You are on page 1of 5

ANTOLOGIA DE FONTE.

A visão do Vale de trevas no espaço do Inferno.


Referência: PEREIRA, F.M. Esteves (Ed.). Visão de Túndalo. In: Revista Lusitana,
vol.III, 1895, p. 103. (Códice 244).

Resumo: A alma de Túndalo testemunha as características do Vale de trevas no


Inferno. Neste lugar vê as almas sendo queimadas, fervidas e derretidas.
“E chegaron a huun ualle de teebras muyto spantoso e era muy fundo e muy caruoento
e tynha huma cobertura de ferro em que podia auer sete couedos em grosso e tanto
ardia que se uoluia em caruõoes accesos per ella e fedia muy mal. E iaziam sobre ella
muytas almas mesquinhas que se queymauan e feruian em ella como o azeite ferue na
sartâae e depois que feruiam deitauanse per ella a fundo assi como cera derretuda polo
panno e cayam sobre os carvãooes accesos”.

A montanha no espaço do Purgatório.


Referência: PEREIRA, F.M. Esteves (Ed.). Visão de Túndalo. In: Revista Lusitana,
vol.III, 1895, p. 103. (Códice 244).

Resumo: Túndalo e o anjo-guia chegam à montanha da purificação cuja descrição é


muito mau. Neste ambiente se encontram muitos demônios munidos de instrumentos
com os quais castigavam as almas pecadoras.

“E assy hyndo chegaron a huun monte muy grande e de gram tormento e temor em que
auia muy estreyta carreyra e muy maa. E da huma parte da carreyra era muy gran uento
e muy frio. E todo o monte assi dhuma parte como da outra staua todo cheo de muitos
demoes que stauan prestes e aparalhedos pera atormentar almas. E estes diaabos
tynham em suas mãaos gadanhos de ferro muyto agudos e outros aparelhamentos com
que enpesauan as almas e dauan com ellas dentro do fogo”.
A visão da ponte no espaço do Purgatório

Referência: PEREIRA, F.M. Esteves (Ed.). Visão de Túndalo. In: Revista Lusitana,
vol.III, 1895, p. 105. (Códice 244).
Resumo: A alma de Túndalo é guiada pelo anjo até a ponte de provação que possui um
caminho estreito, longo e com vários espinhos pontiagudos. Nela, o anjo explica que
são punidas as almas que furtaram pouco ou muito.

“Esta ponte era fecta dhuma tauoa que toda era chea de clauos agudos e os que per ela
passauan padeciam grandes penas e era muy maa de passar ca era muy estreyta e muy
longa e toda enclauada de muy gran temor. [...]. Senhor se te prouesse queria saber de
quaaes he esta pena. Respondeu o angeo. esta ponte e estas penas son daqueles que
furtaron quer pouco quer muito”.

A descrição externa do poço no Inferno.


Referência: PEREIRA, F.M. Esteves (Ed.). Visão de Túndalo. In: Revista Lusitana,
vol.III, 1895, p. 110. (Códice 244).
Resumo: O cavaleiro Túndalo testemunha a erupção de grandes chamas de fogos
saindo do poço. Nestas chamas vê muitos demônios que eram alçados como folhas
queimadas.

“[...] e uio huun poço muy grande do qual se leuantaua chama de fogo muy grande
mesturado com fumo que chegaua ataa o ceo a qual a chama era chea de demoes e
alçauanse assi co o folhas queymadas e assi padeçiam estes tormentos.”
O campo/jardim no Paraíso na Visão de Túndalo.
Referência: PEREIRA, F.M. Esteves (Ed.). Visão de Túndalo. In: Revista Lusitana,
vol.III, 1895, p. 112. (Códice 244).

Resumo: O itinerário no campo/ jardim no Paraíso que possui uma variedade de rosas,
ervas que exalam bons odores. A alma do cavaleiro depois de ter sofrido de tantas penas
se sente alegre ao chegar nesse ambiente.
“[...] uiron huun campo muy uerde e muy fermoso e plantado de muitas e muy fermosas
rosas e de outras heruas que dauan muy boon odor em que estaua tan gram cousa
dalmas que as non poderia contar homem do mundo e stauan tam alegres que era gran
marauilha. [...]. Mais a alma que tanta coita e tanta pressa e amargura ouuera sofruda e
passada foy tan alegre quando uio aquel campo tam uerde e tam fermoso que com o
gran plazer que en el ouue começou de dizer com gran deuoçon”.

O Muro de Prata no Paraíso Celestial


Referência: PEREIRA, F.M. Esteves (Ed.). Visão de Túndalo. In: Revista Lusitana,
vol.III, 1895, p. 114. (Códice 244).
Resumo: Túndalo testemunha que o Muro de Prata no Paraíso Celeste era cheio de luz
e muito formoso. E que neste não havia nenhuma porta, pois a sua alma foi colocada na
parte interna do Muro através do poder do Senhor.

“Aquel muro era todo de prata muy fermoso e muy luzente. E a alma non achaua en el
porta nenhuma per hu entrasse. E tomoua o poder de nosso senhor e posea dentro non o
ssabendo ela nen o entendendo. E assi como se ela uio dentro parou mentes a redor de
sy e uiu huma gran conpanha de sanctos que se alegrauam muyto com deus [...]”.
O Muro de Ouro no Paraíso Celestial
Referência: PEREIRA, F.M. Esteves (Ed.). Visão de Túndalo. In: Revista Lusitana,
vol.III, 1895, p. 115. (Códice 244).
Resumo: A alma de Túndalo se alegra ao testemunhar as características do Muro de
Ouro e os vários objetos feitos de pedras preciosas que se encontravam nesse lugar.

“Elles passando assi per muytos logares de sanctos, apareceolhes outro muro tan alto
como o primeyro laurado todo de ouro puro e tan grande era a sua fermosura que muito
era mais contenta a alma e mais se alegraua em ueer aquela nobreza que outra nenhuma
que ia ouuesse uista. Mais depois que entraron dentro póla guisa que entraron no outro
que de suso dissemos virom muitas seedas assi como no que de suso foy dicto que
uiran e eran todas lauradas de ouro e de prata e de quantas maneyras poden seer de
pedras preciosas em tal guisa que tan nobre cousa como esta nunca a poderá veer a
alma nen cuidar. E os rostros deles eran tan claros e tan fermosos assi como o sol claro
a hora do meo dia e os cabelos deles eran tan claros e fermosos que non parecian al se
non ouro.
E tynhan nas cabeças coroas de ouro todas cheas de pedras preciosas. E tynham em sy
scryptas letras muy fermosas todas de ouro sobre que tynha seus liuros postos e
scryptos todos com letras de ouro.[...]”.

O Muro de Pedras Preciosas no Paraíso Celeste.


Referência: PEREIRA, F.M. Esteves (Ed.). Visão de Túndalo. In: Revista Lusitana,
vol.III, 1895, p. 118. (Códice 244).
Resumo: A descrição do Muro de Pedras Preciosas e identificação das pedras de que
são feitas este muro. Neste ambiente Túndalo vê as nove ordens dos anjos.

“Era muy formoso e fecto todo de pedras preciosas e de metaaes mesturados de colores
de muitas guisas. Assi que o fundamento dele era todo fecto de ouro puro. E as pedras
de que era fecto son estas. Cristal. Crisolitus. Berilus. Jaspe. Jagonça. Smargda. Çafira.
Onichina. Topazio. Sardia. Crisopasa. Amestica. Careata. E grnata. Destas pedras e de
outras muytas semelhantes era fecto este muro. [...].uiron sem outra duuida cousas.
quaaes olho non uio nen orelha ouuio nen coraçon de homen cuidou nen pensou. Ca
uiron hy noue oedeens de angeos os quaaes son. s. Angeos. Archangeos. Virtudes.
Principados. Potestades. Dominaçonnes. Thronos. Cherubin. E secraphin. E esta alma
ouuio palavras muy marauillhosas e muy sanctas per tal guisa que non conuen a
nenhuun homen de as dizer”.

You might also like