saúde, segundo as diretrizes do Sistema Único de Saúde e mediante contrato de

direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem

fins lucrativos. De qualquer forma, é vedada a destinação de recursos públicos para

auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos.

Estabelece o § 3º do art. 199 que é vedada a participação direta ou indireta de

empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no país, salvo nos casos

previstos em lei.

Além disso, o § 4º do já citado art. 199 veda qualquer tipo de comercialização

relacionada à remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de

transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfu-

são de sangue e seus derivados.

Como já afirmado, a atuação na saúde envolve todos os entes da Federação.

2 . Lei n. 9.656/98, Art. 32. Serão ressarcidos pelas operadoras dos produtos de que tratam o inciso I e o
§ 1º do art. 1º desta Lei, de acordo com normas a serem definidas pela ANS, os serviços de atendimento
à saúde previstos nos respectivos contratos, prestados a seus consumidores e respectivos dependentes,
em instituições públicas ou privadas, conveniadas ou contratadas, integrantes do Sistema Único de
Saúde – SUS.
3 . ADI 1.931 MC, rel. min. Maurício Corrêa, j. 21-8-2003, P, DJ de 28-5-2004 = RE 594.266 ED, rel.
min. Dias Toffoli, j. 2-12-2010, 1ª T, DJE de 15-3-2011.

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Assim, as ações devem integrar uma rede regionalizada e hierarquizada, formando

um Sistema Único, baseado nas seguintes diretrizes (art. 198):

I – descentralização, com direção única em cada esfera de governo;


II – atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem
prejuízo dos serviços assistenciais;
III – participação da comunidade.

De modo a evitar as flutuações inerentes às políticas públicas, a própria Consti-

tuição estabelece, no § 2º do art. 198, a necessidade de se aplicarem percentuais

mínimos da arrecadação em ações de saúde. Segundo o referido dispositivo, os

percentuais mínimos a serem aplicados são os seguintes:

§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anual-


mente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da
aplicação de percentuais calculados sobre:
I – no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo exercício finan-
ceiro, não podendo ser inferior a 15% (quinze por cento);
II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos
impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e
159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas
aos respectivos Municípios;
III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação
dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts.
158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º.

§ 3º Lei complementar4, que será reavaliada pelo menos a cada cinco anos, estabelecerá:
I – os percentuais de que tratam os incisos II e III do § 2º; (EC n. 86, de 2015)
II – os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde destinados aos Es-
tados, ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados destinados a seus respectivos
Municípios, objetivando a progressiva redução das disparidades regionais:
III – as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas esfe-
ras federal, estadual, distrital e municipal;
IV – as normas de cálculo do montante a ser aplicado pela União.

4 . LEI COMPLEMENTAR N. 141, DE 13 DE JANEIRO DE 2012: Regulamenta o § 3º do art. 198 da


Constituição Federal para dispor sobre os valores mínimos a serem aplicados anualmente pela União,
Estados, Distrito Federal e Municípios em ações e serviços públicos de saúde; estabelece os critérios
de rateio dos recursos de transferências para a saúde e as normas de fiscalização, avaliação e controle
das despesas com saúde nas 3 (três) esferas de governo; revoga dispositivos das Leis n. 8.080, de 19 de
setembro de 1990, e 8.689, de 27 de julho de 1993; e dá outras providências.

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Além de ações de saúde, compete ao SUS (art. 200):

I – controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a


saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, he-
moderivados e outros insumos;
II – executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde
do trabalhador;
III – ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
IV – participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico;
V – incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico e tecnológico e
a inovação;
VI – fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional,
bem como bebidas e águas para consumo humano;
VII – participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de
substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
VIII – colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.

I.II Assistência Social

A Assistência Social foi a primeira manifestação de proteção social articulada

pela sociedade. A preocupação com os pobres e necessitados acompanha a huma-

nidade desde tempos imemoriais, evoluindo de ações isoladas para formas articu-

ladas pela igreja e, finalmente, como uma atribuição do Estado. Nesse contexto, o

art. 203 da Constituição de 1988 vaticina que:

Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, indepen-
dentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:
I – a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;
II – o amparo às crianças e adolescentes carentes;
III – a promoção da integração ao mercado de trabalho;
IV – a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a pro-
moção de sua integração à vida comunitária;
V – a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de
deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria
manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei.

Pelo regramento acima exposto, resta evidente que, assim como a saúde, a as-

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sistência social independe de contribuição, bastando que o interessado demonstre

preencher os requisitos para a proteção social.

A principal lei sobre o tema é a Lei n. 8.742/1993, denominada LOAS (Lei Or-

gânica da Assistência Social), que prevê o pagamento mensal de 1 salário mínimo

ao idoso (homem ou mulher com mais de 65 anos) ou ao deficiente físico que com-

provem possuir renda per capita inferior a ¼ do salário mínimo. O citado benefício

assistencial não gera pensão e não dá direito ao 13º salário.

IMPORTANTE: Impende esclarecer que o STF declarou inconstitucional o

parágrafo 3º do artigo 20 da Lei Orgânica da Assistência Social (Lei n. 8.742/1993),

afastando a renda familiar mensal per capita inferior a um quarto do salário mínimo

como único critério para a concessão do benefício assistencial, por considerá-lo

defasado para caracterizar a situação de miserabilidade (Reclamação 4374).

As ações governamentais na área da assistência social são de responsabilidade

de todos os Entes Federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), sendo

realizadas com recursos do orçamento da seguridade social, além de outras fontes.

É importante destacar que a CF/88 faculta aos Estados e ao Distrito Fede-

ral vincular a programa de apoio à inclusão e promoção social até cinco décimos

por cento (0,5%) de sua receita tributária líquida, sendo terminantemente proibido

aplicar esses recursos no pagamento de despesas com pessoal e encargos sociais,

serviço da dívida e qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos

investimentos ou ações apoiados5.

5 .Art. 204, Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a programa de apoio
à inclusão e promoção social até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, vedada a
aplicação desses recursos no pagamento de:

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I.III Previdência Social

A Previdência Social pode ser conceituada como um seguro coletivo, contributi-

vo e compulsório que visa à cobertura de riscos sociais e à manutenção do equilí-

brio financeiro e atuarial6.

A Previdência Social, no plano constitucional, insere-se na Seguridade Social

como um de seus subsistemas, ao lado da Saúde e da Assistência Social, a teor

do art. 194. Da mesma forma, integra o elenco de direitos sociais preconizado no

art. 6º. Nesse contexto, o art. 201 da Constituição dispõe que “a previdência social

será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação

obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial”.

Com efeito, infere-se que a Constituição torna o vínculo com a Previdência au-

tomático, sem que haja manifestação de vontade do trabalhador, pois a filiação é

obrigatória e se perfaz com o simples exercício de atividade remunerada.

Aborda ainda a Carta Maior que o sistema é contributivo, de modo que as presta-

ções seriam devidas mediante o pagamento de contribuições, para a cobertura dos

seguintes eventos: doença, invalidez, morte, idade avançada, proteção à materni-

dade (especialmente à gestante), desemprego involuntário, salário-família e auxílio-

-reclusão, sendo os dois últimos para os dependentes do segurado de baixa renda.

Repare que o texto constitucional não contempla o tempo de contribuição como

um risco a ser coberto pelo sistema previdenciário, razão pela qual a mencionada

aposentadoria não tem natureza de benefício previdenciário, pois não corresponde


a nenhum risco coberto pelo sistema. Assim, a tendência é que a referida apo-

I – despesas com pessoal e encargos sociais;


II – serviço da dívida;
III – qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações apoiados.
6 . CF/88, Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter
contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e
atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (...)

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sentadoria seja extinta no futuro, o que já ocorreu em vários países. Caso essa
previsão seja confirmada, os trabalhadores só poderão se aposentar por idade, por
invalidez ou de forma especial, esta última destinada aos trabalhadores que exer-
çam atividades em condições especiais (ex.: operador de raio X).
Conforme o parágrafo primeiro do artigo 201 da Constituição, é vedada a ado-
ção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos
beneficiários do regime geral de previdência social, ressalvados os casos de ativi-
dades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade
física e quando se tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos defi-
nidos em lei complementar7. Neste passo, somente em dois casos o RGPS poderia
criar regras diferenciadas de aposentadoria:
a) aposentadoria especial, e
b) aposentadoria dos portadores de deficiência.

IMPORTANTE: O art. 40, § 4º, da CF/88 prevê a possibilidade de regras

diferenciadas no serviço público em 3 (três) situações:

Art. 40, § 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a

concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo,

ressalvados, nos termos definidos em leis complementares, os casos de servidores:

I – portadores de deficiência;

II – que exerçam atividades de risco; (polícia civil, por exemplo)

III – cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a

saúde ou a integridade física. (operador de raio X, por exemplo)

Em relação à aposentadoria especial, a Lei n. 8.213/1991 prevê, em seu art.

57, a jubilação após 15, 20 ou 25 anos de exposição a um agente químico, físico ou

biológico, de forma permanente, ou seja, não ocasional ou intermitente.


7 . LEI COMPLEMENTAR N. 142, DE 8 DE MAIO DE 2013: Regulamenta o § 1º do art. 201 da
Constituição Federal, no tocante à aposentadoria da pessoa com deficiência segurada do Regime Geral
de Previdência Social – RGPS.

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Para o portador de deficiência, a regra diferenciada foi tratada na Lei Comple-

mentar n. 142/2013.

Ressalta-se que nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o

rendimento do trabalho do segurado da previdência terá valor mensal inferior ao

salário mínimo. Portanto, se o benefício não substituir o salário de contribuição,

poderá ter valor inferior ao mínimo, o que não se aplica ao salário-família e ao

auxílio-acidente, que não objetivam substituir o salário e, assim, podem ter valor

inferior ao salário mínimo.

Considerando a sistemática de cálculo dos benefícios previdenciários, todos os

salários de contribuição considerados para a apuração de benefício serão devida-

mente atualizados, na forma da lei. Como a metodologia de cálculo será estudada

em outra apostila, preferiu-se não aprofundar o tema nesse momento, mas vale

adiantar que o índice atual de correção monetária é o mesmo que corrige anual-

mente o valor dos benefícios do INSS (INPC).

Ao mencionar reajuste, ante o histórico cenário inflacionário do Brasil, a Cons-

tituição assegura o reajustamento dos benefícios previdenciários para preservar-

-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei8.

II – PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA SEGURIDADE SOCIAL (ART. 194)

A Seguridade Social é regida por 8 princípios, sendo sete extraídos do parágrafo

único do art. 194 e um do inciso primeiro do artigo 3º da CF/88. Vale ressaltar que

a Constituição chama os princípios da Seguridade Social de objetivos, sendo eles

abaixo elencados:

8 . CF 88, ART. 201, § 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter
permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei.

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A) Universalidade da Cobertura e do Atendimento

A proteção social deve atender a todas as pessoas e cobrir todos os riscos so-

ciais. Como a Seguridade Social se desdobra em três subsistemas, o princípio em

comento deve ser aquilatado em suas várias vertentes. Assim, é de fácil percepção

a sua aplicação na saúde, pois se trata de um direito de todos e um dever do Estado.

Na Assistência Social, o princípio tem plena aplicação, pois é prestada a quem dela

necessitar, nos termos da lei. Já na Previdência Social, somente quem exerce ativi-

dade remunerada é que recebe a proteção social. Todavia, quem não trabalha pode

se filiar como facultativo, o que torna a Previdência também um sistema universal.

B) Uniformidade e Equivalência dos Benefícios e Serviços às Populações

Urbanas e Rurais

Até a Constituição de 1988, havia uma evidente diferenciação entre cidadãos ur-

banos e rurais, principalmente em relação ao valor dos benefícios e no alcance da

cobertura. Essa discriminação deixa de existir com a aplicação desse princípio. Por uni-

formidade, deve-se concluir que os mesmos benefícios previstos para os urbanos de-

vem estar previstos para os rurais. Por equivalência, que é um corolário da igualdade,

deve-se buscar um tratamento que leve em consideração as peculiaridades dos rurais.

C) Seletividade e Distributividade na Prestação dos Benefícios e Serviços

Os recursos que mantêm a Seguridade Social são limitados, enquanto as contin-

gências sociais a serem cobertas são ilimitadas. Por essa razão, devem-se selecionar

os riscos sociais protegidos, delimitando as situações da vida mais prementes, de

modo que a cobertura chegue às pessoas com maior grau de necessidade. Registra-

-se que o salário-família e o auxílio-reclusão são destinados apenas aos trabalhadores

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de baixa renda, ou seja, cujo salário de contribuição não ultrapasse R$ 971,00. Os

benefícios assistenciais são destinados apenas aos necessitados, ou seja, idosos com

mais de 65 anos de idade ou portadores de deficiência cuja renda per capita familiar

seja inferior a ¼ do salário mínimo. Esse princípio funciona como um contraponto ao

princípio da universalidade da cobertura e do atendimento.

D) Irredutibilidade do Valor dos Benefícios

A irredutibilidade do valor dos benefícios possui duas vertentes, uma nominal

e outra real. Pela irredutibilidade nominal, não pode haver redução numérica do

benefício (por exemplo: de R$ 1.000,00 para R$ 900,00). Por outro lado, os bene-

fícios previdenciários têm a garantia da preservação de seu valor real (art. 201,

§ 4º), garantindo-se o reajustamento periódico do benefício. Assim, além de o

benefício não poder ser reduzido nominalmente, deve receber reajuste periódico.

Todavia, o princípio da irredutibilidade garante, apenas, a irredutibilidade nomi-

nal, pois a preservação do valor real é específica para a previdência social, sendo

inaplicável à seguridade social. Desta forma, não há garantia de reajuste anual dos

benefícios assistenciais.

E) Equidade na Forma de Participação no Custeio

Em matéria tributária, a tributação leva em conta a capacidade contributiva e

a isonomia. Na Seguridade Social, esse princípio admite uma nova vertente, em

que se leva em consideração outros critérios, como a atividade econômica, o porte

da empresa, a condição estrutural do mercado e a rotatividade da mão de obra (§

9º do art. 201 da CF/88). Nesse passo, o critério diferenciador na forma de contri-

buição para a Seguridade Social leva em consideração outros fatores, a exemplo

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das instituições financeiras que contribuem com um adicional (art. 22 da Lei n.

8.212/1991), em função da alta lucratividade desse setor.

F) Diversidade da Base de Financiamento

Como a proteção social é um sistema universal, que deve atender a todas as

pessoas e todos os riscos sociais, o aporte de recursos para sua manutenção deve

ter uma fonte perene de recursos, infensa aos influxos da economia moderna.

Como isso não é possível, a Constituição prevê várias fontes de financiamento.

Dessa forma, caso haja diminuição da arrecadação oriunda de uma fonte de cus-

teio, as demais manterão o volume de arrecadação. Assim, a Constituição prevê

que a sociedade financiará a Seguridade Social, de forma direta (contribuições

sociais) e indireta (impostos) com contribuição do empregador incidente sobre a

folha de pagamento, receita ou faturamento e lucro. Os trabalhadores também

devem contribuir. Existem, ainda, contribuições incidentes sobre a importação de

bens e serviços e sobre o concurso de prognósticos. Outras contribuições poderão

ser criadas, desde que mediante a edição de lei complementar. As acima citadas

podem ser criadas por lei ordinária ou medida provisória.

G) Caráter Democrático e Descentralizado da Administração, Mediante

Gestão Quadripartite

Diante da complexidade do sistema de Seguridade Social, suas decisões devem

ser compartilhadas com a sociedade, representada por empregadores, emprega-

dos, aposentados e o próprio governo (gestão quadripartite). Outrossim, o art. 10

da Constituição prevê que “é assegurada a participação dos trabalhadores e dos

empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profis-

sionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação”.

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H) Solidariedade

Apesar de não constar no rol do parágrafo único do art. 194 da Constituição de

1988, a solidariedade é o principal princípio do sistema de Seguridade Social, pois

não há como imaginar um sistema de proteção social que não seja embasado na

solidariedade. Por outro lado, um dos objetivos da República é construir uma socie-

dade livre, justa e solidária (art. 3º, inciso I, da CF/88).

A Seguridade Social é financiada por toda a sociedade e concede benefícios

inclusive para os que não contribuem, a exemplo da Saúde e da Assistência So-

cial. Na Previdência Social, os riscos sociais imprevisíveis são pagos mesmo por

aqueles que não tenham contribuído o suficiente para fazer a contrapartida ao seu

pagamento, a exemplo da pensão por morte para os dependentes do segurado que

tenha contribuído uma única vez para o sistema. Nesse caso, os recursos para o

pagamento do benefício serão fornecidos pela sociedade, que arcará com o custo

do pagamento da pensão, substituindo o segurado.

III – REGIMES DE PREVIDÊNCIA SOCIAL

A Constituição prevê três regimes de Previdência no Brasil:

I) Regime Geral de Previdência Social – RGPS

II) Regime Próprio de Previdência Social – RPPS

III) Regime Complementar – RC

O RGPS – Regime Geral de Previdência Social é voltado, basicamente, aos

trabalhadores da iniciativa privada e àqueles que não trabalham, mas desejam pro-

teção previdenciária, a exemplo das donas de casa, desempregados e estudantes

(segurados facultativos). Em situações previstas em lei, alguns servidores públicos

podem ser vinculados ao RGPS, ou seja, servidores que ocupam exclusivamente

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cargo em comissão e servidores públicos sem regime próprio de previdência.

O órgão que concede e faz a manutenção dos benefícios do RGPS é o INSS –

Instituto Nacional do Seguro Social, autarquia federal atualmente vinculada ao

Ministério do Desenvolvimento Social, tendo em vista a extinção do Ministério da

Previdência pelo governo Temer9.

O RPPS – Regime Próprio de Previdência Social foi concebido aos servido-

res públicos efetivos dos Entes Federativos, ou seja, União, Estados, Distrito Fede-

ral e Municípios.

A União, os Estados e o Distrito Federal possuem, cada um, seu próprio Regime

de Previdência (RPPS). No que tange aos Municípios, uma boa parcela deles ainda

não constituiu seu regime próprio de previdência, o que vincula seus servidores ao

Regime Geral do INSS.

Por fim, a previdência complementar é autônoma em relação aos regimes ofi-

ciais, sendo certo que a adesão é uma faculdade do interessado. Assim, o trabalha-

dor pode ter uma das seguintes vinculações:

a) só RGPS;

b) RGPS + PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR;

c) só RPPS;

d) RPPS + PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR;

e) Só PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR;

f) RGPS + RPPS (PROFESSOR DE ESCOLA PÚBLICA E DE ESCOLA PARTICULAR,

POR EXEMPLO);

g) RGPS + RPPS + PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR;

h) RPPS + RPPS (PROFESSOR DE ESCOLA PÚBLICA ESTADUAL E MUNICIPAL);

i) RPPS + RPPS + PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR.

9 . Ver Lei n. 13.341/2016.

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QUADRO-RESUMO

A seguridade social compreende um conjunto integrado


Seguridade Social de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade,
(Art. 194 da CF/88) destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à
previdência e à assistência social.

A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido


mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução
Saúde do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal
e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção
e recuperação. (Art. 196)

A assistência social será prestada a quem dela


Assistência Social necessitar, independentemente de contribuição à
seguridade social. (Art. 203)

A previdência social será organizada sob a forma


de regime geral, de caráter contributivo e de filiação
Previdência Social
obrigatória, observados critérios que preservem o
equilíbrio financeiro e atuarial. (Art. 201)

I – universalidade da cobertura e do atendimento;


II – uniformidade e equivalência dos benefícios e
serviços às populações urbanas e rurais;
III – seletividade e distributividade na prestação dos
benefícios e serviços;
IV – irredutibilidade do valor dos benefícios;
Princípios da
V – equidade na forma de participação no custeio;
Seguridade Social
VI – diversidade da base de financiamento;
VII – caráter democrático e descentralizado da
administração, mediante gestão quadripartite, com
participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos
aposentados e do Governo nos órgãos colegiados;
VIII – Solidariedade.

Regimes de RGPS, RPPS,


Previdência PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR.

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QUESTÕES DE CONCURSO

1. (IESES/2018/TJ-CE/CARTÓRIO) A seguridade social compreende um conjunto

integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a

assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. Sobre

a seguridade e de acordo com a Constituição da República Federativa do Brasil de

1988, analise as afirmações a seguir.


I – A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
II – A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma inte-
grada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência
social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretri-
zes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos.
III – A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta
e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orça-
mentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e de
contribuições sociais.
IV – As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à se-
guridade social constarão dos respectivos orçamentos, integrando, contudo,
o orçamento da União.
V – A pessoa jurídica, em débito com o sistema da seguridade social, poderá
contratar com o Poder Público, mas não poderá dele receber benefícios ou
incentivos fiscais ou creditícios.
Estão corretas apenas as afirmações:
a) I, II e III estão corretas.
b) II, III e IV estão corretas.
c) I, III, IV e V estão corretas.
d) Todas as afirmativas estão corretas.

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2. (CESPE/PGM/MANAUS-AM/PROCURADOR/2018) Julgue o próximo item, relativo


à organização, aos princípios e ao custeio da seguridade social.
Constitui objetivo da seguridade social manter o caráter democrático e descentrali-
zado da administração, mediante gestão tripartite, com participação dos trabalha-
dores e empregadores e do Estado.

3. (CESPE/STJ/ANALISTA/2018) O princípio da seletividade e distributividade na

prestação de benefícios e serviços está relacionado à seleção dos riscos sociais e à

extensão da proteção patrocinada pelo Estado a todas as pessoas.

4. (CESPE/TCM-BA/AUDITOR/2018) O princípio da seguridade social que estabele-

ce a proporcionalidade da contribuição social para o sistema conforme a condição

financeira dos seus contribuintes denomina-se

a) universalidade da cobertura e do atendimento.

b) seletividade e distributividade.

c) equidade na forma de participação no custeio.

d) diversidade da base de financiamento.

e) uniformidade e equivalência de benefícios.

5. (CESPE/PGE-PE/PROCURADOR/2018) Conforme a doutrina, o princípio previ-

denciário que representa o sistema de repartição da seguridade social e garante

a prestação de benefícios e serviços independentemente do aporte individual das

contribuições sociais é o princípio da

a) uniformidade da base de financiamento.

b) seletividade e distributividade na prestação de benefícios e serviços.

c) solidariedade.

d) equidade na forma de participação no custeio.

e) diversidade da base de financiamento.

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6. (CESPE/ABIN OFICIAL/2018) Em relação à organização, à origem e ao custeio

do sistema de seguridade social, julgue o item a seguir.

A seguridade social nos moldes como é atualmente conhecida é fruto da evolução

legislativa quanto à garantia dos direitos sociais no Brasil e foi introduzida no orde-

namento jurídico pátrio pela Constituição Federal de 1988.

7. (CESPE/ABIN OFICIAL/2018) Em relação à organização, à origem e ao custeio

do sistema de seguridade social, julgue o item a seguir.

A seguridade social, que visa garantir direitos relativos à saúde, à previdência e à

assistência social, possui como fontes de financiamento exclusivamente as contri-

buições sobre a folha de pagamentos e as repassadas pelo empregador, pela em-

presa ou por entidade a ela equiparada.

8. (FUNDEP/TCE-MG/AUDITOR/2018) A Constituição da República Federativa do

Brasil em vigor consagrou o sistema de seguridade social.

Sobre esse tema, é correto afirmar dispor:

a) A seguridade social compreende um conjunto integrado de iniciativa dos Pode-

res Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar direitos relativos à saúde, à

previdência, à assistência social e à beneficência social.

b) A seguridade social rege-se pelo princípio da seletividade e da distributividade

na prestação dos benefícios, princípio este que não se aplica aos serviços em razão

de seu caráter universal.

c) À seguridade social, aplica-se o princípio da uniformidade e da equivalência dos

benefícios e serviços às populações urbanas e rurais.

d) O princípio da precedência da fonte de custeio consiste no comando segundo o

qual nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado

ou estendido sem a correspondente fonte de custeio, ainda que parcial.

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e) O princípio da gestão democrática determina o caráter democrático e descen-

tralizado da administração, mediante gestão tripartite, com participação dos traba-

lhadores, dos empregados e dos aposentados nos órgãos colegiados.

9. (VUNESP/IPSM/PROCURADOR/2018) Sobre os princípios específicos da Previ-

dência Social, assinale a alternativa correta.

a) Segundo o princípio da filiação obrigatória, nem todo trabalhador que se enqua-

dre na condição de segurado é considerado pelo regime geral como tal, ainda que

não esteja amparado por outro regime próprio.

b) De acordo com o princípio do caráter contributivo, há a possibilidade jurídica de

que o ordenamento jurídico brasileiro estabeleça benefício previdenciário sem que

tenha havido a participação do segurado no custeio.

c) Como exceção ao princípio da indisponibilidade dos benefícios previdenciários,

admite-se que o benefício seja sujeito a penhora ou sequestro, sendo apenas anulá-

vel a venda dos direitos do beneficiário ou a constituição de ônus sobre o benefício.

d) Como decorrência do caráter compulsório e universal do regime previdenciário

estatal, não se admite a participação da iniciativa privada na atividade securitária,

ainda que com a particularidade de ser facultativo para os segurados.

e) A Emenda Constitucional 20/98 erigiu o equilíbrio financeiro e atuarial à con-

dição de princípio básico do sistema previdenciário, devendo o Poder Público se

atentar sempre para a relação entre custeio e pagamento de benefícios, a fim de

manter o sistema em condições superavitárias.

10. (IBADE/IPERON-RO/TÉCNICO/2018) Encontram-se entre os princípios e dire-

trizes da Seguridade Social:

a) publicidade; diversidade da base de financiamento; equidade na forma de parti-

cipação no custeio e caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa.

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b) uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e

rurais; celeridade processual e equidade na forma de participação no custeio.

c) universalidade da cobertura e do atendimento: irredutibilidade do valor dos be-

nefícios e primazia da realidade.

d) seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; duplo

grau de jurisdição e diversidade da base de financiamento.

e) equidade na forma de participação no custeio: universalidade da cobertura e do

atendimento e irredutibilidade do valor dos benefícios.

11. (IBADE/IPERON-RO/TÉCNICO/2017) Segundo o princípio constitucional da

contrapartida, nenhum benefício ou serviço da seguridade social pode ser

a) reduzido de seu valor nominal.

b) estendido aos imigrantes sem aprovação de lei idêntica no país de origem.

c) instituído dentro do mesmo ano-calendário em que for criado.

d) criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.

e) criado sem aprovação dos organismos internacionais.

12. (IBADE/IPERON-RO/ANALISTA/2017) A Seguridade Social está lastreada em

uma série de princípios que norteiam toda a legislação e jurisprudência aplicável.

Encontram-se entre esses princípios os seguintes:

a) uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e

rurais; primazia da realidade e equidade na forma de participação no custeio.

b) universalidade da cobertura e do atendimento; irredutibilidade do valor dos be-

nefícios e celeridade processual.

c) seletividade e distributividade na prestação benefícios e serviços; publicidade e

diversidade da base de financiamento.

d) equidade na forma de participação no custeio; universalidade da cobertura e do

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atendimento e irredutibilidade do valor dos benefícios.

e) duplo grau de jurisdição; diversidade da base de financiamento; equidade na

forma de participação no custeio e caráter democrático e descentralizado da gestão

administrativa.

13. (IBADE/IPERON-RO/ANALISTA/2017) Segundo o princípio constitucional da

contrapartida, nenhum benefício ou serviço da seguridade social pode ser

a) criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.

b) estendido aos imigrantes sem aprovação de lei idêntica no país de origem.

c) majorado sem que exista a desaposentação para inclusão de novas origens.

d) concedido sem a atribuição, pelo órgão concedente, do respectivo empenho.

e) concedido sem aprovação prévia pelos órgãos administrativos do INSS.

14. (VUNESP/CÂMARA DE BARRETOS-SP/ADVOGADO/2017) Depreendem-se da

Constituição Federal vários princípios que orientam a seguridade social no Brasil.

Dentre eles, encontra-se o princípio

a) da equidade na forma de participação no custeio, pela qual as alíquotas e as

bases de cálculo são iguais para empregadores e empregados.

b) da seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços, escolhen-

do quais infortúnios são mais graves e qual população merece amparo nesses casos.

c) da diversidade da base de financiamento, pela qual os recursos financeiros de-

vem ser recolhidos exclusivamente junto a empregados e empregadores.

d) do caráter democrático e descentralizado da Administração, mediante gestão

tripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores e do Governo.

e) de criação, majoração ou extensão de benefício ou serviço da seguridade social

desde que sejam arrecadados recursos que correspondam a, pelo menos, 50% do

valor do custeio total.

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15. (VUNESP/CÂMARA DE BARRETOS-SP/ADVOGADO/2017) A garantia constitu-

cionalmente prevista de um salário-mínimo de benefício mensal à pessoa portadora

de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria

manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei, é

a) benefício da seguridade social.

b) serviço previdenciário.

c) serviço assistencial.

d) benefício previdenciário.

e) benefício assistencial.

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GABARITO

1. a

2. E

3. C

4. c

5. c

6. C

7. E

8. c

9. e

10. e

11. d

12. d

13. a

14. b

15. e

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QUESTÕES COMENTADAS

1. (IESES/2018/TJ-CE/CARTÓRIO) A seguridade social compreende um conjunto

integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a

assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. Sobre

a seguridade e de acordo com a Constituição da República Federativa do Brasil de

1988, analise as afirmações a seguir.


I – A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
II – A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma inte-
grada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência
social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretri-
zes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos.
III – A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta
e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orça-
mentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e de
contribuições sociais.
IV – As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à se-
guridade social constarão dos respectivos orçamentos, integrando, contudo,
o orçamento da União.
V – A pessoa jurídica, em débito com o sistema da seguridade social, poderá
contratar com o Poder Público, mas não poderá dele receber benefícios ou
incentivos fiscais ou creditícios.
Estão corretas apenas as afirmações:
a) I, II e III estão corretas.
b) II, III e IV estão corretas.
c) I, III, IV e V estão corretas.
d) Todas as afirmativas estão corretas.

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Comentário

Letra a.

I – Certo. Conforme o teor do art. 194 da CF/88, a seguridade social é um

conjunto integrado de ações do Poder Público e da sociedade. Da mesma

forma, seus subsistemas saúde, assistência e previdência social podem ser

prestados pela sociedade (iniciativa privada) e pelo Poder Público. Ainda que

não fosse uma dedução natural, a própria Constituição esclarece que “a as-

sistência à saúde é livre à iniciativa privada” (art. 199).

II – Certo. Reprodução do § 2º do art. 195 da CF/1988: “§ 2º A proposta de

orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos ór-

gãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo

em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamen-

tárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos”.

III – Certo. Reprodução do art. 195 da CF/88: “Art. 195. A seguridade social será

financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da

lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados,

do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais”.

IV – Errado. Cada ente federativo possui seu próprio orçamento na área de segurida-

de social, tudo de acordo com o parágrafo primeiro do art. 195: “§ 1º As receitas

dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social

constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União”.

V – Errado. É justamente o contrário, não pode contratar, conforme esclarece o pará-

grafo terceiro do art. 195 da CF/88: “§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sis-

tema da seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com

o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios”.

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2. (CESPE/PGM/MANAUS-AM/PROCURADOR/2018) Julgue o próximo item, relativo

à organização, aos princípios e ao custeio da seguridade social.

Constitui objetivo da seguridade social manter o caráter democrático e descentrali-

zado da administração, mediante gestão tripartite, com participação dos trabalha-

dores e empregadores e do Estado.

Comentário

Errado.

Os princípios da seguridade social, também chamados de objetivos, geralmente

são cobrados nas questões na sua literalidade. Nessa questão, o examinador tro-

cou a palavra quadripartite por tripartite, sendo certo que se esqueceu de incluir o

aposentado. Assim, o correto seria dispor: “caráter democrático e descentralizado

da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalha-

dores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados”,

tudo de acordo com o art. 195, parágrafo único, inciso VII, da CF/1988.

Esse tema requer cuidado redobrado quando analisado à luz da Lei n. 8.212/1991.

Comparando a redação da Constituição de 88 com a da Lei n. 8.212/1991, tem-se:

CF/1988 Lei n. 8.212/1991


Art. 194. A seguridade social Art. 1º A Seguridade Social compreende
compreende um conjunto integrado um conjunto integrado de ações de
de ações de iniciativa dos Poderes iniciativa dos poderes públicos e da
Públicos e da sociedade, destinadas a sociedade, destinado a assegurar o
assegurar os direitos relativos à saúde, à direito relativo à saúde, à previdência e
previdência e à assistência social. à assistência social.

Parágrafo único. Compete ao Poder Parágrafo único. A Seguridade Social


Público, nos termos da lei, organizar obedecerá aos seguintes princípios e
a seguridade social, com base nos diretrizes:
seguintes objetivos:

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VII – caráter democrático e g) caráter democrático e descentralizado


descentralizado da administração, da gestão administrativa com a
mediante gestão quadripartite, com participação da comunidade,
participação dos trabalhadores, dos em especial de trabalhadores,
empregadores, dos aposentados e empresários e aposentados.
do Governo nos órgãos colegiados.

Portanto, fique sempre atento ao comando da questão para identificar se ela foi reti-

rada da Constituição ou da Lei. No presente caso, a questão não indicou nem um nem

outro. Quando isso acontecer, devemos seguir a Constituição, ou seja, gestão quadri-

partite com a participação de trabalhadores, empregadores, aposentados e governo.

3. (CESPE/STJ/ANALISTA/2018) O princípio da seletividade e distributividade na

prestação de benefícios e serviços está relacionado à seleção dos riscos sociais e à

extensão da proteção patrocinada pelo Estado a todas as pessoas.

Comentário

Certo.

A seletividade permite selecionar os eventos que serão cobertos, pois assim há

uma melhor possibilidade de distribuição de justiça social.

4. (CESPE/TCM-BA/AUDITOR/2018) O princípio da seguridade social que estabe-

lece a proporcionalidade da contribuição social para o sistema conforme a condição

financeira dos seus contribuintes denomina-se

a) universalidade da cobertura e do atendimento.

b) seletividade e distributividade.

c) equidade na forma de participação no custeio.

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d) diversidade da base de financiamento.

e) uniformidade e equivalência de benefícios.

Comentário

Letra c.

O enunciado da questão dispõe sobre proporcionalidade da contribuição em con-

formidade com a situação financeira do contribuinte, o que atrai a incidência do

princípio da equidade na forma de custeio.

5. (CESPE/PGE-PE/PROCURADOR/2018) Conforme a doutrina, o princípio previ-

denciário que representa o sistema de repartição da seguridade social e garante

a prestação de benefícios e serviços independentemente do aporte individual das

contribuições sociais é o princípio da

a) uniformidade da base de financiamento.

b) seletividade e distributividade na prestação de benefícios e serviços.

c) solidariedade.

d) equidade na forma de participação no custeio.

e) diversidade da base de financiamento.

Comentário

Letra c.

A solidariedade, apesar de não figurar no rol do artigo 194 da CF/1988, é o princípio

mais importante da seguridade, pois é ele que justifica a concessão dos benefícios,

independentemente do recolhimento das contribuições, principalmente nas situações

de benefícios não programados (pensão por morte, auxílio-doença e aposentadoria por

invalidez).

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