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TRABALHO INTERDISCILINAR DIRIGIDO IV

INSTITUTO POLITÉCNICO – Centro Universitário UNA

URBANIZAÇÃO PERIFÉRICA

CURSO: ENGENHARIA CIVIL


Carlos Noronha de Freitas, Guilherme Alves Guimarães, José Moreira
Rodrigues, Luiz Carlos dos Santos, Matheus Diego Souza e Silva, Renata Del
Carlo Caldas Diniz, Vítor Duarte Morais, Thiago Lisboa Guimarães

Professor TIDIR Orientador: Mário Roberto Martins de Souza Silva Braga

Professores Co-orientadores: Eduardo Campos dos Santos, Maria Clara


Monteiro Magalhães

RESUMO
Na cidade de Belo Horizonte existe uma situação desordenada e irregular com
a ocupação de 218 assentamentos (favelas, vilas e conjuntos habitacionais
populares; implantados desde 1993 pelo poder público), que são áreas que
ocupam 5% do território municipal.

Com o objetivo de reduzir essas áreas que apresentam risco geológico e


socioeconômico, além de aumentar a possibilidade de geração de novos
empregos, implantação de escolas, e uma considerável mudança social para
moradores oriundos dessas áreas, a urbanização periférica consiste em projetos
traçados com a apresentação de processos, desde o estudo do solo, até a fase
final de obras para a melhoria da qualidade de vida da população, que faz-se
necessário no cenário apresentado.

1. INTRODUÇÃO
De acordo com o levantamento feito por técnicos da prefeitura, existem 2.761
edificações em situação de risco de deslizamento, sendo que 2.738 apresentam
alto risco e 23 um risco altíssimo. Essas áreas, são edificações que apresentam
risco de deslizamento.

Será abordado um quarteirão de risco dentro da região de Venda Nova


especificamente no bairro Serra Verde para ser estudado e então implantado o
processo de Urbanização, que exige além de muito estudo prévio, um rigoroso
planejamento.

O planejamento deve tratar desde o início da formação destes lugares, desde o


contexto histórico da região, a condição econômica dos moradores, o trabalho
da prefeitura para melhoras e se já houve algum tipo de intervenção. Na questão
da construção civil propriamente dita, o primeiro passo é o estudo do solo, uma
vez que não cabe projetar sobre algo que não comporta. Em seguida, outros
processos têm que ser verificados, tais como logística, desenho das novas
edificações, a hipótese de uma abordagem verticalizada, além, claro, de atender
às necessidades dos moradores, para que sejam apenas beneficiados, assim
como toda a região e cidade.

Um ponto a ser estudado a fundo é o que tange a sustentabilidade. Além de ser


tema de estudo e necessidade mundial, é uma forma de diminuir impactos e
gastos. Por se tratar de um projeto executado por órgãos governamentais, o
custo tanto de cada processo, quando do pós, é de grande complexidade, uma
vez que o objetivo é não precisar mais tratar daquele local específico.

2. REFERENCIAL TEORICO
Conforme Urbel (2011) 19% da população de Belo Horizonte está situada em
uma área de risco. Em 2011, foi finalizado uma atualização do diagnóstico da
situação de risco geológico das vilas, favelas e conjuntos habitacionais
populares de Belo Horizonte. Esse diagnóstico mapeou e criou limites em cada
região que apresentava situações instáveis. Desta forma foram feitas
classificações a avaliações do grau de risco (baixo, médio, alto e muito alto). Os
dados obtidos foram publicados na tabela abaixo:
Tabela 1: Nº de edificações em situação de risco alto, muito alto e médio por Regional - 2011
RISCO ALTO RISCO MUITO ALTO
Barreiro 416 02
Centro-Sul 638 --
Leste 351 03
Norte 256 --
Nordeste 362 03
Noroeste 78 --
Oeste 312 08
Pampulha 200 07
Venda Nova 117 --
TOTAL 2.738 23

Ralfo Matos, professor de geografia da UFMG, escreveu um artigo em 2012,


intitulado de “Migração e urbanização no Brasil”, explicando os fatores que
levarão ao processo imigratório, as regiões focos dos imigrantes, além das
consequências deste processo.

Mirlei Fachini Vicente Pereira, professor de geografia na UFV (Universidade


Federal de Viçosa), trata dos processos de urbanização na cidade de Viçosa,
abordando a transição do meio rural para urbano, a expansão das cidades, os
traços da economia e as possíveis formas de tratar os processos de formação
de favelas e periferias.

3. LEVANTAMENTO DE DADOS

Localizado na região de Venda Nova, na capital mineira, o bairro Serra verde é


endereço de 17.150 habitantes, de acordo com o censo do IBGE de 2010.O
bairro Serra Verde teve seu início em meados de 1980, com as ocupações dos
habitantes, porém foi em 1982, a partir de um convênio entre a prefeitura e a
COHAB que iniciaram as obras para a construção de um conjunto habitacional,
no mesmo lugar em que foram conduzidas obras de um distrito industrial, onde
antes havia uma fazenda. Oficialmente, o Distrito Serra Verde existe desde 1993.
Dentro do Distrito Serra Verde, há uma área que foi ocupada entre as ruas
Benedito Gonçalves e Dr. Roberto de Las Casas, que pode ser vista na imagem
abaixo:
Imagem 1: Visão aérea disponibilizada pelo Google Maps ilustrando a localização da área
ocupada

Rua Benedito Gonçalves Rua Dr. Roberto de Las Casas

Há moradias em todo o perímetro destacado e internamente, que deu origem à


comunidade popularmente conhecida como Buracão. Cerca de quatro mil metros
de área ocupados indevidamente, que atrapalha a região em vários fatores,
como acessibilidade ao local, viabilidade dos veículos, além de impedir que seja
construída uma área de lazer, por exemplo.

Poucos metros deste local, há um terreno vazio, sem qualquer ocupação e de


área suficiente para realocar todos os moradores da área invadida, como pode
ser visto na imagem a seguir.

Imagem 2: Visão aérea disponibilizada pelo Google Maps ilustrando a localização da área que
será utilizada para transferência da população
Conforme imagem acima e Anexo I, II, III e IV, é viável e necessário que seja
feita a urbanização neste local. A área vazia possui cerca de vinte e oito mil
metros quadrados, sendo muito além do necessário, e podendo ser aproveitada
para criação de novos ambientes, que irão beneficiar todo o bairro explorado.

Vivem na região ocupada 67 famílias, em construções e condições precárias.

Utilizando a imagem 1 é possível encontrar a disciplina “Cálculo Numérico”


cursada no módulo, onde, traçando uma continuação da área seguindo o plano
cartesiano, seria possível encontrar várias integrais (pequenas áreas tendendo
ao infinito), e calcular, portanto o total da área, subtraindo a que não queremos,
o que resultaria no valor total da área, disponibilizado pelo aplicativo Google
Maps.

3.1 PROCESSOS

Uma vez que os dados foram coletados, o planejamento começa. Este é o


principal processo, uma vez que todos os próximos passos dependerão disso.
Inicialmente é necessário verificar se o local que receberá a população possui
estrutura para isso, tanto de solo quanto de território, como dimensões, acesso,
viabilidade, vias de recebimento dos materiais que serão utilizados.

Em caso de respostas positivas para os itens acima citados, e contando que o


espaço tenha capacidade para receber projetos verticais e horizontais, parte-se
para definir qual a melhor abordagem, levando em consideração o tipo de
população que viverá naquele local, as necessidades a longo prazo, o espaço
utilizado.

O último, e não menos importante, passo, é definir o que será moradia, o que
será lazer. É essencial criar espaço para que crianças consigam aproveitar e
adultos usufruir. Opções como pequenas praças, parques e até mesmo hortas
comunitárias são exemplos de como pode ser utilizada a área.

3.1.1 NOVA ESTRUTURA

Levando em consideração fatores como: cultura, poder aquisitivo, necessidades


dos moradores e manutenção do local construído, a melhor e mais viável
construção é de criar casas agrupadas no estilo de um condomínio, uma vez que
edificações verticalizadas demandariam maior valor para a obra e sua
manutenção futura. As pessoas que ali viverão futuramente, precisam de uma
estrutura simples e barata. A questão, no entanto, é mais complexa, uma vez
que a construção verticalizada possibilitará diversas outras opções no local, uma
vez que o espaço livre será muito maior. Poderia ser construído, por exemplo,
uma creche comunitária, um pequeno posto de saúde, de atendimento ou mais
opções de lazer para toda a comunidade.

As novas residências deverão ser o mais sustentáveis e práticas possível, de


modo que o custo de viver ali seja mínimo. Energia solar, telhados verdes,
janelas panorâmicas, são alguns exemplos do que pode ser aplicado. É
importante, ainda, que as casas sigam um padrão, para que não haja distinção
entre os moradores, o que é comum em periferias.
O terreno que receberá a nova construção é plano, com total segurança para
receber a nova obra e não trazer problemas futuros. Sua localização é
satisfatória para toda a logística de materiais e funcionários.

3.1.2 LAZER E INFRAESTRUTURA

A opção de lazer mais evidente no bairro Serra Verde é o hipódromo, que não
atende a população, principalmente infantil de toda a região. A ideia é que, na
área que será desocupada, seja construída uma pequena praça, arborizada e
com opções de brinquedos fixos para as crianças que vivem nos arredores.

Na área em que será construído o condomínio, também pode ser projetada uma
pequena área para o lazer, completamente verde, com canteiros e projetos em
que a comunidade plante e futuramente possa servir de apoio para sua
alimentação, um estilo de horta comunitária.

3.1.3 LOCOMAÇÃO DOS MORADORES

Como a área em que será construída as novas edificações está vazia, não será
necessário remanejar os moradores enquanto ela ocorre, evitando qualquer
transtorno. Dessa forma, quando tudo estiver pronto, as pessoas poderão se
mudar de maneira definitiva e, em seguida, iniciar a obra da nova praça no local.

4. CONCLUSÃO

É essencial que toda a cidade passe por um controle de áreas ocupadas


indevidamente ou em risco. Muitos acidentes poderão ser evitados, além de
proporcionar qualidade de vida para os moradores das periferias e de fora dela.
Novos empregos serão gerados durante as obras e a população entenderá que
viver em comunidade não precisa ser um problema.

O custo das obras deve ser estudado, porém o custo benefício certamente será
vantajoso, uma vez que não haverá mais problemas com riscos em chuvas, por
exemplo.
ANEXOS
ANEXO I

ANEXO II

ANEXO III

ANEXO IV
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FERREIRA, João Sette Whitaker. São Paulo: o mito da cidade-global. São Paulo:
Fauusp, 2003.

DE CASTRO, Henrique Rezende. A Região Metropolitana na federação brasileira:


estudo do caso de Londrina, Paraná. 2006. Tese de Doutorado. Universidade Federal
do Rio de Janeiro.

DE CAMARGO NEVES, Izabella Maria Zanaga; DA CUNHA, José Marcos Pinto.


Urbanismo, demografia e as formas de morar na metrópole: um estudo de caso da
Região Metropolitana de Campinas. Cadernos Metrópole. ISSN (impresso) 1517-
2422;(eletrônico) 2236-9996, v. 12, n. 23, 2010.

KORIN, Thaís; MOURA, Rosa. Metropolização e governança urbana: relações


transescalares em oposição a práticas municipalistas. GEOUSP: Espaço e Tempo
(Online), n. 16, p. 17-30, 2004.

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