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Aula 03

Ética e Conduta no Serviço Público p/ ANS - Técnico Administrativo e Técnico em


Regulação

Professores: Herbert Almeida, Renan Araujo


Ética e Conduta no Serviço Público p/ ANS
Técnico Administrativo e Técnico em Regulação
Teoria e exercícios comentados
Prof. Herbert Almeida – Aula 3

AULA 3: Ética e moral; e


Lei 8.112/1990 (Regime Disciplinar)

Sumário

ÉTICA ............................................................................................................................................................... 2
ÉTICA E MORAL ....................................................................................................................................................... 2
ÉTICA, PRINCÍPIOS E VALORES ..................................................................................................................................... 6
ÉTICA E DEMOCRACIA: EXERCÍCIO DA CIDADANIA ............................................................................................................ 8
ÉTICA E FUNÇÃO PÚBLICA .......................................................................................................................................... 9
LEI 8.112/1990 ................................................................................................................................................23
REGIME DISCIPLINAR .............................................................................................................................................. 23
QUESTÕES COMPLEMENTARES ................................................................................................................................. 41
QUESTÕES COMENTADAS NA AULA ................................................................................................................45
GABARITO.......................................................................................................................................................53
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................................54

Olá pessoal, tudo bem?


Nesta aula, vamos abordar os seguintes itens do edital “Ética e moral.
Ética, princípios e valores. Ética e democracia: exercício da
cidadania. Ética e função pública. Lei nº 8.112/1990 e alterações:
Título IV regime disciplinar (deveres, proibições, acumulação,
responsabilidades e penalidades)”.
Além disso, a aula de hoje não terá muitas questões da Funcab.
Contudo, não se preocupem, irei disponibilizar em material extra as
questões sobre a Lei 8.112/1990, ok?!
Vamos à aula!

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ÉTICA

Ética e moral

Por vezes, o que vemos na atualidade é uma “confusão” entre os


conceitos de moral de ética. O primeiro ponto que leva a essa confusão é
a sua etimologia, as palavras são diferentes, de origem diferente, mas de
significado muito semelhante.
A palavra ética vem do grego ethos e significa caráter distintivo,
disposição, modo de ser adquirido, qualidade do ser. Trata-se,
ademais, de uma disciplina teórica ou um corpo de conhecimentos, assim
como é a biologia, a medicina, a economia, etc. É, portanto, “o
conhecimento dos fatos morais”1.
Por outro lado, a palavra moral vem do latim mos (ou no plural:
mores), que quer dizer costume, conduta, modo de agir, normas
adquiridas por hábito. Por conseguinte, ambas as categorias referem-se
ao conjunto de costumes tradicionais de uma sociedade, a obrigações
sociais, a fenômenos da natureza histórica.
Além disso, e para embaralhar ainda mais, ambas estão estruturadas
em torno de valores. Mas o que seriam valores?
Começaremos entendendo que os valores se dividem, ou seja,
devemos observá-los por dois ângulos: morais e não morais.
Os valores não morais são aqueles que possuem uma base real, um
substrato material (a água, uma roupa, uma sobremesa). Por outro lado,
os valores morais, que são os que nos interessam neste momento, não
possuem substrato material, mas refletem atos e produtos humanos.
Esse é o ponto principal, esses valores são exclusivos do ser humano, pelo
fato de que se parte do pressuposto que esse seja responsável pelo que faz
e que seus atos sejam livres e conscientes. Tais valores podem ser
representados pela justiça, honestidade ou integridade.
Retornando à moral e à ética, embora elas possuam um estreito vínculo
que as une, elas são diferentes. Elas correspondem a realidades afins,
porém diversas.
Nesse âmbito, a moral, enquanto norma de conduta, diz respeito a
situações cotidianas e particulares. A ética, por sua vez, ao menos no

1
Srour, 2012, p. 229.

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que diz respeito aos atos isolados do ser humano, torna-se examinadora
da moral. Assim, podemos dizer que a moral normatiza e direciona a
prática das pessoas; enquanto a ética teoriza sobre as condutas humanas,
estudando a concepção que dá suporte à moral.

O objeto de estudo da ética é a moralidade.

Em outras palavras, a ética constitui o conjunto de valores ou morais


que definem o que é certo e errado. É uma obrigação de considerar não
apenas o bem-estar pessoal, mas o das outras pessoas. A ética estuda
fatos que afetam objetivamente os outros, para o bem ou para o mal.
Desse modo, podemos dizer que a moral representa os costumes,
princípios, convenções da sociedade; e a ética é o que orienta o
comportamento humano perante os seus semelhantes.
Nesse aspecto, mesmo que a ética represente algo maior, cabe analisar
com mais afinco a moral, pois é somente a partir dela que teremos como
definir a melhor alternativa perante a sociedade.
Assim, a moral é o que possibilita um equilíbrio entre os desejos
individuais e os interesses da sociedade, não sendo ela individual em
nenhuma situação, pois envolve relações entre sujeitos. Ademais, os
valores morais expressam uma cultura, variando conforme a sociedade em
que se encontram e, por consequência, moldando-se a essa sociedade a
partir das suas crenças e normas.
Essas normas, verificadas no modo de agir das pessoas, inicialmente
podem parecer individuais, afinal são utilizadas por um sujeito na sua
liberdade de tomar decisões. Todavia, não é possível ignorar que, direta ou
indiretamente, as ações de um sujeito interferem na condição de outros em
sociedade.
Portanto, o que temos é um sujeito capaz de fazer escolhas e se
responsabilizar por elas, mas que processa seus atos (ou não) através de
relações, de forma que cada experiência torna-se fundamental para uma
outra pessoa, sendo o processo ininterrupto.
Nesse momento, outro ponto passa a ser importante: o sujeito em si
é livre para tomar suas escolhas – e teoricamente é –, mas perante a
sociedade, o ato moral depende de condições e circunstâncias, forçando o
sujeito a tomar decisões conscientes. É esse poder de escolha que o ser

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humano possui para coordenar suas ações e decidir acerca de como deve
agir que nos leva a considerá-lo como o verdadeiro agente da moral.
Dessa maneira, a prática moral é verificada em sociedade,
independentemente de seu tamanho e desenvolvimento, sendo os valores
morais emergentes da experiência do grupo humano, formado por todos os
sujeitos singulares que tomaram decisões individuais.
E o processo se inicia de modo que nem é percebido, visto que os
valores que nos orientam são ensinados aos membros desde o início da
vida, pelos demais participantes do grupo em que o sujeito se insere
(escolas, família, igrejas, etc.). Isso significa que a sociedade desempenha
papel fundamental como elemento regulador da própria sociedade e, por
esse motivo, impossibilita que a moral seja vista como uma prática
individual.
Por fim, os valores morais não são criados por acaso, eles servem a
determinado fim. Com isso, a sua manutenção ou modificação, são frutos
de uma estrutura social, política e econômica da sociedade a que o sujeito
se ache vinculado.
Destarte, a construção de uma nova orientação moral exige alterações
profundas na consciência coletiva e nas estruturas de poder. Isso, pois os
valores não serão modificados por si só, eles exigirão uma nova ordem,
uma nova necessidade que justifique o estabelecimento de um novo padrão
a ser seguido, afinal toda uma sociedade se guiará pelas premissas
lançadas.
A ética é um campo do conhecimento, é uma concepção filosófica e,
por isso, não dá uma resposta pronta e definitiva. Pelo contrário, a ética é
especulativa, investigativa e doutrinária, pois busca aprofundar o
debate sobre: “o que é moral?”; “qual(is) o(s) fundamento(s) da moral?”;
“por que ser moral?”; “quais princípios devem orientar a moral?”; etc2.
Ademais, enquanto a ética se expressa na reflexão, no pensamento,
a moral apresenta-se na ação. Por isso, a moral é particular, enquanto a
ética é universal. Isso porque a ética faz um estudo sobre valores e
princípios aplicáveis de forma ampla, enquanto a moral se apresenta em
um tempo e espaço determinado.

2
Bortoleto e Müller, 2014, pp. 13-14.

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A ética é uma ciência que teoriza as condutas


humanas e o conjunto de valores que
orientam o comportamento dos homens.

Para Bortoleto e Müller3:


A moral, portanto, é influenciada por fatores sociais e históricos (espaço-
temporais), havendo diferenças entre os conceitos morais de um grupo para
outro (relativismo), diferentemente da ética que [...] pauta-se pela
universalidade (absolutismo), valendo seus princípios e valores para todo e
qualquer local, em todo e qualquer tempo.

A moral constitui-se como conjunto de normas de conduta que se


apresentam como boas, corretas, ou seja, como expressão do ‘bem’.

Complementam os citados autores ensinando que a ética, enquanto


disciplina filosófica, pode modificar, refinar ou aprimorar valores morais,
isto é, a ética pode incidir ou para alterar as regras morais enraizadas na
sociedade através da avaliação que faz de princípios e valores morais até
então estabelecidos. Terminam exemplificando da seguinte forma: “se
antes a escravidão era moralmente aceitável, hoje, com louvor, já não mais
o é; se antes o homossexualismo era moralmente condenado, hoje, com
acerto, não mais o é”. Portanto, a crítica e a reflexão da disciplina ética
ajuda no desenvolvimento da moral na sociedade.
Os dois quadros abaixo, adaptados da obra de Bortoleto e Müller,
ajudam-nos a consolidar o que vimos acima.
Resumo ética
- ethos (grego): caráter, morada do ser, qualidade do ser;
- disciplina filosófica (parte da filosofia), campo do conhecimento;
- os fundamentos da moralidade e princípios ideais da ação humana;
- ponderação da ação, intenção e circunstância sob manto da liberdade;
- teórica, universal (geral), especulativa, investigativa;
- fornece os critérios para eleição da melhor conduta.
---
Resumo moral
- mos (latim, plural mores): costume;
- regulação (normatização) dos comportamentos considerados como adequados a
determinado grupo social;
- prática (pragmática), particular;
- dependência espaço-temporal (relativa); caráter histórico e social.

3
Bortoleto e Müller, 2014, p. 16.

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Ética, princípios e valores

Valores

Em nossa vida, frequentemente atribuímos um valor aos nossos bens


ou serviços. Por exemplo, sabemos que determinado carro vale R$ 40 mil
(quarenta mil reais); que um apartamento vale R$ 400 mil (quatrocentos
mil reais); que uma viagem ao exterior pode ser realizada por R$ 10 mil
reais; etc. Assim, frequentemente damos valor aos objetos ou serviços que
nos podem ser entregues no nosso dia a dia.
Dessa forma, o valor é uma qualidade que utilizamos para escolher
uma coisa em detrimento de outra. Acima, vimos um parâmetro objetivo
para o valor (por exemplo, o seu o preço), porém, no dia a dia, escolhemos
as coisas com base em parâmetros objetivos e subjetivos.
Explicando melhor, em que pese os objetos já tenham o seu valor por
si só, o sujeito também lhes atribui um valor pessoal. Isso explica porque,
às vezes, duas pessoas podem escolher um presente diferente se lhes forem
dadas as mesmas opções.
Por exemplo, você pode dar dois presentes a uma pessoa: um celular
de R$ 3 mil reais e uma roupa de R$ 200,00 (duzentos reais), mas a pessoa
presenteada acabar gostando mais da roupa. Isso porque, além do
parâmetro objetivo, inerente ao objeto, temos um parâmetro subjetivo,
inerente ao sujeito.
No campo da ética, os valores são atributos ou objetos de escolha
moral, ou seja, são os atributos utilizados para escolher uma conduta de
ação, o que é preferível na organização.
Nessa linha, vejamos os ensinamentos de Elizete Passos4:
Como as organizações em geral, e as empresas em específico, são
microestruturas sociais, partícipes da sociedade, também criam valores,
escolhem caminhos, optam por uma forma de ser e de agir consciente ou
inconscientemente. Essas escolhas são de suma importância, pois os
valores orientam a vida organizacional, não como normas e prescrições
dogmáticas e a priori, mas, como dissemos, como princípios e crenças que
dão uma orientação para a ação uma filosofia que dá o norte às ações
empresariais e, portanto, também ao comportamento das pessoas
que as constituem. (grifos nossos)

Assim, os valores organizacionais são dogmas que orientam as


condutas na administração, que fazem com que as pessoas escolham uma

4
Passos, 2014, p. 52.

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forma de agir em detrimento de outras e, não se limitam a isso, pois
também servem de parâmetro para que os sujeitos julguem as condutas
dos outros. “A partir desses valores cria-se um clima, um ethos
organizacional que faz a empresa ser ao mesmo tempo igual e diferente das
demais. Igual no que compartilha do culturalmente defendido no espaço e
no tempo e diversa naquilo que caracteriza seus sujeitos, em especial quem
a pensa e conduz”5.
Dessa forma, o “valor é o objeto de uma escolha moral, de uma escolha
positivamente moral”6. Assim, quando o servidor escolha a boa conduta em
detrimento da ruim, quando ele escolhe o caminho da eficiência e da
excelência em detrimento da morosidade, diz-se que ele buscou uma
escolha valorosa.
Podemos concluir, assim, que os valores são a referência do que é bom
ou mau. Nesse contexto, a axiologia, que é a ciência dos valores, que
analisar a vida em sociedade, buscando definir o que é certo ou errado.

A axiologia estuda os valores em uma dada


sociedade ou ente.

Princípios

Vimos acima que os valores representam a referência para escolher


uma conduta no lugar de outra. Eis que vem a pergunta: como os valores
são escolhidos ou como se elege aqui que tem ou não valor?
Os princípios formam a fonte de referência para escolher o que existe
de bom. Nas palavras de Bortoleto e Müller7:
O processo de escolha, como todo processo, se faz por princípios. Princípios,
assim, são, de forma geral, pontos de partida ou fundamentos de um
processo. Do ponto de vista filosófico, princípio é o fundamento do ser, do
devir (do vir a ser), do conhecer. Sob a perspectiva especificamente ética,
princípio é a fonte, o substrato em se se funda a ação. (grifos nossos)

São exemplos de princípios éticos a probidade (conduta honesta e


justa); a prudência (cautela e precaução no exercício das atribuições); o

5
Passos, 2014, p. 52.
6
Bortoleto e Müller, 2014, p. 21.
7
Bortoleto e Müller, 2014, p. 21.

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respeito (respeitar a todos, sem discriminações); responsabilidade
(todas as pessoas devem responder pelos seus atos); entre outros.

Virtude

A palavra virtude deriva do latim virtus ou do grego areté e representa


uma qualidade própria do ser humano. A virtude é a propensão do
caráter humana, ou seja, a sua possibilidade de se inclinar para
determinada conduta boa.
No dia a dia, as pessoas são geralmente livres. Cabe a cada um
escolher uma conduta ou outra. Assim, a pessoa virtuosa é aquela que,
diante de sua liberdade, escolhe o bem, atuando sempre com
responsabilidade.
Por exemplo, imagine que você estava concorrendo a uma vaga de
chefia no seu departamento. Porém, a direção de seu órgão preferiu
escolher outro servidor no seu lugar. Diante dessa situação, você acabou
ficando profundamente chateado. Ocorre que os resultados do
departamento dependem profundamente de seu trabalho e, por isso, você
poderá agir morosamente para prejudicar o departamento e, por
conseguinte, prejudicar a atual chefia, ou poderá deixar de lado as
diferenças de lado e atuar com excelência.
As pessoas virtuosas, em tal situação, tendem a atuar sempre com
excelência, independentemente de ter ficado chateado ou não com a
escolha da nova chefia. Portanto, a virtude ocorre quando o servidor
busca o bem, usando a sua liberdade com responsabilidade.

Ética e democracia: exercício da cidadania

O termo democracia possui origem grega, representando o governo do


povo, ou seja, o governo em que o poder possui origem no povo (demos =
povo / kratos = poder).
Nesses termos, a Constituição Federal de 1988 dispõe que a República
Federativa do Brasil constitui-se em Estado Democrático de Direito (art.
1º, caput), sendo que todo o poder emana do povo, que o exerce por
meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos previstos na
Constituição (art. 1º, parágrafo único).
Portanto, a democracia é um regime político em que o povo escolhe
os seus governantes por meio do sufrágio universal, isto é, o sistema de

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eleição em que todas as pessoas consideradas intelectualmente aptas
elegem os seus representantes, independentemente do sexo, etnia, religião
ou classe social.
Voltando ao texto constitucional, podemos verificar que o art. 1º, II,
elege a cidadania como um dos fundamentos do Estado brasileiro. A
cidadania reflete um duplo papel das pessoas em um Estado: os direitos e
os deveres.
Os direitos dos cidadãos variam significativamente de acordo com o
ordenamento jurídico em análise. Contudo, basicamente, consistem no
direito de votar e de eleger seus governantes, de receber do Estado as
condições mínimas de sobrevivência, etc.
Por outro lado, os deveres formam um conjunto de atribuições
cívico-políticas do cidadão em um Estado. Assim, a cidadania expressa-
se pela fiscalização dos políticos; pelo exercício do voto livre, baseado em
convicções e não em troca de benesses (o voto é tanto um direito quanto
um dever do cidadão; pelo respeito aos outros; etc. Em síntese, o exercício
da cidadania depende significativamente da educação da população, que
deve tomar condutas que fortaleçam o convívio em sociedade, que tornem
o Estado mais forte.
São várias as expressões da cidadania, como por exemplo quando se
exige a emissão de uma nota fiscal, permitindo que os tributos sejam
devidamente recolhidos; quando não se sonega impostos; quando se
mantém as ruas limpas; etc. Todas essas são formas de fortalecer a
sociedade, dando condições para o Estado promover uma vida melhor para
todos.
Dessa forma, a cidadania e a ética se relacionam profundamente: “o
exercício da cidadania, como gozo de direitos e desempenho de deveres,
deve pautar-se por contornos éticos: o exercício da cidadania deve
materializar-se na escolha da melhor conduta tendo em vista o bem
comum, resultando em uma ação moral como expressão do bem”8.

Ética e função pública

Quando se fala em ética e função pública, normalmente as bancas


cobram conteúdos relacionados aos diversos códigos de éticas aplicáveis ao
setor público e seus servidores e dirigentes. Assim, podemos dizer que já

8
Bortoleto e Müller, 2014, p. 21.

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abordamos os conteúdos mais exigidos, mas vamos fazer as últimas
considerações.
As condutas dos indivíduos, sejam dentro ou fora do exercício das
atribuições públicas, refletem em sua ética. Isso porque não há como se
separar o “eu público” do “eu privado”. Exatamente por isso que, na esfera
federal, o Código de Ética dos servidores dispõe que “A função pública deve
ser tida como exercício profissional e, portanto, se integra na vida
particular de cada servidor público. Assim, os fatos e atos verificados
na conduta do dia-a-dia em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir
o seu bom conceito na vida funcional”.
Assim, a ética não tem como dissociar a vida pública e a vida privada
dos agentes públicos, que devem pautar, diariamente, as suas ações por
preceitos morais.
Outro ponto relevante é que o os agentes públicos possuem um papel
fundamental de promoção do bem comum e de acesso aos direitos
fundamentais das pessoas. Por isso, os agentes devem não só entender
esse papel, como também devem ter como foco a efetivação dos direitos
fundamentais das pessoas.
No mais, as questões de ética e função pública são bem lógicas e, por
isso, é mais interessante partirmos para a resolução de questões ao invés
de apresentarmos meras especulações teóricas.
Dessa forma, vamos resolver questões sobre os assuntos abordados
acima.

1. (Cespe - SESA-ES/2013) A moralidade da administração pública se caracteriza


por
a) limitar-se à distinção entre o bem e mal.
b) se encerrar sempre na legalidade da conduta humana.
c) ter como alicerce a finalidade da ação pública.
d) não se limitar à distinção entre o bem e o mal.
e) buscar sempre o bem individual e coletivo.
Comentário: apesar de ter sido elaborada com base no Decreto 1.171/1994,
que aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder

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Executivo Federal, essa questão serve como um parâmetro geral para o
estudo do conceito de moral. De acordo com o mencionado Código, o “A
moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e
o mal, devendo ser acrescida da idéia de que o fim é sempre o bem comum. O
equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é
que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo”.
Assim, a moralidade vai além da distinção entre o bem e o mal, acrescendo o
sentido de bem comum.
Gabarito: alternativa D.

2. (Cespe – INPI/2013) Ética é a parte da filosofia que estuda os fundamentos da


moral e os princípios ideais da conduta humana.
Comentário: isso mesmo. A ética é a ciência que estuda o comportamento
moral dos homens na sociedade.
Gabarito: correto.

3. (Cespe – Admin/SUFRAMA/2014) Entre outros aspectos, a moral pessoal é


formada pela cultura e tradição do grupo ao qual o indivíduo está inserido.
Comentário: os valores morais expressam uma cultura que é repassada pelos
membros do grupo em que o sujeito está inserido. Dessa forma, eles emergem
do grupo humano e vão se cristalizando nos indivíduos singulares.
Gabarito: correto.

4. (Cespe – AnaTA/SUFRAMA/2014) O conceito de ética, que está vinculado aos


valores sociais, sofre alterações com o passar do tempo, ao passo que a moral, por
estar relacionada à tradição de um povo, é imutável.
Comentário: tivemos uma troca aqui. A ética é responsável por definir um
padrão, o que é certo e errado e, por esse motivo é imutável, permanente. Por
outro lado, a moral advém da sociedade e sempre que está se altera, seus
valores também são alterados. Assim, a ética não sofre alterações, ao passo
que a moral sofre.
Gabarito: errado.

5. (Cespe - Ag Adm/SUFRAMA/2014) A moral, concebida como conjunto de


regras de conduta admitidas em determinada época ou por um grupo de pessoas,
não exclui a existência de um caráter pessoal relacionado a tais regras e
evidenciado principalmente após o aprimoramento do pensamento abstrato e da
reflexão crítica do indivíduo sobre os valores herdados.

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Comentário: isso mesmo. O sujeito individual possui a livre escolha. Isso quer
dizer que ele pode optar segundo os seus valores, história pessoal e sua
herança familiar. Contudo, o conhecimento humano se processa através de
relações e estas o “forçam” a tomar decisões conscientes. Portanto, a moral
será concebida em sociedade, repassada e julgada pessoalmente por cada
indivíduo do grupo.
Gabarito: correto.

6. (Cespe – TA/ICMBio/2014) Vive orientada pela ética a pessoa que pauta sua
vida na busca de auxiliar as pessoas que a cercam de modo que tanto ela quanto
essas pessoas vivam da melhor maneira possível.
Comentário: perfeito! A ética preocupa-se com a vida em sociedade, uma vez
que o homem é um ser social por natureza. Dessa forma, auxiliar as pessoas
que nos cercam para, dessa forma, promover um modo de vida melhor, é uma
forma de se orientar pela ética.
Gabarito: correto.

7. (Cespe – TBN/CEF/2014) O alvo da reflexão ética é a conduta humana,


avaliada a partir de valores construídos em sociedade.
Comentário: aos poucos tudo fica mais claro, não é mesmo? A moral é
representada pelos valores construídos em sociedade, e a ética estuda a
moral. Logo, o alvo da reflexão ética é a conduta humana em sociedade.
Gabarito: correto.

8. (Cespe – AnaTA/CADE/2014) A compaixão, a beneficência e a honestidade


são características comportamentais eticamente aceitas, ressalvando-se os casos
em que não se pode garantir que haja algum benefício para o agente da ação.
Comentário: os três valores apresentados representam comportamentos
éticos. Todavia, exige-se um comportamento ético independentemente de
haver, ou não, benefício direto para o agente da ação.
Gabarito: errado.

9. (Cespe – AnaTA/CADE/2014) A ética, campo de reflexão acerca das atividades


dos seres humanos, é encarregada de levar os valores morais, como certo e errado,
a serem fundamentados e exercitados no contexto das relações humanas.
Comentário: a ética teoriza sobre as condutas, as atividades dos seres
humanos, e estuda as concepções que dão suporte à moral. Em outras
palavras, determina qual o padrão “moral” a ser seguido pela sociedade.

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Gabarito: correto.

10. (Cespe - Tec APU/TC-DF/2014) Os valores morais são historicamente


construídos pelas sociedades, como forma de organizar a convivência e garantir,
tanto quanto possível, o bem-estar do indivíduo consigo mesmo e em suas relações
com as outras pessoas.
Comentário: outra questão que trata da escolha individual como benefício
próprio e coletivo.
É isso mesmo, o agente da ação reflete sobre o seu agir e busca orientar a sua
prática de forma consciente para que lhe seja significativo, útil e funcional,
sem, no entanto, deixar de lado a premissa de que o interesse coletivo é
importante.
Gabarito: correto.

11. (Cespe – TBN/CEF/2014) Os valores morais refletem decisões tomadas no seio


da sociedade acerca do conceito comum de vida boa. Esses valores acarretam um
conjunto de proibições e permissões que determinam o que é moralmente
importante não apenas para aqueles que partilham e reconhecem esses comandos
éticos, mas, universalmente, para todos os seres humanos.
Comentário: a moralidade não é universal. Isso porque o que pode ser
reconhecido como moral para um grupo social pode não ser para outro.
Podemos ver, como exemplo, os valores morais que determinados grupos
religiosos compartilham, que nem sempre são aceitos por outros grupos. A
ética, por outro lado, como ramo filosófico, é universal, pois reflete sobre as
condutas de toda a sociedade.
Gabarito: errado.
12. (Cespe - Agente Administrativo/CADE/2014) A axiologia estuda o fenômeno
da atribuição de valores, por parte do sujeito, a um ente qualquer.
Comentário: a axiologia é a ciência que estuda os valores, buscando definir o
que é certo ou errado. Logo, podemos dizer que ela verifica a atribuição de
valores que os sujeitos fazem em determinada sociedade ou ente. Portanto, o
item está correto.
Gabarito: correto.
13. (Cespe - Técnico APU/TC-DF/2014) Evitar a corrupção e denunciá-la sempre
que dela tiver conhecimento é dever do cidadão, visto que cidadania implica não
apenas o gozo de direitos, mas também o cumprimento de obrigações amparadas
nas normativas legais e morais da sociedade.

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Comentário: o exercício da cidadania relaciona-se diretamente com a vida em
sociedade, com a busca por uma vida mais digna, honesta e justa. Assim, todo
o cidadão deve contribuir para a melhoria do Estado, denunciando e evitando
a corrupção, fiscalizando os atos públicos, exigindo o recolhimento de
tributos, participando da elaboração das políticas públicas, etc.
Assim, podemos verificar que a questão está correta, pois a cidadania reflete
um conjunto de direitos e obrigações, dentre os quais encontra-se o dever de
evitar e denunciar a corrupção sempre que dela tiver conhecimento.
Como podemos verificar, quando se fala em ética e cidadania, devemos ter
um enfoque mais amplo do que o campo legalidade. Isso porque, no meio
legal, o cidadão não tem o dever (obrigação) de evitar a corrupção, pois para
isso existem os órgãos e agentes públicos competentes. No entanto, no
campo do exercício da cidadania, podemos dizer sim que isso é um dever do
cidadão.
Gabarito: correto.
14. (Cespe – Engenheiro/CEF/2014) Os valores de uma organização representam
suas características intrínsecas e, por isso, são inalteráveis.
Comentário: podemos dizer que os valores refletem as características
intrínsecas (internas) da organização. No entanto, esses valores podem ser
modificados, de acordo com as prioridades, ambiente, tempo e outros fatores
organizacionais.
Gabarito: errado.
15. (Cespe – APF/Polícia Federal/2014) Se uma autoridade administrativa proibir
o uso de bermudas ou shorts nas dependências de determinada repartição pública
e essa vedação causar indignação entre seus subordinados, constatar-se-ão, nessa
hipótese, indícios de desvio ético na conduta do gestor.
Comentário: essa veio de graça. Disciplinar o uso de vestimentas no serviço
público é uma conduta desejável. Assim, além de ético, é devido ao gestor
impor o uso de vestimentas adequadas. Assim, não há nada de errado em
proibir o uso de bermudas, ou seja, não existe nenhum desvio ético.
Ademais, podemos mencionar ainda, como exemplo, o Código de Ética dos
Servidores Públicos Federais que dispõe que é dever fundamental do servidor
público “apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercício
da função” (Código de Ética, XIV, “p”).
Gabarito: errado.
16. (ESAF - ATA MF/2014) Assinale a opção correta.

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a) A palavra Ética tem origem latina, e significa bom costume.
b) A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o
mal, devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum.
c) Não corresponde a uma atitude cidadã a cobrança de nota fiscal, quando se
adquire determinado bem.
d) Os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia na vida privada do servidor
público não poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional.
e) Entre as principais características da moral, está a de que não é temporal, não
se modificando ao longo do tempo.
Comentário:
a) a palavra ética vem do grego ethos e significa caráter distintivo, disposição,
modo de ser adquirido – ERRADA;
b) perfeito! O modo de agir das pessoas, a princípio, pode parecer
absolutamente individual, por representar a escolha de um indivíduo. Porém,
a sociedade desempenha um papel fundamental, repassando seus valores e
regulando o comportamento do sujeito. Em outras palavras, definindo qual o
tipo de conduta necessária, e melhor aceita, à sociedade. Ademais, a
alternativa corresponde ao item III do Decreto 1.171/94 (Código de Ética
Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal) –
CORRETA;
c) a cobrança de nota fiscal é sim uma atitude cidadã. Com isso, o sujeito exige
o cumprimento da lei, evitando a sonegação de impostos e, com isso,
permitindo o aprimoramento da ação estatal – ERRADA;
d) outro item que corresponde ao Código de Ética dos Servidores Federais “VI
- A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se
integra na vida particular de cada servidor público. Assim, os fatos e atos
verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada poderão acrescer ou
diminuir o seu bom conceito na vida funcional” – ERRADA;
e) a imutabilidade é característica da ética. A moral, por outro lado, modifica-
se com o tempo – ERRADA.
Gabarito: alternativa B.

17. (FCC – Caixa/Contador/2011) A respeito dos conceitos de ética, moral e


virtude, é correto afirmar:
a) A vida ética realiza-se no modo de viver daqueles indivíduos que não mantêm
relações interpessoais.

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b) Etimologicamente, a palavra moral deriva do grego mos e significa
comportamento, modo de ser, caráter.
c) Virtude deriva do latim virtus, que significa uma qualidade própria da natureza
humana; significa, de modo geral, praticar o bem usando a liberdade com
responsabilidade constantemente.
d) A moral é influenciada por vários fatores como, sociais e históricos; todavia, não
há diferença entre os conceitos morais de um grupo para outro.
e) Compete à moral chegar, por meio de investigações científicas, à explicação de
determinadas realidades sociais, ou seja, ela investiga o sentido que o homem dá a
suas ações para ser verdadeiramente feliz.
Comentário: a virtude deriva do latim virtus, representando a qualidade
própria da natureza humano. A virtude é, pois, a inclinação para praticar o
bem, as qualidades próprias de cada um que fazem com que o bem seja a
atitude preferível. Dessa forma, podemos perceber que a alternativa C está
correta, uma vez que a virtude significa, de forma geral, praticar o bem usando
a liberdade com responsabilidade constantemente.
Vejamos as demais opções:
a) a alternativa não faz o mínimo sentido. A ética é o modo de ser, o caráter –
ERRADA;
b) o modo de ser e o caráter são termos relacionados com o conceito de ética
– ERRADA;
d) a moral se modifica em cada grupo social – ERRADA;
e) é a ética que deve explicar de determinadas realidades sociais, utilizando-
se de investigações científicas – ERRADA.
Gabarito: alternativa C.

18. (FUNCAB - Analista Socioeducador/SEDS-TO/2014) A correlação entre ética


e setor público se revela equivocadamente na seguinte proposição:
a) O trabalho no setor público exige formação continuada e a melhor contribuição
para a prestação do serviço público.
b) A lealdade institucional caracteriza identificação e dedicação aos propósitos do
ente público, mas também é dever.
c) Os agentes devem ter consciência de sua função promocional dos direitos
fundamentais e atuar de modo a efetivar tais direitos.
d) A ética pública integra a formação do servidor público, embora por necessidades
cotidianas nem sempre deva orientar-se por ela.

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Comentário: essa é uma questão bem lógica, lembrando que devemos
escolher a opção INCORRETA. Vejamos:
a) o servidor público deve estar em constante formação. Ainda que ele possua
a formação para o cargo, o conhecimento encontra-se em constante evolução,
exigindo, portanto, um aperfeiçoamento contínuo. Assim, será possível, cada
vez mais, melhorar a prestação do serviço público – CORRETA;
b) a lealdade institucional é um conceito relacionado com a organização do
Estado, particularmente na relação entre os três Poderes (Legislativo,
Executivo e Judiciário). Assim, ele se apresenta em duas obrigações
principais: (i) um Poder não deve obstar, de forma arbitrária, o exercício das
competências do outro – obs.: os Poderes possuem meios legítimos de
controlar um ao outro, mas o que se quer vedar aqui são as interferências
arbitrárias –; (ii) os Poderes devem contribuir para o funcionamento eficiente
do sistema de governo. Logo, além de ser um dever, a lealdade institucional
caracteriza identificação e dedicação aos propósitos do ente público –
CORRETA;
c) os agentes públicos devem ter a consciência de que devem promover os
direitos fundamentais, efetivando os direitos da população – CORRETA;
d) a ética pública realmente integra a formação do serviço público, mas ele
deve orientar os agentes públicos em todos os momentos, nem uma exceção
pode justificar a atuação fora dos ditames éticos – ERRADA.
Gabarito: alternativa D.

19. (FUNCAB - Técnico em Defesa Social/SEDS-TO/2014) A ética se apresenta


como uma reflexão crítica sobre:
a) política.
b) moralidade.
c) ação.
d) trabalho.
Comentário: a ética é uma disciplina filosófica que tem como objeto de estudo
a moralidade. Assim, a ética estuda o comportamento humano, tendo como
foco a moralidade, especulando, investigando e doutrinando sobre aquilo que
pode ser considerado como moral. Logo, a nossa resposta é a letra B.
A política e o trabalho, sem dúvidas, também são analisadas pela ética, mas
de modo acessório, pois não representam o seu objeto de estudo. Por outro
lado, a ação é o objeto da moralidade, que possui um aspecto pragmático.
Assim, as letras A, C e D estão erradas.

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Gabarito: alternativa B.

20. (FUNCAB - Assistente Socioeducativo/SEDS-TO/2014) Em busca do


comprometimento com o cidadão usuário e com a eficiência, a Administração
Pública vem realizando esforços para que seus agentes conheçam a ciência que
teoriza sobre as condutas humanas e sobre o conjunto de valores que devem
orientar o comportamento dos homens em relação aos seus semelhantes. Tal
ciência denomina-se:
a) moral
b) ética
c) reflexologia.
d) principiologia.
Comentário: a ética é uma ciência que tem como objeto a moralidade. Dessa
forma, ela teoriza as condutas humanas e o também o conjunto de valores que
orientam o comportamento dos homens. Por isso, o nosso gabarito é a opção
B.
A moral, conforme já discutimos, não se insere no campo teórico, mas sim na
ação, no campo prático.
A principiologia é o estudo dos princípios, enquanto a reflexologia é o estudo
dos reflexos humanos. Logo, os dois conceitos também não se relacionam
com o enunciado da questão.
Gabarito: alternativa B.

21. (CONSULPAM - Auxiliar Administrativo/SURG/2014) As questões éticas


estão cada vez mais visíveis na cena pública brasileira dada a multiplicação de
casos de corrupção e, sobretudo, a reação da sociedade frente a tal grau de
desmoralização das relações sociais e políticas. Com os escândalos e as denúncias
de corrupção expostas pela mídia, refletir sobre essas questões traz à tona os
conceitos éticos que envolvem a busca por melhores ações tanto na vida pessoal
como na vida pública. A partir da leitura do texto, pode-se inferir que:
a) A ética é pautada na vida pessoal e pública do indivíduo.
b) A conduta do ser humano é reflexo das relações de poder estabelecidas pela
sociedade.
c) A conduta ética é reflexo apenas da vida pessoal do indivíduo.
d) A conduta ética é reflexo apenas da vida pública do indivíduo.
Comentário: a ética na vida pessoal e no exercício da função pública são
indissociáveis. Por isso, as ações pessoais do agente público refletem da sua

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vida pública, motivo pelo qual ele deve, diuturnamente, zelar por um
comportamento ético. Logo, está correta a letra A.
A conduta do ser humano é reflexo dos preceitos éticos, dos valores ou
daquilo que é entendido como moralmente correta na sociedade. Logo, a letra
B está errada.
As letras C e D limitaram a aplicação da ética, motivo pela qual estão erradas.
Gabarito: alternativa A.

22. (IDECAN - Agente Administrativo/AGU/2014) Sobre ética e moral, marque V


para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) A ética, como parte da filosofia, é um tipo de saber que justifica conceitualmente
as ações do homem, considerado ser livre e racional, capaz de dar para si mesmo
um conjunto de normas e valores a serem respeitados.
( ) A ética e a moral dizem respeito tanto ao âmbito subjetivo, das escolhas pessoais,
quanto ao da vida coletiva, e se ocupam de temas como a responsabilidade
individual, a justiça, o juízo sobre as leis e as instituições fundamentais de nossa
sociedade, entre outros.
( ) A moral é o campo dos comportamentos espontâneos e das reações
involuntárias, determinados por fatores biológicos e psicológicos, que não são
modificáveis, pois não são passíveis de argumentação e validação.
A sequência está correta em
a) V, V, F.
b) V, F, F.
c) F, V, V.
d) F, V, F.
e) F, F, V.
Comentário: o primeiro item está correto, uma vez que a ético é um campo da
filosofia, que estuda as ações humanas, buscando justificá-las de forma
conceitual.
O segundo item também está correto. A ética e a moral se inserem na vida
individual (subjetiva) e também na vida coletiva. A responsabilidade
individual, a justiça, o juízo sobre as leis e as instituições fundamentais de
nossa sociedade são campos que se inserem na ética e na moral. Conforme
podemos observar, o item é mais lógico do que teórico.
Por fim, o último item está errado, tendo em vista que a moral se modifica
conforme o tempo, espaço ou grupo social envolvido.

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Assim, os dois primeiros itens estão corretos, enquanto o último está errado.
Gabarito: alternativa A.

23. (FUNCAB - Agente Administrativo/PRF/2014) Os conceitos de ética e moral,


embora próximos, não são idênticos. Uma das distinções possíveis entre tais
concepções está fundada na constatação de que:
a) a ética é o estudo geral do que é bom ou mau, sendo seu objetivo maior o
estabelecimento de regras. A moral, ao contrário, não se vincula a costumes e
hábitos porque não guarda correlação com aspectos prescritivos ou impositivos.
b) a moral incorpora as regras adquiridas para a vida em sociedade, enquanto a
ética reflete sobre as regras morais vigentes sem, contudo, contestar a conveniência
ou a exigibilidade de tais normas.
c) a moral é um conjunto de normas apreendidas no processo de socialização e que
regula a conduta dos indivíduos em sua convivência. A ética é uma ponderação
teórica sobre a moral cujo objetivo é discutir e fundamentar reflexivamente as
normas morais.
d) quando um determinado sujeito reflete sobre uma norma moral e a considera
equivocada ou ultrapassada, faz exercício de sua consciência moral, inexistindo na
hipótese qualquer consideração que se possa vincular ao conceito de ética.
e) a ética se caracteriza como conjunto de costumes e hábitos de um grupo social,
atuando sobre o comportamento do indivíduo que interage socialmente. A moral é
um conjunto de valores sociais universais que não se materializam em padrões de
conduta.
Comentário: vamos analisar cada opção:
a) a ética realmente é o estudo geral do que é bom ou mau. Porém, a moral se
relaciona sim com costumes e hábitos e, além disso, a moral possui relação
com aspectos prescritivos e impositivos, ou seja, de orientação e imposição
de condutas aceitáveis – ERRADA;
b) e ética é uma ciência e um ramo da filosofia e, como tal, deve continuamente
contestar as normas vigentes – ERRADA;
c) essa opção é muito interessante. A moral, conforme já discutimos, se insere
na prática e, portanto, retrata um conjunto de normas que orientam a vida dos
indivíduos e de sua convivência em sociedade. Por outro lado, a ética faz uma
ponderação teórica da moral, discutindo e refletindo sobre as normas morais.
Portanto, o item está perfeito e resumo muito bem as diferenças entre ética e
moral – CORRETA;
d) a reflexão da norma moral se insere diretamente com o conceito da ética –
ERRADA;

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e) a questão fez a inversão, uma vez que a moral é que se caracteriza como o
“conjunto de costumes e hábitos de um grupo social, atuando sobre o
comportamento do indivíduo que interage socialmente”, ao passo que a ética
retrata um conjunto de “valores sociais universais”. Todavia, o trecho final
também é questionável, tendo em vista que a ética, por refletir na moral,
poderá materializar os padrões de conduta indiretamente – ERRADA.
Gabarito: alternativa C.

24. (IADES - Técnico Jurídico/PG-DF/2011) Assinale a alternativa que estabelece


corretamente as características de moral.
a) A moral resulta do conjunto de leis, costumes e tradições de uma sociedade e é
subordinada a ética comportamental definida em regras constitucionais.
b) Entende-se por moral, um conjunto de regras consideradas válidas para uma
maioria absoluta, que valem-se dela para impor conduta ética aos demais cidadãos.
c) A moral é mutável e varia de acordo com o desenvolvimento de cada sociedade.
Ela norteia os valores éticos na Administração Pública.
d) A moral é mais flexível do que a lei, por variar de indivíduo para indivíduo, e afeta
diretamente a prestação dos serviços públicos por criar condições para uma ética
flexível no atendimento às necessidades básicas da população.
e) A ética confunde-se com a moral como um dos parâmetros para a avaliação do
grau de desenvolvimento de determinada sociedade e, consequente, padronização
da prestação dos serviços públicos comunitários.
Comentário:
a) a moral representa os costumes, princípios, convenções da sociedade, sem
que isso se constitua em leis. São regras sócias, sem que tenham, no entanto,
forma constitucional, sem que obriguem o indivíduo a seguir o que é
estipulado – ERRADA;
b) de fato, os valores morais emergem da experiência do grupo humano,
formado por todos os sujeitos singulares que tomaram decisões individuais.
O erro da alternativa está no fato de que não é possível impor uma conduta ao
indivíduo, ele sempre terá opção de escolha – ERRADA;
c) isso mesmo. A moral é relativa e ganha a forma da sociedade que a “criou”.
Ademais, é ela que norteia, que regula os comportamentos considerados
como adequados – CORRETA;
d) a moral não varia de indivíduo para indivíduo, mas sim de acordo com o
meio, sociedade, tempo em que se insere – ERRADA;

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e) a ética e a moral, embora semelhantes, são conceitos que não devem ser
confundidos, tendo em vista que cada um possui significado próprio –
ERRADA.
Gabarito: alternativa C.

25. (FESMIP-BA - Analista de Sistemas/MPE-BA/2011) Examine as assertivas


abaixo.
I. Assim como a palavra “moral” vem do latim (mos, moris), a palavra “ética” vem do
grego (ethos) e ambas se referem a costumes, indicando as regras do
comportamento, as diretrizes de conduta a serem seguidas.
II. A moral social trata dos valores e das normas de conduta que são exigidas do
indivíduo para realizar sua personalidade.
III. As normas éticas são aquelas que prescrevem como o homem deve agir.
IV. A norma ética possui, como uma de suas características, a impossibilidade de
ser violada.
Assinale a alternativa que contém as assertivas corretas.
a) I e II.
b) I e III.
c) I e IV.
d) II e III.
e) II e IV.
Comentário: a palavra ética vem do grego ethos e significa caráter distintivo,
disposição, modo de ser adquirido, qualidade do ser. Por outro lado, a palavra
moral vem do latim mos (ou no plural: mores), que quer dizer costume,
conduta, modo de agir, normas adquiridas por hábito. Por conseguinte, ambas
as categorias referem-se ao conjunto de costumes tradicionais de uma
sociedade, a obrigações sociais, a fenômenos da natureza histórica (correta a
afirmativa I).
Da mesma forma, por se referir a condutas de uma sociedade, a moral social
não é exigida na realização da personalidade do indivíduo (errada a afirmativa
II), mas sim no conjunto em que ele está inserido (correta a afirmativa III).
Por fim, como mencionamos na aula, o indivíduo possui liberdade em suas
escolhas, assim sendo, é possível que a norma ética seja violada pelas
atitudes escolhidas por quem executa. Isso quer dizer, que embora existam
padrões a serem seguidos, nada obriga a pessoa a seguir esses padrões
(errada a afirmativa IV).

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Finalizando, temos: I – correta; II – errada; III – correta; e IV – errada (alternativa
B).
Gabarito: alternativa B.

LEI 8.112/1990

Regime disciplinar

O regime disciplinar dos servidores públicos está disposto no Título IV


da Lei 8.112/1990 (artigos 116 a 182). Nesse Título, encontramos os
deveres e proibições dos servidores, as penalidades a que estão sujeitos e
as regras sobre as responsabilidades.

Deveres

Os deveres são as obrigações ou condutas que os agentes devem


adotar em conjunto com as suas atribuições funcionais. Na Lei 8.112/1990,
eles estão dispostos no art. 116, nos seguintes termos:
Art. 116. São deveres do servidor:
I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;
II - ser leal às instituições a que servir;
III - observar as normas legais e regulamentares;
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;
V - atender com presteza:
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as
protegidas por sigilo;
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de
situações de interesse pessoal;
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao conhecimento
da autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao
conhecimento de outra autoridade competente para apuração;
VII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público;
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;
IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa;
X - ser assíduo e pontual ao serviço;
XI - tratar com urbanidade as pessoas;
XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.

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Conforme podemos observar, o inciso XII determina que o servidor
público deve representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de
poder. Nessa linha, o parágrafo único do mesmo artigo dispõe que essa
representação será encaminhada pela via hierárquica, ou seja, o servidor
público deve encaminhá-la para o seu superior imediato. Contudo, a
apreciação será feita pela autoridade superior àquela contra a qual foi
formulada a representação, assegurando-se ao representando ampla
defesa.
Com efeito, também é dever do servidor cumprir as ordens
superiores, com exceção apenas daquelas ordens consideradas
manifestamente ilegais (inc. IV). Além disso, deve o servidor público
levar as irregularidades de que tiver ciência, em razão do seu cargo, ao
conhecimento da autoridade superior ou, quando houver suspeita de
envolvimento desta, ao conhecimento de outra autoridade competente para
apuração (inc. VI).
Da análise conjunta desses dispositivos, podemos perceber que,
sempre que receber uma ordem, o servidor público terá algum dever a
cumprir. Em regra, ele deve cumprir a ordem emanada da autoridade
superior. Porém, quando receber uma ordem manifestamente ilegal, ele
deverá abster-se de cumpri-la; devendo, por outro lado, levar a
conhecimento da autoridade superior – ou, quando esta for suspeita de
envolvimento, de outra autoridade competente para realizar a apuração.
Portanto, ou o servidor cumpre a ordem, ou representa a outra autoridade
quando for manifestamente ilegal.

Proibições

As proibições são condutas vedadas aos servidores públicos, estando


enumeradas no art. 117 da Lei 8.112/1990. Interessante notar que o
Estatuto prevê, para cada proibição, um tipo de penalidade.

Assim, vamos descrever, abaixo, as proibições em


conjunto com as respectivas penalidades aplicáveis9.

9
O quadro destina-se apenas a demonstrar as penalidades previstas para o cometimento das proibições.
Contudo, veremos ainda nesta aula que existem outras hipóteses de aplicação das penas previstas na Lei
8.112/1990, além das decorrentes de cometimento das proibições.

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 A pena de advertência será aplicada no caso de violação das seguintes proibições
(no caso de reincidência, o servidor poderá sofrer a pena de suspensão):
a) ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do
chefe imediato;
b) retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer
documento ou objeto da repartição;
c) recusar fé a documentos públicos;
d) opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou
execução de serviço;
e) promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;
f) cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o
desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu
subordinado;
g) coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação
profissional ou sindical, ou a partido político;
h) manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge,
companheiro ou parente até o segundo grau civil;
i) recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado.

 A pena de suspensão será aplicada no caso de reincidência do cometimento das


vedações acima e também quando o servidor infringir as seguintes proibições:
a) cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto
em situações de emergência e transitórias;
b) exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do
cargo ou função e com o horário de trabalho.
 A penalidade de demissão será aplicada no caso de infringência das seguintes
proibições:
a) receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em
razão de suas atribuições;
b) aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;
c) praticar usura sob qualquer de suas formas (isto é, cobrar juros excessivos,
superiores aos praticados no mercado);

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d) proceder de forma desidiosa;
e) utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades
particulares;
f) participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada
ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista,
cotista ou comanditário.
Esta última penalidade não se aplica nos seguintes casos: (a) participação nos
conselhos de administração e fiscal de empresas ou entidades em que a União
detenha, direta ou indiretamente, participação no capital social ou em sociedade
cooperativa constituída para prestar serviços a seus membros; e (b) gozo de licença
para o trato de interesses particulares, observada a legislação sobre conflito de
interesses.
 Aplicar-se-á a pena de demissão e incompatibilidade do ex-servidor para nova
investidura em cargo público federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos, no caso de
cometimento das seguintes proibições:
a) valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento
da dignidade da função pública;
b) atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo
quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes
até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro.

Vejamos como isso aparece em provas.

26. (Cespe – AJ/CNJ/2013) O servidor que carregar consigo documentos


institucionais sem prévia autorização não poderá sofrer penalidade se for
constatado que não havia ninguém responsável por autorizar a retirada dos
documentos.
Comentário: o art. 117, II, estabelece que o servidor não pode retirar, sem
prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da
repartição. Portanto, ele não pode simplesmente alegar que não havia
ninguém para autorizá-lo, uma vez que a retirada de documentos da repartição
sempre depende da devida autorização.

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Gabarito: errado.

Acumulação

A acumulação já foi mencionada em várias partes de nosso curso.


Contudo, vamos esmiuçar o assunto.
De acordo com a Constituição Federal, é vedada a acumulação
remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de
horários, a acumulação:
a) de dois cargos de professor;
b) de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com
profissões regulamentadas.
Ademais, a proibição de acumular se estende a cargos, empregos e
funções em autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades
de economia mista da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos
Territórios e dos Municípios (art. 118, §1º).
Com efeito, a acumulação, ainda que lícita, deve possuir
compatibilidade de horários.
Ademais, será considerada proibida a acumulação de cargo ou
emprego público em que se tenha a percepção de vencimento e de
proventos da inatividade, exceto quando os cargos de que decorram essas
remunerações forem acumuláveis na atividade.
Prosseguindo, o art. 119 da Lei dispõe que o servidor não poderá
exercer mais de um cargo em comissão, exceto quando:
 for nomeado para ter exercício, interinamente, em outro cargo de
confiança, devendo optar pela remuneração de um deles durante o
período da interinidade;
 for remunerado pela participação em órgão de deliberação coletiva.
Todavia, isso não se aplica à remuneração devida pela participação em
conselhos de administração e fiscal das empresas públicas e sociedades de
economia mista, suas subsidiárias e controladas. O mesmo é válido para
quaisquer empresas ou entidades em que a União, direta ou indiretamente,
detenha participação no capital social, observado o que, a respeito, dispuser
legislação específica.

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Fechando o assunto, nas hipóteses em que a acumulação é permitida,
quando o servidor estiver investido em cargo de provimento em comissão,
deverá ficar afastado de ambos os cargos efetivos, salvo o caso em que
houver compatibilidade de horário e local com o exercício de um deles,
declarada pelas autoridades máximas dos órgãos ou entidades envolvidos
(art. 120).
Vamos explicar melhor. Imagine que Pedro acumule licitamente dois
cargos efetivos e acabou sendo designado para ocupar um cargo em
comissão de diretor de uma unidade administrativa. Nessa situação, a regra
é que Pedro fique afastado dos dois cargos efetivos, ou seja, ele ocupará
unicamente o cargo em comissão. No entanto, o Estatuto permite que Pedro
acumule o cargo em comissão com um único cargo efetivo, desde
que exista compatibilidade de horário e local com o exercício, declarada
pelas autoridades máximas dos órgãos ou entidades envolvidos.

Responsabilidades

Pelo exercício irregular de suas atribuições, o servidor público poderá


responder nas esferas civil, penal e administrativa (art. 121).
Basicamente, a esfera civil decorre da ocorrência de dano e consiste no
respectivo ressarcimento; a espera penal ocasiona a aplicação de sanções
penais (p. ex.: detenção); por fim, a esfera administrativa decorre da
prática dos ilícitos administrativos, previstos no Estatuto dos Servidores.
Assim, justamente por possuírem fundamentos diversos, a regra é que
cada uma dessas instâncias seja independente. Portanto, um mesmo
servidor público poderá ser condenado simultaneamente a ressarcir o dano
(esfera civil), sofrer a pena de demissão (esfera administrativa) e ainda ser
condenado à prisão (esfera penal). É possível, por outro lado, que um
servidor seja condenado civil e administrativamente, mas absolvido no
processo penal. Logo, existem várias combinações possíveis. Todavia,
veremos, adiante, que a regra da independência das instâncias possui
algumas exceções.
A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo,
doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros (art.
122). Nesse caso, exige-se a responsabilidade subjetiva ou com culpa do
servidor público. Portanto, para que o servidor público seja condenado
civilmente a ressarcir o dano, deverá ser comprovado que ele agiu com dolo
(intenção) ou com culpa em sentido estrito.

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Caso o dano seja causado contra a Administração, o servidor será
diretamente contra ela responsabilizado. No entanto, se o dano ocorrer
contra terceiros, o servidor responderá perante a Fazenda Pública por meio
de ação regressiva (art. 122, §2º).
Nesse contexto, o art. 37, §6º, da Constituição Federal, determina que
as “pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras
de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso
contra o responsável nos casos de dolo ou culpa”. Assim, se um servidor
público causar dano a terceiro, o Estado deverá primeiro ressarcir o
prejudicado para, em seguida, mover a ação de regresso contra o servidor,
para dele recuperar os valores gastos com a indenização.
De forma bem simples, se o servidor público “A” causar dano, com dolo
ou culpa, ao cidadão “B”; o Estado será responsável por ressarcir “B”,
podendo em seguida mover a ação de regresso contra “A” para recuperar
esses valores.
Destaca-se, ainda, que a obrigação de reparar o dano estende-se aos
sucessores e contra eles será executada, até o limite do valor da herança
recebida (art. 122, §3).
Por outro lado, a responsabilidade penal abrange os crimes e
contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade (art. 123). Na Lei
Penal, os crimes praticados pelo funcionário público contra a Administração
constam nos artigos 312 a 326. Além disso, podemos encontrar outras
condutas típicas na legislação especial, a exemplo da Lei 8.666/1993 que
apresenta alguns crimes que podem ser praticados por servidores públicos
relacionados com licitações e contratos administrativos.
Finalmente, a responsabilidade administrativa (ou civil-
administrativa) resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no
desempenho do cargo ou função (art. 124). A responsabilidade
administrativa decorre da prática dos ilícitos administrativos, como por
exemplo a infringência em algumas das vedações que vimos acima ou a
falta de observância dos deveres funcionais do servidor.
Voltando ao assunto da independência das instâncias, dispõe o art. 125
que as sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se,
sendo independentes entre si.

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Ocorre, todavia, que a esfera penal poderá, em alguns casos,
influenciar as demais órbitas de responsabilidade, a depender do conteúdo
da sentença penal.
Nesse contexto, dispõe expressamente o art. 126 da Lei 8.112/1990
que a responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso
de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria.
Isso porque a apuração penal é muito mais solene, exigindo um
aprofundamento nas provas bem maior do que se exige nas demais esferas.
Assim, se ao final do processo penal restar comprovado que o fato não
existiu ou então que o servidor não é o autor da conduta investigada, não
há porque condená-lo nas demais esferas.
É importante ficar claro, porém, que tal relação ocorre apenas quando
ficar comprovado no processo penal que o fato não existiu ou então que o
servidor não é o seu autor.
Por outro lado, se o servidor for absolvido simplesmente pela falta de
provas, ou por ausência de tipicidade ou de culpabilidade penal, ou por
qualquer outro motivo que não sejam os dois mencionados acima, a
esfera penal não influenciará nas demais.
Assim, um servidor pode ser absolvido penalmente por falta de provas,
mas ser condenado civil e administrativamente, pois essas últimas não
exigem um rigor probatório tão grande. Da mesma forma, um servidor pode
ser absolvido penalmente por falta de tipicidade de sua conduta, ou seja,
aquilo que ele cometeu não se enquadra perfeitamente com a conduta
prevista na Lei Penal (tipo penal), porém a mesma conduta poderá ser
enquadrada em alguma falta funcional, acarretando a responsabilidade
administrativa.
Com efeito, a doutrina10 utiliza a expressão conduta residual para se
referir àquelas condutas que não são puníveis na órbita penal, mas que
geram responsabilização civil e administrativa. Nesse contexto, vale
transcrevermos o enunciado da Súmula 18 do STF, vejamos:
Súmula 18:
Pela falta residual, não compreendida na absolvição pelo juízo criminal, é admissível
a punição administrativa do servidor público.

Dessa forma, com exceção da sentença penal que negar a existência


do fato ou a sua autoria, as instâncias de responsabilização são

10
e.g. Carvalho Filho, 2014, p. 782.

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independentes, podendo o servidor ser responsabilizado pela conduta
residual.
Para finalizar, o art. 126-A estabelece que nenhum servidor poderá ser
responsabilizado civil, penal ou administrativamente por dar ciência à
autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta,
a outra autoridade competente para apuração de informação
concernente à prática de crimes ou improbidade de que tenha
conhecimento, ainda que em decorrência do exercício de cargo, emprego
ou função pública.
Vejamos como isso aparece em provas.

Um veículo da SUFRAMA, conduzido por um servidor do órgão, derrapou, invadiu


a pista contrária e colidiu com o veículo de um particular. O acidente resultou em
danos a ambos os veículos e lesões graves no motorista do veículo particular. Com
referência a essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
27. (Cespe – Agente Administrativo/Suframa/2014) O motorista da SUFRAMA
poderá ser responsabilizado administrativamente pelo acidente, ainda que tenha
sido absolvido por falta de provas em eventual ação penal instaurada para apurar a
responsabilidade pelas lesões causadas ao motorista particular.
Comentário: as instâncias penal, civil e administrativa são, em regra,
independentes. Assim, de acordo com o art. 126 da Lei 8.112/1990, a
responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de
absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria. Nos demais
casos, a esfera penal não irá influenciar as demais instâncias.
Assim, a absolvição penal por falta de provas não gera efeitos nas esferas civil
e administrativa, podendo o motorista poderá ser responsabilizado
administrativamente pelo acidente.
Gabarito: correto.

28. (Cespe – TJ/CNJ/2013) Considere que determinado servidor público, dentro de


suas atribuições, tenha se afastado do interesse público e atuado abusivamente.
Nessa situação hipotética, esta conduta estará sujeita à revisão judicial ou
administrativa, podendo, inclusive, o servidor responder por ilícito penal.
Comentário: se o servidor se afastou do interesse público e atuou
abusivamente, significa que ele cometeu irregularidades. Nesse caso, sua

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conduta pode ser revista judicial ou administrativamente, podendo o servidor
responder por eventuais ilícitos administrativos, civis e penais.
Gabarito: correto.

Penalidades disciplinares

As penalidades disciplinares são as sanções administrativas impostas


aos servidores em decorrência da prática dos ilícitos administrativos. Nesse
contexto, dispõe o art. 127 da Lei 8.112/1990 que são penalidades
disciplinares:
a) advertência;
b) suspensão;
c) demissão;
d) cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
e) destituição de cargo em comissão; e
f) destituição de função comissionada.

Na aplicação das penalidades, serão considerados: (i) a natureza e a


gravidade da infração cometida; (ii) os danos que dela provierem para o
serviço público; (iii) as circunstâncias agravantes ou atenuantes; e (iv) os
antecedentes funcionais (art. 128).
Além disso, a Administração sempre deve dar a devida motivação para
os atos administrativos que imponham sanções aos servidores, permitindo
que o servidor e o Poder Judiciário tenham condições de realizar o devido
controle. Dessa forma, impõe o art. 128, parágrafo único, que o ato de
imposição de penalidade sempre mencionará o fundamento legal e
a causa da sanção disciplinar.

O sistema punitivo na esfera administrativa é


bem diferente do que ocorre no plano criminal.

No direito penal, as condutas são tipificadas, existindo uma sanção


específica para a conduta que estiver vinculada. Por exemplo, o crime de
lesões corporais enseja especificamente a pena de detenção de três
meses a um ano (CP, art. 129).
Por outro lado, na esfera administrativa, não há essa relação direta.
Segundo José dos Santos Carvalho Filho, os “estatutos funcionais

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apresentam um elenco de deveres e vedações para os servidores, e o
ilícito administrativo vai configurar-se exatamente quando tais deveres e
vedações são inobservados. Além do mais, os estatutos relacionam as
penalidades administrativas, sem, contudo, fixar qualquer elo de ligação
a priori com a conduta”.
Por exemplo, o art. 116 descreve os deveres funcionais, enquanto o art.
117 dispõe sobre as proibições. Já o art. 127, por outro lado, apresenta o
rol de penalidades administrativas. Com efeito, não há total precisão na
descrição dos deveres e das proibições. Por exemplo, o art. 116, I, dispõe
que o servidor deve exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo.
Não há uma descrição clara do que seja “zelo” ou “dedicação”.
Dessa forma, a autoridade responsável pela apuração do ilícito
administrativo é que deve enquadrar determinada conduta em algum tipo
de previsão legal, impondo-lhe a pena cabível ao caso.

Com efeito, a Lei 8.112/1990 descreve, ainda que de forma genérica,


a penalidade aplicável para determinado cada tipo de ilícito administrativo.
Devemos relembrar que, no tópico sobre as proibições, vimos as penas
aplicáveis para cada tipo de infringência. Assim, vamos descrever abaixo as
situações que ensejam cada tipo de penalidade, sem repetir a relação de
proibições. Por isso, o aluno deverá retomar o tópico sobre as proibições
para evitar repetições desnecessárias.

Advertência

A advertência deve ser aplicada por escrito, no caso de (art. 129):


a) violação de proibição constante do art. 117, incisos I a VIII e XIX –
conforme relação apresentada no tópico sobre as proibições; e
b) inobservância de dever funcional previsto em lei, regulamentação ou
norma interna, que não justifique a imposição de penalidade mais
grave.

Suspensão

A suspensão, que não poderá exceder a noventa dias, será aplicada


nos seguintes casos (art. 130):
a) reincidência das faltas punidas com advertência;
b) violação das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita a
penalidade de demissão (vide tópico sobre as proibições).

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Como podemos notar, a lei determina que a pena de suspensão não
poderá exceder a noventa dias. Portanto, caberá à autoridade competente
analisar o caso e decidir, de forma discricionária, qual o prazo da suspensão.
Claro que a decisão será devidamente fundamentada, devendo ser aplicada
dentro dos parâmetros da razoabilidade e da proporcionalidade.
Há ainda uma situação em que a lei estabelece um limite menor do
prazo de suspensão. Assim, determina o art. 130, §1º, que será punido com
suspensão de até quinze dias o servidor que, injustificadamente, recusar-
se a ser submetido à inspeção médica determinada pela autoridade
competente, cessando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a
determinação.
Ademais, permite o Estatuto dos Servidores que a penalidade de
suspensão poderá ser convertida em multa, na base de cinquenta por
cento por dia de vencimento ou remuneração, desde que haja
conveniência para o serviço. Nesse caso, a suspensão será trocada pela
multa e, assim, o servidor ficará obrigado a permanecer em serviço (art.
130, §2º).
Além disso, as penalidades de advertência e de suspensão terão seus
registros cancelados, após o decurso de três e cinco anos de efetivo
exercício, respectivamente, desde que o servidor não tenha praticado,
nesse período, nova infração (art. 131). Todavia, o cancelamento da
penalidade não surtirá efeitos retroativos (art. 131, parágrafo único).

Demissão

A pena de demissão será aplicada nos seguintes casos (art. 132):


a) crime contra a administração pública;
b) abandono de cargo;
c) inassiduidade habitual;
d) improbidade administrativa;
e) incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição;
f) insubordinação grave em serviço;
g) ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima
defesa própria ou de outrem;
h) aplicação irregular de dinheiros públicos;
i) revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo;

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j) lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional;
k) corrupção;
l) acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;
m) transgressão das proibições constantes dos incisos IX a XVI do art. 117
– conforme vimos no tópico sobre as proibições.
O abandono de cargo decorre da ausência intencional do servidor
ao serviço por mais de trinta dias consecutivos (art. 138). Por outro
lado, a inassiduidade habitual representa a falta ao serviço, sem causa
justificada, por sessenta dias, interpoladamente, durante o período de
doze meses (art. 139).

Cassação de aposentadoria ou de disponibilidade

Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que


houver praticado, na atividade, falta punível com a demissão (art. 134).

Destituição de cargo em comissão

A destituição de cargo em comissão exercido por não ocupante de


cargo efetivo será aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades
de suspensão e de demissão (art. 135).
Caso o servidor tenha sido exonerado e, posteriormente, seja
constatada a prática de infração punível com suspensão ou penalidade, a
exoneração será convertida em destituição de cargo em comissão (art. 135,
parágrafo único).

******
Em alguns casos, a demissão e a destituição de cargo em comissão,
implica também a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao
erário, sem prejuízo da ação penal cabível. São eles: (a) improbidade
administrativa; (b) aplicação irregular de dinheiros públicos; (c) lesão aos
cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; (d) corrupção.
Além disso, não poderá retornar ao serviço público federal o servidor
que for demitido ou destituído do cargo em comissão pelas seguintes
infringências:
a) crime contra a administração pública;
b) improbidade administrativa;

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c) lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; e
d) corrupção.
Para exemplificação, vamos ver como isso poderá ser cobrado.

29. (Cespe – Técnico Administrativo/ICMBio/2014) De acordo com a Lei n.º


8.112/1990, a demissão não é aplicável aos ocupantes de cargos em comissão.
Comentário: essa questão ajuda a deixar as coisas mais claras. Ao servidor
ocupante exclusivamente de cargo em comissão, aplica-se a pena de
destituição do cargo em comissão. Por outro lado, ao servidor ocupante de
cargo em comissão, mas que também seja servidor público efetivo, aplica-se
a pena de demissão.
Nesses termos, vejamos o conteúdo do art. 135 da Lei 8.112/1990:
Art. 135. A destituição de cargo em comissão exercido por não ocupante de cargo
efetivo será aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades de suspensão
e de demissão. (grifos nossos)
Gabarito: errado.

30. (Cespe – AJ/CNJ/2013) São penalidades disciplinares a advertência, a


suspensão e a destituição de cargo em comissão.
Comentário: questão bem simples. São penalidades disciplinares as
seguintes (art. 127): advertência; suspensão; demissão; cassação de
aposentadoria ou disponibilidade; destituição de cargo em comissão; e
destituição de função comissionada.
Como podemos observar, a advertência, a suspensão e a destituição são
penas disciplinares. Dessa forma, o item está correto.
É importante notar que a questão, apesar de incompleta, está correta. Ela
somente poderia ser considerada errada se existisse algum limitar como
“somente”, “exclusivamente”, “apenas”, etc.
Gabarito: correto.

31. (Cespe – TJ/TRT-10/2013) Havendo conveniência para o serviço, a pena de


suspensão pode ser convertida em multa correspondente à metade por dia do
vencimento ou remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer no
desempenho de suas atribuições.

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Comentário: de acordo com o art. 130, §2º, da Lei 8.112/1990, quando existir
conveniência para o serviço, a penalidade de suspensão poderá ser
convertida em multa, na base de cinquenta por cento por dia (metade por dia)
de vencimento ou remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer em
serviço.
Gabarito: correto.

32. (Cespe – TJ/TRT-10/2013) Uma vez aplicadas ao servidor faltoso, as


penalidades de advertência e de suspensão ficarão permanentemente registradas
em seu assentamento funcional.
Comentário: as penalidades de advertência e de suspensão terão seus
registros cancelados, após o decurso de três e cinco anos de efetivo exercício,
respectivamente, desde que o servidor não tenha, nesse período, praticado
nova infração disciplinar.
Portanto, os registros não ficarão permanentemente registradas no
assentamento funcional do servidor.
Gabarito: errado.

33. (Cespe – Técnico MPU/2013) O servidor que, já tendo sido advertido por
diversas vezes por condutas antiéticas no trabalho, incorra em insubordinação
grave em serviço poderá ser suspenso ou demitido.
Comentário: a insubordinação grave enseja a aplicação da pena de demissão
(art. 132, VI), não cabendo a aplicação apenas da suspensão.
Gabarito: errado.

Competência para aplicar as penalidades

As competências para aplicação das penalidades disciplinares estão


previstas no art. 141 da Lei 8.112/1990, da seguinte forma:

Penalidade Autoridade competente


 Demissão; Pelo Presidente da República, pelos Presidentes
 Cassação de aposentadoria; das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais
 Cassação de disponibilidade Federais e pelo Procurador-Geral da República,
de servidor. conforme o servidor esteja vinculado ao
respectivo Poder, órgão, ou entidade.

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 Suspensão superior a 30 Pelas autoridades administrativas de hierarquia


(trinta) dias. imediatamente inferior àquelas mencionadas
acima.

 Nos casos de advertência ou Pelo chefe da repartição e outras autoridades na


de suspensão de até 30 forma dos respectivos regimentos ou
(trinta) dias. regulamentos.

 Destituição de cargo em Pela autoridade que houver feito a nomeação.


comissão

Destaca-se que, no entendimento do Supremo Tribunal Federal, a


aplicação da penalidade de demissão poderá ser delegada pelo Presidente
da República aos Ministros de Estado11.
Vejamos como isso aparece em provas!

34. (Cespe – TJ/CNJ/2013) Cabe ao presidente da República aplicar a penalidade


de demissão ao servidor público, sendo essa competência não delegável.
Comentário: no MS 25.518, o STF entendeu que é possível delegar a
competência para demitir servidores a Ministro de Estado, vejamos:
EMENTA: I. Presidente da República: competência para prover cargos
públicos (CF, art. 84, XXV, primeira parte), que abrange a de
desprovê-los, a qual, portanto é susceptível de delegação a
Ministro de Estado (CF, art. 84, parágrafo único): validade da
Portaria do Ministro de Estado que, no uso de competência delegada,
aplicou a pena de demissão ao impetrante. Precedentes. [...]. (grifos
nossos)

Assim, a questão vai contra a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.


Gabarito: errado.

11
MS 25.518.

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Prescrição

A prescrição é a situação em que o Poder Público perde a sua


capacidade punitiva, ou seja, transcorrido o prazo previsto em lei, o Estado
não poderá mais impor penalidade ao agente infrator.
Nesse sentido, a prescrição da ação disciplinar ocorre, a partir da data
em que o fato se tornou conhecido, em (art. 142):
a) em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão,
cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de
cargo em comissão;
b) em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
c) em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência.
Todavia, se a infração disciplinar também for capitulada como crime ou
contravenção, o prazo de prescrição será o mesmo previsto na legislação
penal (art. 142, §2º).
Deve-se destacar, ademais, que as ações de ressarcimento são
imprescritíveis, na forma do §5º, art. 37, da Constituição Federal. Portanto,
mesmo com a prescrição da capacidade punitiva, caso subsista dano ao
erário em decorrência de ação dolosa ou culposa do servidor, ainda assim
poderá ser realizado o procedimento para obter o ressarcimento desse
dano.
Ressalta-se, ainda, que de acordo com o §3º, do art. 142, a abertura
de sindicância ou a instauração de processo administrativo disciplinar
interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por autoridade
competente. A interrupção faz com que o prazo comece a correr do zero no
momento em que se encerrar o seu motivo. Por exemplo, se determinada
ação prescreve em 180 dias, caso o prazo seja interrompido aos 110 dias,
no momento em que cessar o motivo da interrupção, o prazo começará a
contar novamente, iniciando do zero.
Nesse contexto, o §4º, do art. 142, determina que interrompido o curso
da prescrição, o prazo começará a correr a partir do dia em que cessar a
interrupção.
Dessa forma, uma vez iniciada a sindicância ou o processo
administrativo, o prazo de prescrição será interrompido, reiniciando-se, em
regra, ao término da conclusão do processo. No entanto, o Supremo

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Tribunal Federal já concluiu que tal prazo não pode ficar interrompido
eternamente.
Assim, a Lei 8.112/1990 dispõe que o prazo para conclusão do
processo administrativo disciplinar é de sessenta dias, prorrogáveis uma
única vez por igual prazo (art. 152). Acrescenta-se a esse prazo o período
de julgamento, que é de mais vinte dias (art. 167). Somando os
mencionados prazos, podemos observar que a conclusão e o julgamento do
processo administrativo disciplinar devem ocorrer em até 140 dias. Trata-
se de prazo impróprio, ou seja, se não for observado não gera a nulidade
do processo. Entretanto, uma vez transcorrido este prazo, cessa-se a
interrupção, iniciando novamente a contagem do prazo, mesmo que o
processo não tenha sido concluído.
Vamos resolver mais uma questão para exemplificação.

35. (Cespe – Procurador do MPTC-DF/TC-DF/2013) Nas hipóteses em que o


ilícito administrativo praticado por servidor, nessa condição, dê ensejo à cassação
de aposentadoria e também seja capitulado como crime, a prescrição da pretensão
punitiva da administração terá como baliza temporal a pena em concreto, aplicada
no âmbito criminal, devendo ser observados os prazos prescricionais do CP.
Comentário: a expressão “prescrição da pretensão punitiva da administração”
é utilizada para designar a situação em que a Administração Pública perde a
capacidade de aplicar as sanções administrativas em decorrência da
aplicação do prazo de prescrição.
Nesse contexto, a ação disciplinar prescreve em cinco anos, quanto às
infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou
disponibilidade e destituição de cargo em comissão (art. 142, I).
Entretanto, quando a infração disciplinar também for capitulada como crime
ou contravenção, o prazo de prescrição será o mesmo previsto na legislação
penal (art. 142, §2º).
Assim, deverá ser observado o prazo prescricional do Código Penal, de
acordo com a pena aplicada no caso em concreto.
Gabarito: correto.

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Questões Complementares

36. (Cespe – AJ/CNJ/2013) O servidor público deve adotar um comportamento de


colaboração com seus colegas quando perceber que, em sua organização, os
deveres e os papéis são desempenhados adequadamente e em conformidade com
a lei.
Comentário: esse é um item lógico. Ele não possui previsão expressa na Lei
8.112/1990, mas decorre da interpretação de seus dispositivos. Nesse
contexto, o art. 116, dispõe, entre outras coisas, que é dever do servidor
exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo (inc. I), manter conduta
compatível com a moralidade administrativa (inc. IX) e tratar com urbanidade
as pessoas (inc. XI).
Assim, sempre que os deveres e os papéis são desempenhados
adequadamente e em conformidade com a lei, o servidor deverá adotar um
comportamento de colaboração com seus colegas. Logo, o item está correto.
Por outro lado, se constatar que as condutas não estão em conformidade com
a lei, é dever do servidor “levar as irregularidades de que tiver ciência em
razão do cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver
suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autoridade
competente para apuração” (inc. VI) e “representar contra ilegalidade,
omissão ou abuso de poder” (inc. XII).
Portanto, a questão está perfeita.
Gabarito: correto.

37. (Cespe – Técnico MPU/2013) Aplica-se a penalidade disciplinar de demissão


a servidor público por abandono de cargo, caracterizado pela ausência intencional
do servidor ao serviço por mais de trinta dias consecutivos ou por sessenta dias não
consecutivos, em um período de um ano.
Comentário: a pena de demissão se aplica, entre outras hipóteses, aos casos
de abandono de cargo (art. 132, II) e inassiduidade habitual (art. 132, III), que
podem ser definidos da seguinte forma:
 abandono de cargo: ausência intencional do servidor ao serviço por mais
de trinta dias consecutivos (art. 138);

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 inassiduidade habitual: falta ao serviço, sem causa justificada, por


sessenta dias, interpoladamente, durante o período de doze meses (art.
139).
Assim, a questão misturou o conceito de inassiduidade habitual ao de
abandono de cargo e, por isso, está errada.
Gabarito: errado.

Um PRF, ao desviar de um cachorro que surgiu inesperadamente na pista em que


ele trafegava com a viatura de polícia, colidiu com veículo que trafegava em sentido
contrário, o que ocasionou a morte do condutor desse veículo. Com base nessa
situação hipotética, julgue o item a seguir.
38. (Cespe - PRF/PRF/2013) Ainda que seja absolvido por ausência de provas em
processo penal, o PRF poderá ser processado administrativamente por eventual
infração disciplinar cometida em razão do acidente.
Comentário: a absolvição por falta de provas no processo penal não impede
a aplicação de sanções na esfera civil e penal. Somente a sentença que
inocentar o réu por inexistência do fato ou ausência de autoria, na esfera
criminal, é que afastará a responsabilidade civil (art. 126).
Gabarito: correto.

Com base nas disposições da Lei n.° 8.112/1990, julgue o item a seguir. Considere
a seguinte situação hipotética. Um servidor da SUFRAMA, visando contribuir para
a realização de maiores investimentos em Manaus, aceitou que empresa
estrangeira patrocinasse viagem sua ao exterior, a fim de que, durante o passeio,
ele expusesse para os diretores na sede da referida sociedade empresária os
diferenciais competitivos e os benefícios de se investir na região amazônica.
39. (Cespe – Administração/Suframa/2014) Nessa situação hipotética, apesar de
bem intencionada, a atitude do servidor configurou falta funcional, uma vez que é
vedado o recebimento de vantagem em virtude das atribuições funcionais, incluído
o pagamento de viagens.
Comentário: o art. 117, XII, da Lei 8.112/1990 veda que o servidor receba
propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de
suas atribuições. Portanto, ainda que bem intencionado, ele não poderia ter
aceitado o patrocínio da viagem. Esse tipo de infração poderá ensejar a
aplicação da pena de demissão (art. 132, XIII).
Gabarito: correto.

40. (Cespe – ATA/Suframa/2014) Considere que, a pessoa sem qualquer relação


com as funções do seu cargo, um servidor público tenha emprestado dinheiro a

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juros muito superiores aos praticados pelas instituições financeiras. Nesse caso, o
servidor praticou a usura, conduta proibida na Lei n.° 8.112/1990.
Comentário: a usura pode ser definida como a cobrança de juros excessivos
pelo uso de capital, ou seja, é a cobrança de juros acima do que o praticado
no mercado pelo empréstimo de dinheiro. A usura, sob qualquer de suas
formas, é uma prática proibida pela Lei 8.112/1990 (art. 117, XIV).
Gabarito: correto.

41. (Cespe - Agente Administrativo/Suframa/2014) Considere que determinado


servidor participe, na qualidade de sócio cotista, de sociedade empresária cujo
objeto social seja o comércio de bens e que desempenhe atividades administrativas
nessa empresa. Nessa situação, não se pode atribuir falta funcional ao referido
servidor, porque a vedação legal refere-se ao desempenho da gerência ou
administração de sociedade privada.
Comentário: o art. 117, X, veda que o servidor participe de gerência ou
administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, ou
exerça o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário.
Portanto, a proibição não se aplica quando o servidor participar da sociedade
como sócio cotista. Por isso, o item está correto.
Além disso, tal proibição também não se aplica nos casos de:
 participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou
entidades em que a União detenha, direta ou indiretamente, participação
no capital social ou em sociedade cooperativa constituída para prestar
serviços a seus membros; e
 gozo de licença para o trato de interesses particulares, observada a
legislação sobre conflito de interesses.
Gabarito: correto.

42. (Cespe - Agente Administrativo/MDIC/2014) Considere que um servidor


vinculado à administração unicamente por cargo em comissão cometa uma infração
para a qual a Lei n.º 8.112/1990 preveja a sanção de suspensão. Nesse caso, se
comprovadas a autoria e a materialidade da irregularidade, o servidor sofrerá a
penalidade de destituição do cargo em comissão.
Comentário: a destituição de cargo em comissão exercido por não ocupante
de cargo efetivo – ou seja, aquele que ocupa unicamente o cargo em comissão
– será aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades de suspensão e
de demissão (art. 135).
Gabarito: correto.

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43. (Cespe - ATA/MDIC/2014) Se determinado servidor público for preso em
operação deflagrada pela Polícia Federal, devido a fraude em licitações, a ação
penal, caso seja ajuizada, obstará a abertura ou o prosseguimento do processo
administrativo disciplinar, visto que o servidor poderá ser demitido apenas após o
trânsito em julgado da sentença criminal.
Comentário: já discutimos exaustivamente que as esferas civil, penal e
administrativa são, em regra, independentes. Assim, a instauração da ação
penal não impede o prosseguimento do processo administrativo disciplinar.
Gabarito: errado.

44. (Cespe – Analista Administrativo/ICMBio/2014) A demissão, espécie de


penalidade disciplinar, será aplicada ao servidor, assegurado o contraditório e a
ampla defesa prévios, quando houver, entre outros casos, crime contra a
administração pública, abandono de cargo, corrupção e insubordinação grave em
serviço.
Comentário: os casos de aplicação da pena de demissão, que estão
enumerados no art. 132, da Lei 8.11/1990, são os seguintes: (a) crime contra a
administração pública; (b) abandono de cargo; (c) inassiduidade habitual; (d)
improbidade administrativa; (e) incontinência pública e conduta escandalosa,
na repartição; (f) insubordinação grave em serviço; (g) ofensa física, em
serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria ou de
outrem; (h) aplicação irregular de dinheiros públicos; (i) revelação de segredo
do qual se apropriou em razão do cargo; (j) lesão aos cofres públicos e
dilapidação do patrimônio nacional; (k) corrupção; (l) acumulação ilegal de
cargos, empregos ou funções públicas; (m) transgressão dos incisos IX a XVI
do art. 117.
Com efeito, a demissão é uma penalidade disciplinar e, como tal, somente
poderá ser aplicada quando for concedido o contraditório e a ampla defesa
por meio do devido processo administrativo disciplinar.
Logo, a questão está perfeita.
Gabarito: correto.

45. (Cespe – Técnico Administrativo/ICMBio/2014) Age em consonância com a


Lei n.º 8.112/1990 servidor público brasileiro, em exercício, que recusa pensão
oferecida pelos Estados Unidos da América.
Comentário: é vedado aceitar comissão, emprego ou pensão de estado
estrangeiro (art. 117, XIII). Assim, o servidor agiu em consonância com a Lei
8.112/1990.

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Gabarito: correto.

46. (Cespe - Agente Administrativo/CADE/2014) Considere que, após regular


processo administrativo contra servidor vinculado à administração pública
unicamente por cargo em comissão, a autoridade julgadora tenha concluído que o
servidor cometeu infração punível com a penalidade de suspensão. Nesse caso, a
penalidade a ser aplicada será a exoneração de ofício do servidor faltoso.
Comentário: no caso de cometimento de infração punível com as penalidades
de demissão ou suspensão, será aplicada, ao servidor ocupante unicamente
de cargo em comissão, a pena de destituição de cargo em comissão (art. 135).
Gabarito: errado.

47. (Cespe – Analista Administrativo/Anatel/2014) Durante o período de


apuração dos deveres inerentes ao cargo do servidor, as sanções administrativas
decorrentes do processo disciplinar poderão cumular-se com as sanções penais,
sendo afastada, entretanto, a responsabilidade administrativa do servidor no caso
de absolvição criminal.
Comentário: esse assunto se repetiu diversas vezes. A questão generalizou,
pois somente a absolvição criminal em decorrência da inexistência do fato ou
da ausência de autoria é que afasta a responsabilidade administrativa (art.
126). Nos demais casos, o servidor poderá ser punido administrativamente,
ainda que tenha sido absolvido na instância penal.
Gabarito: errado.

Pronto! Mais uma aula concluída.


Espero por vocês em nosso próximo encontro.
Bons estudos.
HERBERT ALMEIDA.
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QUESTÕES COMENTADAS NA AULA

1. (Cespe - SESA-ES/2013) A moralidade da administração pública se caracteriza


por
a) limitar-se à distinção entre o bem e mal.

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b) se encerrar sempre na legalidade da conduta humana.
c) ter como alicerce a finalidade da ação pública.
d) não se limitar à distinção entre o bem e o mal.
e) buscar sempre o bem individual e coletivo.
2. (Cespe – INPI/2013) Ética é a parte da filosofia que estuda os fundamentos da
moral e os princípios ideais da conduta humana.
3. (Cespe – Admin/SUFRAMA/2014) Entre outros aspectos, a moral pessoal é
formada pela cultura e tradição do grupo ao qual o indivíduo está inserido.
4. (Cespe – AnaTA/SUFRAMA/2014) O conceito de ética, que está vinculado aos
valores sociais, sofre alterações com o passar do tempo, ao passo que a moral, por
estar relacionada à tradição de um povo, é imutável.
5. (Cespe - Ag Adm/SUFRAMA/2014) A moral, concebida como conjunto de regras
de conduta admitidas em determinada época ou por um grupo de pessoas, não exclui
a existência de um caráter pessoal relacionado a tais regras e evidenciado
principalmente após o aprimoramento do pensamento abstrato e da reflexão crítica do
indivíduo sobre os valores herdados.
6. (Cespe – TA/ICMBio/2014) Vive orientada pela ética a pessoa que pauta sua vida
na busca de auxiliar as pessoas que a cercam de modo que tanto ela quanto essas
pessoas vivam da melhor maneira possível.
7. (Cespe – TBN/CEF/2014) O alvo da reflexão ética é a conduta humana, avaliada
a partir de valores construídos em sociedade.
8. (Cespe – AnaTA/CADE/2014) A compaixão, a beneficência e a honestidade são
características comportamentais eticamente aceitas, ressalvando-se os casos em que
não se pode garantir que haja algum benefício para o agente da ação.
9. (Cespe – AnaTA/CADE/2014) A ética, campo de reflexão acerca das atividades
dos seres humanos, é encarregada de levar os valores morais, como certo e errado,
a serem fundamentados e exercitados no contexto das relações humanas.
10. (Cespe - Tec APU/TC-DF/2014) Os valores morais são historicamente
construídos pelas sociedades, como forma de organizar a convivência e garantir, tanto
quanto possível, o bem-estar do indivíduo consigo mesmo e em suas relações com
as outras pessoas.
11. (Cespe – TBN/CEF/2014) Os valores morais refletem decisões tomadas no seio
da sociedade acerca do conceito comum de vida boa. Esses valores acarretam um
conjunto de proibições e permissões que determinam o que é moralmente importante
não apenas para aqueles que partilham e reconhecem esses comandos éticos, mas,
universalmente, para todos os seres humanos.

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12. (Cespe - Agente Administrativo/CADE/2014) A axiologia estuda o fenômeno da
atribuição de valores, por parte do sujeito, a um ente qualquer.
13. (Cespe - Técnico APU/TC-DF/2014) Evitar a corrupção e denunciá-la sempre
que dela tiver conhecimento é dever do cidadão, visto que cidadania implica não
apenas o gozo de direitos, mas também o cumprimento de obrigações amparadas nas
normativas legais e morais da sociedade.
14. (Cespe – Engenheiro/CEF/2014) Os valores de uma organização representam
suas características intrínsecas e, por isso, são inalteráveis.
15. (Cespe – APF/Polícia Federal/2014) Se uma autoridade administrativa proibir o
uso de bermudas ou shorts nas dependências de determinada repartição pública e
essa vedação causar indignação entre seus subordinados, constatar-se-ão, nessa
hipótese, indícios de desvio ético na conduta do gestor.
16. (ESAF - ATA MF/2014) Assinale a opção correta.
a) A palavra Ética tem origem latina, e significa bom costume.
b) A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o
mal, devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum.
c) Não corresponde a uma atitude cidadã a cobrança de nota fiscal, quando se adquire
determinado bem.
d) Os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia na vida privada do servidor
público não poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional.
e) Entre as principais características da moral, está a de que não é temporal, não se
modificando ao longo do tempo.
17. (FCC – Caixa/Contador/2011) A respeito dos conceitos de ética, moral e virtude,
é correto afirmar:
a) A vida ética realiza-se no modo de viver daqueles indivíduos que não mantêm
relações interpessoais.
b) Etimologicamente, a palavra moral deriva do grego mos e significa comportamento,
modo de ser, caráter.
c) Virtude deriva do latim virtus, que significa uma qualidade própria da natureza
humana; significa, de modo geral, praticar o bem usando a liberdade com
responsabilidade constantemente.
d) A moral é influenciada por vários fatores como, sociais e históricos; todavia, não há
diferença entre os conceitos morais de um grupo para outro.
e) Compete à moral chegar, por meio de investigações científicas, à explicação de
determinadas realidades sociais, ou seja, ela investiga o sentido que o homem dá a
suas ações para ser verdadeiramente feliz.

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18. (FUNCAB - Analista Socioeducador/SEDS-TO/2014) A correlação entre ética e
setor público se revela equivocadamente na seguinte proposição:
a) O trabalho no setor público exige formação continuada e a melhor contribuição para
a prestação do serviço público.
b) A lealdade institucional caracteriza identificação e dedicação aos propósitos do ente
público, mas também é dever.
c) Os agentes devem ter consciência de sua função promocional dos direitos
fundamentais e atuar de modo a efetivar tais direitos.
d) A ética pública integra a formação do servidor público, embora por necessidades
cotidianas nem sempre deva orientar-se por ela.
19. (FUNCAB - Técnico em Defesa Social/SEDS-TO/2014) A ética se apresenta
como uma reflexão crítica sobre:
a) política.
b) moralidade.
c) ação.
d) trabalho.
20. (FUNCAB - Assistente Socioeducativo/SEDS-TO/2014) Em busca do
comprometimento com o cidadão usuário e com a eficiência, a Administração Pública
vem realizando esforços para que seus agentes conheçam a ciência que teoriza sobre
as condutas humanas e sobre o conjunto de valores que devem orientar o
comportamento dos homens em relação aos seus semelhantes. Tal ciência denomina-
se:
a) moral
b) ética
c) reflexologia.
d) principiologia.
21. (CONSULPAM - Auxiliar Administrativo/SURG/2014) As questões éticas estão
cada vez mais visíveis na cena pública brasileira dada a multiplicação de casos de
corrupção e, sobretudo, a reação da sociedade frente a tal grau de desmoralização
das relações sociais e políticas. Com os escândalos e as denúncias de corrupção
expostas pela mídia, refletir sobre essas questões traz à tona os conceitos éticos que
envolvem a busca por melhores ações tanto na vida pessoal como na vida pública. A
partir da leitura do texto, pode-se inferir que:
a) A ética é pautada na vida pessoal e pública do indivíduo.
b) A conduta do ser humano é reflexo das relações de poder estabelecidas pela
sociedade.

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c) A conduta ética é reflexo apenas da vida pessoal do indivíduo.
d) A conduta ética é reflexo apenas da vida pública do indivíduo.
22. (IDECAN - Agente Administrativo/AGU/2014) Sobre ética e moral, marque V
para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) A ética, como parte da filosofia, é um tipo de saber que justifica conceitualmente as
ações do homem, considerado ser livre e racional, capaz de dar para si mesmo um
conjunto de normas e valores a serem respeitados.
( ) A ética e a moral dizem respeito tanto ao âmbito subjetivo, das escolhas pessoais,
quanto ao da vida coletiva, e se ocupam de temas como a responsabilidade individual,
a justiça, o juízo sobre as leis e as instituições fundamentais de nossa sociedade,
entre outros.
( ) A moral é o campo dos comportamentos espontâneos e das reações involuntárias,
determinados por fatores biológicos e psicológicos, que não são modificáveis, pois
não são passíveis de argumentação e validação.
A sequência está correta em
a) V, V, F.
b) V, F, F.
c) F, V, V.
d) F, V, F.
e) F, F, V.
23. (FUNCAB - Agente Administrativo/PRF/2014) Os conceitos de ética e moral,
embora próximos, não são idênticos. Uma das distinções possíveis entre tais
concepções está fundada na constatação de que:
a) a ética é o estudo geral do que é bom ou mau, sendo seu objetivo maior o
estabelecimento de regras. A moral, ao contrário, não se vincula a costumes e hábitos
porque não guarda correlação com aspectos prescritivos ou impositivos.
b) a moral incorpora as regras adquiridas para a vida em sociedade, enquanto a ética
reflete sobre as regras morais vigentes sem, contudo, contestar a conveniência ou a
exigibilidade de tais normas.
c) a moral é um conjunto de normas apreendidas no processo de socialização e que
regula a conduta dos indivíduos em sua convivência. A ética é uma ponderação teórica
sobre a moral cujo objetivo é discutir e fundamentar reflexivamente as normas morais.
d) quando um determinado sujeito reflete sobre uma norma moral e a considera
equivocada ou ultrapassada, faz exercício de sua consciência moral, inexistindo na
hipótese qualquer consideração que se possa vincular ao conceito de ética.
e) a ética se caracteriza como conjunto de costumes e hábitos de um grupo social,
atuando sobre o comportamento do indivíduo que interage socialmente. A moral é um

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conjunto de valores sociais universais que não se materializam em padrões de
conduta.
24. (IADES - Técnico Jurídico/PG-DF/2011) Assinale a alternativa que estabelece
corretamente as características de moral.
a) A moral resulta do conjunto de leis, costumes e tradições de uma sociedade e é
subordinada a ética comportamental definida em regras constitucionais.
b) Entende-se por moral, um conjunto de regras consideradas válidas para uma
maioria absoluta, que valem-se dela para impor conduta ética aos demais cidadãos.
c) A moral é mutável e varia de acordo com o desenvolvimento de cada sociedade.
Ela norteia os valores éticos na Administração Pública.
d) A moral é mais flexível do que a lei, por variar de indivíduo para indivíduo, e afeta
diretamente a prestação dos serviços públicos por criar condições para uma ética
flexível no atendimento às necessidades básicas da população.
e) A ética confunde-se com a moral como um dos parâmetros para a avaliação do
grau de desenvolvimento de determinada sociedade e, consequente, padronização
da prestação dos serviços públicos comunitários.
25. (FESMIP-BA - Analista de Sistemas/MPE-BA/2011) Examine as assertivas
abaixo.
I. Assim como a palavra “moral” vem do latim (mos, moris), a palavra “ética” vem do
grego (ethos) e ambas se referem a costumes, indicando as regras do
comportamento, as diretrizes de conduta a serem seguidas.
II. A moral social trata dos valores e das normas de conduta que são exigidas do
indivíduo para realizar sua personalidade.
III. As normas éticas são aquelas que prescrevem como o homem deve agir.
IV. A norma ética possui, como uma de suas características, a impossibilidade de ser
violada.
Assinale a alternativa que contém as assertivas corretas.
a) I e II.
b) I e III.
c) I e IV.
d) II e III.
e) II e IV.
26. (Cespe – AJ/CNJ/2013) O servidor que carregar consigo documentos
institucionais sem prévia autorização não poderá sofrer penalidade se for constatado
que não havia ninguém responsável por autorizar a retirada dos documentos.

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Um veículo da SUFRAMA, conduzido por um servidor do órgão, derrapou, invadiu a
pista contrária e colidiu com o veículo de um particular. O acidente resultou em danos
a ambos os veículos e lesões graves no motorista do veículo particular. Com
referência a essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
27. (Cespe – Agente Administrativo/Suframa/2014) O motorista da SUFRAMA
poderá ser responsabilizado administrativamente pelo acidente, ainda que tenha sido
absolvido por falta de provas em eventual ação penal instaurada para apurar a
responsabilidade pelas lesões causadas ao motorista particular.
28. (Cespe – TJ/CNJ/2013) Considere que determinado servidor público, dentro de
suas atribuições, tenha se afastado do interesse público e atuado abusivamente.
Nessa situação hipotética, esta conduta estará sujeita à revisão judicial ou
administrativa, podendo, inclusive, o servidor responder por ilícito penal.
29. (Cespe – Técnico Administrativo/ICMBio/2014) De acordo com a Lei n.º
8.112/1990, a demissão não é aplicável aos ocupantes de cargos em comissão.
30. (Cespe – AJ/CNJ/2013) São penalidades disciplinares a advertência, a
suspensão e a destituição de cargo em comissão.
31. (Cespe – TJ/TRT-10/2013) Havendo conveniência para o serviço, a pena de
suspensão pode ser convertida em multa correspondente à metade por dia do
vencimento ou remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer no
desempenho de suas atribuições.
32. (Cespe – TJ/TRT-10/2013) Uma vez aplicadas ao servidor faltoso, as penalidades
de advertência e de suspensão ficarão permanentemente registradas em seu
assentamento funcional.
33. (Cespe – Técnico MPU/2013) O servidor que, já tendo sido advertido por diversas
vezes por condutas antiéticas no trabalho, incorra em insubordinação grave em
serviço poderá ser suspenso ou demitido.
34. (Cespe – TJ/CNJ/2013) Cabe ao presidente da República aplicar a penalidade de
demissão ao servidor público, sendo essa competência não delegável.
35. (Cespe – Procurador do MPTC-DF/TC-DF/2013) Nas hipóteses em que o ilícito
administrativo praticado por servidor, nessa condição, dê ensejo à cassação de
aposentadoria e também seja capitulado como crime, a prescrição da pretensão
punitiva da administração terá como baliza temporal a pena em concreto, aplicada no
âmbito criminal, devendo ser observados os prazos prescricionais do CP.
36. (Cespe – AJ/CNJ/2013) O servidor público deve adotar um comportamento de
colaboração com seus colegas quando perceber que, em sua organização, os deveres
e os papéis são desempenhados adequadamente e em conformidade com a lei.
37. (Cespe – Técnico MPU/2013) Aplica-se a penalidade disciplinar de demissão a
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consecutivos, em um período de um ano.
Um PRF, ao desviar de um cachorro que surgiu inesperadamente na pista em que ele
trafegava com a viatura de polícia, colidiu com veículo que trafegava em sentido
contrário, o que ocasionou a morte do condutor desse veículo. Com base nessa
situação hipotética, julgue o item a seguir.
38. (Cespe - PRF/PRF/2013) Ainda que seja absolvido por ausência de provas em
processo penal, o PRF poderá ser processado administrativamente por eventual
infração disciplinar cometida em razão do acidente.
Com base nas disposições da Lei n.° 8.112/1990, julgue o item a seguir. Considere a
seguinte situação hipotética. Um servidor da SUFRAMA, visando contribuir para a
realização de maiores investimentos em Manaus, aceitou que empresa estrangeira
patrocinasse viagem sua ao exterior, a fim de que, durante o passeio, ele expusesse
para os diretores na sede da referida sociedade empresária os diferenciais
competitivos e os benefícios de se investir na região amazônica.
39. (Cespe – Administração/Suframa/2014) Nessa situação hipotética, apesar de
bem intencionada, a atitude do servidor configurou falta funcional, uma vez que é
vedado o recebimento de vantagem em virtude das atribuições funcionais, incluído o
pagamento de viagens.
40. (Cespe – ATA/Suframa/2014) Considere que, a pessoa sem qualquer relação
com as funções do seu cargo, um servidor público tenha emprestado dinheiro a juros
muito superiores aos praticados pelas instituições financeiras. Nesse caso, o servidor
praticou a usura, conduta proibida na Lei n.° 8.112/1990.
41. (Cespe - Agente Administrativo/Suframa/2014) Considere que determinado
servidor participe, na qualidade de sócio cotista, de sociedade empresária cujo objeto
social seja o comércio de bens e que desempenhe atividades administrativas nessa
empresa. Nessa situação, não se pode atribuir falta funcional ao referido servidor,
porque a vedação legal refere-se ao desempenho da gerência ou administração de
sociedade privada.
42. (Cespe - Agente Administrativo/MDIC/2014) Considere que um servidor
vinculado à administração unicamente por cargo em comissão cometa uma infração
para a qual a Lei n.º 8.112/1990 preveja a sanção de suspensão. Nesse caso, se
comprovadas a autoria e a materialidade da irregularidade, o servidor sofrerá a
penalidade de destituição do cargo em comissão.
43. (Cespe - ATA/MDIC/2014) Se determinado servidor público for preso em
operação deflagrada pela Polícia Federal, devido a fraude em licitações, a ação penal,
caso seja ajuizada, obstará a abertura ou o prosseguimento do processo

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Ética e Conduta no Serviço Público p/ ANS
Técnico Administrativo e Técnico em Regulação
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administrativo disciplinar, visto que o servidor poderá ser demitido apenas após o
trânsito em julgado da sentença criminal.
44. (Cespe – Analista Administrativo/ICMBio/2014) A demissão, espécie de
penalidade disciplinar, será aplicada ao servidor, assegurado o contraditório e a ampla
defesa prévios, quando houver, entre outros casos, crime contra a administração
pública, abandono de cargo, corrupção e insubordinação grave em serviço.
45. (Cespe – Técnico Administrativo/ICMBio/2014) Age em consonância com a Lei
n.º 8.112/1990 servidor público brasileiro, em exercício, que recusa pensão oferecida
pelos Estados Unidos da América.
46. (Cespe - Agente Administrativo/CADE/2014) Considere que, após regular
processo administrativo contra servidor vinculado à administração pública unicamente
por cargo em comissão, a autoridade julgadora tenha concluído que o servidor
cometeu infração punível com a penalidade de suspensão. Nesse caso, a penalidade
a ser aplicada será a exoneração de ofício do servidor faltoso.
47. (Cespe – Analista Administrativo/Anatel/2014) Durante o período de apuração
dos deveres inerentes ao cargo do servidor, as sanções administrativas decorrentes
do processo disciplinar poderão cumular-se com as sanções penais, sendo afastada,
entretanto, a responsabilidade administrativa do servidor no caso de absolvição
criminal.

GABARITO

1. D 11. E 21. A 31. C 41. C


2. C 12. C 22. A 32. E 42. C
3. C 13. C 23. C 33. E 43. E
4. E 14. E 24. C 34 E 44. C
5. C 15. E 25. B 35. C 45. C
6. C 16. B 26. E 36. C 46. E
7. C 17. C 27. C 37. E 47. E
8. E 18. D 28. C 38. C
9. C 19. B 29. E 39. C
10. C 20. B 30. C 40. C

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REFERÊNCIAS

BORTOLETO, Leandro; MÜLLER, Perla. Noções de ética no serviço público.


Salvador: JusPODIVM, 2014.
PASSOS, Elizete. Ética nas organizações. São Paulo: Atlas, 2014.
SROUR, Robert Henry. Poder, cultura e ética nas organizações. 3ª Ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2012.

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