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Introdução
O presente trabalho tem como tema: evolução do sistema judicial moçambicano. Nele pretende-
se analisar: influencia ou papel dos tribunais comunitários no sistema jurídico moçambicano;
papel dos tribunais comunitários no sistema jurídico moçambicano; papel da unidade técnica da
reforma legal em Moçambique.
1.1.Objectivos
1.1.1.Objectivo geral
Analisar a evolução histórica do sistema judicial em Moçambique.
1.1.2.Objectivos específicos
Analisar a Reforma legal em Moçambique aplicada após a independência e explicar sua
função.
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Compreender a natureza de constituição dos Tribunais comunitários e sua função.
– de 1992 a 2004, a criação de uma organização judiciária do Estado de Direito, com a separação
dos tribunais comunitários; – o período que se inicia com a recente revisão constitucional, de
Novembro de 2004, é o do reconhecimento do pluralismo jurídico e da criação de um sistema
integrado de Justiça, com o objectivo de tornar a justiça mais próxima, mais acessível, mais
eficiente, mais transparente e ao serviço da cidadania, da democracia e do desenvolvimento.
3.1.Conteúdo da Reforma
O Presidente do Tribunal Administrativo constitui, no seio do próprio Tribunal, um grupo de
trabalho para estudar as modalides da Reforma do Contencioso Administrativo - chamado
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"Grupo de Trabalho da Reforma Legal", abreviadamente “Grupo de Trabalho” - presidido pelo
juiz titular da Primeira Secção e constituido por juízes conselheiros da Primeira Secção do
Tribunal Administrativo, do Assessor do Presidente do Tribunal Administrativoe de um
Professor da Faculdade de Direito da Universidade Eduardo Mondlane.
O Grupo de Trabalho decidiu estabelecer, no início da sua actividade, os princípios que deviam
nortear o seu trabalho e a sequência das tarefas a realizar, no dia 11 de Novembro de 1997,
(CISTAC , Gilles , História do direito processual administrativo contencioso moçambicano).
Após ponderar as várias soluções de técnica legislativa, optou-se por elaborar um Anteprojecto
de Lei de Bases do Sistema de Administração da Justiça – no qual se consagram os princípios
gerais e as bases fundamentais de um sistema de justiça plural e integrado, que aproveite as
potencialidades normativas e de solução de litígios existentes na sociedade moçambicana –,
completado pelos anteprojectos de Lei Orgânica dos Tribunais Judiciais, de Lei Orgânica dos
Tribunais Comunitários e de Lei do Acesso à Justiça e ao Direito. As inovações propostas podem
agrupar-se em cinco grandes áreas:
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b) A criação de um sistema de controlo do funcionamento, da qualidade do sistema de
justiça e da avaliação do desempenho dos tribunais
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da avaliação do desempenho dos tribunais. Consideremos detalhadamente cada
uma dessas áreas.
O projecto viria a ser aprovado pela Assembleia da República no dia de 12 de Abril de 2001.
(CISTAC , Gilles , História do direito processual administrativo contencioso moçambicano).
4.Tribunais comunitários
Após os acordos de paz de 1992, foram criados os Tribunais Comunitários pela Lei nº 4/92 de 6
de Maio, que se seguiu à reforma da organização judiciária, concretizada pela Lei Orgânica dos
Tribunais Judiciais, de 1992 (Lei nº 10/92 de 6 de Maio), emanada no âmbito da Constituição de
1990 que introduziu o multipartidarismo e reconheceu sem reservas os direitos políticos,
estabelecendo o princípio da estrita legalidade.
No processo de constituição e funcionamento dos tribunais comunitários, intervêm os tribunais
judiciais para o controlo e a validação dos resultados eleitorais na eleição dos juízes, na formação
do pessoal do tribunal comunitário e na avaliação das competências para os casos que lhes são
incumbidos.
Igualmente, os Tribunais Comunitários articulam-se com outras instâncias do sistema informal
de justiça, na avaliação das medidas tomadas se não atentam contra a Constituição e as demais
leis e nas autoridades comunitárias buscam as boas práticas locais e delas obtêm informações
necessárias sobre os litigante.
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Os Tribunais Comunitários articulam-se também com as Procuradorias no processo de educação
jurídica e na prevenção de conflitos. Igualmente, na sua actuação, os tribunais comunitários
articulam-se com outras formas alternativas de resolução de conflitos nas comunidades, como
sejam:
4.1.Função
A Constituição da República estabelece no número 2 do artigo 223 que podem ser criados os
tribunais comunitários como uma espécie de tribunais distintos dos demais tribunais, facto que
pressupõe uma orgânica e actuação própria desta instância de resolução de conflitos na nossa
sociedade, (Salimo, 2011:4).
Por outro lado, o nº 5 da Lei nº 24/2007 de 20 de Agosto, Lei de Organização Judiciária define
os Tribunais Comunitários como instâncias não judiciais de resolução de conflitos.
A Procuradoria do Distrito;
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As representações da Ordem dos Advogados e do Instituto Nacional de Patrocínio e
Assistência Jurídica;
Nos termos do respectivo anteprojecto de Lei Orgânica, estes tribunais tem a competência para
todo o tipo de conflitos, à excepção daqueles em que estejam em causa princípios e normas
constitucionais ou de contencioso administrativo, ou cujo valor da causa seja duas vezes o salário
mínimo nacional, digam respeito à capacidade das pessoas, à validade ou interpretação de
testamento, à adopção e à dissolução de casamento civil ou, ainda, em matéria criminal,
relativamente a crimes de natureza pública ou sempre que o pedido de indemnização cível
exceda duas vezes o salário mínimo nacional, (Trindade, 2010).
Das decisões proferidas pelos tribunais comunitários caberá sempre recurso para o tribunal
judicial de distrito competente, e o recurso poderá ser interposto oralmente ou por escrito pelos
interessados, sem necessidade de patrocínio jurídico. O julgamento destes recursos está sujeito
aos mesmos critérios de equidade, bom senso e justa composição dos litígios, sendo vedado ao
juiz decidir de acordo com critérios de legalidade.
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5.Conclusão
Feita a analise do trabalho conclui-se que a lei que cria estes tribunais serve para a “promoção do
acesso à justiça e ao direito, a dinamização e consolidação de uma justiça de proximidade, a
prevenção dos conflitos, o reforço da estabilidade social e a valorização, de acordo com a
Constituição, das normas, regras, usos, costumes e demais valores sociais e culturais existentes
na sociedade moçambicana”. Com base no que foi instituído pela lei, entendemos haver motivos
suficientes para o alargamento das competências para conferir mais autoridade a essas instâncias
judiciais.
A evolução da organização judiciária desde a independência até aos dias acompanha, em termos
gerais, a evolução do próprio sistema político e da ordem jurídico-constitucional de
Moçambique.
Os tribunais tem a competência para todo o tipo de conflitos, à excepção daqueles em que
estejam em causa princípios e normas constitucionais ou de contencioso administrativo, ou cujo
valor da causa seja duas vezes o salário mínimo nacional, digam respeito à capacidade das
pessoas, à validade ou interpretação de testamento, à adopção e à dissolução de casamento civil
ou, ainda, em matéria criminal, relativamente a crimes de natureza pública ou sempre que o
pedido de indemnização cível exceda duas vezes o salário mínimo nacional,
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6.Referências Bibliográficas
Artigos
Anteproposta da lei de bases do sistema de administração da justiça. consultado em
https://www.legal-tools.org/doc/a9f701/pdf/ no dia 8 de Maio de 2019.
Legislação
Br (1992) Lei nº 04/92 de 6 de Maio, ¨ Lei Orgânica dos Tribunais Judiciais”. I Série no 19,
Imprensa Nacional: Maputo.
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Indice
1.Introdução .................................................................................................................................... 1
1.1.Objectivos ................................................................................................................................. 1
4.1.Função ....................................................................................................................................... 6
5.Conclusão..................................................................................................................................... 8
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