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Pop Up, agora a sério

Imagine que o seu computador é a cidade de Lisboa e que as janelas de pop up que aparecem
no seu navegador são um festival de cultura urbana. Catarina Mendonça Ferreira garante-lhe
que este é um Pop Up que não vai querer bloquear.

A estreia tímida que o Festival Pop Up teve, o ano passado, só serviu para aumentar o efeito
de surpresa perante o programa de peso que apresenta para a edição deste ano, que inaugura
esta quinta-feira, e que promete ocupar espaços alternativos e desocupados da cidade com
propostas de criadores de múltiplas áreas.

O Palácio Verride, mais conhecido por Palácio de Santa Catarina, que em tempos foi apontado
como a morada do MUDE, será o quartel-general do festival, e o espaço onde o Laboratório do
Pop Up se vai desenvolver. Por aqui vão passar dezenas de criadores, entre eles os finalistas
do Concurso Internacional de Projectos Artísticos, para uma exposição colectiva e
multidisciplinar que dará nova vida ao espaço.

Cada sala deste magnífico palácio


(inacreditavelmente encerrado e sem
utilidade nos últimos tempos) será ocupada
por diferentes projectos de artistas
consagrados e outros recém-descobertos.
É difícil descrever tudo o que se vai ver, de
tão diferentes que são, mas todos eles
responderam ao desafio temático lançado
para esta edição: “Nómadas Urbanos”. A
ideia era despertar os criadores para as manifestações que o nomadismo impõe à cidade e
incentivar o visitante, tal qual um nómada, a construir a sua experiência neste “palácio dos
tempos modernos”, saltando de sala em sala, descobrindo o projecto e os artistas que se
instalou em cada uma delas. Todas têm potencial para surpreender. Há videoarte, fotografia,
escultura, artes plásticas, arte urbana, instalações, performances, entre outras. Na essência, o
festival continua a ser dedicado à cultura urbana. “Mas não se façam confusões”, diz Hugo
Israel, director criativo do festival. “O Pop Up não usa apenas a arte urbana, mas todos os
campos da criação artística”.

Só para nomear alguns projectos, podemos falar na horta instalada no espaço expositivo que
se articula com um espantalho localizado nas hortas das Olaias; num curioso mapa emocional
ligado a um mapa geográfico; na reflexão sobre arte popular de Henrique Neves; na sala com
robôs; no espaço onde se projectam imagens registadas por uma câmara colocada fora do
palácio; e, finalmente, no colorido projecto de Rui Pereira, que recicla plástico para dar nova
vida a objectos. Além de tudo isto, há ainda uma galeria de arte democrática, em que todos os
artistas são convidados a trazer e expor os seus trabalhos.

Mas os tentáculos do festival, como já se disse, não se ficam pelo Palácio Verride, movem-se
até outros locais da cidade. A Lx Factory recebe o festival no seu Open Day (sexta-feira), o
bairro Portugal Novo nas Olaias é o objecto do projecto “Bairros de Lisboa”, o Pavilhão 27 no
Hospital Júlio de Matos recebe uma exposição, e o Nimas vai estar animado com espectáculos
de música, performances, mostras de cinema e vídeo. Já a Gulbenkian vai ser o palco de um
ciclo de conversas temáticas na área da cultura e das artes. Precisa de mais motivos para se
juntar ao Pop Up Lisboa?

terça-feira, 2 de Novembro de 2010

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