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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA E DE PETRÓLEO

NOTAS DE AULA DA DISCIPLINA TEQ-169

ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DE PETRÓLEO

VICTOR ROLANDO RUIZ AHÓN

NITERÓI, 2017
RESUMO

Esse trabalho apresenta a informação utilizada na disciplina Engenharia de


Produção de Petróleo.
O Capítulo 1 apresenta os conceitos relacionados com o Inflow Performance
Relationship (IPR). No Capítulo 2 são apresentados os conceitos para descrever o
escoamento, cálculos de queda de pressão ao longo da tubulação, monofásico de
gás e óleo e o escoamento multifásico. O Capítulo 3 apresenta os conceitos que
permitem calcular a queda de pressão através de restrições, com ênfase em
válvula choke. No Capítulo 4 são apresentados os conceitos de análise nodal que
permitem determinar o ponto de equilíbrio, ou de operação, de um poço de
produção.
Fica registrado o agradecimento aos professores: Beggs, Brill, Whitson,
Takaçs por compartilhar o conhecimento através das publicações utilizadas para
elaboração dessas notas.

PALAVRAS CHAVE

IPR, TPR, Pressão, Aziz, Vogel, Fetkovich, Choke, Análise Nodal

ii
LISTA DE SIGLAS

EF Eficiência de fluxo
IP Índice de produtividade
SC Standard Condition
S Standard Condition
SI Sistema Internacional de unidades

iii
LISTA DE SÍMBOLOS

Símbolos Latinos

A área transversal de fluxo (cm2), área de drenagem, (ft2)


Bg fator volume-formação de gás, ft3/SCF
Bo fator volume-formação de óleo, bbl/STB
C constante / fator de conversão de unidades
c compressibilidade do fluido, psi-1
CL capacidade calorífica de líquido, BTU/lb-R
Cp capacidade calorífica a pressão constante, BTU/lb-R
Cv capacidade calorífica a volume constante, BTU/lb-R
D coeficiente de turbulência
Ei : Energia no ponto i
f fator de atrito
fo fração volumétrica de óleo
fw fração volumétrica de água
g constante de aceleração da gravidade, ft2/s
HG holdup gás, com escorregamento
HL holdup líquido, com escorregamento
k permeabilidade do meio poroso (D)
k razão de calor específico
kg permeabilidade do óleo, md
ko permeabilidade do óleo, md
L comprimento, ft.
P: pressão, psia
PR pressão do reservatório, psia
Pwf pressão da boca do poço, psia
Q: Calor fornecido/removido pelo trocador de calor
qo vazão volumétrica de óleo, ft3/s
qoSC vazão volumétrica padrão de óleo, STB/d

iv
qg vazão volumétrica de gás, ft3/s
qgSC vazão volumétrica padrão de óleo, STB/d
qg vazão volumétrica de gás, ft3/s
qw vazão volumétrica de água, ft3/s
qwSC vazão volumétrica padrão de água, STB/d
R razão gás/líquido produzida, SCF/STB
S fator de película (+= dano, -= estímulo)
S dimensão do choke, 1/64 pol
T temperatura, R
ts tempo de estabilização, h
Ui: Energia interna total no ponto i
v velocidade do fluido (cm/s)
Ws: Trabalho fornecido pela turbina (bomba)
Z fator de compressibilidade

v
Símbolos Gregos
β coeficiente de velocidade
 porosidade
g Densidade relativa 60°F/60°F do gás
o Densidade relativa 60°F/60°F do óleo
 Holdup sem escorregamento
 massa especifica, densidade absoluta
µ viscosidade do fluido (cP)

vi
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1.1 – PERFIL DE PRESSÃO PARA FLUXO LINEAR (BEGGS, 1991) ................................ 2
FIGURA 1.2 – MODELO DE FLUXO RADIAL (ADAPTADO DE BEGGS, 1991) ............................. 5
FIGURA 1.3 - PERFIL DE PRESSÃO EM FUNÇÃO DO RAIO, FLUXO RADIAL (ADAPTADO DE
BEGGS, 1991) ................................................................................................................ 7
FIGURA 1.4 - DIAGRAMA DE PRESSÃO VS VAZÃO DE PRODUÇÃO ............................................. 8
FIGURA 1.5 - FATORES DE FORMA PARA ÁREA DE DRENAGEM (BEGGS, 1991) ..................... 10
FIGURA 1.6 - FATORES DE FORMA PARA ÁREA DE DRENAGEM (ADAPTADO DE TAKAÇS,
2005) ............................................................................................................................. 12
FIGURA 1.7 - IPR - SOLUÇÃO DO EXEMPLO 1.2 ..................................................................... 13
FIGURA 1.8 - IPR - SOLUÇÃO DO EXEMPLO 1.3 ..................................................................... 15
FIGURA 1.9 - MÉTODO DE VOGEL PARA RESERVATÓRIOS NÃO SATURADOS (ADAPTADO DE
GUO, LYONS E GHALAMBOR, 2007) ...................................................................... 16
FIGURA 1.10 - IPR - SOLUÇÃO DO EXEMPLO 1.4 ................................................................... 17
FIGURA 1.11 - IPR - SOLUÇÃO DO EXEMPLO 1.5 ................................................................... 19
FIGURA 1.12 - PERFIL DE PRESSÃO DE FUNDO PARA UM POÇO COM DANO (BEGGS, 1991) ... 20
FIGURA 1.13 - IPR - SOLUÇÃO DO EXEMPLO 1.6 ................................................................... 23
FIGURA 1.14 - MÉTODO DE FETKOVICH (ADAPTADO DE BEGGS, 1991)............................... 27
FIGURA 1.15 - IPR - SOLUÇÃO DO EXEMPLO 1.9 ................................................................... 29
FIGURA 1.16 – IPR - SOLUÇÃO DO EXEMPLO 1.11................................................................. 34
FIGURA 1.17 – IPR - SOLUÇÃO DO EXEMPLO 1.12................................................................. 36
FIGURA 1.18 – DETERMINAÇÃO DE A E B PARA POÇOS DE GÁS (ADAPTADO DE BEGGS, 1991)
...................................................................................................................................... 38
FIGURA 1.19 – CÁLCULO DE N E C, SOLUÇÃO DO EXEMPLO 1.14........................................... 40
FIGURA 1.20 – DETERMINAÇÃO DE IPR USANDO TESTES DE PRODUÇÃO. CASO A (ADAPTADO
DE PRADO, 2008) ........................................................................................................ 41
FIGURA 1.21 – DETERMINAÇÃO DE IPR USANDO TESTES DE PRODUÇÃO. CASO B (ADAPTADO
DE PRADO, 2008) ........................................................................................................ 42
FIGURA 1.22 – DETERMINAÇÃO DE IPR USANDO TESTES DE PRODUÇÃO. CASO C1 (ADAPTADO
DE PRADO, 2008) ........................................................................................................ 44
FIGURA 1.23 – DETERMINAÇÃO DE IPR USANDO TESTES DE PRODUÇÃO. CASO C2 (ADAPTADO
DE PRADO, 2008) ........................................................................................................ 45
FIGURA 2.1 – VOLUME DE CONTROLE PARA UM SISTEMA DE ESCOAMENTO ........................... 48
FIGURA 2.2 - GEOMETRIA DE FLUXO (BEGGS, 1991) ........................................................... 49
FIGURA 2.3 – MODELO PARA PERDA DE PRESSÃO POR FRICÇÃO (ADAPTADO DE BEGGS,
1991) ............................................................................................................................. 50
FIGURA 2.4 - RELAÇÃO ENTRE DIÂMETRO E RUGOSIDADE RELATIVA (BEGGS, 1991) ......... 52
FIGURA 2.5 – MODELO PARA CÁLCULO DE VELOCIDADE SUPERFICIAL .................................. 59
FIGURA 2.6 – MODELO PARA CÁLCULO DE VELOCIDADE REAL DE CADA FASE ....................... 60
FIGURA 2.7 –MODELO PARA CÁLCULO DE VELOCIDADE REAL DE CADA FASE (ADAPTADO DE
BEGGS, 1991) .............................................................................................................. 64
FIGURA 2.8 – CORRELAÇÃO DO FATOR DE FRICÇÃO DE POETTMAN E CARPENTER (BRILL E
MUKHERJEE, 1999) ................................................................................................... 65

vii
FIGURA 2.9 – CORRELAÇÃO DO FATOR DE FRICÇÃO DE FANCHER E BROWN (BRILL E
MUKHERJEE, 1999) ................................................................................................... 66
FIGURA 2.10 – CORRELAÇÃO DO PARÂMETRO CNL (BRILL E MUKHERJEE, 1991) .......... 68
FIGURA 2.11 – CORRELAÇÃO DO FATOR DE HOLD-UP (BRILL E MUKHERJEE, 1991) ....... 68
FIGURA 2.12 – CORRELAÇÃO DO FATOR DE SEGUNDA CORREÇÃO (BRILL E MUKHERJEE,
1991) ............................................................................................................................. 69
FIGURA 2.13 – MAPA DE PADRÕES DE ESCOAMENTO (BEGGS, 1991)................................... 74
FIGURA 2.14 – EFEITO DO ÂNGULO NO HOLDUP DO LÍQUIDO (BEGGS, 1991) ....................... 75
FIGURA 2.15 – MAPA DE PADRÕES DE ESCOAMENTO (AZIZ ET AL., 1993) ............................ 79
FIGURA 3.1 - REPRESENTAÇÃO DE UMA RESTRIÇÃO (TAKAÇS, 2005) ................................. 84
FIGURA 3.2 - CURVA DE DESEMPENHO DE UMA RESTRIÇÃO (TAKAÇS, 2005) ...................... 85
FIGURA 4.1 – SISTEMA DE PRODUÇÃO (JALIL, 2003) ......................................................... 110
FIGURA 4.2 – POSSÍVEIS PERDAS DE PRESSÃO NUM SISTEMA DE PRODUÇÃO (JALIL, 2003) 111
FIGURA 4.3 - LOCALIZAÇÃO DOS POSSÍVEIS NÓS (JALIL, 2003) ......................................... 112
FIGURA 4.4 – PONTO DE OPERAÇÃO, SOLUÇÃO DO EXEMPLO 4.1 ........................................ 116
FIGURA 4.5 – EXEMPLO DE SUBDIVISÃO DA TUBULAÇÃO EM TRECHOS ................................ 127
FIGURA 4.6 – PONTO DE OPERAÇÃO, SOLUÇÃO DEO EXEMPLO 4.4....................................... 132
FIGURA 4.7 – PONTO DE OPERAÇÃO, SOLUÇÃO DO EXEMPLO 4.5 ........................................ 137
FIGURA 4.8 – CURVAS DE GRADIENTE DE PRESSÃO (NIND, 1981) ...................................... 139
FIGURA 4.9 - EXEMPLO DE CÁLCULO DE PRESSÃO DISPONÍVEL E REQUERIDA (PIC: PONTO
INICIAL DE CÁLCULO) (ALVES, 2001) ........................................................................ 141
FIGURA 4.10 – CURVA DISPONÍVEL EM QUALQUER PONTO DO SISTEMA (ALVES, 2001)..... 142
FIGURA 4.11 – CURVA REQUERIDA EM QUALQUER PONTO DO SISTEMA (ALVES, 2001) ..... 142
FIGURA 4.12 – ESTABELECIMENTO DA CONDIÇÃO DE EQUILÍBRIO, PONTO DE OPERAÇÃO
(ALVES, 2001) ........................................................................................................... 143
FIGURA 4.13 - CURVAS DE GRADIENTE DE PRESSÃO, Q = 50 STB/D (NIND, 1981) ............. 147
FIGURA 4.14 - CURVAS DE GRADIENTE DE PRESSÃO, Q = 100 STB/D (NIND, 1981) ........... 148
FIGURA 4.15 - CURVAS DE GRADIENTE DE PRESSÃO, Q = 200 STB/D (NIND, 1981) ........... 149
FIGURA 4.16 - CURVAS DE GRADIENTE DE PRESSÃO, Q = 400 STB/D (NIND, 1981) ........... 150
FIGURA 4.17 - CURVAS DE GRADIENTE DE PRESSÃO, Q = 600 STB/D (NIND, 1981) ........... 151
FIGURA 4.18 - PROBLEMA COM MÚLTIPLAS SOLUÇÕES (ADAPTADO DE LEA E TIGHE, 1983)
.................................................................................................................................... 153
FIGURA 5.1 – CORRELAÇÃO PARA OBTENÇÃO DE O L E G ................................................. 158
FIGURA 5.2 – GRÁFICO PARA OBTENÇÃO DO FATOR DE FRICÇÃO (BAKER) 2.135 ................ 162
FIGURA 5.3 – MAPA DE PADRÕES DE ESCOAMENTO HORIZONTAL (BAKER) ......................... 163
FIGURA 5.4 – CORRELAÇÃO DE HOLDUP COM ESCORREGAMENTO (DUKLER) ...................... 174
FIGURA 5.5 – FATOR DE FRICÇÃO DE DUAS FASES (DUKLER)............................................... 175
FIGURA 5.6 – CORRELAÇÃO DE HOLDUP .............................................................................. 177
FIGURA 5.7 - CORRELAÇÃO DO FATOR DE PERDA DE ENERGIA (EATON) .............................. 178

LISTA DE TABELAS
TABELA 1.1- UNIDADES PARA A LEI DE DARCY (BEGGS, 1991) ............................................ 2
TABELA 1.2 - PARÂMETROS PARA O COEFICIENTE DE VELOCIDADE (BEGGS, 1991)............... 4

viii
TABELA 2.1 - PARÂMETROS DA CORREÇÃO DE BEGGS E BRILL (BRILL E MUKHERJEE,
1991) ............................................................................................................................. 73
TABELA 2.2 – PARÂMETROS PARA DETERMINAÇÃO DE C (BRILL E MUKHERJEE, 1991) .. 73
TABELA 2.3 – PARÂMETROS DO MODELO DE AZIZ ET AL (AZIZ ET AL., 1993)....................... 80
TABELA 3.1 – PARÂMETROS PARA O FLUXO SÔNICO (BEGGS, 1991) .................................... 91
TABELA 5.1 – PADRÃO DE ESCOAMENTO SEGUNDO O NÚMERO DE REYNOLDS ............... 157

ix
SUMÁRIO

RESUMO .................................................................................................................................................. ii
LISTA DE SIGLAS ................................................................................................................................. iii
LISTA DE SÍMBOLOS ........................................................................................................................... iv
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................................. vii
LISTA DE TABELAS ........................................................................................................................... viii
SUMÁRIO ................................................................................................................................................ x
1. INFLOW PERFORMANCE ....................................................................................... 1
1.1. LEI DE DARCY .................................................................................................................................. 1
1.2. FLUXO LINEAR (ÁREA CONSTANTE).................................................................................................. 1
1.2.1. Para óleo ..................................................................................................................................... 3
1.2.2. Para gás....................................................................................................................................... 4
1.3. FLUXO RADIAL (A = 2RH) .............................................................................................................. 4
1.3.1. Para óleo ..................................................................................................................................... 5
1.3.2. Para gás....................................................................................................................................... 6
1.4. PERFIL DE PRESSÃO PARA ÓLEO ....................................................................................................... 7
1.5. ÍNDICE DE PRODUTIVIDADE .............................................................................................................. 7
Exemplo 1.1 .............................................................................................................................................. 8
Solução Exemplo 1.1 ................................................................................................................................ 8
1.5.1. Modificação da permeabilidade e turbulência ............................................................................ 9
1.5.2. Fatores que afetam o índice de produtividade (IP) ................................................................... 10
1.5.3. Fatores que afetam o IPR .......................................................................................................... 11
1.6. PREDIÇÃO DE IPR .......................................................................................................................... 11
1.6.1. Método de Vogel ...................................................................................................................... 11
Exemplo 1.2 ............................................................................................................................................ 12
Solução Exemplo 1.2 .............................................................................................................................. 13
Exemplo 1.3 ............................................................................................................................................ 14
Solução Exemplo 1.3 .............................................................................................................................. 14
1.6.2. Aplicação do método de Vogel para PR > Pb .......................................................................... 15
Exemplo 1.4 ............................................................................................................................................ 16
Solução Exemplo 1.4 .............................................................................................................................. 16
Exemplo 1.5 ............................................................................................................................................ 18
Solução Exemplo 1.5 .............................................................................................................................. 18
1.6.3. Aplicação do método de Vogel para S0 ................................................................................ 19
Exemplo 1.6 ............................................................................................................................................ 21
Solução Exemplo 1.6 .............................................................................................................................. 21
Modificação de Standing para o método de Vogel ................................................................................. 23
Exemplo 1.7 ............................................................................................................................................ 24
Solução Exemplo 1.7 .............................................................................................................................. 24
1.6.4. Eficiência de Fluxo de poços saturados – Método de Vogel .................................................... 25
Exemplo 1.8 ............................................................................................................................................ 25
Solução Exemplo 1.8 .............................................................................................................................. 25
1.6.5. Método de Fetkovich ................................................................................................................ 26
Exemplo 1.9 ............................................................................................................................................ 28
Solução Exemplo 1.9 .............................................................................................................................. 28
1.6.6. Modificação do método de Fetkovich ...................................................................................... 29
Exemplo 1.10 .......................................................................................................................................... 30
Solução Exemplo 1.10 ............................................................................................................................ 30
1.7. PREDIÇÃO DE IPR FUTURO DE POÇOS DE PETRÓLEO ....................................................................... 31
1.7.1. Método de Standing .................................................................................................................. 31
Exemplo 1.11 .......................................................................................................................................... 33
Solução Exemplo 1.11 ............................................................................................................................ 33

x
1.7.2. Método de Fetkovich ................................................................................................................ 34
Exemplo 1.12 .......................................................................................................................................... 35
Solução Exemplo 1.12 ............................................................................................................................ 35
1.7.3. Combinação dos métodos de Vogel e Fetkovich ...................................................................... 36
Exemplo 1.13 .......................................................................................................................................... 37
Solução Exemplo 1.13 ............................................................................................................................ 37
1.8. PREDIÇÃO DE IPR FUTURO DE POÇOS DE GÁS ................................................................................. 37
Exemplo 1.14 .......................................................................................................................................... 38
Solução Exemplo 1.14 ............................................................................................................................ 39
1.9. DETERMINAÇÃO DO IPR USANDO TESTES DE PRODUÇÃO ............................................................... 41
1.9.1. Caso A ...................................................................................................................................... 41
1.9.2. Caso B ...................................................................................................................................... 42
1.9.3. Caso C1 .................................................................................................................................... 43
1.9.4. Caso C2 .................................................................................................................................... 45
2. ESCOAMENTO MULTIFÁSICO............................................................................ 47
2.1 EQUAÇÃO GERAL DE ENERGIA ............................................................................................................ 47
2.2 FLUXO MONOFÁSICO ........................................................................................................................... 49
2.2.1 Fator de fricção para fluxo laminar (NRe < 2100) ..................................................................... 51
2.2.2 Fator de fricção para fluxo turbulento ...................................................................................... 51
Exemplo 2.1 ............................................................................................................................................ 52
Solução Exemplo 2.1 .............................................................................................................................. 53
Exemplo 2.2 ............................................................................................................................................ 53
Solução Exemplo 2.2 .............................................................................................................................. 53
2.2.3 Fluxo monofásico de um gás .................................................................................................... 54
2.2.4 Escoamento horizontal de gases ............................................................................................... 54
Exemplo 2.3 ............................................................................................................................................ 55
Solução Exemplo 2.3 .............................................................................................................................. 55
2.2.5 Fluxo monofásico de um gás na seção anular do poço ............................................................. 56
Exemplo 2.4 ............................................................................................................................................ 57
Solução Exemplo 2.4 .............................................................................................................................. 57
2.3 FLUXO BIFÁSICO ................................................................................................................................. 58
2.3.1 Variáveis do escoamento bifásico ............................................................................................ 58
Exemplo 2.5 ............................................................................................................................................ 61
Solução Exemplo 2.5 .............................................................................................................................. 61
Exemplo 2.6 ............................................................................................................................................ 61
Solução Exemplo 2.6 .............................................................................................................................. 62
2.3.2 Modificação da equação de gradiente de pressão para escoamento bifásico ............................ 62
2.4 PADRÃO DE ESCOAMENTO .................................................................................................................. 63
2.5 PREDIÇÃO DO GRADIENTE DE PRESSÃO EM ESCOAMENTO MULTIFÁSICO ............................................. 64
2.5.1 Correlações empíricas ............................................................................................................... 64
Exemplo 2.7 ........................................................................................................................................................ 69
Solução Exemplo 2.7........................................................................................................................................... 70
2.5.1.1 Método de Beggs e Brill ....................................................................................................... 71
2.5.1.2. Padrões de escoamento ........................................................................................................................... 72
Holdup líquido .................................................................................................................................................... 73
2.5.1.3. Fator de fricção ....................................................................................................................................... 75
Exemplo 2.8 ........................................................................................................................................................ 76
Solução Exemplo 2.8........................................................................................................................................... 76
2.5.2 Modelos Mecanísticos .............................................................................................................. 77
2.5.2.1 Método de Aziz-Govier-Fogarasi ........................................................................................ 78
2.5.2.2 Padrões de escoamento ........................................................................................................ 78
2.5.2.3 Escoamento Bubble ............................................................................................................. 79
2.5.2.4 Escoamento Slug.................................................................................................................. 80
2.5.2.5 Escoamento Mist e Transition ............................................................................................. 80
Exemplo 2.9 ............................................................................................................................................ 81
Solução Exemplo 2.9 .............................................................................................................................. 81

xi
3. FLUXO ATRAVÉS DE RESTRIÇÕES................................................................... 83
3.1 CÁLCULO DE VAZÃO DE GÁS ATRAVÉS DE CHOKES ............................................................................. 83
3.2 CÁLCULO DA TEMPERATURA ATRAVÉS DO CHOKE .............................................................................. 86
3.3 CÁLCULO DA PRESSÃO ATRAVÉS DO CHOKE ....................................................................................... 86
Exemplo 3.1 ............................................................................................................................................ 87
Solução Exemplo 3.1 .............................................................................................................................. 87
Exemplo 3.2 ............................................................................................................................................ 88
Solução Exemplo 3.2 .............................................................................................................................. 88
3.4 CÁLCULO DA PRESSÃO À MONTANTE DO CHOKE ................................................................................. 89
Exemplo 3.3 ............................................................................................................................................ 89
Solução Exemplo 3.3 .............................................................................................................................. 90
3.5 ESCOAMENTO DE GÁS ÚMIDO ATRAVÉS DE CHOKES............................................................................ 90
3.5.1 Fluxo sônico ............................................................................................................................. 91
3.5.2 Fluxo subsônico ........................................................................................................................ 91
Exemplo 3.4 ............................................................................................................................................ 93
Solução Exemplo 3.4 .............................................................................................................................. 93
3.6 ESCOAMENTO DE LÍQUIDO ATRAVÉS DE CHOKES ................................................................................ 95
3.7 APÊNDICE 3.A -ESCOAMENTO DE GÁS ................................................................................................ 95
3.7.1 Mudanças de temperatura com pressão .................................................................................... 95
3.7.2. Fluxo através de válvulas e restrições ........................................................................................... 97
3.8 APÊNDICE 3.B – PROCESSO ADIABÁTICO .......................................................................................... 100
3.9 APÊNDICE 3.C – TWO-PHASE FLOW THROUGH CHOKES..................................................................... 102
4. POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE UM POÇO ................................................... 109
4.1 ANÁLISE NODAL ............................................................................................................................... 109
4.2 ANÁLISE DE POTENCIAL DE POÇO...................................................................................................... 112
4.2.1 Análise com o fundo de poço (Bottom-Hole ) ........................................................................ 112
Exemplo 4.1 .......................................................................................................................................... 114
Solução Exemplo 4.1 ............................................................................................................................ 114
Exemplo 4.2 .......................................................................................................................................... 118
Solução Exemplo 4.2 ............................................................................................................................ 118
Exemplo 4.3 .......................................................................................................................................... 122
Solução Exemplo 4.3 ............................................................................................................................ 123
Exemplo 4.4 .......................................................................................................................................... 129
Solução Exemplo 4.4 ............................................................................................................................ 129
Exemplo 4.5 .......................................................................................................................................... 133
Solução Exemplo 4.5 ............................................................................................................................ 134
4.3 CURVAS DE GRADIENTE DE PRESSÃO ................................................................................................ 137
Exemplo 4.6 .......................................................................................................................................... 143
Solução Exemplo 4.6 ............................................................................................................................ 144
Exemplo 4.7 .......................................................................................................................................... 146
Solução Exemplo 4.7 ............................................................................................................................ 146
4.4 PROBLEMAS DE PRODUÇÃO COM MÚLTIPLAS SOLUÇÕES ................................................................... 152
5. ESCOAMENTO MULTIFÁSICO EM TUBOS HORIZONTAIS ...................... 155
5.1 MÉTODO DE LOCKHART E MARTINELLI ............................................................................................ 155
Exemplo 5.1 .......................................................................................................................................... 158
Solução Exemplo 5.1 ............................................................................................................................ 159
5.2 MÉTODO DE BAKER .......................................................................................................................... 160
Exemplo 5.2 .......................................................................................................................................... 164
Solução Exemplo 5.2 ............................................................................................................................ 164
5.3 MÉTODO DE DUKLER ........................................................................................................................ 167
5.3.1 Caso I ...................................................................................................................................... 167
Exemplo 5.3 .......................................................................................................................................... 169
Solução Exemplo 5.3 ............................................................................................................................ 169

xii
5.3.2 Caso II .................................................................................................................................... 172
5.4 MÉTODO DE EATON .......................................................................................................................... 175
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 179

xiii
1. Inflow Performance
Representa a capacidade de um poço para produção de fluidos. Gilbert
(1954) o definiu como o fluxo de fluidos do reservatório ao poço. A capacidade
do poço depende do tipo de reservatório, do mecanismo de produção, da
pressão do reservatório, da permeabilidade, propriedades dos fluidos, danos ou
estímulo da formação, turbulência, etc.
O fluxo de fluido ao poço depende do “drawdown” ou do diferencial
(abatimento ou queda) de pressão no reservatório, PR  Pwf . Onde PR é a

pressão média do reservatório, Pwf é a pressão no poço.

1.1. Lei de Darcy


A equação que descreve o escoamento de um fluido (filtração) em um
meio poroso foi desenvolvida por Darcy.
kA dP
q  vA   (1.1)
 dl
Onde:
k : permeabilidade do meio poroso (D)
v : velocidade do fluido (cm/s)
q : vazão volumétrica (cm3/s)
A : área transversal de fluxo (cm2)
 : viscosidade do fluido (cP)
dP
: gradiente de pressão na direção de fluxo (atm/cm)
dl

1.2. Fluxo linear (área constante)


A Equação (1.1) pode ser integrada para obter a queda de pressão num
comprimento L:
q
P2 L

P dP   kA 0 dx (1.2)
1

1
TEQ-169
q
P2  P1   L (1.3)
kA
CkAP1  P2 
q (1.4)
L
onde C é uma constante / fator de conversão de unidades. Para o sistema de
unidades Darcy, o valor de C é 1. Para o sistema de unidades inglês, o valor de
C é 1,12710-3. A Tabela 1.1 mostra alguns sistemas de unidades usados.

Tabela 1.1- Unidades para a Lei de Darcy (BEGGS, 1991)


Variável Símbolo Darcy Americano
Vazão Q cm3/s bbl/d
Permeabilidade K Darcy md
Área A cm2 ft2
Pressão P Atm psi
Viscosidade  Cp cp
Comprimento L Cm ft

A representação gráfica de P vs L produzirá uma linha reta com inclinação


q
 (Figura 1.1). Isto é, a variação da pressão com o comprimento é linear.
kA

Figura 1.1 – Perfil de pressão para fluxo linear (BEGGS, 1991)

2
TEQ-169
Para o caso de um fluido ser compressível, a vazão é função da
pressão. Utilizando o fato que a vazão mássica (  q) deve ser constante e
expressando a massa específica em função da pressão e temperatura, da
equação (2) se obtém:
ZTL
P12  P22  8,93 q SC (1.5)
kA
onde:
P : psia, T : R,  : cp, k : md, A : ft2, q SC : scf/d.

Para altas vazões, nas quais aparecem efeitos de turbulência, a lei de Darcy
pode ser modificada para levar em conta a queda de pressão extra devido à
turbulência.

1.2.1. Para óleo

 o Bo L Bo2  o L 2
P1  P2  q o  9,08  10 13 qo (1.6)
1,127  10 3 k o A A2
onde:
P1 : pressão à montante, psia
P2 : pressão à jusante, psia
 o : viscosidade de óleo, cP
B o : fator volume-formação de óleo, bbl/STB

L : comprimento, ft.
k o : permeabilidade do óleo, md

A : área transversal, ft2


 o : massa específica do óleo, lb/ft3
 : coeficiente de velocidade, ft-1
qo : vazão de óleo, STB/d

3
TEQ-169
1.2.2. Para gás

ZT g L ZT g L
P12  P22  8,93 q SC  1,247  10 16 2
2
q SC (1.7)
kg A A

onde:
Z : fator de compressibilidade
T : temperatura, R
 g : densidade do gás (ar = 1)

q SC : vazão de gás a 14,7 psia e 60 F, scf/d

 g : viscosidade do gás a T e P , cP

k g : permeabilidade do gás, md

Uma estimativa do coeficiente de velocidade é dada por:


  ak b (1.8)
onde:  : ft-1, k : md.
As constantes a e b são obtidas da Tabela 1.2.

Tabela 1.2 - Parâmetros para o coeficiente de velocidade (BEGGS, 1991)


Tipo de formação a b
Consolidada 2,3291010 1,2
Não consolidada 1,470107 0,55

As equações anteriores podem ser utilizadas para calcular a queda de pressão


através da completação (gravel pack), isto é P  Pwfs  Pwf .

1.3. Fluxo radial (A = 2rh)


Na equação (1), uma vez que a área não é constante, ela deverá ser
dP dP
incluída na integração e fazer  (vazão de produção => valor positivo):
dl dr

4
TEQ-169
2rhk dP
q (1.9)
 dr
A Figura 1.2 ilustra o modelo usado para descrever esse tipo de fluxo.

Figura 1.2 – Modelo de fluxo radial (Adaptado de BEGGS, 1991)

1.3.1. Para óleo

A pequena variação de q com a pressão é levada em conta a través do


uso do fator volume-formação, B o :

2rhk o dP
qo Bo  (1.10)
 o dr
ou
Pe e r
ko dr
2h  dP  q o  (1.11)
Pwf
Bo  o rw
r

Admitindo que o termo k o  o Bo é independente da pressão:

2k o hPe  Pwf 


qo  (SI) (1.11a)
r 
 o Bo ln  e 
 rw 
ou em sistema americano:
k o hPe  Pwf 
qo  0,00708 (1.11b)
r 
 o Bo ln  e 
 rw 
onde:
qo : STB/d, k o : md, h : ft, Pe : psia, Pwf : psia, re : ft, rw : ft,  o : cP, B o : bbl/STB.
5
TEQ-169
A equação anterior pode ser expressa em função da pressão média do
reservatório, PR (Eq 3.206 do livro de Rosa et al., 2006):

k o hPR  Pwf  k o hPR  Pwf 


q o  0,00708  0,00708 (1.12)
  r  3  0,472re 
 o Bo  ln  e     o Bo ln  
  rw  4   rw 

1.3.2. Para gás

Uma vez que a vazão mássica (  q) deve ser constante e utilizando a


equação de estado para o gás:
PM
 (1.13)
ZRT
q   SC q SC (1.14)

ou de (1.8):
q PTSC 2rhk g dP
q SC  
 SC PSC TZ  g dr
Integrando:
Pe
q SC  g TPSC Z re
dr
 PdP 
Pwf
2hk g TSC 
rw
r

q SC  g ZTPSC r 
P e
2

 Pwf2  ln  e  (1.15)
k g hTSC  rw 
Expressando a equação anterior em função e PR e PSC  14,7 psia, TSC  520 R:

q SC  703  10 6

k g h PR2  Pwf2   703  10 6

k g h PR2  Pwf2 
(1.16)
  r  3  0,472re 
 g ZT  ln  e     g ZT ln  
  rw  4   rw 
onde:

q SC : Mscf/d, k g : md, h : ft, PR : psia, Pwf : psia,  g : cP P  PR  Pwf / 2 , T : R,   
re : ft, rw : ft.

6
TEQ-169
1.4. Perfil de pressão para óleo
O perfil de pressão no reservatório em função do raio pode ser obtido a
partir da equação (1.12):
qo  o Bo q  B
P  PR  141,2 ln 0,472re   141,2 o o o ln r  (1.17)
ko h ko h
Pode-se observar que o gráfico de P vs lnr deve fornecer uma linha reta com
inclinação m (Figura 1.3), onde:
q o  o Bo
m  141,2 (1.18)
ko h

Figura 1.3 - Perfil de pressão em função do raio, fluxo radial (Adaptado de


BEGGS, 1991)

1.5. Índice de produtividade


A relação entre a vazão de fluido e a queda de pressão é definida como
índice de produtividade, IP (J), dada por:
ko h
IP  0,00708 (1.19)
 0,472re 
 o Bo ln  
 rw 
Portanto:
qo  IPPR  Pwf  (1.20)

ou

7
TEQ-169
qo
IP 
PR  Pwf  (1.21)

De (20) ou (21), o gráfico de Pwf vs qo (Figura 1.4) deve fornecer uma linha reta

com inclinação  1 IP e intercepto de PR para q o  0 .

Figura 1.4 - Diagrama de Pressão vs vazão de produção

Exemplo 1.1
Um poço produtor tem uma pressão média de 2085 psig. A vazão de produção
é 282 STB/d quando Pwf = 1765 psig. Calcule:
a) O índice de produtividade
b) A vazão de produção se Pwf = 1485 psig.
c) A pressão Pwf necessária para obter qo = 400 STB/d
d) A vazão qo se Pwf = 0, isto é, Absolute Open Flow (AOF) ou qo,max.

Solução Exemplo 1.1


qo 282 STB
a) IP    0.88
PR  Pwf 2085  1765 d  psi

 
b) qo  IP PR  Pwf  0.882085  1485  528 STB / d

qo 400
c) Pwf  PR   2085   1630 psig
IP 0,88

d) qo,max  IPPR  0  0,882099,7  1847,7 STB / d


8
TEQ-169
Para o caso do fluido ser gás o índice de produtividade pode ser calculado a
través de:
q SC
IP  (1.22)
P  Pwf2
R
2

ou
kg h
IP  703  10 6 (1.23)
r 
 g ZT ln  e 
 rw 

1.5.1. Modificação da permeabilidade e turbulência

A permeabilidade da formação pode ser aumentada próximo da boca do


poço devido à estimulação, ou reduzida devido ao dano. Uma vez que é difícil a
determinação do raio efetivo da área com permeabilidade afetada, a mudança
da pressão é levada em conta através de um fator de película (skin factor) que
inclui os efeitos de turbulência e danos à formação.
S   S  Dq (1.24)
Onde:
S: fator de película (+= dano, -= estímulo)
D: coeficiente de turbulência

Para representar /descrever o fluxo de fluido em áreas de drenagem não


circular, Odeh (1978) propôs as seguintes equações:
k o hPR  Pwf 
qo  0,00708 (1.25)
 o Bo ln 0,472 x   S 

q g  703  10 6

k g h PR2  Pwf2  (1.26)
 g ZT ln 0,472 x   S 

qo ko h
IP   0,00708 (1.27)
PR  Pwf  o Bo ln 0,472 x   S 
Onde x é dada na Figura 1.5.

9
TEQ-169
Figura 1.5 - Fatores de forma para área de drenagem (BEGGS, 1991)

A variação da pressão devido ao efeito de película e turbulência é definida por:


Pskin  Pwfs  Pwf (1.28)

qo  o Bo S 
Pskin  141,2 (1.29)
ko h

1.5.2. Fatores que afetam o índice de produtividade (IP)

- Comportamento termodinâmico do reservatório (phase behavior). Através das


pressões de bolha e orvalho, a presença de uma ou mais fases.
- Comportamento da permeabilidade relativa. Relação com a saturação do
líquido.

10
TEQ-169
- Comportamento da viscosidade do óleo.
- Comportamento do fator-volume de formação do óleo

1.5.3. Fatores que afetam o IPR

- Mecanismo de produção (efeito da pressão)


a) gás em solução
b) capa de gás
c) influxo de água
d) combinado
- Drawdown
- Depleção (saturação de gás)

1.6. Predição de IPR


Os fatores que afetam o IPR foram discutidos qualitativamente, se todos
os fatores/variáveis pudessem ser calculados, as equações resultantes da
integração da lei de Darcy poderiam ser utilizadas para quantificar o IPR. No
entanto, a pouca disponibilidade desse tipo de informação tem induzido
diversos pesquisadores a propor métodos empíricos para este fim.

1.6.1. Método de Vogel

Vogel (1968) utilizou um simulador numérico de reservatório para


estudar o IPR de poços com mecanismos de produção de gás em solução. Ele
considerou casos para P  Pb , diversos valores de P
R  Pwf , fluidos,

propriedades de rochas e dano igual a zero.


Vogel observou que todas as curvas de IPR apresentavam a mesma forma
(Figura 1.6) e que podiam ser descritas pela seguinte equação adimensional:
2
qo Pwf  Pwf 
 1  0,2  0,8  (1.30)
qo ,max PR  PR 
Onde:
qo : vazão na pressão Pwf, STB/d

q o ,max : vazão máxima, STB/d


11
TEQ-169
PR : pressão média do reservatório, psig

Pwf : pressão na boca do poço, psig

Figura 1.6 - Fatores de forma para área de drenagem (Adaptado de TAKAÇS,


2005)

Exemplo 1.2
Um poço “saturado” foi testado nas seguintes condições: Pwf  1400 psig e

produziu q  100 STB/d de óleo. A pressão estática do reservatório foi

PR  2000 psig . Determine:


a) A vazão máxima de produção (AOF)
b) Construa a curva IPR para diversos valores de qo. Compare com a curva
admitindo IP constante.

12
TEQ-169
Solução Exemplo 1.2
a) Da equação (1.30):
2
100  1400   1400 
 1  0,2   0,8 
qo,max  2000   2000 
q o ,max  213,7 bpd

b) Para efeitos de comparação


qo 100 bpd
IP    0,17
PR  Pwf 2000  1400 psi

q o  0,172000  Pwf  (*)


2
qo  Pwf   P 
 1  0,2   0,8 wf  (**)
qo,max  2000   2000 

Pwf (psig) 0 400 800 1200 1600


qo (*) 340 272 204 136 68
qo (**) 213,7 198,3 169,3 126,5 70

IPR

2000
1600
1200
Pwf

800
400
0
0 50 100 150 200 250 300 350

qo

Linear Vogel

Figura 1.7 - IPR - Solução do Exemplo 1.2

Nota: o método de Vogel também pode ser utilizado em poços produzindo


água. Portanto:
13
TEQ-169
qo ql

qo ,max ql ,max

Onde ql  qo  q w .

Exemplo 1.3
Um poço produtor apresenta as seguintes condições: PR  2085 psig ,

qo  282 STB / d , Pwf  1765 psig , Pb  2100 psig . Utilizando o método de Vogel

calcule:
a) A vazão máxima de produção
b) A vazão de produção quando Pwf  1485 psig

c) A pressão Pwf necessária para obter qo  400 STB / d

Solução Exemplo 1.3


a)
qo
qo ,max  2
 Pwf  P 
1  0,2   0,8 wf 
 PR   PR 
282
qo ,max  2
 1095,5 STB / d
 1765   1765 
1  0,2   0,8 
 2085   2000 
b)
  1485   1485  
2

q o  1095,51  0,2   0,8    494,8 STB / d


  2085   2085  

c) Da equação (1.30), colocando em evidência Pwf PR :

Pwf qo
 1,266  1,25  0,125
PR q0,max

Pwf  400 
 1,266  1,25   0,125  0,7745
PR  1095,5 
Pwf  1614,96 psig

14
TEQ-169
IPR

2100
1800
1500
1200
Pwf

900
600
300
0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000

qo

Linear Vogel

Figura 1.8 - IPR - Solução do Exemplo 1.3

1.6.2. Aplicação do método de Vogel para PR > Pb

As equações podem ser derivadas considerando o IP constante para


Pwf  Pb e usando o método de Vogel para Pwf  Pb . Admite-se que o IPR é

contínuo, isto é, as inclinações dos dois segmentos são iguais em Pwf  Pb

(Figura 1.9).

Caso 1: Pwf  Pb  teste

1. Calcular IP utilizando dados do teste e a equação:


qo
IP 
PR  Pwf

2. Calcular qb através de:

qb  IPPR  Pb  (1.31)

3. Gerar o IPR para valores de Pwf  Pb utilizando:

IP  Pb  
2
P  P 
q o  qb  1  0,2 wf   0,8 wf   (1.32a)
1,8   Pb   Pb  

15
TEQ-169
Figura 1.9 - Método de Vogel para reservatórios não saturados (Adaptado de
GUO, LYONS e GHALAMBOR, 2007)

Exemplo 1.4
Os dados a seguir correspondem a um poço “não saturado”:
PR  4000 psig , Pb  2000 psig

Dados do teste: qo  200 STB / d , Pwf  3000 psig . Construa o IPR

Solução Exemplo 1.4


1.
qo 200 STB
IP    0,2
PR  Pwf 4000  3000 psi  d

2.
qb  IPPR  Pwf   0,24000  2000  400 STB / d

3.

16
TEQ-169
IP  Pb  
2
P  P 
q o  qb  1  0,2 wf   0,8 wf  
1,8   Pb   Pb  

0,2(2000)  
2
 P   P 
qo  400  1  0,2 wf   0,8 wf  
1,8   2000   2000  

Pwf 4000 3000 2000 1500 1000 500 0


qo 0 200 400 489 556 600 622

IPR

4000
3500
3000
2500
Pwf

2000
1500
1000
500
0
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650

qo

Linear Vogel

Figura 1.10 - IPR - Solução do Exemplo 1.4

Caso 2: Pwf  Pb  teste

1. Calcular o IP com
qo
IP  (1.32b)
P  
2
 Pwf  P 
PR  Pb  b 1  0,2   0,8 wf  
1,8   Pb   Pb  

2. Calcular qb através de:

qb  IPPR  Pb  (1.31)

17
TEQ-169
3. Gerar o IPR para valores de Pwf  Pb utilizando:

IP  Pb  
2
P  P 
q o  qb  1  0,2 wf   0,8 wf   (1.32a)
1,8   Pb   Pb  

Exemplo 1.5
O poço anterior foi testado novamente e se obteve os seguintes resultados:
q o  532 STB / d , Pwf  1200 psig . Construa o IPR

Solução Exemplo 1.5


1.
532 STB
IP   0,20
2000   1200   1200  
2
psi  d
4000  2000  1  0,2   0,8  
1,8   2000   2000  

2.
qb  0,24000  2000  400 STB / d

3.

0,2(2000)  
2
 P   P 
qo  400  1  0,2 wf   0,8 wf  
1,8   2000   2000  

Pwf 4000 3000 2000 1500 1200 700 500 0


qo 0 200 400 489 532 585 600 622

18
TEQ-169
IPR

4000
3500
3000
2500
Pwf

2000
1500
1000
500
0
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650

qo

Linear Vogel

Figura 1.11 - IPR - Solução do Exemplo 1.5

1.6.3. Aplicação do método de Vogel para S0

O método de Vogel para geração de IPR não considerava mudanças da


permeabilidade absoluta no reservatório. Standing (1970) propôs um
procedimento para modificar o método de Vogel permitindo levar em conta o
dano ou estímulo em torno do poço. O grau de alteração da permeabilidade
pode ser expresso em função da eficiência de fluxo (EF) (Figura 1.12):

drawdown ideal PR  Pwf q IP IP


EF     (1.33)
drawdown real PR  Pwf q IP IP

A eficiência de fluxo também pode ser expressa em função de Pskin e S  :

 0,472re 
ln  
PR  Pwf  Pskin  r 
EF   w
(1.34)
PR  Pwf  0,472re 
ln    S 
 rw 

19
TEQ-169
Figura 1.12 - Perfil de pressão de fundo para um poço com dano (BEGGS, 1991)

Portanto, a equação de Vogel fica:

 Pwf  P
2
qo  
1
 1  0,2   0,8 wf  (1.35)
qoEF,max  PR   PR 
Onde:
1
qoEF,max : vazão máxima de produção obtida para EF  1 e S   0 .

A relação entre Pwf , Pwf e EF pode ser obtida a partir de (33) para Pwf :

Pwf  PR  EF PR  Pwf  (1.36)

Pwf  Pwf 
 1  EF  EF   (1.37)
PR  PR 

Procedimento de Standing para construção do IPR adimensional:


1. Escolha um valor de EF
Pwf
2. Arbitre uma faixa de valores para
PR

20
TEQ-169
Pwf
3. Para cada valor arbitrado em 2, calcule o valor correspondente de
PR

utilizando (1.37)
qo Pwf Pwf
4. Calcule EF 1
para cada valor de utilizando (35). Faça o gráfico de
q o , max PR PR

qo
vs 1
q oEF, max

5. Voltar ao passo 1

A razão entre as eficiências de fluxo após e antes da estimulação define a


razão de aumento (folds of increase):
EF f IPf
  FOI
EFo IPo

Combinando as equações (35) e (37):


2
qo  Pwf   P 
1
 1,8  EF 1    0,8EF 2 1  wf  (1.38)
qoEF,max  PR   PR 

Uma vez que Pwf  0 , a equação anterior será válida para:

1  1 
qo  qoEF,max ou Pwf  PR 1  
 EF 
Uma das principais aplicações é a predição do melhoramento da produção
devido à estimulação.

Exemplo 1.6
Um poço possui as seguintes características: PR  2085 psig , Pb  2100 psig .

Construa as curvas IPR para os casos EF  1,3 e EF  0,7 . Num teste foram

obtidos qo  202 STB / d , Pwf  1765 psig , EF  0,7 .

Solução Exemplo 1.6


1. O IPR pode ser calculado pela equação (37), para EF = 0,7

21
TEQ-169
1 202 STB
qoEF,max  2
 1096,95
 1765  2 1765  d
1,8  (0,7)1    0,80,7  1  
 2085   2085 
2.
  Pwf  2 Pwf  
2

qo  1096,951,8EF 1    0,8EF  1   


  PR   PR  

3. Das restrições da equação (38) pode-se determinar o menor valor de Pwf

para EF = 1,3:
 1 
Pwf  20851    481,15 psig
 1,3 
qo (STB/d)
Pwf (psig) EF = 0,7 EF = 1,3
2085 0,00 0,00
1800 180,89 323,15
1765 202,00 359,02
1600 298,24 516,84
1300 459,43 756,19
1000 602,80 934,13
700 728,38 1050,67
300 868,12 -
0 952,15 -

22
TEQ-169
IPR

2500

2000

1500
Pwf

1000

500

0
0 200 400 600 800 1000 1200
qo

EF = 0,7 EF = 1,3

Figura 1.13 - IPR - Solução do Exemplo 1.6

Modificação de Standing para o método de Vogel


Outra modificação proposta por Standing, para a equação de Vogel,
pode ser utilizada quando a eficiência de fluxo é diferente de 1. .
A equação (32) pode ser modificada para S   0 ou EF  1

IP  Pb   Pwf   Pwf  
2

qo  IPPR  Pb   1,81    0,8  EF  1    (1.39)


1,8   Pb   Pb  
 

Caso 1: Pwf  Pb  teste

1. Calcular o IP utilizando dados de teste e a equação:


IP
qo 
PR  Pwf

2. Gerar o IPR para valores Pwf  Pb  utilizando a equação (1.39) para um valor

conhecido de EF.:

23
TEQ-169
3. Para valores de EF diferentes do valor existente durante o teste, o valor do
IP pode ser modificado através de:
EF2
IP2  IP1
EF1

Caso 2: Pwf  Pb  teste

1. Calcular o IP através da equação (1.39):

IP  Pb   Pwf   Pwf  
2

qo  IPPR  Pb   1,81    0,8  EF  1   


1,8   Pb   Pb  
 
2. Gerar o IPR para valores Pwf  Pb  utilizando a equação (39).

3. Para valores de EF diferentes do valor existente durante o teste, o valor do


IP pode ser modificado através de:
EF2
IP2  IP1
EF1

Exemplo 1.7
Foi realizado um teste num poço produtor nas seguintes condições:
PR  4000 psig , Pb  2000 psig . Foram determinados os seguintes valores:

q o  378 STB / d , Pwf  1200 psig , EF  0,7 . Calcule o valor de qo que resultaria

se Pwf  1500 psig e EF  1,4 .

Solução Exemplo 1.7


Uma vez que para o caso teste Pwf  Pb  utilizaremos o caso 2.

378 STB
1. IP   0,14
  2
psi  d
4000  2000   2000 1,8  1  1200   0,8  (0,7)  1  1200 

1,8   2000   2000  

2. Para Pwf  1500 psig e EF  0,7 .

0,142000    1500  
2
 1500 
q o  0,144000  2000   1,81    0,80,7 1   
1,8   2000   2000  

24
TEQ-169
qo  344,50 STB / d

Para EF  1,4 .

 1,4  STB
IP2  0,14   0,28
 0,7  d  psi

0,282000    1500   1500  


2

q o  0,284000  2000   1,81    0,81,4 1   


1,8   2000   2000  

qo  678,11 STB / d

1.6.4. Eficiência de Fluxo de poços saturados – Método de Vogel

A eficiência de fluxo (EF) também pode ser calculada a partir de 02


condições de teste:
 Pwf 1   P  
2,251  q 0, 2  1  wf 2 q 0,1 
 PR   PR  
EF  2 2
(1.40)
 Pwf 1   P 
1   q0, 2  1  wf 2  q0,1
 PR   PR 

Exemplo 1.8
Foram realizados 02 testes num poço produtor com PR  2085 psig . Calcule a
EF para este poço a partir dos seguintes dados:
Teste Pwf (psig) qo (STB/d)

1 1605 3000
2 1020 6000

Solução Exemplo 1.8


Aplicando a equação (1.40):
 1604   1020  
2,251  6000  1  3000
EF   2085   2085    0,7315
2 2
 1604   1020 
1   6000  1   3000
 2085   2085 

25
TEQ-169
1.6.5. Método de Fetkovich

Fetkovich (1973) propôs um método para o cálculo do “Inflow


performance” de poços de óleo utilizando a mesma equação utilizada para
analisar poços de gás:

qo  C PR2  Pwf2 
n
(1.41)

onde:
qo : vazão de produção

PR : pressão média do reservatório


Pwf : pressão de poço

C :coeficiente de fluxo
n : expoente (Fetkovich: 0,568 – 1)
Aplicando o logaritmo em ambos lados da eq (41) se obtém a seguinte
expressão:

 
ln PR2  Pwf2 
1
n
1
ln q o  ln C
n

A representação gráfica de ln PR2  Pwf2  vs ln qo (Figura 1.14) fornecerá uma

linha reta com inclinação 1 n e intercepto qo  C para PR2  Pwf2  1 . O valor de

C pode ser obtido, uma vez determinado o valor de n, através de:


qo
C
P R
2
 Pwf2 
n

26
TEQ-169
Figura 1.14 - Método de Fetkovich (Adaptado de BEGGS, 1991)

Três métodos de testes são os mais utilizados para determinar C e n.


 Flow-after-flow testing
 Isochronal testing
 Modified isochronal testing

A seleção do tipo de teste depende do tempo de estabilização do poço. Para


poços que estabilizam rapidamente, o teste “flow-after-flow” é utilizado. Para
poços com altos valores de tempo de estabilização os outros dois métodos são
utilizados.
O tempo de estabilização de um poço numa área de drenagem circular ou
quadrada é obtido por:
380o ct A
ts  (1.42)
ko
onde:

27
TEQ-169
t s : tempo de estabilizaçõa, h

 : porosidade
ct : compressibilidade total do fluido, psi-1

A : área de drenagem, ft2


k o : permeabilidade do óleo, md

 o : viscosidade do óleo, cP

Exemplo 1.9
Foi conduzido um teste “flow-after-flow” num poço produtor de um reservatório
em que: PR  3600 psia . Os resultados do teste são:
qo (STB/d) 263 383 497 640
Pwf (psia) 3170 2897 2440 2150
Construa o IPR completo para este poço. Determine qo,max.

Solução Exemplo 1.9


qo Pwf P R
2

 Pwf2 10 6

(STB/d) (psia) (psia2)


263 3170 2,911
383 2897 4,567
497 2440 7,006
640 2150 8,338

Representando graficamente (log - log) pode se obter:


ln 640  ln 263
n  0,845
  
ln 8,338  10 6  ln 2,911  10 6 
qo 263 STB
C   0,00091
PR
2
 Pwf2 
n
3600 2
 3170 
2 0,845 d  psi 1,69

A equação de influxo é:

qo  0,000913600 2  Pwf2  0,845

28
TEQ-169

q o ,max  0,00091 3600 2  0 
0 ,845
 931,52
STB
d
Construção de IPR:
Pwf (psia) 3600 3000 2500 2000 1500 1000 500 0
qo (STB/d) 0 342 534 681,9 792,9 870,4 916,3 931,5

Figura 1.15 - IPR - Solução do Exemplo 1.9

1.6.6. Modificação do método de Fetkovich

A equação de Fetkovich pode ser modificada para uma forma similar à


equação de Vogel, expressa em função de IP ou qmax (AOF):

qo  C PR2  Pwf2 
n

qo,max  C PR2  0
n

P 
n
qo
2
 Pwf2
n
  Pwf 
2

  1    
R

  PR 
n
q o ,max PR2 

IP  PR
quando Pwf  PR qo,max  .
2

29
TEQ-169
A equação de Fetkovich pode ser escrita como:
n
IP  PR   Pwf  
2

qo  1     (1.43)
2   PR  
 
Fetkovich sugeriu que a equação anterior pode ser usada para analisar
reservatórios “não saturados”:
n
IP  Pb   Pwf 
2

q o  IPPR  Pb   1     (1.44)
2   PR  

Exemplo 1.10
Um poço possui uma pressão estática de 2085 psig. Um teste de produção
forneceu uma vazão de produção de 282 STB/d para Pwf  1765 psig .

Utilizando a equação de Fetkovich e admitindo n=1, calcule:


a) o índice de produtividade
b) a vazão de produção para Pwf  1500 psia

c) o valor de Pwf necessário para produzir 400 STB/d


d) o valor de qo,max (AOF)

Solução Exemplo 1.10


a) Da equação (43):
2q o 2282  STB
IP    0,9539
  Pwf 2

n
  1779,7   2
d  psi
 2099,7 1    
PR 1    
  PR     2099,7  

0,95392099,7    1500  
2
STB
b) qo  1      538,90
2   2099,7   d

2400 
1/2 1/ 2
 2q o   
c) Pwf  PR 1    2099 ,7 1    1627 ,21 Psia
 IP  PR   0,95392099 ,7 

IP  PR 0,95392099,7  STB
d) qo,max    1001,45
2 2 d

30
TEQ-169
1.7. Predição de IPR futuro de poços de petróleo
A pressão de um poço de petróleo diminui com a depleção, o transporte
de óleo também diminui. Isto é causado pela redução da função de pressão,
uma vez que a permeabilidade do óleo é reduzida pelo aumento da saturação
de gás.

1.7.1. Método de Standing

Standing publicou um procedimento que pode ser utilizado na predição


do declínio do valor de qo,max pela saturação de gás (aumento) devido à
depleção. A equação de Vogel pode ser reescrita como:
qo  Pwf  P 
 1  1  0,8 wf  (1.45)
qo,max  PR  PR 
O índice de produtividade pode ser expresso como:
qo,max  P 
IP  1  0,8 wf  (1.46)
PR  PR 
Standing definiu o índice de produtividade para “drawdown” zero:
1,8q o ,max
IP*  lim  (1.47a)
Pwf  PR PR

ou
PR  IP *
q o ,max  (1.47b)
1,8
Outra definição é:

f PR 
0,00708 kh
IP*  (48)
 0,472 re 
ln  
 rw 
onde:

f PR  
k ro
 o Bo
A função de pressão muda com a depleção uma vez que  o e B o são função

de PR , k ro é função da saturação de gás e óleo. A relação entre o IP* corrente

e o IP* futuro é dada por:

31
TEQ-169
IPF f PRF 

f PRP 
(1.49)
IPP

onde:
IPF : valor de IP quando PRP declina para PRF
IPP : valor de IP nas condições correntes
A relação anterior pode ser utilizada para estabelecer uma relação entre
q 
o , max F e qo ,max P :

 P f PRF 
q   qo,max P  RF
 PRP f PRP  
o , max F  (1.50a)

 k ro 
 
 PRF    o Bo  F
q   qo,max P   (1.50b)
 RP   k ro 
o , max F
P
 B 
 o o P
O valor da saturação de óleo em função de PR pode ser estimado utilizando a

equação de balanço material ou outro modelo. k ro pode ser determinado se

houver dados de permeabilidade relativa. Valores de  o ou B o podem ser

obtidos da análise de uma amostra ou via correlações.


Portanto:
  Pwf  P 
2

qoF  qo,max F 1  0,2   0,8 wf   (1.51a)
  PRF   PRF  

ou

IP*  P  
2
 Pwf  P 
qoF  F RF 1  0,2   0,8 wf   (1.51b)
1,8   PRF   PRF  

Procedimento:
1. Calcule q o , max F dados correntes do poço e a equação (1.30).

2. Utilizando propriedades dos fluidos, saturação e dados de


permeabilidade relativa calcular f PRP  e f PRF  .

3. Calcular IPF* com (1.49) ou q o , max F com (1.50).

4. Gerar o IPR futuro com (1.51).

32
TEQ-169
Exemplo 1.11
Foram realizados os seguintes testes num poço produtor:
Presente Futuro
PR (psig) 2250 1800

 o (cp) 3,11 3,59

B o (bbl/STB) 1,173 1,150

So 0,768 0,741

k ro 0,815 0,685

Condições atuais:
qo  400 STB / d Pwf  1815 psig . Gerar o IPR para o presente e futuro.

Solução Exemplo 1.11


q oF
1. q o ,max F  2
 Pwf  P 
1  0,2   0,8 wf 
 PRF   PRF 
400 STB
q o ,max F   1257,47
 1815   1815 
2
psi  d
1  0,2   0,8 
 2250   2250 
  Pwf   Pwf  
2

2. qo, P  1257,47 1  0,2   0,8  


  2250   2250  

f PRP   f PRF  
k ro 0,815 k ro 0,685
  0,2234   0,16594
 o Bo 3,111,173  o Bo 3,591,150 

 1800 0,1659  STB


3. q o ,max F  1257,47    747,05
 2250 0,2234  d

  Pwf  
4. qo, F  747,05 1  0,2   0,81800 2 
  1800  

33
TEQ-169
Pwf (psig) q o , P (STB/d) q o , F (STB/d)

2250 0 -
2000 239 -
1800 412,45 0
1600 570 142
1400 711,51 263,3
500 1151,9 684,3
0 1257,47 747,05

IPR

2400
2100
1800
1500
Pwf

1200
900
600
300
0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400
qo

Presente Futuro

Figura 1.16 – IPR - Solução do Exemplo 1.11

1.7.2. Método de Fetkovich

Para construir o IPR futuro é necessário ajustar o coeficiente C para


mudanças em f PR  . Admitindo uma relação linear entre f PR  e PR , o valor de
C pode ser ajustado através de:
34
TEQ-169
P 
C F  C P  RF 
 PRP 
O valor de C P é obtido a partir de testes de produção para PR  PRP .
Adicionalmente, admite-se que n não muda.
P  2
qoF  C P  RF 
 PRF  Pwf2 
n
(1.52)
 PRP 

Exemplo 1.12
Foram realizados testes num reservatório de óleo e se determinaram os
seguintes valores: PRP  3600 psia , n  0,854 e C P  0,00079 . Construa o IPR

para o tempo quando PRF  2000 psia .

Solução Exemplo 1.12


 2000 
qoF  0,00079 
 2000  Pwf
2 2
 0,854

 3600 

Pwf (psig) q o , F (STB/d)

2000 0
1500 94,16
1000 149,22
500 184,54
0 190,77

35
TEQ-169
IPR

2000
1800
1600
1400
1200
Pwf

1000
800
600
400
200
0
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200

qo

Figura 1.17 – IPR - Solução do Exemplo 1.12

1.7.3. Combinação dos métodos de Vogel e Fetkovich

O método de Fetkovich, de ajustar C, pode ser utilizado para ajustar


q o ,max para um dado valor de n. As expressões obtidas são:

q 
o,max P  CP PRP2n (1.53)

P  2n
q 
o , max F  C P  RF  PRP (1.54)
 PRP 
Combinando as equações anteriores:
2 n 1
P 
q 
o , max F  qo,max P  RF  (1.55)
 PRP 
Se n=1:
3
P 
q 
o , max F  qo ,max P  RF  (1.56)
 PRP 

36
TEQ-169
Exemplo 1.13
Para um poço de petróleo se determinou que q o ,max  1079 STB / d para

PR  2085 psig . Calcule:

a) q o ,max quando PR  1900 psig

b) qo quando Pwf  1485 psig

Solução Exemplo 1.13


3
P 
a) qo ,max F  qo ,max P  RF 
 PRP 
3
 1914,7 
q 
o , max F  1079   818,19 STB / d
 2099,7 
  Pwf  P 
2

b) qo  qo,max 1  0,2   0,8 wf  
  PR   PR  

  1485   1485  
2

q o  818,19 1  0,2   0,8    290,45 STB / d


  1900   1900  

1.8. Predição de IPR futuro de poços de gás


A equação de Darcy para o fluxo radial de gás, incluindo os efeitos de
alteração de permeabilidade relativa e turbulência é dada por:

q SC  703  10 6

k g h PR2  Pwf2 
 g ZT ln 0,472re rw   S 

Colocando em evidência PR2  Pwf2   e agrupando termos:


PR2  Pwf2  AqSC  BqSC
2
(1.57)

onde:
 g ZT ln 0,472re rw   S 
A  1422
kg h

 g Z
B  3,161  10 12
h 2 rw

37
TEQ-169
A Equação (1.57), através de um algebrismo simples, pode ser reescrita num
formato linear (ver Figura 1.18) que permite determinar os valores de A e B.

Figura 1.18 – Determinação de A e B para poços de gás (Adaptado de BEGGS,


1991)

Os efeitos da turbulência podem ser levados em conta através da equação de


Fetkovich:

q SC  C PR2  Pwf2 
n

Para o caso da turbulência ser negligenciável B  0 o valor de n=1. Para o


caso da parcela laminar ser negligenciável  A  0 o valor de n=0,5.
O uso da equação de Fetkovich demanda, por regulação, o uso de no mínimo
04 testes no poço, sendo um deles um teste até chegar à estabilização.

Exemplo 1.14
Foi conduzido um teste isocrônico modificado num poço completado com
pressão média de 1948 psia. Os períodos de produção e fechamento foram de
06 horas, apenas os valores de Pwf medidos no final de cada período de
produção foi utilizado para determinar o valor de n. O teste de produção

38
TEQ-169
estendido durou 72 h numa vazão de 8 MMscf/d quando a pressão atingiu P wf =
1323 psia. Utilizando a informação a seguir

Teste Pws (psia) Pwf (psia) qSC (MMscf/d)


1 1948 1784 4,50
2 1927 1680 5,60
3 1911 1546 6,85
4 1887 1355 8,25
Estendido 1948 1233 8,00
Pws: Bottomhole pressure, static

Calcule:
a) C e n
b) AOF
c) vazão de produção para Pwf = 800 psia.

Solução Exemplo 1.14



a) Para calcular n representamos num gráfico log-log Pws2  Pwf2 vs q SC 
Teste qSC (MMscf/d) P 2
ws 
 Pwf2 10 6 psia2

1 4,50 0,612
2 5,60 0,891
3 6,85 1,262
4 8,25 1,725
Estendido 8,00 2,274

A seguir é apresentado um método simplificado para obter n e C.


log q SC 2   log q SC1  log 8,25  log 4,50 
n   0,585
 
log P2  log P1
2
  2
log 1,725  log 0,612 
Utilizando o teste estendido (estabilizado) para determinar C:

39
TEQ-169
qSC 8 MMscf / d
C   0,00152
P  Pwf
R
2 2

2,274  10 6 0,585
psia 0,6

b) AOF  C PR2   2

 0,00152 1948 2 
0,585
 10,73 MMscf / d

c) q SC  C PR2  Pwf2   0,001521948 2  800 2 


0, 585
 9,63 MMscf / d

O método rigoroso fornece:

7,0
6,0
5,0
ln (PR2 - Pwf2)

4,0 y = 1,9399x - 24,626


3,0 R² = 0,9997

2,0
1,0
0,0
15,2 15,4 15,6 15,8 16,0
ln (qo)

Figura 1.19 – Cálculo de n e C, solução do Exemplo 1.14

Portanto
1
n  0,5155
1,9399
Utilizando o teste estendido (estabilizado) para determinar C:
q SC 8 MMscf / d
C   0,0042
P  Pwf
R
2 2

2,274  10 6 0,5155
psia 0,6

b) AOF  C PR2   2

 0,0042 1948 2 
0,5155
 10,42 MMscf / d

c) q SC  C PR2  Pwf2   0,00421948 2  800 2 


0, 5155
 9,47 MMscf / d

40
TEQ-169
1.9. Determinação do IPR usando testes de produção
Na prática o IPR pode ser determinado usando 02 testes de produção. O
objetivo é determinar qmax, qb, IP e PR. Podem ser encontrados 04 casos: A, B,
C1 e C2 descritos a seguir.

1.9.1. Caso A

Nesse caso estão disponíveis 02 pares de dados de testes de produção


e a pressão de bolha (Pb). Está última pode ser obtida via correlações o de
análise PVT. Os 02 testes de produção correspondem a dados de um poço em
produção e a pressão Pwf está acima de Pb. Se sabe que PR > Pb. A Figura
1.20 ilustra a posição dos dados de teste de produção.
Caso A
2.000

1.800

1.600
Pb
1.400

1.200
Pwf (psi)

1.000

800

600

400

200

0
0,0 500,0 1000,0 1500,0 2000,0 2500,0
qo (STB/d)

Figura 1.20 – Determinação de IPR usando testes de produção. Caso A


(Adaptado de PRADO, 2008)

q1  IP( PR  Pwf ,1 )

q 2  IP( PR  Pwf , 2 )

q1 IP( PR  Pwf ,1 )

q2 IP( PR  Pwf , 2 )

q1  q 2  IP( PR  Pwf ,1 )  IP( PR  Pwf , 2 )

41
TEQ-169
Solução
q 2 Pwf ,1  q1 Pwf , 2
1) PR 
q 2  q1

q1  q 2
2) IP 
Pwf , 2  Pwf ,1

3) qb  IP( PR  Pb )

IP  Pb
4) q max   qb
1,8

1.9.2. Caso B

Nesse caso estão disponíveis 02 pares de dados de testes de produção


e a pressão de bolha (Pb). Os 02 testes de produção correspondem a dados de
um poço em produção, um deles possui Pwf > Pb enquanto que o outro Pwf < Pb.
Se sabe que PR > Pb. A Figura 1.21 ilustra a posição dos dados de teste de
produção.
Caso B
2.000

1.800

1.600
Pb
1.400

1.200
Pwf (psi)

1.000

800

600

400

200

0
0,0 500,0 1000,0 1500,0 2000,0 2500,0
qo (STB/d)

Figura 1.21 – Determinação de IPR usando testes de produção. Caso B


(Adaptado de PRADO, 2008)

42
TEQ-169
q1  IP( PR  Pwf , 2 )

q 2  qb Pwf , 2 Pwf , 2 2
 1  0,2( )  0,8( )
q max  qb Pb Pb

qb  IP( PR  Pb )

IP  Pb
q max   qb
1,8
Solução
1,8(q 2  qb ) Pwf , 2 Pwf , 2 2
 1  0,2( )  0,8( )
IP  Pb Pb Pb

1,8(q 2  IP( PR  Pb )) Pwf , 2 Pwf , 2 2


 1  0,2( )  0,8( )
IP  Pb Pb Pb

q1
1,8(q 2  IP(  Pwf ,1  Pb )) Pwf , 2 Pwf , 2 2
IP  1  0,2( )  0,8( )
IP  Pb Pb Pb

 Pwf , 2 Pwf , 2 2 
1,8(q2  q1 )  1,8  IP( Pwf ,1  Pb )  IP  Pb 1  0,2( )  0,8( ) 
 Pb Pb 
1,8(q2  q1 )
1) IP 
 P P 
Pb 1  0,2( wf , 2 )  0,8( wf , 2 ) 2   1,8( Pwf ,1  Pb )
 Pb Pb 

q1
2) PR   Pwf ,1
IP
3) qb  IP( PR  Pb )

IP  Pb
4) q max   qb
1,8

1.9.3. Caso C1

Nesse caso estão disponíveis 02 pares de dados de testes de produção


e a pressão de bolha (Pb). Os 02 testes de produção correspondem a dados de
um poço em produção e a pressão Pwf está abaixo de Pb. Se sabe que qb ≥ 0. A
Figura 1.22 ilustra a posição dos dados de teste de produção.

43
TEQ-169
Caso C1
2.000

1.800

1.600
Pb
1.400

1.200
Pwf (psi)

1.000

800

600

400

200

0
0,0 500,0 1000,0 1500,0 2000,0 2500,0
qo (STB/d)

Figura 1.22 – Determinação de IPR usando testes de produção. Caso C1


(Adaptado de PRADO, 2008)

q1  qb Pwf ,1 Pwf ,1 2
 1  0,2( )  0,8( )
q max  qb Pb Pb

q 2  qb Pwf , 2 Pwf , 2 2
 1  0,2( )  0,8( )
q max  qb Pb Pb

qb  IP( PR  Pb )

IP  Pb
q max   qb
1,8
Solução
q1  qb q 2  qb

Pwf ,1 Pwf ,1 Pwf , 2 Pwf , 2
1  0,2( )  0,8( )2 1  0,2( )  0,8( )2
Pb Pb Pb Pb

 Pwf , 2 Pwf , 2   Pwf ,1 Pwf ,1 2 


q1  qb 1  0,2( )  0,8( ) 2   q2  qb 1  0,2( )  0,8( ) 
 Pb Pb   Pb Pb 

 Pwf , 2 Pwf , 2 2   Pwf ,1 Pwf ,1 2 


q1 1  0,2( )  0,8( )   q 2 1  0,2( )  0,8( ) 
qb   Pb Pb   Pb Pb 
 Pwf , 2 Pwf , 2 2   Pwf ,1 Pwf ,1 2 
1  0,2( )  0,8( )   1  0,2( )  0,8( ) 
 Pb Pb   Pb Pb 

44
TEQ-169
1,8(q 2  qb ) Pwf , 2 Pwf , 2 2
 1  0,2( )  0,8( )
IP  Pb Pb Pb

1,8(q 2  qb )
1) IP 
 Pwf , 2 Pwf , 2 2 
Pb  1  0,2( )  0,8( ) 
 Pb Pb 
q1
2) PR   Pb
IP
 Pwf , 2 Pwf , 2 2   Pwf ,1 Pwf ,1 2 
q1 1  0,2( )  0,8( )   q 2 1  0,2( )  0,8( ) 
3) qb     
Pb P b Pb Pb

 P Pwf ,1 2   P Pwf , 2 2 
1  0,2( )  0,8( )   1  0,2( )  0,8(
wf ,1 wf , 2
) 
 Pb Pb   Pb Pb 
IP  Pb
4) q max   qb
1,8

1.9.4. Caso C2

Nesse caso estão disponíveis 02 pares de dados de testes de produção


e a pressão de bolha (Pb). Os 02 testes de produção correspondem a dados de
um poço em produção e a pressão Pwf está abaixo de Pb. Se sabe que qb ≤ 0 e
PR < Pb. A Figura 1.23 ilustra a posição dos dados de teste de produção.
Caso C2
1.600
Pb
1.400

1.200

1.000
Pwf (psi)

800

600

400

200

0
0,0 200,0 400,0 600,0 800,0 1000,0 1200,0 1400,0 1600,0 1800,0
qo (STB/d)

Figura 1.23 – Determinação de IPR usando testes de produção. Caso C2


(Adaptado de PRADO, 2008)
45
TEQ-169
q1 Pwf ,1 Pwf ,1 2
 1  0,2( )  0,8( )
q max PR PR

q2 Pwf , 2 Pwf , 2 2
 1  0,2( )  0,8( )
q max PR PR

qb  0

q1 q2
q max  
Pwf ,1 Pwf ,1 Pwf , 2 Pwf , 2
1  0,2( )  0,8( )2 1  0,2( )  0,8( )2
PR PR PR PR
Solução
q1 q2

Pwf ,1 Pwf ,1 Pwf , 2 Pwf , 2
1  0,2( )  0,8( )2 1  0,2( )  0,8( )2
Pb Pb Pb Pb

 Pwf , 2 Pwf , 2 2   Pwf ,1 Pwf ,1 2 


q1 1  0,2( )  0,8( )   q2 1  0,2( )  0,8( ) 
 Pb Pb   Pb Pb 
 Pwf , 2 Pwf ,1   Pwf , 2 2 Pwf ,1 2 
q1  q2   0,2q1 ( )  q2 ( )  0,8q1 ( )  q2 ( ) 0
 PR PR   PR PR 

q1  q2 PR2  0,2q1 Pwf ,2  q2 Pwf ,1 PR  0,8q1 Pwf2 ,2  q2 Pwf2 ,1   0


  
0,2 q1 Pwf , 2  q 2 Pwf ,1  0,4 q1 Pwf , 2  q 2 Pwf ,1 2

 3,2q1  q 2  q1 Pwf2 , 2  q 2 Pwf2 ,1 
PR 
2q1  q 2 
1)

  
0,2 q1 Pwf , 2  q 2 Pwf ,1  0,4 q1 Pwf , 2  q 2 Pwf ,1 2

 3,2q1  q 2  q1 Pwf2 , 2  q 2 Pwf2 ,1 
PR 
2q1  q 2 
q1 q2
2) q max  
 Pwf ,1 Pwf ,1 2   Pwf , 2 Pwf , 2 2 
1  0,2( )  0,8( )  1  0,2( )  0,8( ) 
 Pb Pb   Pb Pb 
qo Pwf Pwf 2
3)  1  0,2( )  0,8( )
q max PR PR

 Pwf , 2 Pwf , 2 2   Pwf ,1 Pwf ,1 2 


q1 1  0,2( )  0,8( )   q 2 1  0,2( )  0,8( ) 
4) qb   Pb Pb   Pb Pb 
 Pwf ,1 Pwf ,1 2   Pwf , 2 Pwf , 2 2 
1  0, 2( )  0,8( )   1  0, 2( )  0,8( ) 
 Pb Pb   Pb Pb 

46
TEQ-169
2. Escoamento Multifásico
Nesse capítulo são apresentadas as equações que descrevem o
escoamento de fluidos num poço de petróleo. O escoamento pode ser
monofásico (gás ou líquido) e multifásico.
O escoamento de óleo, água e gás é chamado de fluxo multifásico, no
entanto, comumente trata-se de um escoamento bifásico, onde uma das fases
é líquida e a outra é gás.
No escoamento multifásico geralmente há uma distribuição espacial das
fases, a qual não é conhecida a-priori. Adicionalmente, existem mudanças de
padrões de escoamento que dependem das características físicas e
operacionais do sistema. Estes padrões, também conhecidos como “regimes
de escoamento bifásico”, alteram ou determinam os fenômenos de
transferência interfacial, isto é, os processos de transferência de massa, de
quantidade de movimento e energia entre as fases.
Um problema hidráulico especial é o cálculo da pressão exercida pela coluna
estática do gás no espaço anular do poço.

2.1 Equação geral de energia

A maioria dos problemas de escoamento, nas operações de produção de


petróleo, envolve o cálculo da pressão ao longo do percurso do fluido. Uma vez
que a pressão é uma forma de energia, sua variação num comprimento de
tubulação pode ser determinada através de um balanço de energia, por
unidade de massa, de fluido entre dois pontos da tubulação (Figura 2.1).

47
TEQ-169
Figura 2.1 – Volume de controle para um sistema de escoamento

A lei de conservação de energia estabelece:


E1  WS  Q  E 2 (2.1)

mv12 mgz1 mv 22 mgz 2


U 1  P1V1    Q  Ws  U 2  P2V2   (2.2)
2gc gc 2gc gc

onde:
Ei : Energia no ponto i = 1, 2
Ws: Trabalho fornecido pela turbina (bomba)
Q: Calor fornecido/removido pelo trocador de calor
Ui: Energia interna total no ponto i = 1, 2
PiVi: Energia por expansão ou compressão no ponto i = 1, 2
mizig/gc: Energia potencial no ponto i = 1, 2
mivi2/2gc: Energia cinética no ponto i = 1,2

Dividindo (2.2) por m e escrevendo em forma diferencial:


 P  v dv g dz
dU  d     dq  dWs  0
   gc gc

usando a definição de entalpia


P dP
dh  dU  d , dh  TdS  (2.3)
 
dP v dv g dZ
TdS     dq  dWs  0 (2.4)
 gc gc

48
TEQ-169
Para processos com irreversibilidades TdS  dq   irrev , portanto para um

sistema onde não há trabalho:


dP v dv g dZ
    irrev  0 (2.5)
 gc gc
Mas as irreversibilidades podem ser representadas por perdas devido à fricção.

A Figura 2.2 apresenta a geometria de fluxo para um trecho de tubulação com


inclinicação.

Figura 2.2 - Geometria de fluxo (BEGGS, 1991)

2.2 Fluxo monofásico


A mudança de pressão de escoamento, dP, num comprimento de
tubulação, dL, pode ser calculado por (Figura 25, admitindo positivo o gradiente
de pressão na direção do escoamento):
dP g v dv  dP 
 sen    
dL g c g c dL  dL  f (2.6)
A B C
onde
A: componente hidrostática do gradiente de pressão (elevação)
B: componente de aceleração do gradiente de aceleração (energia cinética)
C: componente de fricção do gradiente de pressão

O componente de perda de energia por fricção leva em conta:


- perda de energia por variação de pressão no fluido
49
TEQ-169
- perda de energia potencial se a elevação dos pontos 1 e 2 é diferente
- perda de energia devido ao cisalhamento na parede do tubo
Para o caso de uma tubulação horizontal (Figura 2.3), um balanço de forças
fornece:
P1  P2 dA   W 2r dL (2.7)

onde:
W: cisalhamento na parede do tubo

Figura 2.3 – Modelo para perda de pressão por fricção (Adaptado de BEGGS,
1991)

Rearranjando a equação (2.7)


P1  P2   dP  2
   W (2.8)
dL  dL  f r

Adicionalmente, o fator de fricção pode se definir o fator de Fanning ( f  ) como


uma medida das características de cisalhamento na parede do tubo:
Cisalhamen to
f (2.9a)
energia cinética / volume
W
f (2.9b)
1 v2

2 gc
Ou:
 dP  f v 2
  2 Fanning (2.10)
 dL  f gc d

O fator de fricção de Moody é definido como f  4 f  , portanto:

 dP  fv 2
   Moody (2.11)
 dL  f 2 g c d

50
TEQ-169
2.2.1 Fator de fricção para fluxo laminar (NRe < 2100)
O fator de fricção para este tipo de fluxo, determinado analiticamente, é
dado por:
64
f  (2.12)
N Re

vd
onde NRe é o número de Reynolds N Re  .

Para cálculos de engenharia a divisão entre o fluxo laminar e o fluxo turbulento
pode ser assumido que acontece para NRe = 2100 para fluidos escoando num
tubo circular.
Para 3000 < NRe < 3106 pode se utilizar a equação de Drew, Koo e McAdams
para o cálculo do fator de fricção (tubo liso):
0 , 32
f  0,0056  0,5 N Re (2.13)

2.2.2 Fator de fricção para fluxo turbulento


Para o caso de fluxo turbulento em tubos com paredes rugosas a
equação mais utilizada para o cálculo do fator é a proposta por Colebrook, ela
depende da rugosidade relativa k   d (Figura 2.4):

1   2,51 
 2 log 10    (2.14a)
 3,7 d N 
f  Re f 

1  2 18,7 
 1,74  2 log 10    (2.14b)
 
f  d N Re f 

1,74  2 log 10 2 * 3,7   2 log 10 7,4

18,57  2 * 2,51* 3,7

1 d   9,3 
 1,14  2 log 10    2 log 10 1   (2.14c)
    d N f 
f  Re

1,14  1,74  2 log 10 2  2 log 10 3,7 

51
TEQ-169
Figura 2.4 - Relação entre Diâmetro e rugosidade relativa (BEGGS, 1991)

Jain propôs uma equação explícita no fator de fricção:

1   21,25 
 1,14  2 log 10   0,9  (2.15)
f  d N Re 

Exemplo 2.1
Um líquido com densidade 0,82 e viscosidade 3 cP escoa numa tubulação de 4
pol de diâmetro interno com velocidade de 30 ft/s. O material da tubulação é
aço comercial. Calcule o fator de fricção utilizando a equação de Colebrook.

52
TEQ-169
Solução Exemplo 2.1
Da Figura 27, para aço comercial e d=4 pol,  d  0,00045 . Como primeira
estimativa usamos o resultado da equação de Drew, Koo e McAdams:
1240,82  62,4 30 (4)
N Re   253793,3
3

f  0,0056  0,5253793,3
0 , 32
 0,015

1  0,00045 2,51 
 2 log 10     7,3868

f  3,7 253793,3 0,015 
f  0,0182 Solução: f  0,0182

Exemplo 2.2
Calcule a perda de pressão numa tubulação horizontal com 656 ft e 3,94 pol de
diâmetro quando um líquido com viscosidade de 50 cP e massa específica
56,18 lb/ft3 escoa com vazão de:
a) 0,135 ft3/s
b) 0,83 ft3/s

Solução Exemplo 2.2


a) Primeiro determinamos a velocidade e o número de Reynolds:
q 0,135
v   1,5945 ft / s
A  (3,94 / 12) 2 4

vd 56,18(1,5945)(3,94)
N Re   124  875
 50
Pode se observar que o fluxo é laminar. Portanto:
64 64
f    0,0731
N Re 875

3 v 2 (56,18)(1,5945) 2
3
P  1,294  10 f L  1,294  10 (0,0731) (656)  2,25 psi
d 3,94

b)
q 0,83
v   9,80 ft / s
A  (3,94 / 12) 2 4
53
TEQ-169
vd 56,18(9,80)(3,94)
N Re   124  5381,3
 50
Pode se observar que o fluxo é turbulento. Portanto, admitindo  / d  0,00045 e
utilizando a equação de Jain:
1  21,25 21,25
 1,14  2 log 10 (  0,9 )  1,14  2 log 10 (0,00045  ):
f d N Re (5381,3) 0,9

f  0,0376

(56,18)(9,80) 2
P  1,294  10 3 (0,0376) (656)  43,71 psi
3,94

2.2.3 Fluxo monofásico de um gás


Uma diferença importante do escoamento do gás, quando comparado
com o do líquido, é que o gás é compressível. Portanto, a velocidade ao longo
do percurso não permanece constante, o cálculo da queda de pressão não
pode ser feito para o comprimento total da tubulação, num passo, como
acontece no escoamento de líquidos.

2.2.4 Escoamento horizontal de gases


Considerando como termo principal a perda por fricção, a equação fica:

 dP  v 2
   f (2.11)
 dL  f 2g c d

A massa específica do gás pode ser encontrada com uma equação de estado.
A velocidade do gás, baseada na vazão do gás em condições padrão, pode ser
obtida por:
q SC Bg qg
v  (2.16)
A A
Substituindo (2.11) em (2.16):

 dP  q SC
2
B g2
   f (2.17)
 dL  f 2g c A2 d

Lembrando que:
PM P g M ar
  A  d 2 / 4
ZRT ZRT
54
TEQ-169
Substituindo as equações anteriores em (2.17), para o caso de unidades no
sistema americano (qSC = Mscf/d; d = pol, L = ft, T = R), se obtém:
 dP 
2
q SC ZT
   1,26  10 f g 5
5
(2.18)
 dL  f d P
Admitindo que Z, f e T são constantes e avaliados nas condições médias, a
equação anterior pode ser integrada fornecendo:
2
q SC
P12  P22  2,52  10 5  g fZ T L (2.19)
d5
qSC = Mscf/d; d = pol, L = ft, T = R
O fator de fricção pode ser obtido através da equação de Weymouth:
0,032
f  3
(d=pol) (2.20)
d

Exemplo 2.3
Calcule a pressão de descarga de um gás que escoa numa tubulação
horizontal de 2 pol de diâmetro e 6500 ft de comprimento, a pressão de entrada
é 800 psia, a densidade do gás é 0,6, o fluxo é isotérmico (T = 80 F) e a vazão
do gás é 1200 Mscf/d.

Solução Exemplo 2.3


0,032
Fator de fricção: f  3
 0,025 Weymouth
2
Os parâmetros críticos do gás são calculados utilizando as correlações de
Standing (Brown et al.):
TpC  168  325(0,6)  12,5(0,6) 2  358,5 R

PpC  677  15(0,6)  37,5(0,6) 2  672,5 psia

80  460
TR   1,506
358,5
- Para a primeira iteração, admitir P2= 800 psia:
800  800 800
P  800 psia PR   1,189
2 672,5
Da equação da Papay:
55
TEQ-169
3,521,1896 0,274(1,1896) 2
Z  1   0,8837
10 0,9815 (1,5063) 10 0,8157 (1,5063)
Substituindo em (2.19) e considerando L`= 6500 ft:

5(1200) 2
(800)  P  2,52  10 (0,6)
2
1 2
2
(0,0254)(0,8837)(540)(6500)
(2) 5

P2  800 2  53604,49  765,7647 psia


- segunda iteração:
800  765,7647 782,8823
P  782,8823 psia PR   1,1641
2 672,5

3,521,1641 0,274(1,1641) 2
Z  1   0,8857
10 0,9815 (1,5063) 10 0,8157 (1,5063)
(1200) 2
(800)12  P22  2,52  10 5 (0,6) (0,0254)(0,8857)(540)(6500)
(2) 5

P2  800 2  53726,29  766,6851 psia


A diferença entre as duas últimas iterações é: 766,68-765,76 = -0,1. Pode se
considerar convergência alcançada. O procedimento anterior pode se repetir
aumentando o comprimento de escoamento (L` = L` + L`) até L` = L.

2.2.5 Fluxo monofásico de um gás na seção anular do poço


A coluna de gás presente nas operações gás-lift é considerada quase
estática, uma vez que as velocidades no espaço anular são quase negligíveis.
Isto é devido as grandes áreas de seção transversal e baixos valores de vazão
de gás.
Da equação geral de energia, considerando apenas efeitos por elevação:
 dP  g
   sen  (2.21a)
 dL  el g c
Para uma tubulação inclinada sen  dL  dH , portanto:

 dP  1
  g (2.21b)
 dH  144
PM g 28,96 g P
g  
ZRT RZT
56
TEQ-169
 dP  P
   0,01877 g (2.21c)
 dH  ZT
Admitindo que Z e T são constantes em cada incremento de H, a equação
(2.21c) pode ser integrada:
 h 
P2  P1 exp 0,01877 g  (2.22)
 ZT 
onde P1: pressão na altura h, P2; pressão na altura h+dh, h= ft.

Exemplo 2.4
Calcule a pressão do gás na profundidade de 4500 ft se a pressão na
superfície é 300 psia, a densidade do gás 0,7. A temperatura na cabeça do é
100 F e no fundo do poço é 180 F.

Solução Exemplo 2.4


- Para a primeira iteração, admitir P2= 330 psia:
300  330 100  180
P  315 psia T   140 F
2 2
Os parâmetros críticos do gás são calculados utilizando as correlações de
Standing:
TpC  168  325(0,7)  12,5(0,7) 2  389,4 R

PpC  677  15(0,7)  37,5(0,7) 2  669,1 psia

140  460 315


TR   1,54 PR   0,471
389,4 669,1
Da equação da Papay:
3,520,471 0,274(0,471) 2
Z  1   0,9523
10 0,9815 (1,54 ) 10 0,8157 (1,54 )
 4500 
P2  300 exp 0,01877(0,7)   332,7 psia
 (0,9523)(600) 

- segunda iteração:
300  332,7 316,4
P  316,4 psia PR   0,473
2 669,1

57
TEQ-169
3,520,473 0,274(0,473) 2
Z  1   0,9521
10 0,9815 (1,54 ) 10 0,8157 (1,54 )
 4500 
P2  300 exp 0,01877(0,7)   332,7 psia
 (0,9521)(600) 

2.3 Fluxo bifásico


A introdução de uma fase adicional no escoamento torna mais complexa
a análise da equação de gradiente de pressão. Os fluidos podem se separar
devido a diferença de densidades e escoar com velocidade diferentes.
Propriedades como massa específica, velocidade e viscosidade podem ser
tornar difíceis de serem calculadas.

2.3.1 Variáveis do escoamento bifásico


O cálculo do gradiente de pressão requer valores como velocidade,
viscosidade e em alguns casos tensão superficial. Para o caso de escoamento
bifásico estas variáveis são aplicadas utilizando regras de mistura.
a. Holdup líquido, HL, definido como a fração de um elemento de tubulação
ocupado pelo líquido.
Volume de líquido num segmento de tubulação
HL  (2.23a)
Volume do segmento de tubulação
Analogamente pode ser definido o holdup de gás, HG, ou fração de vazio::
Volume de gás num segmento de tubulação
HG  (2.23b)
Volume do segmento de tubulação

b. Holdup líquido sem escorregamento, : definido como a razão entre o


volume ocupado pela fase num segmento de tubulação e o volume total de
segmento, admitindo que as duas fases estão fluindo com a mesma
velocidade.
qL
L  (2.24a)
q L  qG

qG
G  1   L  (2.24a)
q L  qG

58
TEQ-169
c. massa específica: para o escoamento de uma mistura gás/líquido é difícil
avaliar esta propriedade devido separação gravitacional e o escorregamento.
Para uma mistura óleo/água, a massa específica da mistura pode ser calculada
por:
 L  o fo   w f w (2.25)

onde:
qo
fo  (2.26a)
qo  q w

fw  1  fo (2.26b)

Para o cálculo da massa específica de uma mistura gás/líquido existem 03


equações comumente utilizadas por diversos pesquisadores:
 s   L H L  G H G (escorregamento) (2.27)

 n   L  L   G G (sem escorregamento) (2.28)

 L 2L  L G2
k   (fricção) (2.29)
HL HG

d. velocidade: diversas correlações de velocidade de escoamento bifásico são


baseadas na velocidade superficial. Isto é, a velocidade que a fase exibiria ao
ocupar a área transversal da tubulação.
qG
vsG  (2.30a)
A
qL
v sL  (2.30b)
A
A Figura 2.5 mostra o modelo usado para o cálculo da velocidade superficial.

Figura 2.5 – Modelo para cálculo de velocidade superficial

59
TEQ-169
No entanto, a área atual ocupada pelo gás é reduzida devido à presença do
líquido para AHG. Portanto:
qG
vG  (2.31a)
AH G

qL
vL  (2.31b)
AH L

Pode se observar que v G ou v L são maiores que v sG e v SL . A Figura 2.6

mostra o modelo usado para o cálculo da velocidade com holdup.

Figura 2.6 – Modelo para cálculo de velocidade real de cada fase

A velocidade de mistura pode ser calculada em função da velocidade


superficial:
q L  qG
vm   vsL  vsG (2.32)
A
A velocidade de escorregamento é dada por:
v sG v sL
v S  vG  v L   (2.33)
HG H L
Através do uso das definições anteriores podemos chegar a:
v sL
L  (2.34)
vm

HL  S

v  vm  vm  v S   4v S v sL
2

1/ 2

(2.35)
2v S

60
TEQ-169
Exemplo 2.5
Calcule a pressão do gás na profundidade de 4500 ft se a pressão na
superfície é 300 psia, a densidade do gás 0,7. A temperatura na cabeça do é
100 F e no fundo do poço é 180 F.

Solução Exemplo 2.5


Por definição:
qL qG
vL  vG 
AH L AH G

Uma vez que vG  v L

qL qG

AH L A1  H L 

qL
HL   L
q L  qG

e. viscosidade: muito utilizada na determinação do NRe, diversas equações tem


sido propostas para o cálculo de viscosidade de mistura:
 n   L L   G G (2.36)

 s   L H  G H
L G
(2.37)

 s   L H L  G H G (2.38)

Para o caso de mistura óleo/água:


 L  o f o   w f w (2.39)

d. tensão superficial: Para o caso de mistura óleo/água:


 L   o fo   w fw (2.40)

Exemplo 2.6
Um óleo escoa com uma vazão de 10000 STB/d e GOR de 1000 scf/STBO e
uma produção de gás de 10 MMscf/d, T= 180 F, P= 1700 psia. Calcule as
vazões volumétricas atuais, velocidades superficiais das fases líquido e gás.
Adicionalmente, calcule a velocidade da mistura e o holdup líquido sem
61
TEQ-169
escorregamento. Dados: Bo = 1,197 bbl/STBO, Bg= 0,0091 ft3/scf, Rs= 281
scf/STBO e d= 6 pol.

Solução Exemplo 2.6


6
2

Cálculo da área da seção transversal: A     0,196 ft


2

4  12 
5,614
q o  q o , SC Bo  q o , SC Bo
86400
Cálculo da vazão de óleo:

5,615
10000  1,197   0,7778 ft 3 / s
86400
q L 0,7778
Cálculo da velocidade superficial: v sL    3,9684 ft / s
A 0,196
Para o gás:
q g  q o , SC GOR  RS B g  q g , SC  q o , SC RS B g


10  10 6

 10000(281) (0,0091)
 0,7573 ft 3 / s
86400
qG 0,7573
Cálculo da velocidade superficial: v sG    3,8638 ft / s
A 0,196
vm  v sL  v sG  3,9684  3,8638  7,8322 ft / s

qL 0,7778
holdup sem escorregamento:     0,5066
q L  qG 0,7778  0,7573

2.3.2 Modificação da equação de gradiente de pressão para escoamento


bifásico
a. Para a componente de elevação:
 dP  g
    s sen  (2.31)
 dL  el g c
Para mistura gás/líquido s pode ser calculada usando (2.10), se não existe
escorregamento entre as fases via (2.11).

b. Para a componente de fricção:

62
TEQ-169
 dP  
fv 2 f 
   (2.32)
 dL  f 2gc d

onde f,  e v são definidas por diversos pesquisadores:

f  v
2
 dP 
   L L sL (2.33)
 dL  f 2g c d

f  v
2
 dP 
   G G sG (2.34)
 dL  f 2g c d

f tp  f vm
2
 dP 
   (2.35)
 dL  f 2g c d

Guo e Ghalambor desenvolveram correlação:


f 2 F  101, 442,5 log dv 
c. Para a componente da aceleração:
Geralmente ignorada por diversos pesquisadores.

2.4 Padrão de escoamento


O padrão de escoamento é a descrição da distribuição espacial das fases na
tubulação. É baseado na observação no laboratório através do escoamento de
fluidos em tubulações transparentes.
Para o escoamento vertical existe um consenso sobre os tipos de padrões
(Figura 2.7):

- Bolha: a fase contínua é a líquida. O gás flui na forma de bolhas dispersas. As


bolhas se movem com velocidades diferentes e, exceto por sua massa
específica, exercem pouca influência no gradiente de pressão.

- Golfadas: a fase contínua é a líquida. O gás flui em bolhas com forma de


projétil e dispersas no líquido alternadamente. As duas fases exercem
influência no gradiente de pressão

- Caótico: As duas fases são descontinuas, não existem formas características.


As duas fases exercem influência no gradiente de pressão.

63
TEQ-169
- Anular: a fase contínua é a gás, o líquido flui em forma de gotas dispersas no
núcleo central (gás) e forma um filme aderido na parede. O gás exerce
influência predominante no gradiente de pressão.

bolha golfada agitante anular

Figura 2.7 –Modelo para cálculo de velocidade real de cada fase (Adaptado de
BEGGS, 1991)

2.5 Predição do gradiente de pressão em escoamento multifásico


Os métodos existentes na literatura para a predição do gradiente de
pressão em escoamento multifásico podem ser classificados como: correlações
empíricas e modelos mecanísticos.

2.5.1 Correlações empíricas


Estas correlações originalmente tratavam os problemas de escoamentop
multifásico como o fluxo de uma mistura homogênea de líquido e gás.
Posteriormente, com a evolução, os modelos incluiram o holdup de líquido e o
escorregamento entre as fases.
As correlações empíricas para o cálculo de queda de pressão podem ser
classificadas em:

64
TEQ-169
Grupo I:
- não utilizam mapas de padrão de escoamento
- não consideram o escorregamento entre as fases,  L
- apresentam uma única correlação para o fator de fricção das duas fases.
Podem ser citadas as correlações de Poettmann e Carpenter (diametros de 2,
2,5 e 3 plegadas), Baxendell e Thomas, Fancher e Brown (leva em conta GLR
e diâmetro de 2 polegadas). As Figuras 2.8 e 2.9 mostram os gráficos gerados
com essas correlações.
O cálculo de queda de pressão é dada pela equação:
dP  ns  v2
  1,294  10 3 f ns m (2.36)
dh 144 d
O fator de fricção é determinado pela correlação com vd e não NRe. Admite-
se que o escoamento é turbulento e que a viscosidade não exerce influência.

Figura 2.8 – Correlação do fator de fricção de Poettman e Carpenter (BRILL e


MUKHERJEE, 1999)

65
TEQ-169
Figura 2.9 – Correlação do fator de fricção de Fancher e Brown (BRILL e
MUKHERJEE, 1999)

Grupo II:
- não utilizam mapas de padrão de escoamento
- consideram o escorregamento entre as fases, H L
- apresentam correlação para o cálculo do holdup e fator de fricção das duas
fases.
Pode se citada a correlação de Hagedorn e Brown, estes autores
correlacionaram os dados de holdup de líquido usando tubulação na faixa 1 –
2,5 polegadas. Mantiveram o termo de energia cinética na equação de energia
por considera-lo significativo nas tubulações com os diâmetros usados A
correlação de Griffith foi usada para o padrão bolha. A equação de gradiente de
pressão proposta é:

dP  m  f v m2 v v
  1,294  10 3 f  2,16  10 4  m m m (2.37)
dh 144 d L

66
TEQ-169
Para correlacionar valores do pseudo holdup líquido, os autores utilizaram 04
grupos adimensionais propostos por Duns and Ros (Figuras 2.10 – 2.12):
Número de velocidade de líquido:
L 
N Lv  v sL 4  1,938v sL 4 L (2.38)
g L L

Número de velocidade de gás:


L 
N Gv  v sG 4  1,938v sG 4 L (2.39)
g L L
Número de diâmetro da tubulação:
g L L
Nd  d  10,1d (2.39)
L L
Número de viscosidade de líquido:

g 1
NL  L 4  0,157  L 4 (2.40)
 L 3
L  L L3

vsL = ft/s, L = lb/ft3, L = dina/cm, L = cp


Posteriormente, foi feita uma análise dimensional e se determinaram os
seguintes grupos adimensionais:
0,1
N P  CN L
a  0,Lv575   (2.42a)
N Gv  Pa  Nd

N Gv N L0,380
b (2.42b)
N d2,14

67
TEQ-169
Figura 2.10 – Correlação do parâmetro CNL (BRILL E MUKHERJEE, 1991)

Figura 2.11 – Correlação do fator de hold-up (BRILL E MUKHERJEE, 1991)


68
TEQ-169
Figura 2.12 – Correlação do fator de segunda correção (BRILL E MUKHERJEE,
1991)

Com  e H L  obtidos das Figuras, se obtém HL. Uma restrição é H L   .,


se H L   então H L   .
 m   s   o H L   G 1  H L  (2.43)

 ns2
f  (2.44)
m
O fator f é correlacionado usando-se Moody com:
 ns v m d
N Re  (2.45)
s

 s   H  G1H
L
L L 
(2.46)

Exemplo 2.7
Durante o cálculo da pressão ao longo da tubulação de um poço de gás
produzindo líquido se determinaram as seguintes condições:
P = 1500 psia vsG = 30 ft/s
T = 180 F vsL = 5 ft/s
69
TEQ-169
d = 2,992 pol  = 0,0006 ft
G = 0,012 cp L = 50 lb/ft3
L = 0,45 cp G = 8 lb/ft3
 = 25 dinas/cm
Utilizando o método de Hagedorn e Brown determine o gradiente de pressão.

Solução Exemplo 2.7


v sL 5
vm  v sL  v sG  5  30  35 ft/s    0,1429
v sL  v sG 5  30

 n  500,1429   81  0,1429   14 lb / ft 3

N Lv  1,93854 N Gv  1,938304
50 50
 11,52  69,14
25 25

N d  10,12,992  N L  0,1570,454
50 1
 42,74  0,0026
5025
3
25

1. Com NL= 0,0026 da Figura 2.10 CNL= 0,002


0 ,1
11,52  1500  0,002
2. Com (2.41) a    7,49  10 5
69,140,575  14,7  42,74

3. Da Figura 2.11 H L /   0,28

69,140,0026 
0 , 380

4. Com (2.42) b  0,0023


42,742,14
5. Da Figura 2.12   1
6. H L  10,28  0,28

 m  500,28  81  0,28  19,76 lb / ft 3


 ns 2 142
f    9,92
m 19,76

m  0,450,28 0,01210,28  0,0331


35142,992
N Re  124  5492263,4  d  0,0006(12) / 2,992  0,0024
0,0331
Com a equação de Jain (2.15):
1  21,25 
 1,14  2 log 10  0,0024  
0,9 
f  0,0246
f  5492263,4 
70
TEQ-169
 dP   m f f vm
2

   1,294  10 3  0,267 psi / ft


 dH  144 d

 dP  20,18
 1,294  10 3
0,02469,7135  0,267 psi / ft
2

 
 dH  144 2,992

2.5.1.1 Método de Beggs e Brill


Os autores desenvolveram a primeira correlação para diferentes ângulos
de inclinação da tubulação. Para isso foram usados 584 testes, uma tubulação
de acrílico de 1 e 1,5 polegadas e 90 ft de comprimento.
As faixas dos parâmetros estudados foram:
 Vazão de gás: 0 – 300 Mft3/d
 Vazão de líquido: 0 – 30 gal/min (0 – 1,635106 l/d)
 Pressão média do sistema: 35 – 95 psia
 Hold up de líquido: 0 – 0,870
 Gradiente de pressão: 0 – 0,8 psi/ft
 Ângulo de inclinação -90 – 90 graus

O padrão de escoamento era determinado admitindo que a tubulação


estivesse na horizontal.
Beggs e Brill propuseram a seguinte equação para determinar o
gradiente de pressão:
 dP   dP 
   
 dP   dL  el  dL  f
  (2.51)
 dL  1  Ek
onde:
 dP 
  
1
 m sen  
1
 L H L     G 1  H L  sen  (2.52)
 dL  el 144 144

 dP  3  v2
   1,294  10 f n m (2.53)
 dL  f d

vm v sG  n
Ek  2,16  10 4 (2.54)
P

71
TEQ-169
H L   é o holdup líquido no ângulo , m é a densidade da mistura (lb/ft3), n é
a densidade sem escorregamento (lb/ft3), d é o diâmetro (pol), P é a pressão
(psi), vsG é a velocidade superficial da fase gás (ft/s).

2.5.1.2. Padrões de escoamento


Baseados na análise do comportamento do escoamento horizontal
prepararam um mapa para predizer o padrão de escoamento. Para
correlacionar os limites do padrão de transição com o holdup líquido de mistura
sem escorregamento utilizaram o número de Froude:
v m2 v2
N Fr   0,373 m (2.55)
gd d
v sL
L  (2.24)
vm
As equações para os limites de transição do padrão de escoamento
modificado:
L1  3160L,302 (segregado) (2.56)

L2  9,25  10 4 L2, 468 (segregado transição) (2.57)

L3  0,1L1, 452 (intermitente transição) (2.58)

L4  0,5L6,738 (distribuído) (2.59)


Limites:
 L  0,01 e N Fr  L1 (segregado)
 L  0,01 e N Fr  L2 (segregado)

0,01  L  0,4 e L3  N Fr  L1 (intermitente)

 L  0,4 e L3  N Fr  L4 (intermitente)

 L  0,4 e N Fr  L1 (distribuído)
 L  0,4 e N Fr  L4 (distribuído)
 L  0,01 e L2  N Fr  L3 (transição)

72
TEQ-169
Holdup líquido
Se a tubulação estiver horizontal é calculado através de:
abL
H L ( 0)  c (2.60)
N Fr

Com a restrição H L (0)  L . Os coeficientes a, b e c são dados na Tabela 2.1.

Tabela 2.1 - parâmetros da correção de Beggs e Brill (BRILL E MUKHERJEE,


1991)
Padrão a b c
Segregado 0,980 0,4846 0,0868
Intermitente 0,845 0,5351 0,0173
Distribuído 1,065 0,5824 0,0609

O holdup líquido corrigido para um ângulo  é dado por:


H L ( )  H L 0 (2.61)
onde  é dado por:

  1  C sen 1,8   0,333sen 3 1,8   (2.62)


C  1   L  ln e Lf N Lvg N Fr
h
 (2.63)

com a restrição C  0 . Os coeficientes e, f, g e h são dados na Tabela 2.2.


Para = 90:
  1  0,3  C

Tabela 2.2 – parâmetros para determinação de C (BRILL E MUKHERJEE, 1991)


Padrão e f g h
Segregado (up) 0,011 -3,7680 3,5390 -1,6140
Intermitente (up) 2,960 0,3050 -0,4473 0,0978
Distribuído (up) C= 0 =1
Todos (down) 4,700 -0,3692 0,1244 -0,5056
Up (>0) down(<0)

Par o caso do regime de escorregamento cair na zona de transição o holdup é


calculado por:
73
TEQ-169
H L (transição )  AH L ( segregado )  1  AH L (int ermitente ) (2.64)

onde:
L3  N Fr
A (2.65)
L3  L2
As Figuras 2.13 e 2.14 mostram os padrões de escoamento de Beggs e Brill e
o efeito do ângulo no holdup líquido.

Figura 2.13 – Mapa de padrões de escoamento (BEGGS, 1991)

74
TEQ-169
Figura 2.14 – Efeito do ângulo no holdup do líquido (BEGGS, 1991)

2.5.1.3. Fator de fricção


O fator de fricção das duas fases é calculado por:
f  f ns e s (2.66)

onde fns é o fator de normalização determinado, para um tubo liso, através do


digrama de Moody :
1
f ns  (2.67)
2 log N Re / 4,5223 log N Re  3,82152
O expoente s é dado por:
ln y
s (2.68)
 0,0523  3,182 ln y  0,8725ln y   0,01853ln y 
2 4

L
y (2.69)
H L  2
ln y
s 1  y  1,2
2,2 y  1,2
 ns v m d
N Re  (2.45)
 ns

75
TEQ-169
 n   L L   G G (2.36)

Payne et al introduziram uma modificação no cálculo do holdup líquido:


H L    0,924 H L     0 up  (2.27)
H L    0,685H L     0 down  (2.28)

Exemplo 2.8
Uma mistura óleo/gás escoa com uma vazão vsL = 3,9684 ft/s, vsG =3,8638 ft/s,
L= 0,5066, NLv = 11,87, L= 47,61 lb/ft3, G= 5,88 lb/ft3, P = 1700 psia, numa
tubulação com d= 6 pol. Calcule o gradiente de pressão para o fluxo vertical.
Dados: o = 0,97 cp, g= 0,016 cp, o= 8,41 dina/cm e = 0,00006 ft.

Solução Exemplo 2.8


1. Determinando o padrão de escoamento:
vm  3,9684  3,8638  7,8322

vm2 (7,8322) 2
N Fr  0,373  0,373  3,8135
d 6
Da Figura 2.13, para NFr = 3,8135 e L= 0,5066, o padrão é intermitente.
2. Determinando o holdup líquido, da equação (2.60):

0,8450,5066
0, 5351
H L 0   0,5738
3,81350,0173
Da equação (2.63):

C  1  0,5066  ln 2,960,5066 
0 , 305
11,87 0, 4473 3,810,0978   0,048  0
Portanto, C  0 ,   1 , e H L 90  H L 0  0,5738 .
Aplicando a correção de Payne:
H L 90  0,9240,5738  0,5302
3. Determinando o fator de fricção
 n  0,970,5066  0,0161  0,5066  0,4993
 n  47,610,5066   5,881  0,5066   27,02

76
TEQ-169
vm  n d 7,832227,026
N Re   124  315341
n 0,4993
Para  / d  0,00012 fn = 0,0155

1  0,00045 2,51 
 2 log 10     7,3868

f  3,7 253793,3 0,015 
Da equação (2.69):
0,5066
y  1,8021
0,53022
ln 1,8021
s  0,3871
 0,0523  3,182 ln 1,8021  0,8725ln 1,8021  0,01853ln 1,8021
2 4

f
 e 0,3871  1,4727
fn

f  1,47270,0155  0,0228
7,83223,863827,02 
E k  2,16  10  4  1,04  10  4
1700
 dP 
  
1
47,61(0,5302)  5,881  0,5302  0,1944 psi / ft
 dL  el 144

 dP  3 0,022827,027,8322 
2

   1,294  10  0,0082 psi / ft


 dL  f 6

 dP  0,1944  0,0082
  4
 0,2026 psi / ft
 dL  1  1,04  10

2.5.2 Modelos Mecanísticos


Continuas pesquisas tentando melhorar a acurácia das predições de
queda de pressão tem indicado que os modelos empíricos não poderão cobrir
todas as faixas de parâmetros que existem nas operações de exploração e
produção de petróleo. Portanto, diversos pesquisadores têm se dedicado a
desenvolver e propor modelos baseados na análise do fenômeno físico. São
admitidas hipóteses simplificadoras para reduzir a complexidade do tratamento
matemático. Experimentos são realizados a-posteriori para verificar a validade
do modelo. Estes modelos estão baseados no regime de escoamento.

77
TEQ-169
Neste grupo de modelos podem ser citados os trabalhos de Aziz et al., Hasan e
Kabir, Ansari et al. e outros.

2.5.2.1 Método de Aziz-Govier-Fogarasi


Os autores desenvolveram uma metodologia que se baseou em dados
experimentais. O objetivo foi definir um esquema de cálculo do gradiente de
pressão para os padrões de escoamento: bubble e slug. O modelo é a base de
diversos modelos mecanísticos.
 dP   dP 
   
 dP   dL  el  dL  f
  (2.70)
 dL  1  Ek

2.5.2.2 Padrões de escoamento


Para determinar o padrão de escoamento os autores definiram os seguintes
números adimensionais (Figura 2.15):
1/ 4
 G   72   L 
1/ 3

N x  v sG      (2.71)


 0,0764    L  62,4 
1/ 4
 72   L 
N y  v sL    (2.72)
  L  62,4 
L = lb/ft3, G = lb/ft3, vsL = ft/s, vsG = ft/s, L = dina/cm.

78
TEQ-169
Figura 2.15 – Mapa de padrões de escoamento (AZIZ et al., 1993)

Os 04 padrões de escoamento são distinguidos, os limites são definidos por:


N x  0,51100 N y 
0,172
bubble-slug (2.73)

N x  8,6  3,8 N y Ny  4 slug-transition (2.74)

N x  70100 N y 
0,152
Ny  4 transition-mist (2.75)

N x  26 Ny  4 slug-mist (2.76)

2.5.2.3 Escoamento Bubble


O escorregamento do gás no fluxo bubble é descrito pelo modelo drift-
flux e a formula de Zuber-Findlay para calcular a velocidade do gás:
vbf  1,2v m  vbs (2.77)

A velocidade de ascensão da bolha é calculada por:


g L  L   G   L  L   G 
vbs  1,414  0,7284 (2.78)
 2
L  L2
O holdup líquido pode ser calculado através de:
v sG
HL  1 (2.79)
vbf

A parcela do gradiente de pressão por ficção é dado por:


 dP  3  m vm2
   1,294  10 f (2.80)
 dL  f d

O fator de fricção f é determinado do diagrama de Moody, com o N Re dado por:


 L vm d
N Re  124 (2.81)
L
A parcela do gradiente de pressão por elevação é dado por:
 dP 
  
1
 L H L  1  H L  G  (2.82)
 dL  el 144
A parcela do gradiente de pressão por aceleração é considerada desprezível.

79
TEQ-169
2.5.2.4 Escoamento Slug
A velocidade de ascensão da bolha de Taylor é calculada pela formula
de Wallis:
gd  L   G  d  L   G 
vbs  C  1,637C (2.83)
L L
A constante de proporcionalidade C é calculado pela expressão:
  3,37  N E 
C  0,3451  exp 0,029 N 1  exp  (2.84)
  m 
onde: NE é o número de Eotvos, N é o número de viscosidade.
gd 2  L   G  d 2  L   G 
NE   101,4 (2.85)
L L

gd 3  L  L   G  d 3  L  L   G 
N C  203 (2.86)
L L
O fator m é obtido da Tabela 2.4.

Tabela 2.3 – parâmetros do modelo de Aziz et al (AZIZ et al., 1993)


N  18 18 < N < 250  250
m 25 69 N-0,35 10

Após determinar o valor de C, a velocidade da bolha de Taylor é calculada por


(2.83), o holdup de líquido pode ser determinado por (2.79).
O gradiente de pressão por elevação é dado por (2.82). O gradiente de
elevação por fricção pode ser calculado através de:

 dP  3  L H L vm2
   1, 294  10 f (2.87)
 dL  f d

O fator de fricção f é determinado do diagrama de Moody, com o NRe dado por


(2.81).

2.5.2.5 Escoamento Mist e Transition


Aziz et al. recomendam utilizar o método de Duns e Ros, no entanto,
uma vez que os limites dos padrões são diferentes é necessário utilizar uma
interpolação linear para o padrão transition:
80
TEQ-169
 dP   dP 
  1  A
dP
 A  (2.88)
dL  dL  slug  dL  mist

70100 N y 
0 ,152
 Nx
A
70100 N y   8,6  3,8 N y 
 0 ,152
(2.89)

Exemplo 2.9
Calcule o gradiente de pressão utilizando o método de Aziz et al. Para um
fluido escoando com as seguintes características:
d = 2,441 pol, vsL = 0,79 ft/s, vsG = 1,93 ft/s, L = 49,9 lb/ft3, G = 1,79 lb/ft3, L =
8 dina/cm, L = 3 cp, /d = 0,0002.

Solução Exemplo 2.9


vm  v sL  v sG  0,79  1,93  2,72 ft / s

Determinação do padrão de escoamento:


1/ 4
  72  49,9  
1/ 3
 1,79 
N x  1,93        9,0455
 0,0764    8  62,4  
1/ 4
 72  49,9 
N y  0,79    1,2939
 8  62,4 
Cálculo dos limites dos escoamentos slug e transition:
N x  0,511001,2939  1,1771
0,172
bubble-slug

N x  8,6  3,81,2939   13,5168 slug-transition

Pode se observar que o padrão de escoamento é slug, uma vez que Nx está
entre os limites obtidos.
Cálculo da velocidade de ascensão da bolha:

NE  101,4
2,441 49,9  1,79
2
 3633,45
8

2,4413 49,949,9  1,79


N  203  12644,29
3
O fator m é obtido da Tabela 2.4, m = 10.
Valor da constante C (Eq. 2.84):

81
TEQ-169
  3,37  3633,45 
C  0,3451  exp 0,02912644,29 1  exp   0,345
  10 
Velocidade da bolha:

2,44149,9  1,79
vbs  1,6370,345  0,8664 ft / s
49,9
Holdup líquido:
1,93
HL  1  0,5327
1,22,72  0,8664
Densidade da mistura:
 m  49,90,5327   1,791  0,5327   27,4182 lb / ft 3
Gradiente de pressão por elevação:
 dP  27,4182
    0,1904 psi / ft
 dL  el 144
Cálculo do fator de fricção:
49,92,72 2,441
N Re  124  13694,2
3
Do diagrama de Moody: f = 0,029.
Gradiente de pressão por fricção:

 dP  49,90,5327 2,72
2
3
   1,294  10 0,029  0,003 psi / ft
 dL  f 2,441

Desconsiderando os efeitos cinéticos:


 dP 
   0,1904  0,0030  0,1934 psi / ft
 dL 

82
TEQ-169
3. Fluxo através de restrições
A maioria dos poços produtores ou surgentes possui alguma restrição na
superfície. Na medição ou controle do escoamento monofásico de líquido ou
vapor, uma restrição na seção transversal do escoamento fornece a queda de
pressão necessária para medir ou restringir a vazão.
Aplicações:
- Controle na superfície das vazões de injeção de gás.
- Controlar a vazão de produção
- Conservar a energia do reservatório garantindo um declínio de pressão
mais lento.
- Proteger as equipes de superfície.
- Controlar e prevenir problemas de areia ao proporcionar suficiente
contrapressão na formação produtora.
- Permitir a obtenção de informações para calcular o índice de
produtividade.

3.1 Cálculo de vazão de gás através de chokes


A redução da seção transversal se traduz num aumento da velocidade.
Segundo a equação da continuidade, a velocidade de fluxo deve aumentar
conforme a área é reduzida. No entanto, essa tendência é limitada pela restrição:
a velocidade do fluido não pode ser maior que a velocidade local do som. Quando
 vf 
a velocidade do som é atingida, o fluxo é dito crítico (    M , M = 1100 ft/s para
v 
 p 
gases em ar). A Figura 3.1 mostra a representação de uma restrição numa
tubulação.

83
TEQ-169
Figura 3.1 - Representação de uma restrição (TAKAÇS, 2005)

As condições críticas dependem das condições de pressão. A razão de pressão


crítica é obtida, para escoamento adiabático através de um choke por:
k
 P2   2  k 1
     (3.1)
 P1  crit  k  1 
onde:
P2 : pressão à jusante do choke, psia
P1 : pressão à montante do choke, psia
cp Mc p
k : razão de calor específico, c p cv  1,256 ( k   ) BTU, lb, R
cv Mc p  1,987

Para k  1,256 a razão de pressão crítica é 0,554. Isto é, uma pressão à jusante
aproximadamente a metade da pressão à montante resulta num escoamento
crítico. Uma redução na pressão não aumentará a vazão de gás (Figura 3.2).

84
TEQ-169
Figura 3.2 - Curva de desempenho de uma restrição (TAKAÇS, 2005)

Para calcular a vazão de gás através de uma restrição choke:


2 k 1
1 k  P2  k  P2  k
q g ,SC  Cn  d 2  P1      (3.2)
 g T1 Z1 k 1  P1   P1 
C s C d TSC
Cn   976,38C d (3.3)
PSC

onde:
q g , SC : vazão de gás nas condições padrão, Mscf/d

C d : coeficiente de descarga

C s : coeficiente, para o sistema inglês = 27,611

d : diâmetro da restrição choke, pol


P2 : pressão à jusante do choke, psia
P1 : pressão à montante do choke, psia
PSC : pressão nas condições padrão

 g : densidade do gás
85
TEQ-169
T1 : temperatura absoluta à montante, R
TSC : temperatura nas condições padrão

k : razão de calor específico, c p c v

Z: fator de compressibilidade a montante, para gás ideal (Z=1)

A variável C d é a constante requerida para corrigir a vazão teórica com relação à

vazão real. O valor de C d para restrições choke e portas de válvulas gas lift é

0,865 (Cn = 844,57).


A validade da equação (3.2) é restrita para condições sub-críticas, isto é:
 P2  P
   2  1 (3.3)
 P1  crit P1
Para escoamento crítico, o termo P2 P1 na equação (3.2) é substituído pelo valor
crítico.

3.2 Cálculo da temperatura através do choke


Dependendo da razão de pressão P2 P1 , a temperatura na restrição pode
diminuir. Esta redução de temperatura é devido ao efeito Joule-Thomson (para
gases) como resultante de uma expansão súbita abaixo da restrição. A redução da
temperatura pode atingir o ponto de congelamento se a mistura conter água.
Admitindo um processo isentrópico para gás ideal:
k 1
Z  P2  k
T2  T1 1   (subsônico) (3.4a)
Z2  P1 
k 1
Z  P2  k
T2  T1 1   (sônico) (3.4b)
Z2  P1  crit

3.3 Cálculo da pressão através do choke


Dependendo do tipo de fluxo:

86
TEQ-169
P 
P2  P1  2  (subsônico) (3.5a)
 P1 
P 
P2  P1  2  (sônico) (3.5a)
 P1  crit

Para restrições do tipo nozzle e NRe = 104 – 106 , o coeficiente de descarga, C d ,

pode ser calculado por:

 0,025log N Re   4
d 0,3167
Cd   (3.6)
D  d  0, 6
 
D

Exemplo 3.1
Calcule a vazão de gás através de uma restrição choke se o gás possui densidade
= 0,65, o diâmetro é 0,25 pol, P1  1000 psia, P2  800 psia, a temperatura é 150 F,
use C d  0,9 . Se P2  500 psia, qual seria a vazão (Z=1)?

Solução Exemplo 3.1


1, 256
 P2   2  0, 256
      0,554
 P1  crit  2,256 
As razões de pressão são:
 P2  800 P 
    0,8   2  , fluxo sub-crítico
 p1  1000  p1  crit

 P2  500 P 
    0,5   2  , fluxo crítico
 p1  1000  p1  crit

a)

q g ,SC  976,38  (0,9)  (0,25) 2  (1000)


1 (1,256)
0,81,592  0,81,796  1078,537 Mscf / d
0,65(610) 1,256  1

87
TEQ-169
P  P 
b) Substituindo  2  por  2 
 p1   p1  crit

q g , SC  976,38  (0,9)  (0,25) 2  (1000)


1 (1,256)
0,5541,592  0,5541,796  1285,62 Mscf / d
0,65(610) 1,256  1

onde:
d : diâmetro do choke, pol
D : diâmetro da tubulação, pol
N Re : número de Reynolds

Exemplo 3.2
Um gás com densidade igual a 0,65 escoa numa tubulação de 2 pol de diâmetro e
passa através de uma restrição de 1 pol de diâmetro. A pressão e temperatura à
montante são 800 psia e 75 F, respectivamente. A pressão a jusante é 200 psia. A
razão de calor específico do gás é 1,3. C d  0,62 . Determine:

a) a vazão diária
b) será necessário aquecer a linha para evitar o congelamento do gás?
c) a pressão na saída do orifício

Solução Exemplo 3.2


1, 3
 P2   2  0, 3
a)       0,5457
 P1  crit  2,3 
As razões de pressão são:
 P2  200 P 
    0,25   2  , fluxo sônico
 p1  800  p1  crit

P  P 
Substituindo  2  por  2 
 p1   p1  crit

88
TEQ-169
q g , SC  976,38  (0,62)  (1) 2  (800)
1 (1,3)
0,5457 1,5385  0,5457 1,7692  12253,17 Mscf / d
0,6(535 1,3  1

k 1
Z P  k
b) T2  T1 1  2 
Z 2  P1 
1, 31
T2  535(1)0,5457  1,3  465,22 R (admitindo Z = 1)
Uma vez que para existir congelamento T  32 F  492 R , será necessário
aquecimento para evitar o congelamento.

k
P  k 1 P 
c) P2  P1  2   P1  2 
 P1   P1  crit
P2  8000,5457   436,58 psia

3.4 Cálculo da pressão à montante do choke


Para o caso em que se conhece a pressão à jusante, a vazão de
escoamento, as dimensões e características do choke e da tubulação, o
procedimento para calcular a pressão à montante do choke é:
a) Calcule a razão de pressão crítica (Eq 3.1)
b) Calcule a pressão à montante para atingir o fluxo sônico com o valor obtido
anteriormente e com a pressão à jusante.
c) Calcule a vazão de gás na condição de fluxo sônico (Eq 3.2)
d) Se a vazão calculada considerando fluxo sônico for menor que a vazão real,
resolver iterativamente a equação 3.2 considerando fluxo subsônico.

Exemplo 3.3
Um gás escoa numa tubulação com as seguintes características:
 g  0,75 , q g , SC  5000 Mfsc / d , k  1,3 , D  2 pol , d  32 64 pol , T1  110 F ,

P2  300 psia C d  0,99 .

89
TEQ-169
Determine a pressão à montante da restrição.

Solução Exemplo 3.3


1, 3
 P2   2  0, 3
a)       0,5457
 P1  crit  2,3 

 P2   300 
b) P1      549,72 psia
 0,5457   0,5457 
c)

q g , SC  976,38  (0,99)  (0,50) 2  (549,72)


1 (1,3)
0,5457 1,592  0,5457 1,796  3031,467 Mscf / d
0,75(570 1,3  1

d)
 P2   300   P2   P2 
P1  600 psia       0,5  0,5457       0,5457
 1
P  600   P1   P1  crit

q g , SC  976,38  (0,99)  (0,50) 2  (600)


1 (1,3)
0,5457 1,592  0,5457 1,796  3308,7 Mscf / d
0,75(570 1,3  1

q g , SC  976,38  (0,99)  (0,50) 2  (800)


1 (1,3)
0,5457 1,592  0,5457 1,796  3860,2 Mscf / d
0,75(570 1,3  1

P1 600 800 900 906,7 920


P2/P1 0,500 0,3750 0,3333 0,3309 0,3261
qg,SC 3308,7 4411,6 4963,1 5000,0 5073,4

3.5 Escoamento de gás úmido através de chokes


Para o caso do escoamento de gás natural com condensado (gás úmido),
ou quando o óleo que chega a superfície (geralmente abaixo da pressão de
bolha), o escoamento é bifásico através de chokes. O choke reage de maneira
diferente dependendo do teor de gás é o tipo de fluxo (sônico ou subsônico).

90
TEQ-169
3.5.1 Fluxo sônico
Na literatura tem sido propostos diversos modelos empíricos para descrever o
fluxo através de choke, eles podem ser representados através de:
CR m q
Pwh  (3.7)
Sn
onde:
Pwh : pressão à montante (cabeça de poço), psia

q : vazão de líquido, bbl/d


R : razão gás/líquido produzida, scf/bbl
S : dimensão do choke, 1/64 pol

Os parâmetros C, m e n são apresentados na Tabela 6.

Tabela 3.1 – parâmetros para o fluxo sônico (BEGGS, 1991)


Correlação C m n
Gilbert 10,00 0,546 1,89
Ros 17,40 0,500 2,00
Baxendell 9,56 0,546 1,93
Achong 3,82 0,650 1,88
Pilehvari 46,67 0,313 2,11

3.5.2 Fluxo subsônico


Sachdeva et al (1986) apresentaram uma metodologia para o cálculo do
fluxo multifásico através do choke. O limite entre o fluxo sônico e subsônico pode
ser determinado através de:
k
 k 1  x1 VL 1  yc   k 1
  
 k 1 x1VG1 
yc   2 
(3.8)
 k n n1  x1 VL n  1  x1 VL  
 k 1  2  x V   
2  x1VG 2  
 1 G2

91
TEQ-169
onde:
y c : razão de pressão crítica

k : razão de calor específico, c p c v

n : expoente politrópico do gás


x1 : qualidade do gás livre à jusante, fração mássica
V L : volume específico de líquido à montante, ft3/lb
VG1 : volume específico de gás à montante, ft3/lb

VG 2 : volume específico à jusante, ft3/lb

O expoente politrópico pode ser calculado por:


x1 C p  C v 
n  1 (3.9)
x1C v  1  x1 C L

onde C L é o calor específico do líquido.


O volume específico do gás à montante, VG1 , pode ser determinado utilizando a lei

dos gases em função da temperatura e pressão. O volume específico do gás à


jusante pode ser estimado através de:
1
VG 2  VG1 y c
k
(3.10)

A razão de pressão crítica deverá ser calculada em forma iterativa de (3.8). A


P2
razão de pressão atual é calculada por y a  . Se y a  y c o fluxo é sônico e
P1

y  y c , caso contrário o fluxo é subsônico e y  y a .

A massa específica da mistura à jusante é calculada através de:

 x1VG1 y 1 / k  1  x1 VL
1
(3.11)
 m2
O fluxo mássico é dado por:

 1  x1 1  y  x1 k
0,5
 
G 2  C d 288 g c P1  m2   vG1  yvG 2   (3.12)
  L k 1 

92
TEQ-169
M G2  M L2
G2 
A
A vazão mássica é calculada através de:
 d 22 
M 2   G2 (3.13)
 4 
A vazão mássica da fase líquida é obtida através de:
M L 2  1  x2 M 2 (3.14a)
A vazão mássica da fase gás é obtida através de:
M G 2  x2 M 2 (3.14b)

Pode se admitir que no choke x2  x1

Exemplo 3.4
Uma mistura gás/líquido escoa através de um choke com as seguintes
características:
d  24 / 64 pol, C d  0,75 , P1  80 psia , P2  50 psia , T1  100 F , T2  20 F ,

x1  0,001 ,  L  0,9 ,  g  0,7 , C p  0,24 , C v  0,171429 , C L  0,8 .

Determine a vazão de escoamento da mistura.

Solução Exemplo 3.4

0,24
k  1,4
0,171429
1 1
 L  62,4 L  62,4(0,9)  56,16 lb / ft 3 vL    0,017806 ft 3 / lb
L 56,16

PM P G M ar 80(0,7  28,96)
 G1     0,2699 lb / ft 3
RT1 RT1 10,73(560)

1 1
vG1    3,7051 ft 3 / lb
 G1 0,2699

93
TEQ-169
PM P G M ar 50(0,7  28,96)
G2     0,1968 lb / ft 3
RT2 RT2 10,73(480)

x1 C p  C v  0,0010,24  0,1714 
n  1  1  1,000086
x1C v  1  x1 C L 0,001(0,1714)  1  0,0010,8

P2 50
ya    0,625
P1 80

k 1  x1 n vL 0,017806
 3,5  999  0,5   0,0048
k 1 x1 2 vG1 3,7051
Cálculo iterativo:
1
vL
VG 2  VG1 y ck  3,70510,625
1 / 1, 4 0,017806
 5,1832 ft 3 / lb   0,0034
vG 2 5,1832
k
 k 1  x1 VL 1  y c   k 1
  
 k 1 x1VG1 
f  yc    2 
 y c  0,5853
 k n n1  x1 VL n 1  x1 VL 
 
 k 1  2  x V   
2  x1VG 2  
 1 G2

yc (est) 0,6250 0,5000 0,4000 0,3533 0,3500 0,3000


vG2 5,1832 6,0789 7,1293 7,7900 7,8427 8,7556
vL/vG2 0,0034 0,0029 0,0025 0,0023 0,0023 0,0020
yc (cal) 0,0397 0,1059 0,2386 0,3533 0,3634 0,5602
f(yc) 0,5853 0,3941 0,1614 0,0000 -0,0134 -0,2602

Portanto, o fluxo é subsônico (yc < ya). A razão de pressão crítica a utilizar é a
atual y  0,625 .
1
 m2  1 / 1, 4
 43,532 lb / ft 3
0,001(3,7051)(0,625)  (1  0,001)0,017806
0,5
288(32,2)(80)(43,532) 2 
 
G2  0,75 1  0,0011  0,625 0,001(1,4)   2560,8245 lb/ft 2  s
  3,7051  0,625(5,1832) 
 56,16 1,4  1 

94
TEQ-169
 d 2 
2
3,14159  24 / 64 
M 2   2 G2    (2560,8245)  1,9641 lb / s
 4  4  12 

M L 2  1  0,0011,9641  1,9622 lb / s
M G 2  0,001(1,9622)  0,0020 lb / s

3.6 Escoamento de líquido através de chokes


Quando a queda de pressão através de um choke é devido à mudança de
energia cinética, para o caso de um líquido, a vazão pode ser determinada através
de:
2 g c P P
q  Cd A  8074Cd d 2 (3.15)
 
onde:
q : vazão de líquido, bbl/d
d : diâmetro do choke, pol
P : queda de pressão, psi

3.7 Apêndice 3.A -Escoamento de gás

3.7.1 Mudanças de temperatura com pressão


O gás absorverá ou liberará calor quando houver uma variação de volume
(expansão ou compressão). No reservatório, o calor liberado será absorvido pela
rocha, geralmente quando houver uma apreciável variação de temperatura.
Portanto, a temperatura do reservatório pode ser considerada constante.
Quando o gás passa através de um bocal (nozzle), não há tempo suficiente para
transferência de calor e a capacidade calorífica do gás é pequena. Portanto, se

95
TEQ-169
não há transferência de calor a mudança de temperatura pode ser descrita pela
relação a seguir:

pV k  p1V1
k
(A.1)

Outras relações podem ser obtidas a partir dela:


k 1
P  k
T  T1  
 (A.2)
 P1 

1
P k
  1  
 (A.3)
 P1 
onde
k : expoente adiabático, para gás ideal: k = cp/cv
cp : capacidade calorífica a pressão constante
cv : capacidade calorífica a volume constante
1 : massa específica inicial
T1 : temperatura inicial

A queda de pressão no escoamento de fluidos, em regime permanente, em dutos


pode ser obtida através de:
v g x f 2
dP  dv  dL  v dL  0 (A.4)
gc gc 2g c d

onde
m m 1
v e dv   d
A A 2
Nas condições estacionárias, a vazão mássica m deve ser constante, enquanto a
velocidade varia com a pressão.

96
TEQ-169
3.7.2. Fluxo através de válvulas e restrições
Quando gás escoando passa através de válvulas ou restrições as forças de
aceleração devem ser dominantes. A equação (A.4), após simplificação, pode ser
expressa como:
v
dP  dv  0 (A.5)
gc
A resolução da equação anterior permite obter a vazão e queda de pressão.

3.7.3. Aproximação incompressível


Quando a queda de pressão através da válvula for menor que 5% (pc / pi> 0.95),
correspondente a um número de Mach: Ma <0.25, pode ser negligenciar a
compressibilidade e efetuar os cálculos como fluido incompressível.

3.7.4. Fluxo subcrítico, compressível


Quando a queda de pressão for superior a 5% o gás sofrerá expansão. Uma vez
que a velocidade é alta e o comprimento da válvula é pequeno, não há tempo
suficiente para transferência de calor por condução. Portanto, o fluxo é adiabático
e pode ser descrito através de:

1
 P k v
dP  1   dv  0 (A.6)
 P1  g c

Integrando a equação anterior para p1e v1~0, p2 ,e v2 (pressão e velocidade de


saída), se obtém:

 k 1

2 g c k P1   P2  k 
v2  1     (A.7)
k  1 1   P1  
 

Expressando em termos de vazão mássica

97
TEQ-169
1
P k
 2  1  2 
 P1 
m   2 v2 A2
1
 k 1

P k 2 g c k P1   P2  k 
m   2 v 2 A2  A2  i  2  1    
 P1  k  1 1   P1  
 

2
 k 1

2 g c k P1  P2  k   P2  k 
m   2 v 2 A2  A2   1     (A.8a)
k  1 1  P1    P1  
 

2
 k 1

2 g c k M  P2  k   P2  k 
m   2 v 2 A2  A2 P1   1     (A.8b)
k  1 z1 RT1  P1    P1  
 

3.7.5. Fluxo crítico


A diferença de pressão através do bocal acelera o fluido. Isto é, quando a pressão
à jusante diminui a velocidade e a vazão aumenta. No entanto, uma vez que o gás
é compressível, o volume também expande. Quando a queda de pressão é alta
será necessária uma maior energia de pressão para acelerar a expansão, no
entanto, a vazão não aumentará. Isto é, o fluxo atinge um limite superior
conhecido como fluxo crítico. A aceleração devido à expansão do fluido está
incluída na equação (A.8a-b).

3.7.6. Fluxo subcrítico


A equação (A.8a-b) exibe um máximo em (derivar com relação a r=Po/Pi):

k
P2  2  k 1
  (A.9)
P1  k  1 

98
TEQ-169
Isto corresponde a aproximadamente 50% de queda de pressão. Para quedas de
pressão maiores, a equação prediz menores valores de vazão. Isto não condiz
coma a realidade, após atingir o máximo uma posterior queda não se traduz num
aumento da vazão.

A velocidade crítica pode ser obtida substituindo a equação (A.9) em (A.7):

2 g c k RT1
v 2*  (A.12)
k 1 M

A vazão mássica crítica pode ser obtida substituindo (A.9) em (A.8a-b):

k 1
Mg c  2  k 1
m  A2 P1 k  (A.13)
z1 RT1  k  1 

Se a pressão à montante (P1) aumenta, isso não afetará a velocidade crítica. No


entanto a massa específica exibe dependência com a pressão.

1/ 2
2g c k M  2  k 1

m  A2 P1 r  k 1  r  k 
k  1 z1 RT1   

2g c k M
A2 P1
dm k  1 z1 RT1  2 2k  k 1
 2
k 1 k 
1
k  k 
 1/ 2  r 1  r   r k
r 0
dr  2 k 1
  k   k 
2r  k 1  r  k 
  
k 1
2
r k
k 1
k
 2  k 1
r  
 k  1

A vazão volumétrica, em condições padrão, pode ser obtida a partir de (A.8a-b):

99
TEQ-169
 2 k 1

m A2 P1 2 g c k M   P2  k  P2  k 
q SC        
 SC  SC k  1 z1 RT1   P1   P1  
 
Lembrando que
PSC M
 SC 
RTSC

M  28,96 G

Substituindo

 2 k 1

m A PT 2 g c k R   P2  k  P2  k 
q SC  SC  2 1 SC       
 PSC k  1 MT1   P1   P1  
 

 2 k 1

m A PT 2g c k R   P2  k  P2  k 
q SC   2 1 SC      
 SC PSC k  1 28,96 G T1   P1   P1  
 
Agrupando termos:

 2 k 1

d 2PT  2g c R k 1   P2  k  P2  k 
q SC  2 1 SC      
PSC 4 28,96 k  1  G T1   P1   P1  
 
Corrigindo através do coeficiente de descarga:

 2 k 1

d PT2
 2 g c R  k  1   P2  k  P2  k 
 Cd        
2 1 SC
q SC 
PSC 4 28,96  k  1   G T1   P1   P1  
 

3.8 Apêndice 3.B – Processo adiabático

Da primeira lei da termodinâmica


dU  dq  dW

Para processo adiabático dq  0 , adicionalmente dW   PdV


dU   PdV

100
TEQ-169
Para um gás ideal
RT
dU  cv dT P
V
cp R
R  c p  cv k cv 
cv k 1

Portanto
dV R
PdV  RT  dT
V k 1
Integrando entre as condições 1 e 2:
V  1 T 
ln  2    ln  2 
 V1  k  1  T1 
k 1
 V1  T 
    2 
 V2   T1 
T1V1k 1  T2V2k 1  T V k 1

Outras relações podem ser obtidas a partir dela:


k 1 k 1
 V1   RT P  T 
    1 2    2 
 V2   P1 RT2   T1 
1 k 1 k 1 k

T1 P1 k
 T2 P2 k  T P k

k 1
 V1   PV 
    2 2 
 V2   P1V1 
P1V1k  P2V2k  P V k

3.8.1. Escoamento de um fluido através de uma turbina


Numa planta de geração de energia vapor de água superaquecido (P = 3
Mpa e 300ºC) entra numa turbina com vazão 1 kg/s, velocidade 10 m/s e elevação
10 m. Na saída, elevação 10 m, velocidade 40 m/s, a condição é vapor saturado a
45ºC com qualidade 0,85. Calcule o trabalho efetuado pela turbina.

101
TEQ-169
Solução
Da tabela de vapor de água, para P = 3 Mpa e 300ºC h 1 = 2995,1 kJ/kg, vapor
saturado a 45ºC hl = 188,35 kJ/kg e hv = 2583,3 kJ/kg.
A entalpia do vapor saturado pode ser obtida através de
h2  (1  x)hl  xhv

h2  (1  0,85)188,35  (0,85)2583,3  2224,06 kJ / kg


Do balanço de energia (termodinâmica ou Bernoulli)
mg m 2 mg m 2
U 1  P1V1  Z1  v1  q  W  U 2  P2V2  Z2  v2
gc 2g c gc 2g c
Mas H  U  P V , logo

g 1 2 q W g 1 2
h1  Z1  v1    h2  Z2  v2
gc 2g c m m gc 2g c
Adicionalmente o processo é adiabático q  0
g 1 W
(h1  h2 )  ( Z1  Z 2 )  (v12  v 22 )  
gc 2g c m
1 W
(2995,1  2224,06)10 3  9,81(10  4)  (10 2  40 2 )  
2 m
W
771,04  10 3  58,86  750  
m
W
770,34  10 3 J / s  770,34 kW  
m
O sinal negativo indica que o sistema efetua trabalho.
A seguir são apresentados os erros introduzidos ao desconsiderar a energia
cinética e/ou potencial
750
Energia cinética  100  0,097%
770,34  10 3
58,86
Energia potencial  100  0,0076% Ambas 0,1046%
770,34  10 3

3.9 Apêndice 3.C – Two-phase flow through chokes

102
TEQ-169
Sachdeva et al. 1986 usaram equações de balanço de massa, momento e energia
para desenvolver o modelo que descreve o escoamento bifásico através de
estrangulador (válvula choque). Para o escoamento horizontal através de uma
válvula choque, o balanço de momento pode ser expresso por:

d M G 2 vG 2  M L 2 v L 2   d  W d C LC 
1
 144 AC dP2  (C.1)
gc
Ros (1960) mostrou que no escoamento bifásico através de válvula choque o
termo de aceleração é predominante, portanto as forças cisalhantes na parede
podem ser desprezadas. Adicionalmente, mostrou que não há escorregamento
entre as fases na garganta da válvula, isto é, as velocidades das fases são iguais
vG 2  v L 2  v2  . Considerando  Ac  A2  a equação (C.1) pode ser escrita como:

 144 g c A2 dP2  d v 2 M G 2  v 2 M L 2 
  M M 
 d G2  v 2 L 2  v 2 G 2 
  G2 G2  (C.2)
 d G2 A2 1  x 2 v 2  x 2 v 2 
 d G2 A2 v 2 
Em que:
M L  v L  L AL (C.3)
M G  vG  G AG (C.4)
M  ML  MG (C.5)
Uma vez que, G2  M L 2  M G 2  / A2  M / A2 , x2  M G 2 / M ,  2  AG / A2

M L2
vL2 
AL  L 2
M L 2 M A2 1
 (C.6)
M A2 AL  L 2
1  x2  G2

1   2   L 2
x 2 G2
vG 2  (C.7)
 2  L2
De (C.6) e (C.7) e vG 2  v L 2  v2  se obtém:

G2
v2  (C.8)
 m2
Uma vez que:
103
TEQ-169
1 x 1 x
  (C.9)
m G L
Expandindo a equação (C.2):
dv 2 dG 2
 144 g c  G2  v2 (C.10)
dP2 dP2
Para determinadas condições à montante, durante o escoamento crítico, a vazão
mássica atinge um valor máximo com relação à pressão à jusante. Portanto:
dG 2
0 (C.11)
dP2
Portanto, substituindo (C.8) e (C.11) em (C.10)
dVm 2
 144 g c  G22 (C.12)
dP2
Derivando (C.9) com relação a P para a condição à jusante:
dVm 2 dV dV
 x 2 G 2  1  x 2  L 2 (C.13)
dP2 dP2 dP2
Uma vez que a fase líquida pode ser considerada incompressível:
dVL 2
0 (C.14)
dP2
As velocidades das misturas que escoam através de uma válvula choque variam
entre 50-150 ft/s. Portanto, pode se afirmar que não há tempo suficiente para
acontecer transferência de massa entre as fases ao longo da garganta do
estrangulador. Isto é:
x1  x2 (C.15)
Combinando as equações (C.12)-(C.15) se obtém:
dVG 2
 144 g c G2 2  x 2 (16)
dP2
Durante a expansão do gás no estrangulador, existe um gradiente de temperatura
entre as fases, isto se traduz numa rápida troca térmica entre elas. A troca térmica
entre as fases pode ser aproximada por um processo politrópico:
P2VGn2  Cte (C.17)
Em que n é dado por:

104
TEQ-169
x1 C p  C v 
n  1 (C.18)
x1C v  (1  x1 )C L
De (C.16) e (C.17) pode se obter:
nP2
G22  144 g c  (C.19)
x1VG 2
Da equação de energia, para escoamento horizontal, perda de pressão por fricção
e escorregamento entre as fases desprezível:

dP  v2 
 144 g c  d   (C.20)
m  2
Ou
x 1  x1   v2 
 144 g c  1   dP  d   (C.21)
  G  L   2
Integrando (C.21) entre P1 e P2, lembrando que: as massas específica do líquido
e a qualidade do gás permanecem constantes, e que a expansão é adiabática:
  G22
144 g c 1  x1 VL P1  P2   x1 P1VG1  P2VG 2   2
k
(C.22)
 k 1  2 m2

Substituindo G 22 de (C.19) em (C.22):


 nP2 
1  x1 VL P1  P2   x1 k
P1VG1  P2VG 2   12   (C.23)
k 1 2 m2  x1VG 2 
Definindo
P2
y (C.24)
P1
Rearranjando (C.23):
k
 k 1  x1 VL 1  y   k 1
  
 k 1 x1VG1 
y 2 
(C.25)
 k n n1  x1 VL n  1  x1 VL  
 k 1  2  x V   
2  x1VG 2  
 1 G2

Adicionalmente, uma vez que o processo é considerado adiabático, o volume do


gás e a massa específica da mistura à jusante podem ser obtidos por:
1

VG 2  VG1 y k
(C.26a)

105
TEQ-169
1
1 
 x1VG1 y k
 (1  x1 )VL (C.26b)
 m2
A variável y da equação (C.25) é a razão de pressão crítica yC  y . Portanto se

y atual  yC o fluxo é subcrítico, por outro lado se y atual  yC o fluxo é crítico.

Incluindo o coeficiente de descarga, C D , e rearranjando a equação (C.22) se


obtém:

 1  x1 1  y  x1 k
1/ 2
 
G  2 g c P1  m2 2 144 
2
 VG1  yVG 2   (C.27)
L k 1
2
  

O primeiro passo é determinar o valor de y C a partir da equação (C.25). Se o fluxo

for subcrítico, o valor de y atual deverá ser usado em (C.27) para determinar o fluxo

mássico.
Sachdeva et al. (1986) usaram este modelo, que melhorou o método existente
para prever o comportamento do choke em escoamento de duas fases. Utilizando
dados experimentais concluíram que para chokes instalados na cabeça do poço,
onde os efeitos do joelho (choke housing) estão presentes em função do seu
posicionamento, o Cd=0,75 deverá ser recomendado (configurações que são
comuns na prática em campo). Para os chokes onde os efeitos de perturbação
são menores do que a configuração anterior, devido sua localização na linha de
produção distante da cabeça do poço, Cd=0,85 foi recomendado.

3.8.1. Alguns passos intermediários não mostrados anteriormente


De (C.26a) pode se obter:

VG 2
VG1  1
(C.28)

k
y

De (C.26b) pode se obter:

106
TEQ-169
2
1  
1

  x1VG1 y k  (1  x1 )V L 
 m2 2   (C.29)
2 1
 
  x1VG1  y  2 x1VG1 y (1  x1 )V L  (1  x1 )V L 
2 k k 2

A partir da equação (C.23)


 nP2 
1  x1 VL P1  P2   x1 k
P1VG1  P2VG 2   12   (C.23)
k 1 2 m2  x1VG 2 
Dividindo (C.23) por P1 e lembrando que y  P2 / P1 :

x1k  y 
1  x1 VL 1  y   VG1  yVG 2   n 12  
k 1 2  m2  x1VG 2 
Dividindo a equação anterior por x1VG1

1  x1 VL 1  y  k n 1  1  1
 
k VG 2 
  2 
 y
x1VG1 k  1  2  m 2  x1VG 2  x1VG1 k  1 VG1 

Substituindo (C.29) na equação anterior e simplificando os termos cotendo x1VG1 

1  x1 VL 1  y  k
 
x1VG1 k 1
 n  1 
 

2
 (1  x )V
1
(1  x1 )VL 2 

  V
 G1 y k
 2 y k 1 L
 
 2  VG 2  x1 x12VG1  y
 k V 
 G2 
 k  1 VG1 

Substituindo (C.28) na equação anterior:


1  x1 VL 1  y   k

x1VG1 k 1
 n  1 (1  x1 )VL  k  (1  x1 )VL
1
  1k 
2

 y k  n y    y 
 2 x1VG 2  x1VG 2  
 y

 k 
1

  y k

 k 1 
Rearranjando:

1  x1 VL 1  y  k n (1  x1 )VL n  (1  x1 )VL 


2
k  k
k 1

   n     y
x1VG1 k 1  2 x1VG 2 2  x1VG 2  k  1
 
107
TEQ-169
Explicitando y do lado direito da equação anterior se obtém (C.25):
k
 1  x1 VL 1  y   k  k 1
 
 x1VG1 k 1 
y 2 
(C.25)
 k n n(1  x1 )VL n  (1  x1 )VL  
 k 1  2  x V   
2  x1VG 2  
 1 G2

108
TEQ-169
4. Potencial de Produção de um Poço
O Potencial de Produção de um poço (well deliverability) é determinado
pela combinação de influxo de poço (IPR) e o fluxo do poço. Considerando que o
primeiro descreve a produtividade do reservatório, este último apresenta a
resistência ao fluxo de produção. Este capítulo aborda a previsão de vazões de
produção de reservatórios com características de linhas de produção definidas. A
técnica de análise utilizada é chamada Análise Nodal (patente da Schlumburger).

4.1 Análise nodal


Uma vez que as propriedades dos fluidos dependem da pressão e da temperatura
no sistema de produção de petróleo e gás, para efetuar a análise nodal é
necessário dividir o sistema em nós. O sistema separa os elementos presentes na
linha de produção (equipamentos seções) e as propriedades dos fluidos nos
elementos são avaliadas localmente. A análise nodal é efetuada com base no
princípio continuidade da pressão, isto é, só existe uma única pressão em um
determinado nó, independentemente de saber se a pressão é avaliada a partir do
desempenho de um equipamento (ponto) à montante ou de um equipamento à
jusante. A curva de desempenho à montante do nó é chamada IPR, a curva de
desempenho à jusante do nó é chamada de OPR (Outflow Performance
Relationship). A interseção das duas curvas de desempenho define o ponto de
operação, ou seja, a vazão e a pressão de operação do sistema. Por
conveniência, são utilizados dados de pressão medidos normalmente no fundo do
poço (Bottom-hole node) ou na superfície do poço (Wellhead node). A Figura 4.1
apresenta um sistema de produção simples. A Figura 4.2 apresenta as possíveis
perdas de pressão num sistema de produção. A Figura 4.3 apresenta a
localização dos possíveis nós.

109
TEQ-169
Figura 4.1 – Sistema de produção (JALIL, 2003)

110
TEQ-169
Figura 4.2 – Possíveis perdas de pressão num sistema de produção (JALIL, 2003)

111
TEQ-169
Figura 4.3 - Localização dos possíveis nós (JALIL, 2003)

4.2 Análise de potencial de poço

A seguir será mostrada a análise de potencial de poço usando os nós


comumente utilizados.

4.2.1 Análise com o fundo de poço (Bottom-Hole )


Quando o fundo de poço (Bottom-hole) é utilizado como nó na análise
nodal, a entrada ao nó é o IPR e a saída é o Tubing Performance Relationship
(TPR),

112
TEQ-169
4.2.1.1. Poço de gás
Considere um gás escoando através do nó fundo de poço. Se o IPR do
poço é dado por:


q g  C PR2  Pwf2 
n
(4.1)

e se a TPR é definida por:


dP g v 2 dL
 dL  f 0 (4.2a)
 gc 2gc di

28,96 g P qSC Bg PSC T 4q ZP T


Uma vez que  g  v Bg  Z v  SC2 SC
ZRT A TSC P d i TSC P
(qsc: Mscf/d, d: ft, L: ft)
2
ZRT dP g 2
8 fqSC PSC2  ZT 
144  dL  2   dL  0 (4.2b)
28,96 g P gc  g c d i5TSC2  P 
Admitindo valores médios de temperatura e fator de compressibilidade a equação
(4.2b) pode ser integrada (qsc: scf/s, d: pol, L: ft):

53,35Z T dP  g 6,67  10 4 fq2  ZT 


2

   SC
   dL
g P  c
g d i
5
 P  
Pwf
PdP g L

 4
g 2 6,67  10 fqSC Z T
2 2 2

53,35Z T 0
dL
Pwh
P 
gc d i5

2
Z 2T 2
P  exp s  p  6,67 10 exp s   1
2 2 4 fqSC
wf wh (4.3)
d i5

gL
s  0,0375 (4.4)
ZT
a vazão e a pressão de operação no fundo do poço podem ser determinadas
representando graficamente as Eqs. (4.1) e (4.3) e estabelecendo o ponto de
intersecção.

113
TEQ-169
Exemplo 4.1
Um poço vertical produz gás com  g  0,71 através de uma tubulação com

d  2,259 pol e  / d  0,0006 , a tubulação possui L  10000 ft . Na superfície

Pwh  800 psia e Th  150 F . No fundo do poço Tw  200 F , PR  2000 psia . Calcule

Mscf
a vazão de produção de gás utilizando C  0,01 , n  0,8
d - psi 2n

Solução Exemplo 4.1


Para o cálculo do TPR é necessário determinar o fator de fricção. Utilizando a
equação de Weymouth:
0,032 0,032
f  3
  0,0244
d 3 2,259
Para escoamento turbulento, Guo (2001):
2 2
 1   1 
f      0,0174
1,74  2 log 2 d  1,74  2 log 2  0,0006 

Para tentar determinar o ponto de operação pode se substituir a equação (4.1) em


(4.3):
1/ n
q 
2
Z 2T 2
 6,67  10 exps   1
fqSC
P   SC 
R
2
 exps  p 2
wh
4
0
 C  d i5

A equação anterior pode ser resolvida iterativamente para qGSC . Uma outra maneira

é propor valores de qGSC e determinar o valor de Pwf . O valor de AOF pode ser

determinado da equação (4.1): qGSC  C PR2  Pwf2 


n

AOF  0,1 2000 2  0 ,8


 1912,7050 Mscf / d
1/ n
 q SC 
Pwf  P   G
R
2
 (IPR)
 C 
2
Z 2T 2
Pwf  exps  pwh  6,67 10 4 exps   1
2 fqSC
(TPR)
d i5
114
TEQ-169
Para qg = 191 Mscf/d
1 / 0 ,8
 191 
Pwf  2000  2
  1943 psia (IPR)
 0,01 
Adicionalmente, é necessário determinar o fator de compressibilidade:
TpC  168  325(0,71) 12,5(0,71) 2  392,4488 R

PpC  677  15(0,71)  37,5(0,71) 2  668,7463 psia

Admitindo valores médios de pressão e temperatura (primeira iteração,


Pwh  800 psia e admitindo que Pwf  1943 psia ):

610  660 800  1943


T   635 R P  1371,50 psia
2 2
635 1371,5
TR   1,6180 PR   2,0509
392,4488 668,7463
Da equação de Papay:
3,522,0509 0,274(2,0509) 2
Z av  1    0,8688
10 0,9815 (1,6180 ) 10 0,8157 (1,6180 )
0,7110000 
s  0,0375  0,4762
0,8688(635)

 0,0244  1912  0,8688 2  535 2 


Pwf  exp0,4762 800  6,67  10 exp0,4762   1
2 4 
 2, 259 5 
 
Pwf  1016 psia (TPR)

Segunda iteração:
800  1016
T  635 R P  908 psia
2
TR  1,6180 PR  1,3578
Z av  0,9008 s  0,4593

115
TEQ-169
 0,0244  1912  0,8688 2  535 2 
Pwf  exp0,4593800  6,67  10 exp0,4593  1
2 4 
 2, 259 5 
 
Pwf  1006 psia (TPR)

qSC Pw (IPR) Pw (TPR) Z s


Mscf/d psia psia - -
0 2000,0 1006,4 0,8673 0,4770
191 1943,0 1007,3 0,9012 0,4591
383 1861,5 1010,3 0,9010 0,4591
574 1764,1 1015,1 0,9008 0,4592
765 1651,5 1021,8 0,9006 0,4594
956 1522,6 1030,3 0,9002 0,4596
1148 1373,9 1040,7 0,8988 0,4598
1339 1199,5 1052,7 0,8993 0,4600
1530 986,7 1066,5 0,8987 0,4603
1721 702,6 1081,8 0,8981 0,4606
1913 0,0 1098,7 0,8974 0,4610

Figura 4.4 – Ponto de operação, solução do Exemplo 4.1

116
TEQ-169
O fluxo de gás esperado é 1468 Mscf/d para uma pressão Pwf  1061,4 psia .

O gráfico das curvas confirma a solução.

4.2.1.1. Poço de óleo


Considere um fluido escoando através do nó fundo de poço. Dependendo
dos níveis de pressão no reservatório, poderão ser utilizados diferentes IPR. Por
exemplo, se o reservatório pressão está acima da bolha ponto de pressão, pode
ser utilizado:

q  IP PR  Pwf  (4.5)

A saída do nó (ou seja, o TPR) pode ser descrita por um modelo diferente. O mais
simples modelo seria Poettman & Carpenter definido por:
 k L
Pwf  Pwh      (4.6)
   144
onde Pwh e L são a pressão de cabeça e profundidade da tubulação,
respectivamente. A vazão de operação q e a pressão no fundo do poço Pwf podem
ser determinados representando graficamente as Eqs. (4.5) e (4.6) e encontrando
o ponto de interseção.
O ponto de operação também pode ser resolvido analiticamente combinando as
Eqs. (4.5) e (4.6). Substituindo (4.6) em (4.5) fornece:
  k L 
q  IP PR  Pwh       (4.7a)
    144 

f 2 F qo2 M 2
k (4.7b)
7,4137  1010 D 5
1   2
 (4.7c)
2
onde:
f 2 F : fator de Fanning para escoamento bifásico

qo : vazão de produção de óleo, STB/d

M : massa total associada com 1 STB


D : diâmetro interno do tubo, ft
117
TEQ-169
A equação (4.7a) que pode ser resolvida iterativamente.

Exemplo 4.2
Para os dados a seguir, prever o ponto de operação:
Pressão de reservatório (Psia) 3000
Diâmetro de tubo (pol) 1,66
Pressão de cabeça (Psia) 500
Produtividade acima de Pb (STB/d-psi) 1,0
GLR produção (scf/STB) 1000
fw 0,25

API 30
g 0,65

w 1,05

Bw (bbl/STB) 1,2

Twh (F) 100

L (ft) 5000
Twf (F) 150

Solução Exemplo 4.2


141,5 141,5
o    0,8762
API  131,5 30  131,5

A produção de líquido acima da pressão de bolha é obtida através de:


q L  IPPR  Pw   3000  Pw  STB / d

A quantidade de gás produzida é dada por:


q g  q L  GLR  IPPR  Pw   GLR  1000(3000  Pw ) scf / d

A quantidade água produzida é dada por:


q w  q L  f w  IPPR  Pw   f w  0,253000-Pw  STB / d

118
TEQ-169
Portanto, a produção de óleo é dada por:
qo  q L  q w  0,753000  Pw  STB / d

O fator GOR é obtido como:


qg 1000(3000  Pw ) 4000
GOR     1333,333 scf / STB
qo 0,75(3000  Pw ) 3

O fator WOR é obtido como:


qw
fw 
q w  qo

qw fw 0,25 1
WOR    
q o 1  f w 0,75 3
Para determinar a massa específica em cada extremo da tubulação, pode se
utilizar a definição:   M V .

A quantidade de massa associada a 1 STB de óleo (1STB/d) pode ser calculada


através de:
M  5,615(62,4) o  WOR  w   28,96 379,4GOR g

M  5,615(62,4)0,8762  (1/ 3)1,05  28,96 379,4(4000 / 3)0,65  495,7710 lb

Lembrar que:
Vo (bbl ) Vw (bbl ) VwSC ( STB)
 Bo (bbl / STB) , SC  Bw (bbl / STB) , SC  WOR
VoSC ( STB) Vw ( STB) Vo ( STB)

P  T 
Vg ( ft3 / STB)  GOR  RS (scf / STB) Bg ( ft3 / scf ) , Bg  Z  SC  
 P  TSC 

O volume associado (incluindo gás livre) pode ser determinado através de:
V  5,615Bo  WOR  Bw   GOR  RS Bg

 14,7  T  Z 
V  5,615Bo  WOR  Bw   GOR  RS    
 P  520  1 

119
TEQ-169
A razão de solubilidade e fator volume-formação podem ser estimados pela
correlação de Standing:
1, 2048
 P  
RS   g   1,4 10 0,0125 API 0,00091T 
 18,2  
1, 2
 g 
0,5

Bo  0,9759  0,00012  RS    1,25T 
   o  

O fator de compressibilidade pode ser calculado por (gas natural):


TpC  168  325(0,65)  12,5(0,65) 2  373,9688 R

PpC  677  15(0,65)  37,5(0,65) 2  670,9063 psia

T P
TR  PR 
T pC PpC

3,53PR 0,274 PR2


Z  1 
100,9813TR 100,8157TR

Para primeira estimativa de Pwf  2000 psia , Pwh  500 psia

Boca Fundo
TR 1,4975 1,6312
PR 0,7453 2,9810
Z 0,9199 0,8498

Boca Fundo
Rs (scf/STB) 82,1616 367,9841
Bo (bbl/STB) 1,0434 1,1861
V (ft3) 44,5450 15,97911
lb/ft3 11,1297 31,0262

120
TEQ-169
De posse desses dados pode se calcular  :
11,1297  31,0262
  21,0779 lb / ft 3
2
A força inercial é calculada por:
Mqo 495,77100,75(3000  2000)
dv  1,4737 10 5  1,4737 10 5  39,6118 lb/ft-d
d (1,66 / 12)
O fator de fricção duas fases pode ser calculado através de:
f 2 F  4 101, 4442,5 log dv   4 101, 4442,5 log( 39,6118 )  0,0113

A constante k pode ser calculada através de:


f 2 F qo2 M 2 0,0113(750) 2 (495,7710) 2
k   414,4899
7,4137 1010 d 5 7,4137 1010 (1,6 / 12) 5
Um novo valor de Pwf pode ser obtido:

 k L  414,4899  5000
Pwf  Pwh       500   21,0779    1914,7 psia
   144  21,0779  144

Para segunda estimativa de Pwf  1914,7 psia , Pwh  500 psia

Boca Fundo
TR 1,4975 1,6312
PR 0,7453 2,8539
Z 0,9199 0,8516
Rs (scf/STB) 82,1616 349,3946
Bo (bbl/STB) 1,0434 1,1781
V (ft3) 44,5450 16,4073
lb/ft3 11,1297 30,2165

De posse desses dados pode se calcular  :


11,1297  30,2165
  20,6731 lb / ft 3
2
A força inercial é calculada por:

121
TEQ-169
Mqo 495,77100,75(3000  1914,7)
dv  1,4737  10 5  1,4737  10 5  42,9907 lb/ft-d
d (1,66 / 12)
O fator de fricção duas fases pode ser calculado através de:
f 2 F  4  101, 444 2,5 log dv   4  101, 444 2,5 log( 42,9907 )  0,0092

A constante k pode ser calculada através de:


f 2 F q o2 M 2 0,0092(814) 2 (495,7710) 2
k    397,8681
7,4137  1010 d 5 7,4137  1010 (1,6 / 12) 5

Um novo valor de Pwf pode ser obtido:

 k L  397,8681  5000
Pwf  Pwh       500   20,6731    1886,1 psia
   144  20,6731  144

A Tabela a seguir apresenta algumas tentativas de resolução, Re s  Pwfe  Pwfc .

Pwf (Est) 2000 1914,7 1873,1 1850


f2F 0,0113 0,0092 0,0084 0,0079
 21,08 20,5326 20,4680 20,3519
k 414,49 392,73 390,4553 386,5139
Pwf (Cal) 1914,67 1886,1 1873,07 1866,09
Res 85,33 18,688 0,03 -16,09

Exemplo 4.3
Para os dados a seguir, prever o ponto de operação:
Pressão de reservatório (Psia) 5000
Pressão de bolha (Psia) 4000
Diâmetro de tubo (pol) 1,995
Pressão de cabeça (Psia) 450
Produtividade acima de Pb (STB/d-psi) 1,5
GLR produção (scf/STB) 500
w 1,07

122
TEQ-169
fw 0,10
 w (cp) 0,5

API 45
 o (cp) 2

 (dinas/cm) 30
g 0,70

Twh (F) 80

L (ft) 9850
Twf (F) 180

 d 0,0006

Solução Exemplo 4.3


Se a pressão do reservatório está acima do ponto de bolha, mas a pressão do
fundo de poço está abaixo da pressão de bolha, pode ser utilizada a equação de
Vogel para o IPR.

IP  Pb  
2
 Pwf  P  
q  IPPR  Pb   1  0,2   0,8 wf  (4.8)
1,8   Pb   Pb  
 
IP  Pb
qmax  qb  (4.9)
1,8

q  qb   Pwf  P 
2

 1  0,2   0,8 wf   (4.10a)
qmax  qb   Pb   Pb  
 
  q  qb  
Pwf  0,125Pb  81  80   1 (4.10b)
 
 max b  
q q

Se a saída do nó (ou seja, o TPR) é descrita pelo modelo de Hagedorn & Brown,
isto é,
dP g
 
2 f F  vm2

 vm2   (4.11a)
dL g c gcd 2 g c L

ou
123
TEQ-169
dP 1  f F M t2 
   10 5 
(4.11b)
dL 144  7,413 10 d  

onde:
  H l  L  1  H L  G (4.12)

vm  vsL  vSG (4.13)

M: lb/d,  : lb/ft3, d: ft, v: ft/s


141,5 141,5
o    0,802
API  131,5 45  131,5
A produção de líquido acima da pressão de bolha é obtida através de:
qb  IPPR  Pb   1,55000  4000  1500 STB / d

A vazão máxima é obtida utilizando a Eq. (4.9):


IP  Pb  P   4000 
qmax  qb   IP PR  Pb  b   1,5 5000  4000    4833,3 STB / d
1,8  1,8   1,8 

A curva IPR pode ser obtida através da equação (4.10b):


qSC Pw (IPR) Pw (TPR)
STB/d psia psia
537 4908
1074 4602
1611 4276
2148 3925
2685 3545
3222 3125
3759 2649
4296 2087
4833 1363
537 0

Obtenção da curva TPR:


Para q  537 STB / d

A quantidade de gás produzida é dada por:


q gas  q  GLR  537(500)  268500 scf/d

A quantidade de água produzida é dada por:


124
TEQ-169
qágua  q  f w  537(0,1)  53,7 bbl / d

Portanto, a produção de óleo é dada por:


qo  qb  qw  483,3 bbl / d

TpC  168  325(0,70)  12,5(0,70) 2  389,3750 R

PpC  677  15(0,70)  37,5(0,70) 2  669,1250 psia

T  80 F P  450 psia
80  460 450
TR   1,3868 PR   0,6725
389,3750 669,1250

3,53(0,6725) 0,274(0,6725) 2
Z  1   0,9057
10 0,9813(1,3868 ) 10 0,8157 (1,3868 )

d    1,995 
2 2

a       0,0217 ft
2

4  12  4  12 

T PSC 3 qg T 14,7 1
Bg  Z ft / scf vG  Z
P TSC a TSC P 86400

 5,615   5,615 
q  537 
vsL   86400 
  86400 
 1,6077 ft / s
a 0,0217
qg T 14,7 1  268500   540  14,7  1
v sG  Z  0,9057    4,3987 ft / s
a TSC P 86400  0,0217   520  450  86400
vm  v sL  v sG  1,6077  4,3987  6,0063 ft / s

qo o  qw w 483,3(0,8017)  53,7(1,05)


L    0,8285
q 537

L 0,8285(62,4)
N Lv  1,938vsL 4  1,938(1,6077)4  3,5698
L 30

L 0,8285(62,4)
N Gv  1,938v sG 4  1,938(4,3987)4  9,7671
L 30

125
TEQ-169
0,8285(62,4)
N d  10,1(1,995)  26,4515
30

1 1
N L  0,157  L 4  0,157(1,85)4  0,0085
 L 3
L 0,8285(62,4)(30) 3

X 1  log N L  3

Y  2,69851  0,15841X 1  0,551X 12  0,54785 X 13  0,12195 X 14

CN L  10Y

CN L  0,0020
0 ,1
N P 
0 ,1
CN L 3,5698  450  0,0020
X 2  0,Lv575       0,0001
N Gv  Pa  Nd (9,8139) 0,575  14,7  26,4515

 0,10307  0,61777log( X 2 )  6  0,63295log( X 2 )  6


HL 2


 0,29598log( X 2 )  6  0,0401log( X 2 )  6
3 4

HL
 0,3323

0, 38
N Gv N L0,38 9,8139(0,0085)
X3    0,0014
N d2,14 (26,4515) 2,14

Se X 3  0,01

  0,91163  4,82176 X 3  1232,52 X 32  22253,6 X 33  116174,3 X 34

Se X 3  0,01 então   1

 1
H L  0,3323
M
N Re  1,6448 10 2  s   H  G1H
L L 
d s L

A vazão mássica de produção pode ser calculada através de:


M  5,615(62,4) L q  28,96 379,4 g q g

M  5,615(62,4)0,8285537  28,96 379,4(0,7)268500  170246,63 lb / d

126
TEQ-169
170246,63
N Re  1,6448  10 2  22630
1,995(1,85) 0,3323 (0,0114)10,3323

Correlação de Chen
1
fF  2
 0,0066
    d 1,1098  7,149  0,8981   

 4 log   d 5,0452 
 log      
  3,7065 N Re  2,8257  N Re   
  
28,96 g P
g   1,73
ZRT
  0,3323(0,8285  62,4)  1  0,33231,73  18,341

dP 1  f F M t2  1  0,0066(170246,63) 2 
     18,314  
dH 144  7,413  1010 d 5   144  7,413  1010 (1,995 / 12) 5 18,341
 0,1351

A Figura 4.5 ilustra como uma tubulação horizontal pode ser subdividida em
diversos trechos. De forma análoga, uma tubulação vertical pode ser duvidida mas
a nomenclatura muda de L para H.

Figura 4.5 – Exemplo de subdivisão da tubulação em trechos

Próximo valor de pressão para uma nova profundidade:


 dP 
P  Po  H  H o  
 dH 
P  450  1094  00,1351  597,8 psia

127
TEQ-169
O procedimento é similar ao mostrado anteriormente.

4.2.2. Análise com a cabeça de poço (Wellhead node )


Quando a cabeça de poço é utilizada como nó na análise nodal, a curva
IPR é a “Wellhead Performance Relationship” (WPR) obtida transformando o IPR
utilizando o TPR. A OPR é a “Choke Performance Relationship” (CPR).

4.2.2.1. Poço de gás


Se o IPR do poço é dado por:


q g  C PR2  Pwf2 n
(4.1)

e se a TPR é definida por:


dP g v 2 dL
 dL  f 0 (4.2a)
 gc 2gc di

Admitindo valores médios de temperatura e fator de compressibilidade:


n
 fq2 Z 2T 2 
qSC  C  PR2  exps  pwh
2
 6,67 10 4 exps   1 SC 5  (4.14)
 di 
gL
s  0,0375 (4.4)
ZT
que define a relação entre a pressão na cabeça de poço, P wh, e a vazão de
produção, qSC, isto é, a WPR.
A CPR é definida por
2 k 1
1 k  P2  k  P2  k
q g ,SC  976,38  Cd  d chk
2
 Pwh      (4.15)
 g Twh k 1  Pwh   Pwh 
q g , SC : Mscf/d, d : pol, P2 : psia, P1 : psia,  g : densidade do gás, T1 : R.

O ponto de operação pode ser obtido numericamente. De (4.15):


q SC
Pwh 
2 k 1
1 k  P2 k  P  k
976,38  C d  d chk
2
     2 
 g Twh k 1  Pwh   Pwh 
Substituindo em (4.14):
128
TEQ-169
Exemplo 4.4
Para os dados a seguir, prever o ponto de operação:
Pressão de reservatório (Psia) 2000
Diâmetro de tubo (pol) 2,259
/d 0,0006
Dchk (1/64 pol) 16
Diâmetro da linha (pol) 2
k 1,3
g 0,71

 g (cp) 0,01

Twh (F) 120

L (ft) 1000
Twf (F) 180

C (Mscf/d-psi2n) 0,01
n 0,8
Cd 0,9

Solução Exemplo 4.4


Para o cálculo do TPR é necessário determinar o fator de fricção. Para
escoamento turbulento, Guo (2001):
2 2
 1   1 
f      0,0174
1,74  2 log 2 d  1,74  2 log 2  0,0006 
Adicionalmente, é necessário determinar o fator de compressibilidade:
TpC  168  325(0,71) 12,5(0,71) 2  392,4488 R

PpC  677  15(0,71)  37,5(0,71) 2  668,7463 psia

AOF  C( PR2 ) n  0,01(20002 )0,8  1912,71 Mscf/d

129
TEQ-169
Dchk (16 / 64)
  0,1250
Dlin 2
1, 3 /(1, 31)
 P2   2 
      0,5457
 P1  crit  1,3  1 

Para obter a WPR, utiliza-se:


1/ n
 qg 
P  P  
2
wf R
2

C 
2
Z 2T 2
 6,67  10  4 exps   1
fqSC
Pwf2  exps  p wh
2

d i5
1/ n
 qg  2
Z 2T 2
 6,67  10 exps   1
fqSC
P  
R
2
 4

C  d i5
p wh 
exps 
é estimado um valor de qSC e determinado Pwh (iterativamente).
AOF
q  qi 
10

Para obter a CPR, utiliza-se:


q SC
Pwh  2
 16  1, 31
1 1,3
0,5457 1,3  0,5457  1,3
2
976,38  0,9    
 64  chk 0,71(580) 1,3  1
Para q SC  191 Mscf / d

191
PwhCPR  2
 149,8 psia
 16  1, 31
1 1,3
0,5457   0,5457 
2
976,38  0,9     1, 3 1, 3
 64  chk 0,71(580) 1,3  1
1 / 0 ,8
 191 
Pwf  2000     1943 psia
 0,01 

Admitindo valores médios de pressão e temperatura:


Pwh = 1100 psia (estimativa)
130
TEQ-169
580  640 1100  1943
T   610 R P  1521,48 psia
2 2
610 1871,48
TR   1,5543 PR   2,2751
392,4488 668,7463
Da equação de Papay:
3,522,2751 0,274(2,2751) 2
Z av  1    0,8378
10 0,9815 (1,5543) 10 0,8157 (1,5543)
0,71(10000)
s  0,0375  0,5140 Exp(s)  2,3112
0,8378(610)
1 / 0 ,8
 191  (0,0174)(191) 2 (0,8378) 2 (610) 2
2000  
2
  6,67  10 4
exp0,5140  1
 0,01  2 5i
p wh 
exp0,5140 
p wh  1532,4 psia

Pwh = 1532,4 psia (segunda iteração)


1532,4  1943
P  1733,18 psia PR  2,5984 Z  0,8272 s  0,5206
2

1 / 0 ,8
 191  (0,0174)(191) 2 (0,8272) 2 (610) 2
2000  
2
  6,67  10  4 exp0,5206   1
 0,01  2 5i
p wh 
exp0,5206 

p wh  1527,4 psia

A Tabela e a Figura a seguir apresentam os resultados obtidos.

qSC Pwh Pwh


(WPR) (CPR)
STB/d psia psia
0 1541 0,0
191 1527 149,8
383 1508 299,9
574 1485 449,5
765 1458 599,1
956 1429 748,6
1148 1397 899,0
1339 1362 1048,6

131
TEQ-169
1530 1325 1198,2
1721 1285 1347,7
19313 1246 1497,8

Solução: 1654,9 Mscf/d para uma pressão Pwh  1295,9 psia .

Figura 4.6 – Ponto de operação, solução deo Exemplo 4.4

4.2.2.2. Poço de óleo


Como já foi comentado, dependendo dos níveis de pressão no reservatório,
poderão ser utilizados diferentes IPR. Quando a pressão do reservatório está
acima da bolha ponto de pressão, pode ser utilizado:

q  IP PR  Pwf  (4.5)

A saída do nó (ou seja, o TPR) pode ser descrita por um modelo diferente. O mais
simples modelo seria Poettman & Carpenter definido por:
 k L
Pwf  Pwh      (4.6)
   144

132
TEQ-169
  k L 
q  IP PR  Pwh       (4.7)
    144 

que define o influxo para o nó de cabeça de poço (WPR). Para o CPR pode se
utilizar a equação:
CR m q
Pwh  (4.15)
Sn
O ponto de operação pode ser determinado resolvendo:
 CR m q  k L 
q  IP PR       
 S n
   144 

Exemplo 4.5
Para os dados a seguir, prever o ponto de operação:
Pressão de reservatório (Psia) 6000
Diâmetro de tubo (pol) 3,50
Diâmetro do choke (1/64, pol) 64
Produtividade acima de Pb (STB/d-psi) 1,0
GLR produção (scf/STB) 1000
fw 0,25

API 30
g 0,65

w 1,0

Bw (bbl/STB) 1

Twh (F) 100

L (ft) 12000
Twf (F) 150

C 10
m 0,546
n 1,89

133
TEQ-169
Solução Exemplo 4.5
Se o reservatório está abaixo do ponto de bolha, a equação de Vogel fornece:
  q  
Pwf  0,125PR  81  80   1 (4.10b)
  q max  

Se o reservatório está acima do ponto de bolha:



q  IP PR  Pwf  (4.5)

e se a TPR é dada por Poettman & Carpenter:


  k L 
q  IP PR  Pwh      
 (4.7)
    144 
141,5 141,5
o    0,8762
API  131,5 30  131,5

A produção de líquido acima da pressão de bolha é obtida através de:


q  IPPR  Pw   6000  Pw  bbl / d

A quantidade gás produzida é dada por:


q g  q  GLR  IPPR  Pw   GLR  1000(6000  Pw ) scf / d

A quantidade água produzida é dada por:


qw  IPPR  Pw   f w  0,256000-Pw  bbl / d

Portanto, a produção de óleo é dada por:


qo  q  qw  0,756000  Pw  bbl / d

O fator GOR é obtido como:


qg 1000 4000
GOR    bbl / STB
qo 0,75 3

O fator WOR é obtido como:


q w 0,25 1
WOR    bbl / STB
qo 0,75 3
Para determinar a massa específica em cada extremo da tubulação, pode se
utilizar a definição:   M V .
134
TEQ-169
A quantidade de massa associada a 1 STB de óleo pode ser calculada através de:
M  5,615(62,4) o  WOR  w   28,96 379,4GOR g

M  5,615(62,4)0,8762  (1 / 3)1,0  28,96 379,4(4000 / 3)0,65  489,9314 lb

O volume associado pode ser determinado através de:


V  5,615Bo  WOR  Bw   GOR  RS Bg

 14,7  T  Z 
V  5,615Bo  WOR  Bw   GOR  RS    
 P  520  1 

TpC  168  325(0,65)  12,5(0,65) 2  373,9688 R

PpC  677  15(0,65)  37,5(0,65) 2  670,9063 psia

q pwf WPR CPR


(stb/d) (psia) (psia) (psia)
0 6000 0,0
600 5400 1976,1 100,6
1200 4800 1624,1 201,1
1800 4200 1296,2 301,7
2400 3600 1001,6 402,3
3000 3000 739 502,9
3600 2400 505,2 603,4
4200 1800 299,3 704,0
4800 1200 202,5 804,6
5400 600 905,1
6000 0 1005,7

Admitindo valores médios de pressão e temperatura:


Pwh = 3000 psia (estimativa), q = 600 stb/d, Pwf = 5400 psia.

135
TEQ-169
Boca Fundo
TR 1,4975 1,6312
PR 4,4716 8,0488
Z 0,7935 1,1166

Boca Fundo
Rs (scf/STB) 677,0231 1206,08
Bo (bbl/STB) 1,2916 1,5861
V (ft3) 11,8722 11,2317
lb/ft3 41,2671 43,6206

Pwh 3000 1976,0600 1699,2882


 42,4438 38,9463 37,4173
Dv 11,1396 11,1396 11,1396
f2F 0,2685 0,2685 0,2685
k 83,3895 83,3895 83,3895
Cal Pwh 1699,2882 1976,0590 2096,1704

Res (Est-Cal) 1300 0,0010 -396,8822

  83,3895  12000 
600   6000  Pwh   42,4438   
  42,4438  144 

Pwh  1699,2882 psia

136
TEQ-169
Figura 4.7 – Ponto de operação, solução do Exemplo 4.5

4.3 Curvas de gradiente de pressão


Em seções anteriores foi mostrado que o cálculo de gradiente de pressão
em poços de petróleo é uma tarefa enfadonha, e normalmente é recomendável o
uso de programas de computador. Esta é a razão pela qual foram preparados
gráficos com curvas de gradiente de pressão pré-calculados e utilizados nos
cálculos de engenharia, minimizando a dificuldade e o tempo para cálculos de
escoamento multifásico. Esses gráficos contêm várias curvas de pressão, para
diversas combinações de parâmetros de escoamento, diâmetro de tubulação,
GLR, vazão de produção, etc. Eles são chamados de gráficos de curvas de
gradiente de pressão (multifásico).

As primeiras curvas de gradiente de pressão foram introduzidas por Gilbert (1954),


que propôs uma alternativa para o cálculo da queda de pressão em escoamento
multifásico. Seu objetivo foi fornecer uma ferramenta simples que poderia se
utilizada para encontrar as pressões de óleo na boca (wellhead) e no fundo

137
TEQ-169
(bottom-hole) de poços de petróleo com uma precisão razoável. O modelo
proposto não requer cálculos detalhados, apenas o uso de gráficos de curvas de
gradiente de pressão.

Com base em medições de campo, e algum embasamento teórico, Gilbert


preparou vários gráficos com famílias de curvas representando a distribuição de
pressão vertical em poços de petróleo. O sistema de coordenadas utilizado é
pressão de escoamento vs profundidade, e cada família de curvas é válida para
uma determinada GLR, diâmetro de tubulação, e parâmetros de fluido. As curvas
individuais possuem a GLR como parâmetro.

Uma curva de gradiente é mostrada na Figura 4.8, válido por uma tubulação de
1,9 polegadas de diâmetro, e uma vazão de 600 bpd de petróleo. Numa GLR de
zero, o gradiente de pressão é uma linha reta, uma vez que existe apenas a
coluna hidrostática e perdas por atrito de uma fase

O gráfico contém dois conjuntos de curvas e o conjunto B deve ser transferido


verticalmente para profundidade zero. A razão é que as curvas no conjunto B, se
cruzariam com o conjunto de curvas A. Os dois conjuntos de curvas são divididos
por uma curva de GLR com uma seta. Esta curva é importante porque representa
a pressão mínima de escoamento para um dado conjunto de condições. Para uma
dada vazão de produção e tamanho de tubulação, a GLR correspondente é
considerada ótima, pois garante o mínimo de queda de pressão no fluxo
multifásico. Pode ser observar que curvas com valores de GLR acima do ótimo
representam um aumento de queda de pressão e como conseqüência precisam
de maior pressão de escoamento.

138
TEQ-169
Figura 4.8 – Curvas de gradiente de pressão (NIND, 1981)

A partir do trabalho de Gilbert, diversos gráficos com curvas de gradiente de


pressão têm sido desenvolvidos empiricamente a partir de medições reais de
pressão, eles modelam condições atuais de escoamento. A coluna hidrostática, ou
gradiente de elevação, diminui à medida que aumenta a presença de gás na
mistura bifásica, ou seja, com aumento de GLR. Ao mesmo tempo, as perdas por
atrito aumentam com o quadrado da velocidade da mistura. A soma destes efeitos
deve exibir um mínimo para uma dada GLR.

As curvas de gradiente de pressão de Gilbert foram desenvolvidas para as


condições de um determinado campo petrolífero, mas já foram utilizadas para

139
TEQ-169
outros campos. Esta prática inevitavelmente introduz erros nos cálculos de queda
de pressão, mas a facilidade e o fundamento em que estão baseadas compensam
em parte esses erros. Vale ressaltar que a escala vertical representa a
profundidade relativa e não corresponde à profundidade real do poço. Portanto,
todos os cálculos devem ser iniciados a partir do eixo que representa a pressão
real de escoamento.

Procedimento para determinar a pressão disponível (requerida)

1. Selecionar o gráfico adequado, baseado nas condições de vazão de produção e


diâmetro da tubulação.
2. Determine a curva com a GLR do sistema.
3. Na curva selecionada na Etapa 3, marque o ponto que representa a condição
de pressão conhecida (cabeça de poço ou fundo de poço).
4. O comprimento da tubulação é medido para cima (para determinar a pressão de
cabeça) ou para baixo (para determinar a pressão de fundo), a partir do ponto
determinado na Etapa 3.
5. A pressão desconhecida (cabeça ou fundo) é lida a partir da curva na
profundidade calculada na Etapa 4.

As Figuras 4.9a e 4.9b ilustram o procedimento anterior. A Figuras 4.9 e 4.10


apresentam as curvas disponível e requerida, respectivamente, em qualquer ponto
do sistema. A Figura 4.12 mostra a determinação do ponto de equilíbrio do
sistema. A interseção das curvas disponível e requerida determina a condição de
equilíbrio. Caso não haja um agente externo atuando no sistema, o poço é
considerado SURGENTE.

140
TEQ-169
a) b)
Figura 4.9 - Exemplo de cálculo de pressão disponível e requerida (PIC: ponto
inicial de cálculo) (ALVES, 2001)

141
TEQ-169
Figura 4.10 – Curva disponível em qualquer ponto do sistema (ALVES, 2001)

Figura 4.11 – Curva requerida em qualquer ponto do sistema (ALVES, 2001)


142
TEQ-169
Figura 4.12 – Estabelecimento da condição de equilíbrio, ponto de operação
(ALVES, 2001)

Exemplo 4.6
A vazão de produção de um poço é de 600 bpd, o diâmetro da tubulação é 1,9 pol,
a profundidade do poço é 7.250. Utilizando as curvas de gradiente de Gilbert
(Figura 4.4) determine:
a) a pressão de cabeça (wellhead), a pressão de fundo é 2000 psi e GLR = 400
scf/bbl
b) a pressão de fundo (bottom-hole), a pressão de cabeça é 725 psi e GLR = 1000
scf/bbl.

143
TEQ-169
Solução Exemplo 4.6
a) No gráfico, selecione a curva com o parâmetro GLR = 0,4 Mscf/bbl. Todos os
cálculos serão realizados sobre esta curva. A partir da pressão de fundo (2000 psi)
levante uma vertical até interceptar a curva selecionada. Na interseção trace uma
horizontal para determinar a profundidade relativa (~ 12000 ft). A partir desse
ponto desconte a profundidade do poço (7250 ft) até alcançar 4760 ft. Nesse
ponto trace uma horizontal até interceptar a curva de GLR selecionada. Na
interseção levante uma vertical e determine a pressão (~650 psi).

144
TEQ-169
b) No gráfico, selecione a curva com o parâmetro GLR = 1,0 Mscf/bbl. Todos os
cálculos serão realizados sobre esta curva. A partir da pressão de topo (725 psi)
desça uma vertical até interceptar a curva selecionada. Na interseção trace uma
horizontal para determinar a profundidade relativa (~ 5500 ft). A partir desse ponto
desconte a profundidade do poço (7250 ft) até alcançar 12750 ft. Nesse ponto
trace uma horizontal até interceptar a curva de GLR selecionada. Na interseção
desça uma vertical e determine a pressão (~1925 psi).

145
TEQ-169
Exemplo 4.7
Um poço com 10000 ft de profundidade, diâmetro da tubulação de 2,875 pol, a
GLR é 1,0 Mcf/bbl. A pressão de topo é 300 psi. Utilizando as figuras em anexo,
determine a pressão de fundo para as vazões: 50, 100, 200, 400 e 600 bpd.

Solução Exemplo 4.7


Seguindo o procedimento do exemplo anterior e da leitura das figuras se obtem:

Vazão (bpd) H relativa (ft) Htotal (ft) P (psi)


50 2700 12700 2600
100 3500 13500 2300
200 3700 13700 2030
400 4000 14000 1930
600 3600 13600 1850

146
TEQ-169
Figura 4.13 - Curvas de gradiente de pressão, q = 50 STB/d (NIND, 1981)

147
TEQ-169
Figura 4.14 - Curvas de gradiente de pressão, q = 100 STB/d (NIND, 1981)

148
TEQ-169
Figura 4.15 - Curvas de gradiente de pressão, q = 200 STB/d (NIND, 1981)

149
TEQ-169
Figura 4.16 - Curvas de gradiente de pressão, q = 400 STB/d (NIND, 1981)

150
TEQ-169
Figura 4.17 - Curvas de gradiente de pressão, q = 600 STB/d (NIND, 1981)

151
TEQ-169
4.4 Problemas de produção com múltiplas soluções
P I  PO  0 (4.16)

A Eq. (4.18) nem sempre tem uma solução única. A seguir serão
apresentadas algumas situações possíveis e discutir as complicações que podem
aparecer ao procurar as verdadeiras soluções de um sistema de produção de
petróleo.
Seja um sistema simples com uma pressão de cabeça especificado (fixo). Para
uma vazão de produção (q), pode se calcular a pressão de fundo de poço de
usando os cálculos de queda de pressão (curvas IPR e OPR). O primeiro cálculo
determina o perfil de pressão a partir da pressão do reservatório (PR) até a
pressão no fundo de poço (Pwf = PI). O segundo cálculo determina o perfil de
pressão a partir da pressão da superfície (Pwh, cabeça do poço) até o fundo de
poço (Pwf = PO). A relação entre PR, Pwf e q é a IPR. A relação entre Pwh, Pwf e q, é
a OPR.
Existem várias possibilidades quando representamos as curvas IPR e POR num
mesmo gráfico:
1. As duas curvas não têm cruzamentos. Neste caso, a equação governante
correspondente não tem soluções viáveis. Este é o caso quando a pressão no
reservatório é demasiado baixa para suportar a coluna de fluido na coluna de
tubulação.
2. As duas curvas têm um cruzamento original e a intersecção representa a vazão
de produção real do sistema.
3. As duas curvas têm dois cruzamentos. Sob certas condições, no fluxo
multifásico ascendente, para vazões baixas, a queda de pressão através da
coluna de produção diminui com o aumento das vazões. Além de um ponto crítico
acontece o contrário, isto é, a queda de pressão através da coluna de produção
aumenta com o aumento das vazões.
Consequentemente, Pwf primeiro diminui, em seguida aumenta à medida que a
vazão aumenta. Como resultado as curvas IPR e OPR podem ter dois
cruzamentos (Figura 4.18). No entanto, a região em que Pwf diminui com o
aumento da vazão é instável e pode causar um fluxo intermitente (LEA e TIGHE,
152
TEQ-169
1983). Portanto, o segundo cruzamento representa a solução estável, enquanto o
primeiro cruzamento não.

Figura 4.18 - Problema com múltiplas soluções (Adaptado de LEA e TIGHE, 1983)

Para um sistema de produção com vários poços, a determinação das soluções


reais para o problema do fluxo multifásico é mais complicada. Algumas questões
fundamentais em relação a este problema são:
1. Existe uma solução viável? As equações governantes para o problema de rede,
Eq. (4.16), pode não ter soluções viáveis por causa das seguintes razões:
• O sistema de produção pode ser operado com algumas definições operacionais
não realistas. Por exemplo, em um processo de otimização, um poço pode ter uma
grande vazão de gas-lift, mas um pequeno diâmetro na válvula choque que é
incapaz de comportar uma grande vazão de gás.

153
TEQ-169
• A Eq. (4.16) é formulada com o pressuposto que os fluidos escoam sempre em
forma ascendente em direção à árvore de produção, que não necessariamente é
verdade para uma determinada configuração do sistema de produção. O método
de Newton-Raphson pode não convergir, não importa se o problema tem soluções
viáveis ou não. Por estes motivos, é difícil de avaliar a viabilidade do problema
quando o método de Newton-Raphson não resolve o problema. Uma abordagem
possível para resolver este problema é iniciar o método de Newton-Raphson de
múltiplos pontos de partida. Se todas as rodadas não conseguem obter uma
solução viável, existe uma grande possibilidade que o problema seja inviável. Em
tais casos, a configuração do sistema de produção pode ser ajustada e o processo
de solução reiniciado.
2. Como determinar se uma solução viável é estável? Para poços que fluem
naturalmente (surgente), o fluxo é estável se a curva OPR tem uma inclinação
positiva (LEA e TIGHE, 1983). Portanto, a desigualdade a seguir for utilizada para
determinar se uma solução de Eq. (4.17) é estável:
dP O
0 (4.17)
dq

A solução é estável se ela satisfaz a desigualdade dada pela Eq. (4.17); caso
contrário ela não é estável. Para poços com gas-lift, a estabilidade do fluxo
depende de vários fatores, e existem diversos critérios para determinar se o fluxo
é estável (FITREMANN E VEDRINES, 1985; ASHEIM, 1988).
3. Para uma dada configuração do sistema de produção, é possível o problema ter
apenas soluções viáveis, mas não estáveis? É possível que o problema de ter
várias soluções estáveis? Se as respostas a estas perguntas são afirmativas,
como pode se identificar e lidar com esses cenários na simulação e otimização?
Até à data, a literatura disponível não oferece uma solução completa e sistemática
para essas perguntas.

154
TEQ-169
5. Escoamento multifásico em tubos horizontais

Na literatura está disponível um número considerável de publicações sobre o


escoamento multifásico em tubos horizontais, a seguir serão citadas 5 métodos
que tem sido os mais utilizados na literatura.
 Lockhart e Martinelli (1949)
 Baker (1954)
 Dukler (1966)
 Eaton (1966)
 Beggs e Brill (1973)

Os métodos que exibem um melhor desempenho em uma grande faixa de vazão e


diâmetro são: Dukler, Eaton e Beggs e Brill. No entanto, uma limitação da
correlação de Eaton é que exige viscosidade do fluido menor que 12 cP. Como foi
visto no Capítulo 2, o método de Beggs e Brill pode ser utilizado para qualquer
ângulo da tubulação. No escoamento horizontal a equação geral da energia (Eq.
(2.6)) fica:
dP v dv  dP 
   (5.1)
dL g c dL  dL  f

O problema da variação das características do escoamento pode se minimizar


admitindo que a mistura gás-líquido é homogênea num pequeno trecho da
tubulação, isto é:

 P   m vm2 f tp  m vm
2

    (5.2)
 L  t 2 g c L 2gc d

5.1 Método de Lockhart e Martinelli


Lockhart e Martinelli (1949) apresentaram uma correlação que mostra bom
desempenho para baixas vazões de produção de gás e óleo e para pequenos
diâmetros de tubulação (0,0586” – 1,017”). Para o escoamento multifásico

155
TEQ-169
horizontal, os autores propuseram 4 padrões de escoamento e definiram as
equações a seguir:
 P   P 
   L   (5.3)
 L  t  L  L
ou
 P   P 
   G   (5.4)
 L  t  L  G
e
P LL PL
X  (5.5)
P LG PG
onde:
 P 
  = gradiente de pressão considerando apenas líquido na tubulação
 L  L

 P 
  = gradiente de pressão considerando apenas gas na tubulação
 L  G

 P 
  = gradiente total de pressão
 L  t
As variáveis L e G são parâmetros que são função da variável adimensional X,
que por sua vez depende da razão gás-óleo (GOR), a densidade e a viscosidade
do fluido além do diâmetro da tubulação.
 P   P 
   
Lockhart e Martinelli determinaram as variáveis  L  L e  L  G considerando que
cada uma das fase ocupa toda a seção transversal e todo o volume da tubulação.

Procedimento de cálculo:
a. Calcular a queda de pressão admitindo que apenas líquido escoa na
tubulação.
f L q 2 L
P L  1,1476  10 5 (5.6)
d5
Para obter f, Lockhart e Martinelli usaram a equação de Weymouth

156
TEQ-169
0,032
f  (5.7)
d 1/ 3
No entanto, f também pode ser obtido pelo diagrama de Moody ou qualquer
outra correlação.
b. Calcular a queda de pressão admitindo que apenas gás escoa na
tubulação.


T  P 2  P22 d 5 
q G  5,615 SC  1
 1/ 2

 (5.9)
PSC   G T Z fL 

Colocando em evidência P2 da Equação (5.9) se obtém:


1/ 2
 q 2 G T Z fL 
P2   P12  2,5343  10 11 
 d5  (5.10)
c. Calcular o parâmetro X.
P LL PL
X 
P LG PG (5.5)
d. Determine o número de Reynolds para as duas fases.
e. Determine o regime de escoamento com base na Tabela 5.1.

Tabela 5.1 – Padrão de escoamento segundo o número de Reynolds


Reynolds
Líquido Gás
> 2000 > 2000 Líquido turbulento
– Gás turbulento
(tt)
< 1000 > 2000 Líquido laminar –
Gás turbulento (vt)
> 2000 < 1000 Líquido turbulento
– Gás laminar (tv)
< 1000 < 1000 Líquido laminar –
Gás laminar (vv)

157
TEQ-169
Com o valor de X e o padrão de escoamento determinado, usando a Figura
5.1 selecione o L e G correspondente.
f. Calcule a queda de pressão das duas fases com:
 P  2  P 
   L   (5.3)
 L  t  L  L

 P  2  P 
   G   (5.4)
 L  t  L  G

Figura 5.1 – Correlação para obtenção de o L e G

Exemplo 5.1
Calcule a pressão de saída para um fluido escoando numa tubulação horizontal
com d = 2 pol, L = 1500 ft, qw = 2000 STB/d, w = 1,07, GLR = 1000 scf/STB, G =
0,65, µL = 1,0 cP, µG = 0,015 cP, L = 66,7 dina/cm, Tav = 120 F, P1 = 850 psia .
Use o método de Lockhart e Martinelli.

158
TEQ-169
Solução Exemplo 5.1
Seguindo o procedimento se obtem:
a.
0,32
f   0,0254
(2)1 / 3

(0,0254)(2000) 2 (1500)(1,07)
PL  1,1476 10 5
 58,4766 psia
(2) 5
b.
P2  850  58,4766  791,5234 psia P  820,7617 psia

TC  168  325(0,65)  12,5(0,65) 2  373,9688 R

PC  677  15(0,65)  37,5(0,65) 2  670,9063 psia

TR  580 / 373,9688  1,5509 PR  820,7617 / 670,9063  1,2234

3,521,5509  0,274(1,5509) 2
Z av  1    0,8929
10 0,9815 (1, 2234 ) 10 0,8157 (1, 2234 )
1/ 2
(850) 2  
 
P2   (83400) 2 (0,65)(120  460)(0,8929)(0,0254)(1500)   825,7564
11
2,5343  10 
 ( 2) 5 

P G  850  825,7564  24,2436 psia


c. Calcular o parâmetro X.
P L 58,4766
X   1,5531
P G 24,2436

d.

Re L  92,2 (2000)(1,07)  98659,08


(2)(1)

Re G  0,02
(2000000)(0,65)
 870092,81
(2)(0,015)
e. Da Tabela 5.1, o regime é turbulento-turbulento e da Figura 5.1.
 L  3,5 ,  G  5,4
g.

159
TEQ-169
 P  2  P 
   L    (3,5) 58,4766   716,3386 psia
2

 L  t  L  L

 P  2  P 
   G    (5,4) 24,2436   706,9428 psia
2

 L  t  L  G

P2 L  850  716,3386  133,6614 psia


P2 G  850  706,9428  143,0572 psia

5.2 Método de Baker


Baker (1954) publicou uma série de artigos sobre o escoamento multifásico
emtubos horizontais e inclinados. Nesses trabalhos Baker descreveu sete
diferentes padrões de escoamento, o método exibe melhor precisão para os
regimes slug e anular. Adicionalmente, o método é adequado para tubulações com
diâmetro superior a 6 polegadas (os dados experimentais foram medidos usando
tubulações de 8 e 10 polegadas). Vale ressaltar que existe uma discontinuidade
abrupta na mudança de um padrão para outro.
O método de Baker é similar ao de Lockhart e Martinelli, a principal diferença é o
uso do conceito de padrões de escoamento e equações diferentes para cada
padrão.
Uma vez que a mudança de padrão de escoamento pode acontecer em qualquer
trecho da linha, se recomenda trabalhar usando pequenos decréscimos de
pressão.

Procedimento de cálculo:
a. Com o valor de P1 conhecido e admitindo um P calcular P e obter R s , B o

e Z.
b. Calcular o número de Reynolds para o líquido.
c. Usando o número de Reynolds anterior obter o fator de fricção da Figura
5.2, corrigindo a eficiência da tubulação.

160
TEQ-169
d. Calcular a queda de pressão (psi/ft) admitindo que apenas líquido escoa na
tubulação.
 P   7 f L q L
2

   1,8371  10 (5.11)
 L  L d5

onde as unidades são: L em lb/ft3, qL em STB/d, d em polegada.


e. Calcular o número de Reynolds para o gás.
f. Usando o número de Reynolds anterior obter o fator de fricção da Figura
5.2, corrigindo a eficiência da tubulação.
g. Calcular a queda de pressão (psia/ft) admitindo que apenas gás escoa na
tubulação.
 P  11 f G q G T Z
2

   1,26 10 (5.12)


 L  G
10 5
d P

onde as unidades são: G em lb/ft3, qG em scf/d, d em polegada, T em


Rankine e P em psia.
h. Calcular o parâmetro X.
P LL PL
X 
P LG PG (5.5)

161
TEQ-169
Figura 5.2 – Gráfico para obtenção do fator de fricção (Baker) 2.135

i. Calcular  com:
0,5
    
   G  L  (5.16)
 0,075  62,4 
j. Calcular  com:
1/ 3
73   62,4  
2

  L    (5.17)
 L    L  
 
G L 
k. Calcular
GG
162
TEQ-169
GG G L 
l. Com , e a Figura 5.3 obter o padrão de escoamento.
 GG

Figura 5.3 – Mapa de padrões de escoamento horizontal (Baker)

m. Selecione a equação adequada para o padrão de escoamento. O parâmetro


X é o mesmo usado por Lockhart e Martinelli:
1402 X 0,75
Gtt  (bolha) (5.18)
L0,1
27,315 X 0,855
Gtt  (pistonado) (5.19)
L0,17
15400 X
 Gtt  (estratificado) (5.20)
G L0,8

f tp GG2 L
PT  (ondulado) (5.21)
193,2d G

f tp  f GG2 (ondulado) (5.22)

Onde G é obtido do método de Lockhart e Martinelli.


 Gtt  4,8  0,3125d X 0,3430,021d (anular) (5.23)

163
TEQ-169
A Equação (5.22) para diâmetros menores a 10 polegadas. Quando d for
maior que 10 polegadas, usar d = 10.
Para fluxo disperso ou névoa
X  0,1  Gtt  e 0,16695LnX 1,01569 (névoa) (5.24)

0,1  X  1,0  Gtt  e 0,34909 LnX 1, 43508 (névoa) (5.25)

1,0  X  10,0  Gtt  e 0,61979 LnX 1, 43508 (névoa) (5.26)

10,0  X  100,0  Gtt  e 0,79834 LnX 1,02496 (névoa) (5.27)

n. Calcule a queda de pressão (das duas fases).


PT  Gtt PG (5.28)

o. Calcule L.
P1  P2
L  (5.29)
 P 
 
 L  T
Para todas as quedas de pressão (P), os valores de L são calculados
usando os passos a-m. Todos os L são somados até se obter o
comprimento total da tubulação.

Exemplo 5.2
Calcule a pressão de saída para um fluido escoando numa tubulação horizontal
com d = 4 pol, L = 3000 ft, qo = 2000 STB/d, GOR = 1000 scf/STB, G = 0,65, µL =
1,0 cP, µG = 0,02 cP, o = 30 dina/cm, Tav = 120 F, P1 = 514,7 psia . Use o método
de Baker.

Solução Exemplo 5.2


Seguindo o procedimento se obtem:
a. admitindo P  40 psia
P2  474,7 psia P  494,7 psia

TC  168  325(0,65)  12,5(0,65) 2  373,9688 R

164
TEQ-169
PC  677  15(0,65)  37,5(0,65) 2  670,9063 psia

TR  580 / 373,9688  1,5509 PR  494,7 / 670,9063  0,7374

3,520,7374 0,274(0,7374) 2
Z av  1    0,9301
10 0,9815 (1, 2234 ) 10 0,8157 (1, 2234 )
29,96 G P
G   1,6088 lb / ft 3
ZRT
1, 2048
 P  
RS   g   1,4 10 0,0125 API 0,00091T   116,9923 scf / STB
 18,2  
1, 2
  g 
0,5

Bo  0,9759  0,00012 RS  
  1,25T   1,0683 bbl / STB
   o  

T PSC
Bg  Z  0,0308 ft 3 / scf
P TSC

b.
5,615(62,4) o  (29,96 / 379,4) R S  G
o   49,4529 lb / ft 3
5,615  (29,96 / 379,4) R S  G /  ga

q o Bo  o
Re L  92,2  40169,15
d L
c. f = 0,0054. Da Figura 5.2 fator (90%) = 1,25
f m  0,0054(1,25)  0,00675

d.

 P  7
0,00675(49,4529)(2000  1,0683) 2
   1,8371  10  2,7342  10  4 psi / ft
 L L (4) 5

e.

Re G  0,02 2000(2000  116,9923)(0,0308)(1,6088)  288104,21


(4)(0,02)
f. f = 0,0035. Da Figura 5.2 fator (90%) = 1,25
f m  0,0035(1,25)  0,004375

g.

165
TEQ-169
 P  11 0,004375( 2000( 2000  116,9923)(0,0308)) (0,65)(0,9301)(580)
2

   1,2552  10
 L  G (494,7)(4) 5
 1,1901  10  4 psi / ft

h.

P L 2,7342  10  4
X   1,5158
P G 1,1901  10  4

i.

 1,6088  49,4529 
     4,1231
 0,075  62,4 
j.
 (4) 2
Ap   12,5661 pol 2
4

k.
1,6088(2000(2000  116,9923)(0,0308))144
GG   41818,9068 lb / h  ft
(12,5661)24

GG 41818,9068
  10142,7091
 4,1231
l.
5,615(2000(1,0683))(49,4529)144
GL   283293,1846 lb / h  ft
(12,5661)24

GG 283293,1846
  68709,5999
 4,1231
m.
1/ 3
 73   49,4529  
2

      2,0839
 30   62,4  

n. ,
G L  (283293,1846)(4,1231)(2,0839)
  58,2043
GG 4181858,9068
Da Figura 5.3 o padrão de escoamento é névoa-anular.
166
TEQ-169
o. ,
Gtt  (4,8  0,3125(4))1,5158(0,3430,021( 4))  3,9538
p.
 P  4 4
   (3,9538)(1,1901  10 )  4,7053  10 psi / ft
 L  T
q.
PT  4,7053  10 4 (3000)  1,4116 psi

L  
514,7  474,7  85011,3479 ft
4,7053  10  4
30001,4116
P    0,0498 psi
85011,3479

5.3 Método de Dukler


Em 1964 Dukler publicou um trabalho sobre o escoamento horizontal multifásico e
em 1969 um manual. Compilou todos os dados publicados sobre o assunto e
formou um banco de dados. O método de Dukler possui 2 partes:

5.3.1 Caso I
a. Com o valor de P1 conhecido e admitindo um P, que pode ser para a
tubulação toda ou uma parte, calcular P .
b. Obter R s , B o e Z .

c. Calcular as vazões de líquido e gás em ft3/d:


q L  5,615q L Bo (5.30)

PSC T
q G  q L GOR  R s Z (5.31)
P TSC

d. Calcular , hold up sem escorregamento.


e. Calcular wm com

167
TEQ-169
0,0764 G R s
62,4 L 
5,615
L  (5.32)
Bo

28,96 P M G PSC
G  (5.33)
Z RT
 L q L   G qG
mT  (5.34)
86400
f.Calcular o fluxo mássico Gm em lb/s-ft2:
144mT
Gm  (5.35)
Ap

Onde Ap é expressa em pol2.


g. Calcular a densidade da mistura sem escorregamento:
 n   L    G 1    (5.36)

h. Calcular a viscosidade da mistura sem escorregamento:


 n   L    G 1    (5.37)

i. Calcular o número de Reynolds duas fases sem escorregamento:


1488mT
N Re T  (5.38)
 d
n
(4) (12)
onde d é dado em pol e µ em cP.
j. Calcular o fator de fricção da mistura:
0,125
f T  0,00140  (5.39)
N Re T0,32
k. Calcular a parcela de gradiente de pressão por fricção:
 P   1  2 f T GT
2

     psi / ft (5.40)


 L  f  144  g  d
c n
(12)
onde d é dado em pol.
l. Calcular a parcela de gradiente de pressão por aceleração:
 P  20736(16)mT mG P
   (5.41)
 L  acc  2 g c  G d 4 P1 P2

168
TEQ-169
onde d é dado em pol.
m. Calcular o gradiente total de pressão:
 P 
 
 P   L  f
   (5.42)
 L  T  P 
1  
 L  acc
n. Calcular a queda total de pressão:
 P 
P  L  (5.43)
 L  T
o. Se a queda total de pressão é igual à estimativa inicial do passo a
continue o incremento no comprimento da tubulação, senão usando o
novo valor de P calculado volte ao passo a.

Exemplo 5.3
Calcule a pressão de saída para um fluido escoando numa tubulação horizontal
com d = 4 pol, L = 3000 ft, qo = 2000 STB/d, GOR = 1000 scf/STB, G = 0,65, µL =
1,0 cP, µG = 0,02 cP, o = 30 dina/cm, Tav = 120 F, P1 = 514,7 psia . Use o método
de Dukler I.

Solução Exemplo 5.3


Seguindo o procedimento se obtem:
a. admitindo P  40 psia
P2  474,7 psia P  494,7 psia

b.
TC  168  325(0,65)  12,5(0,65) 2  373,9688 R
PC  677  15(0,65)  37,5(0,65) 2  670,9063 psia

TR  580 / 373,9688  1,5509 PR  494,7 / 670,9063  0,7374

3,520,7374 0,274(0,7374) 2
Z av  1    0,9301
10 0,9815 (1, 2234 ) 10 0,8157 (1, 2234 )

169
TEQ-169
29,96 G P
G   1,6088 lb / ft 3
ZRT
1, 2048
 P  
RS   g   1,4 10 0,0125 API 0,00091T   116,9923 scf / STB
 18,2  
1, 2
  g 
0,5

Bo  0,9759  0,00012  RS    1,25T  460   1,0683 bbl / STB
   o  

T PSC
Bg  Z  0,0308 ft 3 / scf
P TSC
c.
q L  5,615q L Bo  5,615(2000)(1,3576)  11997,53674 ft 3 /d

qG  20001000  116,9923(0,9301)(
14,7 580
)( )  54441,42452 ft 3 /d
494,7 520
d.
qL
L   0,1806
q L  qG

e.
0,0764 G Rs
62,4 L 
5,615
L   49,4529 lb / ft 3
Bo

28,96 P M G PSC
G   1,6088 lb / ft 3
Z RT
 L q L   G qG
mT   7,7627 lb/s
86400
f.
 (4) 2
Ap   12,5661 pol 2
4
144(7,7627)
Gm   88,9564 lb / ft  s 2
12,5661
g.

170
TEQ-169
 n   L    G 1     10,0950 lb/ft 3
h.
 n   L    G 1     0,1970 cP
i.

N Re T 
1488(7,7627)
 224001,5506
 (4)
(0,1970)
(4) (12)
j.
0,125
f T  0,00140   0,0038
224001,55060,32
k.
2
 P   1  2(0,0038)(88,9564)
     0,0039 psi/ft
 L  f  144  32,2(10,0950) (4)
12
l.
 P  20736(16) wT wG P
    0,0404 ft/s2
 L  acc  g c  G d P1 P2
2 4

m. Calcular o gradiente total de pressão:


 P 
 
 P   L  f 0,0039
     0,0040 psi/ft
 L  T 1   P  (1 - 0,0404)
 
 L  acc
n. Calcular a queda total de pressão:
P  30000,0040  12,1315 psi
o. Uma vez que a queda total de pressão não é igual à estimativa inicial do
passo a, será necessário usar um novo valor de P e voltar ao passo a.

L 
514,7  474,7  9891,6186 ft
0,0040
30001,4116
P   0,0498 psi
85011,3479

171
TEQ-169
5.3.2 Caso II
a. Com o valor de P1 conhecido e admitindo um P, que pode ser para a
tubulação toda ou uma parte, calcular P .
b. Obter R s , B o e Z .

c. Calcular as vazões de líquido e gás em ft3/d:


q L  5,615q L Bo (5.30)

PSC T
q G  q L GOR  R s Z (5.31)
P TSC

d. Calcular , hold up sem escorregamento.


e. Calcular a densidade do líquido:
0,0764 G R s
62,4 L 
5,615
L  (5.32)
Bo
f. Calcular a densidade do gás:
28,96 P M G PSC
G  (5.33)
Z RT
g. Calcular a velocidade da mistura:
q L  qG 144
vm  (5.44)
d 2
86400
4
onde d é dado em pol.
h. Calcular a viscosidade da mistura sem escorregamento:
 n   L    G 1    (5.37)

i. Estimar o holdup com escorregamento HL.


j. Calcular a densidade da mistura:

 2   1   2 
 m   L     G   (5.45)
 1 H 
 HL   L 
k. Calcular o número de Reynolds duas fases sem escorregamento:

172
TEQ-169
dv m  m
N Re T 
 
(5.46)
12 6,72  10  4  m
onde d é dado em pol.
l. Com , (NRe)T e a Figura 5.4 obter HL.
m. Se a diferença entre HL estimado e HL calculado for maior que 5% , use o
valor de HL calculado e repita os passos j – m.
n. Calcule fo com:
0,125
f o  0,00140  (5.47)
N Re T0,32
o. Da Figura 4.5 obtenha o valor de fT/fo.
p. Determine o valor de fT.
f 
f T  f o  T  (5.48)
 fo 
p. Calcular a parcela de gradiente de pressão por fricção:
2 f T Lv m2  m
P  f  (5.46)
12 g c d

onde d é dado em pol.


q. Calcular a parcela de gradiente de pressão por aceleração:
  G q G2  L q L2  
   
 1  H L  HL P 
P acc 
1

2
 cos (5.48)
144 g c A 2    G q G2  L q L2  
  1  H   H  
  L L P
1 

onde  é o ângulo de inclinação da tubulação, para tubulação uma


horizontal  = 1.
r. Calcular o gradiente total de pressão:
P T  P  f  P acc (5.49)

s. Se a queda total de pressão é igual à estimativa inicial do passo a parar,


senão usando o novo valor de P calculado volte ao passo a.

173
TEQ-169
Figura 5.4 – Correlação de holdup com escorregamento (Dukler)

174
TEQ-169
Figura 5.5 – Fator de fricção de duas fases (Dukler)

5.4 Método de Eaton

Eaton (1964) fez um extenso estúdio de campo em Delcambre Lousiana em


instalação da Union Oil Company de California Tigre Lagoon Field. A unidade
consistia de duas linhas de teste de 1700 ft. Os diâmetros das linhas foram 2 e
4 polegadas, respectivamente. Os parâmetros estudados foram:
 Vazão de gás: 0 – 10 MMft3/d
 Vazão de líquido: 50 – 5500 bpd
 Viscosidade do líquido: 1 – 13,5 cP
 Pressão do sistema: 70 – 950 psig
 Hold up do líquido: 0 – 1.

Procedimento de cálculo:
a. Com o valor de P1 conhecido e admitindo um P calcular P2 .

b. Conhecendo os valores de P1, P2, T1 e T2 calcular P e T


c. Calcular v m , m L , mG ,  L ,  G ,  , Rs , Bo ,  L ,  G nas duas condições de P e T.

175
TEQ-169
d. Para obter o holdup de líquido é necessário calcular, para as duas
condições de P:

N Lv 0,575
0 , 05 0 ,1
P   NL 
    (5.50)
N Gv N d0,0277  Pb   N LB 
onde :

 
0, 25

N Lv  1,938v sL  L  (5.51)
 

 
0 , 25

N Gv  1,938v sG  L  (5.52)
 

120,872d   L 
0, 25

Nd    (5.53)
12  
0 , 25
 1 
N L  0,15726  L  
 (5.54)
  L
3

N LB  0,00226 (5.55)
Vale ressaltar que a velocidade superficial do gás deve ser corrigida devido
à presença de gás dissolvido.
e. Para as duas condições de P, e da Figura 5.6, obter HL1 e HL2.
f. Calcular vL1, vL2, vL, vG1, vG2, vG.
g. Obter da Figura 5.7 o fator de perda de energia usando
1, 25
 dB  GT d
GR  0, 5
 
 
(5.56)
 d  12 6,72  10  4  G
mG
GR  (5.57)
wm

mL
LR  (5.58)
mm

144 m m
GT  (5.59)
Ap

h. Calcule o fator de fricção f.

176
TEQ-169
i. Calcular x com:

2g c d   m L mG  m L v L2  mG vG2 
x   144 P      (5.60)
12mT v m2 f  
 L  G  2g c 
j. Com P2 e x2, estimar um valor para P3 e repetir os passos a – j. Continuar
os cálculos até atingir o comprimento da tubulação, L.

Figura 5.6 – Correlação de holdup

177
TEQ-169
Figura 5.7 - Correlação do fator de perda de energia (Eaton)

178
TEQ-169
6. Referências bibliográficas

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