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1 - INTRODUÇÃO
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CO2 (g) + H2O H2CO3(aq)
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regiões não produtoras de poluição foi a causa imediata para que o problema fosse
avaliado à nível internacional.
O Brasil, por exemplo, pode estar levando chuva ácida para o Uruguai, assim
como os países da Europa Ocidental exportam acidez para a remota Escandinávia.
O Brasil, que além de menos industrializado do que a Europa e os Estados
Unidos, praticamente não precisa queimar carvão mineral ou óleo combustível para
produzir energia – algo muito comum, sobretudo na Europa onde é escassa a energia
hidrelétrica – já começa a exibir números assustadores. No centro de Cubatão, a
Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB), do governo do Estado
de São Paulo, detectou, em 1983, índices de pH que iam de 4,7 a 3,7. Os maiores
responsáveis por essa anomalia são os derivados de enxofre que as chaminés das
petroquímicas e siderúrgicas não cessam de despejar na carregada atmosfera de
Cubatão. O problema não seria tão grave se as indústrias da região passassem a
queimar, em suas caldeiras, óleo com 1% de enxofre – o que se usa hoje tem 5%.
A chuva ácida não é um fenômeno recente. O termo chuva ácida foi cunhado
por um químico, Robert Angus Smith, quando descrevia a poluição em Manchester,
Inglaterra, há mais de um século, em sua monografia O Ar e a Chuva: O Início da
Climatologia Química, a Chuva Ácida. Entretanto, a nível mundial, a percepção da
acidez da chuva só ocorreu a partir da década de 1950, quando diversos ecossistemas
(lagos e florestas, principalmente) já estavam seriamente comprometidos. Esta
percepção tardia deve-se ao fato de que os ambientes naturais possuem um longo
tempo de resposta a agressões como a acidificação. A água e o solo possuem a
capacidade de neutralizar adições de ácidos e bases, e só depois de esgotada esta
capacidade é que o pH destes ambientes sofre mudanças bruscas e acentuadas.
Nem todas as regiões têm a mesma capacidade de neutralizar os ácidos.
Os ecossistemas terrestres e aquáticos possuem diferentes graus de
sensitividade à deposição ácida. Esta vulnerabilidade depende da geologia do leito de
rochas, do tipo de solo, do uso do solo e da precipitação que ocorre naquela área.
Rochas como o calcário, fornecem altos níveis de alcalinidade e, portanto, uma grande
capacidade para neutralizar níveis acentuados de acidez. Por outro lado, áreas
sustentadas por rochas altamente silicosas como o granito, alguns gnaisses, quartzito
e arenito possuem menor alcalinidade, sendo, portanto muito mais sensíveis ou
vulneráveis às cargas ácidas.
Quando o ambiente não consegue mais neutralizar a acidez que vem com a
chuva, inicia-se um processo de degradação ambiental que vai desde a acidificação
das águas e do solo, com sérios problemas de redução da biodiversidade e de
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alterações físico-químicas nestes ambientes, até a ocorrência de declínio de florestas e
prejuízos à agricultura e à pesca. Além disso, a chuva ácida acelera a corrosão e
desgaste de materiais e, no homem, o organismo pode ter suas funções
comprometidas pelo acúmulo de metais pesados dissolvidos, trazidos pelas águas de
chuva acidificadas.
Figura 3 - Fotografia de uma floresta alemã tirada em 1970 e em 1983, após a ação da
chuva ácida.
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dissolução na forma de bicarbonato de cálcio. Ao se introduzir por juntas e poros
dessas rochas, a água vai alargando os vazios, abrindo canais e, às vezes, cavando
grandes espaços ocos (cavernas). Tais cavernas apresentam-se sob a forma de
corredores e salões subterrâneos, alguns de grande extensão. No caso de o teto dessas
cavernas desabar, há o afundamento do terreno sobrejacente e a formação de
depressões afuniladas que são chamadas "dolinas". Eventualmente as depressões
acumulam água, dando origem a lagoas mais ou menos circulares. Já os
desabamentos em áreas habitadas provocam a destruição de edifícios e de vias
públicas, como já aconteceu, na década de 80, em cidade da Grande São Paulo.
As águas de infiltração que geram as cavernas calcárias podem ser drenadas
por cursos d'água subterrâneos, que eventualmente afloram nas proximidades dessas
formações geológicas. É de se esperar que o interior das cavernas contenha ar com um
alto teor de gás carbônico, que se acumula nas partes baixas (o CO2 é mais denso que
o ar), especialmente junto ao solo. Esse fato representa um perigo para os
exploradores de cavernas e, em alguns casos, chega a impedir a entrada de pequenos
animais, que são sufocados por estarem com as narinas mergulhadas no gás
carbônico acumulado próximo ao solo.
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Os cientistas resolveram verificar então o suprimento de cálcio disponível para
os pássaros na natureza e necessário para a formação de cascas resistentes nos ovos.
Aqueles pássaros usavam normalmente como fonte de cálcio, caramujos que eram
componentes importantes na sua dieta. Entretanto, os caramujos haviam
praticamente desaparecido das florestas. O solo seco contém normalmente de 5 a 10
gramas de cálcio por quilograma. O cálcio daquela região havia caído para cerca de
0,3 gramas por quilograma de solo, um nível muito baixo para que os caramujos
sobrevivessem.
Sem caramujos para comer, os pássaros passaram a se alimentar de sobras de
alimentos de galinhas e de outros animais domésticos e sobras de piqueniques, muito
comuns na Europa.
A queda no conteúdo de cálcio do solo da Europa e dos Estados Unidos da
América foi atribuída à ocorrência de chuva ácida, principalmente devido ao ácido
sulfúrico.
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Figura 5 - Variação do pH da água e a existência de algumas espécies de peixes
Os efeitos da chuva ácida sobre os materiais
A chuva ácida acelera a corrosão da maior parte dos materiais empregados na
construção de edifícios, pontes, represas, equipamentos industriais, redes de
canalização de água, depósitos de armazenamento subterrâneos, turbinas
hidrelétricas e cabos elétricos e de telecomunicações. Pode também desgastar e
descolorir monumentos antigos, prédios históricos, esculturas, ornamentos e outros
objetos culturais importantes. A pintura dos automóveis, o concreto e o vidro das
edificações também se deterioram rapidamente com a acidez da chuva.
As chuvas ácidas transformaram a superfície do mármore (CaCO3) do
Parthenon, em Atenas, em gesso (CaSO4), macio e sujeito à erosão.
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Os efeitos da chuva ácida sobre a saúde
Suspeita-se da existência de riscos indiretos para a saúde humana causados
por metais, tais como: chumbo, cobre, zinco, cádmio e mercúrio que são liberados dos
solos e sedimentos por causa do aumento da acidez. Esses metais podem atingir as
águas subterrâneas, rios, lagos e correntes usadas para a provisão de água potável e
serem introduzidos nas cadeias alimentares que chegam ao homem. Deste modo, o
homem pode apresentar sérios problemas neurológicos após anos de ingestão de água
de chuva não tratada ou através do peixe contaminado por metais pesados.
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• Utilizar combustíveis limpos em veículos, indústrias e caldeiras.
• Utilizar purificadores nos escapamentos de veículos.
O problema da chuva ácida e todos os outros fenômenos globais de poluição
dependem unicamente das nossas atitudes frente ao meio ambiente e dos governantes
que além de estabelecer a legislação pertinente que controla a emissão destes
poluentes, deve propiciar condições adequadas ao cumprimento desta legislação.
pH pH
1 – 2 – 3 – 4 – 5 – 6 – 7 – 8 – 9 – 1 0 – 11 – 1 2 – 13 - 1 4
S olu ções ácidas S olu ções básicas
N eu tra
A u m en to da acidez da solu ção
7,0.
Figura 7 – A escala de pH
Para medir com precisão a acidez das gotas de chuva o correto é coletar a água
da chuva no início, durante e no final da precipitação.
Existem aparelhos chamados pHmetros que são os mais indicados para medir
com precisão o pH das soluções, mas existem fitas de papel indicadoras de pH que
podem ser utilizadas nos casos em que não se necessita de medidas muito precisas.
Estas fitas de papel vêm impregnadas com substâncias que apresentam
coloração diferente dependendo da acidez do meio, então após a coleta da água da
chuva, mergulha-se esta fita de papel na água, obtém-se o nível de acidez
comparando-se a cor da fita com uma escala colorida contendo os valores de pH que
variam de zero a 14.
A seguir serão apresentados alguns roteiros de experimentos destinados a
mostrar aos alunos: a escala de pH, que a chuva é naturalmente ácida e as
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