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OPOSIÇÃO (Arts. 682 a 686 do CPC).

Ação pela qual terceiro, estranho a um processo em curso, deduz pretensão em relação à
coisa ou ao direito nele discutido entre autor e réu (os opostos), sustentando que lhe
pertence, total ou parcialmente; ou, na definição de Dinamarco, “é a demanda mediante
a qual terceiro deduz em juízo pretensão incompatível com os interesses de autor e réu de
um processo cognitivo pendente”.
Com o oferecimento da oposição ocorrerá não apenas a ampliação do objeto do processo
– ao juiz agora também competindo julgar os pedidos do opoente –, como ainda a
formação de litisconsórcio entre as partes originárias, agora denominados opostos.
Oposição é uma demanda bifronte. Na oposição interventiva amplia-se o objeto do
processo em curso, que agora se desenvolve para o julgamento de 03 ações: a original,
proposta pelo autor contra o réu e tendo por objeto o bem da vida por ele reclamado; a do
opoente perante o autor-oposto, pretendendo a rejeição do pedido por ele deduzido diante
do réu, ou seja, a declaração de que ele, autor, não tem direito ao bem que reclama; e,
finalmente, a do opoente diante do réu-oposto, tendo por objeto o mesmo bem da vida
que este reclama.
Marcato explica que existem duas modalidades de oposição: interventiva e autônoma. A
primeira é proposta antes do início da AIJ, será processada conjuntamente com a ação
principal, operando-se nesse caso o cumulo objetivo dessas demandas.
Autônoma: proposta depois do início da AIJ. Dá vida a novo processo com seus próprios
autos.
Diferença entre embargos de terceiro e oposição:
Pontos de contato: em ambas as ações fica a critério do interessado ingressar ou não no
processo em curso; ingressando, sua vitória poderá ocasionar o esvaziamento do processo
principal – nos embargos – ou prejudicar o processo em que ocorreu a oposição.
Diferenças:
- No que concerne tanto à estrutura das respectivas relações jurídico-processuais quanto
aos seus objetos e aos limites subjetivos e objetivos da coisa julgada material.
Na oposição o opoente postula pronunciamento sobre o mérito da ação original, nos
embargos o mérito é o ato de constrição judicial que se pretende evitar ou desconstituir.
São distintos os objetos dessas ações: na oposição o opoente postula pronunciamento
sobre o mérito da ação original, que é de natureza material, enquanto os embargos de
terceiro têm como mérito o próprio ato de constrição judicial que se pretende evitar ou
desconstituir.
Citados os opostos, entre eles instaura-se litisconsórcio passivo (originário ou ulterior),
necessário, anômalo e unitário. Passivo, pois os opostos assumirão em relação ao opoente
a condição de réus; necessário, pois a validade da sentença dependerá da citação de ambas
as partes da ação original (NCPC, art. 115, inc. I); anômalo (ou anormal), pois sendo
adversários na ação original, autor e réu posicionam-se como litisconsortes passivos em
relação ao opoente; unitário porque, em relação à pretensão deduzida pelo opoente,
deverá o juiz decidir de modo uniforme para os opostos (art. 116).
Art. 682. Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que
controvertem autor e réu poderá, até ser proferida a sentença, oferecer oposição contra
ambos.
Art. 683. O opoente deduzirá o pedido em observação aos requisitos exigidos para
propositura da ação.
Parágrafo único. Distribuída a oposição por dependência, serão os opostos citados, na
pessoa de seus respectivos advogados, para contestar o pedido no prazo comum de 15
(quinze) dias.
Art. 684. Se um dos opostos reconhecer a procedência do pedido, contra o outro
prosseguirá o opoente.
Art. 685. Admitido o processamento, a oposição será apensada aos autos e tramitará
simultaneamente à ação originária, sendo ambas julgadas pela mesma sentença.
Parágrafo único. Se a oposição for proposta após o início da audiência de instrução, o
juiz suspenderá o curso do processo ao fim da produção das provas, salvo se concluir
que a unidade da instrução atende melhor ao princípio da duração razoável do processo.
Art. 686. Cabendo ao juiz decidir simultaneamente a ação originária e a oposição, desta
conhecerá em primeiro lugar.

Objetivo é o bem objeto do litígio (discorda o opoente tanto do autor como do réu).
Na verdade, é uma ação tendo como autor o opoente e como réus o autor e réu da ação
originária / principal.
O autor da ação de oposição é o opoente e os réus são os opostos.
Os opostos são litisconsortes necessários passivos.
Requisitos
- Necessário que haja um processo já instaurado, em que se discuta coisa ou direito que
seja do interesse do opoente.
- Distribuída a oposição por dependência, deve ela tramitar apensada aos autos do
primeiro processo.

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