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Comentário PG Excerto Referência em outra obra

Durkheim está interessado em isolar 205


aspectos da vida religiosa comum a
toda humanidade, e de toda
manifestação religiosa. Esses
elementos, invariantes, deve ser
captado na religião mais simples,
isso porque será mais fácil isolar
estes aspectos elementar, pois, em
religiões desenvolvidas esses
elementos estão camuflados em
outras atividades, ficando incerto
separá-los.
Nenhuma instituição humana se 206
baseia na mentira e falsidade, por
isso a religião não pode ter por base
esses postulados. A religião de
modo geral, tem relações com a
realidade existencial, dando
respostas aos fenômenos exteriores.
Se houver erro geralmente é na
justificativa do fiel que exprime
mais suas sensações do que a
concepção da instituição social. A
religião dar respostas ao homem, se
há duração certamente não tem
mentira ou falsidade.
Durkheim justifica a escolha da 206
religião primitiva, objeto de estudo,
por sua condição simples que
ajudará na explicação dos aspectos
elementares da vida religiosa, e sua
evolução na história. Essa postura se
apoia nas descobertas da evolução
biológica, quando a descoberta da
célula unicelular trouxe nova luz aos
estudos.
A filosofia manteve a pergunta sobre 208
a natureza da religião; cabe a
sociologia pelo método empírico
experimental responder. O aspecto
elementar das religiões se baseia nas
representações e no seu ritual.
Compreender e explicar os
elementos elementar da vida
religiosa é frutífero em seu modo
simples, ou seja, primitivo.
Durkheim esclarece o que entende 210
por origem das instituições, sendo
diferente do “começo absoluto”
como algo espontâneo. Seu objetivo
é compreender os elementos
essenciais que formaram a religião.
Portanto, saber quando originou é
algo impraticável ao rigor científico,
mas a ciência pode estudar as causas
que originaram determinado
fenômeno ainda atuante, já que, suas
causas ainda permanecem, embora
de forma complexa.
As categorias são representações 212
religiosa/social quem tem ligações
com a realidade coletiva. O tempo,
como categoria social, para ser
conhecido precisa ser diferenciado,
visto além de uma homogeneidade.
Esse quadro social é abstrato e se é
social será impessoal, podendo ser
usado coletivamente.
A tese central do objeto de estudo 212
secundário de pesquisa, é que as
representações religiosas/sociais
exprimem realidade coletivas; e os
rituais são maneiras de agir, manter
ou reformar estados mentais. Essa é
a conclusão.
As representações categoriais 213
surgem pela classificação da
diferença, e mesmo sendo uma
construção abstrata as
representações/categorias tem
relações com fatos objetivos,
podendo ser a organização social do
grupo. Assim, a categoria mesmo
abstrata não surge puramente, existe
uma ligação com a realidade, a
organização social. Referente ao
religioso sua ligação é com o totem.
Ora o aspecto social também é o 214
demiurgo de outras noções além do
espaço. A noção de identidade, base
do conhecimento científico e social,
surge como uma variação entre
grupos sociais.
O apriorismo (racionalismo), da 216
qual Durkheim demonstra certa
simpatia, tem dois fundamentos
superposto, o ideal (pensamento) e o
real (prático). Numa passagem
posterior, Durkheim irá responder
sobre o antagonismo dessas duas
ordens propondo outra explicação
daquela kantiana. Em outra obras,
sociologia e filosofia, Durkheim
antecipa naquele opúsculo a
discussão aqui feita. Naquele
momento a discussão se baseia no
fato moral, que traz a obrigação, mas
não só ela, também está incluído na
regra moral a desejo de cumprir. Na
nota de rodapé Durkheim diz porque
não qualifica o apriorismo como
inatismo; ele não o faz porque
considera ser um aspecto
secundário, seu interesse no
apriorismo é em construir
conhecimento sem precisar recorrer
a sensibilidade empírica, podendo
pela razão construir conhecimento
impessoal e universal.
O reino social está dentro do império 218
natural. O conhecimento produzido
socialmente também revela em certo
sentido o mundo natural. É por isso
que na nota de rodapé, Durkheim,
coloca a teoria sociológica como
intermediária entre o empirismo
(natureza, sensibilidade) e o
apriorismo clássico (razão),
significa dizer, que estudará a
natureza social explicando-a pela
razão de maneira impessoal.
As formas comuns à vida religiosa 221
são: sagrado/profano, alma, espírito,
personalidade mítica, divindade
nacional, culto negativo, ritos,
oblação.
Para os estudiosos da religião 222
o ritual é a tradução exterior de
sentimentos internos da natureza
contingente, por isso desprezaram, e
focaram nas crenças. No
entendimento do fiel praticante, a
religião não exprime conhecimento
ou faz pensar, o que eles sentem é
um agir que auxilia a viver. A fé o
sentimento que impulsiona não cria
e nem aumenta a qualidade da
natureza humana, mas a libera. O
local de viver a fé é o culto (ritual)
em que o fiel sempre recorre para
resolver seus problemas, pondo em
ação atos regulamente repetido,
tornando esse ritual uma instituição
social.
Durkheim diz que a religião não 223
pode ser explicada pelo argumento
do fiel, pois, este, explica por sua
sensação que é variável, gerando
uma incerteza na explicação. A
religião, enquanto objeto de estudo,
só se explica por representações
conceituais. Mas o objeto ele é
exterior, está nos atos, e é social
quando esse ato é um agir comum.
Se a religião em seu aspecto ritual
impõe atos, agir comum duráveis, a
religião é a base das principais
instituições humanas. Tudo porque
ela exprime a qualidade de agrupar o
coletivo, podendo se pensar e
objetivar na própria prática ritual.
Os ritos são agir repetitivos, aos 224
observar parecem até mecânicos,
mas isso é só uma aparência exterior
por detrás existem complexas
operações mentais.
A religião é explicada pela 225
organização social, seu substrato.
Mas como se verá adiante o ideal
não é epifenômeno da organização
social, existe um independência.
Mesmo a sociedade se baseando
num ideal sua transparência com a
organização social põe na ideia o
mal e o ruim, seja deus o mal ou o
antideus. Ao modo religioso o real é
ideal.
O estado de efervescência social é o 226
ser sociedade em sua existência, se
criando e recriando, dando ao
homem suas categorias fazendo ô
pensar por suas próprias qualidades
espirituais. Essa efervescência
social são momentos de ajuntamento
coletivo, somente nesses momentos
o ser social se manifesta podendo ter
consciência de si mesmo.
A sociedade, esse Ente, torna 227
possível a personalidade individual,
somente na sociedade o fenômeno
individualidade foi possível. Mas
compreender o que é a sociedade é
preciso entender o meio em que ela
surge, o seu real, que está na
organização social.
O indivíduo é resultado da vida 228
coletiva.
Durkheim ao considerar a sociedade 230 Para Berger e Luckmann a
um ente pontua sua manifestação construção dos fatos social, ou
pela coletividade tendo uma força melhor, das instituições sociais é
criativa. Porém, não é um simples uma criação humana tornando-se o
aglomerado que faz manifestar o mundo social e por sua vez cria o
social, ou em outras palavras homem esse ser social. A própria
desencadear uma efervescência estrutura social seria construída
social. É preciso a fusão, ou melhor, pelo homem vivendo em
a síntese sui generis das sociedade, havendo um
consciências e emoções. No passado movimento circular gerativo.
a atividade religiosa despertou o Durkheim tem fortes....
social; em breve, no futuro, o
homem conhecerá outra forma
coletiva do social surgir e se criar,
recriar, para além do culto religioso.
Durkheim diz, haver uma ligação 231
entre religião e ciência, em ambos
existem as mesmas bases de
preocupação (explicar a natureza, o
homem e a sociedade), as operações
mentais são as mesmas,
classificando e sistematizando. As
bases logicas, também, são as
mesmas, ao construírem categorias
impessoal e universal, apesar da
ciência fazer um refinamento
protocolar na produção do
conhecimento. O conflito entre
religião e ciência não se assenta na
rivalidade de conhecimento geral,
mas antes numa área especifica: a
alma.
No decorrer do desenvolvimento 232
social a religião abre mão das
funções cognitivas e intelectuais.
Mas o reino da alma ainda é seu
campo de atuação, resistindo e
dificultando a ciência penetrar no
fenômeno religioso e moral. Ou seja,
a religião abandona a maior parte
dos objetos a ciência, lutando para
manter sua hegemonia nos assuntos
da alma e da moral. Assim o conflito
é limitado, não existindo um
antagonismo acirrado. Para a
religião manter suas formas básicas
que é o culto e a fé é preciso
justificar a si mesma para se
conservar. Essa justificativa vem da
função especulativa, não no sentido
dogmático, mas da especulação
teórica apoiada na ciência.
O tipo de especulação teórica da 233
justificação religiosa parte da
ciência e vai além; mas mantém uma
ligação com o passado quando se
apoia na sensação e sentimento
deixando de lado o aspecto da razão
lógica científica. Mas a religião não
chega a desafiar a ciência, mas parte
desta.
A diferença entre o conceito lógico 234
e a ideia geral é: o primeiro é uma
construção da razão, o outro é o
resultado das percepções e
sensações.
O conceito é resistente a mudança, 235
isso porque não é vulnerável as
sensações. O uso do conceito é
comum na língua corrente, cada
palavra é um conceito; e também, o
conceito é usado na ciência, tendo
apenas diferença de grau.
O conceito tem sua concentração na 236
língua que é algo coletivo, então
afirmar, que o conceito é uma
elaboração coletiva é acertado. E por
ser uma elaboração coletiva o
conteúdo ultrapassa o individual,
seja na experiência transmitida, seja
pelo acúmulo do conhecimento.
O conceito por ser uma 237
representação coletiva atravessa o
tempo, acumulando em si o
conhecimento de gerações e se
transformando a cada geração
quando é enriquecido. Seu uso
particular tem influência da
sensação, podendo haver falhas na
comunicação. Esse conceito é a
lógica formal baseada na
impessoalidade e estabilidade,
características fundamentais da
verdade.
As noções tipos é a sociedade 238
(intersubjetividade) em operações
mentais do conceito. A criação do
conceito seja qual for sua origem
sempre manterá uma ligação com a
realidade, e seu conhecer é a
expressão da verdade em categoria
do objeto, pois é impessoal e
universal, não podendo variar. Mas
se o conceito evoluiu foi justamente
no uso da ciência, que o produz por
um método controlado. O conceito
comum tem o controle da
experiência própria. Assim, a
diferença se mantém de grau entre
conceito comum e conceito
cientifico.
* é preciso ter claro que o uso do
conceito lógico no senso comum é
uma criação do social, não existe
conceito feito pelo indivíduo
comum, aquilo que ele faz é ideias
gerais de suas percepções e
sensações. Quando o indivíduo cria
conceito é geralmente no método
científico, quando é possível
conceber em ver de perceber.
Mais uma vez Durkheim defende a 240
impessoalidade e estabilidade do
conceito, que seu conteúdo é
conceber os objetos tirando seu
“substrato” que também é social, por
exemplo: categoria gênero – grupo
humano/ categoria tempo – ritmo
social/ categoria espaço – espaço
ocupado pela sociedade/ categoria
causalidade – força coletiva, força
eficaz. O objeto de referência na
categoria corresponde a algo amplo
para ser universal e gerar
entendimento entre os homens.
A abrangência do conceito 241
categorial é a totalidade, porque seu
objeto é abrangente, desta forma, a
experiência individual não tem
condição de impor e nem conceber
uma categoria totalizadora, muito
por causa das limitações físicas e
cognitivas.
A sociedade constrói suas categorias 243 Desta maneira o pensamento de
de maneira lógica. Essas categorias Durkheim, de fato está no meio
exprime ter consciência de si termo entre apriorismo e
mesma, no sentido de conceber sua empirismo. A representação
organização e os objetos que coletiva não é um nominalismo, no
mantém relação. qual os universais são construções
puramente do espirito, ele existe de
* ter consciência de si mesmo.
fato, e as representações mantém
Muito próximo da definição
referência, sendo ideal e real ao seu
fenomenológica, quando o sujeito
modo.
reflete sobre sua abstraindo sua
experiência do real tornando uma
ideia pura. Seria interessante
aprofundar essa análise de
Durkheim e Husserl.
Mesmo a sociedade tendo como 243
substrato de suas categorias os
objetos (sua organização e relação)
sua representação não está livre de
subjetividade, equívoco, que
precisam ser depurados. Tanto aqui
como no fato moral, Durkheim frisa
que a sociedade não é perfeita em
toda sua inteireza.
O desenvolvimento da conceituação 244
social se livra de sua própria
subjetividade, quando tem origem
uma nova vida social que é
internacional, mas se havia antes
uma referência na organização
social agora é puramente lógica.
Tanto a ciência como a religião e a 244
moral se baseia no conceito
concebido, impessoal, universal,
negando a sensibilidade, até certo
graus, pois, o conceito se realiza no
fenômeno empírico, mantendo uma
relação no ser, não existindo um
puro antagonismo, mas uma
complementação necessária.

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