INFORMATIVO TÉCNICO DO SEMIÁRIDO - ISSN: 2317-305X

GRUPO VERDE DE AGROECOLOGIA E ABELHAS

A importância do planejamento estratégico

José Ozildo dos Santos
Diplomado em Gestão Pública (UNINTER) e mestrando em Sistemas Agroindustriais (UFCG)
E-mail: ozildoroseliasolucoes@hotmail.com
Rosélia Maria de Sousa Santos
Diplomada em Gestão Pública (UNINTER) e aluna especial do Curso de Mestrado
em Sistemas Agroindustriais (UFCG)
E-mail: roseliasousasantos@hotmail.com
Patrício Borges Maracajá
Prof. D.Sc. UFCG/CCTA Pombal PB
E-mail: patriciomaracaja@gmail.com

Resumo: Trata-se de uma revisão de literatura que tem por objetivo mostrar a importância do planejamento estratégico
para as organizações empresariais. A estratégia está relacionada à arte de utilizar adequadamente os recursos físicos,
financeiros e humanos, tendo em vista a minimização dos problemas e a maximização das oportunidades. No mundo
atual, diante das complexidades produzidas pelo processo de globalização, o planejamento estratégico tornou-se
indispensável a qualquer empresa, independentemente do setor em que atua e o mesmo vem sendo visto como a única
forma para tornar uma organização mais competitiva. Por essa razão, tal metodologia vem recebendo uma grande
atenção e sendo objeto de discussão em vários setores, tanto no meio acadêmico como no empresarial. Através do
planejamento empresarial empresa avalia o ambiente dentro do qual ela operará e desenvolve estratégias para alcançar o
objetivo pretendido. Nesse tipo planejamento estratégico, os gestores indicar a direção, o curso que a empresa tomará
nos próximos anos. Além de fortalecer o trabalho em equipe, aumentando a capacidade organizacional e mobilizando os
esforços na consecução dos objetivos compartilhados, o planejamento estratégico resume-se numa excelente ferramenta
para a mudança organizacional, oportunizando um significativo aprendizado aos gestores da organização. Pode-se
concluir que o planejamento estratégico é essencial à sobrevivência de qualquer empresa, assegurando um mínimo de
visão global e ação, a partir de uma definição adequada de suas finalidades (objetivos e metas), coerentes com os
objetivos e as estratégias traçadas.

Palavras-chave: Organizações Empresariais. Planejamento Estratégico. Contribuições.

The Importance of Strategic Planning

Abstract: This is a literature review that aims to show the importance of strategic planning for business organizations.
The strategy is related to the art of properly utilizing physical, financial and human resources, in order to minimize
problems and maximize opportunities. In today's world, faced with the complexities produced by the globalization
process, strategic planning has become indispensable to any company, regardless of the sector in which it operates and
it has been seen as the only way to make an organization more competitive. For this reason, such methodology has been
receiving a great deal of attention and being the subject of discussion in several sectors, both in the academic and in the
business environment. Through business planning the company evaluates the environment within which it will operate
and develops strategies to achieve the intended objective. In this type of strategic planning, managers indicate the
direction, the course that the company will take in the coming years. In addition to strengthening teamwork, increasing
organizational capacity, and mobilizing efforts to achieve shared goals, strategic planning is an excellent tool for
organizational change, providing significant learning for managers. It can be concluded that strategic planning is
essential to the survival of any company, ensuring a minimum of global vision and action, from an adequate definition
of its objectives (objectives and goals), consistent with the objectives and strategies outlined.

Keywords: Business Organizations. Strategic planning. Contributions.

1 Introdução conceituado como um processo, desenvolvido para o

Na atualidade, as empresas enfrentam um grande
problema: não sabem distinguir a diferença entre planejar
e ‘estrategiar’. Planejar é programar, selecionar os
objetivos para a organização, e não apenas descobrir.
Para Oliveira (2002), o planejamento pode ser
alcance de uma situação desejada de um modo mais
eficiente, eficaz e efetivo, com a melhor concentração de
esforços e recursos pela empresa.
No contexto da gestão empresarial, planejar
significa pensar antes de agir, pensar sistematicamente,
com método. Assim, numa ação de planejamento analisa-
 José Ozildo dos Santos; Rosélia Maria de Sousa Santos & Patrício Borges Maracajá
se as possibilidades, as perspectivas, as vantagens e
desvantagens, propondo-se objetivos. Por essa razão, o
planejamento é a ferramenta para pensar e criar o futuro,
porque proporciona uma visão ampla que serve como
suporte das decisões de cada dia.
Segundo Silva (2001, p. 89) o planejamento “é a
parte fundamental da administração, e tem suas origens
nas mais remotas civilizações, desde o momento em que o
homem precisou realizar tarefas e organizar recursos
disponíveis”.
A etapa inicial do planejamento deve ser o
levantamento de dados para conhecimento do ambiente de
atuação. Depois, devem ser determinados os objetivos e
definidas as ações a serem desenvolvidas.
Os meio selecionados para se conquistar as metas
traçadas recebem o nome de estratégias, que seriam o
conjunto de decisões fixadas num plano processo
organizacional, que integra missão, objetivos e seqüência
de ações administrativas num todo interdependente.
Informa Motta (1997) que a palavra estratégica
possui origem no grego e servia para designar a função
administrativa do generalato.
Nesse sentido, o estrategista seria comandante
militar que formulava e projetava as manobras necessárias
à consecução de um fim específico. No sentido comum, a
referida palavra, adquire o significado de habilidade,
traduzindo-se em esperteza e artimanhas.
O presente artigo tem por objetivo promover uma
abordagem sobre a importância do planejamento
estratégico.
2 Revisão de Literatura
2.1 Planejamento e estratégias: Conceitos
A estratégia está relacionada à arte de utilizar
adequadamente os recursos físicos, financeiros e
humanos, tendo em vista a minimização dos problemas e
a maximização das oportunidades.
Em termos empresariais, Chiavenato (1991),
define estratégia como sendo a mobilização de todos os
recursos da empresa no âmbito global visando atingir
objetivos a longo prazo.
Afirma Henderson (1998) que estratégia é a busca
deliberada de um plano de ação para desenvolver e ajustar
a vantagem competitiva de uma empresa. Para qualquer
empresa, esta busca é um processo interativo que começa
com o reconhecimento de da própria organização e o que
possui.
Contudo, observa Ohmae (1998) que a estratégia
não pode vir em primeiro lugar em uma organização.
Primeiro deve vir a atenção total às necessidades dos
clientes e como a organização responde a estas
necessidades.
Em síntese, a estratégia da empresa consiste do
conjunto de mudanças competitivas e abordagens
comerciais que os gerentes executam para atingir o
melhor desempenho da empresa. A estratégia, em
verdade, é o planejamento do jogo de gerência para
reforçar a posição da organização no mercado, promover
a satisfação dos clientes e atingir os objetivos de
desempenho.
2.2 Tipos de planejamentos empresariais
INTESA (Pombal - PB - Brasil) v. 7, n. 1, p. 228-233, jan - dez de 2013
De acordo com Lunkes (2003), o planejamento
empresarial pode ser dividido em três tipos distintos como
se observa a seguir:
a) Planejamento estratégico: é um planejamento de
longo prazo, freqüentemente de cinco ou mais anos.
b) Planejamento tático: tem a finalidade de
otimizar parte do que foi planejado estrategicamente.
c) Planejamento operacional: tem a finalidade de
maximizar os resultados da empresa aplicados em
operações de determinado período.
Através do planejamento empresarial empresa
avalia o ambiente dentro do qual ela operará e desenvolve
estratégias para alcançar o objetivo pretendido. Nesse tipo
planejamento estratégico, os gestores indicar a direção, o
curso que a empresa tomará nos próximos anos.
Por outro lado, o planejamento tático tem um
alcance temporal mais curto em relação ao planejamento
estratégico. Enquanto que aquele engloba uma linha de
produtos, o tático faz um planejamento específico para
melhorar o resultado de uma área específica. Já o
planejamento operacional geralmente é de curto e médio
prazo e envolve decisões mais descentralizadas, mais
repetitivas e de maior reversibilidade.
2.3 Planejamento estratégico - PES
No mundo atual, diante das complexidades
produzidas pelo processo de globalização, o planejamento
estratégico tornou-se indispensável a qualquer empresa,
independentemente do setor em que atua e o mesmo vem
sendo visto como a única forma para tornar uma
organização mais competitiva. Por essa razão, tal
metodologia vem recebendo uma grande atenção e sendo
objeto de discussão em vários setores, tanto no meio
acadêmico como no empresarial.
Informa Motta (1997), que o planejamento
estratégico apareceu numa época em que a visão
predominante na teoria administrativa era, ainda, a de
explorar ao máximo as dimensões da gerência para
dominar as ambigüidades que surgiam no meio ambiente.
Essa visão valorizava métodos racionais para produzir
maior eficiência e eficácia na antecipação de mudanças.
Para Kurcgant (1991), o planejamento estratégico
constitui-se de planos de longo alcance, estabelecidos ao
nível mais global, que visam à implantação de estratégias
que serão executadas e detalhadas ao nível tático.
Existem inúmeras definições para o termo
planejamento estratégico.
Andion e Fava (2002, p. 27), define-o como sendo:
[...] um importante instrumento de gestão para as
organizações na atualidade. Constitui uma das
mais importantes funções administrativas e é
através dele que o gestor e sua equipe estabelecem
os parâmetros que vão direcionar a organização da
empresa, a condução da liderança, assim como o
controle das atividades.
O planejamento estratégico é uma ferramenta da
administração construída a partir da visão empreendedora
dos seus líderes. Com ele e através dele, é possível definir
da missão da organização e avaliar as conseqüências do
desenvolvimento das ações estabelecidas como metas.
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Kotler (1992) define o planejamento estratégico
como o processo gerencial de desenvolver e manter uma
adequação razoável entre os objetivos e recursos da
empresa e as mudanças e oportunidades de mercado.
O planejamento estratégico é o processo de gestão,
através do qual a organização constrói o cenário em que
atua, identifica suas oportunidades e ameaças, produzindo
diretrizes estratégicas que orientem o cumprimento de sua
missão e garantam a sua continuidade.
Rasmussen (1990) buscando uma definição para o
planejamento estratégico, afirma que o mesmo significa
planejar o futuro perante as limitações psicológicas e
físicas e os pontos fortes e fracos de uma organização,
considerando as alterações do comportamento do
macroambiente referentes aos segmentos econômicos,
políticos, tecnológicos, sociais, ecológicos, legais,
geográficos, demográficos e, principalmente,
competitivos.
Assim sendo, o planejamento estratégico se volta
para o alcance de resultados, através de um processo
contínuo e sistemático de antecipar mudanças futuras,
tirando vantagens das oportunidades que surgem,
examinando os pontos fortes e fracos da organização,
estabelecendo e corrigindo cursos de ação a longo prazo.
Acrescentam Andion e Fava (2002, p. 27) que:
[...] O objetivo do planejamento é fornecer aos
gestores e suas equipes uma ferramenta que os
municie de informações para a tomada de decisão,
ajudando-os a atuar de forma pró-ativa,
antecipando-se às mudanças que ocorrem no
mercado em que atuam.
Analisando a citação acima, constata-se que o
objetivo do planejamento estratégico é orientar e
reorientar os negócios e produtos da empresa, de modo
que gere lucros satisfatórios.
Por sua vez, o planejamento estratégico pressupõe
a necessidade de um processo decisório que ocorrerá
antes, durante e depois de sua elaboração e
implementação na instituição. A essência do
planejamento estratégico é produzir as estratégias
necessárias para permitir à organização navegar, com
sucesso, em mares de águas turbulentas, ventos fortes,
enfrentando tempestades e tormentas.
Destaca Lunkes (2003, p. 121) que:
Uma das funções essenciais do planejamento
estratégico é facilitar a coordenação das várias
atividades da empresa, para que os objetivos
estabelecidos sejam alcançados, ao invés de
somente controlar objetivos departamentais ou
divisionais. Para que os resultados sejam efetivos,
toma-se necessário que sejam fixados objetivos
para cada seção gerencial da empresa com um
mesmo procedimento metodológico, de modo que
as decisões e os dados possam ser organizados
num sistema de informação apropriado e facilite a
verificação dos resultados, podendo, ao mesmo
tempo, corrigir possíveis falhas.
Analisando a citação acima, percebe-se que o
planejamento estratégico procura dar um senso de direção
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à empresa, identificando objetivos, táticas e metas que
permitam a organização mensurar o seu desempenho na
intenção de alcançar o objetivo final proposto.
Meyer Júnior e Lopes (1988) afirma que o
planejamento procura cumprir as seguintes funções:
a) apoiar o processo decisório;
b) trazer maior racionalidade às decisões na
organização,
c) orientar as ações na organização.
No entanto, o planejamento estratégico não é um
instrumento para se criar estratégias, mas para
operacionalizar estratégias que já foram criadas por outros
meios. Ele proporciona um conjunto de iniciativas que
permitem a empresa manter a estabilidade ou ganhar uma
nova posição, apesar das descontinuidades, ameaças
inesperadas e mudanças surpreendentes, que,
freqüentemente, surgem no cenário empresarial.
Informa Gracioso (2001), que o planejamento
estratégico se apresenta com duas dimensões essenciais:
a) Está voltado para o ambiente externo e visa
conciliar a dinâmica do mercado com os recursos da
empresa;
b) Procura estimular o raciocínio estratégico em
todos os níveis da empresa.
É oportuno destacar que quando executado de
maneira correta e com o comprometimento de toda a
empresa, o planejamento estratégico pode trazer uma série
de benefícios para as organizações.
Independente da empresa, o plano estratégico deve
ser simples, flexível e realista. Ele deve inicialmente
enumerar as tarefas principais e acompanhá-las, definir os
diferentes domínios de atividades e as pessoas
responsáveis por cada uma delas e, enunciar os princípios
de base que irão orientar as atividades centrais dos
negócios.
Por outro lado, acrescenta Oliveira (2002), que o
planejamento estratégico pode:
a) Permitir que a empresa responda com mais
rapidez aos desafios do mercado e dos concorrentes;
b) Forçar a uma análise detalhada sobre os
ambientes interno e externo das empresas;
c) Identificar as áreas da empresa que requerem
maior atenção, com vistas futuro desejado;
d) Facilitar eventuais mudanças organizacionais
durante a execução das ações;
e) Envolver e direcionar os esforços de uma
empresa na busca de objetivos e metas;
f) Facilitar a tomada de decisões e a alocação de
recursos;
g) Possibilitar maior consenso e
comprometimento;
h) Permitir maior interação da empresa com o
meio ambiente;
i) Transformar a empresa reativa em pró-ativa;
j) Possibilitar melhores resultados operacionais;
l) Agilizar o processo orçamentário.
Dentre os principais pontos a serem considerados
no processo de elaboração do planejamento estratégico
estão o exame detalhado da empresa, do mercado e da
concorrência. A identificação dos recursos e sua
disponibilização em prol dos objetivos de negócios da
empresa constitui o maior desafio dos dirigentes.
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Assim, o processo de elaboração do planejamento
estratégico começa pelo estabelecimento do negócio, da
identificação da visão corporativa, da missão da empresa,
dos seus objetivos e do perfil das vendas.
Segundo Matos e Chiavenato (1999), o
planejamento estratégico apresenta as seguintes
características fundamentais:
a) O planejamento estratégico está relacionado
com a adaptação da organização a um ambiente mutável;
b) O planejamento estratégico é orientado para o
futuro;
c) O planejamento estratégico é compreensivo;
d) O planejamento estratégico é um processo de
construção de consenso;
e) O planejamento estratégico é uma forma de
aprendizagem organizacional.
Na elaboração desse planejamento deve-se realizar
um diagnóstico1 da situação atual, abrangendo, segundo
Mintzberg (2004), os seguintes aspectos:
a) análise dos ambientes externo e interno;
b) definição da estrutura dos processos de gestão
de produtos, de planejamento de marketing e de
comunicações;
c) estabelecimento do modelo comercial,
segmentação de clientes e canais utilizados;
d) estruturação dos processos de inteligência para
o negócio;
e) definição dos processos de gestão de vendas
implantados e indicadores de resultados.
Em síntese, definidos os propósitos, a real
capacidade de investimentos e os planos de expansão em
análise, as empresas devem ajustar o modelo comercial de
modo de tal forma que a segmentação de mercado e a
política de canais de vendas sejam considerados.
De acordo com Oliveira (2002), o planejamento
estratégico apresenta as seguintes vantagens:
a) identifica áreas que exigem decisões e garante
que a devida atenção lhes será dispensada, tendo em vista
os resultados esperados;
b) estabelece um fluxo mais rápido de informações
importantes para os tomadores de decisões e que sejam as
mais adequadas para o processo;
c) facilita a mudança organizacional durante a
execução dos planos estabelecidos, através de uma
comunicação aprimorada e adequada;
d) procura o envolvimento dos vários elementos da
instituição para os objetivos, desafios e metas, através do
direcionamento de esforços;
e) facilita e agiliza o processo de tomada de
decisões;
f) facilita a alocação dos recursos na instituição;
g) possibilita maior consenso, compromisso e
consistência;
h) cria alternativas gerenciais;
i) possibilita o comportamento sinérgico das várias
unidades organizacionais;
j) possibilita à empresa manter maior interação
com o ambiente;
1
O diagnóstico corresponde à primeira fase do processo de
planejamento estratégico, mostrando a real situação da
instituição quanto aos seus aspectos internos e externos. Ele
deve ser integrado, contínuo e sistêmico.
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l) incentiva e facilita a função de direção na
instituição;
m) transforma a instituição reativa em instituição
proativa;
n) facilita e desenvolve um processo
descentralizado de decisão na instituição;
o) cria situações em que os administradores da
instituição se sentem obrigados a se afastarem das
atividades rotineiras;
p) incentiva a utilização de modelos
organizacionais adequados aos diversos contextos
ambientais atuais e futuros;
q) orienta o desenvolvimento de outros
planejamentos, a nível tático ou operacional;
r) possibilita a obtenção de melhores resultados
operacionais;
s) fortalece e agiliza o processo orçamentário.
Durante muito tempo, o planejamento estratégico
foi visto como uma técnica empresarial para dar direção
aos esforços das organizações. Dissertando sobre o
processo histórico dessa metodologia, Hartmann (1999)
afirma que durante a maior parte do século XX, o
planejamento estratégico fez parte do núcleo do
pensamento gerencial e que muitas vezes, havia um
departamento inteiro dedicado a ele. No entanto, o
planejamento foi adaptado e aperfeiçoado, transformando-
se no que parecia ser uma ciência precisa.
Assim, ao longo de seu processo histórico, o PES
adquiriu um aspecto ainda mais técnico. E, em sua
elaboração, passou-se a utilizar uma grande variedade de
ferramentas analíticas, objetivando-se fazer o diagnóstico
organizacional e, em seguida, elaborar o caminho
necessário para se chegar onde se planeja chegar.
No entanto, é importante registrar que alguns
aspectos do planejamento não conseguem ser explicados
utilizando-se somente a racionalidade e a análise. Pois tal
metodologia também envolve aspectos intuitivos
intangíveis, que são muito importantes para sua
elaboração.
Mintzberg (2004) afirma que existe uma distinção
entre planejamento estratégico e pensamento estratégico.
Enquanto o primeiro refere-se a uma programação
estratégica caracterizada por articular e elaborar
estratégias e visões já existentes, o segundo, ao contrário,
se refere a uma síntese que combina intuição e
criatividade, resultando numa perspectiva integrada ou
uma visão de direção não necessariamente articulada.
Com base nas afirmações de Mintzberg (2004),
pode-se perceber que o pensamento estratégico refere-se a
uma sensibilização humana na organização, representada
por insights ou experiências pessoais, ou mesmo a
capacidade de síntese dos executivos, indicando uma nova
visão ou caminho a ser seguido pela organização.
Destaca Ohmae (1998), que nos negócios o
objetivo do estrategista é trazer as condições mais
favoráveis para o seu lado, julgando precisamente o
momento certo de atacar ou se retirar, analisando sempre
os limites da suas decisões. Nesse contexto, além do
hábito de análise, o estrategista precisa ter flexibilidade e
elasticidade para apresentar soluções realistas para
situações em mudança.
No entanto, um dos maiores desafios da gestão
empresarial é saber combinar o tempo, as habilidades do
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planejador com as informações e o conhecimento dos
gerentes para garantir que o processo de formulação de
estratégias seja adequado para a organização.
Mesmo sendo uma ferramenta eficiente, o PES
também apresenta limitações. E, um de seus maiores
problemas é que através dele não há como prever o
futuro. Por isto, o planejamento estratégico acaba sempre
sendo conservador, projetando práticas atuais no futuro e
ignorando a forma pela qual as inovações estão
constantemente alterando as regras do jogo
(MICKLETHWAIT; WOOLDRIDGE, 1998).
2.4 Análise do ambiente
A atividade de análise do ambiente é a principal
etapa do processo estratégico, indicando que as variáveis
ambientais devem ser constantemente examinadas pela
empresa.
Certo e Peter (1993, p. 35), afirmam que a análise
do ambiente consiste, exatamente, em “monitorar o
ambiente organizacional para identificar os riscos e as
oportunidades presentes e futuras, que possam influenciar
na capacidade da empresa em atingir objetivos”.
Por sua vez, a análise do ambiente deve fornecer
aos administradores informações adequadas para reflexão,
sendo que elas devem ser obtidas de todos os níveis do
ambiente organizacional e a análise dessas informações
deve estabelecer a relevância destes níveis ambientais e
das várias questões estratégicas para a organização.
De acordo com Vasconcelos Filho (1982, p. 61):
As variáveis do ambiente interno à empresa,
normalmente conhecidas por forças e debilidades,
representam os pontos fortes e fracos em relação à
missão. São exemplos destas variáveis, capacidade
de produção, qualidade, tempo de produção, nível
de satisfação das pessoas, qualificação profissional
dos funcionários, etc. O que impacta o
cumprimento da missão é estratégico para a
empresa. Meios de obtenção e oferecimento,
quantidade e qualidade de materiais, matérias-
primas, pessoal, dinheiro, tecnologia, são
exemplos de itens estratégicos, que irão determinar
o nível de eficácia que a empresa conseguirá em
suas operações.
Como a empresa atua em um ambiente turbulento
e de mudanças descontínuas, o processo que melhor
atende à necessidade de estabelecimento de melhores
diretrizes e planos que garantam o cumprimento da
missão e assegurem a continuidade da empresa é o
planejamento estratégico.
Analisando o ambiente os administradores obtêm
informações relevantes sobre eventos que ocorrem fora da
empresa a fim de guiar o seu curso de ação futuro. Dessa
forma, os administradores são chamados a considerar e
inter-relacionar de maneira significativa uma grande
quantidade de fatores externos, onde a quantidade de
dados disponíveis é imensa e a confiança neles é
freqüentemente questionável.
Na visão de Tavares (2000, p.147):
INTESA (Pombal - PB - Brasil) v. 7, n. 1, p. 228-233, jan - dez de 2013
A gestão estratégica implica na definição do
escopo de negócio e na análise, no nível do
ambiente externo, das forças macroambientais, dos
relacionamentos e do ambiente competitivo. No
nível interno, consiste no desenvolvimento da
visão e da missão na aquisição das competências
distintivas, no desenvolvimento de competência
distintivas, no desenvolvimento de valores e
políticas, na definição de estratégias e objetivos e
em sua implementação e controle mediante a
adequação do modelo organizacional.
Uma unidade de negócio precisa monitorar as
forças macroambientais, ou seja, as forças demográficas,
econômicas, tecnológicas, políticas, legais, sociais e
culturais, e também os atores microambientais
importantes, como os consumidores, concorrentes, canais
de distribuição e fornecedores.
Assim sendo, é importante que os dirigentes de
empresa mantenham-se informados sobre as variáveis
externas, que vão influenciar a atuação da empresa e
quando possível procurar interferir no comportamento e
evolução dessas variáveis.
É preciso considerar que, em muitos casos, as
empresas não necessitam de sistemas complexos para
monitorar informações ambientais. Assim, é necessário
identificar formas adequadas às necessidades particulares
de cada empresa, até mesmo no que diz respeito à
necessidade de estruturação do processo.
Explicam Andion e Fava (2002, p. 33) que:
O monitoramento ambiental fornece elementos
essenciais para que o gestor determine o rumo a
ser seguido pela organização. Este rumo é
explicitado através das diretrizes organizacionais
formadas pela missão, pela visão e pelos objetivos
da empresa.
A importância do monitoramento ambiental está
no fato de a organização impreterivelmente interagir com
o seu ambiente, podendo seu desempenho ser
influenciado por ele de maneira relevante. Considerando
isso, pode-se dizer que o processo estratégico tem como
objetivo melhorar essa interação. Pois, pode fornecer
informações necessárias para a empresa se relacionar de
maneira mais coerente com seu ambiente. No entanto, o
processo estratégico precisa ser realizado de tal modo que
considere atividades contínuas de observação das
variáveis ambientais no tocante às suas modificações.
Em síntese, o monitoramento do ambiente externo,
através da busca contínua de informações nas variáveis
encontradas fora da organização, é um instrumento útil
para conhecimento do ambiente em que a organização se
insere e fundamental para uma gestão estratégica.
3 Considerações Finais
O planejamento é um processo administrativo que
vem ganhando significativa importância nas últimas
décadas, principalmente, em virtude do ambiente
econômica está caracterizado por descontinuidades e
turbulências. Estes fatores têm levado as organizações há
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buscarem respostas condizentes para atender as
exigências produzidas nos cenários atuais.
Nessa busca, vem-se privilegiando o planejamento
estratégico contínuo, visando obter um controle maior das
situações. Tal metodologia envolve um questionamento
sobre o que poderá ocorrer no futuro para se tomar
decisões mais seguras e soluções de longo alcance.
Visto como uma ferramenta que pode ajudar a
gerar melhorais significativas no desempenho
organizacional, o planejamento estratégico encoraja os
gestores na tomada de decisões. Ele auxilia as
organizações a formular e socializar suas intenções
estratégicas, fazendo com que os gestores cumpram
melhor os seus papéis.
Além de fortalecer o trabalho em equipe,
aumentando a capacidade organizacional e mobilizando
os esforços na consecução dos objetivos compartilhados,
o planejamento estratégico resume-se numa excelente
ferramenta para a mudança organizacional, oportunizando
um significativo aprendizado aos gestores da organização.
É oportuno ressaltar que a análise do material
bibliográfico selecionado para fundamentar permitiu
concluir que o planejamento estratégico é essencial à
sobrevivência de qualquer empresa, assegurando um
mínimo de visão global e ação, a partir de uma definição
adequada de suas finalidades (objetivos e metas),
coerentes com os objetivos e as estratégias traçadas.
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