A economia brasileira é movimentada por diversos setores da manufatura
nacional, incluindo o mercado da cana-de-açúcar, visto que o Brasil, além de ser o maior produtor mundial, destacando-se também por seus altos volumes de produção de açúcar e etanol (MAPA, 2012). Levando em consideração a última década de produção em terras brasileiras, houve um relevante incremento na área plantada e na produção, em virtude do lançamento de cultivares mais produtivas e também da implantação de novas unidades industriais, através de estímulos oriundos das exportações e da crescente participação de veículos movidos a biocombustíveis na frota brasileira (SOUSA et al., 2004). A atual demanda por produtos que derivados da cana-de-açúcar tem gerado um incentivo exponencial para a realização de pesquisas que visam promover o entendimento do crescimento e desenvolvimento das plantas, em decorrência de alterações de práticas agronômicas e da variação dos elementos metereológicos durante o ciclo da cultura buscando, assim, o uso eficiente dos recursos ambientais disponíveis. Diante deste cenário, é válido mencionar que um manejo adequado das culturas pode ser obtido por meio da identificação dos padrões de crescimento da variedade plantada, que possibilitam selecionar cultivares adaptadas aos diferentes ambientes de produção e estimar o período mais apropriado para o plantio da variedade selecionada. O presente estudo visa apresentar tais características, tendo como base para pesquisa e levantamento das informações, a variedade RB92-8064, que se aloca no grupo das variedades tardias mais produtivas, sendo uma variedade que acumula um alto teor de minerais, como o potássio, gerando um excelente desempenho em áreas que recebem um tratamento à base de vinhaça. 2. DESENVOLVIMENTO
2.1 Preparo do solo para plantio da cana-de-açúcar: variedade RB92-8064
Atualmente, com o avanço da tecnologia e das formas de manejo e
tratamento do plantio das mais variadas espécies vegetais, os diferentes tipos de implementos disponíveis para o preparo do solo provocam alterações nas suas propriedades químicas, físicas e biológicas. Cada implemento atua no solo de maneira diferente, própria, promovendo alterações distintas um do outro (SÁ, 1998). De acordo com Souza et al. (2004) o cultivo inadequado das culturas pulveriza a superfície do solo, fazendo com que o mesmo se torne fraco e mais suscetível ao processo de erosão, transformando o mesmo em um local propício à formação de impedimentos físicos logo abaixo das camadas que são movimentadas pelos equipamentos. Processos como a compactação, a desestruturação do solo e a redução dos teores de matéria orgânica presentes no mesmo tem sido considerados os principais geradores de degradação do solo agrícola, o que faz com que o solo necessite de correção para o plantio de uma variedade que ofereça uma boa produção, como a RB92-8064. Diante do fato do cultivo da cana-de-açúcar ser caracterizada como uma monocultura, a prática do sistema de plantio direto se torna altamente inviável, destarte que uma das exigências básicas para a realização do cultivo de tal matéria- prima deve ser cumprido: a rotação de culturas. Frente à esta questão, diferentes propriedades físicas tem sido utilizadas na quantificação da qualidade física do solo. Levando em consideração o ponto de vista biológico, um solo que se caracteriza como de boa qualidade física requer o balanço entre aeração e retenção de água, além de ser totalmente necessária a resistência do solo à penetração não impeditiva ao crescimento e às funções fisiológicas das raízes. Em relação ao volume e a natureza da porosidade do solo para o cultivo da cana-de-açúcar, encontram-se correlacionados com outras propriedades, tais como a textura, a estrutura, a densidade aparente, a umidade do solo, entre outros, gerando uma influência direta ou mesmo indireta na infiltração, na permeabilidade ao ar e a água, bem como na temperatura, na retenção da água e no crescimento da variedade a ser cultivada. Outro aspecto que deve ser observado pelo profissional responsável pelo preparo do solo para o plantio é a mecânica do solo a penetração, fator que influencia de maneira direta sobre o desenvolvimento da variedade que será alocada naquele ambiente. Para Pedrotti et al. (2001) um dos fatores que mais implicam na determinação da qualidade física de um tipo de solo é o grau de resistência que o mesmo oferece ao crescimento e expansão das raízes, visto que, em condições adversas, este promove uma limitação da alongação radicular e, como consequência, reduz a produtividade da variedade cultivada. De maneira geral, considera-se de 2,0 a 2,5 MPa a faixa crítica de resistência do solo com redução importante no crescimento radicular, entretanto, algumas espécies podem, mesmo sendo cultivadas em solos compactados, desenvolver o sistema radicular, em função das suas especificidades.
REFERÊNCIAS
PEDROTTI, A.; PAULETTO, E. A.; CRESTANAS, S.;FERREIRA, M. M.; DIAS, M. S.;
GOMES, A. S.; TURATTI, A. L. Resistencia mecânica a penetração de um Planossolo submetido a diferentes sistemas de cultivo. Revista Brasileira de Ciência de Solo,Viçosa- MG, v. 25, n. 3, p. 521-529, 2001.
SA, J.C.M. Reciclagem de nutrientes dos resíduos culturais, e estratégia de
fertilização para a produção de grãos no sistema plantio direto. In: SEMINÁRIO SOBRE O SISTEMA PLANTIO DIRETO NA UFV, 1., Viçosa, 1998. Resumo das palestras. Viçosa, Universidade Federal de Viçosa, 1998. p.19-61.
SOUZA, Z.M.; MARQUES JÚNIOR, J.; PEREIRA, G.T. Variabilidade espacial de
atributos físicos do solo em diferentes formas de relevo sob cultivo de canade- açúcar. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa – MG, v.28, n.3, p.937-944, 2004.