DOS SISTEMAS-MUNDO 27 e 28/8: Realização do Evento
Desenvolvimento Econômico e Democracia:
o que esperar do Sistema-Mundo no Século XXI? Comissão Científica Abundância material, liberdade individual e participação efetiva nos destinos da nação podem ser consideradas as três principais promessas da economia-mundo capitalista e também suas maiores vantagens frentes a outros sistemas-sociais, sejam os que lhe antecederam, sejam os que pretendiam Rosângela Vieira – UNESP substituí-lo, como os experimentos socialistas que conhecemos. Contudo, mesmo atualmente, tanto o Desenvolvimento Econômico quanto a Democracia – avaliada pela extensão do sufrágio universal e pelo Eduardo Mariutti - UNICAMP nível de desigualdade – são fenômenos restritos ao Centro do Sistema-Mundo e não se desenvolveram Antonio Brussi – UnB simultaneamente. A ampliação das franquias democráticas nos países do Centro, iniciada com a Revolução Francesa, se deu no século XX, quando esses Estados já contavam com as condições para se Pedro Vieira – UFSC apropriar de grande parte da riqueza gerada na economia-mundo, o que lhes permitiu atender as demandas de suas populações para aumentar sua participação nas decisões políticas e na renda. Esse descompasso entre Desenvolvimento Econômico e Democracia é mais perceptível nos países periféricos que se desenvolveram no século XX: Japão, Coréia do Sul e mais recentemente China. A Apoio Periferia – por exemplo, a África e América Latina – até hoje não experimentaram nem Desenvolvimento Econômico nem Democracia. O Brasil, que pode ser considerado semiperiferia, apresenta um quadro curioso: Entre 1930-80, quando ocorreram as mais altas taxas de crescimento econômico e o país passou da periferia para a semiperiferia, praticamente não houve democracia. Quando esta entra em uma fase de fortalecimento a partir de 1985/88, o crescimento econômico se torna inexpressivo. E nos últimos 2 anos, a própria democracia parece ameaçada. Em suma, Desenvolvimento Econômico e Democracia – os dois maiores atrativos da Economia-Mundo Capitalista – são privilégio de uma pequena parcela da população mundial e não são fenômenos necessariamente interligados. Se esse é o balanço a que se chega após 500 anos de história, o que se pode esperar na atual conjuntura de crise (terminal?) do Moderno Sistema-Mundo? Em sua 12ª Edição, o Colóquio Brasileiro em Economia Política dos Sistemas-Mundo convida pesquisadores a submeterem trabalhos que abordem estas e outras questões a partir de uma perspectiva histórico-mundial. Como sempre, serão sempre bem-vindas contribuições e mesmo críticas à própria EPSM ou que tratem de outros temas e períodos históricos. Realização Mesa especial em Homenagem a Theotonio dos Santos: também serão selecionados trabalhos sobre Grupo de Pesquisa em Economia a vida e obra desse grande intelectual e militante do socialismo e que buscou desenvolver sua própria Política dos Sistemas-Mundo versão de uma interpretação sistêmica.