You are on page 1of 3

Referencial Teórico

As agências reguladoras surgem no brasil por volta da década de 90 pela necessidade do estado
brasileiro em regulamentar atividades econômicas que não seriam mais de sua ‘obrigação’, em
verdade o Brasil passava a exercer uma função reguladora, desta forma passou a interferir
indiretamente na economia.

Neste processo de transformação, ocorreu a desestatização de serviços públicos, e os pioneiros


foram os setores de telecomunicação, energia elétrica e a flexibilização do monopólio do
petróleo.

Empresas privadas passariam a prestar o serviço que antes era de obrigação pública, a partir
desse preceito, surgem as agências reguladoras, órgãos criados como autarquias com
autonomia administrativa, financeira e patronal. Seus dirigentes são indicados pelo presidente
da república, após aprovação do senado federal.

Para dar seguimento a esta literatura, temos que ter em mente o conceito de regulamentação,
que consiste em disciplinar uma atividade mediante a emissão de atos ou comandos
normativos, a função reguladora ou a regulação estatal, envolve as atividades de fiscalização,
de poder de polícia, adjudicatórias, de conciliação, também a de subsidiar e recomendar a
adoção de medidas pelo poder central no ambiente regulador.

O estado regulador consiste pela intervenção indireta no estado na ordem econômica,


regulamentando e fiscalizando a prestação de determinado serviço, inclusive do serviço
público, sendo uma forma de equilibrar o interesse dos usuários e consumidores do mercado.
Mas o estado também execre a função de produtor de serviços, sendo assim uma intervenção
econômica direta, produzindo bens e serviços por meio de suas empresas.

Desta forma o estado assume os dois papéis, e eles não são excludentes, podem se
complementar ou estar mais presentes uma ou outra dependendo das necessidades da
sociedade, da capacidade econômica do próprio Estado e da vertente política dominante, entre
outros fatores.

Em nossa constituição, fica evidenciado o papel de intervenção direta e indireta, que será
exporta a seguir:

A intervenção direta fica evidenciada no art. 173 da Constituição, in verbis:


Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade
econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança
nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.

A intervenção direta fica evidenciada no art. 173 da Constituição, in verbis:


Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na
forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante
para o setor público e indicativo para o setor privado.

Segundo Marques (2003, p. 12), é essencial à noção de moderna regulação que o ente regulador
estatal dialogue e interaja com os agentes sujeitos à atividade regulatória buscando não apenas
legitimar a sua atividade, como tornar a regulação mais qualificada, porquanto mais aderente
às necessidades e perspectivas da sociedade. Fruto da própria dificuldade do Estado, hoje, de
impor unilateralmente seus desideratos sobre a sociedade, mormente no domínio econômico,
faz se necessário que a atuação estatal seja pautada pela negociação, transparência e
permeabilidade aos interesses e necessidades dos regulados. Portanto, o caráter de imposição
da vontade da autoridade estatal (que impõe o interesse público selecionado pelo governante)
dá lugar, na moderna regulação, à noção de mediação de interesses, no qual o Estado exerce
sua autoridade não de forma impositiva, mas arbitrando interesses e tutelando
hipossuficiências.

Voltando para o contexto no Brasil, as transformações que ocorreram na década de 80, com o
surgimento da globalização nas suas vertentes econômicas, política e cultural, provocando
mudanças na forma de intervenção do estado em grande parte das nações. Diante disso, a partir
de 1995, o estado passou a ter papel regulador, não havendo um desaparecimento absoluto da
intervenção direta, mas sim a entrada de capital estrangeiro nas empresas estatais.

Para os usuários e consumidores e a própria sociedade, a atuação das agências deve estar
voltada primordialmente para: a) a garantia dos seus direitos, devidamente explicitadas em
regulamento e nos contratos de concessão de serviços públicos; b) a prática de tarifas ou preços
justos; c) a melhoria contínua da qualidade do serviço e do atendimento prestado pelos
concessionários; d) o desenvolvimento tecnológico e práticas eficientes que contribuam para a
modicidade tarifária; e) a proteção ao meio ambiente; f) a implementação das políticas setoriais
como a universalização dos serviços; e g) a atuação descentralizada, de forma a aproximar a
ação reguladora dos consumidores ou usuários.
Para os investidores ou operadores (concessionários), a atuação das agências reguladoras deve
repercutir em: a) regras claras e estáveis; b) remuneração adequada de seus investimentos; e c)
cumprimento dos contratos e dos regulamentos.

Para que essas expectativas se configurem, é necessário que as agências tenham em conta nas
suas ações o seguinte: a) equilíbrio de interesses (neutralidade); b) tratamento isonômico; c)
prestação de contas; d) transparência; e) imparcialidade; f) gestão ágil e eficiente; g)
credibilidade; h) participação de usuários ou consumidores e operadores no processo
regulatório; i) diálogo e comunicação permanente com todos os segmentos que interajam com
o setor regulado.

Referências Bibliográficas

ARAGÃO, Alexandre Santos de. As Agências Reguladoras Independentes e a Separação de


Poderes: Uma Contribuição da Teoria dos Ordenamentos Setoriais. Revista Diálogo Jurídico.
Salvador: CAJ – Centro de Atualização Jurídica, no 13, 2002.

MENEZELLO, Maria D´Assunção Costa. Agências Reguladoras e o Direito Brasileiro. São


Paulo: Atlas, 2002.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL, ARTIGOS 173 E 174.
ARTIGO: O papel e o funcionamento das Agências Reguladoras no contexto do Estado
brasileiro Problemas e soluções.

You might also like