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Eusébio da Silva Ferreira conhecido no mundo futebolistico como “Pantera

Negra” nasceu a 25 de Janeiro de 1942, no bairro de Mafala atual


Maputo, Moçambique. Os seus pais, Laurindo António da Silva Ferreira e Anissabeni
Elisa passaram por dificuldades, o que fez com que a infância de Eusébio fosse difícil.
Quando Eusébio tinha 8 anos, o seu pai faleceu. Eusébio entrou para a primária com seis
anos, com pouca apetência para o estudo, os seus momentos de alegria chegavam
quando jogava à bola. As bolas era de trapos, papel ou de meias e as balizam
improvisavam-se com pedras.
Foi neste contexto que Eusébio começou a desenvolver as suas competências para o
jogo.
Quando tinha 11 anos conheceu Chico, um vendedor de cautelas, fanático por futebol.
Chico seguia de perto os jogos dos miúdos de Mafala e teve a ideia de organizar uma
equipa com uma espécie de seleção de miúdos do bairro.
A equipa ganhou o nome de “Os brasileiros” e Eusébio teve a honra de receber como
alcunha “Cid”, o craque brasileiro daquela altura.
Aos 11 anos de idade foi prestar provas ao “O Desportivo”, mas foi recusado, devido a
um suposto problema no joelho. Contudo Eusébio não desistiu de realizar o seu sonho,
e resolveu tentar noutro clube.
Seguiu-se assim, o Sporting Lourenço Marques, clube onde prontamente foi aceite. Ao
serviço da filial do Sporting Clube de Portugal, Eusébio alinhou em 44 jogos oficiais,
alcançando a inacreditável soma de 77 golos.
O seu potencial fez com que o seu nome começasse a ser ouvido noutras paragens. O
São Paulo chegou a observá-lo, sob indicação do ex-internacional canarinho José Carlos
Bauer, mas acabou por perder o interesse. Bauer havia ficado tão impressionado com
Eusébio, que falou com Bela Guttmann que treinava o Benfica, e tinha sido seu treinador
em São Paulo, recomendando que contratasse o jogador.
Iniciou-se depois uma tremenda luta entre os rivais de Lisboa pela contratação do
jogador. Um funcionário do Benfica fez Eusébio embarcar num avião com uma
identidade falsa, para conseguir ludibriar o Sporting.
Assim que souberam que Eusébio já se encontrava em Portugal, os responsáveis pelo
Sporting duplicaram a oferta que o Benfica havia feito à mãe do jogador. Como resposta,
os dirigentes encarnados resolveram esconder Eusébio, num hotel de Lagos, no Algarve,
durante uma semana, até que o contrato fosse oficializado. Eusébio tornou-se assim
jogador do Benfica, em troco de 250 contos.
O seu primeiro jogo com a camisola das águias foi um amigável contra o Atlético,
disputado no Estádio da Luz, a 23 de Maio de 1961. Eusébio marcou três dos quatro
golos da equipa.
Estreou-se oficialmente pelo Benfica no dia 10 de Junho de 1961, num jogo contra o
Belenenses. A sua equipa venceu por 4-0 e Eusébio marcou um golo. Pouco depois,
durante a pré-temporada o Benfica defrontou o Santos, onde pontificava Pelé, na final
do torneio de Paris.
Ao intervalo, os brasileiros venciam por 4-0 e Guttmann resolveu colocar Eusébio em
campo. Apesar do Santos ter ampliado para 5-0, Eusébio conseguiu fazer um hatrick e
conquistar uma grande penalidade que seria desperdiçado por Torres. Apesar da
derrota, por 5-3, seria Eusébio iria estar em destaque na imprensa internacional pela
sua prestação.
Pouco tempo depois surgiu a sua primeira internacionalização. Derrota por 4-2 contra
o Luxemburgo, tendo contudo marcado um golo.
No dia 2 de Maio de 1962, o Benfica de Augusto, Águas, Coluna e Eusébio defrontou o
Real Madrid de Di Stefano e Puskas, para a Taças dos Campeões Europeus.
Ao intervalo o Benfica perdia por 3-2, com Puskas em grande destaque a apontar os três
golos. Logo no reatamento, o Benfica fez o empate, através de um golo de Coluna.
Eusébio marcaria mais dois, fazendo o 5-3 final. O Benfica sagrou-se assim bicampeão
da Europa e Eusébio tornou-se “Rei”, uma das alcunhas pela qual seria conhecido ao
longo da sua carreira. No final do jogo, Eusébio conseguiu a camisola de Di Stefano, o
seu grande ídolo.
Com 22 anos, a Juventus e o Real Madrid fizeram-lhe ofertas milionárias, superiores a
25 mil contos. O Benfica terá então falado com o Presidente do Conselho de Estado,
António de Oliveira Salazar, pedindo a sua intervenção.
Como resultado, Salazar chamou Eusébio dizendo-lhe que não poderia sair de Portugal,
porque era património do Estado (lol). Já retirado do futebol, Eusébio lamentou várias
vezes esta decisão, que o impediu de alcançar outra condição económica.
Na sequência desta decisão, Eusébio foi ainda enviado a cumprir o serviço militar. Mas
até na tropa continuou a fazer aquilo em que se notabilizara: marcar golos. Pela seleção
militar disputou 12 jogos, marcando 9 golos.
Em 1965, foi eleito Melhor Futebolista Europeu do Ano, pela reputada France Football.
Chegou o Mundial de 1966 em Inglaterra, competição que projetou Eusébio para a
imortalidade. No Mundial, Eusébio marcou 9 golos, tornando-se o melhor marcador da
competição e ajudando de forma decisiva a que Portugal alcançasse o terceiro lugar.
Para a história ficaram jogos como a vitória por 3-1, sobre o Brasil de Pelé, num jogo a
que assistiram 62 mil pessoas. E claro, o jogo contra a Coreia do Norte, nos quartos-de-
final. Aos 14 minutos de jogo, os coreanos já venciam por três bolas a zero, mas
um Eusébio do outro mundo apontou 4 golos, conseguindo a reviravolta no marcador.
d Pitt
José Augusto ainda faria o quinto, para a seleção das Quintas. Portugal acabou
afastado por Inglaterra, nas meias finais, mas o mundo do futebol nunca mais
esqueceria a prestação do “Pantera Negra“.
A carreira de Eusébio poderia ter alcançado ainda maior brilhantismo, mas foi
condicionada por 6 operações ao joelho esquerdo e por uma operação do joelho direito.
Apesar das dolorosas recuperações, Eusébio nunca deixou de jogar.
Jogou no Benfica até 1975, tendo somado títulos: 11 campeonatos, 5 taças de Portugal,
1 Taça dos Campeões Europeus, 3 taças Ribeiro dos Reis e 9 taças de Honra. Após deixar
o Benfica, continuou a jogar durante cinco temporadas, passando pelos clubes: Rhode
Island Oceaneers (Estados Unidos da América), Boston Minutemen (Estados Unidos da
América), Monterrey (México), Beira-Mar (Portugal, Toronto Metros-Croatia (Canadá),
Las Vegas Quicksilvers (Estados Unidos da América), New Jersey Americans (Estados
Unidos da América), União de Tomar (Portugal) e Buffalo Stallions (Estados Unidos da
América).
Ao serviço da seleção Portuguesa somou 64 internacionalizações, registando 41 golos.

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