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Aula 5
08-04-2019
Hoje vamos falar de attachments, de que forma é que podemos unir a prótese removível à
prótese fixa e o que é que normalmente utilizamos para unir uma coisa à outra.
Porque é que temos de unir a prótese removível à prótese fixa? Por norma, os pacientes
quando vêm, ou vão a uma disciplina ou vão a outra (na faculdade estão separadas) e acaba
por ser um pouco mau porque temos de associar uma coisa à outra e quando associamos
convém que estejamos a trabalhar em paralelo.
Por exemplo, temos um paciente que vem fazer duas coroas e essas mesmas coroas servem
de pilares para a futura prótese removível, neste caso interessa-me, enquanto paciente está
na fase de tratamento, fazer a impressão definitiva sobre as coroas definitivas mas o ideal
seria conseguir fazer uma impressão pick up daquelas coroas que o paciente ia cimentar, ou
seja, não me interessa que o médico cimente as coroas na fixa e a seguir venha para a
removível fazer a impressão porque se fizermos a impressão sobre as coroas já cimentadas o
grau de precisão pode ser fraco e não conseguir ter rigor suficiente para por exemplo fazer
uma coroa fresada (coroa que tem no seu seio os talhes para a prótese esquelética). Então o
ideal é as coroas virem para o laboratório com a impressão para serem corridas a gesso e
assim o modelo para enceramento já tem as coroas que vão servir de pilares. A adaptação vai
ser muito mais precisa.
Exceção – sempre que temos dentes inferiores o que acontece é que se temos duas
selas livres grandes (e nós sabemos que na mandibula o prognóstico da reabilitação é
sempre pior, temos uma reabsorção maior, temos rebordos tão côncavos que não têm
aquela sela onde a prótese assenta e não mexe muito, temos grandes mobilidades) e o
paciente tem dois dentes pilares adjacentes à sela muito destruídos e temos de fazer
coroas, só que fazer só uma coroa de cada lado quando a sela é extensa não faz
sentido. O que vai acontecer? Quando a prótese assentar no dente pilar vai trazer a
coroa atras cada vez que houver afundamento na sela. Então às vezes temos de
farolizar mais um dente para que sejam dois dentes do mesmo lado a segurar a sela
atrás, ou seja, nem sempre colocamos só por necessidade, mas também porque
precisamos de dar resistência ao complexo.
→ Estabilidade
→ Retenção
Temos pacientes que aparecem com os dentes já muito desgastados da vida e temos
áreas de retenção muito ínfimas em que fazemos um esqueleto metálico e o esqueleto
sai porque não tem áreas retentivas. Se vamos construir uma coroa, que é a parte fixa
da prótese combinada e consigo desenhar a retenção onde queremos então vamos ter
o maxilo de estabilidade e o máximo de retenção porque fui eu que escolhi onde eu
queria meter a retenção e não foi o dente que me a deu.
→ Comodidade – Quando um paciente passa a língua uma coisa é sentir “dois corninhos”
de abraçam os dentes, e muitas vezes e de forma incorreta o laboratório enviam-nos
esqueléticas com montagem de dentes que têm o braço retentivo e o reciproco e
entretanto em vez do braço retentivo parar na área retentiva ele passa para a distal do
dente e os pacientes queixam-se quando passam com a língua, se os ganchos estão
ambos na partes distal a parte retentiva do gancho retentivo não está no sitio certo
devia estar abaixo do equador. Isto para vos dizer que o paciente com prótese
combinada não sente os ganchos, não fica comida retida debaixo dos ganchos, é muito
mais comodo.
→ Estética – Muitas vezes os pacientes quando tem dentes um pouco restaurados ou não
gostam da estética optam por fazer coroas para mascarar os ganchos, portanto para
não os colocar. Porquê? Porque existe a hipótese de colocar o elemento retentivo no
seio das coroas e deixamos de ter os braços a abraçar os dentes. Claro que existe uma
diferença entre a cerâmica (fixa) e o acrílico (removível) mas esta conjugação vai
disfarçar bastante bem a esquelética.
→ Coroas Frezadas
Definição: Fundidas em metal (ou metalo-cerâmica), fundidas com espessura
suficiente para que no seio do metal se possam criar ombros, sedes para apoios e
planos de inserção, tornando os pilares mais eficientes. Os talhes que surgem
durante a fundição são determinados quando se executa o enceramento da coroa.
São coroas que já têm no seu seio calhas onde vão encaixar os ganchos da prótese. O
paciente quando passa a língua não sente o sob contorno do gancho, claro que pode
sentir uma ligeira ondulação que será a transição entre a coroa e o gancho e em
termos de placa bacteriana vai ser mais fácil de controlar e consequentemente temos
menor probabilidade de cárie.
Exemplo:
Agora, claro que a coroa foi colocada porque era um dente que estava debilitado e
então aproveitou-se que se tinha de fazer uma coroa e uma esquelética para construir
a coroa fresada. É nestes casos que eu vos digo que se nós sabemos que existe um
dente que precisa de uma coroa a ideia será fazer a coroa, faz-se os passos todos e o
paciente usa a provisória, no ultimo diz faz a prova, ajusta a oclusão, confirma tudo,
não cimenta a definitiva mas sim a provisória e faz a impressão pick-up ou seja a
impressão definitiva para a esquelética com a coroa fresada no material.
→ Coroas Telescópicas
Definição: São coroas metálicas, em geral fundidas, colocadas em dentes vivos ou
não, e nas quais vai encaixar outra coroa fixa à PR, conjugando simultaneamente
todas as funções de um gancho, sem que se veja qualquer braço.
A coroa telescópica é algo que está na boca e que não temos o esqueleto a encaixar lá,
mas está por cima é como se o paciente não tivesse dentes.
O facto de manter uma ou duas, o paciente sabe perfeitamente que quando estiver a
mastigar a prótese não vai dançar tanto, especialmente no sentido horizontal porque
está entalada. O ideal seria sempre manter uma raiz em cada quadrante, mas depende
sempre da disponibilidade do paciente.
Atualmente já sabemos que manter estas três raízes seguida não nos dá vantagens
nenhumas, a coroa do meio podia sair, dificulta a higiene e não podemos fazer isto
desta maneira, é uma imagem antiga.
Agora uma coisa que não faz sentido é fazer isto quando o paciente tem extrusão
óssea. Quando olhamos para o paciente e já se vê muita gengiva então até é desejável
que haja reabsorção se não vai se ver a transição entre a prótese total e o resto. Se
temos dois dentes posteriores muito destruídos não me interessa mante-los vou tira-
los porque se não a prótese total vai vir normal e nessa zona vai com o plano a descer
para ir apanhar os dentes que me interessou manter por retenção mas que
esteticamente me iam prejudicar imenso, por isso só mantemos quando faz sentido.
Podem ser de várias formas. Nós podemos ter sobre os cotos que estão na boca duas
capas de metal e porque o metal, porque o metal vai selar o coto, podem ser vários
tipos de metal e as de ouro são as mais duras, mas também as mais caras, ou então
podemos simplesmente restaurar o dente. Qual é a desvantagem? É mais vulnerável a
infiltração de cárie. A maior parte dos pacientes não tem esse dinheiro ou não quer
gastar e nesses casos quando mantemos uma raiz mantemos para dar retenção e
estabilidade à prótese, mas restauramos apenas.
R: A prótese sobre raízes vai ser parecido. A única diferença é o tamanho daquilo que você
deixa. A prótese sobre raízes você tira tudo até ao nível da gengiva. A coroa telescópica é a
raiz com uma parte coronária que vai ser o coto. A prótese sobre raízes como ela é a
direito acaba por dar retenção e estabilidade de uma forma indireta porque permite que o
osso não reabsorva. As coroas telescópicas para além dessa retenção ainda dá um extra.
Nota Coroas telescópicas em ouro são mais dúcteis e quando o brunimos ele adapta-
se super bem à cavidade e por isso este tipo de restaurações não tem infiltração
marginal quase nenhuma.
Ainda em relação à forma elas podem ser quadradas podem ser cilíndricas
dependendo da estrutura que têm por baixo, há que aproveitar o máximo de estrutura
possível e obviamente fazer com que isto caia no interior do dente e não numa ameia
por exemplo. Se fosse numa ameia de dois dentes íamos ter de gastar a ameia para
conseguir meter lá o nosso dente. Portanto dentes mal posicionados tem de ser
extraídos ou pelo menos cortadas as coroas para manter só a raiz.
→ Coifas Simples
Definição: Peças fundidas para proteção de raízes colocadas sob a prótese (PSR).
Poderá ou não ter um espigão associado. Funcionam sobretudo como apoios
oclusais, tornando as PR mais confortáveis.
Estas coifas simples também podem ser de vários tamanhos, podem ser recobertas em
metal, se forem dentes desvitalizados podemos fazer um falso coto e depois por cima
tem um género de pionés cimentado ou então se o paciente não tem dinheiro tiramos
um bocadinho do compósito que está no canal e fazemos nós uma capa com
compósito ou com amalgama se for posterior. O ideal é fazer sempre uma espécie de
falso coto.
→ Attachments
Definição: Dispositivos utilizados para reter as Próteses Removíveis, em substituição
do gancho extra coronário. É sempre constituído por pelo menos dois elementos, um
macho outro fêmea, um ligado à estrutura dentária e o outro à prótese, articulando
um com o outro com maior ou menor precisão.
Imaginem o que é ter dois implantes em baixo ou ter dois dentes e o paciente tinha
uma prótese por cima e cada vez que fala a prótese anda para cima e para baixo não é
confortável porque não a consegue segurar mas se tiver ali duas molinhas quando
estiver a falar isso já não vai acontecer a prótese não se movimenta e é muito mais
comodo.
Sempre que há uma condição económica favorável que permita fazer dois implantes é
o ideal para uma prótese inferior. Se não for possível, o facto de colocar um
attachment vai dar muito mais retenção e estabilidade à prótese do paciente.
Neste caso temos duas calhas do lado direito onde vão encaixar dois braços e um
implante do lado esquerdo que vai dar uma retenção extra, a prótese vai ser mais
estética porque não tem ganchos por vestibular e vai ter boa retenção e estabilidade.
O paciente funciona quase como se tivesse só uma prótese fixa na boca.
R: São higienizáveis e devem ser limpas pelo paciente. Isto está mais à frente, mas uma das
coisas que o paciente nunca deve fazer é comer sem a prótese porque se come sem a
prótese a comida vai ficar retida na calha e o paciente nem com um palito consegue tirar.
Por isso tem de comer com a prótese, para higienizar retira e faz bochecho. Funciona como
uma prótese removível a única diferença é a melhor estabilidade e retenção em boca.
✓ Maior custo
✓ Preparos dentários – tem de seguir determinados critérios
✓ Necessidade de endodontia – há casos em que se queremos colocar um
attachment intra coronário temos de o desvitalizar
Indicações
✓ Estética
✓ Casos de PPR dentomucosuportada e dentosuportada
✓ Casos PPF complexas
Contra-indicações
Classificação do Attachments
Segundo a Construção
Precisão
Semi-precisão
Os de precisão são aqueles que já vem pré-fabricados, há uma máquina que faz vários
e nós vamos escolher o attachment que melhor se adequa ao tamanho, altura e
largura da coroa que queremos fazer. Isto é embutido na coroa quando estão a
confecionar a coroa, vamos deixar espaço para esta calha, mas que já vem feita. Tem
muito menos erros e distorção. Se tivermos de fazer esta calha através de um padrão
de cera pelo método da cera perdida há muito maior risco de haver deformação no
procedimento, o que significa que depois a prótese vai ter mais tendência a ter de
sofrer ajustes para ser encaixada na boca. A vantagem é que conseguimos construir ao
tamanho que queremos e não temos de estar agarrados a uma coisa que já existe em
termos de tamanhos.
Os de semi-precisão podem ser fechados ou abertos. O facto de ser fechado faz com
que ele entre e saia, permite o entrar e sair da prótese na coroa, mas não permite mais
nenhum tipo de movimento. É só inserção e desinserção. Aqui está indicado para
prótese dento suportada porquê? As classes 3 são aquelas próteses que nós colocamos
só num determinado eixo, entra e sai. Se eu tiver uma sela livre eu quero que ela entra
e saia claro mas também quero ter alguma resiliência para que quando eu mastigo a
prótese afunde na sela mas não leve o dente atrás, então ai optaria por aquilo que se
chama de um aberto que me permite entrar e sair e algum tipo de movimento.
Segundo a Localização
Intra coronário
Podemos colocá-lo dentro do dente e estes são aqueles que muitas vezes estão nas
classes 3 porque já vimos nas classes que são selas livres precisamos de algum tipo de
movimentação. Têm a desvantagem de ter de se desvitalizar o dente para
conseguirmos agarrar o nosso attachment.
Extra coronário
Desvantagens
Aqui quais são as suas desvantagens? Já vimos a higiene e para higienizar esta
zona, reparem o que é ter uma coroa no pré-molar inferior e ter uma coisa destas
para trás nós temos sempre de ensinar o paciente a fazer uma higiene por baixo da
attachment e aqui sim há acumulação de comida especialmente se comer sem a
prótese e acumular comida ali depois vai ter dificuldade em tirá-la mas é muito
mais difícil tirar comida num intra coronário do que num extra coronário.
Aqui é um tipo de attachment diferente, não é uma
calha, o que está aqui é um buraco e há um pino na
prótese que vai encaixar naquela posição e vai
permitir algum tipo de movimento. Portanto isto será
um attachment extra coronário aberto.
Estas imagens são para vos mostra que há várias formas. Aqui é uma bolinha, esta
calha tem uma ranhura que vai encaixar naquela bolinha. Há uns que são mais
prolongados para trás e tudo tem haver com o desenho da coroa. Se for feito em
laboratório é de semi-precisão porque pode haver alguma coisa que corra mal.
Na imagem acima temos uma coroa farolizada e depois tem um attachment extra
coronário aberto para permitir que haja movimento. Na coroa temos o que vai
encaixar ali, por norma o que vai encaixar é o macho e a fêmea neste caso está na
coroa, mas pode acontecer também ao contrário. Pode estar em baixo uma bola e
o que vai encaixar está na prótese que vai ser colocada em cima.
Extraradicular e Intraradicular
Segundo a Retenção
Friccional
Mecânica
Friccional e Mecânica
Magnética
As forças oclusais são dirigidas para o dente pilar, o fulcro de rotação está na raiz do
dente pilar, com elevada carga introduzida durante a mastigação.
Uma coisa rígida é uma coisa fechada que só permite a entrada e a saída.
Vão diminuir o efeito de torque sobre os dentes pilares aumentando a carga sobre o
rebordo alveolar. Favorecem a reabsorção óssea.
Já vimos que sempre que não queremos lesionar os dentes pilares especialmente os
inferiores nós fazemos união ou farolização de mais do que uma coroa pomos um
attachment que tem de ser extra coronário e esse attachment se for um ruptore de
pressão melhor significa isso que vai permitir alguma resiliência.
Basicamente é colocar umas borrachas em vez de ser metal contra metal que é rígido
vai ter uma borracha que vai ajudar a fazer um bocadinho mais de pressão. Isto vai
garantir uma maior resiliência. A cada 6 meses verificamos as borrachas. Se estiver
gasta é só troca-la ou fazer rebasamento da sela se for necessário.
Orientações ao paciente
✓ Ensino da inserção e remoção da prótese
✓ Não morder a prótese na inserção pode levar à quebra do attachment
✓ Não comer sem a prótese
✓ Uso de jatos de água para auxiliar a limpeza
✓ Visitas periódicas
✓ Importância da higiene oral
Conclusão
Quando nós falamos em attachments temos de perceber se temos um dente que está
doente ou se temos um dente que está são. Se é um dente que está ligeiramente
móvel queremos um attachment aberto para partilhar com o resto dos dentes que
estão na boca pensem assim se for fechado vai ficar pior.
Só podemos reabilitar desta forma se a mobilidade for grau 1 mais que isso não se faz.
Não há nenhum attachment que seja extra coronário totalmente fechado porque
todos eles permitem algum tipo de movimento.
Quanto maior o número de pilares da prótese melhor para o dente onde vou colocar o
attachment.
A altura vertical também vai ditar que tipo de attachment posso colocar para ser intra
coronário tem de ter alguma altura e se eu colocar um attachment que seja alto
demais e o meu dente tem uma coroa clínica pequena não consigo colocar e tenho de
optar por um extra coronário.