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TATIANE MILITÃO

Organizadora

Meu aluno é surdo, e daí?

1º edição

Rio de Janeiro
2018
TATIANE MILITÃO
Organizadora

Meu aluno é surdo, e daí?


Autores

Kate Lane Ribeiro Ferreira Damasceno de Matos


Luciana Arouck Damasceno
Luiza de Franca Oliveira Maia
Maria Bianca Gama da Silva
Raquel de Oliveira Figueiredo Santos
Rebecca Nunes Jacinto de Araújo
Copyright © Tatiane Militão de Sá
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser utilizada ou reproduzida sob
quaisquer meios existentes sem autorização por escrito dos editores e autores.

EDIÇÃO Tatiane Militão de Sá


CAPA Ramon Alencar Gonzaga

Meu aluno é surdo, e daí?

SÁ, Tatiane Militão de

1ª Edição
Dezembro de 2018

ISBN: XXX-XX-XXXXXX-x-X

UFF - NUEDIS
Universidade Federal Fluminense
Núcleo de Estudos em Diversidade e Inclusão de Surdos
Centro, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil
CEP 24.020-141

http://nuedisuff.wixsite.com/nuedis
Apresentação
Sumário
Educação de Surdos no brasil
De acordo com o MEC (2006) “A surdez consiste na
perda maior ou menor da percepção normal dos sons.
Verifica-se a existência de vários tipos de pessoas
com surdez, de acordo com os diferentes graus de
perda da audição.” Com suas variações em níveis de
perda média em decibéis, considerando
parcialmente, ou seja, deficiente auditivo e surdo
com surdez severa ou profunda.

Temos visto nos últimos anos que a educação inclusiva


vem se tornando uma realidade cada dia mais desafiadora,
não apenas no ensino, mas em todos os âmbitos sociais.
Por isso é preciso desenvolver práticas inclusivas na
comunicação e na educação dos surdos, usando como
instrumento essencial a LIBRAS, que é a língua que
permeia o universo de comunicação dos surdos.

Na educação Básica cerca de 890mil surdos


concluíram o ensino médio, já no Ensino Superior
os números são bastante reduzidos
aproximadamente 7.680 mil pessoas são concluintes.
Podemos observar que é necessário um árduo
trabalho para que esses números aumentem.
A cultura representa para os
surdos afirmação
uma

de sua identidade e
possui também suas
especificidades. Segundo
Strobel (2009), esta se possui
artefatos como:
experiência visual,
linguístico, familiar,
literatura surda, artes
visuais, vida social e esportiva
e político.

Abrange a língua,
as ideias, as
crenças, os
costumes e os
hábitos do povo
surdo.
“o jeito do sujeito
surdo
entender o mundo e
modificá-lo a fim de torná-lo
acessível e habitável
ajustando-o com suas
percepções visuais.”

(STROBEL, 2009, p. 27).


Lei 10.436/02
Decreto 5.626/05
Dispõe sobre a inclusão de Libras
nos cursos de licenciaturas,

qualificação de servidores e
empregados, formação de

tradutores e intérpretes de
Libras/Língua Portuguesa em

cursos de
profissionalização e/ou de

extensão universitária para o uso


e difusão da Libras.
O aluno surdo passa a ter
direito a escolas e/ou classes
bilíngues, as quais a Língua de
Sinais é utilizada como meio de
comunicação, de ensino e de
aprendizagem.

Língua Portuguesa é utilizada


como segunda língua, sendo
considerada língua de instrução
na modalidade escrita, nesses
espaços escolares.
Depois de muita luta de
educadores e membros da
comunidade surda, muitos
direitos foram conquistados.
Talvez você já tenha

visto por aí, em algum


colégio em que você
estudou, ou no ônibus, numa
praça, ou qualquer outro
lugar, pessoas conversando
através de sinais com as
mãos. Essas pessoas
provavelmente eram surdos,
que usam da língua de sinais
para conversarem e se
expressarem.
O que é LIBRAS?
Não é curioso como as
pessoas conseguem se
comunicar através desses
gestos? Se você já se
perguntou como isso é
possível, agora você terá a
oportunidade de saber o que
é uma língua de sinais, e a
língua que é utilizada no
Brasil, chamada LIBRAS –
Língua Brasileira de Sinais.

Então chegamos ao ponto: como funciona


essa língua? Ela consegue passar uma
mensagem completa? Ou são apenas
gestos com significado limitado?
Primeiramente:É importante saber que os surdos de
cada lugar do mundo possuem uma língua de sinais
própria. Por exemplo, enquanto no Brasil utiliza-se a
LIBRAS, nos Estados Unidos é utilizada a ASL
(American Sign Language) e na França a LSF
(Langue des Signes Française), entre muitas outras
que são usadas. Inclusive, dentro de um próprio país,
como no Brasil, há variações de sinais de uma cidade
ou de uma região para outra. Podemos comparar
essas variações aos diferentes sotaques falados no
país!

Precisamos entender que uma língua de sinais surge de


modo espontâneo através da necessidade de comunicação
entre surdos de certa comunidade, como qualquer outra
língua oral. De mesmo modo, apesar de uma estrutura
gramatical diferente, ela consegue comunicar frases com
diversos sentidos, tanto literal quanto metafórico, tanto concreto
quanto abstrato.

Logo, os surdos conseguem expressar perfeitamente


seus sentimentos e pensamentos através de sinais, assim
como receber mensagens de outros, e aprender facilmente
através dela. Por ser visual-espacial, a configuração das mãos
ao realizar os sinais, a posição delas no espaço, a expressão
facial e corporal, contribuem para dar sentido às palavras e
sequências, para a comunicação ser completa.
Você sabia?
Você sabia que nosso cérebro
processa a língua através de seu
hemisfério esquerdo? Enquanto
isso, o hemisfério direito é
responsável por processar a
informação visual que
observamos. No caso das línguas
de sinais, apesar da informação
ser transmitida visualmente, ela é
processada no lado esquerdo
do cérebro, assim como a
língua oral! Logo concluímos que
LIBRAS não são só gestos que
indicam o que se quer comunicar,
como realmente transmitem
sentenças com sentido, assim
como o português, o espanhol, e
qualquer outra língua!
Nem sempre a LIBRAS e outras
línguas de sinais, foram
devidamente reconhecidas como
uma língua, e durante muito
tempo, foi proibido o ensino dos
surdos através dela. Um exemplo
histórico foi a instituição do
oralismo como método oficial para
se educar os surdos no Congresso
de Milão em 1880. O oralismo
rejeita o ensino dos surdos através
da língua de sinais, treinando-os
para aprender a fala e a leitura
labial, adequando-os para que
eles se comuniquem como
pessoas ouvintes.

Aos longo dos anos, esse


método, apesar de ainda ser
utilizado, mostrou-se falho ao
tentar equiparar a aprendizagem
da fala dos surdos ao de pessoas
ouvintes, e também de tentar
fazê-los se encaixarem na
realidade dos ouvintes, ao invés
de incluí-los e aceitá-los do modo
que eles são.
Proposta Pedagógica
Pedagogia Visual
“A partir de (...) jogos educativos, envolvimento da cultura

artística, cultura visual, desenvolvimento da criatividade

plástica, visual e infantil das artes visuais, utilização de Sign

Writing ( escrita de sinais) na informática, recursos visuais, sua

pedagogia crítica e suas ferramentas e práticas, concepção do

mundo através da subjetividade e objetividade com as

experiências visuais” (Campello, 2007, P. 129)


Jogo da memória dos Animais em Libras
Apresentamos o “jogo da Memória
dos animais”, que tem o objetivo
de despertar nos alunos o interesse
pelas libras, mostrando que é
possível aprender os sinais e nomes
dos animais em Libras (Língua
Brasileira de Sinais).
Manual A Proposta visa
do auxiliar na
inclusão dos
jogo estudantes surdos
e no cotidiano
das salas
regulares.
Regras
Passo a Passo
Bibliografia

CAMPELLO, Ana Regina e Souza. Pedagogia Visual / Sinal na


Educação dos Surdos. In Estudos Surdos II / Ronice Müller de
Quadros e Gladis Perlin (org). Petrópolis, RJ: Arara Azul, 2007.

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