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A poropressão ou pressão neutra pode ser definida como a pressão suportada pela água
nos espaços vazios do solo atuando em todas as direções.
Existem vários tipos de piezômetros, Silveira (2006) destaca alguns dos mais utilizados
nas barragens brasileiras.
Esses instrumentos possuem baixo custo de implantação e vida útil compatível com a
barragem. Dentre as principais vantagens, destacam-se a confiabilidade, durabilidade,
estimativa do coeficiente de permeabilidade do solo no local.
Uma das principais criticas ao piezômetro standpipe está associada ao seu tempo de
resposta, considerado demorado demais em vários casos. (COELHO, 2015)
Figura 3 - Esquema de um piezômetro Standpipe instalado.
A Figura 6 mostra uma célula de piezômetro de corda vibrante. O valor de pressão lido
normalmente é transformado de kgf/cm² para m.c.a. A altura de coluna de água é
somada à cota de instalação, fornecendo a cota piezométrica no ponto, em metros de
coluna d’água. Atualmente os piezômetros de corda vibrante vêm sendo largamente
empregados na instrumentação de barragens, por serem precisos, sensíveis, poderem ser
lidos à distância e integrados a sistemas automáticos de aquisição de dados. Contudo,
tem a desvantagem de vida útil limitada e de alteração dos parâmetros de calibração que
ocorre ao longo do tempo. Como o instrumento está instalado no maciço, não é possível
recalibrá-lo periodicamente, o que pode ocasionar perda de precisão nas leituras.
Portanto, cada caso deve ser analisado com cuidado, tomando como exemplo uma
barragem de rejeitos, entende-se que piezômetros de corda vibrante não podem faltar,
uma vez que a velocidade de resposta é um fator primordial.
2.3. Pluviômetro
O pluviômetro (Figura 7) é constituído de um cilindro de fundo afunilado, denominado
coletor que faz escoar a água nele até um reservatório, chamado proveta pluviométrica.
A proveta pluviométrica é um tubo de vidro, de baixo coeficiente de dilatação, provido
de uma escala apropriada. A determinação do índice pluviométrico é feita através da
observação do volume de água na proveta. (COELHO, 2015)
Figura 7 - Pluviômetro instalado.
A proveta deverá ser suspensa pela extremidade superior e mantida entre os dedos
polegar e indicador, colocando-se à outra mão imediatamente sob sua base. O valor
observado na proveta deve ser lançado em planilha apropriada. Atualmente vem
crescendo a utilização de sistemas automatizados a fim de garantir maior precisão e
frequência de leitura. (COELHO, 2015)
2.4. Inclinômetro
O inclinômetro é um equipamento muito usado para medir o deslocamento horizontal
do solo, o sistema inclinométrico é composto por um tubo flexível com ranhuras
ortogonais formando duas direções de medição, além de uma série de sensores. A
Figura 8 apresenta o equipamento.
Figura 8 - Sensor, sistema de aquisição de dados e cabo de conexão.
O tubo flexível, por onde passa o sensor do inclinômetro, controla a orientação dos
sensores e se move com o solo circundante. As ranhuras do tubo são projetadas para
caber as rodas do sensor e estão alinhadas com a direção de movimentação esperada. O
cabo é marcado a cada 0,5 m para facilitar a leitura. O tubo é instalado em um furo de
sondagem e sua base é fixada a uma profundidade considerada estável.
O sensor de medição em si contém uma massa pendular que é acionada pela força da
gravidade. A maioria dos inclinômetros usam acelerômetros em equilíbrio de forças, no
qual um sensor de posição detecta a posição da massa e dá uma força restauradora
suficiente para retornar a massa a sua posição vertical nula. Quanto maior for à
inclinação em relação a vertical nula, maior será a força para a restauração, e a massa é
impedida de se mover. A magnitude da força restauradora é transformada em uma saída
elétrica e torna-se uma medida de inclinação. Uma vez que a força restauradora é
proporcional ao seno do ângulo de inclinação, a saída também é proporcional no mesmo
sentido. Os sensores medem a inclinação da vertical. Com o movimento do solo o tubo
se move junto, mudando a inclinação dos sensores dentro do tubo. A Figura 9 mostra o
processo.
Figura 9 - Inclinação do tubo flexível.
3 BIBLIOGRAFIA
COELHO, ARTHUR SANTOS. TCC. Avaliação de Estabilidade em Barragens de
Terra com Base na Piezometria: O Caso da Barragem de Saracuruna. CEFET-RJ, 2015,
pag. 46-50.