APRESENTAÇÃO

Amado irmão, apresentamos a série de lições sobre o

tema: MORDOMIA E PERSEVERANÇA. Através dele, nosso
maior objetivo é aprofundar o seu conhecimento para que você
possa servir o reino de Deus com qualidade e primor.

Nossas lições a partir desse novo estudo, tornar-se-ão

um pouco mais complexas, o que exigirá de você mais
empenho, atenção e dedicação no estudo da Palavra de Deus.
Mas, também será uma rica e maravilhosa oportunidade de
você desafiar-se em um conhecimento mais aprofundado das
Escrituras, sem esquecer-se dos primeiros rudimentos da
doutrina cristã, crescendo em conhecimento e graça,
buscando a perfeição e conhecer mais e mais a Deus e o que
ele por sua misericórdia, queira nos revelar.

Meu sincero desejo é abençoá-lo e, que você seja

enriquecido na graça e no conhecimento de Deus, por isso,
deleite-se nessa nova etapa de seu aprendizado.

Ao longo desse trimestre estudaremos dois blocos de

assuntos intimamente relacionados: a mordomia cristã e a
perseverança dos santos. Todas as lições são ricas em
fundamentação bíblica, mas também abordam vários aspectos
da vida prática e cotidiana. Por isso, aproveite cada lição com
o espírito quebrantado e obediente, para que você se torne
não apenas ouvinte, mas também praticante da Palavra de
Deus.

No primeiro bloco de assuntos estudaremos seis

princípios de mordomia cristã: “mordomia do tempo,
mordomia financeira, mordomia do santuário, mordomia
na evangelização, mordomia na submissão e disciplina e
mordomia capacitação na Palavra de Deus”. E, no segundo
momento, nos aprofundaremos em temas mais complexos
como a Soberania de Deus, O Propósito Eterno, a Salvação
Incondicional, a Soberana Vocação e a Escatologia.

Meu sentimento na preparação destas lições, é de

abordar com carinho, cautela e ousadia, temas que muitas SUMÁRIO
vezes são evitados e que normalmente precipitam nossos
irmãos à diferentes interpretações ou até mesmo a procurar MORDOMIA E PERSERVERANÇA
fontes não legitimas para seu aprendizado. Aprendi, desde
cedo com os meus pais, que há certos assuntos que é melhor MORDOMIA CRISTÃ
que sejam tratados primeiro em casa do que aprender com
estranhos. 1. A mordomia do Tempo
Assim, aproveite cada lição como um bom diálogo 2. A mordomia Financeira
dentro de casa e com uma pessoa de sua confiança. Saboreie 3. A mordomia do Santuário
as devocionais diárias para seu deleite espiritual e devocional, 4. A mordomia na Missão
e enriqueça-se com o ensinamento bíblico e teológico 5. A mordomia na disciplina cristã
oferecido nestas 13 (treze) lições. Use-as também como 6. A mordomia na capacitação: A Autoridade das
motivação para adquirir e ler o MANUAL DA IGREJA DE
CRISTO NO BRASIL, e ampliar os seus conhecimentos.
Escrituras

A PERSEVERANÇA DOS SANTOS

Pr. Márcio de Moraes 7. A Soberania de Deus e Seu Propósito Eterno

(Presidente da Comissão Permanente
para Assuntos Doutrinários) COPAD- ICB
8; O Mistério de Deus
9. A Revelação de Deus
10. O Querer e o Efetuar de Deus
11. Os Elementos da Salvação
12. A perseverança dos Santos
13. A vitória final do cristão genuíno

Pr. Márcio Moraes

 I INTRODUÇÃO

A Mordomia Cristã destaca-se em duas palavras

chaves: “administração” e “serviço”. O mordomo é aquele
que é colocado sob a responsabilidade de administrar algum
MORDOMIA E PERSERVERANÇA bem ou tarefa de outra pessoa, que é o verdadeiro dono.
Assim, o mordomo ao mesmo tempo em que recebe a
1ª Parte autoridade para administrar, também dever ter em mente, de
que é um servo e por isso mesmo, tem obrigações junto ao
A MORDOMIA CRISTÃ seu Senhor.

Como cristãos genuínos, devemos aprender que nosso

LIÇÃO 01
A MORDOMIA DO TEMPO
Texto Áureo: “Portanto, vede prudentemente como
andais; não como néscios, e, sim, como sábios, remindo o
tempo, porque os dias são maus.” Ef 5.15,16
tempo pertence ao Senhor e devemos administrá-lo com
inteligência. Não devemos ser renitentes em dar parte do
nosso tempo para a obra de Deus, pois Ele pode acrescentar
à nossa vida sobre a terra mais qualidade para o nosso tempo,
e por este, muitas bem-aventuranças. “Tempo dado a Deus,
nunca é Tempo perdido”. Podemos servir ao Senhor com
sabedoria e ao mesmo tempo cuidarmos de nossos afazeres
pessoais (Mt 6.33).

2 TEMPO PARA DEUS

LEITURA SEMANAL
Alguns cristãos equivocadamente esperam que algum
SEGUNDA Mat 6.33 Em primeiro lugar, Deus! dia quando tiverem um tempo livre em sua rotina pessoal,
poderão dedicar um pouco mais de tempo a obra de Deus. É
TERÇA Sal 90.12 Contando os dias
evidente que tal dia jamais chegará, nunca disporemos de
QUARTA Tg 4.14 A vida é uma neblina tempo livre, se nós mesmos não o criarmos. A boa notícia é
QUINTA Ec 12.1 Lembra-se dele que se entregarmos um tempo de qualidade ao Senhor, Ele
SEXTA Ef 5.15,16 Remindo o tempo nos dias mesmo nos ajudará a resolvermos com mais facilidade e
maus rapidez nossos problemas pessoais.
SÁBADO 2 Tm 4.3 Os homens de hoje
Fique atento para algumas advertências que nos dá a
DOMINGO Pv 27.1 O dia de amanhã
Palavra de Deus:

2.1 A nossa vida neste mundo é breve, por isso devemos

viver cada dia com sabedoria - Interessante que um Deus
eterno, que não possui qualquer limitação espacial ou
temporal, tem uma visão melhor de nossa temporalidade e
finitude que nós mesmos. Lamentavelmente, o homem só
percebe que cada dia deve ser usado com sabedoria, quando
ele já não possui mais forças para vive-lo: “Ensina-nos a
contar os nossos dias, para que alcancemos corações sábios”
Sl 90.12.
2.2 O próximo segundo de nossas vidas pertence a Deus -
Às vezes, nos inchamos e nos gabamos com a força de nossa
juventude e de nosso tempo, como se o amanhã nos
pertencesse. Mas, mesmo toda uma vida detalhadamente
planejada pode acabar como um sopro sobre uma vela: “Não
te glories do dia de amanhã, porque não sabes o que trará a
luz (Pv 27.1). “Vós não sabeis, o que sucederá amanhã. Que é
a vossa vida? Sois apenas como neblina que aparece por um
instante e logo se dissipa.” (Tg 4.14).
2.3 Devemos dar ao Senhor o melhor dos nossos dias,
antes que estejamos cansados e sem forças para
trabalhar – Quantos ainda acham que podem enganar a
Deus, mas apenas enganam a si mesmos. Quando nascemos
de novo descobrimos, que de fato a nossa vida começa
quando encontramos a Cristo, e quanto mais cedo andamos
lado a lado com ele, mas proveitosa será nossa existência
nessa terra será! O filho sábio entrega de bom grado sua
juventude para Deus: “Lembra-te do teu criador nos dias da
tua mocidade, antes que venham os maus dias e os anos dos
quais dirás: Não tenho neles, prazer.” Ec 12.1
2.4 Devemos ser prudentes e aproveitarmos nossos dias
com cautela. Os dias de nossa geração são os mais difíceis e
ficarão mais terríveis até a vinda de nosso Salvador. Por isso,
devemos ser cautelosos com o tempo que vivemos,
entendendo que o nosso Senhor determinou vários
acontecimentos nos últimos dias, que farão distinção entre os
que servem a Deus e os que não servem: “
“Portanto, vede prudentemente como andais, não como
néscios, e, sim, como sábios, remindo o tempo, porque os dias
são maus.” Ef 5.15,16 (...) “Sabe, porém isto: que nos últimos
dias sobrevirão tempos difíceis, pois os homens são egoístas,
avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores,
desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes.” 2Tm 4.3.
3 TEMPO E SERVIÇO
Compromissos pessoais não são desculpas, para
não honrarmos as responsabilidades assumidas na casa de
Deus. Nosso estudo, trabalho, casa, filhos não são mais
importantes que o desenvolvimento de nosso ministério e
serviço cristão. Deus não exige que façamos certas coisas
com desprezo de outras. Então o que fazer com o nosso
tempo?
3.1 - Utilizar bem o tempo - não sejamos pesados a ninguém
- os jovens que ainda não podem trabalhar devem estudar, os
que estão aptos para o trabalho devem gastar seu tempo para
viver do suor do seu rosto.
3.2 - Aproveitar bem o tempo – não andemos ansiosos pelo
trabalho, estudo ou outras tarefas formais - como dissemos: o
amanhã pertence a Deus, e podemos estar entesourando
insensatamente, sem desfrutarmos do fruto do nosso esforço.
Podemos separar um tempo moderado para nosso lazer e
diversão: cinema, praia, esporte, passeios com a família etc.
3. 3. Administrar o tempo – Nosso tempo deve ser dividido
de forma equilibrada, devemos evitar excessos em qualquer
hora. Hoje em dia, existem certas distrações que podem nos
levar o dia inteiro. Atenção especial a Televisão, a Internet,
Games, Celulares. “Liberdade imoderada é escravidão
maquiada”. Devemos ter o controle e usufruir das facilidades
dos últimos dias e não sermos controlados por elas.
 3.4 - Remir o tempo – Devemos contar bem as horas do
nosso dia, e ter cuidado para não tratar o tempo, como se ele
estivesse parado. Não devemos perder boas oportunidades,
nem adiarmos o que podemos fazer hoje para amanhã (pois
não nos pertence), principalmente no que diz respeito à
pregação do evangelho.
3.5 - Dizimar do tempo – Não devemos reservar nosso tempo
com Deus apenas para os finais de semana. Todo dia, parte
do nosso tempo deve ser ofertado à Deus, quer seja em nossa
vida devocional, quer seja em nosso serviço cristão.
3.6 – Entender o tempo – Discernir o tempo é uma tarefa
contínua para todo cristão. Porque Deus, tem um tempo
determinado para todas as coisas. Atentar ao tempo para
descobrir se é o momento de esperar ou de buscar e confiar
que o tempo de Deus se cumprirá, e isso exige de nós
conhecimento da Palavra de Deus e intimidade com o Espirito
de Santo.
4 TEMPO, SABEDORIA E PRÁTICA
Devemos ter o cuidado para servir ao Senhor sem
extremismos. É claro que alguns de nós, têm chamadas
específicas para servir a Deus em tempo integral e, aqueles que
fazem isto, excelente obra alcançam, quanto aos demais, devem
lembrar-se, que precisamos honrar a Deus, sendo bem-
sucedidos em nossas outras tarefas. Deixo aqui algumas
recomendações:
4.1 Aos Estudantes - Os alunos devem orar antes de estudar
para serem abençoados em seus estudos, mas não devem deixar
de estudar para orar ou ouvir hinos evangélicos. Tão pouco
“matar” aulas para atender certas programações eclesiásticas.
Essa é uma fase da vida importante para a sua solidez
profissional e, até mesmo para a construção futura de uma
família que será também a base da igreja. Equilibre bem as
coisas. A Bíblia orienta que busquemos em primeiro lugar o reino
de Deus, mas jamais disse que devemos esquecer de todo o
resto.
4.2 Aos Trabalhadores - Aqueles que trabalham não devem ser
vistos como preguiçosos, que utilizam o tempo do trabalho em
que são remunerados para lerem a Bíblia ou “ficarem” pregando
aos colegas de trabalho em momento inoportuno. (Discipline-se,
evangelize seus colegas, mas primeiro cumpra todas as tarefas
do seu dia de trabalho). Nenhum cristão deve utilizar o
evangelho como desculpa para a preguiça, indolência ou
desleixo com seus compromissos pessoais.
4.3 Aos Casados - As donas de casa devem conciliar seus
deveres domésticos com suas obrigações na igreja. Os casados
devem dar assistências aos seus cônjuges e aos seus filhos,
em várias áreas: espiritual, emocional e financeira.
4.4 Aos Líderes - Não é bom que a congregação local tenha
mais do que três ou quatro trabalhos semanais, todos
precisamos de um ou dois dias na semana para estar em casa,
para desfrutar de momentos com a família, os amigos, ou
sozinhos. O discurso de remir o tempo, porque os dias são
maus, não se aplica aqui. A grande maioria dos “desigrejados”,
dos pastores com depressão e, afastados da casa do Senhor já
viveram com intensidade o ativismo religioso. Não escravize sua
igreja sob o pretexto de tornar próspero seu ministério.
Desenvolva no seu grupo dedicação com inteligência.
4.5 Aos ativistas religiosos - Vivemos tanto em comunidade,
que esquecemos às vezes, que precisamos de privacidade, de
intimidade e, um pouco de reclusão. Não podemos nos furtar,
nem ao nosso irmão, nem mesmo ao nosso cônjuge de um
momento de “solidão” e “reflexão pessoal”, ainda que seja para
o exercício moderado da boa “vaidade” (cuidar da aparência
pessoal, por exemplo). Imponha limites para si e para os outros
sobre o uso do seu tempo para Deus, para a Igreja, para os
amigos e para você mesmo. Às vezes, não conseguimos, nem
 mesmo desenvolver um relacionamento pessoal com Deus, por
que estamos sempre cercados de muita gente. A MORDOMIA CRISTÃ
4.7 À Igreja - Unam-se mais em volta daqueles que são
chamados por Deus para uma missão especial! Estimulem isso,
como um dom precioso. Esse envolvimento diz respeito aos LIÇÃO 02
pais, aos líderes, à Igreja toda. Precisamos de missionários
para ganhar o mundo para Cristo, de pastores para os
discipularem e toda a igreja para orar, contribuir e animar os
chamados a obra missionária. Fiquem felizes quando alguém A Mordomia Financeira!
sentir o ardor pela evangelização. Não o abafem com
programações eclesiásticas. Nem os pais lamentem que seus Texto Áureo: “Honra ao Senhor com os teus bens, e com
filhos poderiam, por exemplo, servir a Deus de outro modo ou a primícia de toda a tua renda, e se encherão fartamente
com uma profissão secular; antes vivam, a alegria de cada os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus
chamado para obra, como uma celebração de que Deus está lagares”. Pv 3.9-10
respondendo a oração que começou com o apelo de nosso
Salvador por mais ceifeiros para a sua Seara.
LEITURA SEMANAL
4 CONCLUSÃO
SEGUNDA I Co 4.2 Somos mordomos
A palavra de Deus nos alerta quanto a remir o tempo, ao TERÇA Ag 2.8 Tudo é dEle!
mesmo tempo em que nos afirma para não andarmos ansiosos e
que para tudo na vida há um tempo determinado: “Tudo fez formoso QUARTA Sal 50.10 Todos os animais são dele
em seu tempo; também pôs na mente do homem a ideia da QUINTA Fp 4.19 Supridos nEle!
eternidade, se bem que este não possa descobrir a obra que SEXTA Mat 6.31 Não andemos ansiosos
Deus fez desde o princípio até o fim. Sei que não há coisa melhor SÁBADO Sal 24.1 Do Senhor é a Terra
para eles do que se regozijarem e fazerem o bem enquanto viverem;
e também que todo homem coma e beba, e goze do bem de todo o DOMINGO 2 Co 11-12 Instrumentos de Deus
seu trabalho é dom de Deus.” (Ec 3.12-13).“Tudo tem a sua
ocasião própria; e há tempo para todo propósito debaixo do céu. 1 INTRODUÇÃO
(Ec 3.1,12 - Ver: 14-17)
Infelizmente, hoje várias denominações “ditas
PONTO DE AFIRMAÇÃO: Aproveite bem o tempo com evangélicas”, têm gastado mais tempo em campanhas de
sabedoria e responsabilidade para servir a Deus, amar ao contribuições financeiras do que propriamente na pregação do
próximo e, cuidar de si mesmo e da família. evangelho. Uma das muitas consequências disto, é que, por
conta da exploração escancarada da fé e da boa-fé dos fiéis,
muitos pastores sérios acabam evitando falar sobre finanças e
dízimos para não serem confundidos com os charlatães da
“prosperidade”. Entretanto, este é o primeiro ponto a ser
corrigido – cabe a liderança de uma igreja íntegra ensinar de
forma bíblica e equilibrada sobre a responsabilidade financeira
de todo cristão com a obra de Deus para o bom
desenvolvimento de nossa mordomia financeira.
Quando Deus criou o homem o fez mordomo,
despenseiro (responsável pela despensa do Pai – isto é, a
criação) (I Co 4.2), designado para cuidar e zelar pelos
tesouros naturais trazidos a existência pelo Criador. Por isso,
o verdadeiro discípulo entende que todos os bens que
Deus coloca em suas mãos para administrar pertencem ao
Senhor: “Minha é prata, meu é o ouro, diz o Senhor dos
Exércitos”. (Ag 2.8). “Pois não são meus todos os animais do
bosque, e as alimárias aos milhares sobre as montanhas.
Conheço todas as aves dos montes e são meus todos os
animais que pulam no campo.” (Sl 50.10,11).
2 - PROPÓSITOS DA MORDOMIA FINANCEIRA
É triplo o propósito porque Deus nos dispôs como
mordomos dos bens da Terra:
2.1 - Primeiro Propósito - para a nossa provisão pessoal –
“E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir
em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades”. (Fp
4.19).
Tal provisão não significa que cairá tudo do céu, uma
vez que se antes o homem poderia simplesmente alimentar-se
do Jardim do Éden (Gn 2.15,16), depois do pecado o homem
deve trabalhar (Gn 3.19) com as forças que o Senhor lhe dá
(Dt 8.17-18) para garantir o seu sustento. Deus não se alegra
no preguiçoso (Pv 6.6-8, Pv 19.15, 2 Ts 3.10), nem no trabalho
desonesto (Pv 15.27).
O bom despenseiro deve evitar as dívidas (Pv 17.18,
Pv 22.7, Rm 13.8) e, deve ser um “poupador diligente”
(aquele que junta, deve fazer com planejamento e para um
propósito específico, por exemplo comprar uma casa ou
um carro, ou fazer um curso e não apenas juntar por
juntar (Mt 6.19-20), e que não deve ser ansioso com medo de
não ter provisões no dia seguinte (Mat 6.31). Devemos poupar,
mas sem nos privar de desfrutar e compartilhar imediatamente
os bens que o Senhor coloca em nossas mãos, por que o que
guarda, sem desfrute, é um avarento (Pv 21.20, Pv 6.6-8).
Mesmo aquele que trabalha para prover o sustento de sua
família deve colocar a Deus antes do dinheiro e dos bens
conquistados (Mt 6.33, Lc 12.19-21, Mc 10.17-22, Lc 16.19-
31).
2.2 – Segundo Propósito - para ajudar ao próximo e ao
necessitado – Você já percebeu que muitos ateus,
questionam a existência de Deus, por conta da miséria e do
sofrimento no mundo. Indagam: “Se Deus existe por que
tantas crianças passam fome?” A esta pergunta, a Palavra de
Deus afirma que Deus fez o rico para ajudar ao pobre.
Infelizmente para muitos, é bem mais fácil culpar a Deus,
pelas desgraças alheias do que tornar-se parte da solução.
A verdade é que Deus dispensa mais a alguns para
que estes dividam com os demais. E, não pode ser culpado
pelo egoísmo da humanidade. Algumas pessoas estão bem do
lado do pobre, e olham para ele do seu carro com ar
condicionado ou do seu apartamento de cobertura, e quando
assistem à Televisão e veem pessoas em calamidade ou
desabrigadas, afirmam: “Se realmente, Deus existisse, não
permitiria nada disso!”; (isto é, Deus é quem deveria dar
para os pobres, sem tirar do nosso, é claro!”).
As Escrituras revelam que Deus na eternidade
estabeleceu seu propósito e, nele a riqueza e a pobreza são
exercícios de amor e de humanidade, um meio de desenvolver
em nós a compaixão e o desapego. Ele nos enriquece para
que em nossa generosidade os pobres deem graças à Deus.
“Como está escrito: Deus distribuiu, deu aos pobres a
sua justiça permanece para sempre... enriquecendo-vos em
tudo para toda a generosidade, a qual faz que por nosso
intermédio sejam tributadas graças a Deus. Porque o
serviço desta assistência não só supre a necessidade dos
santos, mas também redunda em muitas graças a Deus.” (2
Co 9.9,11-12). Devemos socorrer ao necessitado sem buscar
a recompensa dos homens. (Mt 6.4)
2.3 – Terceiro Propósito - para a manutenção da Casa e da
Obra de Deus _ Segundo o princípio contido no dízimo –
daquilo que Deus coloca em nossas mãos, dez por cento, o
Senhor ordena que lhe seja devolvido para o serviço e
manutenção da sua casa e da sua obra: “Certamente darás,
os dízimos de todo fruto das tuas sementes, que ano após ano
se recolher no campo”. Dt 14.22, (I Tm 5.17,18.)
Todos já ouvimos alguém dizer: “90% (noventa por cento) nos
pertence, mas 10% (dez por cento) pertence à Deus”. Mas,
não é bem assim, na verdade, TUDO é dEle, (inclusive, nós
mesmos), e é Ele que nos permite usar 90% do todo que Lhe
pertence: ”Ao Senhor pertence a Terra e tudo o que nela se
contém, e o mundo e os que nele habitam” (Salmo 24.1).
Desse modo, devemos contribuir com os nossos dízimos e
ofertas, não por obrigação, mas com a consciência de que
somos instrumentos da graça de Deus para os necessitados e
para a sua obra.
3 DIVERGÊNCIAS NA DOUTRINA DAS
CONTRIBUIÇÕES
Existem várias opiniões e ensinamentos errados sobre
as contribuições na casa de Deus. Vejamos; os mais comuns:
3.1 Alguns ensinam que aqueles que retém o dízimo
roubam a Deus e, portanto irão para o inferno (Ml 3.8-9) –
Estes partem da seguinte ponderação: “Se Deus nos
concede 90% (noventa por cento) dos nossos ganhos para
as nossas necessidades, e nos apropriamos dos 10% (dez
por cento) destinados a manutenção da igreja, dos
obreiros e da obra de evangelização. Não estaríamos nos
comportando como um ladrão? E como pode um ladrão
convicto entrar no reino dos céus?”
Quanto a este pensamento, afirmamos que ninguém
será salvo pelas obras, tanto quanto ninguém será salvo se
não nascer de novo e, se a obra do Espírito não se completar
em sua vida. Normalmente, essa objeção, nada tem haver
com discernimento bíblico, mas com a avareza. Tal espírito de
retenção é uma obra da carne e não um fruto do Espírito.
Cremos de forma absoluta na salvação exclusiva
pela graça mediante a fé e, que se alguém for
verdadeiramente salvo, não perderá a salvação por não
pagar o dízimo. O problema, entretanto, pode ser muito mais
sério que simplesmente tentar se salvar pela obra do dízimo.
Pois, se alguém se recusa a contribuir para a obra do Senhor
por avareza, coloca em dúvida para si mesmo, a autenticidade
de seu novo nascimento, uma vez que seu espírito não se
quebranta para a importância da contribuição, cabendo por
esse raciocínio questionar a sua vocação para a salvação.
Mas, como dissemos, tal julgamento deve pertencer a cada
um que escolher devolver ou não o dízimo ao Senhor. Cada
um julgue a si mesmo - se alguém nascido de novo, consegue
manter sua consciência insensível à necessidade de
contribuições para o crescimento da obra de Deus, assuma
sua decisão e decida se deseja ter o coração de “Zaqueu” ou o
coração do “Jovem Rico”.
3 2 Outros ensinam que o dízimo faz parte da Antiga
Aliança, e que não foi abraçado pela Nova Aliança contida
no Novo Testamento e a Igreja deve sobreviver de ofertas
específicas.
Quanto a este argumento faço algumas objeções: 1) O
dízimo foi pago por Abraão a quem Paulo chama de nosso pai
na fé e, isto aconteceu antes da Lei (Gn 14.20, Hb 14.20); 2) O
Senhor Jesus recomendou o pagamento do dízimo (Mt 23.23).
O princípio do dízimo não surge a partir de uma lei, nem
desaparece com ela. O dízimo começa de um ato voluntário
de um homem, e transforma-se em um hábito para os servos
de Deus antes que fosse exigido por Moisés.
3.3 Alguns sugerem que se pode; estabelecer outras
formas de arrecadação, sendo o mais importante que a
obra seja mantida e, não uma instituição antiga e legalista.
É claro que outras formas de arrecadação podem ser
estabelecidas, como campanhas e ofertas específicas,
dependendo da necessidade da Igreja: ex: campanhas para
construções, rifas e etc. Mas, nem mesmo campanhas
específicas podem ser estabelecidas por tempo indeterminado
para que o povo de Deus não seja oprimido. Além do mais, é
interessante, como alguns são capazes de sugerir diferentes
formas de arrecadação que não sejam mencionadas nas
Escrituras, mas que não tolerem usarmos como referência
uma contribuição instituída na Bíblia, ainda que só
explicitamente no Antigo Testamento.
3.4 Existem ainda àqueles que veem o dízimo como uma
obrigação negocial com Deus, e acreditam que o
pagamento do dízimo exime qualquer outra
responsabilidade com a obra de Deus. “Fiz, minha parte, o
pastor que se vire para pagar as contas”, dizem.
Lembre-se, você é apenas mordomo dos outros 90%
(noventa por cento) e, eventualmente a obra de Deus pode
precisar que você contribua com maior liberalidade. Tenha
cuidado apenas para não ser alvo de aproveitadores e
oportunistas – geralmente estes falam de altos sacrifícios, têm
visões e revelações, prometem que Deus devolverá
multiplicadamente o que ofertamos e, prometem riquezas e
prosperidade. Na verdade, desejam ostentar riquezas e
extravagâncias às custas da obra de Deus. Para não ser
enganados por estes charlatães - esteja atento às
necessidades da Igreja, e envolvido pessoalmente nas
campanhas e construções e, observe a forma modesta e
prudente dos líderes de usufruir e de administrar com
responsabilidade a “Casa do Tesouro”.
3.5 Ainda alguns defendem que podem administrar o
próprio dízimo, e distribuir pessoalmente com ofertas aos
pobres e, a outros ministérios evangelísticos.
O dízimo deve ser entregue na forma bíblica: na casa do
Senhor para mantimento do templo, para o desenvolvimento
da missão e para o sustento dos obreiros. Desse modo, o
dízimo deve se entregue onde você se congrega. Agora,
depois de devolver o seu dízimo; poderá ajudar ministérios
específicos; e até socorrer aos pobres, aos órfãos e às viúvas,
inclusive por meio de ministérios de assistência social da
igreja.
5 O PRINCÍPIO BÍBLICO DO DÍZIMO
5.1 O dízimo é um mecanismo instituído por Deus para
sustento da sua obra – O princípio do dizimo está contido
de forma explicita na primeira parte de Provérbios 3.9:
“honra ao Senhor com os teus bens, e com a primícia de
toda a tua renda e para isto não precisa lei nova ou
antiga. Honrar a Deus com o que ele coloca em nossas
mãos é um ato atemporal. A segunda parte da referência:
“se encherão fartamente os teus celeiros, e
transbordarão de vinho os teus lagares” (Pv 3.10) é mera
consequência de sermos instrumentos e não condição para
sermos prósperos - Não é uma barganha é um privilégio! .
 Em suma todo o princípio do dizimo se resume em
HONRAR E SER HONRADO E ISTO DESEMBOCA EM
INSTRUMENTALIDADE.
Quanto a fórmula de honrar por meio do dízimo, ela se
pretende justa e equânime. Assim como todo pai de família
sabe como é complicado sustentar uma casa apenas com
“bicos” esporádicos e não através de um emprego fixo e
estável, de igual modo, no princípio do dízimo Deus institui um
meio constante e proporcional de sustento de sua obra.
Se alguém receber R$ 100,00 devolverá apenas R$ 10,00 –
se receber R$ 1.000, 00 devolverá R$ 100,00 – assim
ninguém terá falta, nem será oprimido financeiramente para
que a Igreja se mantenha.
4.2 Outro princípio do dízimo é que Deus abençoará cada
vez mais aqueles que abençoam sua obra – Como já
dissemos, isto não é uma barganha, mas uma honra. Não
damos mais para receber mais, é Deus quem enche mais os
celeiros daqueles que são generosos com sua obra, para que
ela seja mais abençoada! Dizimar não é um negócio, nem é
um investimento para um retorno pessoal, mas um
investimento para o reino de Deus– não esperando receber,
mas crendo que o reino de Deus é que será próspero. Dizimar
é uma oportunidade de abençoar a obra, o resto pertence a
Deus, que de tão generoso, ainda pede que lhe façamos
prova. Desse modo, a Palavra de Deus nos diz que o
Senhor nos recompensará e, a medida não será o valor da
nossa contribuição, mas do nosso amor pela casa e pela
obra de Deus. (Pv 11.24,25, Ml 3.10-12).
5 CASOS ESPECIAIS
5.1 Os assalariados ou comissionados devem dizimar do
valor líquido recebido, depois dos descontos das contribuições
previdenciárias já que destas, poderão contribuir dos seus
proventos quando se aposentarem;
5.2 Devemos dizimar dos “vales”, dos adiantamentos, “da
pensão alimentícia” de outras despesas que não sejam
previdenciárias, e de valores quando forem
antecipadamente descontados de nosso pagamento: “vale-
farmácia”, “vale-refeição”, “planos de saúde” etc.
5.3 Dizimamos, também de bênçãos recebidas, mesmo que
não sejam necessariamente resultado de trabalho, como
heranças, indenizações, sorteios, prêmios,
gratificações etc.
5.4 Dizimamos de negócios realizados em que obtivemos
algum lucro, sobre o valor do lucro. Se este lucro, não se
constituir em fruto de trabalho comercial contínuo, que se
aplicará nos casos seguintes;
a) Comerciantes, Gerentes, Gestores e Comissionados devem
contribuir dos ganhos líquidos de suas comissões ou de seus
pro labores.
b) Empresas contribuem dos lucros reais no mês, descontando
apenas os impostos, contribuições previdenciárias (se houver),
e proventos salariais de seus empregados (se houverem) para
que não paguem dízimos cumulativos com os seus
funcionários –descontando ainda as despesas com o negócio
e de material de expediente, mas não devem ser descontados
para o cálculo do dízimo os débitos e despesas pessoais de
seus administradores ou proprietários) ou resultantes de
aumento ou aquisição de patrimônio durável para a empresa.
PONTO DE AFIRMAÇÃO: Não ficamos com o que é
nosso quando entregamos o que é de Deus.
Continuamos administrando tudo que ainda sempre
será dele.
 A MORDOMIA CRISTÃ cuidemos dele como oferta suave, sacrifício agradável a Deus,
para servir ao Senhor e cumprir o seu propósito:
LIÇÃO 03 2 A MORDOMIA FÍSICA

A Mordomia do Santuário! Como servos de Deus não devemos menosprezar o

zelo com o nosso corpo, tão pouco considerar que o Senhor
Texto Áureo: “Acaso não sabeis que o vosso corpo é deseja que cuidemos apenas do nosso espírito. Certas
santuário do Espírito Santo que está em vós; o qual atitudes são importantes em nossa mordomia física:
tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?
Porque fostes comprados por preço. Agora pois glorificai 2. 1 Evitar o vício de certas substâncias: nicotina, cafeína,
a Deus no vosso corpo e no vosso espírito o qual álcool, remédios e certas substâncias entorpecentes.
pertence a Deus.” I Co 6.19,20.
2.2 Manter Bons Hábitos Alimentares – Não somos
“máquinas de comer”. Comemos para nutrir nosso corpo e nos
LEITURA SEMANAL dar certo prazer. Deste modo, não podemos negligenciar
nosso peso - afinal a glutonaria também é um pecado. Mas
não precisamos passar fome e virarmos escravos de rigorosos
SEGUNDA I Co 6.12 Nem tudo é conveniente
e sofridos regimes. (I Co 10.31)
TERÇA Rom 12.1 Corpo é sacrifício é vivo
QUARTA Rm 6.13-18 Corpo e pureza espiritual 2.3 Praticar Exercícios Físicos – Deus não favorece a
QUINTA Tg 3.5 Minha língua é fonte de preguiça nem a indolência. Nada há de errado em praticarmos
bênção? algum de tipo de esporte, ou frequentarmos uma academia de
SEXTA Sal 1.1 Os ímpios não nos ginástica. Mas, devemos evitar passar horas e horas cuidando
aconselham e cultuando a nossa beleza estética. Num mundo tão
sedentário, onde os controles remotos ligam os aparelhos, no
SÁBADO I Tm 2.9,10 Tanto na Essência quanto na
aparência qual mandamos e-mails, ou mensagens de whatsapp
(facebook, twitter, instagram) de ao invés de andarmos até o
DOMINGO I Co 10.31 Tudo para a glória de Deus
correio, devemos ser mais diligentes quanto a nossa qualidade
de vida, evitando os perigos do sedentarismo – O exercício
1 INTRODUÇÃO físico diário nos dá disposição até mesmo para nosso serviço
cristão.
Deus nos constituiu mordomos dos nossos corpos para
glorificação do seu nome. Isto significa que não podemos 2. 4 Manter uma Boa Aparência - Nosso corpo é santuário de
tratar a nossa carne como se esta fosse um “instrumento” do Deus e nossa aparência deve glorificá-lo e dar bom
Diabo e que por isso precisa ser humilhada. Acredite, o testemunho. Devemos ter boa higiene, boa educação e,
problema está realmente no que sai do coração. Nosso corpo moderação no falar e nos vestir. Nem todos, podemos comprar
é instrumento de Deus, santuário da habitação do Espírito,
roupas caras, mas isto não nos impede de usarmos roupas
limpas, bem cuidadas, sapatos engraxados, tênis limpos, e
andarmos cheirosos (sabonete, xampu, desodorante e
perfume fazem parte de um bom testemunho). As mulheres
devem se adornar com relativa e moderada “vaidade”,
evitando como cristãs, porfiarem com as demais ou concorrer
no vestuário ou adornos. Devemos ser mordomos de Deus,
também pela moderação, evitando estilos muito extravagantes
ou imodestos, pois podem sugerir falta de humildade,
imaturidade ou até irresponsabilidade. Embora não sejamos
salvos pelas obras, a natureza de nossa transformação se
testifica por elas. Não precisamos cometer excessos, como
usar sempre trajes sociais, saias nos calcanhares, uso
ostensivo de ternos e gravatas, mas também não podemos
aceitar “qualquer lixo” como regra de conduta - não podemos
ser confundidos por certos modismos mundanos: calças
justas, minisaias, decotes exagerados, roupas sensuais,
calças rasgadas, cabelos “punks”, (estes ou outros estilos
inadequados que devemos analisar pessoalmente caso a
caso):
“Toda as coisas me são licitas, mas nem todas, me
convém.” (I Co 6.12). Aqui, a análise é do que é conveniente.
A conveniência é uma preocupação com os danos sociais e
espirituais aqueles me cercam e, tem mais haver com o
impacto que o escândalo pode causar aos outros ou a minha
imagem perante eles, do que com a minha convicção e
consciência pessoal. Pensar na conveniência, antes de agir,
revela meu amor pelo próximo. Por isso, não basta achar que
posso fazer tudo que acho certo, mas preciso pensar no que é
conveniente, no que é adequado.
Assim, o cristão embora não deva viver segundo à
aparência, deve preocupar-se com ela e com os danos que
pode causar na vida dos outros, sobretudo nos mais fracos na
fé, que podem não ter tido o mesmo amadurecimento sobre
rudimentos doutrinários. Ocasião em que meu comportamento
é um norte, um luzeiro. Quando dizemos “norte”, é porque, de
fato, nosso testemunho mesmo agindo licitamente poder
deixar alguns desorientados, desnorteados quanto ao que
parece certo ou errado no complexo mundo religioso.
A nossa medida é a decência, a moderação e, uma boa
consciência. Somos luzeiros, precisamos ter um bom senso
do ridículo e, mais apurado que os filhos das trevas. O melhor
modelo é o da decência, da moderação: uma boa olhada no
espelho, bom gosto e, uma oração ao Espírito Santo sobre
nossa aparência pode fazer uma boa diferença, antes de
sairmos de casa. (I Tm 2.9,10). Lembre-se, você é um filho(a)
de Deus, vista-se com honra, pureza e modéstia.
2. 5 Usos e Costumes – É interessante observarmos o modo
como os demais membros de nossas igrejas se vestem, falam
e agem. Se não queremos parecer “alienígenas” para o
mundo, por que então, gostaríamos de parecer assim para
nossos irmãos? Respeitar através de bom senso, os usos e
costumes de nossa igreja e a orientação pastoral é
demonstração de amor pelo corpo de Cristo, de respeito pelos
mais antigos na fé, e acima de tudo de submissão a Deus.
3 A MORDOMIA ESPIRITUAL
A mordomia do nosso corpo envolve também a nossa
pureza espiritual (Rm 6.13-18). É importante evitar que o
nosso corpo seja usado naquilo que desagrada a Deus.
Nossos lábios não devem mentir ou maldizer (Tg 3.5, Sl
141.3), nem nossos pés caminharem no conselho do ímpio
(Sl 1.1), nem nossos olhos admirarem a malícia (Jó 31.1),
nem nossos ouvidos a acusação ou imoralidade (I Tm 5.19)
e tão pouco nossas mãos derramarem sangue inocente (Mt
5.30) :“ Rogo-vos, pois irmãos, pelas misericórdias de Deus
que apresenteis os vossos corpos por sacrifício vivo, santo e
agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” Rm 12.1
3.1 Mordomia Ética – Nossa mordomia espiritual envolve
também nossa atitude ética e honestidade (ficar apenas com o
que é nosso), lealdade (aos amigos, aos patrões), discrição
(evitar envolver-se na vida alheia), confidência (não trair a
confiança nos segredos confiados) e fidelidade (evitar, por
exemplo, as “colas” na escola). Não podemos ser bons
mordomos se as pessoas questionam nosso modelo moral.
3.2 Mordomia Prática - Para que sejamos bons mordomos do
nosso corpo precisamos desenvolver o domínio próprio como
fruto do Espírito. Um bom mecanismo para desenvolver a
disciplina é o jejum (Jl 2.12, Mt 6.17, At 14.23). O jejum nos
serve como consagração, adoração, voto, e também como
exercício de temperança. Existem vários ensinos referentes
ao jejum e que podem ser tratados em ocasião própria, nesta
lição, falaremos do jejum como instrumento de disciplina do
corpo.
3.3 O Jejum é um exercício de domínio próprio - no início
de nossa fé, o jejum deve ser desenvolvido com a orientação
de alguém mais experiente, ainda assim, não devemos
exagerar em nossos primeiros jejuns. Mencionarei as
principais formas de jejum que podemos fazer:
a) Jejum Total (sólidos e líquidos) - períodos curtos - At 9.9 -
O ideal é começar o jejum em pequenos períodos e aos
poucos aumentar o tempo de restrição. Sugiro que aqueles
que estão fazendo jejum pela primeira façam até às 9:00 da
manhã, e acrescente cerca de trinta de minutos a este tempo a
cada 07 (sete) jejuns – (este tempo é apenas uma sugestão e
não uma regra bíblica). Assim que o cristão conseguir jejuar
até o meio-dia, poderá optar em manter esse tempo para os
demais jejuns ou prosseguir com o exercício mencionado até
às 18:00 da tarde. Considerando a realidade da vida moderna
e do presente tempo, este seria o limite máximo razoável e
aconselhável para o jejum total. A ausência de líquidos poderia
debilitar o corpo e, transformar o jejum em suplício e não em
um exercício de domínio próprio. Além do que em lares não
cristãos, o jejum excessivo poderá trazer escândalo e
estimular o escárnio, como também passar a falsa impressão
de fanatismo.
b) Jejum Parcial (sólidos) – períodos médios - Lc 4.2 - O
jejum apenas de alimentos sólidos deve seguir a regra do item
anterior, sendo progressivamente acrescido de um período
maior. Como nesse tipo de jejum, você poderá tomar líquidos,
o aconselhável é que se divida o jejum de sólidos em dois
períodos iguais. No primeiro momento, o cristão fará restrição
de sólidos mais beberá água e no segundo momento o cristão
poderá tomar sucos ou água de coco (ou soro caseiro).
Mesmo quando forem os primeiros jejuns com períodos mais
curtos, esta divisão de tempo é importante para a disciplina do
corpo. Mesmo aplicando a regra anterior, um jejum parcial não
deve ultrapassar às 48 horas.
c) Jejum de manjares - períodos longos - Dn 10.3 - Nesse
último caso, você pode estabelecer como voto a Deus o jejum
de um manjar específico (pizza, café, bolo, refrigerante etc.) e
não ingeri-lo por determinado tempo (uma semana, quinze
dias, um mês). Seguindo proporcionalmente em dias, ao invés
de horas, as mesmas regras de adaptação do item anterior.
Algumas igrejas evangélicas, mas modernamente têm
sugerido outros tipos de jejum que não restringem apenas os
alimentos, ex: TV, Vídeo Games e etc. Não vemos problemas
nisto, como exercício de disciplina, mas precisamos ter
cuidado para não deixarmos de lado a importância da forma
original do jejum de alimentos. Ainda mais com o perigo de
invencionices modernas de algumas igrejas que adotam jejuns
mirabolantes, como de “sabonetes”, de desodorante” entre
outros. Acredito realmente, que bom senso, e a orientação
adequada sempre nos ajuda a fazer os devidos
discernimentos.
d) Quebrando o jejum – o jejum é um exercício de disciplina,
mas também uma batalha. Quebrar o jejum é ingerir algum
tipo de alimento antes do período estabelecido. Então não 4 CONCLUSÃO
importa se o período é longo ou curto, não é recomendável
fazer jejum ‘até aguentar’, o ideal é sempre estabelecer o No Manual da Igreja de Cristo no Brasil temos a
período apropriado. Quebrar o jejum traz ao cristão uma seguinte instrução sobre a santificação do corpo: “Dessa
sensação de derrota e, o que era bênção pode se tornar em
maneira, como afirmado por Paulo, vivemos na tentativa de
profunda tristeza. Então, é sempre melhor estabelecer
escapar do poder do pecado e lutando contra a presença do
períodos que você possa suportar do que quebrar o jejum.
pecado, devemos buscar a santificação como diz o Senhor Jesus
Entretanto, se eventualmente você se sentir tentado a quebrar
Cristo em Mateus 26.41 “Vigiai e orai, para que não entreis em
o jejum ou não aguentar mais a fome e a sede, o ideal é
tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é
resistir à tentação de quebrar o jejum nesse momento em que
fraca”. Sabendo que somos, carne de pecado e para não sermos
você acha que não aguenta mais, e em seguida orar a Deus e
alcançados pelo pecado precisamos orar e vigiar muito. O poder
estabelecer um novo prazo de término do jejum (mais trinta
do pecado é uma ação maligna predominante do mundo e
minutos ou uma hora, por exemplo) e, assim, sem qualquer
satanás procura de todas as maneiras nos atrair de volta a ele,
peso na consciência entregar o jejum após o transcurso do
para que sirvamos mais ao pecado com a carne e do que com o
novo prazo.
corpo sirvamos a Deus. O mesmo apóstolo, nos adverte sobre
uma interminável luta até redenção final, narrada por ele em
e) Começando e Entregando o jejum – Se você fizer o jejum
gálatas 5:16, quando afirma que devemos andar no Espirito e nos
em um dia de folga, aproveite para ler a Bíblia, orar, ou ler um
sujeitar a Deus, assim a carne não terá domínio sobre nós,
bom livro evangélico. Mas, se você fizer um jejum em um dia
quando a gente se sujeita a Deus e se submete ao poder do
de serviço ou de escola, o ideal é acordar mais cedo fazer
Espirito Santo toda a carne com o nosso espirito travarão uma
uma pequena devocional e se trabalhar normalmente, mas
grande batalha interna, mas sempre o espirito vencerá sobre a
mantendo-se ligado com Deus até o momento de entregar o
carne, porque o espírito foi redimido pelo poder do sangue de
jejum. É importante que no dia anterior ao jejum, você jante
nosso Senhor Jesus Cristo e o Espirito Santo está a nos ajudar.”
mais cedo e, de preferência coma uma comida mais leve. Se
(Manual da ICB, 1ª edição, p. 281, 282)
você se empanturrar de comida antes do jejum, não estará
apenas tentando trapacear, mas pode lhe causar um mal-estar
e dificultar o próprio jejum. PONTO DE AFIRMAÇÃO: O cuidado físico e espiritual
com o nosso corpo deve ser oferecido a Deus como um
Ao encerrar o jejum, não se sente logo à mesa pra sacrifício pessoal de um relacionamento pautado na
comer de tudo, se você for almoçar ou jantar depois de um devoção e no amor a Cristo.
jejum parecerá e se sentirá um glutão e, todo o jejum terá ido
“garganta a baixo”. Você se sentirá mal, pesado e, no fim, não
adiantará ter jejuado. Assim, após orar entregando o jejum,
coma uma fruta, tome um copo de suco; isso iniciará o
processo de digestão estomacal e, reduzirá a sensação de
fome inicial e, aí assim depois de um tempinho (cerca de dez
minutos) você poderá alimentar-se devidamente.
 A MORDOMIA CRISTÃ para os seus familiares, depois para os seus amigos e, por fim
também para as demais pessoas.
LIÇÃO 04 2 POR QUE EVANGELIZAR?

A Mordomia da Missão! 2.1 Porque é um mandamento de nosso Senhor Jesus

Texto Áureo: “Mas, recebereis poder ao descer sobre
vós o Espírito Santo e sereis minhas testemunhas
tanto em Jerusalém, como em toda Judéia, Samaria e
até os confins da Terra.” At 1.8
LEITURA SEMANAL
Cristo: “Ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda
criatura”. Mc 16.15. (Mc 16.20)
2.2 Porque somos chamados para multiplicação e
divulgação do reino: “Não fostes vós que me escolhestes a
mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros, e vos
designei para vades e deus frutos, e o vosso fruto permaneça,
afim de que tudo que pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo
conceda”. Jo 15.16 (Mt 21.28, I Co 3.9

2.3 Porque através da evangelização podemos ajudar as

SEGUNDA I 16.15 Ide e pregai
pessoas a passarem pela mesma experiência que tivemos.
TERÇA Mt 21.28 Escolhidos para frutificar “Livra os que estão sendo levados para a morte, e salva os
QUARTA At 8.26-40 No lugar certo, na hora certa que cambaleiam indo para serem mortos.” Pv 24.11 (Cl 1.28-
QUINTA Sl 126.6 Se semearmos, colheremos 29)
SEXTA I Co 15.58 Sempre abundantes na obra
2.4 Porque a Comissão de evangelizar é universal – O
SÁBADO I Tm 2.4,5 Trabalhe pela vontade de Deus Senhor distribui dons a Igreja (Mt 25.22,23), embora, apenas
DOMINGO Mt 28.19,20 Por todo o mundo alguns recebam o dom excelente de trabalhar especificamente
como “Evangelista”, todos somos chamados a grande
comissão de testemunhar do evangelho, nas melhores
oportunidades que tivermos (Mt 28.19,20).
1- INTRODUÇÃO
O cristão genuíno tem latente o sincero desejo de 3 PODER PARA EVANGELIZAR
compartilhar a mensagem da salvação com outras pessoas.
Ele entende que é mordomo de Deus também para a 3.1 Jesus Cristo e o Espírito Santo nos capacitam nesta tarefa
evangelização, e chama para si a responsabilidade de tornar – “Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens.” (..)
Cristo conhecido no mundo. É natural e esperado que alguém Mas, recebereis poder ao descer sobre vós o Espírito Santo e
que cresce no seu relacionamento com Deus, não se sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda
envergonhe de admitir pessoalmente que é um cristão, e Judéia, Samaria e até os confins da Terra. At 1.8
busque oportunidades de pregar o evangelho primeiramente
3.2 A Tarefa da Evangelização é árdua, mas
recompensadora – “Quem sai andando e chorando enquanto
semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes” Sl 126.6
(...) “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis,
e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que no
Senhor, o vosso trabalho não é vão.” I Co 15.58
3.3 Para quem evangelizar? Não precisamos ser exímios
evangelistas para testemunhar de Cristo, a mesma palavra
pode ser dita com simplicidade. Também não precisamos
evangelizar várias pessoas ao mesmo tempo, o melhor é
concentrarmos nossa atenção a um pequeno grupo, a uma
família ou mesmo a um amigo. (I Tm 2.4,5)
4 TIPOS DE EVANGELISMO
4.1 Evangelismo Casual - Algumas vezes, Deus coloca uma
pessoa em nosso caminho que veremos uma única vez;
devemos confiar que o mesmo Deus nos dará entendimento
para evangelizar. Ainda assim devemos; fazer todo o possível
para obter informações para um contato posterior com a
pessoa evangelizada. (At 8.26-40)
4.2 Grupo de Evangelismo – É comum a igreja organizar
campanhas ou formar grupos de evangelismo para os lares,
isto constitui uma boa oportunidade de aprendizado.
Principalmente, se o evangelismo for através de estudo bíblico
continuado. Isto não impede a distribuição de folhetos,
palestras em escolas, visitas em hospitais etc.
4.3 Evangelismo Pessoal – Sem dúvida a melhor e mais
eficaz forma de evangelização é através de relacionamentos.
No evangelismo pessoal, devemos criar novas amizades,
reorientar as antigas e criar laços onde tenhamos a
oportunidade de falar-lhes do evangelho.
5 DICAS PARA O EVANGELISMO PESSOAL
Algumas orientações são importantes para um
proveitoso evangelismo pessoal:
5.1 Escolha um alvo de evangelização - uma pessoa, um
grupo, uma família específica que deva ser evangelizada.
Jesus escolheu entre a multidão que o seguia, doze pessoas
e, fez delas, discípulos.
5.2 Descubra mediante os diálogos, quais os problemas e
dificuldades enfrentadas por estas pessoas, e procure ajudá-
las. Você não tem que pregar todas as vezes que as
encontrar. Seu objetivo não é apenas ensinar-lhes uma “teoria
da salvação” ou levá-las à igreja, mas amá-los e demonstrar
que você se preocupa com elas.
5.3 Procure envolver seus irmãos e amigos da Igreja com a
pessoa ou grupo que está sendo evangelizado, você não
apenas dividirá o trabalho, como permitirá que tais pessoas
recebam uma boa influência. Ore e faça a igreja orar pelo seu
alvo. Compartilhe seus esforços com seu líder de pequeno
grupo (ou célula), com seu professor de EBD e com seu pastor
sobre seu alvo de evangelização. Faça acontecer, e quando
finalmente seu alvo visitar a Igreja ou o PEQUENO GRUPO
estará sendo amado, esperado e bem recebido por todos.
ENVOLVA, ORE, COMPARTILHE e FAÇA ACONTECER!
5.4 Evite discutir assuntos não edificantes ou melindrosos
(idolatria, reencarnação, santos católicos etc.), evite
ofender religiões ou opiniões - a não ser que a pessoa
evangelizada deseje com sinceridade que o tema seja
tratado ou esclarecido. E, se o espírito for de paz e a
dúvida sincera, você poderá tratar de qualquer assunto do
qual tenha domínio – mostrando nas Escrituras e
permitindo que a própria pessoa evangelizada chegue às
suas conclusões.

5.5 Se você estiver evangelizando um familiar seu ou um
antigo amigo; é ainda mais importante que mantenha um
bom testemunho, mas se o acusarem de algum erro,
explique a eles que uma falha não o afastará de Cristo, e
que ele é fiel e justo para perdoar os pecados. Fale de
Cristo com amor, com brandura e, com empolgação.
Permita que a pessoa evangelizada sinta que você está
feliz com a decisão de seguir a Cristo.
5.6 É importante convidar a pessoa evangelizada para a igreja,
onde ela poderá ter acesso aos meios de adoração, a
pregação da Palavra de Deus e, ao exemplo de comunhão
entre os irmãos. Este é um trabalho árduo, requer
insistência, não desista no primeiro “não”. E, sem parecer
chato, convide sempre e, quando a pessoa aceitar, insista
que deseja passar em sua casa e acompanhá-la. Não seja
ingênuo ao ponto de esperar que a pessoa vá sozinha à
igreja e, lembre-se que está travando também uma guerra
espiritual para esta libertação, e não faltarão obstáculos
para que o seu convidado não chegue ao culto.
5.7 Se você se sente apto para abrir um Pequeno Grupo ou
Célula de Evangelismo em sua casa, converse com seu
pastor ou líder e veja como isto pode acontecer, de que
modo você pode contribuir para o crescimento de sua
Igreja Local.
5.8 Não esqueça de utilizar com sutileza estruturas de
marketing ou sites de relacionamento para evangelizar.
Entretanto, evite o uso exagerado, ou o envio de longos
textos (que podem nem ser lidos). Apesar do acesso há
várias pessoas a evangelização virtual, requer paciência,
inteligência e, progressiva pessoalidade.
6 CONCLUSÃO
No Manual da Igreja de Cristo no Brasil, temos a
seguinte instrução sobre o chamado da igreja para o exercício
dos dons e dos ministérios de serviço:
“Deus, sendo Ele mesmo Autossuficiente e Todo-
poderoso, poderia governar sozinho, mas não o faz! Nos céus
e na terra Ele estabeleceu tronos, dominações, principados e
potestades, e as hostes celestiais participam do Seu governo
(...) O governo eclesiástico, segundo os princípios que vimos
na Palavra de Deus, está sujeito e ligado à Cabeça (Cristo),
pela atuação de Deus: Pai, Filho e Espírito Santo na
distribuição de dons e ministérios aos membros do Corpo de
Cristo. (...) Assim, na Igreja do Senhor Jesus Cristo ninguém
deve trabalhar para si mesmo, ou buscar os seus próprios
interesses. Qualquer ato realizado nela que foge aos
princípios vistos anteriormente, não tem valor eterno. Será
considerado como “palha, feno ou madeira”, no Tribunal
de Cristo - 1Co.3:12-15; 2Co.5:10; Hb.13:8; Ap.2:1-3:22;
19:7,8 - (Manual da ICB, 1ª edição, p. 370)
PONTO DE AFIRMAÇÃO: Recebemos todos, uma
grande comissão de pregar o evangelho a toda criatura.
Nosso Salvador conta conosco! Pois como ouvirão se não
houver quem pregue?
 A MORDOMIA CRISTÃ Para que possamos exercer com saúde todos os
aspectos de nossa mordomia cristã (Mordomia do Tempo,
LIÇÃO 05 Financeira, do Corpo e da Evangelização); é fundamental que
desenvolvamos domínio próprio e, que aceitemos com
humildade e submissão a necessidade de disciplina

A Mordomia na
pessoal e de ordem eclesiástica da igreja local onde
servimos ao Senhor.

Submissão e Disciplina 2 A SUBMISSÃO ÀS AUTORIDADES

Texto Áureo: “Pois o Senhor corrige a quem ama e 2.1 A submissão à disciplina eclesiástica está contida nas
castiga todo aquele que reconhece por seu filho (Hb Escrituras - Está na base do ensino do ministério do apóstolo
12.6, Pv 3.11) que sofrera perseguição não apenas de autoridade romanas,
mas de líderes religiosos e, que viveu uma das mais ferrenhas
tiranias da história romana, a do Imperador Nero. Ainda assim,
LEITURA SEMANAL sua orientação era: “Todo homem esteja sujeito às autoridades
superiores.”
SEGUNDA Rm 13.1-2 Toda autoridade vem de Deus
Essa noção de submissão eclesiástica e civil, vai
TERÇA Pv 8.15- Deus é o Soberano! evidentemente na contramão do modernismo cristão, sendo
16 que tem aumentado o número de desigrejados normalmente,
QUARTA Dan 2.21 Ele dá sabedoria aos sábios por que não se mantiveram sob obediência pastoral. Claro que
QUINTA Rm 13.5-7 A quem honra, honra o conceito aqui não é que as autoridades sejam supremas,
SEXTA I Tm 2.1-4 Oramos pelas autoridades mas que pela soberania de Deus, elas são instrumentos
conscientes ou não de Deus para lidar com sua igreja.
SÁBADO Tg 1.25 Vivendo o que aprendemos
DOMINGO I Tm 5.19 Disciplina necessária 2.2 Deus é o único Soberano, mas as autoridades
constituídas são instrumentos dessa Soberania: (...)
1 INTRODUÇÃO porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as
autoridades que existem foram por ele instituídas. De modo
A vitória do cristão como indivíduo passa pela disciplina que aquele que se opõe à autoridade resiste à ordenação de
pessoal, tanto quanto a vitória da Igreja pela disciplina Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos condenação.
eclesiástica. Ninguém que não aprenda a desenvolver domínio (Romanos 13.1-2)
próprio pode vencer as tentações ou mesmo superar as
dificuldades naturais da carreira cristã. “Por meu intermédio, reinam os reis, e os príncipes decretam
justiça. Por meu intermédio, governam os príncipes, os nobres
e todos os juízes da terra.” - Provérbios 8.15-16
(...) “é ele quem muda o tempo e as estações, remove reis e
estabelece reis; ele dá sabedoria aos sábios e entendimento
aos inteligentes”. Daniel 2.21
Respondeu Jesus: “Nenhuma autoridade terias sobre mim, se
de cima não te fosse dada; por isso, quem me entregou a ti
maior pecado tem. João 19.11
(...) Porque os magistrados não são para temor, quando se faz
o bem, e sim quando se faz o mal. Queres tu não temer a
autoridade? Faze o bem e terás louvor dela, visto que a
autoridade é ministro de Deus para teu bem. Entretanto, se
fizeres o mal, teme; porque não é sem motivo que ela traz a
espada; pois é ministro de Deus, vingador, para castigar o que
pratica o mal. (Romanos 13.3-4) (...) “É necessário que lhe
estejais sujeitos, não somente por causa do temor da punição,
mas também por dever de consciência. Por esse motivo,
também pagais tributos, porque são ministros de Deus,
atendendo, constantemente, a este serviço. Pagai a todos o
que lhes é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto,
imposto; a quem respeito, respeito; a quem honra, honra”.
(Romanos 13.5-7)
“ Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas,
orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os
homens, em favor dos reis e de todos os que se acham
investidos de autoridade, para que vivamos vida tranquila e
mansa, com toda piedade e respeito. Isto é bom e aceitável
diante de Deus, nosso Salvador, o qual deseja que todos os
homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da
verdade”. I Timóteo 2.1-4
“Lembra-lhes que se sujeitem aos que governam, às
autoridades; sejam obedientes, estejam prontos para toda boa
obra, não difamem a ninguém; nem sejam altercadores, mas
cordatos, dando provas de toda cortesia, para com todos os
homens.” Tito 3.1-2
“Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque
velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta
delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque
isso não vos seria útil.” Hebreus 13:17.
De forma alguma, a Bíblia nos impõe uma submissão
eclesiástica opressora e a todo custo, mas aquela baseada na
confiança, no mútuo respeito e nas relações pastorais e inter-
relacionais, principalmente dentro do contexto de modelo de
igreja da atualidade. Assim, para diminuir tais tensões entre
liderança e liderados, recomendamos o bom senso, o cultivo
da amabilidade e do amor, e o uso contínuo das Escrituras
como recurso e vetor de harmonização e proveito desse bom
tesouro que são os relacionamentos pastoral e institucional.
3 A DISCIPLINA PESSOAL
3.1 O Domínio Próprio - A Palavra de Deus nos diz que o
domínio próprio é fruto do Espírito Santo, isto é, graças a
Deus; contamos com um poder espiritual para desenvolvermos
a temperança, a humildade e a mansidão. Entretanto, para
aperfeiçoarmos esse autocontrole e para que seja produzida
em nós pelo Espírito toda a moderação, devemos praticar
alguns exercícios de disciplina.
O excesso em qualquer coisa não faz parte da vida de
um cristão maduro. Quando estudamos as mordomias:
financeira, do corpo e do tempo – percebemos que todos
precisam de autodisciplina. O Senhor se agrada da
organização e da ordem, e nosso adversário trabalha melhor
na indisciplina e no caos. É evidente que temos
temperamentos diferentes e lidamos com as tarefas e
problemas da vida de modo diversificado, mas todos podemos
ser melhorados pelo Espírito e pela Palavra de Deus.
Podemos e devemos ter controle sobre os detalhes da nossa
vida e até mesmo do nosso dia. Tal organização nos permite a
administração do tempo para a nossa vida pessoal e, até
mesmo para o bom exercício de nosso ministério na casa de
Deus.
3.2 A Autodisciplina Corretiva - Não existe uma boa
disciplina sem uma moderada correção. Assim como a Bíblia
orienta aos pais a corrigirem seus filhos - para o nosso bem,
somos também corrigidos por Deus, podemos ser corrigidos
por nossos líderes, e até mesmo podemos nos impor certas
restrições. A autocorreção do cristão não é a penitência, nem
o autoflagelo ou a repetição de rezas ou credos, mas pode ser
exercitada, por exemplo, com a autoimposição de restrições,
ou abstenções temporárias de certos lazeres ou regalias (TV,
cinema, praia etc.)
4 A DISCIPLINA ECLESIÁSTICA
A disciplina na Igreja jamais pode ser interpretada como
castigo, mas sempre como instrumento de percepção de
impureza, e de manutenção da santidade individual e coletiva
do povo de Deus.
Hoje muitos se opõem a disciplina eclesiástica, em
razão das experiências negativas e distorcidas praticadas em
certas Igrejas. Àqueles que resistem a aplicação da disciplina
na Igreja, alegam que é um ato de desamor, ou de hipocrisia,
pois todos somos pecadores, e ainda que a disciplina afasta
mais ainda a pessoa a ser ajudada e, que na maioria das
vezes é injusta, pois nem todos sofrem o mesmo de tipo de
disciplina, concluem.
É evidente que a severidade com que certos líderes
aplicam a disciplina em suas igrejas, não deve ser motivo para
que ela seja erradicada da experiência eclesiástica e pastoral.
A disciplina que envergonha; que constrange; que coloca a
ovelha arrependida diante da igreja para ser humilhada e
suplicar seu perdão, apenas para a satisfação íntima de certos
“fariseus” e santarrões clericais longe estar de ser bíblica ou
divina. (I Co 6.1-11, At 5.1-11, Tg 1.25, I Jo 2.18,19).
Desse modo, embora a Igreja invisível esteja
guardada e preservada por Deus para a eternidade, tanto
esta, quanto a Igreja institucional, pela própria humanidade
de seus membros, estão sujeitas aos deslizes pessoais, que
se não refreados pela disciplina poderão levedar e contaminar
toda a congregação. (Hb 12.4-12)
A disciplina eclesiástica é um instrumento de
preservação e não de punição. E por isso mesmo deve ser
aplicada de forma pessoal, relativa e amorosa.
4.1 Pessoal - O cristão disciplinado deve ser amado e
respeitado como indivíduo, passível como qualquer outro às
dificuldades próprias do árduo processo de santificação. Não
se trata apenas de preservar a membresia de uma igreja local,
mas de um filho de Deus que precisa se ajudado, desta vez
não apenas com o perdão, mas também com a correção. É
uma ovelha, um filho, um servo que está sendo corrigido
e, não apenas um membro associado de uma igreja!
4.2 Relativa – O respeito na disciplina significa tratar cada
situação como um caso particular e não apenas generalizar.
Não se pode catalogar os erros ou classifica-los de acordo
com o tipo de pecado cometido. “Cada caso é um caso!”. O
cristão disciplinado deve ser ouvido em suas razões,
motivações e consequências. Tratar todos os casos de forma
igual apenas pelo tipo de pecado praticado; é o mesmo que
organizar e aplicar uma tabela de penitências. Nem todo
adultério ou inimizade deve receber a exata restrição das
anteriores – cabe ao pastor e/ou ao Conselho analisar as
particularidades, motivações e reparações em cada situação e,
encontrar a disciplina mais eficiente e o período em que será
aplicada. Por sua vez, a Igreja precisa compreender que nem
todos reagem igualmente aos erros praticados- alguns
demonstram cinismo e irresponsabilidade enquanto outros
sofrem tão pesarosamente pelo mal praticado que com
humildade se submetem à disciplina. Por todas essas
razões, decisões de disciplina eclesiástica, não podem ser
absolutas, mas proporcionais e relativas.
4.3 Amorosa – A primeira coisa no tratamento da disciplina é
a compreensão de que todos indistintamente estão sujeitos ao
erro. A pessoa disciplinada precisa ser amada, cuidada e
acompanhada. Mas, condescendência não é amor, quem ama
corrige! Não se pode afastar a disciplina, nem ao menos,
considera-la como um mal necessário. O mal é o pecado,
o mal é a intolerância religiosa. Quanto à disciplina, ela
corretamente administrada é um instrumento de
ministração de bênçãos por um pastor e uma igreja
amorosos e de restauração para o servo fiel e obediente.
4.4 Resultados Positivos da Disciplina – A disciplina
eclesiástica tem o objetivo de restaurar a ovelha em pecado,
evitar a propagação do erro dentro da Igreja, manter a boa
honra desta dentro da comunidade, afastar o juízo e a
correção de Deus para a igreja local. (I Co 5.6,7, 2 Co 6.3, 2Co
2.5-11)
4. 5 Níveis da Disciplina – Existem vários níveis da disciplina
eclesiástica, proporcional à ofensa praticada contra Deus,
contra à igreja local e contra o semelhante, desde a
suspensão de cargos e funções ou limitações do exercício
ministerial ou ainda, até mesmo com o afastamento da
comunhão por um determinado período de observação e, em
alguns casos o compromisso com a reparação dos danos.
5 A AUTORIDADE DA DISCIPLINA
ECLESIÁSTICA
Dependendo do nível de disciplina ela pode ser
aplicada por líderes investidos pelo pastor, pelo Conselho de
Líderes ou mesmo pela Igreja. Por exemplo, quando um líder
de um ministério corrige um liderado através de uma
suspensão, exerce a disciplina eclesiástica e o zelo pela obra
de Deus.
5.1 Disciplina Pastoral – Existem certos níveis de disciplina
que devem ser administrados exclusivamente pelo pastor. A
este no primeiro momento e, não à Igreja, compete avaliar o
caso em particular e o tipo de disciplina adequada para o
cristão a ser disciplinado. É comum, alguma insatisfação nesta
área quanto à disciplina aplicada, mas o pastor deve exercer a
disciplina com autoridade, e ensinando a Igreja, que
questionar o alvitre pastoral quanto ao tipo de disciplina
aplicada pode transformar-se em um mal maior que o
praticado anteriormente (suscitando murmuração, divisão e
contenda na casa de Deus). Aqui, realmente a autoridade
“sacerdotal” revela-se na figura de um conselheiro investido de
autoridade de Deus e das Escrituras, para decidir a disciplina e
orientar o seu percurso, meios e término na vida da ovelha
assistida. Esse tipo de discricionariedade e, poder decisivo é
fundamental para o equilíbrio da aplicação da disciplina e,
para a saúde da igreja, e muitas vezes envolve a avaliação de
impactos e consequências na vida espiritual, familiar, social e
emocional dos envolvidos na disciplina.
5. 2 Disciplina do Conselho Eclesiástico - Toda Igreja
precisa de um Conselho de líderes para administrar e discutir
assuntos eclesiásticos. Quanto à disciplina compete ao pastor
levar ao Conselho os casos cuja disciplina exija maior reflexão,
cautela e aconselhamento. Normalmente, este Conselho
possui um órgão auxiliar uma comissão ou conselho de ética
para auxiliar na apuração e melhor decisão. São geralmente
levados ao Conselho casos que já ganharam à notoriedade e
escandalizaram à comunidade e a Igreja local, ou que envolva
um grupo maior de membros e que por isso, precisam de
transparência e tratamento urgente.
5.3 Disciplina de Exclusão ou Excomunhão – A verdadeira
disciplina eclesiástica é um remédio para alma do cristão
genuíno e arrependido, que pede a ajuda de seu pastor e de 7 CONCLUSÃO
sua Igreja. Quando alguém mesmo chamado nominalmente de
cristão é advertido, mas se insurge contra Deus, contra a No Manual da Igreja de Cristo no Brasil sobre a
Igreja ou contra a autoridade pastoral e, se resigna a submissão às autoridades temos a seguinte instrução:
abandonar o pecado não por fraqueza, mas por rebeldia, não
se trata mais de cura, mas de exclusão, para evitar a “A autoridade Espiritual considera que não haverá
contaminação do resto do corpo pela murmuração ou pelo unidade no corpo (de Cristo), sem a obediência ao princípio
motim. da autoridade da Cabeça. Disse ele: “Para que a unidade se
Desse modo, a exclusão ou excomunhão só deve ser realize, é preciso que seja exercida a autoridade da Cabeça
aplicada, quando o membro se recusa a se submeter à no governo do corpo. Todos os membros do corpo deveriam
disciplina e, se rebela contra o seu pastor ou liderança. se sujeitar uns aos outros. Quando isto acontece, o corpo é
Nessas situações, normalmente ocorrem levantes na igreja e, unido em si mesmo e com a Cabeça. Quando a autoridade
o mal vai ganhando dimensões em que a liderança vai da Cabeça prevalece, a vontade de Deus se realiza. Assim, a
perdendo cada vez mais o controle na solução se retarda por igreja se torna o reino de Deus”.
muito tempo a decisão de excluir o rebelde. É importante que
antes da excomunhão, ao membro seja permitida a
O Senhor Jesus ensinou aos seus discípulos, em
autodefesa, e a retratação. Se, depois de todas as tentativas,
Mt.20:20-28, que o governo em Sua Igreja não deve ser
ainda assim o membro recusa-se a se submeter, deve ser
caracterizado pela dominação ou posição hierárquica, mas
excluído. Melhor amputar um “membro” que talvez nunca
pelo serviço e pela submissão. O maior é o menor de todos,
tenha sido do corpo do que deixa-lo gangrenar todo o resto.
e quem governa o servo de todos! O Senhor chamou-lhes a
atenção para o Seu próprio exemplo e testemunho. Nesse
Para a exclusão de um membro, o caso deve ser
mesmo sentido, o apóstolo Pedro fala aos presbíteros das
apresentado ao Conselho da Igreja, sendo oportunizada a
igrejas na Ásia (1Pe.5:1-4). (Manual da ICB, 1ª edição, p.
ampla defesa (I Tm 5.19) e apuração do Conselho de Ética e,
369)”
depois de confirmada a ofensa, e a irresignação em
abandoná-la, o membro disciplinado deve ser afastado da
O pastor recebeu do Senhor autoridade espiritual
comunhão por certo tempo, e depois deste período se não
para apascentar o Seu rebanho, com todas as implicações
houver arrependimento, deve ser excluído de forma definitiva
desse termo. Ele deve ter, como um de seus principais alvos,
da comunhão. (Mt 18.15-17, I Co 5.1,2).
o aperfeiçoamento dos santos (Ef.4:12), mostrando-se
espiritualmente alerta (Hb.13:17; 2Tm.4:5), sendo capaz de
Uma vez excluído o membro, dependendo do mal
exortar, advertir, consolar e orientar com amor e autoridade
causado, considerando a natureza extrema e definitiva da
(Jo.13:15; 1Co.4:14,15; 2Tm.2:23-26) (...) “As funções
exclusão, mesmo que se arrependa e se reconcilie com a
ministeriais de presbítero e diácono são de caráter local, a
igreja, será prudente que o mesmo se congregue em outra
serviço das igrejas locais, no cuidado do governo, da
denominação, uma vez que o retorno do mesmo poderá a
administração e do serviço. Na verdade, a palavra
qualquer momento abrir novas feridas entre este e outros
“presbítero” é uma transliteração da palavra grega
envolvidos no difícil processo de exclusão.
“presbyteros”, que significa “aquele que preside, governa” ou
 “ancião”. Por outro lado, não existe, no texto bíblico original,

LIÇÃO 06
a expressão “bispo”, que é uma tradução posterior da palavra
“epískopos”, que significa: “guardião”; “vigia”; “supervisor”;
“superintendente”; denotando mais uma função ministerial,
do que propriamente um título. Por exemplo: Quando o A mordomia na
apóstolo Paulo mandou chamar os “presbyteros” da Igreja
em Éfeso (At.20:17), dirigiu-se a eles como sobre quem o Capacitação Pessoal
Espírito Santo os havia constituído “episkopoi” (20:28),
enfatizando a função pastoral. Em outras palavras, quando (A autoridade das Escrituras)
Paulo os chamou, o fez referindo-se ao título ministerial, pelo
qual eram reconhecidos no governo das igrejas locais, isto é, Texto Áureo: “Passará o céu e a Terra, porém as minhas
“presbyteros”, mas, quando lhes falou pessoalmente, palavras, não passarão.” Mt 24.35
enfantizou-lhes o ministério pastoral, como “guardiães”
LEITURA SEMANAL
responsáveis pelo cuidado do rebanho de Deus. (Manual da
ICB, 1ª edição, p. 475-476)

Ainda no mesmo manual, a disciplina eclesiástica SEGUNDA Hb 1.1,2 Deus nos fala por seu filho
recebe a seguinte instrução: “Convém observar que em TERÇA II Pe 1.20 Divina inspiração
Mt.16:18, a Igreja é espiritual, invisível e única, porém, em
Mt.18:17, esta Igreja local trata de problemas, pode ser QUARTA Rm 15.4 Para o nosso ensino foi escrito
ouvida, tocada, exortada e disciplinada e, até mesmo, QUINTA Mt 24.35 A Palavra nunca passará
diferenciada de acordo com as suas peculiaridades e SEXTA I Pe 2.2-3 Genuíno leite espiritual
necessidades. (Manual da ICB, 1ª edição, p. 365)” (...) SÁBADO Hb 4.12 A Palavra é viva e eficaz
“Dessa maneira, utilizando-se da mesma fórmula
republicana, as regiões eclesiásticas e as igrejas locais DOMINGO Rom 15.4 Consolação das Escrituras
podem exercer livremente sua autonomia administrativa e
financeira, podendo inclusive promover a disciplina de seus 1 INTRODUÇÃO
membros, estando restrita essa autonomia apenas ao
seguinte pacto federativo.”. (Manual da ICB, 1ª edição, p. Um último tema que precisamos abordar sobre
386)” mordomia cristã, é a da capacitação para o serviço. Sendo que
em outro momento, vários outros aspectos podem ser
PONTO DE AFIRMAÇÃO: O servo fiel e obediente tem considerados neste tema. Entretanto, com vistas, ao segundo
consciência pela Palavra de Deus, de que deve submeter- bloco de assuntos que iniciará na próxima lição, abordaremos
se às autoridades constituídas (civis e religiosas) e, que a de forma especifica a necessidade do estudo e do
disciplina pessoal e eclesiástica é um instrumento de reconhecimento da suprema autoridade das Escrituras
pureza, crescimento e recomeço espiritual. Sagradas.
 Um bom mordomo entende a constante necessidade
de melhorar a qualidade do serviço que apresenta à Deus.
Para o bom exercício de nossa mordomia, esse
aprimoramento vem do nosso conhecimento das Escrituras.
Desse modo, não se pode cogitar, um verdadeiro
administrador e servo de Deus que não goste de ler ou estudar
sistematicamente as Escrituras por meio de estudos bíblicos,
livros ou outras ferramentas de preparação, como a Teologia.
Claro, mantendo apenas o cuidado de filtrar o material
estudado, recorrendo a pastores e líderes e consultando
bibliografia de boa procedência e firmeza doutrinária.
2 A REVELAÇÃO E INSPIRAÇÃO DAS
ESCRITURAS
A Bíblia como nós conhecemos é a Palavra de Deus,
que nos foi revelada pelo Pai, através dos santos profetas e,
também por seu Filho Jesus Cristo. Cerca de 40 homens
foram inspirados pelo Espírito Santo para escrever os 66
(sessenta e seis livros) durante 1.500 anos. O escritor aos
Hebreus assevera: “Havendo Deus, outrora, falado muitas
vezes, de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes
últimos dias nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de
todas as coisas, pelo qual também fez o universo.” (Hb 1.1,2).
A Bíblia foi inspirada por Deus, isto não significa que
ela tenha sido ditada por Deus, como querem alguns, mas que
os homens de Deus quando a escreveram foram motivados
pelo Espírito Santo, que os guiou para registrarem aquilo que
Deus por sua Soberana Vontade queria que ficasse registrado:
“Sabendo primeiramente, isto que nenhuma profecia da
Escritura, provém de particular elucidação, porque nunca,
jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana,
entretanto homens falaram da parte de Deus, movido pelo
Espírito Santo” (II Pe 1.20,21)...“Pois tudo quanto outrora foi
escrito, para o nosso ensino foi escrito, a fim de que pela
paciência, e pela consolação das Escrituras, tenhamos
esperança. (Rm 15.4).
Embora toda a Palavra de Deus seja inspirada, parte
dela pode ser considerada “especialmente revelada”, por ter
sido ditada diretamente por Deus, como é o caso de
passagens em que Ele fala diretamente ao homem (profecias),
entretanto para a aplicação devemos considerar o que nela
está contido em certa ordem de obediência: em primeiro lugar
os textos doutrinários, pois nos ensinam diretamente com
recomendações, admoestações e mandamentos (epístolas e
evangelhos etc.) em segundo lugar os textos poéticos e
proféticos (salmos, provérbios, apocalipse etc.), pois nos
ensinam mediante enigmas e, metáforas - aos quais não
podemos interpretar literalmente e em último lugar os
testemunhos e biografias dos homens de Deus, já que seus
exemplos precisam ser seguidos com certa ponderação;
sempre considerando o contexto, os costumes e a época em
que viveram.
É correto dizer que as Escrituras contem a Palavra
de Deus, que é eterna, no sentido que externamente as
palavras utilizadas nas Escrituras contêm a linguagem do
autor, sua cultura, sua forma de escrever, a cultura do seu
tempo, mas que na essência possui a mensagem de Deus
trazida pelo Espírito Santo:
” E tendo por salvação a longanimidade de nosso
Senhor, como igualmente o nosso amado irmão Paulo vos
escreveu segundo a sabedoria que lhe foi dada, ao falar
acerca destes assuntos, como de fato costuma fazer em todas
as suas epístolas, nas quais há certas cousas difíceis de
entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, como
também deturpam as demais Escrituras, para a própria
destruição deles.” II Pe 3.15,16.
É correto dizer também que as Escrituras são a
Palavra de Deus, porque mais do que um simples registro
 humano, elas foram inspiradas pelo Espírito e se constituem
em um instrumento espiritual e sobrenatural de Deus:
“Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não
passarão.” (Mt 24.35).
A Palavra de Deus, estava viva pelo poder do Espírito
Santo: “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais
cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até
o ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e apta
para discernir os pensamentos e propósitos do coração” Hb
4.12
3 A AUTORIDADE DAS ESCRITURAS
Se, acreditamos num Deus poderoso capaz de revelar a
sua vontade ao homem através da revelação Bíblica, devemos
igualmente crer que o mesmo Deus tem o poder de preservar
as Escrituras, como no princípio foi escrita. Vale citar aqui a
Confissão de Fé de Westminster (A mais respeitada Confissão
de fé protestante (Londres, 1649): “O Antigo Testamento e o
Novo Testamento sendo inspirados imediatamente por Deus, e
pelo seu singular cuidado e providência conservados puros em
todos os séculos, são por isso, autênticos, e assim em todas as
controvérsias religiosas a Igreja deve apelar para eles como
para um supremo tribunal.”
3.1 Argumentos que validam autoridade das Escrituras
a) Cristo aceitou a total autoridade das Escrituras contidas
no Antigo Testamento: Lc 24.25-27 e 24.44-46 -Jo 12.48-50
b)A Palavra de Deus é fundamental para o nosso
desenvolvimento na vida cristã: (Sl 119.130, Hb 5.13, At
20.32, Mt 4.4, I Tm 4.13, Ap 1.3) : “Desejai ardentemente
como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para
que por ele vos seja dado crescimento para salvação, se é que
já tendes a experiência de que o Senhor é bondoso” I Pe 2.2-3
c)Está acima de toda e qualquer revelação, interpretação
ou contextualização: “À Escritura nada se acrescentará em
tempo algum, nem por novas revelações do Espírito, nem por
tradições dos homens – Confissão de Westminster.” (vide: I
Tm 4.13, Ap 1.3)
4 A COMPOSIÇÃO DAS ESCRITURAS
Existem 66 livros na Bíblia Sagrada, dos quais 39
compõem o Antigo Testamento e 27 compõem o Novo
Testamento.
4.1 O Antigo Testamento - foi escrito originalmente em
Hebraico, e algumas passagens em Aramaico. Além disso,
existe uma versão do Antigo Testamento em Grego conhecida
por Septuaginta (LXX). A ordem em que o Velho Testamento
foi catalogado não é cronológica, mas por assuntos dos livros:
a) Livros do Antigo Testamento e abreviaturas
- Pentauteco ou Livros da Lei: Gênesis (Gn ou Gen), Êxodo
(Ex ou Exo), Levítico (Lv ou Lev), Números (Nm ou Num) e
Deuteronômio (Dt ou Det).
- Livros Históricos: Josué (Js ou Jos), Juízes (Jz ou Juz),
Rute (Rt ou Rut), I Samuel (I Sm ou I Sam), II Samuel (II Sm
ou II Sam), I Reis (I Rs ou I Reis), II Reis (II Rs ou II Reis), I
Crônicas (I Cr ou I Cro), II Crônicas (II Cr ou II Cro), Esdras
(Ed ou Esd), Neemias (Ne ou Nem).
- Livros Poéticos: Jó (Jó), Salmos (Sl ou Sal), Provérbios (Pv
ou Prv), Eclesiastes (Ec ou Ecl), Cantares (Ct ou Cant).
- Livros Proféticos: Isaías (Is ou Isa), Jeremias (Jr ou Jer)
Lamentações de Jeremias (Lm ou Lam), Ezequiel (Ez ou Eze),
Daniel (Dn ou Dan), Oséias (Os ou Ose), Joel (Jl), Amós
(Am), Obadias (Ob ou Oba), Jonas (Jn ou Jon), Miquéias (Mq
ou Miq), Naum (Na), Habacuque (Hc ou Hac), Sofonias (Sf ou
Sof), Ageu (Ag), Zacarias (Zc ou Zac), Malaquias (Ml ou Mal).
OBS1: A Versão Católica da Bíblia Sagrada possuem
adicionalmente sete Livros são eles: Tobias (Tb ou Tob),
Judite (Jt ou Jut), I Macabeus (I Mc ou I Mac), II Macabeus(
II Mc ou II Mac), Eclesiástico (Eclo), Baruc (Br ou Bar) -
Tais livros não constavam nos livros utilizados pela Igreja no
Primeiro Século, nem são aceitos pelos judeus que adotam
apenas o Velho Testamento, por isso não foram incluídos na
versão protestante feita por Lutero. Com a contrarreforma, a
Igreja Católica resolveu reinseri-los no Concílio de Trento.
Analisados tais livros, a linguagem não é semelhante aos
outros livros da Bíblia e, alguns deles apresentam
permissividade para idolatria e até para adoração de Anjos.
4.2 O Novo Testamento - foi escrito originalmente em Grego
e também não foi organizado em ordem cronológica, mas por
assuntos:
a) livros do Novo Testamento e abreviaturas
- Evangelhos: Mateus (Mt ou Mat) Marcos (Mc ou Mac),
Lucas (Lc ou Luc) e João (Jo).
- Livro Histórico ou Missionário: Atos dos Apóstolos (At)
- Epístolas Paulinas: Romanos (Rm ou Rom) , I Coríntios (I
Co ou I Cor), II Coríntios (II Co ou II Cor), Gálatas (Gl ou Gal),
Efésios (Ef ou Efe), Filipenses (Fp ou Fip), Colossenses (Cl ou
Col), I Tessalonicenses (I Ts ou I Tes), II Tessalonicenses (II
Ts ou II Tes), I Timóteo (I Tm ou I Tim), II Timóteo (II Tm ou II
Tim), Tito (Tt ou Tit), Filemon (Fm ou Fil).
- Epístolas Gerais: Hebreus (Hb ou Heb), Tiago (Tg ou Tig), I
Pedro (I Pe ou I Pe, II Pedro (II Pe), I João ( I Jo), II João ( II
Jo) , III João (III Jo), Judas (Jd) ou Jud.
- Livro Profético ou de Revelação: Apocalipse (Ap ou Apo)
OBS2: O escritor do evangelho de João, e das três epístolas
gerais e, da revelação do apocalipse não é João Batista, mas
João, o evangelista, conhecido como o discípulo amado de
Jesus Cristo.
OBS3: O escritor da Epístola de Judas, não é Judas
Iscariotes, discípulo que traiu Jesus, mas Judas irmão carnal
do Senhor Jesus.
OBS4: A epístola geral de Hebreus não tem autoria
conhecida, sendo que alguns estudiosos a atribuem a Paulo, e
outros a Pedro ou a Apolo (At 19)
5 VERSÕES DAS ESCRITURAS
Existem várias versões da Bíblia Sagrada - as
mais conhecidas são as versões: Atualizada, Corrigida, e a
Revisada traduzidas em Português por João Ferreira de
Almeida de linguagem rebuscada e, bem aceitas na
comunidade evangélica, a Versão King James, a Nova
Versão Internacional (NVI) editada no Brasil com a ajuda de
Russel Shedd, além das versões: Contemporânea,
Trinitariana (mais fieis aos textos originais). E, também
versões com linguagens mais atuais: Bíblia Viva e a Bíblia na
Linguagem de Hoje (BLH).
Além das diferentes versões existem várias Bíblias com
notas explicativas ou com estudo adicionais, comentários,
chaves bíblicas e dicionários:
De teologia tradicional - A Bíblia Shedd, A Bíblia Vida
Nova, A Bíblia de Estudos Genebra, A Bíblia Plenitude e a
Bíblia de Estudo Vida, A Bíblia Thompson, A Bíblia de Estudo
Almeida, A Bíblia em Esboços, A Bíblia de Estudos de
 Profecia, A Bíblia Spurgeon, A Bíblia Mathew Henry
(moderado) e etc.
De teologia pentecostal: A Bíblia Anotada, A Bíblia de
Estudo Pentecostal, A Bíblia Explicada, A Bíblia Apologética, A
Bíblia de Estudo de Profecias, A Bíblia Scofield; A Bíblia
Profética (Tim La Haye), A Bíblia Comentada, dentre outras;
De Caráter Devocional: A Bíblia da Mulher, A Bíblia
Esperança, A Bíblia Teen, e A Bíblia de Estudo Devocional, A
Bíblia do Surfista, Bíblia do Obreiro, A Bíblia da Família (Jaime
Kemp), Batalha Espiritual e Prosperidade Financeira, dentre
várias outras.
6 CONCLUSÃO
própria Bíblia afirma ser infalível e inerrante: (1) Deus é o Seu Autor e,
portanto, ela retrata o caráter infalível de Deus (Nm.23:19; 1 Sm.15:29;
2 Tm.3:16; Tt.1:2; Hb.6:18); (2) uma qualidade da mensagem divina é a
sua veracidade absoluta (Dt.13:1-5; 18:20-22); (3) o Senhor Jesus deu
testemunho da autoridade das Escrituras (Mt.5:17-20; Jo.10:34,35). Ela
está acima Está acima de toda e qualquer revelação, interpretação ou
contextualização: “À Escritura nada se acrescentará em tempo algum,
nem por novas revelações do Espírito, nem por tradições dos homens
– Confissão de Westminster.” (vide: I Tm 4.13, Ap 1.3)” Manual da ICB,
P. 235
PONTO DE AFIRMAÇÃO: Devemos ler, crer, buscar
entender, praticar e ensinar com confiança a Palavra de
Deus a todos os homens, pois em seu conhecimento está
a verdade e a vida eterna.

No Manual da Igreja de Cristo no Brasil temos a

seguinte instrução sobre a autoridade das Escrituras: ANOTAÇÕES
“O que torna os escritos da Bíblia íntegros, imparciais e
retos é o seu Autor. Homens ímpios jamais iriam produzir um livro
que sempre os está condenando. Por outro lado, homens religiosos,
como os judeus, guardiões da Bíblia, jamais poderiam ser os
autores da mesma, pois ela sempre condena suas transgressões,
pondo tudo a descoberto. Sim, a Palavra de Deus é íntegra,
fornecendo-nos inúmeros ensinamentos: (1) ensina-nos a fidelidade
e a santificação; (2) torna-nos valorosos em defesa da justiça, e nos
fortalece nas adversidades e aflições; (3) não há quem amplie mais
nossa visão, fortaleça nossa fé, eleve os nossos pensamentos,
corrija-nos do erro, fortaleça-nos o caráter, do que a santa Palavra
de Deus; (4) de todos os livros, nenhum contém lições tão
instrutivas, preceitos tão puros, nem tão grandiosas promessas,
quanto a Bíblia Sagrada (Êx.34:7; Sl.119:9; Pv.30:5; Rm.2:11).
Manual da ICB, P. 235 P. 235

“A natureza da autoridade bíblica é verificada pela sua

“inerrância” (sem erro, verdadeira) e “infalibilidade” (jamais falha). A
 2ª PARTE apresenta em um duplo aspecto: requisita do cristão seu
esforço pessoal de fidelidade e conta com a soberania e
A PERSEVERANÇA DOS SANTOS controle divino sobre todas as coisas. Antes, porém, de
abordarmos diretamente este tema, convém a reafirmação de
algumas bases doutrinárias.
LIÇÃO 07
Assim, o conhecimento necessário para entender a
perseverança dos santos é a fé em um Deus Soberano e de
A SOBERANIA DE DEUS que o Senhor possui um Propósito eterno e uma Vontade
Soberana para todas as coisas. Tais convicções das
E SEU PROPÓSITO ETERNO Escrituras começa com nossa rendição à esta vontade
Soberana. E, se consolida como o primeiro alicerce de nossa
Texto Áureo – “Ó Senhor, que não cabe ao homem confiança na salvação e em nossa segurança da vida eterna.
determinar o seu caminho, nem ao que caminha dirigir
seus passos." Jeremias 10.23 Nesta lição estudaremos um assunto fundamental para
o estudo dos próximos assuntos: “A Vontade Soberana e o
Propósito Eterno de Deus”.
LEITURA SEMANAL
2 A VONTADE SOBERANA DE DEUS
SEGUNDA I Cr. 20. 6 Governa sobre os reis da
Terra O estudo da Soberania de Deus requer de nós uma
TERÇA Pv 8.15-16 Nosso Deus é Soberano plena aceitação de seu poder e de seu domínio absoluto sobre
QUARTA At 16. 14 Reina sobre os corações todos os seres, eventos e fatos, e até mesmo sobre toda
QUINTA Jr 27. 5 Senhor de tudo e de todos história, de modo que nada consegue fugir do controle de
nosso Senhor.
SEXTA Pv 16.1 A resposta vem do Senhor
SÁBADO Sl 139.16 Senhor de nossos dias 2.1 Senhor de tudo e todos
DOMINGO Is 14.26,27 Deus determina e cumpre Assim, confiamos que Deus exerce seu governo e
soberania de forma plena e perfeita sobre todas as coisas
I - INTRODUÇÃO visíveis e invisíveis, como nos convence as Escrituras:

Começamos a partir desta lição o estudo de um
segundo bloco de assuntos que são extremamente
importantes para a vida cristã, isto é a perseverança dos
santos. Nosso objetivo nesse sentido é entender como
podemos ter confiança de que o cristão genuíno é preservado
por Deus para a salvação eterna. Tal perseverança se
a) Sobre as nações – “e disse: Senhor, Deus de nossos
pais, não és tu Deus no céu? e não és tu que governas
sobre todos os reinos das nações? e na tua mão há poder e
força, de modo que não há quem te possa resistir." II Cr. 20. 6
(II Cr 29. 11,12, Sl 22.28)
b) Sobre os corações dos homens – “E certa mulher
chamada Lídia, vendedora de púrpura, da cidade de Tiatira, e
que temia a Deus, nos escutava e o Senhor lhe abriu o
coração para atender às coisas que Paulo dizia. At 16. 14 (Lv
26.36, Gn 20. 6ss, Dt 2.30, I Sm 10.9,10, Ex 4.21, Rm 11.8, II
Cr 29.18)
c) Sobre a natureza - "Sou eu que, com o meu grande poder
e o meu braço estendido, fiz a terra com os homens e os
animais que estão sobre a face da terra; e a dou a quem me
apraz. Jr 27. 5 (Ne 9.6, Jó 36.25- 33)
d) Sobre a História - "E depois disso, diz o Senhor,
entregarei a Zedequias, rei de Judá, e seus servos, e o povo,
e os que desta cidade restarem da peste, e da espada, e da
fome, sim, entregá-los-ei na mão de Nabucodonozor, rei de
Babilônia, e na mão de seus inimigos, e na mão dos que
procuram tirar-lhes a vida; e ele os passará ao fio da espada;
não os poupará, nem se compadecerá, nem terá misericórdia”.
Jr 21.7 (Is. 45.1, Ed 1.1)
Provérbios 16.1 - O coração do homem, pode fazer planos,
mas a resposta certa dos lábios do Senhor vem. (...) Salmos
139.16 – “teus olhos viram a minha substância ainda informe,
e no teu livro foram escritos os dias, sim, todos os dias que
foram ordenados para mim, quando ainda não havia nem um
deles”.
e) Sobre as Potestades - "Simão, Simão, eis que Satanás
vos reclamou para vos peneirar como trigo! Eu, porém, roguei
por ti, para que a tua fé não desfaleça; tu, pois, quando te
converteres, fortalece os teus irmãos." Lucas 22:31,32 (Jz 9.
23, I Rs 22.23 I Sm 16.14).
" O Senhor Deus onipotente reina. Seu governo é exercido
sobre a matéria inanimada, sobre as feras do campo, sobre os
filhos dos homens, sobre os “anjos bons e maus e sobre o
próprio Satanás. Nenhum movimento de qualquer astro,
nenhum piscar de qualquer estrela, nenhuma tempestade,
nenhum ato de qualquer criatura, nenhuma ação humana ou
missão de anjos, nenhum dos atos de Satanás - nada, em
todo o vasto universo, pode acontecer, sem que faça parte do
eterno propósito de Deus." (Pink, A. W - Os Atributos de Deus,
ed. PES, São Paulo: 1985).
2.2 - Objeções à Soberania de Deus
Muitos hoje defendem que o Senhor não tem controle
absoluto sobre todas as coisas. Existem àqueles que duvidam
totalmente dessa soberania, a ponto de afirmar que “somos
nós que fazemos o nosso destino”! Outros se atrevem a
afirmar que “Deus está morto!” Ou que nunca existiu! Um
terceiro grupo afirma que Deus existe, mas que seu controle
sobre os eventos é relativo e não absoluto – todos questionam
a soberania de Deus a partir da perspectiva da tragédia e do
mal. Perguntam: “como um Deus soberano, pode permitir o
mal? Se existe um Deus no céu, que tem Todo o poder e, vê o
mal acontecer: mortes fome, tragédias naturais, então esse
Deus definitivamente não é bom!”, afirmam incredulamente!
Ou se este Deus é bom, mas não evita que o mal aconteça,
logo esse Deus, não é Soberano, nem poderoso o suficiente
para ter controle sobre todas as coisas, afirmam também.
Diante deste e de tantos outros questionamentos que
afligem a alma do homem principalmente em face às tragédias
(inclusive o homem cristão), é comum aqueles que se afastam
do Senhor quando são atingidos por uma perda inesperada e
inexplicável, a ponto de alguns se perguntarem, como
questionavam ao salmista: “onde estava teu Deus quando
esse mal se abateu sobre sua vida?” Por isso mesmo, é tão
salutar estudar um assunto intricado à Soberania Divina, isto
é: “O Propósito Eterno”
 3 O ETERNO PROPÓSITO DE DEUS
3. 1 Conceito de Propósito Eterno - É o Plano Eterno e
Completo de Deus para todas as coisas. Esse Plano abrange
tudo sem qualquer limitação física, espacial ou espiritual. Nada
escapa desse controle: nem o movimento dos astros, nem a
menor partícula de matéria, ou molécula gasosa ou a menor
filigrana de energia em todo o Universo. Nem sequer um
pensamento no Céu, na Terra ou no Inferno.
As palavras "Decreto", "Plano", "Conselho de Vontade",
"Propósito", "Beneplácito" "Desígnio", "Soberana Vontade",
são algumas das designações para o mesmo conceito, isto é,
o Plano Eterno de Deus para todas as coisas.
Crer num Deus Soberano é entender, que seu governo
é exercido através de seu Plano ou Propósito Eterno. Pois, é
por meio desse “Supremo Planejamento”, que o nosso Deus
governa todas as coisas, seres e eventos e cumpre toda a Sua
Soberana Vontade.
Em algumas passagens das Escrituras, veremos esse
Plano chamado de Decreto ou de Desígnio, mas como tais
designações para alguns se apresentam como conceitos muito
fatalistas ou deterministas. Doravante, passarei a usar dois
termos mais comuns e mais compreensíveis à cultura
evangélica do nosso tempo, quais sejam: “Vontade
Soberana” e “Propósito Eterno”.
Ambas as expressões às vezes são usadas uma pela
outra, mas neste estudo, afirmaremos pedagogicamente que a
Vontade Soberana é aquilo que Deus “deseja” ou “quer”
enquanto seu Propósito Eterno é o meio pelo qual
planejou cumprir essa soberana vontade.
3.2 Características do Propósito Eterno - O Propósito
Eterno de Deus é Soberano (Controle Total), Infalível
(Acontecerá como determinou), Perfeito (Completo) e Eterno
(Tem a idade de Deus).
a) O Propósito de Deus é Soberano, Eterno e Infalível
As Escrituras falam claramente sobre como Deus
cumprirá com perfeição nos séculos o Mistério de seu
propósito eterno que estava oculto no Senhor. Se
consultarmos atentamente a Palavra de Deus, constataremos
que o Mistério de Deus e Soberania se impõe de forma
infalível e completa sobre toda as coisas e épocas: “O Senhor
dos exércitos jurou, dizendo: Como pensei, assim sucederá, e
como determinei, assim se efetuará. (...) Este é o conselho
que foi determinado sobre toda a terra; e esta é a mão que
está estendida sobre todas as nações. Pois o Senhor dos
exércitos o determinou, e quem o invalidará? A sua mão
estendida está, e quem a fará voltar atrás?" Is 14.24,26,27
b) O Propósito de Deus é Pleno
O propósito de Deus habita dentro do Tempo Kairós
(eternidade), e como todos os atributos de Deus - não tem
começo e nem fim. Então ao mesmo tempo em que podemos
acreditar que Ele planejou todas as coisas, não seria incoerente
afirmar também que este planejamento não aconteceu em um
determinado dia do tempo, mas que sempre aconteceu (ou
acontece). O Plano de Deus não foi feito no passado, nem no
presente, é antes do passado e, se projeta para depois do
futuro.
“Lembrai-vos das coisas passadas desde a antigüidade; que
eu sou Deus, e não há outro; eu sou Deus, e não há outro
semelhante a mim; que anuncio o fim desde o princípio, e
desde a antigüidade as coisas que ainda não sucederam;
que digo: O meu conselho subsistirá, e farei toda a minha
vontade; chamando do oriente uma ave de rapina, e dum país
remoto o homem do meu conselho; sim, eu o disse, e eu o
cumprirei; formei esse propósito, e também o executarei.”
Is 46.9-11 (...)"A mim, o menor de todos os santos, me foi
dada esta graça de pregar aos gentios o evangelho das
insondáveis riquezas de Cristo e manifestar qual seja a
dispensação do mistério, desde os séculos, oculto em
Deus, que criou todas as coisas, para que, pela igreja, a
multiforme sabedoria de Deus se torne conhecida, agora, dos
principados e potestades nos lugares celestiais, segundo o
eterno propósito que estabeleceu em Cristo Jesus, nosso
Senhor". Efésios 3:8-11.
Reconheçamos que um Plano Eterno, tão Completo e
tão Perfeito, jamais será entendido plenamente pelo saber
humano. Por isso, ao invés de debatermos teologias profundas
sobre o tema, devemos com maior simplicidade possível tentar
decifrar a partir das perspectivas de sua revelação o
conhecimento que foi reservado para nós, tentando
compreender pelo menos o que for mais essencial para nossa
salvação e para o nosso relacionamento com o Pai e com os
membros da família de Deus, a Igreja invisível.
c) O Propósito Eterno de Deus é Único
Sendo o Senhor Soberano e Perfeito, ele possui uma
Sabedoria Infinita capaz de planejar tudo em um único e
eterno propósito. Entretanto, esse plano é infinito e eterno
como o próprio Deus. Não é fácil entender todos os aspectos
de um Plano Eterno, pois Deus planejou todas as coisas antes
dos tempos eternos, isto é, toda a Eternidade passada e toda
a futura foi cautelosamente planejada por Deus, de tal modo
que poderíamos afirmar que de fato, o Plano de Deus, tem a
idade dEle, é Eterno.
Apesar da unicidade do Propósito Eterno e da
Vontade Soberana, em razão de uma invencível necessidade
pedagógica, nas três próximas lições estudaremos ambos a
partir da seguinte divisão didática:
a) O Propósito Eterno subdividido em Propósito
Oculto e em Propósito Revelado
b) A Vontade Soberana na eternidade subdividida em
Vontade Eletiva e Vontade Efetiva.
c) A Vontade Soberana na revelação nas seguintes
manifestações: Vontade Moral, Vontade Permissiva, Vontade
Profética e Vontade Instrumental.
4 CONCLUSÃO
No Manual da Igreja de Cristo no Brasil recebemos a
seguinte instrução sobre a Soberania de Deus:
“O Deus que nos dispomos a acreditar mantém o
controle e domínio sobre todas as coisas – crer nisto, nos
serve de consolo e amparo para não andarmos ansiosos,
como se nossas almas não estivessem sob a proteção
contínua do Senhor. Assim, quando entregamos nossas vidas
a Cristo nossos cuidados se transferem para o nosso Senhor
amado; somos monitorados e protegidos 24 horas por dia por
seus olhos cuidadosos. Nada nos atingirá sem sua permissão,
pois não andamos mais como ovelhas sem Pastor. (MANUAL
DA ICB, 1ª edição, p. 395)
PONTO DE AFIRMAÇÃO: Sempre sofreremos a tentação
de negar o controle divino sobre todas as coisas, este é
um reflexo natural de impaciência, de incredulidade ou
pior; de orgulho. Felizmente, nossos pensamentos e
gestos jamais serão recursos suficientes para demover à
Soberania de Deus e sua Eternidade.
 LIÇÃO 08
aspectos do PROPÓSITO ETERNO: o Propósito Oculto e o
Propósito Revelado.

Desse modo, daremos continuidade ao estudo sobre o

O MISTÉRIO DE DEUS Eterno Propósito de Deus e como este se relaciona com os
atributos divinos. Nesta lição estudaremos o Propósito Oculto
(O Propósito Oculto) que chamamos também de “MISTÉRIO DE DEUS” e que
subsiste na Eternidade e cujo conhecimento está restrito ao
Texto Áureo: “A mim, o menor de todos os santos, me foi Senhor e na próxima lição estudaremos o PROPÓSITO
dada esta graça de pregar aos gentios o evangelho das REVELADO e as manifestações da Vontade Soberana na
insondáveis riquezas de Cristo e manifestar qual seja a Revelação que o Senhor nos dá a conhecer e é executado no
dispensação do MISTÉRIO, DESDE OS SÉCULOS, tempo.
OCULTO EM DEUS, que criou todas as coisas, para que,
pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus se torne 2 O PROPÓSITO OCULTO
conhecida, agora, dos principados e potestades nos (OU MISTÉRIO DE DEUS)
lugares celestiais, segundo o ETERNO PROPÓSITO que
estabeleceu em Cristo Jesus, nosso Senhor". Efésios Segundo o espiritismo nossos males individuais
3:8-11. resultam como pagamento de “carmas” (cargas) de vidas
anteriores, mas para nós que cremos nas Sagradas Letras,
LEITURA SEMANAL sabemos que ao homem está destinado a morrer apenas uma
vez, vindo depois o juízo (Hb 9.27). Assim, devemos nos
conformar que o senhor por modo misterioso está cumprido o
SEGUNDA Ec 9.11 Nada escapa à sua face seu Soberano Plano:
TERÇA Ecl 11:5 As obras de Deus
“Deveras a tudo isto apliquei o meu coração, para
QUARTA Ec 3.1,12 Há tempo para todo propósito
claramente entender tudo isto: que os justos, e os sábios, e
QUINTA Is 55:8,9 Seus Pensamentos são mais as suas obras, estão nas mãos de Deus; se é amor ou se é
elevados ódio, não o sabe o homem; tudo passa perante a sua face."
SEXTA Hb 9.27 O destino do homem Ec 9.11
SÁBADO Ec 3.14 O que Deus faz é eterno
DOMINGO I Co 2.10 Ele é compreendido pelo Quantos de nós não já ouvimos frases do tipo: “Deus
Espírito escreve certo por linhas tortas?” Ou “O Senhor age por
caminhos misteriosos?”. Tais afirmações são formas
modestas de explicar o inexplicável, isto é, de que existem
I – INTRODUÇÃO
mistérios reservados apenas ao Deus Soberano.
Para entendermos melhor o Propósito Eterno que
estudamos na lição anterior estudaremos didaticamente dois
 As Escrituras, como vimos, reconhece claramente que
o Senhor governa de modo soberano todas as coisas por meio
de seu Eterno Propósito e, que parte deste propósito, o
Senhor nos revela por meio de sua Palavra e por outras
formas de revelação (criação, profecia etc). Entretanto, existe
um “conhecimento infinito” guardado na Eternidade e no Plano
Eterno de Deus que só cabem na sua Mente Eterna, é nela,
que habita todas as razões, e porquês dos eventos que
acontecem no tempo (kronós) e na eternidade (kairós).
Dessa forma, existem certas “informações” que
pertencem apenas ao nosso Criador. Sendo por isso, que
existem tantas coisas em nossas vidas e, do resto da
humanidade que não conseguimos entender: por exemplo:
“porque perdemos um ente querido? Porque algumas pessoas
são condenadas injustamente? Porque crianças inocentes
morrem de fome ou de AIDS?” E muitas outras situações que
acontecem quase que diariamente com todos os homens.
Resta-nos aceitar que o conhecimento Completo do Plano
Divino para toda às coisas, é oculto ao nosso conhecimento e
restrito apenas à Onisciência Divina, e é isto; o que chamamos
de o “MISTÉRIO DE DEUS!”, que é a parte do Propósito
Eterno do Senhor que Ele ainda não nos revelou.
2.1 CARACTERÍSTICAS DO PROPÓSITO OCULTO
(MISTÉRIO DE DEUS)
a) É Único e Perfeito – Semelhantemente a seu propósito
eterno, o propósito oculto é único – por isso, embora
usualmente falemos nos Mistérios de Deus, o mais apropriado
é falar no singular o “Mistério de Deus”, pois para o Senhor
seu conhecimento oculto é único e, perfeito, que Ele fraciona
para o nosso conhecimento no momento da revelação.
b) O Mistério de Deus é progressivamente revelado por
Ele – Embora todo o conhecimento do Mistério de Deus seja
Infinito e jamais homem, anjo ou demônio poderão conhecer
tudo o que se passa na Mente Eterna do Pai, o Senhor desde
a criação vem nos revelando parte dEle, isto é, conhecimentos
que pertenciam apenas ao Pai na Eternidade, ele compartilha
conosco desde sua primeira criação, é o que chamamos de
revelação progressiva: a) pela criação: os céus declaram as
obras de Deus e lhe afirmam como Criador, b) pelas profecias
que apontam para o seu plano c) pelas Escrituras que revelam
claramente todas estas coisas e a sua vontade moral para a
humanidade. Todos estes são meios pelos quais Deus vai
progressivamente nos revelando um pouco do conhecimento
que era antes reservado somente a Ele.
c) É de seu exclusivo arbítrio - É o Senhor quem decide o
que nos permitirá conhecer do que antes era apenas Mistério -
Uma coisa é certa, aquilo que o Senhor deseja que nós
saibamos, Ele nos revela pela Palavra e pela história, mesmo
as grandes descobertas e invenções da ciência só
aconteceram pela permissão divina. Por exemplo, antes a
medicina não sabia como se formava um filho no ventre de
sua mãe e, até hoje a meteorologia não conseguiu mapear e
controlar todos os fenômenos climatológicos. E, mesmo que
isto um dia venha acontecer, é porque o Senhor permitirá no
tempo certo:
“Assim como tu não sabes qual o caminho do vento,
nem como se formam os ossos no ventre da mulher grávida,
assim também não sabes as obras de Deus, que faz todas as
coisas." Eclesiastes 11:5.
Mesmo que o homem investigue, não existem meios de
conhecer algum ministério do nosso Senhor se, Ele mesmo
não nos revelar ou permitir que descubramos ou “inventemos”.
É claro, que ainda existem muitas coisas reservadas por Deus
para nos serem reveladas, mas cada coisa no seu devido
tempo. Por exemplo, a revelação de Cristo Jesus, antes
estava compreendida no Mistério oculto, restrita apenas ao
Propósito Eterno de Deus, mas nos foi revelado na plenitude
dos tempos:
 “Tudo fez formoso em seu tempo; também pôs na
mente do homem a ideia da eternidade, se bem que este não
possa descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até
o fim. Sei que não há coisa melhor para eles do que se
regozijarem e fazerem o bem enquanto viverem; e também
que todo homem coma e beba, e goze do bem de todo o seu
trabalho é dom de Deus.” Ec 3.12-13.
d) O Mistério de Deus é revelado na história, na eternidade
e no devido tempo – Como o conhecimento de Eterno
Propósito de Deus é infinito, o Senhor nesta vida vainos
revelando tudo o que precisamos saber para a salvação e
para vivermos bem com os nossos semelhantes até o
momento de chegarmos na Eternidade. Mas, quando
estivermos com o Pai na vida eterna, Ele irá nos revelar mais
e mais de si mesmo, pois já estaremos em uma outra natureza
em que já poderemos suportar mais da sua Glória – aqui de fé
em fé, e na eternidade de glória em glória compartilhando
progressivamente das bençãos celestiais de um Deus infinito
por toda a eternidade.
Assim, durante toda a nossa eternidade futura,
conheceremos progressivamente do Mistério Oculto de Deus
e, nos regozijaremos conhecendo e prosseguindo em
conhece-lo: “Tudo tem a sua ocasião própria; e há tempo
para todo propósito debaixo do céu. (Ec 3.1,12 – ver também:
Ec 14-17)
3 O PROPÓSITO ETERNO E O TEMPO
Numa singela tentativa de explicar como o Propósito
eterno de Deus se revela a nós, é importante definir dois
conceitos de tempo: o tempo Kairós e o tempo Kronós e
como estes relacionam com os Atributos de Deus.
3.1 O Tempo KAIRÓS - Período eterno da habitação de
Deus, que não tem começo e, nem fim. É nesse tempo que
Deus existe e habita de Eternidade à Eternidade.
No Tempo Kairós Deus vive e exerce todos os seus
atributos Eternos: Onisciência (Mente Eterna e Presciência),
Infinita Sabedoria, Onipresença, Onipotência, Excelsa
Santidade e Imutabilidade, como veremos melhor
posteriormente.
3.2 - O tempo KRONÓS - Período que começa a partir da
criação - Antes, de Eternidade à Eternidade, só havia Deus -
antes d’Ele criar todas as coisas, os anjos e até mesmo o
trono em que Ele habita, Ele já habitava solitariamente em
Glória Triúna e inacessível, mas a partir do momento que ele
criou a primeira coisa, uma outra realidade de tempo passou a
existir, não apenas aquela que não tinha início, nem fim – mas
uma nova que começa sua contagem com a criação e, que só
será compreensível a partir da criação de seres moralmente
inteligentes.
Pelo QUADRO 01 abaixo percebemos que o Propósito
Eterno de Deus para todas as coisas, brilha como um Sol
sobre o Tempo e sobre a Eternidade, parte dele é revelado a
partir da criação enquanto o restante permanece como
Mistério exclusivo da Onisciência Divina.
ENTENDENDO O QUADRO 01:
➢ A seta azul sem começo e sem fim representa a
Eternidade
➢ O sol amarelo representa a Existência Divina em Seus
atributos e Propósito Eterno.
➢ A seta verde representa a criação, quando então
começa a Revelação de Deus.
Quadro 01 – O MISTÉRIO DE DEUS
TEMPO - KAIRÓS (OCULTO) – DESDE A ETERNIDADE
TEMPO – KRONÓS (REVELADO) – DESDE A CRIAÇÃO
ETERNIDADE – MISTÉRIO
TEMPO KAIRÓS
(mis
PROPÓSITO TEMPO- KRONÓS
ETERNO
CRIAÇÃO - REVELAÇÃO
4 A EXISTÊNCIA ETERNA DOS ATRIBUTOS
Os Atributos Eternos de Deus são chamados
Incomunicáveis, por que só o Senhor possui cada um deles
de forma Eterna e Infinita. Mas, pela revelação, Ele
compartilha alguns de seus Atributos de Caráter.
4.1 Os Atributos de Poder - São sua Onipotência,
Onipresença e Onisciência (na qual subsiste sua Mente
Eterna e sua Presciência). Por meio deste conhecimento o
Senhor executa seu plano de maneira justa e perfeita através
de sua Infinita Sabedoria.
a) Em sua Onipresença Deus habita todos os espaços
eternos e os criados, está presente desde as galáxias mais
longínquas por Ele criadas, até em regiões espirituais, assim
como visita os corações dos homens e conhece todas as
camadas da alma de qualquer ser vivente. (Salmo 139)
Como nota interessante, é importante não conceber
esse conceito de onipresença do panteísmo quando afirma
que: “Deus está em todo lugar, então Deus está em tudo, logo
tudo é Deus!”. Quando falamos da onipresença de Deus, isto
significa que Deus tem presença e ação em qualquer ambiente
ou esfera material e espiritual. As Escrituras dizem que
essencialmente ele habita em uma glória inatingível – não
apenas esse lugar é inatingível a compreensão dele também
é. Pois, Deus não está contido por qualquer morada ou
habitação. Sendo que seria mais razoável aceitar que a
própria Glória ou Existência de Deus é sua habitação. Mas,
que pedagogicamente, ele se revela a nós, compartilhando
signos semânticos literais – céu, trono etc. Sendo-nos
reservado apenas na eternidade o descortinamento da
inefável experiência de relacionamento onde Ele será nosso
Deus e Pai por toda a eternidade. Deus não é o sol, por estar
nele, mas o Sol não está escondido de sua ação. Se Ele
quiser pode escurecê-lo ou apagá-lo a qualquer momento!
Aqui está a diferença, Ele não é apenas o Criador, Ele mantém
e governa sobre toda a criação. Por isso, a ideia da
onipresença, onisciência e onipotência no sentido de que nada
se esconde da ação divina, inserto no Salmo 139 é sem
dúvida a mais coerente e simples explicação e o melhor
antidoto para devaneios filosóficos e armadilhas lógicas.
b) Por sua Onipotência Deus cria, sustenta e controla toda a
matéria e todo mundo espiritual, cada detalhe natural e
sobrenatural subsiste por seu Poder! Não há nada que Ele não
possa fazer.
Como nota interessante, faço menção de um jogo
elaborado por alguns desocupados que propuseram a
seguinte pergunta: Deus pode pecar? A resposta obviamente
é não! Então Ele não é onipotente, pois há algo que ele não
pode fazer! A pegadinha aqui do dilema falacioso, reside em
confundir dois conceitos distintos: Atributo Essencial e
Exercício efetivo do Atributo. Nesse item, estamos falando de
dois atributos essencialmente divinos Onipotência e Excelsa
Santidade – ora a Santidade está para Natureza Divina, tal
qual o pecado é da natureza humana. Ora que do mesmo
modo que o homem essencialmente pecador pode
eventualmente praticar o bem, de tal modo, Deus, se
efetivamente quisesse poderia praticar o mal. Mas,
diferentemente do homem que não tem controle sobre si
mesmo sobre o mal, Deus exerce plenamente sua Soberania,
controlando todas, não escapando, dele nem o bem e nem o
mal de seu poder soberano. O erro desse argumento é o de
conceber a efetividade da ação divina no mesmo nível da ação
humana. O pensamento correto e não falacioso é o seguinte:
Deus sendo onipotente tem o poder de preservar-se
Santo. Deus não peca! Não peca por que não quer, e faz
isso não por que não pode, pelo contrário: sendo
Plenamente Santo e Todo-Poderoso, Ele é o único ser que
em si mesmo tem o Poder de não pecar!
c) Por sua Onisciência, Deus sabe cada detalhe, ações,
vontades, fatos e consequências de toda a Eternidade
passada e futura e, pode ser entendida sob dois aspectos: A
Mente Eterna e a Presciência:
• A Mente Eterna – é a mente divina, única capaz de conter
todos os entes, informações, planejamentos e execuções
do passado, do presente e do futuro.
• A Presciência - é a capacidade que o Senhor
Deus tem de saber todas as coisas antes que elas
aconteçam.
Como nota interessante, uma compreensão errada da
Soberania Divina, tenta restringir seu controle sobre os
eventos apenas ao conceito da presciência. Esse pensamento
humanista afirma: “Deus prevê, mas não interfere!” O equívoco
desse raciocínio está no fato de que se Deus tivesse deixado o
mundo a sua própria sorte, sem garantir que todas as coisas
cooperassem para o resultado da sua vontade, Deus seria um
mero vidente, não um Deus Soberano. É importante entender
que de algum modo misterioso Deus consegue realizar seu
plano eterno sem determinismo e sem violar nossa livre-
responsabilidade! Como Ele consegue fazer isso, é um
mistério para nós restritamente resolvível e reservado apenas
por sua Infinita Sabedoria. Desastroso para nós será tentar
resolver essa impossível equação reduzindo o controle eterno
de Deus sobre todas as coisas, a mera vidência divina- isto
seria humaniza-lo, vê-lo como alguém esfregando as mãos
torcendo para que as decisões humanas não atrapalhassem
seu Plano Eterno.
Sendo a presciência um aspecto da onisciência divina,
esta, só se revela à medida em que Deus cria a primeira coisa,
pois é nesse momento que começa o tempo Kronós. Isto é, a
referência que divide a presciência e a revelação é a
contagem do tempo que só começa com a criação.
Então, através da criação, o tempo kronós começa e, o
Deus onisciente revela que já conhece todas as coisas que
acontecerão durante essa linha de tempo chamada Kronós,
cuja contagem só é compreensível a partir da perspectiva dos
seres viventes de natureza moral – com espírito e raciocínio -
(anjos, homens e demônios).
Desse modo, por sua Infinita Sabedoria – Deus sabe
o que é melhor segundo seus próprios padrões e, seus
próprios pensamentos que são mais elevados que os nossos.
E, também por essa Infinita Sabedoria, o nosso Deus já tomou
as decisões certas durante a eternidade e, executa seu Plano
Perfeito. É ainda por meio dessa Infinita Sabedoria, por
exemplo que Ele consegue concatenar fatos e eventos para
que tudo transcorra conforme sua Soberana Vontade sem que
isto viole nossa liberdade, e sem que haja determinismo ou
acepção de pessoas na salvação (este permanece um Mistério
insondável para a humanidade).
 Assim, os atributos da Essência Divina e, os Atributos
de Poder são absolutamente incomunicáveis; isto é, Deus
jamais irá compartilhá-los com os homens ou com os anjos.
Pois é através destes atributos que o Senhor cria, mantém e
controla todas as coisas e seres. Jamais receberemos tais
atributos, mas de todas as formas somos alcançados e
beneficiados por eles.
4.2 Os Atributos do Caráter Divino – São sua Infinita
Sabedoria, Graça Eterna, Amor Incondicional, Perfeita
Justiça e Excelsa Santidade– tais atributos, o Senhor
compartilha conosco pela revelação de sua Palavra e, espera
que o Espírito Santo desenvolva relativamente em cada um de
seus filhos, o amor, a sabedoria, a justiça e a santidade do
Pai. Para Deus, os atributos inerentes ao Seu caráter orientam
a proporção da Santidade, do bem, da perfeição, do perdão,
da misericórdia e da graça divina e até da retribuição e juízo
de forma perfeita e inquestionável.
4.3 Atributos da Essência ou Natureza Divina: são: a
Soberania, a Triuniade, e a Imutabilidade (e alguns outros
que didaticamente não relacionamos no quadro ex: sua
Eternidade, Divindade e Infinitude etc). Por mais que os
homens ambicionem a Divindade, apenas o Senhor é Deus,
em existência triúna, e soberana sobre todas as coisas e
seres. Ao longo do tempo kronós; anjos, homens e demônios
mudaram, mas o Senhor permanece exatamente igual em
natureza, caráter e poder de eternidade à eternidade.
exclusivo de Deus, e possui sua mesma Eternidade, e que é
por meio desses atributos que o Senhor realiza seu Plano
Eterno:
ENTENDENDO O QUADRO 2:
➢ No Centro o Sol Amarelo representa a Existência de
Deus e Seu Propósito Eterno que Brilha através de
Seus ATRIBUTOS: ESSENCIAIS, DE PODER E
CARÁTER.
➢ Sua Onisciência comporta sua Presciência e Sua
Mente Eterna e se relaciona diretamente com sua
Infinita Sabedoria. Estes cooperam entre si!
➢ Sua Perfeita Justiça e sua Excelsa Santidade –
garantem a pureza exigida por ele (sede santos por
que eu sou Santo) e que será justo em seus juízos ao
mesmo tempo que seu Incondicional, Insondável e
Imensurável Amor e sua Graça Eterna garantem para
nós amor, perdão e salvação. Estes cooperam entre si!
Quadro 02: TEMPO KAIRÓS (ETERNIDADE)
SOBERANIA
TRIUNA
ONIPOTÊNCIA
ONIPRESENÇA

A partir dessa intrincada explicação, reconhecemos

PERFEITA
que Deus ainda habita no Tempo Kairós, por que ele não JUSTIÇA DEUS PRESCIÊNCIA
muda, mas também que esse mesmo Deus se relaciona com (PROPÓSITO ONISCIÊNCIA
toda sua criação dentro do tempo Kronós em que habitamos. EXCELSA ETERNO) MENTE ETERNA
SANTIDADE
Tal conhecimento é muito elevado, principalmente para nós
que somos seres criados. ETERNA
GRAÇA INFINITA
Na observação do QUADRO 02 deduziremos que o SABEDORIA
IMUTABILIDADE
Eterno Propósito de Deus, como todo atributo divino é AMOR
INCONDICIONAL
 5 CONCLUSÃO
LIÇÃO 09
O Manual da Igreja de Cristo no Brasil sobre o
Propósito Oculto de Deus, nos dá a seguinte instrução:
A REVELAÇÃO DE DEUS
“Aqueles que não conseguem entender, todas as
atitudes e permissões de Deus e, os quais Ele baseia no seu
(O Propósito Revelado)
Misterioso conhecimento – não podem rejeitá-lo, nem
abandoná-lo por isso; devem confiar que o Senhor sabe Texto Áureo: I Co 2.10 (...)"Pois, qual dos homens entende as
melhor do que nós os porquês de Seu Eteno Propósito coisas do homem, senão o espírito do homem que nele está?
assim também as coisas de Deus, ninguém as compreendeu,
Pela fé, confiamos que mesmo quando as coisas não senão o Espírito.
estão saindo como queríamos ou planejamos o Senhor está
controlando todos os eventos, e tal conhecimento é tão LEITURA SEMANAL
maravilhoso que só podemos alcançar pelo Espírito. De tudo
isto, aprendemos que não podemos questionar a forma como
Deus faz todas as coisas, nem julgar os caminhos que o SEGUNDA Jr 7.25 Ele fez tudo com seu grande
Senhor escolheu para realizar seu plano. E que, por mais bem poder
elaborados e inteligentes que sejam nossos argumentos a TERÇA Dn 2.21 Ele dá sabedoria aos sábios
mente de Deus estará sempre em lugar mais alto: “Porque os QUARTA Is 46.9-11 Seu conselho subsistirá
meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os
QUINTA I Co 3.12 Como um espelho
vossos caminhos, os meus caminhos, diz o SENHOR, porque,
assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são SEXTA Ec 11.5 As obras de Deus
os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e SÁBADO Hb 9.12 Ele se entregou
os meus pensamentos, mais altos do que os vossos DOMINGO Mat 20.28 Ele deu a sua vida por nós
pensamentos." Isaías 55:8,9(Manual da ICB, 1ª edição P. 408)

PONTO DE AFIRMAÇÃO: De todo o controle que nos
escapa da vida e do universo, reconforta-nos saber que
nada em todo o passado ou futuro surpreende Aquele que
guarda a nossa vida.
I - INTRODUÇÃO
Em lições anteriores já falamos sobre os Mistérios de
Deus, e como esse propósito oculto está tão reservado a Ele,
que seria um risco, “um suicídio teológico” ficar conjecturando
sobre os “porquês” reservados exclusivamente para o Senhor.
Resta-nos, apenas, verificar nas Escrituras, como Deus nos
chama a confiar nEle, e não nos abalar diante das
circunstâncias que nos pareçam estar fora de controle. Pois
nada foge ao espectro de influência do Deus Soberano.

2 - O PROPÓSITO REVELADO – Aspecto do Propósito
Eterno que abrange tudo o que o Senhor nos deu ou nos dá
progressivamente a conhecer.
Sempre que o nosso Deus através da criação, de sua
Palavra, da revelação ou da profecia nos revelar algum
conhecimento de seu Plano Eterno, chamamos de propósito
revelado. Ex: As Escrituras, a natureza etc.
Lembremos que quando o usamos o termo “Propósito”
estamos nos referindo ao perfeito planejamento de Deus e,
quando falamos de vontade, estamos falando do seu querer e
efetuar, por isso, quando Deus executa seu plano, Ele está ao
mesmo tempo cumprido o seu eterno propósito e estabelecendo
sua soberana vontade.
Para fins didáticos, afirmamos que Deus executa a
revelação de seu Propósito e de sua Vontade Soberana, por
meio de quatro diferentes manifestações dessa vontade: a
Vontade Moral, a Vontade Permissiva, a Vontade Profética e
a Vontade Instrumental, vejamos:
2.1 Vontade Moral – Por ela, Deus revela sua vontade moral
e santa para o homem através da Palavra e de seu Espírito,
permitindo-lhe a escolha do bem e do mal (livre-
responsabilidade).
2.2 Vontade Permissiva – Por ela, Deus garante ao homem
conhecer seu preceito moral e, lhe concede a livre-
responsabilidade de escolher pecar ou obedecer e, por ela
Deus permite também que ocorram males e tragédias como
forma de castigo, ou de controle das leis e fenômenos naturais
e/ou como meio de contenção do pecado. Usamos o termo
livre-responsabilidade em substituição ao usual termo “livre-
arbítrio”, por que não nos parece razoável o termo arbítrio à
medida em que o homem natural, escravo do pecado,
permanece nas garras do Diabo e do mal, tenha alguma
capacidade de arbitrar (decidir) tão livremente suas decisões,
mas ao mesmo tempo o homem sob o domínio do mal
permanece responsável por suas escolhas e, não se livrará do
juízo divino sob este pretexto, a menos que reconheça a Cristo
como Senhor e Salvador.
2.3 Vontade Profética – Por ela, Deus nos revela pela
profecia algum conhecimento que só Ele possuía na
Eternidade sobre o futuro. O Senhor usa a previsão de
eventos futuros para reforçar a pregação ou sua Palavra ou,
para glorificar a sua Soberania. E desse modo cumprir seu
propósito eterno, ou simplesmente a sua vontade moral, ou a
sua vontade eletiva (Is 44.6-8).
2.4 Vontade Instrumental – Aspecto do Propósito Eterno,
através do qual Deus cumpre o seu plano por meio de vários
eventos acessórios, bons ou ruins, mas que são instrumentos
que cooperam para um plano maior: Ex: a pregação, um
evento cósmico, um fenômeno natural, ou sobrenatural, o
martírio de um santo, a morte de um rei, a queda de um reino
ou império etc.
3 A INTERAÇÃO DO PROPÓSITO OCULTO COM
O PROPÓSITO REVELADO
Para entender de forma prática como o Propósito
Oculto e o Propósito Revelado de Deus interagem entre si
para cumprir seu Eterno Propósito, vamos sugerir alguns
exemplos da execução disso nas Escrituras.
Na Bíblia temos várias citações que revelam a
operação do Propósito Eterno de Deus dentro de sua Vontade
Revelada. Vou ilustrar a explicação de como tais vontades
cooperam entre si no cumprimento do propósito eterno, com
exemplos práticos retirados do Velho e do Novo Testamento:
3.1 No Velho Testamento:
Exemplo 1: - A Trajetória de José na Formação do Povo de
Israel
Desde o anúncio profético de sua escolha por Jacó e
não por Esaú Deus manifestou sua vontade soberana para a
formação da nação de Israel (Vontade Profética). Depois
disso, a saga de Jacó e de seus 12 filhos prossegue até o
momento crucial da venda de José por seus irmãos – E não se
discute que a “Vontade Moral” de Deus era que os irmãos de
José o amassem, mas permitiu que escolhessem por sua por
sua livre-responsabilidade vender o próprio irmão (Vontade
Permissiva) e, daí cumprir o propósito de Deus para o início
de uma jornada que continuaria desde José até os reis na
formação de um povo que seria preservado ao longo da
história (Vontade Instrumental) passando por reis e profetas
até a vinda do Messias que salvaria toda a humanidade na
plenitude dos tempos e, tudo isto redunda na Vontade
Soberana de Deus.
Exemplo 2: A Trajetória de Davi (raiz de Jessé) –
Deus revela sua escolha por Davi (Vontade Profética)
e sua vontade fazê-lo rei de Israel, estabeleceu por sua
“Vontade Moral” que este reinasse com justiça, e sem pecar
contra Deus mas por sua permitiu que Davi por sua livre-
responsabilidade pecasse contra Urias (Vontade Permissiva),
e como resultado disso, toda a sua casa de Davi, se dividiu e
os seus filhos herdeiros naturais Amnon e Absalão (guerreiros)
como Davi, caíram ao fio da espada. Assim, Deus por sua
Vontade Instrumental cooperando todos esses eventos
colocou sobre o trono Salomão, um rei pacífico, filho de Bate-
Seba e escolhido por Deus para consolidar Israel como uma
grande nação e para construção do Templo para a educação
religiosa do povo e preparando-os para o cativeiro, e, tudo isto
redundou na Vontade Soberana de Deus.
.
3.2 No Novo Testamento:
Exemplo 3: - Os eventos que envolvem da morte de Cristo:
1. As profecias bíblicas e o próprio Cristo previram a sua morte
durante a Páscoa. (Vontade Profética)
2. Os fariseus e os saduceus decidiram pecar contra Deus e
matar o Filho de Deus; e o Senhor permitiu que fizessem –
(Vontade Permissiva).
3. Deus incomoda a mulher de Pilatos em sonhos para
advertir-lhe que seu marido mataria um justo, um inocente –
(Vontade Profética).
4. Pilatos tem em suas mãos a decisão moral de fazer o bem
e não o mal. Mas, o governador da Judéia por sua livre-
responsabilidade, decide fazer o mal e condenar um inocente
– (Vontade Moral e Vontade Permissiva)
4. Embora, Pilatos achasse que o destino de Cristo estava
vinculado a sua livre-responsabilidade, Jesus o lembrou que
fora Deus que lhe constituiu desde o princípio para aquele
intento. Fora Deus que o constituiu como autoridade e como
Governador e como instrumento de seu propósito (Vontade
Instrumental)
5. Deus permitiu que Satanás dominasse Judas, e este por
sua livre-responsabilidade escolheu trair o Salvador (Vontade
Permissiva) e, mesmo advertido pelo Senhor Jesus (Vontade
Moral), este se deixou dominar pela ganância e pelo suborno
dos fariseus. Desse modo, Satanás mesmo agindo em seu
mal intento e Judas seduzido por ele; são instrumentos para
um propósito mais supremo (Vontade Instrumental) servindo
ao Propósito Eterno e a Soberana Vontade de Deus. Pois o
Senhor Deus, queria a morte de seu filho para cumprir o Plano
da Salvação e que como diz Paulo, que estava inicialmente
reservado no seu Propósito Oculto (desde antes da fundação
do mundo) Ef 3.8-11.
É importante lembrar que Deus por sua Vontade Moral
sempre nos ensina o caminho do bem e, do que é certo por
meio das Escrituras, e que essa vontade está baseada em sua
Santidade Excelsa. E, que o mesmo Soberano Senhor por
sua Vontade Permissiva, não obriga ninguém a amá-lo, nem
a obedecê-lo, nem a seguir as instruções de sua vontade
moral, antes permite ao homem a liberdade de escolher o seu
caminho (livre-responsabilidade). Tal Vontade Permissiva está
baseada em Seu Amor Incondicional, pois o amor de Deus é
baseado insondavelmente e imensuravelmente nele mesmo, e
não em qualquer coisa que façamos, pois antes que Ele
trouxesse tudo a existência, ou que tivéssemos feito bem ou
mal, Deus já era amor na eternidade.
Sobre a livre-responsabilidade de cada homem, se não
se arrependerem; assim como Pilatos, Judas, Amnon, Absalão
e etc. serão todos responsabilizados pelas suas escolhas,
mesmo que estas sejam instrumentalizadas em sua Infinita
Sabedoria no cumprimento de Sua Vontade Soberana. Tais
juízos são exigidos e baseados na Perfeita Justiça do Pai por
ofenderem a Sua Santidade Excelsa.
reservada exclusivamente a Deus, mas que Ele revela no
Tempo por meio das Escrituras, da Profecia e da Revelação
(Vontade Profética). E, no Tempo (Kronós) que começa com a
criação Deus por sua Vontade Permissiva concede aos seres
morais criados a escolha (Livre-Responsabilidade), mas revela
sua santidade nas Escrituras, ensinando-os a obedecer à sua
Vontade Moral.
ENTENDENDO O QUADRO 03
➢ O Sol Amarelo representa a Existência de Deus em Seus
atributos na Eternidade (Kairós), onde ele reserva para si
mesmo, seu Mistério.
➢ Deus pode revelar informações (raio vermelho) do “Mistério
Oculto” diretamente da sua Onisciência contida na
Eternidade para o Tempo através da Revelação Profética.
➢ Deus por meio de Sua vontade Instrumental consegue reunir,
coordenar e cooperar diferentes eventos e vontades, e em
sua Infinita Sabedoria harmonizar sua vontade Moral e sua
Vontade Permissiva e ainda assim cumprir sua Vontade
Soberana.
Quadro 03 – ETERNO PROPÓSITO

3.2 Harmonia entre a Soberania de Deus e nossa Livre-

Responsabilidade PROPÓSITO OCULTO
CC (MISTÉRIO)
Por meio de seus Atributos Eternos, nosso Deus KAIRÓS ETERNIDADE
consegue harmonizar sua Soberania e a nossa livre-
responsabilidade. Para ilustrar essa interação, no
cumprimento do Propósito Eterno, apresentamos dois PROPÓSITO REVELADO
quadros:
VONTADE
PERMISSIVA VONTADE VONTADE
Para entender o Quadro 03, lembre-se dos Quadros 01 LIVRE INSTRUMENTAL MORAL
e 02, onde o Sol representa o Propósito Eterno na plenitude RESPONSABILIDADE (Infinita Sabedoria) (ESCRITURAS)
dos Atributos de Deus na Eternidade (Kairós) e, que esse
Propósito contém a Vontade Oculta (Mistério) de Deus,
KRONÓS VONTADE TEMPO
PROFÉTI CA

CRIAÇÃO
 ENTENDENDO O QUADRO 04:
No Quadro 04 confirmamos que o Propósito Oculto reside na
Eternidade tanto quanto Deus nos manifesta no Tempo seu Propósito
Revelado. O mesmo quadro demonstra como cada Atributo Eterno de
Deus, se revela pedagogicamente da Eternidade (onde Ele reside em
Glória Inatingível) para nós e para a Sua Criação no Tempo. Tal
revelação é progressiva, sob a medida que podemos suportar (pois os
pensamentos deles são mais altos e sua Infinita Sabedoria
(insondável profundidade de riquezas).
• Sua Graça Eterna nos fez alvos de todas as suas dádivas desde a
criação até a Salvação. Seu Amor Incondicional não nos obriga,
pois nos amou primeiro, mas nos permite por Sua Vontade
Permissiva a escolha do bem ou do mal;
Santidade Excelsa e Derramar seu Sondável Amor – Esta é a
vontade Oculta ou Mistérios de Deus.
➢ No Tempo Deus utiliza a orquestração de diferentes eventos por sua
Vontade Instrumental para Revelar o Certo e o Errado (Vontade
Moral), Permitir a Escolha (Vontade Permissiva) e aplicar seu Juízo
aos que rejeitando sua Vontade Moral.
➢ Ao mesmo tempo cada atributo na Eternidade revela um aspecto
de Sua vontade no Tempo: Seu Insondável Amor não obriga
(Vontade Permissiva), Sua Santidade Excelsa nos ensina o Bem
(Vontade Moral) e Sua Perfeita Justiça não tolera o mal (Juízo
Divino).
Quadro 04

• Sua Santidade Excelsa está acima de nossa compreensão, por Eternidade

isso, Ele nos revela sua Vontade Moral nas Escrituras; ETERNA
GRAÇA
• Sua Perfeita Justiça está acima das corrupções e complacências
humanas, mas se revela no Tempo pela Correção e Juízo Divino; Infinita Sabedoria

Amor Santidade Perfeita

• Na Eternidade sua Infinita Sabedoria planejou, mas no Tempo ele
executa seu propósito na complexidade de eventos que cooperam Incondicional Excelsa Justiça
e se orquestram harmonicamente por Sua Vontade Instrumental.
Vontade
Como Deus consegue cumprir sua Vontade Eterna e, ainda Oculta
assim não “forçar” a vontade humana (Livre-responsabilidade) é algo
restrito à sua INFINITA SABEDORIA pela qual controla os eventos, Vontade
coordenando-os para que cooperem com sua Vontade Oculta, por Revelada
meio de Sua Vontade Instrumental, resultando no cabal cumprimento
Vontade Vontade Juízo
de sua Soberana Vontade.
Permissiva Moral Divino

➢ Na Eternidade Deus em sua Graça Eterna decidiu nos abençoar com

as bênçãos da Criação e Salvação, se instrumentalizando de sua Vontade Instrumental
Infinita Sabedoria para aplicar sua Perfeita Justiça sem Ferir sua Tempo
Sabedoria
 LIÇÃO 10
O Manual da Igreja de Cristo no Brasil sobre a Harmonia da
Soberania e da Livre-responsabilidade, nos dá a seguinte
instrução:

“Precisamos ter humildade para reconhecer e confiar na

Soberania de Deus, e acreditar que Ele sabe o que faz. A equação
O QUERER E O
soberania e “livre-responsabilidade” é uma conta que se fecha
apenas na Mente Eterna de Deus, todos que tentarem explicar
EFETUAR DE DEUS
isso, mesmo sob o pretexto de usar as Escrituras fracassarão.
Sobre esse assunto, nossa melhor resposta teológica é a rendição Texto Áureo: “Mas nós devemos sempre dar graças a
de confiança, e de que existe uma justiça mais elevada que a Deus por vós, irmãos, amados do Senhor, porque Deus
nossa, e que Deus em sua Infinita Sabedoria, exercerá sua vos escolheu desde o princípio para a santificação do
Soberania sem violar sua Alta Justiça – a decisão de nossa espírito e a fé na verdade.” II Ts 2.13.
confissão de fé, em não declarar a predestinação não é uma
negação da Soberania de Deus.” (MANUAL DA ICB, 1ªed, p.417) LEITURA SEMANAL

PONTO DE AFIRMAÇÃO: Falta-nos mais humildade para SEGUNDA II Tm 1.9 A santa vocação
falar sobre algo que é antes de nós, e em tudo, muito TERÇA Mt 11.2 Quem conhece o Pai?
superior. Precisamos apenas de uma atitude de gratidão QUARTA At 13.48 Creram para a vida eterna
por tudo que de sua grandeza, Deus graciosamente nos QUINTA Jo 10.26 Ouvimos a sua voz
permitiu conhecer. SEXTA Jo 6.37 O Pai nos enviou a Ele
SÁBADO Ef 1.3-4 O seu beneplácito
DOMINGO II Ts 2.13 Para a santificação, nos
ANOTAÇÕES: escolheu

I – INTRODUÇÃO
Nas últimas lições estudamos sobre o Propósito Eterno
(Oculto e Revelado) e como a os Atributos de Deus na
Eternidade e no Tempo interagem no cumprimento de sua
Vontade Soberana. Nesta lição veremos os meios de graça
que Deus estabelece em nosso processo de redenção e, como
aceitar sua incondicionalidade e desmerecimento, entendendo
que tal assentimento está diretamente relacionado à
perseverança dos santos e a eternidade e irrevogabilidade
desta salvação.
A vontade soberana de Deus não está restrita a
salvação da humanidade. Deus sujeita todas as coisas a si
mesmo, por meios misteriosos controlados e efetuados na
harmonia de seus atributos eternos. Assim, Deus não falha!
Deus não muda! E, jamais, nenhum de seus planos podem ser
frustrados. Para fins didáticos passaremos a designar “o Seu
querer e o Seu efetuar” com duas definições distintas e
harmônicas: A “Vontade Eletiva” e “Vontade Efetiva”.
2 O SEU QUERER E SEU EFETUAR
2.1 A Vontade Eletiva – (ou Propósito Eletivo) – A palavra
sugere a vontade de escolher. Desde muito tempo, muitos
homens; cristãos ou não; defendem com ardor o seu direito de
escolher – o que chamam de “livre-arbítrio”, termo que
preferimos substituir pela expressão: “livre-
responsabilidade”, primeiro por que o homem não tem
controle nem sobre si mesmo, nem sobre sua natureza, pois
está decaído pelo pecado (aquilo que quer fazer não faz e o
que não quer acaba cometendo), segundo por que não tem
controle sobre o ambiente que vive, nem sobre o tempo, nem
o sobre o espaço, nem sobre os outros homens ou seres (não
deveis dizer amanhã, faremos tal coisa...o dia de amanhã não
está no controle da humanidade).
O homem não tem uma vontade plenamente livre, por
isso, incabível o termo “livre-arbítrio”, que significaria “livre-
razão”, livre-juízo”, “livre-decisão”. Sendo preferível afirmar
que as decisões humanas mesmo comprometidas pela
natureza decaída dele mesmo e, deste mundo, não o isentam
das consequências do seu pecado, ELE É LIVREMENTE
RESPONSÁVEL pelo mal que pratica mesmo que já tenha
nascido em pecado.
Desse modo, ao pé da letra pela razão simples, a única
dedução lógica que podemos chegar da comparação entre a
vontade humana e a vontade divina é que o único Ser que de
fato tem livre-arbítrio é aquele que pode garantir que suas
escolhas se tornarão concretas – assim, literalmente,
somente um Ser em todo o universo, possui de fato uma
livre vontade – o Deus Soberano! Pois bem, a Vontade
Eletiva diz respeito ao primeiro aspecto da Vontade
Soberana de Deus.
A Vontade Eletiva não é um direito que Deus tem de
escolher, mas um Atributo de sua divindade. Dessa forma,
enquanto os humanistas defendem vorazmente seu direito de
escolher mesmo que na prática suas escolhas estejam
comprometidas pela escravidão do pecado, para Deus a
vontade Eletiva, é mais que um direito, é um atributo. Mas,
qual a diferença entre direito e atributo? Pois bem, o “direito”
é algo concedido, que precisa ser defendido, preservado,
garantido; por sua vez, o atributo é uma natureza inerente a
um Ser. Pois bem, para Deus, sua Vontade Eletiva, é um
atributo de sua divindade, exercido por seu propósito eterno, e
não um direito como se Ele precisasse ser legitimado pela
opinião da humanidade.
Dessa forma, a Vontade Eletiva; é um aspecto do
Propósito Eterno de Deus, através do qual, o Senhor decidiu a
natureza, a essência e as particularidades das coisas, dos
seres e dos eventos do universo antes que qualquer um deles
viesse a existir ou acontecer.
Deixe-me ajudá-lo a entender melhor essa diferença.
Você pode questionar seu direito da água potável de chegar
até a sua casa, por um canal saneado ou talvez um preso
encarcerado questionar seu direito ao banho de sol – isto
parece razoável não? Mas, seria uma tolice constrangedora e
risível questionar a água por estar em estado líquido na maior
parte do planeta (embora também esteja em outros estados
em menor proporção). Diga-me que não seria uma perda de
tempo questionar o Sol por brilhar ou por ser quente? Pois é
da natureza da água e do sol serem como são. De igual modo,
a Vontade Eletiva é um atributo divino no pleno exercício de
Sua Soberania e, isso não vai mudar nem sob os protestos
mais veementes. Por exemplo, antes do céu ser azul; foi Deus
quem escolheu a cor que ele queria para o céu, ou para o sol
e, como cada lei natural ou sobrenatural se harmonizaria para
que este fato acontecesse. Por esse atributo divino, Deus
planejou e decidiu todo o sistema e a ordem das coisas antes
de cria-las.
Sua Vontade Eletiva alcança cada detalhe essencial da
existência de todas as coisas naturais e espirituais: cor,
natureza, estrutura, movimento e etc. e ainda as relações de
cada elemento com outros seres, coisas ou sistemas. Sim,
Deus decidiu o designer e a aparência de cada ser vivo - todas
as cadeias orgânicas, cada filamento de DNA e até o
movimento da energia em todo o cosmo. Nada escapa de sua
vontade eletiva, nenhuma inteligência, nenhuma descoberta
da ciência, nenhuma linguagem ou idioma que aprendemos ou
que desenvolvemos – coisa alguma lhe foi oculta na
eternidade e já residiam em sua presciência.
Desse modo, a vontade eletiva do Senhor é absoluta,
completa e infinita e possível em razão de Sua Onisciência e
Presciência, mas também e acima de tudo, ela é justa e
perfeita, pois se baseia em seu Amor Incondicional e em sua
Perfeita Justiça. E, é dessa maneira que por meio de cada
um desses atributos, o Senhor escolheu de antemão como
seria desde o formato do rosto dos anjos até a patinha
articulada de um gafanhoto e, como aconteceria cada evento
da eternidade e da história. Assim, toda a criação e tudo antes
dela; se mantém, por que Deus escolheu em Sua Mente
Eterna e por Sua Infinita Sabedoria.
2.2 A Vontade Efetiva – (ou Propósito Efetivo) – A palavra
sugere efetuar, operar, realizar com eficiência. Desse modo,
por sua vontade efetiva, Deus efetua com eficiência todas as
escolhas de sua vontade eletiva. Ele cria, mantém, permite,
julga, destrói, restaura e etc. tudo conforme escolheu na
eternidade. O Senhor traz a existência e sustenta cada ser
físico ou espiritual para garantir o cumprimento de sua
Soberana Vontade. Ele mantém em perfeito equilíbrio a forma
e o modo como executará cada evento no tempo e na
eternidade.
Sobre tal propósito efetivo, estudaremos parte dele
quando falarmos sobre a Vontade Instrumental, que é o meio
dentro da criação pelo qual Deus opera todas as coisas.
Entretanto, a Vontade Efetiva é infinitamente mais abrangente,
pois envolve todas as operações de Deus por toda a
Eternidade, e a garantia de que o Senhor tem o poder para
executar tudo que Ele por sua vontade eletiva decidiu fazer.
Convém lembrar que para efetuar sua Vontade Soberana o
Senhor se utiliza de todos os seus atributos, mas
principalmente de Sua Onipotência. E, como único DEUS
Eterno e Imutável, Ele não é limitado por nada, mas em todo
seu “querer e efetuar”, Ele sempre age com correção e justiça
por sua Santidade Excelsa, e por seu Incondicional
(Insondável e Imensurável) Amor.
O Quadro 05 assim, revela como o Senhor ele realiza
tudo que planejou por Sua Vontade Eletiva, operando cada
detalhe por meio sua Vontade Efetiva por meio de Seus
atributos:
ENTENDENDO O QUADRO 05
➢ Na Eternidade de cor Azul, a Vontade Soberana Reina
sempiterna. Ele tudo sabe, Ele está em todo lugar e, agora
tudo fará para exercer a Graça que se revela a partir da
criação. Deus harmoniza Suas Vontades Eletiva e Efetiva por
meios de Seus Atributos de Poder.
➢ Por meio dos Atributos de Seu Caráter, Deus revela sua Graça
Eterna por meio da Criação;
 ➢ A Criação Celestial – envolve seres espirituais e a “morada
celestial”. Enquanto a criação Cósmica do Universo é relatada
em Gênesis e a linha vermelha separa a Eternidade e o
Tempo. Com a criação cósmica Deus começa a exercer seu
Propósito Oculto dentro do Tempo por meio de sua Vontade
Instrumental.
Quadro 05
VONTADE SOBERANA
- A criação cósmica - até aqueles que Ele criou dentro do tempo;
formados de matéria e energia ex: galáxias, o universo, homens,
animais etc.
- A interação da Criação Celestial com a Criação Cósmica – pela
revelação, pela salvação em Cristo e pela ação contínua de seus
atributos por toda a Eternidade.
O Manual da Igreja de Cristo no Brasil sobre este assunto nos
dá a seguinte instrução:

ONISCIÊNCIA “Um dos maiores mistérios do exercício da vontade Soberana

ONIPRESENÇA de Deus e, que tem sido a grande polêmica da humanidade desde a
ONIPOTENCIA ETERNIDADE Reforma Protestante até os nossos dias. É como Deus consegue
manter um controle soberano de todas as coisas e ainda assim, os
seres morais (homens, anjos e demônios) serem responsáveis por
suas próprias escolhas.
VONTADE VONTADE
GRAÇA
ELETIVA EFETIVA O livro intitulado a “Escravidão da vontade” (trazido em
Eterna português para “Nascido Escravo”, narra um dos maiores debates
teológicos dos dias da reforma protestante, revirando ideias
Infinita Mente Amor Excelsa Perfeita agostianas da Soberania Divina e pelagianas sobre o “livre arbítrio”,
Sabedoria Eterna Incondicional Santidade Justiça duas grandes mentes do passado: Martinho Lutero e Erasmo de
Roterdã apresentam diferentes argumentos, cada um para explicar a
Celestial
Propósito existência ou não de uma livre vontade humana. Em suma, Para
CRIAÇÃO Martinho Lutero o estado de pecado total do homem e a soberania
Oculto
Cósmica de Deus fazem do conceito de livre-arbítrio uma ilusão arrogante e
Propósito artropocêntrica, enquanto para Erasmo, conceber a ideia de que
Vontade
Revelado Instrumental Tempo Deus não permitiu ao homem o mínimo “senso” de escolha,
Sabedoria subentenderia a ideia de um Deus injusto e implacável. Entretanto,
uma leitura menos radical desta obra e das citações das Escrituras,
nos permite destacar em ambas, argumentos válidos e a partir
OBS: A CRIAÇÃO NO QUADRO 05 deste; concluir por um pensamento mais equilibrado possível desse
dificílimo dilema: soberania x “livre-arbitrio”.
- A criação celestial - a criação e organização de elementos
transcendentes da Eternidade, ex: céu eterno, anjos etc. Assim, a Igreja de Cristo no Brasil, ao mesmo tempo que
declara total reconhecimento da Soberania de Deus desde a
criação, a revelação, na redenção, nos governos, na eternidade
 LIÇÃO 11
futura, e a soberania do Espírito no arrependimento, redenção,
regeneração e santificação, ainda assim não afirma a doutrina da
predestinação como fundamento dessa convicção. (MANUAL DA
ICB, 1ª edição, p.409)

PONTO DE AFIRMAÇÃO: São das Escrituras que
retiramos a confiança de que Deus é quem exerce em nós,
tanto o querer quanto o efetuar. Nada precisamos dizer
sobre e nada podemos dizer contra esta verdade, além do
que ela afirma de si mesma. Basta-nos declarar nossa
rendição a Sola Escriptura!
OS ELEMENTOS DA SALVAÇÃO
Texto Áureo: “Mas nós devemos sempre dar graças a
Deus por vós, irmãos, amados do Senhor, porque Deus
vos escolheu desde o princípio para a santificação do
espírito e a fé na verdade “ II Ts 2.13.
LEITURA SEMANAL

ANOTAÇÕES: SEGUNDA Mt 11.2 O Pai nos revela o Filho

TERÇA Jo 10.26 Ovelhas do seu pasto
QUARTA Jo 6.37 Ele nos acolheu
QUINTA Jo 6.44,45 Seremos ressuscitados por Ele
SEXTA II Ts 2.13 Para a santificação nos
escolheu
SÁBADO I Ts 5.5 Filhos da luz
DOMINGO Tt 2.11 Graça Salvadora

1 INTRODUÇÃO
Por sua Vontade Eletiva Deus determinou os meios de
exercer sua graça para nossa salvação e por sua Vontade
Efetiva ele a vem executando na centralidade de Cristo, nosso
Salvador. Para melhor compreensão, devemos entender a
vontade eletiva para nossa salvação como um projeto (plano,
propósito) elaborado por Deus na eternidade antes da
fundação do mundo, mas que é executado pelo Espírito Santo
em nós no presente tempo.
2 A DOUTRINA DA GRAÇA E DA SALVAÇÃO
INCONDICIONAL
O fato de Deus agir conforme sua Vontade Eletiva não
retira de nós qualquer responsabilidade, uma vez que o único
meio de confirmarmos a nossa fé e a nossa vocação é se
atendermos ao chamado de Deus: “que nos salvou, e
chamou com uma santa vocação, não segundo as nossas
obras, mas segundo o seu próprio propósito e a graça que
nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos.“
II Tm 1.9
A Salvação não é apenas uma libertação de um
inferno futuro. A Salvação que nos é oferecida pela Vontade
Eletiva de Deus é integral. Embora, envolva uma redenção
futura da carne, do inferno e da condenação eterna, é também
uma libertação do pecado. Fomos chamados para uma
salvação em santificação e não para uma salvação carnal em
meio a uma vida sem moral, sem restrições de cunho ético,
sem obediência bíblica. A salvação integral envolve uma série
de elementos para que tal obra se complete em nós, citaremos
de forma resumida alguns desses elementos:
2.1 O Chamado Eficaz - O homem natural não entende as
coisas espirituais, pois está morto em seus delitos e pecados,
por isso somente o Espírito Santo tem o poder de revelá-las ao
coração do homem. Essa irresistível graça concedida por
Deus a nós, é trazida pela exclusiva e Soberana ação do
Espírito Santo através da Palavra de Deus, por isso todo
aquele que a ouve é convencido afirmativamente em seu
interior a reconhecê-la e aceitá-la.
“Todas as coisas me foram entregues por meu Pai; e ninguém
conhece plenamente o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece
plenamente o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o
quiser revelar. Mt 11.2 (...) Mas vós não credes, porque não
sois das minhas ovelhas. As minhas ovelhas ouvem a minha
voz, e eu as conheço, e elas me seguem. Jo 10.26-27(...)"
Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de
maneira nenhuma o lançarei fora. Jo 6.37 (...)"Ninguém pode
vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer; e eu o
ressuscitarei no último dia." Jo 6.44,45
2.2 - A Conversão - é o ato inicial da salvação, o momento
sobrenatural exato em que o Espírito Santo move o
eficazmente chamado a arrepender-se, crer, e confessar a
Cristo. É o precioso momento do imediato perdão, justificação,
regeneração e quando se inicia o processo de santificação. (At
3.19). Nossa conversão se relaciona com alguns
subelementos:
a) A Fé - A fé nos é entregue por Deus, mediante a pregação
da Palavra e a ação do Espírito Santo em nosso interior. (Ef 2.
8,9).
b) O Arrependimento - O arrependimento é uma ação do
Espírito Santo em nosso coração que nos convence dos
malefícios dos nossos pecados e da necessidade de salvação.
Gerando em nós uma reação de entrega ao Senhorio de
Cristo. (At 11.18.)
c) A Confissão – que é o ato de reconhecimento de nossos
pecados e da necessidade de Cristo como nosso Salvador.
Pode ser manifesta por meio de uma oração, de um clamor ou
simplesmente de nossas mais sinceras lágrimas. (Rm
10.9,10).
d) O Perdão - Pelo perdão, Deus por meio do sangue de
Cristo e de seu sacrifício nos perdoa completamente de
nossos pecados. E introduz um caminho direto de continuo
acesso a Ele e a este perdão na experiência cristã. I Jo 1.9
2.3 - A adoção – Consiste, no fato de nos tornamos filhos de
Deus, e se a conversão for genuína, tal processo é
irrevogável. Deixamos de ser filhos das trevas e nos tornamos
filhos da luz, filhos do Pai. – I Ts 5.5, (I Jo 3.1,12, Ef 2.19)
2.4 - A Justificação - Pelo ato de Justificação que ocorre no
momento da Conversão, o pecador é considerado justo por
meio de Jesus Cristo. Tal ato é vicário, isto é a condenação
que merecíamos é atribuída a Cristo e, ele a paga com o
sacrifício realizado na cruz que tem valor perpétuo. A
Justificação é irrevogável, pois não leva em conta nossas
obras, nem nossas justiças, mas unicamente o ato pretérito,
mas, perpétuo de Cristo na cruz do Calvário. Rm 5.1
2.5 A Regeneração - Ato imediato de Deus que ocorre no
momento da conversão, dando-nos um novo e espiritual
nascimento. A partir da regeneração, deixamos de ser apenas
nascidos da carne e nascemos do Espírito que nos motivará a
buscar as coisas espirituais, comunicando em nosso interior
de que agora somos filhos nascidos de Deus. A regeneração
não é como alguns defendem um processo, mas uma ação
que nos vivifica, já que antes estávamos mortos e Deus nos
fez novas criaturas em Cristo Jesus. Jo 3.2-8; II Co 5,17
2.6 A Santificação - é o processo pelo qual a nova criatura,
por meio da Palavra de Deus, da ação do Espírito Santo, das
experiências diárias e pela disciplina, esforço e domínio
próprio (que é fruto do Espírito) evoluirá em caráter moral,
ético e espiritual. Não apenas separando-se do mundo carnal,
mas consagrando-se cada vez mais para Deus: “Mas nós
devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos, amados
do Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para
a santificação do espírito e a fé na verdade.” II Ts 2.13.
Em tal processo o Senhor em sua eterna Soberania
opera livremente usando inclusive a colaboração humana no
cumprimento de seu propósito pela disciplina cristã. É
evidente, que sendo um processo, existirão diferentes níveis
de santificação, pois não é possível comparar por exemplo; o
estágio de santificação do ladrão da cruz com a que chegou o
apóstolo Paulo no final de seu ministério. Convém, lembrar
apenas que tais níveis, bem sinalizam o estado de progressão
espiritual dos crentes, mas jamais pode ser confundido com
uma espécie de salvação pelas obras, ainda mais que é Deus
quem está nos santificando.
4 A DOUTRINA DA SOBERANA VOCAÇÃO NAS
IGREJAS PROTESTANTES
Em lições anteriores, falamos sobre o “governo e a
soberania de Deus” e o “mistério” de Deus - temas
extremamente importantes para esta lição. Convém, porém
adentrar de forma justa e honesta num assunto difícil e
melindroso dentro de nossa comunidade eclesiástica, aquilo
que os teólogos chamam de soberana vocação ou doutrina da
eleição.
O termo “Soberana Vocação” é utilizado por Paulo
em Filpenses: “prossigo para o alvo, para o prêmio da
soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”. (Fp 3.14), no
mesmo texto ele motiva os salvos a prosseguirem para o alvo
até receberem o prêmio maior da salvação. Esta passagem
associada a outras (II Tm 1.9), tem sido subentendida por
teólogos reformados para o argumento de que a salvação é
vocacional e não por escolha pessoal, mas como decisão
soberana de Deus.
Termo semelhante é citado pelo apóstolo Pedro,
quando escreve à igreja, afirmando: “Por isso, irmãos, procurai
com diligência, cada vez mais confirmar a vossa vocação e
eleição. Procedendo assim, jamais tropeçareis. Desta maneira
vos será largamente proporcionado o acesso ao reino eterno
do nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo (II Pe 1, 10-11).
A palavra vocação vem do latim, “vocare”, que significa:
chamar, escolher. No dicionário de termos semânticos é
definido como predisposição, ou prévia inclinação para
determinado talento ou tarefa. Um exemplo da ideia da
expressão “vocação” com o sentido de predisposição
soberana para determinada função é por exemplo mencionada
por Paulo em I Corintios 7.20, quando fala sobre o casamento
e afirma: “cada um permaneça na vocação em que fora
chamado.”
No meio teológico, o termo mais comum para tal
doutrina sobre a doutrina da vocação é “eleição”, uma vez que
palavra grega que aparece na maior parte dos textos bíblicos
sobre o assunto é “eklektos”, que quer dizer “escolhido”. Este
assunto não tem sido unânime nas igrejas evangélicas desde
a Reforma Protestante.
4.1 A Doutrina da Soberana Vocação nas Igrejas
Pentecostais
A grande maioria das igrejas e teólogos pentecostais
são sinergistas (sin + ergos – cooperação de esforços), isto
é, acreditam que a salvação é condicional, resultando de dois
esforços – o humano e o divino e creditam a salvação final
como resultado de um processo de auto-santificação e
fidelidade que começou com a salvação inicial, está sim, que
nos foi uma vez, gratuitamente entregue.
Tal conceito sinergista de mútuo esforço (humano e
divino), é antecedido pela ideia que o homem mesmo morto
em seus delitos e pecados, mantém ainda que bastante
reduzido um esforço de escolha, podendo resistir ao chamado
e ao convencimento do Espírito. Isto é, a depravação da
humanidade não seria “total”, mas “parcial”, restando ao
homem um resíduo mesmo que mínimo de voluntariedade,
devendo responder ou não positivamente a graça de Deus e à
operação do Espírito Santo para sua conversão.
Embora, sinergistas e crentes na salvação condicional,
as Igrejas Pentecostais, normalmente de teologia arminiana,
baseiam-se na teologia de Jacobus Arminius que altera o
conceito inicial do pelagianismo para o semipelagianismo
(ideia que inspirou John Wesley (e outros metodistas) e D.L.
Moody, Charles Finney, John Lennox, Donald Thorsen,
Stanley Horton, Myer Pearlman, além de nomes com teologia
mista como Norman Geisler e Mathew Henry, e mais
recentemente arminianos mais radicais T.L. Osborn, Keneth E.
Haggin, Mike Murdock, Joyce Meyer, Morris Cerulo (adeptos
de confissão positiva e teologia da prosperidade) e arminianos
mais moderados como Orlando Boyer, Stevie Seamands,
David Wilkerson e Dwight Pentecost.
NOTA 01: O pelagianismo é um pensamento teológico que
nega a herança do pecado original, a corrupção da natureza
humana, e a escravidão do pecado e a necessidade da graça
divina para a salvação. O termo é derivado do nome do monge
que desenvolveu: Pelágio da Bretanha.
NOTA 02: O semipelagianismo não nega o pecado original
como o pelagianismo faz, pois reconhece a pecaminosidade e
a contaminação universal da raça humana. Mas, afirma que a
vontade humana está apenas enfraquecida, em um grau que a
torna capaz de cooperar com a graça divina. Isso significa que
o semipelagianismo nega a ideia de depravação total do
homem e introduz um conceito de depravação parcial, onde a
regeneração é resultado da cooperação entre a vontade do
homem e a graça de Deus.
Assim, comparativamente, se na teologia calvinista a
partir de estudo de Agostinho, a vontade do homem encontra-
se morta, no arminianismo semipelagiano ela está apenas
enfraquecida.
Para os arminianos, as designações bíblicas de
“soberana vocação”, “eleição”, “predestinação” cuidam-se
apenas de um tratamento dado aqueles que já conhecem a
Cristo como Senhor e, não que necessariamente já haviam
sido escolhidos de antemão por Deus para a salvação.

A maioria dos pentecostais consideram o “livre-arbítrio”
de forma tão absoluta que Deus não poderia interferir ainda
que na eternidade sobre a escolha do homem entre o bem e o
mal. Para aqueles que pensam desta forma, sempre que
aparece nas Escrituras a palavra “eleição” subentendem que a
“eleição ocorre em Cristo Jesus” e que a Soberana Vocação
de Deus também é em Cristo. Isto é, a vocação soberana de
ser salvador é dele e, não nossa de sermos salvos. E quanto
à nossa eleição, somos eleitos nEle. Isto é, Cristo é o
verdadeiro eleito, e por via direta todos aqueles que se
aproximam dele, são considerados também eleitos.
Citamos a seguir as principais passagens bíblicas
citadas pela teologia arminiana para contrapor a ideia da
Soberana Vocação como atributo exclusivo de Cristo e, não da
Igreja:
“Entretanto, não há comparação entre a dádiva e a
transgressão. Pois se muitos morreram por causa da
transgressão de um só, muito mais a graça de Deus, isto é, a
dádiva pela graça de um só homem, Jesus Cristo,
transbordou para muitos!” Romanos 5:15 (...)
“Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será
salvo.” Romanos 10:13
“
Tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo
mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da
reconciliação, 19 ou seja, que Deus em Cristo estava
reconciliando consigo o mundo, não levando em conta os
pecados dos homens, e nos confiou a mensagem da
reconciliação”. 2 Co 5.18,19
“Vemos, porém, coroado de glória e de honra aquele Jesus
que fora feito um pouco menor do que os anjos, por causa da
paixão da morte, para que, pela graça de Deus, provasse a
morte por todos.” Hebreus 2:9
“E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente
pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo.
1 João 2:2
“pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus,
sendo justificados gratuitamente por sua graça, por meio
da redenção que há em Cristo Jesus. Romanos 3:23,24
“Pois o amor de Cristo nos constrange, porque estamos
convencidos de que um morreu por todos; logo, todos
morreram. E ele morreu por todos para que aqueles que
vivem já não vivam mais para si mesmos, mas para aquele
que por eles morreu e ressuscitou”. 2 Co 5.14,15
“Porque a graça salvadora de Deus se há manifestado a
todos os homens” Tt 2.11
“O Senhor não demora em cumprir a sua promessa, como
julgam alguns. Pelo contrário, ele é paciente com vocês, não
querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem
ao arrependimento” 2 Pe 3.9
“E tudo o que, pela lei de Moisés, não pudestes ser
justificados, por ele é justificado todo aquele que crê. Atos
13:39 (...) “E abrindo Pedro a boca, disse: Reconheço por
verdade que Deus não faz acepção de pessoas; - Atos 10:34
“escolhidos de acordo com a presciência de Deus Pai, pela
obra santificadora do Espírito, para a obediência a Jesus
Cristo e a aspersão do seu sangue: Graça e paz lhes sejam
multiplicadas.” I Pedro 1:2 (...) “O Senhor não demora em
cumprir a sua promessa, como julgam alguns. Pelo contrário,
ele é paciente com vocês, não querendo que ninguém
pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento”. 2
Pedro 3:9
4.2 A Doutrina da Soberana Vocação nas Igrejas
Históricas
As Igrejas históricas (Batista, Presbiteriana, Luterana,
Cristã evangélica, Congregacional etc.) creem e defendem que
a Soberana Vocação é da Igreja escolhida nos tempos eternos
e se completa através de Cristo, essa doutrina, é comumente
chamada de “eleição” e, tem seu fundamento na teologia
reformada do Século XVI (Lutero, Zwinglio, Calvino),
posteriormente em Spurgeon, D. Martin Loyd Jones, J. C. Ryle
Charles Hodge, Louis Berkhoff, John Gill, Walter Chantry,
Arthur W. Pink. e mais recentemente, John Stott, R.C. Sproul,
Donald Carson, D. James Kennedy, John Dagg, John Piper,
John Fullerton MacArthur e John.F.M. Jr., Mark Denver e etc.
Diferentemente da teologia arminiana, para a maioria
das igrejas tradicionais ou reformadas, a doutrina da soberana
vocação (eleição) é monergista (“mono+ergos”: esforço único);
confiando que a salvação é um ato exclusivo de um Deus
Justo, mas que não faz acepção de pessoas, e que através de
sua infinita sabedoria, Ele salvará os eleitos, sem desrespeitar
a “livre-responsabilidade” humana.
Desse modo, nenhum pecador convicto será levado à
força para o céu, simplesmente por ser eleito. Tão pouco
nenhum cristão regenerado será conduzido para o inferno.
Nenhuma alma arrependida será recusada, ninguém que
deseje ir para o céu ao ponto de entregar-se a Cristo será
condenada.
Teólogos reformados afirmam que não é possível
desprezar, nem zombar da doutrina da eleição, porque é uma
bênção a consciência de que os verdadeiros salvos,
regenerados e transformados são eleitos, escolhidos de Deus.
Entretanto, Deus reservou o decreto da eleição para seu
exclusivo conhecimento, para que tal ciência não nos servisse
de tropeço, acomodação ou vanglória.
Para tais igrejas e teólogos, diante de tal doutrina
nossa atitude deve ser de fé na revelação bíblica, de contrição
pela Soberania, Governo e Poder de Deus, de Gratidão pela
nossa eleição que não se deu por nenhum mérito nosso, mas
pelo conhecimento do nosso Criador.
Citaremos aqui, as principais passagens bíblicas
citadas pela teologia reformada para afirmar a ideia da
Soberana Vocação como um dom gracioso prévio e imerecido
concedido de antemão à Igreja por meio de Jesus Cristo.
“ Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o
qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas
regiões celestes em Cristo; como também nos elegeu nele
antes da fundação do mundo, para sermos santos e
irrepreensíveis diante dele em amor; e nos predestinou para
sermos filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo,
segundo o beneplácito de sua vontade, para o louvor da
glória da sua graça, a qual nos deu gratuitamente no Amado"
Ef 1.3-4 (...) “que nos salvou, e chamou com uma santa
vocação, não segundo as nossas obras, mas segundo o seu
propósito e a graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes
dos tempos eternos.“ II Tm 1.9
(...) “E sabemos que todas as coisas concorrem para o bem
daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados
segundo o seu propósito. Porque os que dantes conheceu,
também os predestinou para serem conformes à imagem de
seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos
irmãos e aos que predestinou, a estes também chamou; e
aos que chamou, a estes também justificou; e aos que
justificou, a estes também glorificou. Quem intentará
acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os
justifica; Quanto ao evangelho, eles na verdade, são inimigos
por causa de vós; mas, quanto à eleição, amados por causa
dos pais. Rm 8.28, 29,30,33
"Vós não me escolhestes a mim, mas eu vos escolhi a
vós, e vos designei, para que vades e deis frutos, e o vosso
fruto permaneça, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em
meu nome, ele vo-lo conceda." Jo 15.16
“Mas, quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha
mãe me separou, e me chamou pela sua graça”, Gl 1.15 (...)
“Paulo, servo de Deus, e apóstolo de Jesus Cristo, segundo a
fé dos eleitos de Deus, e o pleno conhecimento da verdade
que é segundo a piedade.” Tt 1.1,
“Pois, assim como o Pai levanta os mortos e lhes dá vida,
assim também o Filho dá vida a quem ele quer”. Jo 5.21
" Os gentios, ouvindo isto, alegravam-se e glorificavam a
palavra do Senhor; e creram todos quantos haviam sido
destinados para a vida eterna." At 13.48
“Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados,
de coração compassivo, de benignidade, humildade,
mansidão, longanimidade” Cl 3. 12 (...) como também nos
elegeu nele antes da fundação do mundo, para sermos
santos e irrepreensíveis diante dele em amor.” Ef 1.4
“Todas as coisas me foram entregues por meu Pai; e ninguém
conhece plenamente o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece
plenamente o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o
quiser revelar. Mt11.2 (...)"Porque Deus no-las revelou pelo
seu Espírito; pois o Espírito esquadrinha todas as coisas,
mesmos as profundezas de Deus. I Co 2.10(...). "Pois, qual
dos homens entende as coisas do homem, senão o espírito do
homem que nele está? assim também as coisas de Deus,
ninguém as compreendeu, senão o Espírito.
“Se o Senhor não abreviasse aqueles dias, ninguém se
salvaria mas ele, por causa dos eleitos que escolheu,
abreviou aqueles dias." Mc 13.20
(...) “E não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que dia e
noite clamam a ele, já que é longânimo para com eles? Lc
18.7
“para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória
nos vasos de misericórdia, que de antemão preparou para a
glória.” Rm 9.23 (...) “porque Deus não nos destinou para a
ira, mas para alcançarmos a salvação por nosso Senhor
Jesus Cristo.” I Ts 5.9,
“E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra, esses
cujos nomes não estão escritos no livro da vida do
Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo”.
Apocalipse 13:8 (...) “A besta que viste foi e já não é, e há de
subir do abismo, e irá à perdição; e os que habitam na terra
(cujos nomes não estão escritos no livro da vida, desde a
fundação do mundo) se admirarão, vendo a besta que era e
já não é, ainda que é. Apocalipse 17:8
4.3 Os perigos do Ultracalvinismo e do Arminianismo
Radical (wesleyano)
No meio das Igrejas históricas, por sua vez, certo grupo
considera a eleição (predestinação) de forma tão absoluta, que
não importa o que uma pessoa eleita faça durante toda a sua
vida, antes ou depois da sua conversão, ela estará fadada ao
céu. Segundo esta corrente mais radical (ultracalvinistas) a
eleição embora se dê em Cristo Jesus e por meio de sua
morte expiatória, se refere a cada um de nós individualmente
(semelhantemente ao calvinismo clássico), porém os
ultracalvinistas em sua concepção, acabam caindo no
“nominalismo fatalista” ao considerar a eleição como um
destino, como um fado. Afirmam que a salvação para os
eleitos está determinada a acontecer de qualquer modo e,
independentemente de qualquer coisa que estes façam. Na
maior parte, os fundamentos o ultracalvinismo não se distingue
tão claramente do calvinismo clássico.

Outro perigo no extremo exposto reside em algumas
vertentes do Arminianismo Wesleyano mais radical e, adotado
por Igrejas Pentecostais que reduz a salvação de forma
exclusiva à vontade e escolha humana e, por essa via,
literalmente propõe uma salvação pelas obras, e pela
“santidade”, além de outras distorções como a teologia da
prosperidade e confissão positiva (que ensina um misticismo
de apoderamento com a mudança da linguagem cristã com
mais centralidade na ação e vontade humana, com o uso
contínuo de expressões de autodivinização, como por
exemplo: “eu profetizo!”, “eu determino!”, “eu declaro!”, “eu
reinvidico!” e etc.).
Ainda, alguns desses grupos arminianos acreditam na
possibilidade de galgar estágios cada vez mais elevados de
santificação até a perfeição, pensamento que fundamenta uma
doutrina sinergista. (esforço comum de Deus e o homem na
redenção).
Para alguns arminianistas por exemplo, não se pode
falar em expiação substitutiva plena, mas em expiação
governamental e moral, isto é a salvação dependerá da
aceitação da morte de Cristo e de seu sofrimento na
experiência moral da vida cristã (graça preveniente, não
irresistível), o que novamente pode sugerir uma salvação
meritória. Na maior parte, os fundamentos do arminianismo
radical não se distingue tão claramente do arminianismo
clássico.
4.4 A Doutrina da Soberana Vocação na Igreja de Cristo no
Brasil
Embora a Igreja de Cristo no Brasil em sua confissão
de fé, reconheça a Soberania de Deus na criação e, revelação
e a Soberania do Espirito Santo na Salvação desde o
arrependimento até a redenção final, ainda assim não baseou
tais convicções na doutrina da predestinação ou da eleição
(soberana vocação). Isto quer dizer, que nossa denominação
em suas bases de fé, embora afirme a salvação eterna – “uma
vez genuinamente salvos – salvos para sempre!”, jamais
afirmou que Deus já determinou uns para salvação e outros
para a condenação eterna.
A ICB tem uma perspectiva mais reticente para um
assunto tão polêmico e complexo. Admitindo uma coisa, sem
determinar a outra: não nega a soberania de Deus (propósito
eterno), nem a Soberania do Espírito na Salvação (graça
irresistível), mas não afirma a predestinação (soberana
vocação).
Particularmente, concluímos que existem certas
questões que se acomodam mais confortavelmente e
restritamente ao Propósito oculto de Deus e, que
permaneceram em seu insondável Mistério. Esse mistério está
baseado na Vontade Soberana de nosso Criador, mas
também é alimentada por sua presciência.
No momento não podemos entender ou explicar esse
conhecimento, tão exclusivo do nosso Deus e, que se
tentarmos investigar as razões de seu propósito eterno apenas
com o conhecimento terreno sem algumas “informações
privilegiadas” guardadas e restritas a mistério de Deus,
poderemos considerar a doutrina da soberana vocação de
forma fatalista ou mesmo que Deus, não é “bom”, não é “justo”
ou não é “misericordioso”.
Posso sim, ainda, de forma pessoal, afirmar que nada
relativo a Vontade Eletiva ou Efetiva de Deus no tocante a
salvação da humanidade, exclui a nossa livre-
responsabilidade, nem a necessidade de arrependimento, nem
a aceitação da palavra, nem a santificação, sem a qual
ninguém verá o Senhor.
Afirmamos sem qualquer dúvida, que ao cumprir o seu
Propósito Soberano, Deus não é culpado por nenhuma alma
 LIÇÃO 12
que perece. Deus concedeu ao homem por sua vontade
permissiva a liberdade de escolha e oportunidade de
arrependimento: “Ele não quer que ninguém se perca” e, “todo
aquele que crer, será salvo!” Como o Senhor executa o seu A PERSEVERANÇA DOS
SANTOS
plano soberano de salvação sem ser injusto com aqueles que
perecem é uma profundidade de conhecimento que jamais
poderemos alcançar.

O Manual da Igreja de Cristo no Brasil sobre este assunto nos

dá a seguinte instrução: Texto Áureo: “tendo por certo isto mesmo, que aquele que
em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até o dia de
“A Igreja de Cristo no Brasil acredita que a obra do Espírito Cristo Jesus”, Fp 1.6
Santo é soberana desde o princípio, isto é; desde o arrependimento
que gera a conversão e prossegue, na regeneração do salvo e, na
continuidade dessa santificação na vida dos genuínos cristãos. Esse LEITURA SEMANAL
pensamento é uma firme base de fé para a salvação incondicional,
uma vez que reconhecemos que o homem natural não pode
discernir as coisas espirituais, cabendo ao Espírito revelar o Pai em SEGUNDA Tt 3.5 Segundo sua misericórdia
Cristo e nos convencer do pecado, da justiça e do juízo.” (MANUAL TERÇA Jo 6.39,40 Ele não perderá ninguém
DA ICB, 1ª ed. P. 317). QUARTA Fp 1.6 Ele aperfeiçoara sua boa obra
QUINTA Fp 3.20,21 Por seu eficaz poder

PONTO DE AFIRMAÇÃO: Deve nos alegrar o SEXTA I Pe 1.4-5 Guardados pelo poder de
Deus
conhecimento de que Deus exerce em nós um plano de
SÁBADO Jd 24 Ele nos guarda de tropeçar
salvação, semelhante aqueles que declararam terem sido
escolhidos por Deus, desde o ventre de suas mães. DOMINGO I Jo 2.25 Ele cumprirá sua promessa
Pensar sobre isso, traz ao coração da nova criatura, uma
atitude de gratidão e nunca de orgulho.
I – INTRODUÇÃO

Um dos mais belos temas da Bíblia é a doutrina da

Perseverança dos Santos ou Salvação Eterna do crente
genuíno, sendo a verdade mais fundamental de nossa
convicção de salvação. Por esta doutrina bíblica cremos que o
crente genuíno e verdadeiramente salvo não perderá a sua
salvação sob qualquer hipótese.
 2 A SALVAÇÃO ETERNA E INCONDICIONAL
Algumas denominações evangélicas defendem que
embora recebamos a salvação pela fé, a mesma salvação
deve ser mantida pelas obras. As Escrituras; porém afirmam
que somos salvos pela graça e, esta graça começa desde que
éramos pecadores, mortos em nossos delitos e pecados.
A mesma salvação continua com nossa conversão e,
se estende até a redenção do nosso corpo. Não ganhamos ou
perdemos a salvação toda vez que pecamos, porque aliás a
nossa salvação é um dom imerecido e gracioso de Deus. A
promessa bíblica é que uma vez novas criaturas em Cristo
Jesus, nossa perseverança na fé se dará pelo poder de Deus,
e não pela capacidade de cada um de nós em manter-se
salvo. A Palavra de Deus nos afirma que somos salvos pela
graça, mediante a fé, e que não vem de obras para que
ninguém se glorie. Não pensemos que a nossa salvação se
opera pela força de nossa resistência ao pecado e não pelo
querer e efetuar de Deus, segundo o seu poder que opera em
nós.
A salvação é pela exclusiva graça de Deus e, se é pela
graça não é pelas obras - pois a graça é uma atitude soberana
de Deus - ninguém poderá afirmar no céu: eu fui salvo porque
eu fiz algo e você não, porque eu não voltei a pecar e você
sim, eu me mantive santo e você não, eu me preparei para
sua vinda e você não. Mas, poderá afirmar: Ele me conheceu,
Ele me amou, Ele me escolheu, Ele me convenceu, Ele me
chamou, Ele me fez crer, Ele me regenerou, Ele me fez justo,
Ele que me santifica, Ele que me guarda do mal, Ele que me
sustém ao longo de toda a carreira cristã, Ele por sua
exclusiva vontade e soberania decidiu desde a Eternidade me
levar para o céu. E bem sei que Ele tudo pode e nenhum dos
Seus planos podem ser frustrados:
“não em virtude de obras de justiça que nós houvéssemos
feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou mediante o
lavar da regeneração e renovação pelo Espírito Santo, Tt 3.5
1. Os ensinamentos de Cristo nos dão a convicção de
salvação eterna - “E a vontade do que me enviou é esta: Que
eu não perca nenhum de todos aqueles que me deu, mas que
eu o ressuscite no último dia (...) Porquanto esta é a vontade
de meu Pai: Que todo aquele que vê o Filho e crê nele, tenha
a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.” Jo 6.39,40
Ler: Jo 10.28, 29 Jo 17.11,12, Mt 18.12-14.
2. Os ensinamentos de Paulo sobre a Perseverança dos
Santos - “tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós
começou a boa obra a aperfeiçoará até o dia de Cristo Jesus”,
Fp 1.6 (...) “Mas a nossa pátria está nos céus, donde também
aguardamos um Salvador, o Senhor Jesus Cristo que
transformará o corpo da nossa humilhação, para ser conforme
o corpo da sua glória, segundo o seu eficaz poder de até
sujeitar a si todas as coisas.” Fp 3.20,21. Ler: Cl 3.2,3; 2 Tm
1.12,2; Tm 4.18
3. Para Pedro somos guardados pelo poder de Deus -
“para uma herança incorruptível, incontaminável e
imarcescível, reservada nos céus para vós, que pelo poder de
Deus sois guardados, mediante a fé, para a salvação que está
preparada para se revelar no último tempo.” I Pe 1.4-5
3 PERGUNTAS FREQUENTES
3.1 É possível para o crente genuíno perder a salvação?
Não podemos esquecer como já falado repetidamente
que embora não estejamos livres de “pecar”, estamos livres do
pecado pela regeneração do Espirito Santo e, pelo novo
nascimento que nos deu uma nova natureza. Isto significa que
crente genuíno não vive na prática do pecado, mas tem uma
salvação completa, inclusive na santificação e lavagem pela
obediência à Palavra de Deus. (I Pe 1.4-5, Jo 8.31, Cl 1.22,
23)
3.2 É possível para um crente genuíno afastar-se Deus?
O relacionamento do novo crente com Cristo
desenvolve-se pela santificação, pela devoção e pela missão.
A santificação é obediência moral à Palavra de Deus. A
devoção é o exercício contínuo de culto, de oração e de
serviço à casa de Deus e, a missão é o trabalho de filho na
obra de Deus pela evangelização.
Assim, é possível que esse relacionamento seja
abalado durante a caminhada cristã e a comunhão seja
enfraquecida. Disto podemos concluir que mesmo o crente
genuíno pode ter níveis diferentes de comunhão e de
relacionamento, podendo se não vigiar afastar-se de Deus e,
voltar momentaneamente à prática do pecado, entretanto se
de fato tiver experimentado o novo nascimento, sua
consciência influenciada pelo Espírito Santo de Deus, não
mais se acomodará a velha natureza, fazendo-o retornar aos
braços do Pai.
Desse modo, atrevo-me a dizer que alguém que se
diga nominalmente cristão e, se afaste da comunhão com
Deus e, afastado não tenha sua consciência conflitada ao
ponto de não se sentir mais confortável com o mundo
pecaminoso pode jamais ter experimentado o verdadeiro novo
nascimento. (I Jo 2.19, Jo 10.14)
3.3 É possível para um crente genuíno ser salvo mesmo
que esteja desviado?
A pergunta é difícil explicação, mas convém tratarmos
a luz da Palavra de Deus e da doutrina protestante:
É preciso considerar algumas coisas: em primeiro lugar
a salvação é pessoal, e por mais que alguém por seu
testemunho demonstre certa influência regeneradora, nenhum
de nós está apto para dizer se intimamente aquela pessoa é
nascida de novo. Também não podemos julgar os últimos
momentos de nenhum homem, se morreu com ou sem
salvação. Outra coisa que não podemos confundir, é alguém
desviar-se da Igreja com desviar-se de Cristo, embora, não
seja favorável a uma vida cristã solitária - não posso afirmar
que alguém não foi salvo porque não estava frequentando a
igreja, tanto quanto não posso afirmar que foi porque a
frequentava. É bem, verdade que o lugar do cristão é na Igreja
e na obra de Deus e, tais coisas embora sejam bons
testemunhos da salvação não são seus requisitos. É inegável
que alguém que mesmo salvo está afastado da Igreja não
pode viver abundantemente a fé cristã, nem tão pouco
acumular galardões pelo serviço cristão, mas insisto que a
salvação é pessoal, pela graça por meio da fé e não por obras
para que ninguém se glorie. Quanto à salvação daqueles que
se afastam da fé ou da Igreja, consideremos que:
a) É possível que alguém tenha feito uma decisão pública,
sem jamais ter se tornado cristão
Segundo o evangelista João, pessoas assim jamais
foram dos nossos, do contrário ainda estariam conosco.
Algumas pessoas se entusiasmam com as companhias da
igreja, com os amigos que encontram lá, da forma calorosa
com que são tratadas, gostam de assistir os grupos musicais e
até de participar deles, mas são como pedras sem
profundidade, ou preferem os prazeres da vida que lhe são
mais agradáveis como os espinhos que sufocam a Palavra -
em tais pessoas nunca se operou a salvação, por isso não me
admira que deixem a igreja para se entregarem aos prazeres
da vida sem qualquer sentimento de remorso ou
arrependimento, alguns deles até apostatam da fé e zombam
do povo de Deus - seu comportamento demonstra que jamais
receberam uma nova natureza e que jamais se operou dentro
delas uma obra eficaz de regeneração. De qualquer modo ter
passado as férias na igreja ou uma chuvinha de verão em
certa denominação não os livrará da condenação eterna. I Jo
2.25, Jd 4, J0 10.27
b) O cristão genuíno quando se desvia, não consegue
viver no mundo, sente-se um “peixe fora d’água”, e
quando ouve a voz do seu Pastor, o segue e volta pra
casa. Jo 10
Lembremos que a eleição e a justificação não são
algum tipo de soberania ímpia, pela qual Deus conduziria
arrastado para o céu alguém imerso no pecado, na bebedeira,
na fornicação, no ódio, na mentira, na feitiçaria só porque ele
um dia frequentou a igreja e era supostamente predestinado.
Pelo contrário, a salvação é a chamada de um pecador com
uma antiga natureza pecaminosa para compartilhar uma vida
de santidade pelo recebimento de uma nova natureza em
Cristo Jesus, que busca a santificação moral e espiritual. Tal
experiência é apenas o inicio de uma grande batalha que será
travada durante toda a vida do crente até seu estado futuro no
céu de perfeita santidade.
Durante esta luta, sua nova natureza desejará
ardentemente a prática do bem, enquanto sua carne desejará
as coisas que eram das trevas. Na mesma batalha o Diabo
que antes era nosso senhor e opressor, já não tem poder
sobre nós, constituindo-se em furioso inimigo, formulando
estratégias de tentação para nos abater. Em tal lida, nossas
armas não são carnais - temos a Palavra de Deus, nos
ensinando, nos exortando e nos admoestando de que somos
filhos da luz, novas criaturas, que devemos ser santos, que
devemos perseverar até o fim. E, o Espírito gerando em nós o
fruto moral, e espiritual que nos torna resistentes. E temos a
certeza de que nada poderá nos separar do amor de Deus que
está em Cristo Jesus (Rm 8.31-39).
Ao longo de cada batalha, é possível que alguns caiam
em tentação, que alguns pequem por conta da fraqueza
humana, que se afastem da congregação e se deixem
confundir momentaneamente pelas vilezas de nosso
adversário, mas a salvação é obra de Deus e não da carne,
por isso o crente genuíno será restaurado e apresentado a
Deus imaculado: “Ora, àquele que é poderoso para vos
guardar de tropeçar, e apresentar-vos ante à sua glória
imaculados e jubilosos” Jd 24.
O Manual da Igreja de Cristo no Brasil sobre este assunto nos
dá a seguinte instrução: “o salvo genuíno crê na vida eterna e vê na
morte a oportunidade de descansar de sua jornada cristã e, de
reconhecer que graças ao poder de Deus a carreira completou-se:
“A minha ardente expectativa e esperança é de em nada ser
confundido, mas ter muita coragem para que agora e para sempre,
Cristo Jesus seja engrandecido no meu corpo, quer pela vida, quer
pela morte. Pois para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro.”Fp
1.20,21(2 Tm 4.6-8). Cremos que o Senhor completará em nós a
obra iniciada na cruz do calvário, pois aquele que não poupou ao
seu próprio filho para redenção de sua amada Igreja fará todas as
coisas para nos levar para o céu, habitação preparada aos seus
eleitos desde antes da fundação do mundo. Tal expectativa deve
nos servir de esperança, nos encher de fé e de ânimo para
combater o bom combate, completar a carreira e, guardar a fé.
Permaneçamos fiéis, perseveremos até o final de nossa jornada.
Algumas vezes nossa caminhada será árdua e difícil, mas Palavra
de Deus é o que nos guarda que nos sustenta!” (MANUAL DA ICB,
1ª edição, p. 454)
PONTO DE AFIRMAÇÃO: O verdadeiro alento para o
salvo diante das dificuldades de seu tempo e, de si
mesmo e da voracidade de seus ardilosos inimigos
espirituais é a confiança de que sua salvação está
guardada em Cristo para sempre.
 LIÇÃO 13
Nós que somos salvos temos uma rica esperança de
não aguardarmos o Senhor apenas nesta vida. Aqueles que
receberam de forma genuína Jesus Cristo em suas vidas e em
seus corações devem ter uma perspectiva diferente do futuro.
A VITÓRIA FINAL DO A Palavra de Deus nos adverte que se esperarmos em Cristo
apenas nesta vida, seremos os mais miseráveis de todos os
GENÚINO CRISTÃO homens. I Co 15.19

Nesta lição não abordaremos temas de Escatologia

Texto Áureo: “aguardando e desejando ardentemente a
vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se
dissolverão, e os elementos, ardendo, se fundirão. Mas,
nós segundo a sua promessa aguardamos novos céus e
nova terra, nos quais habita a justiça.” II Pe 3. 12,13.
Individual como a imortalidade da alma e o estado
intermediário das almas, por isso, recomendamos nesses
assuntos, a leitura do MANUAL DA IGREJA DE CRISTO.
2 ESCATOLOGIA GERAL

LEITURA SEMANAL 2.1 A Morte do Justo - A morte para o salvo não é o fim de
tudo, e embora a encaremos com tristeza pela dor e
separação momentânea daqueles que amamos, não podemos
SEGUNDA I Co 15.19 Esperamos mais que essa nos desesperar como se não crêssemos na ressurreição.
vida
Devemos ansiar nosso reencontro com Cristo, o que é
TERÇA Fp 1.20,21 Ardente expectativa infinitamente melhor que as passageiras alegrias deste mundo
QUARTA I Tm 4.1 Enganadores dos últimos dias (Fp 1.23). O salvo genuíno crer na vida eterna e vê na morte a
QUINTA Ap 19.7-9 Bem-aventurança oportunidade de descansar de sua jornada cristã e, de
reconhecer que graças ao poder de Deus a carreira
SEXTA I Ts.. 4.17 Seremos arrebatados
completou-se: “A minha ardente expectativa e esperança é de
SÁBADO Ap 21.1 Novos Céus e nova Terra em nada ser confundido, mas ter muita coragem para que
DOMINGO Rom 8.23 Aguardamos a redenção final agora e para sempre, Cristo Jesus seja engrandecido no meu
corpo, quer pela vida, quer pela morte. Pois para mim o viver é
Cristo, e o morrer é lucro.” Fp 1.20,21 (2 Tm 4.6-8)
I – INTRODUÇÃO
2.2 A Vinda de Cristo - O Senhor prometeu à sua Igreja que
Passaremos a partir dessa última lição, traçar uma iria retornar para buscá-la, mesmo aqueles que já estiverem
visão panorâmica da Escatologia que é o “estudo doutrinário mortos irão ressuscitar para este encontro triunfal. Devemos
sobre as últimas coisas”, ensino que estuda o cumprimento de estar vigilantes, pois o próprio Cristo nos advertiu dos sinais
profecias bíblicas mais precisamente sobre a vinda de nosso que precederiam a sua vinda.
Salvador.
1 Sinais da Vinda de Cristo
a) Sinais mediatos: Surgimento de falsos profetas; fome,
guerras e terremotos em todo mundo, perseguição do povo de
Deus; esfriamento do amor e a pregação do evangelho em
todo mundo: “Mas o Espírito expressamente diz que nos
últimos tempos alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a
espíritos enganadores e a doutrina de demônios.” I Tm 4.1 (Mt
24.4-11; 2 Tm 3.1-9; 4.3-4; 2 Pe 2.1-3; 2 Pe 3.3-5; Jo 15.19-
20; At 14.22).
b) Sinais Imediatos - A Apostasia e a manifestação do
Anticristo. (II Ts 2.1-13).
3 OPÇÕES CONTEMPORÂNEAS DE
ESCATOLOGIA
Em meados do XIX (1830), a doutrina protestante em
matéria escatológica se diversificou em duas vertentes
principais: A Escatologia Tradicional (Histórica) e a Escatologia
Dispensacionalista (Pentecostal). Havendo de fato, em nossos
dias, opções contemporâneas diferentes sobre a época da
segunda vinda de nosso Senhor Jesus Cristo (antes ou
depois da grande tribulação) e sobre a literalidade ou não
de um reino milenial (milenismo e amilenismo), como bem
descreveu o teólogo protestante Millard J. Erickson, uma das
principais fontes bibliográficas desse estudo.
3.1 Escatologia Dispensacionalista - Com o início do
Movimento Pentecostal em Los Angeles nos Estados Unidos
(1906-1911) o fenômeno da pregação leiga passou a ter como
alvos e ministros pessoas de classes menos favorecidas
(mulheres, negros e latinos) e do subúrbio americano,
tendência que se repetiu no resto do mundo (inclusive no
Brasil). A proximidade com a grande depressão americana
(1929) fez de todo o mundo um celeiro fértil para a pregação
de massa para as camadas mais pobres com ênfase o que
favoreceu o crescimento de uma nova teologia que pregava a
segunda vinda de Cristo em duas fases, sendo a primeira fase
invisível com o livramento imediato da igreja e a segunda
vinda gloriosa para reconciliar a Israel. Com a ênfase na
vigilância e no risco aos convertidos de sofrer uma grande
tribulação caso não se decidissem por Cristo, a doutrina
pentecostal e essa nova escatologia casaram-se
perfeitamente, permanecendo até hoje nas igrejas
pentecostais.
Segundo o escritor Harald Schaly do Seminário
Batista do Norte, a nova teologia da vinda de Jesus em duas
fases (dispensacionalista) iniciou-se embrionariamente bem
antes do movimento da Rua Azuza, quando ainda em 1830 os
teólogos John Nelson Darby e Cyrus Ingerson Scofield (da
Bíblia de Estudos), ambos posteriormente envolvidos no
Movimento Pentecostal, desenvolveram e passaram a ensinar
uma teologia que afirmava a vinda de cristo aconteceria em
duas etapas: uma para a Igreja e outra para Israel e no
intervalo entre estas, ocorreria a grande tribulação como uma
nova oportunidade para aqueles não foram vigilantes antes do
arrebatamento e para a pregação e restauração do povo de
Israel.
Schally afirma que a fundamentação teológica da
nova escatologia começou dos estudos de dois seminaristas
católicos que inspiraram John N. Darby (pai do
dispensacionalismo) e C.I. Scofield a desenvolver a ideia de
que havia propósitos diferentes de restauração para a Igreja e
Israel e relacionando-as com sete dispensações bíblicas,
inicialmente desenvolvidas
A partir dessa fundamentação, as igrejas que
advieram do movimento Pentecostal ou que aderiram a ele,
em sua maioria se tornaram simpáticas a nova Teologia
difundida a partir do Pentecostalismo, conhecida como
Escatologia Dispensacionalista (Igrejas pentecostais e
neopentecostais), sendo que estas passaram a crer e a incluir
em suas confissões de fé um enunciado de que a vinda do
Senhor Jesus acontecerá em duas fases: sendo a primeira
invisível, que coincidirá com o arrebatamento e, a
segunda visível e gloriosa para o estabelecimento do
milênio e, ao final deste o Juízo Final .
A teologia pentecostal é desse modo pré-
tribulacionista (a vinda do Senhor antes da Grande
Tribulação) e dispensacionalista (termo que faz referência as
dispensações de uma exegese feita por John Darby das 70
semanas previstas pelo profeta Daniel, que atribui a Grande
Tribulação à última destas semanas e ao resgate de Israel por
Cristo e sua igreja.
Essa nova escatologia que contradizia o ensino
histórico tradicional da vinda de Jesus de forma única, visível e
gloriosa sofreu diversas críticas em igrejas e centros
teológicos que taxavam os novos ensinamentos de
invencionice e heresia.
Entretanto, com o movimento pentecostal em
ascendência nos EUA e no Brasil, a ideia de que a Igreja não
passaria a grande tribulação voltou a evidência no Séc. XX
com Lewis Sperry Chafer e, ganhou finalmente a popularidade
no meio evangélico a partir das décadas de 50 e 70: com a
obra fonográficas: “A última trombeta” (1953 e 1965) e a
publicação das obras: “O ladrão na noite” (1973) e “A agonia
do grande planeta de Hall Lindsey” (1976). E a série de filmes
produzidos a partir dessas obras e patrocinadas pela indústria
COMEV com o apoio da Igreja Batista Regular norte-
americana.
Ainda nos anos 70, 80 e 90, alguns expoentes
mantiveram a doutrina da vinda de Cristo em duas fases: os
neodispensacionalistas: Win Malgo com as revistas
distribuídas gratuitamente: “Notícias de Israel” e “A Chamada
da Meia-noite”, Lewis Sperry Chafer (Bíblia Anotada, fundador
do Seminário de Dallas, Texas) e Dwigt Pentecost (teólogo),
reitor do mesmo Seminário, por último Tim La Hayae
(romancista já falecido) autor da série de livros: “Deixados
para trás”. Além destes, no Brasil o mesmo conteúdo teológico
passou a oferecer publicações de obras americanas e revistas
de educação cristã (EBD) das Casas Publicadoras da
Assembleia de Deus, e assimiladas por diversas
denominações que não possuíam material próprio.
E, assim, a doutrina Dispensacionalista, embora mais
recente que a Escatologia Tradicional ou Histórica, tornou-se
mais popular que esta, difundindo-se em todo mundo,
juntamente com o próprio Movimento Pentecostal.
O Dispensacionalismo foi chamado assim, por que
dividiu a vida do homem na Terra em relação à Deus, em sete
dispensações, sendo estas as seguintes:
1ª – Da Inocência – Criação de Adão
2ª – Da Consciência- Expulsão de Adão
3ª – Da Governo Humano- Dilúvio à Babel
4ª – Da Promessa- Abrãao à Escravidão
5ª – Da Lei- Judá à Expulsão de Israel e Judá
6ª – Da Graça- Morte de Cristo ao Arrebatamento da Igreja
7ª – Do Reino ou do Milênio- Da Segunda Fase da 2ª Vinda
até o juízo do Trono Branco
a) Argumentos da Escatologia Dispensacionalista
As igrejas pentecostais ou dispensacionalistas
afirmam que a doutrina da primeira vinda tem plena
fundamentação bíblica. Uma vez que há uma promessa
distintiva de livramento para a Igreja de Deus antes da
Tribulação, em que o “Senhor nos livraria da ira futura e, nos
livraria também da grande tribulação que haveria de vir sobre
o mundo para provar dos moradores da Terra”. E, que embora
o sermão profético não mencione claramente uma vinda
invisível esta seria deduzida das parábolas de advertências
que reafirmam uma vinda repentina ou como um ladrão, o que
somente seria possível se de fato o arrebatamento fosse
prévio e visível.
Declaram ainda que a iminência da vinda de Cristo,
deixa a Igreja em condição de alerta e vigilante e, que o
Sermão Profético enfatiza isso o tempo todo. Dentro da
mesma Escatologia, Cristo após o arrebatamento da Igreja
Vigilante nos ares, teria com esta um momento de 07 (sete)
anos nas Bodas do Cordeiro, período que coincidirá com a
perseguição do Anticristo àqueles que não subiram na primeira
vinda e, que teriam pela abnegação e sofrimento uma nova
oportunidade reconciliação e, que serão martirizados e mortos
até que Cristo retorne gloriosamente para a Batalha do
Armagedom para restaurar Israel e defender os judeus do
cerco do Filho da Iniquidade no Templo de Jerusalém e após a
destruição destes Satanás será preso, e Cristo reinará por mil
anos com sua Igreja na Terra sobre as nações ímpias até que
Satanás será solto e após arregimentar as nações da Terra
Cristo o lançará finalmente na Condenação Eterna e, viverá
eternamente com a Igreja no Novos Céus e Nova Terra.
3.2 Escatologia Histórica ou Tradicional - Desde a Reforma
Protestante as denominações evangélicas históricas em suas
confissões de fé, seguiram a de Westminster que reafirmava a
teologia de uma vinda única do Senhor Jesus. Segundo estes,
a Fundamentação fora obtidas nas Escrituras, e no “Didaquê”
(primeiros escritos apostólicos) e ainda era a Escatologia
ensinada desde o século I por Orígenes, Tertuliano, Justino, o
Mártir e outros pais da igreja. Por essa razão, as igrejas
históricas (Batista Tradicional, Presbiteriana, Luterana, Cristã
Evangélica etc.) mantiveram-se fiéis à Escatologia Histórica
reafirmando que a vinda do Senhor para arrebatar a Igreja só
aconteceria depois da grande tribulação (pós-tribulacionistas).
a) Argumentos da Escatologia Tradicional
As igrejas históricas quanto à doutrina da primeira
vinda em uma única fase em defesa da Escatologia
Tradicional alegam que a mesma é mais conciliável com os
textos bíblicos, uma vez que não encontraram nenhum texto
das Escrituras (sermão profético ou epistolas) que
contivessem uma referência nítida de uma vinda invisível ou
em duas fases e, que a leitura corrida, sem figurações revelam
quatro momentos claros e cronologicamente seguidos: missão
da igreja e princípio das dores com o cerco de Jerusalém pelo
imperador romano Tito nos anos 70 d.C., a grande tribulação e
ao final uma única vinda visível e gloriosa de Cristo.
Desse modo refirmam que a vinda do Senhor será
única, visível e gloriosa. E, que para a Igreja remanescente
(aquela que estará nos dias da grande tribulação) será motivo
de honra e dignidade sofrer e morrer por amor a Cristo,
exatamente como os primeiros cristãos fizeram e, como vários
outros em todo mundo ainda sofrem e morrem por amor a
Cristo.
A mesma escatologia tradicional reafirma a doutrina
de que durante a grande tribulação a unção do Espírito Santo
será tão profusa, que os cristãos realizarão milagres e
prodígios naqueles dias. Nenhum cristão verdadeiro, negará o
Senhor, assim como em toda a história dos mártires, não
existe um só relato de um mártir conhecido que o tenha
negado e, que pelo contrário, as chances da Igreja manter-se
fiel durante a perseguição é sempre maior do que quando
desfrutamos de perfeita liberdade, como a própria história
testifica sobre isso (ex: mártires de Roma, da cortina de ferro,
da China etc.) e, que a tribulação que antecede a volta de
Cristo seria um instrumento de purificação, distinguindo
verdadeiros cristãos dos meramente modistas ou nominais.
A Escatologia Histórica em maior parte acredita nos
mesmos eventos da Escatologia Pentecostal com a ressalva
de que a Igreja somente será arrebatada após a única vinda,
visível e gloriosa do Senhor Jesus, iniciando-se para todos os
salvos as Bodas do Cordeiro e, se estabelecendo de forma
imediata o juízo final.

Entre teólogos adeptos da Escatologia da Tradicional
a maioria acredita na literalidade do Milênio (Milenista)
enquanto outro número mais reduzido acredita que o reino
milenial se refere a uma expressão simbólica do reino
espiritual de Cristo (Amilenistas).
NOTA 01: Há ainda, um terceiro grupo de teólogos que
acreditam que o arrebatamento de Jesus acontecerá no meio
da Grande Tribulação (midi-tribulacionistas ou
mesotribulacionistas). Sendo que primeiramente o Anticristo
reinaria pacificamente por exatos 3,5 anos, mas que antes de
a perseguição a Igreja será arrebatada, e nos 3,5 anos que
seguissem aconteceria a grande tribulação.
NOTA 02: Desde o final do século XX teólogos, tradicionais
como Russel Shedd, Hoekema, Louis Berkoff e George Ladd e
outros contribuíram muito para uma boa e respeitosa
convivência entre as Escatologias Tradicional e a
Dispensacionalista nos círculos acadêmicos dos Seminários
Teológicos, entendendo a compreensão oposta como uma
outra opção escatológica e não mais como uma heresia,
conquanto que as igrejas (históricas e tradicionais)
mantivessem um mútuo respeito e um reservado direito de
cada confissão de fé denominacional.
4 EVENTOS ESCATOLÓGICOS
Apesar da ordem cronológica dos eventos que
precedem a vinda de Cristo serem diferentes em cada uma
das duas principais opções de Escatologia: (Histórica e
Pentecostal). Para um melhor aprendizado, definimos a seguir
alguns acontecimentos futuros, sem uma linha cronológica,
senão vejamos:
4.1 A Grande Tribulação
A Grande Tribulação será um período de Grande
aflição e dor que ocorrerá com ascensão política do homem da
iniquidade, o Anticristo (2 Ts 2.3-9; 1 Jo 2.18; Ap 13.1-10) e do
Falso Profeta (Ap 13.11-16).
Neste tempo haverá grande perseguição a todos os
que permanecerem fiéis a Cristo, isto é a Igreja
Remanescente. Na grande tribulação os juízos de Deus serão
derramados sobre toda a humanidade e, embora a Igreja
Militante seja guardada incólume de tais sofrimentos, ela será
exposta, por permissão divina à perseguição inclusive levada
até a morte, mas cada cristão morto se juntará Igreja
Triunfante que aguarda com ansiedade a vinda de nosso
Senhor Jesus Cristo.
* Igreja Remanescente - aquela que permanece nesse período
independentemente da opção escatológica já mencionada.
* Igreja Militante - aquela que fora estabelecida por Cristo, é a
Igreja invisível.
* Igreja Triunfante - aqueles que já partiram e estão na glória
com o Senhor Jesus.
4.2 O Arrebatamento da Igreja
Esse acontecimento, independentemente da
vertente ou do período em que aconteça (antes ou depois da
grande tribulação) é descrito nas Escrituras, como a “parousia”
(volta) de Cristo, quando os mortos em Cristo serão
ressuscitados e nós os vivos seremos arrebatados juntamente
com estes, para o encontro glorioso com Jesus nos ares, e
assim estaremos para sempre com o Senhor. (Mt 24.42-44; 1
Ts 1.10; 4.16-17; Ap 3.10-11; Rm 8.23; 1 Co 15.50-55).
4.3 O Tribunal de Cristo - O julgamento dos crentes genuínos
segundo as suas obras, não sendo para condenação, pois não
somos salvos pelas obras. Não é possível discernir que
galardões serão distribuídos aos santos, mas acreditamos
serem inefáveis. Acreditamos não estarem vinculados a
conceitos humanos de riqueza (coroas, mansões e etc.), mas
possivelmente a relação de confiança, como o pedido dos
apóstolos para sentar-se à direita ou a esquerda de Cristo.
Desse modo, algumas vagas referências nos permitem
presumir que tais galardões, aponta para posições de
hierarquia e proximidade de Cristo na organização da
eternidade. Mas, como dissemos, qualquer afirmação mesmo
nesse sentido, é meramente especulativo. (Rm 14.12; 1 Co
3.12-15;9.25-27; 2 Co 5.10; Gl 6.8-10; Cl 3.23-25; Hb 6.10; Ap
2.26-28).
4.4 O Julgamento das Nações - O julgamento das nações e
reinos diante do Cordeiro, e ao final reconhecerão o reino e o
senhorio de Cristo Jesus. (Mat 25)
4.5 As Bodas do Cordeiro – Definição figurada para o
encontro do noivo (Jesus) com a sua noiva (Igreja). Estaremos
com Jesus para sempre. "Bem-aventurados aqueles que são
chamados à ceia das bodas do Cordeiro" (Ap 19.7-9).
4.6 O Juízo Final - Os ímpios de todas as épocas
ressuscitarão para serem julgados segundo suas obras (Ap
20.11-15).
4.7 Novos Céus e nova Terra – Serão criados novos céus e
nova terra, nossos corpos serão revestidos de
incorruptibilidade, nenhuma palavra ou imagem pode
descrever a experiência da Igreja, da Noiva do Cordeiro nas
regiões celestiais. Alguns tentam até mesmo fazer previsões,
mas nada se compara a glória que há de ser revelada. "Então
vi um novo céu e uma nova terra, pois já o primeiro céu e a
primeira terra passaram, e o mar já não existe" Ap 21.1, (II Pe
3.13)
5 A ESCATOLOGIA DA IGREJA DE CRISTO
A Igreja de Cristo no Brasil diferentemente das Igrejas
Pentecostais não se detém detalhadamente em afirmações
cronológicas de eventos, nem afirmações quanto aos aspectos da
vinda de Cristo (visível ou invisível, única ou em duas fases), mas
afirma firmemente a Soberania de Deus em todos os Grandes
Julgamentos do futuro e afirma em um de seus enunciados a
crença na vinda gloriosa, sem mencionar se existirá uma invisível
que a preceda. Essa neutralidade da confissão advém em razão de
quando da sua elaboração fora utilizadas fontes diversas tanto
pentecostais quanto reformadas, mas dessas, principalmente a
Confissão de Westmister.
Em suma, enquanto as Igrejas Pentecostais em suas
declarações de fé afirmam claramente a existência de duas fases na
vinda de Cristo: invisível e gloriosa, e as Igreja Históricas afirmam
apenas uma vinda: visível e gloriosa, por sua vez, a Igreja de Cristo
afirma crê na vinda gloriosa e, omite qualquer citação ou
possibilidade de uma vinda invisível anterior.
Desse modo, em nossa confissão de fé não nos posicionamos
firmemente pela maioria dos ensinos da nova escatologia
(dispensacionalista). Mesmo assim, por influência tradicional de
nossa origem pentecostal e por ausência de literatura teológica
própria, regionalmente ao longo do tempo, fomos assimilando na
prática um perfil escatológico mais tendente ao dispensacionalismo
clássico. Ao mesmo tempo, em que em alguns enunciados de nossa
confissão transpareçam características do pré-milenismo histórico,
principalmente na crença declarada da literalidade do período
milenial.
No MANUAL DA IGREJA DE CRISTO, a ordem de eventos
da Escatologia Pentecostal e da Escatologia Histórica são
apresentadas com imparcialidade, por isso, recomendamos sua
leitura. Por ora, citamos brevemente algumas apenas algumas
citações para uma melhor identificação de nossa opção
escatológica: “A Declaração de Fé da Igreja de Cristo no Brasil,
afirma firmemente a Soberania de Deus em todos os Grandes
Julgamentos do futuro, enumerando-os:
-TRIBUNAL DE CRISTO - Dos crentes no tribunal de Cristo, para
receber os galardões, após o arrebatamento da Igreja;
- JULGAMENTO DAS NAÇÕES- Das nações vivas na Sua vinda
gloriosa - Mt 25:31-46; Ap. 1:7, Rm 14:10; Ap 22:12;
- DO JUIZO FINAL APÓS O MILÊNIO (o Grande Trono Branco);
- DOS INCRÉDULOS E CONDENADOS no juízo final após o
milênio - Ap 20:11-15; 21:8; Mc 16:16b, e Hb 9:27.
Desse modo, considerando apenas os enunciados da
Declaração de Fé da Igreja de Cristo no Brasil, sem a disposição
cronológica dos mesmos, a Escatologia da Igreja de Cristo se
compatibilizaria tanto com os posicionamentos do
Dispensacionalismo Clássico quanto do Pré-milenismo
Histórico. Entretanto, é evidente, que as Declarações de Fé das
Igrejas Históricas não deixam este impasse, enunciando claramente:
uma vinda única, visível e gloriosa, ao mesmo tempo que as
Igrejas Pentecostais enunciem com clareza: uma segunda vinda em
duas fases, com duas expressões distintas: “vinda invisível” e vinda
gloriosa”.
“Para a Igreja de Cristo, tal como ocorre com as
Igrejas Históricas, que creem na salvação incondicional e
eterna, um “período especial” em que as pessoas serão salvas
por sua própria fidelidade, porque a “porta da graça” se fechou
é de difícil digestão. Jamais admitiríamos, que mesmo durante a
Tribulação alguém seja salvo por seus méritos. Conceber no reino
dos céus, o encontro de dois diferentes de crentes: àqueles que
foram salvos pela graça e àqueles que foram salvos pelo sofrimento,
seria uma oportunidade para negar o princípio inserto em Efésios
2.8: “não pelas obras, para que NINGUÉM se glorie. Na verdade, a
fidelidade à Cristo é inerente a carreira cristã, não importa qual
período estejamos vivendo, e isto jamais pode significar uma
salvação pelas obras.” (MANUAL DA ICB, 1ª ed., p 438-440)
6 CONCLUSÃO
Por fim, cremos que o Senhor completará em nós a obra
iniciada na cruz do calvário, pois aquele que não poupou ao seu
próprio filho para redenção de sua amada Igreja fará todas as coisas
para nos levar para o céu, habitação preparada aos seus eleitos
desde antes da fundação do mundo. Tal expectativa deve nos servir
de esperança, nos encher de fé e de ânimo para combater o bom
combate, completar a carreira e, guardar a fé. Permaneçamos fiéis,
perseveremos até o final de nossa jornada. Algumas vezes nossa
caminhada será árdua e difícil, mas segurança na Palavra de Deus
é o que nos guarda e sustenta.
Assim, anelemos pela oportunidade de nos
reencontrarmos com Cristo, quer pela preciosa morte do justo,
quer pelo maravilhoso retorno de nosso amado Salvador que em
glória aparecerá nos céus como a visão mais espetacular que os
nossos olhos já viram, nos chamando para a grande festa do céu,
dizendo venham queridos de meu Pai, possui por herança o reino
que vos está preparado desde antes da fundação do mundo.
Tenhamos paciência ao esperarmos a divina promessa da vinda
de nosso Senhor e Salvador: “aguardando e desejando
ardentemente a vinda do dia de Deus, em que os céus, em
fogo se dissolverão, e os elementos, ardendo, se fundirão.
Mas, nós segundo a sua promessa aguardamos novos céus e
nova terra, nos quais habita a justiça” II Pe 3. 12,13.
PONTO DE AFIRMAÇÃO: Nossa fé na vinda de Cristo, na
restauração de todas as coisas e, em nossa redenção final
deve estar cada vez mais firme pela promessa de nosso
Salvador de estar conosco todos os dias até a
consumação dos séculos! MARANATA! ORA VEM
SENHOR JESUS!
 MORDOMIA E PERSERVERANÇA

REVISÃO

1.Você tem cuidado administrado bem o seu tempo para o

serviço na casa de Deus?

2.Você considera ter alcançado uma boa consciência em

relação à manutenção da casa de Deus?

3. Você tem honrado o santuário do Espírito Santo?

4.Tem crescido seu interesse em estudar mais sobre a Bíblia?

5.Você tem se esforçado para ganhar almas para Cristo?

6. Você se submeteria à disciplina pastoral?

7.Você considera que exista algum tipo de limitação à

soberania de Deus?

8.Como você lida com a compreensão dos mistérios de Deus

9.Você considera ter entendido bem todos os elementos da

salvação?

10.Você acredita que Deus pode preservar o crente genuíno

para a vida eterna.

11. Você tem alguma dúvida da vitória final do cristão

verdadeiro ou da segunda vinda de Cristo?