Professional Documents
Culture Documents
CÓDIGO: 31124
Página 1 de 4
TRABALHO / RESOLUÇÃO:
Aos 21 anos, em 1831, começou a sua “história de vida”, ao fazer parte de uma revolta
como soldado da infantaria que acabou por ser reprimida pelo governo de uma forma
rude e bastante cruel. Decorrente desta situação e sem soluções, Alexandre Herculano
pede exílio a França. Na sua permanência fora de Portugal, chega a estar em Inglaterra.
No seu regresso, fixa-se nos Açores e posteriormente no Porto.
Devido ao seu pendor para o estudo e para as letras, acabou por ser nomeado Segundo-
Bibliotecário da biblioteca pública do Porto. Foi também convidado para Redator-
Diretor da revista Panorama e posteriormente, o próprio Rei D. Fernando, convidou-o
para chefiar a Real Biblioteca da Ajuda.
Como pessoa culta, letrada e com ideais liberais vincados, seguem-se uns trabalhos pela
política, mas com o passar dos anos, a sua veia romancista e poética sobressaem,
forçando o seu progressivo afastamento da sociedade política e a sua contínua
concentração no maior legado que deixou ao povo português, a saber, a literatura, os
romances históricos e a História de Portugal.
A Europa do século XIX é caraterizada por dois marcos muito significativos da História
Moderna e que alteraram muitas das concepções da época: a revolução industrial em
Inglaterra e a revolução liberal em França.
Alexandre Herculano conviveu mal com este contexto. Nascido na época das invasões
francesas, com um Rei que se tinha refugiado no Brasil, num país com um ambiente de
miséria e numa sociedade desregulada e disfuncional, Alexandre Herculano
demonstrava uma “antipatia” evidente para com o povo e contexto da época. Eram
tempos de ruptura a nível político, social e cultural. Foi a época de implementação do
liberalismo e consequentemente, de uma nova ordem jurídica em Portugal. Na prática,
era o tempo das “guerras liberais”.
Página 2 de 4
Devido à paixão pelos seus romances e ao tempo que dedicou ao estudo minucioso das
épocas históricas, ele acaba por concluir que tinha consolidado um tal conhecimento da
história portuguesa, que podia escrever a “sua” própria História de Portugal.
E, escreveu! Para muitos, escreveu a obra mais importante da história de Portugal. Foi a
primeira história moderna de Portugal. Uma história científica com base em
documentos credíveis (“sua fé, sustentada em documentos”).
Para além disso, a sua visão liberal e reformista visava muitas vezes a importância de se
avançarem com reformas que permitissem Portugal sair do atraso educacional, perante
outros países europeus, onde a escola pública primária ganhou cada vez uma maior
importância, como sendo a base e o início da formação de um povo.
Como referido acima e embora Alexandre Herculano não tivesse uma particular
simpatia pelo contexto e sociedade da altura, a sua história, era a “história de um povo”.
A sua historiografia liberal e romântica, caraterizava-se pela identificação do povo,
enquanto “herói coletivo”. Para Herculano, seria o povo, com ou sem apoio do
governo, que teria de “guiar” e conduzir o seu destino, de modo a melhorar as suas
condições de vida, reformando e melhorando os vários sectores económicos, entre os
quais, a agricultura, o comércio e a industria.
Em suma, Alexandre Herculano foi um historiador rigoroso, sempre com uma atitude
muito crítica, preocupado com a veracidade dos dados que expõe nas suas obras e em
consequência, com a autenticidade das suas fontes.
Foi um homem muito avançado para o seu tempo e foi o primeiro português a realizar
uma obra histórica com o modelo e rigor dos tempos contemporâneos. Por isso mesmo,
podemos considera-lo um verdadeiro pioneiro e impulsionador da moderna concepção
da história em Portugal.
Página 3 de 4
Bibliografia
Página 4 de 4