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Vistos.

Cuida-se de ação declaratória que julgou parcialmente procedente o pedido


contido na inicial,

No que tange à obrigação de fazer, tem-se que o título é inexequível, eis que
baseado na Lei orgânica Municipal, que é evidentemente inconstitucional no ponto que em que
fixa vantagens de servidores, em detrimento da iniciativa privativa do Chefe do Executivo
Local, de modo que não é possível seu cumprimento, nos termos do art. 535, III c.c. §5º do
Código de Processo Civil.

Veja-se que o Supremo Tribunal Federal já declarou, com efeitos vinculantes


(nos moldes do art. 928, II, CPC), ser inconstitucional a possibilidade de aplicação das normas
que estatuem vantagens aos servidores constantes em Lei Orgânica Municipal, consoante se
constata do Tema 223, fixando-se a tese segundo a qual: É inconstitucional, por afrontar a
iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo, a normatização de direitos dos servidores
públicos em lei orgânica do Município.

Veja-se, a propósito, o teor do aresto proveniente do RECURSO


EXTRAORDINÁRIO 590.829 MINAS GERAIS, julgado em 05/03/2015, pelo Plenário da
Suprema Corte:

“CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE – TRIBUNAL DE


JUSTIÇA – ATUAÇÃO – REVISÃO. Ante a possibilidade de vir à balha
entendimento que possua ligação com a Constituição Federal, como
ocorre quanto aos preceitos sensíveis, de adoção obrigatória pela Carta
estadual, admissível é o recurso extraordinário – Recurso Extraordinário
nº 199.293/SP, de minha relatoria, e Questão de Ordem na Ação Direta de
Inconstitucionalidade nº 1.529/MT, da relatoria do ministro Octavio
Gallotti.
LEI ORGÂNICA DE MUNICÍPIO – SERVIDORES – DIREITOS.
Descabe, em lei orgânica de município, a normatização de direitos dos
servidores, porquanto a prática acaba por afrontar a iniciativa do Chefe
do Poder Executivo – Ações Diretas de Inconstitucionalidade nº 2.944/PR,
relatada pela ministra Cármen Lúcia, 3.176/AP, 3.295/AM, relatadas pelo
ministro Cezar Peluso, e 3.362/BA, de minha relatoria.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do
Supremo Tribunal Federal em prover o recurso extraordinário,
declarando a inconstitucionalidade dos incisos II, III, VIII, bem como o §
1º e o § 2º do artigo 55 da Lei Orgânica do Município de Cambuí, nos
termos do voto do relator e por unanimidade, em sessão presidida pelo
Ministro Ricardo Lewandowski, na conformidade da ata do julgamento e
das respectivas notas taquigráficas.”

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