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SÃO PAULO
2017
FERNANDO OLIVEIRA PEREIRA DA SILVA
SÃO PAULO
2017
DEDICATÓRIA
amigos que de muitas formas me incentivaram e ajudaram para que fosse possível a
Aos colegas da minha turma de 2013 pelo seu auxílio nas tarefas desenvolvidas
Key words: Intelligent Transportation Systems. ITS. Intelligent Mobility. Traffic and
Transportation Management.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 2.2 – Encarte distribuído do Passeio Guiado ao Futurama, na Feira Mundial de Nova
York em 1939 ........................................................................................................................... 21
Figura 2.3 – Interface do General Motors Driver Aid, Information and Routing – DAIR ...... 22
Figura 3.3 – Painel de Mensagens Variáveis (PMV) - utilizados nos Sistemas Avançados de
Informação ao Viajante ............................................................................................................ 30
Figura 3.10 – Validador de Bilhete Único (Contactless Smart Card) - Estação Autódromo -
CPTM ....................................................................................................................................... 39
Figura 3.11 – Via com Sistema de Cobrança Automática de Pedágio (ETC – Electronic Toll
Collection) ................................................................................................................................ 40
Figura 3.12 – Cruzamento controlado de Via Férrea com Via Urbana .................................... 41
Figura 3.13 – Esquema de sinalização para cruzamentos em nível de via férrea com via
rodoviária .................................................................................................................................. 42
Figura 3.15 – Arquitetura física geral para monitoramento de Túneis em Sistemas ITS......... 44
Figura 4.3 – Sensores Pneumáticos Instalados na Via para Classificação de Veículos ........... 47
Figura 5.2 – Interface Gráfica do Sistema ITS no Centro de Controle Operacional – Ecovias57
Figura 5.6 – Interface em Mapa Interativo de Rodovias Monitorada por ITS – Os SAT's são
os de ícones verdes - Intervias .................................................................................................. 60
Figura 5.7.a –Sistema de Análise de Tráfego – Volume de Tráfego por Faixa – Ecovias ....... 61
Figura 5.12 – Pórtico com Painel de Mensagem Variável (PMV) – Ecovias .......................... 66
Figura 5.14 – Exemplo da aplicação dos Sistemas Avançados de Prevenção de Colisões ...... 68
Figura 5.18 – Call Box, parte do Sistema de Telefonia de Emergência – instalado às margens
de uma rodovia ......................................................................................................................... 74
Figura 5.19– Bilhetes magnéticos Edmonson, utilizados no sistema de Metrô de São Paulo . 78
Figura 5.20 – Cartão Inteligente (Contactless Smart Card) utilizados no sistema de transporte
público por ônibus em São Paulo ............................................................................................. 79
Figura 5.21– Cartão Inteligente (Contactless Smart Card) utilizados no sistema de Metrô em
São Paulo .................................................................................................................................. 79
Figura 5.24 – Pórtico com sistema de Controle de Fuga em Pista, parte do Sistema Integrado
Automatizado de Fiscalização - PIAF ...................................................................................... 84
Figura 5.25 – Minianel Viário do Rodizio Veicular da Cidade de São Paulo .......................... 85
AM Amplitude Modulation
CO Monóxido de Carbono
EM Emergency Management
FM Frequency Modulation
GM General Motors
TC Technichal Committees
1.2 Justificativa................................................................................................................. 17
1.3 Metodologia................................................................................................................ 18
2 HISTÓRICO ........................................................................................................................ 20
3.3 Características das Áreas de Aplicação dos Sistemas Inteligentes de Transporte ..... 28
6 REFERÊNCIAS................................................................................................................... 90
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1 INTRODUÇÃO
Por fim, o Capítulo 6 finaliza com uma conclusão sobre o trabalho, onde se faz
uma análise geral dos Sistemas Inteligentes de Transporte, suas aplicações e os benefícios que
eles trazem para os usuários e aos condutores, que utilizam diariamente os sistemas de tráfego
e transporte das cidades e nas rodovias.
1.1 Objetivo
desperdício de recursos por conta dos congestionamentos ultrapassa os R$ 40 bilhões por ano
só na cidade de São Paulo. (CINTRA, 2013) Por exemplo, há 30 anos, os congestionamentos
próximos aos portos, faziam com que navios tivessem que ficar atracados por mais tempo e o
resultado é que isso gerava um prejuízo diário de U$ 15.000, que eram repassados em
escalada até atingir o bolso do consumidor. (GAZETA, 1987) Hoje em dia isso não é
diferente.
Nesse interim, o objetivo principal desse trabalho é mostrar como os sistemas ITS
– Sistemas Inteligentes de Transportes - podem contribuir para o sistema de tráfego e
transporte através da gestão, supervisão e controle em tempo real do sistema e destacar os
benefícios que eles podem trazer para a redução do impacto ambiental, aumentar a
produtividade, a pontualidade e regularidade dos transportes públicos, entre outros.
1.2 Justificativa
Além disso, ainda segundo a Volvo (2014, p. 15), a demanda pelo transporte
público nas cidades brasileiras aumentou muito no período de 1960 a 2015. Pode-se dizer que,
com o aumento da população urbana, esse número aumentará cada vez mais.
Dessa forma, visto que as cidades brasileiras terão um trânsito mais intenso que o
atual, pode-se dizer que é urgente a formulação de soluções que venham amenizar a falta de
mobilidade do tráfego das vias urbanas e rodovias, enfim, do transporte em geral, talvez, até
mesmo, implementando algum novo sistema de transporte.
Isso se deve por que, os impactos da mobilidade vêm se tornando muito elevados
na maioria das cidades e regiões metropolitanas, trazendo inúmeros prejuízos sociais,
econômicos e ambientais. Do mesmo modo, cada vez mais pessoas, diariamente, enfrentam
condições desfavoráveis no trânsito, onde, além dos motoristas, pedestres, ciclistas e usuários
dos transportes públicos, são as mais prejudicadas. (CINTRA, 2013)
Também, o trânsito tem sido um dos motivos de maior estresse para a população
das grandes cidades brasileiras. Dificilmente algum motorista está satisfeito e transitando
tranquilo com seu veículo. Isso sem falar dos ônibus que fazem parte do sistema de transporte
público e dos veículos de cargas, que diariamente transportam milhares de pessoas e, no
segundo caso, milhares de toneladas de mercadorias. É pura tensão. Um pequeno descuido
pode causar um acidente, uma discussão, ou até mesmo uma agressão. (PORTAL VIVER E
SABER, 2011)
1.3 Metodologia
2 HISTÓRICO
De acordo com Marte et al. (2012, p. 134), um dos primeiros sistemas de rodovias
do mundo foi projetado na década de 1930 pelo engenheiro e secretário de Estado de Nova
York, Robert Moses. Ele e sua equipe projetaram uma enorme e avançada malha de rodovias
para o Estado de Nova York que tinham a premissa de serem projetadas para suportar um
volume de tráfego para vinte anos. Embora essa fosse a ideia inicial, dezoito meses depois da
inauguração, a capacidade delas já tinham sido atingidas. O sistema foi ampliado, mas,
novamente, a capacidade foi atingida rapidamente.
Segundo Philippi (1999, p. 51), uma das apresentações mais populares da feira foi
a desenvolvida pela General Motors e se chamava Futurama (Figura 2.2). O vídeo de
divulgação perspectiva do futuro próximo apresentava a visão do mundo para 1960. Dentre as
várias previsões dos futuristas estava a antevisão de uma rodovia automatizada, que tinha sua
superfície curvada, com o objetivo de manter os veículos em sua própria pista, enquanto que
este seria automaticamente controlado via rádio, mantendo uma distância de segurança dos
demais veículos.
Figura 2.2 – Encarte distribuído do Passeio Guiado ao Futurama, na Feira Mundial de Nova York em
1939
Figura 2.3 – Interface do General Motors Driver Aid, Information and Routing – DAIR
Pode-se entender que, embora o que se previa lá em 1939 não tenha acontecido
nos anos 60, com o passar do tempo, foi se formando um novo paradigma na área da
infraestrutura de transportes que se basearia não apenas no investimento em novas
construções de estradas, vias expressas ou ampliação dos sistemas já existentes, mas também,
em tornar a infraestrutura existente mais eficiente, inteligente, moderna e interligada. (ANTP,
2012)
Segundo Darido & Pena (2012, p. 29), o comitê ISO TC 204 (Intelligent
Transport Systems) define ITS como um conjunto de tecnologias da informação e
comunicação aplicadas ao transporte em ambientes urbanos e rurais, o que inclui serviços de:
intermodalidade e multimodalidade; informações aos viajantes, gestão do tráfego, transportes
públicos, transporte comercial, serviços de emergência e serviços comerciais.
Figura 3.1 – Apresentação do Comitê Técnico da ISO para Sistemas Inteligentes de Transporte
Assim, conforme Darido & Pena (2012, p. 12), o planejamento dos Sistemas
Inteligentes de Transporte exige um relacionamento entre os setores público e privado,
definindo limites entre as entidades envolvidas e as estratégias para que o gerenciamento das
informações resulte em compatibilidade, eficiência e interoperabilidade entre os envolvidos.
Dessa forma, Figueiredo (2005, p. 46) diz que uma das prioridades atualmente
está em aumentar a eficiência do sistema rodoviário, com o aumento da capacidade das vias
existentes através das operações dos Sistemas Inteligentes de Transporte, os ITS. Entretanto,
conforme visto anteriormente, os Sistemas Inteligentes não focam suas aplicações somente no
transporte rodoviário, mas sim, seu objetivo é em melhorar todo o sistema de tráfego e
transporte. Pode-se dizer que alguns dos objetivos principais dos sistemas inteligentes de
transportes são o de salvar vidas, reduzir a poluição e economizar tempo e dinheiro.
Tabela 3.1 – Relação entre áreas e classificações de serviço dos Sistemas Inteligentes de Transportes –
Intelligent Transportation Systems
Como se percebe, pode-se dizer que, com a evolução gradativa dos Sistemas Inteligentes
de Transporte, chegou-se a uma matriz de áreas e serviços desses sistemas que tem um espectro muito
amplo a ser aplicado da gestão e gerenciamento dos sistemas de transporte.
Isso quer dizer que, desde o advento desses sistemas, a sua constante evolução em novas
soluções vem trazendo melhorias significativas para os diversas áreas inerentes ao sistema de
transporte e de tráfego nas grandes e médias cidades, além de melhorar a eficiência e segurança de
diversas rodovias pelo mundo todo.
Figura 3.3 – Painel de Mensagens Variáveis (PMV) - utilizados nos Sistemas Avançados de
Informação ao Viajante
De acordo com a Volvo (2014, p. 174), esse sistema auxilia os gestores de frotas
na tomada de decisões estratégicas que visam reduzir seus custos operacionais, treinando seus
motoristas nas melhores práticas de condução, reduzindo acidentes e a emissão de CO2 e
melhorando o conforto dos passageiros, se for o caso.
controle dos custos, o controle da preservação dos equipamentos, a prevenção de falhas, entre
outros. (ANTP, 2012)
Ainda, de acordo com Dantas et al., (2012, p. 105), acrescentam que é possível
aferir a qualidade do serviço prestado por capturar dados que reflitam a segurança no trânsito,
o conforto dos passageiros e a forma de interação entre o condutor e o veículo. Pode-se
controlar o funcionamento dos equipamentos, estabelecer ações para corrigir ou mitigar
qualquer comportamento da condução do motorista, como por exemplo, o excesso de
velocidade.
Atualmente, esses sistemas estão cada vez mais implementando novos serviços e
soluções para o gerenciamento da frota de transporte público onde se podem obter
informações sobre quase tudo: o consumo de combustível, a emissão de poluentes, horas
rodadas, velocidade média da frota ou por veículo, alarme de eventos, perfil de condução do
motorista, entre outros. Também é possível acompanhar a posição do veículo em tempo real,
possibilitando identificar problemas ou desvio de rotas, gerando um histórico de localização
georreferenciada. (VOLVO, 2014)
Figura 3.8 – Aplicação do Gerenciamento de Emergências – Call Boxes ao longo das Rodovias para
pedido de apoio
Segundo Santos & Leal (2014, p. 14), os principais casos de pagamento eletrônico
estão basicamente relacionados à bilhetagem eletrônica no transporte público e ao pagamento
eletrônico de pedágios.
Ainda de acordo com Aroucha & Martinelli (2012, p. 78), o mesmo caso acontece
com os idosos e pessoas com deficiência, porém, com a isenção da tarifa. Eles são cadastrados
pelos órgãos públicos relacionados ou pelas próprias empresas de transporte.
Figura 3.10 – Validador de Bilhete Único (Contactless Smart Card) - Estação Autódromo - CPTM
Figura 3.11 – Via com Sistema de Cobrança Automática de Pedágio (ETC – Electronic Toll
Collection)
3.3.8 Segurança
Por exemplo, não é difícil vermos nas notícias na televisão ou no jornal alguma
notícia sobre algum acidente ocorrido no choque de um trem e um veículo. Na realidade, o
número de acidentes que ocorrem em passagem de nível entre rodovias, vias urbanas e
ferrovias cresce a cada ano. Este tipo de acidente, vez por outra, incorre no vazamento de
combustível, materiais tóxicos, entre outros, muitos deles resultando na morte de alguém ou
contaminando mananciais. Em muitos locais percebe-se a sinalização insuficiente,
contribuindo para a falta de segurança por parte de condutores e pedestres. (ANDREOTTI et
41
al., 2002) A figura 3.12 mostra o controle de cruzamento de linha férrea com o sistema viário
de uma cidade.
Figura 3.13 – Esquema de sinalização para cruzamentos em nível de via férrea com via rodoviária
Esse número, segundo o órgão, foi 4,5 % menor do que o mesmo período de 1999
e quase 14 % do mesmo período de 1997. Diante desses números, mesmo de algum tempo
atrás, mostra que a aplicação da tecnologia ITS produziu resultados, melhorando assim a
segurança viária.
Figura 3.14 – Interface de Sistema de Monitoramento de Túneis na Rodovia dos Imigrantes - Ecovias
Com o sistema de controle de túneis é possível ter uma melhor visibilidade pela
implementação de uma iluminação adequada. Sensores são distribuídos por toda a extensão
do túnel para monitorar a qualidade do ar e a medição de CO2 que, se elevado, acionam os
grandes ventiladores instalados de maneira instantânea, diminuindo a concentração de gás
dentro do mesmo. São instalados também sensores contra incêndio. (PALMA et al., 2006) A
figura 3.15 mostra a arquitetura física básica utilizada no sistema de monitoramento de túneis.
44
Figura 3.15 – Arquitetura física geral para monitoramento de Túneis em Sistemas ITS
Botoeiras também são distribuídas ao longo de todo o túnel para sejam acionadas
por algum usuário que necessite de ajuda. Também, sistemas de megafonia são instalados
para a comunicação de emergência com os usuários. Como se pode perceber, a segurança em
túneis é de alta preocupação dos gestores, no qual são implementadas várias tecnologias
inerentes aos Sistemas Inteligentes de Transporte. (ANTP, 2012)
Visto que as aplicações ITS foram concebidas para que subsidiem a tomada de
decisões, entrega de informações, gerenciamento, controle, aumento da segurança, entre
outras vertentes destinadas à melhor eficiência dos sistemas de tráfego e transporte, é de se
esperar que seja necessária toda uma infraestrutura destinada à aquisição, transmissão,
processamento e armazenamento de dados além da interpretação dos mesmos para controle e
decisão. (ANDREOTTI et al, 2002)
Deste modo, percebe-se que a base dos Sistemas Inteligentes de Transportes inclui
a aplicação das tecnologias da informação e controle aos sistemas de transportes, onde
incluem, sensores, telecomunicações, softwares e diversos outros tipos de hardware
específicos aplicados no sistema. (PALMA et al., 2006) Na realidade, de acordo com
Phillippi (1999, p. 56), além da área da tecnologia da informação, a adaptação das tecnologias
existentes aos sistemas de tráfego e transporte requerem conhecimentos de diversos ramos da
engenharia, tais como, a engenharia civil, a elétrica e eletrônica, mecânica, industrial,
produção e telecomunicações. A reunião das tecnologias dessas áreas embasa toda a
engenharia aplicada aos Sistemas Inteligentes de Transportes.
Philippi (1999, p. 58) acrescenta que por muito tempo, o monitoramento das
condições do tráfego tem sido executado por detectores de loop, ou de detecção magnética,
tais como os utilizados em sistemas de radares fixos e em controladores semafóricos. Esses
detectores são discretamente inseridos no pavimento e, ao descuido de um pedestre, pode
passar despercebido. A figura 4.1 mostra um esquema básico de como funciona um sistema
de detecção eletromagnética.
Figura 4.2 – Sistema de Identificação de Incidentes - Laços Virtuais – Sistemas de Análise de Imagens
em CFTV - Ecovias
Por exemplo, uma estação meteorológica ao enviar os seus dados para o Centro
de Controle Operacional, emite um alarme de baixa visibilidade num determinado trecho de
serra. Esse alarme permite que o controlador, em conjunto com a polícia rodoviária, represe o
trânsito em determinado trecho, talvez uma praça de pedágio, no qual poderá ser realizada
49
uma operação de comboio, permitindo assim, o controle de velocidade do tráfego e por sua
vez, uma melhor segurança de todas os que trafegam na via.
Segundo Andreotti et al. (2002), a comunicação digital sem fio tem sido
amplamente utilizada para as aplicações ITS. Por muitos anos, terminais móveis (MDT) têm
sido utilizados pela polícia, por caminhões e outros veículos especiais para comunicação. Os
serviços de telefonia celular (TDMA, CDMA e GSM) têm sido utilizados para fazer a
comunicação de equipamentos ITS com os centros de controle e até mesmo a utilização de
satélites de baixa órbita (LEO - Low Earth Orbit) que fazem a comunicação de equipamentos
ITS em área remotas.
De acordo com Andreotti et al. (2000, p. 11), existem ainda se destacam outras
tecnologias de telecomunicações para uso nos ITS. Conforme informa, a telefonia celular é a
mais difundida por permitir a transmissão de dados e voz às centrais de controle. O sistema
CDPD, sigla de Cellular Digital Packet Data, pode ser aplicado para verificações instantâneas
de cartões, acesso remoto a banco de dados e transmissão de mensagens móveis. Utiliza
canais vagos da telefonia celular e, portanto, sua velocidade na rede celular é limitada.
As WLANS ou LANs – Local Area Network também podem ser utilizadas para
aplicações ITS. Muito difundidas hoje em dia num mundo cada vez mais conectado pela
Internet, utiliza radiofrequência e infravermelho para dar suporte a conexões de rede local.
Permite a liberdade de movimento e acesso a banco de dados. Somente a comunicação por
infravermelho pode ter alguma restrição quando utilizado em locais com construções muito
elevadas. (SILVA, 2000)
Silva (2000, p. 40) acrescenta ainda que, as micro-ondas tem alta capacidade de
tráfego de dados e é muito utilizada em sistemas de pagamento eletrônico de pedágios e em
52
sistemas de radar anti-colisão em veículos com essa tecnologia. Essa tecnologia é capaz de
transmitir dados, voz e imagem e a emissão ou recepção de sinais é dependente de antenas.
3.8 Informática
informática trabalharão para a análise e distribuição desses dados aos mais diversos
subsistemas que compõem os ITS.
Para isso é necessário a infraestrutura de um Data Center para atender o mais alto
fluxo de dados e serem operacional 24 horas por dia.
Geralmente, como ainda não há uma padronização dos sistemas ITS, cada
desenvolvedora das soluções ITS implementam uma estrutura necessária para que os dados
coletados em campo sejam devidamente processados e analisados e direcionados a cada
subsistema. É comum que um servidor central esteja ligado ao sistema de telecomunicação do
centro de controle e esse servidor distribui a outros servidores independentes cada tarefa que
lhes competem fazer. (ANTP, 2012)
Seja como for, em cada ambiente dos Sistemas Inteligentes de Transporte deve ser
previsto espaço físico para a instalação da infraestrutura de informática, inerentes à área da
tecnologia de informação que agregará toda a automação para o monitoramento do sistema de
tráfego e transporte, além da interligação do sistema com o centro de controle operacional, de
onde serão feitos o monitoramento e gerenciamento do sistema, mantendo sempre um
suprimento ininterrupto de energia. (BARROS et al., 2012)
Muitas informações provenientes de sensores nas vias não precisam ser enviadas
aos centros de controle para se tornarem úteis. Muitos controladores de semáforo são
programados para que, na identificação de certo volume de tráfego, criem uma onda verde nos
semáforos subsequentes para que o trânsito flua o mais rapidamente possível, otimizando a
capacidade de veículos numa determinada via, diminuindo assim pontos de lentidão ou
congestionamento. Outro uso de controle de semáforos é no controle de acessos às rodovias,
permitindo um controle de fluxo de acordo com o tempo dos sinais. (SILVA, 2000)
55
Os ITS são de grande importância para a área de transporte, embora no Brasil seja
tímida a sua utilização, implantação e padronização. Mesmo assim, os ITS são bastante
utilizados nos sistemas de transporte público nas grandes cidades e regiões metropolitanas.
Muitas cidades contam nos seus sistemas de transporte a utilização do ITS para a operação
das vias, segurança, abertura automática de portas em plataformas, bilhetagem eletrônica,
terminais integrados, auxílio ao usuário, entre diversos outros serviços. (Alvarado & Júnior,
2014) Também, a partir do plano de concessões de rodovias, os ITS tem sido utilizados pelas
concessionárias, por um lado por fazer parte das prerrogativas do contrato de concessão e de
outro, por ser amplamente reconhecidos os benefícios para a gestão de rodovias. (ANTP,
2012)
Figura 5.2 – Interface Gráfica do Sistema ITS no Centro de Controle Operacional – Ecovias
Segundo Foschetti (2008, p. 41), nas aplicações urbanas dos ITS, os Centros de
Controle Operacional também possuem a função de realizar a operação e monitoramento do
58
Figura 5.3 – Interface do Sistema de Circuito Fechado de Televisão (CFTV) no Centro de Controle
Operacional - Ecovias
Figura 5.6 – Interface em Mapa Interativo de Rodovias Monitorada por ITS – Os SAT's são os de
ícones verdes - Intervias
Figura 5.7.a – Interface do Sistema de Análise de Tráfego – Volume de Tráfego por Faixa – Ecovias
Dessa forma, visto que as condições climáticas adversas podem gerar efeitos
significativos à infraestrutura, ao tráfego e a operação de rodovias, o monitoramento climático
são imprescindíveis para a segurança do tráfego e transporte.
Figura 5.8 – Informação ao usuário em monitores instalados na plataforma de uma estação de metrô,
exemplo de Sistemas Avançados de Informação ao Viajante
Figura 5.9 – Utilização do aplicativo Waze, para Smartphones, exemplo de Sistemas Avançados de
Informação ao Viajante
Figura 5.10 – Utilização de Painéis de mensagens Variáveis para informação ao condutor, exemplo de
Sistemas Avançados de Informação ao Viajante
Seja como for, as informações tem por objetivo influenciar a tomada de decisão
dos usuários para que os mesmos façam a melhor utilização das vias do sistema de trânsito ou
65
do melhor modal de transporte para que, assim, seja otimizado o fluxo de veículos, se reduza
os níveis de lentidão e congestionamento e se diminuam os níveis de emissão de gases
poluidores. (FIGUEIREDO, 2005)
Figura 5.11 – Utilização de Painéis de mensagens Variáveis para informação ao condutor, exemplo de
Sistemas Avançados de Informação ao Viajante
Figura 5.13 – Interface Gráfica para configuração de mensagens em Painel de Mensagem Variável
(PMV) – Ecovias
4.2.2.2 Rádio
via monitorada que trafegam, a respeito das condições do trânsito, acidentes, trechos em obras
ou outras condições adversas sob sua responsabilidade.
Em vias segregadas, segundo Dantas et al. (2012, p. 102), podem ser necessárias
uma condução e estacionamento nas estações ou paradas mais precisas e seguros dos ônibus
articulados, sem a necessidade de intervenção do condutor, exceto em situação de emergência.
Esse sistema proporciona uma maior segurança e melhor dimensionamento das vias de BRT,
sendo mais estreitas, porém, utilizando uma velocidade natural e com segurança de condução.
Diversos fabricantes já vêm aperfeiçoando e testando os sistemas de veículos autônomos em
vários lugares do planeta.
Figura 5.16 – Exemplo da aplicação dos Sistemas de Avançados de Transporte Público - Informação
Fonte: G1 (2013)
Desse modo, pode-se dizer que, em face do vasto monitoramento por imagens, os
sistemas de transporte púbico, quando utilizado as ferramentas dos Sistemas Avançados de
Transporte Público, são razoavelmente seguros no deslocamento de seus usuários.
Esporadicamente, pode ser que alguém, ao trafegar numa rodovia, pode se deparar
com algum problema mecânico em seu veículo ou até mesmo ser vítima de uma acidente.
Seja o motivo que for, fatalmente o condutor não está preparado para uma situação de
emergência.
73
A realidade é que a maioria das emergências ocorre sem aviso prévio. Dessa
forma, é importante saber que, entre os Sistemas Inteligentes de Transporte, existe uma área
que é responsável pelo Gerenciamento de Serviços de Emergência. Portanto, é aconselhado
sempre os condutores ou usuários de uma via que seja operada e monitorada por uma
concessionária de rodovias, saibam quais são os meios e serviços fornecidos pela gestora em
situações de emergência.
Figura 5.18 – Call Box, parte do Sistema de Telefonia de Emergência – instalado às margens de uma
rodovia
4.6.1 Pedágios
Além desses custos básicos, os valores arrecadados são destinados à execução dos
serviços de atendimento aos usuários da rodovia, tais como: socorro mecânico, primeiros
76
Visto que as Rodovias, concessionadas ou não, tem o direito de cobrar pelo seu
uso, os sistemas de cobrança de pedágio avançaram com o passar do tempo e, atualmente,
além da cobrança manual em cabines com operadores, é comum o condutor estar
familiarizado com a cobrança automática de pedágio.
Segundo Nygaard et al. (2012, p. 140), explica que para dar mais garantia ao
sistema de arrecadação automática, o sistema AVC classifica o veículo que entra na via com o
intuito de comparar se a categoria do veículo é correspondente às informações do Tag
instalado no veículo. Caso não seja, fotografias são tiradas imediatamente, para a verificação
da incoerência. Isso ocorre quando é detectada uma categoria inferior informada pelo Tag em
relação à categoria identificada pela via.
vazão a cerca de 300 veículos por ora, enquanto que a via automática a vazão é de até três
vezes mais.
4.6.2 Bilhetagem
Segundo Aroucha & Martinelli (2012, p. 78), a bilhetagem eletrônica é uma das
áreas das tecnologias dos Sistemas Inteligentes de Transporte mais utilizadas mundialmente
nos transportes públicos que consistem em, basicamente, na aquisição de créditos antecipados
para a realização de viagens que são gravados em dispositivos especiais, principalmente
cartões magnéticos.
Figura 5.19– Bilhetes magnéticos Edmonson, utilizados no sistema de Metrô de São Paulo
Ainda segundo Arouca & Martinelli (2012, p. 78), em São Paulo, a bilhetagem
eletrônica começou a ser implementada em 2001 e consolidou-se em 2004, quando foi
finalizada a instalação de validadores eletrônicos de cartões inteligentes sem contato em toda
a frota do sistema de transporte urbano por ônibus. A partir daí, o uso dos cartões inteligentes
possibilitaram que o usuário pudesse utilizar até quatro ônibus na rede por um período de até
3 horas pagando uma só tarifa. Em 2006 a integração do Bilhete Único, como são conhecidos
os sistemas de bilhetagem eletrônica em São Paulo, foi implementado em toda a rede metro-
ferroviária. (ANTP, 2012) A figura 5.20 mostra o uso desse tipo de cartão no transporte por
ônibus.
79
Figura 5.20 – Cartão Inteligente (Contactless Smart Card) utilizados no sistema de transporte público
em São Paulo
Figura 5.21– Cartão Inteligente (Contactless Smart Card) utilizados no sistema de Metrô em São Paulo
De acordo com Ming (2006, p. 1), com o aumento de veículos, as vias ficaram
saturadas e por sua vez, o tráfego ficou lento. Porém, a premissa do controle do tráfego sugere
que se exista segurança e fluidez no trânsito.
Quando se tem dois laços, a velocidade aferida é obtida por meio de uma ou duas
medidas de tempo. Quando existem três laços no pavimento, existem duas medidas de tempo,
ou seja, uma medida entre o primeiro e o segundo laço e a segunda medida entre o segundo e
o terceiro laço. (DUARTE; COSENTINO; CARMO, 2012)
operado no interior de um veículo em movimento ou por meio dos agentes de trânsito. Visto a
mobilidade do radar estático, ele não utiliza a tecnologia de laços indutivos para a detecção de
veículos. Nesse caso particular, a medição da velocidade é realizada por meio do uso de ondas
eletromagnéticas.
A fiscalização do avanço do sinal vermelho nos semáforos das vias urbanas, são
realizados por equipamentos que possuem as mesmas características dos radares fixos que,
além de possuírem a capacidade de fiscalizar a velocidade do veículo na via, também registra
as infrações de avanço do sinal vermelho e a parada sobre as faixas de pedestres.
(CETTRANS, 2017)
Estes novos postos, que usam as últimas tecnologias dos Sistemas Inteligentes de
Transporte na fiscalização de transporte de cargas, empregam um conjunto de diversas
unidades, responsáveis pela coleta de dados e o controle de veículos pesados que trafegam
pelas rodovias monitoradas.
Segundo ainda pelo próprio DNIT (2016), esses Postos de Fiscalização utilizam
um novo conceito de pesagem de veículos de carga e de passageiros através dos sistemas
denominados WIM (Weigh in Motion – Pesagem em Movimento) que difere dos antigos
sistemas de pesagem nos Postos de Pesagem de Veículos em muitos aspectos.
Figura 5.24 – Pórtico com sistema de Controle de Fuga em Pista, parte do Sistema Integrado
Automatizado de Fiscalização - PIAF
Dessa forma, os radares das vias a ser monitoradas foram dotados da tecnologia
OCR (Optical Character Recognition) que possibilita a leitura automática de placas. Dessa
forma, é possível aplicar multas nos veículos com o final de placa correspondente ao dia da
semana em que é proibido de circular nas vias fiscalizadas no horário de pico. (MING, 2006)
5 CONCLUSÃO
Hoje em dia, a população que vive em áreas urbanas está cada vez maior.
Conforme visto no início do trabalho, a projeção é que em 2050, 70 % das pessoas viverão
nas cidades. Com esse aumento, os problemas relacionados ao sistema de tráfego e transporte
tendem a se agravar. Caso não se encontrem soluções efetivas para a diminuição de suas
consequências, a realidade é que as cidades se tornarão lugares insuportáveis de se viver.
Além disso, a atual sociedade em que vivemos depende do uso de veículos, seja
do transporte público, seja o de uso individual. Percebe-se que, se não forem tomadas
providências a fim de se melhorar a mobilidade nos sistemas de tráfego e transporte, as
cidades chegarão a um ponto que não conseguirão mais lidar com o crescente número de
veículos nas ruas.
Nas regiões urbanas, em que o sistema conta com o controle semafórico das vias,
os fluxos de tráfego são melhorados e ações em casos de falhas semafóricas são imediatas. A
eficiência da rede viária melhora significativamente com o controle inteligente de semáforos.
A adaptação automática ou manual dos controles semafóricos proporcionam uma otimização
dos ciclos de “onda verde”, melhorando o desempenho do tráfego, proporcionando-lhe
fluidez.
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Esses foram só alguns dos benefícios que o trabalho mostrou sobre os avanços
que tecnologia da informação permitiu em ampliar o gerenciamento dos sistemas de tráfego e
transporte nas grandes cidades e rodovias. Conclui-se que os problemas de mobilidade,
segurança e os impactos ambientais precisam de soluções rápidas e eficientes. Nesse ínterim,
as tecnologias e os sistemas ITS proporcionam a implementação de políticas de mobilidade
urbana, operacionalidade e gerenciamento do transporte e tráfego urbano e rodoviário,
tornando-os mais eficientes, gerando menor duração nos deslocamentos, aumentando a
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fluidez do tráfego, reduzindo custos, elevando o nível de satisfação dos usuários, melhorando
a segurança, diminuindo os impactos ambientais pela redução de poluentes, diminuindo as
infrações de trânsito por ter uma maior fiscalização inteligente e contínua, melhor eficiência
nos transportes públicos, entre uma infinidade de outros benefícios.
6 REFERÊNCIAS
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<http://www.blogiveco.com.br/seis-coisas-que-voce-queria-saber-sobre-pedagios/>. Acesso
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CCR. A primeira FM que cobre toda a extensão de uma das maiores rodovias do país: via
Dutra, 2013. Disponível em: < http://www.grupoccr.com.br/ccrfm/>. Acesso em 21 de abril
de 2017.
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n. 2, p. 58 - 61, jul./dez. 2013.
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EDAG, ADAS - não pense que é uma doença, é o caminho para a "condução pilotada" do
amanhã, 2016. Disponível em: < http://www.edag.com.br/br/adas-assistencia-ao-
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PORTAL VIVER E SABER, O trânsito nas grandes cidades, 2011. Disponível em:
<http://www.viveresaber.com.br/vs/index.php/conhecimento/45-o-transito-nas-grandes-
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SILVA, D. M. Sistemas Inteligentes no Transporte Público Coletivo por Ônibus. 2000, 144 p.
Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) - Curso de Pós-Graduação em
Engenharia de Produção, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2000.