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 Saúde mental no dia a dia (na moda)

 Passado recente (Segregação, isolamento e tortura)


o Possessão demoníaca
o Doenças incuráveis
o Castigos divinos
o Perigo à sociedade
o Tratamentos agressivos e tortura
o 60 mil mortos aproximadamente no Brasil
 A emoção mais antiga e mais forte da humanidade é o medo, e o mais antigo e
mais forte de todos os medos é o medo do desconhecido.
 Não havia o intuito de promover a emancipação do sujeito, sua autossuficiência,
pois esses eram privados da liberdade e interação social. O que ocorria era a
total alienação e a perda de identidade.
 Nas décadas de 1970-80 no Brasil, ao lado das lutas sindicais, surgiram novos
movimentos sociais que lutavam contra as discriminações ao negro, às mulheres,
aos homossexuais e a outros grupos vulneráveis. Um desses movimentos foi o
Movimento Nacional da Luta Antimanicomial, que se iniciou na década de
1970,
 na década de 70, do Movimento Nacional dos Trabalhadores de Saúde Mental,
formado por associações profissionais. O Sindicato dos Psicólogos, o Sindicato
dos Enfermeiros e o Sindicato dos Assistentes Sociais criam tal Movimento
reivindicando melhores condições de trabalho nos manicômios, a ampliação do
quadro de funcionários e o aumento dos investimentos do setor público na área da
saúde mental. Já em 1986, paralelamente à realização da VIII Conferência
Nacional de Saúde, aconteceu uma plenária nacional dos trabalhadores em saúde
mental, momento em que aquele Movimento Nacional, enfim, foi fundado. E, em
julho de 1987, após a realização da I Conferência Nacional de Saúde Mental, um
grupo de profissionais de vários Estados brasileiros, decepcionado com o fracasso
dos esforços realizados para transformar o modelo da assistência à saúde mental
oferecida no país, investiu na realização do II Congresso Nacional dos
Trabalhadores de Saúde Mental, como necessidade de construir um movimento
social.
 É neste evento, realizado em Bauru-SP, que nasce o Movimento Nacional da Luta
Antimanicomial, com o lema “Por uma sociedade sem Manicômios”, que exigia
que os hospícios fossem substituídos por outras formas de tratamento, capazes de
garantir a dignidade e a liberdade dos usuários dos serviços de saúde mental, com
base nos seus direitos.
 Em 1993, aconteceu o I Encontro Nacional do Movimento da Luta
Antimanicomial, em Salvador - BA, que teve como lema: “O Movimento
Antimanicomial como movimento social”.
 o Movimento se mostra como ator social, fazendo parte da agenda do Estado no
que tange à área de saúde mental. Isso pode ser verificado pela participação e
atuação dos seus integrantes nas conferências de saúde mental, no âmbito local,
regional e nacional, e a partir da implementação de medidas nessa área sugeridas
pelos mesmos
 Dentre as medidas: A reforma psiquiátrica
 A Reforma Psiquiátrica vem tentando substituir o hospital psiquiátrico por uma
rede de serviços diversificados, regionalizados e hierarquizados, orientada não
exclusivamente para uma mera supressão de sintomas, e sim para a efetiva
recontextualização e reabilitação psicossocial da pessoa com um transtorno
mental.
 Nesse percurso, o governo brasileiro vem formulando a Política Nacional de
Saúde Mental, tendo iniciado uma nova perspectiva no ordenamento jurídico do
país no que tange à pessoa com transtornos mentais, com a sanção presidencial à
Lei nº 10.216, em 06 de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos
das pessoas com transtornos mentais e sobre a reformulação do modelo
assistencial em saúde mental. Institui-se, assim, a Reforma Psiquiátrica no
Brasil.
 Assim, como bem sublinha Franco Rotelli (1988, p. 66, apud NICÁCIO, 1989,
p. 100), o trabalho terapêutico que deve ser desenvolvido é um trabalho de
desinstitucionalização, voltado a reconstruir as pessoas como atores sociais, a
impedir seu sufocamento sob o rótulo, o comportamento, a identidade
estereotipada e introjetada que é a máscara que se sobrepõe ao doente.
 Existem modelos de cuidado em saúde mental que substituem o modelo asilar,
como modelos de atenção que visam trabalhar a subjetividade do indivíduo, que
compreendem que a “loucura” é o modo que ele possui para expressá-la. São
instituições que trabalham de maneira emancipatória, envolvendo a interação
social, dando liberdade e incluindo a família. E a grande maioria da população
desconhece esses serviços.
 O CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) é um dos dispositivos da Política
Nacional de Saúde Mental que visam a substituição do modelo asilar. O processo
terapêutico, nos CAPS, é planejado de uma maneira que o indivíduo e sua família
possam se envolver na recuperação e na superação de dificuldades, decorrentes
da condição de saúde mental. Podem ser definidos atendimentos intensivos
(diários), ou semi-intensivo (três vezes por semana), ou não intensivo (semanal).
É um serviço que espera a promoção de saúde mental, priorizando as demandas
das relações diárias como sofrimento às singularidades deste tipo de cuidado,
sendo este serviço articulado às redes de saúde, redes sociais do território e redes
de outros setores.
 Esse modelo utilizado pelos CAPS visa um rompimento com o modelo
manicomial, constituindo um campo multidisciplinar (equipe formada por
profissionais de diversas áreas da saúde), desenvolvendo práticas de inclusão
social. Os CAPS são divididos em: CAPS I, CAPS II, CAPS III, CAPSi (CAPS
infantil) e CAPSad (CAPS Álcool e Drogas).

Atualmente muito se fala saúde mental, está no dia a dia, nas novelas e jornais, na
internet, nos filmes, até mesmo na conversa ,

Em um passado não tão distante, pessoas com transtornos mentais recebiam tratamento
considerado absurdo e obscuro dentro de hospitais psiquiátricos brasileiros. Segundo o
livro “(Colônia) - uma tragédia silenciosa”, homens e mulheres eram submetidos a
condições sub-humanas, perdiam o direito à cidadania e eram amontoados em hospitais
superlotados que usavam de tratamentos violentos que, muitas vezes, resultavam em
morte – os cadáveres eram vendidos para laboratórios de anatomia de universidades. Há
registros de pelo menos 60 mil mortes entre homens, mulheres e crianças em hospitais
psiquiátricos brasileiros.
Além disso, há também casos em que pessoas sem transtornos mentais foram internadas
apenas para serem afastadas do convívio social, por inúmeras razões.

Aloucura já foi compreendida de diversas maneiras ao longo dos séculos: já se pensou


que se tratava de uma possessão demoníaca, já tentaram isolar os “loucos”, mantendo-os
afastados da população, até chegarmos à lógica médica-psiquiátrica de internação. Essa
lógica de manter a pessoa em sofrimento psíquico (um termo mais adequado) sob
constante vigilância e punição foi muito discutido por Michel Foucault em suas obras
‘Vigiar e punir’ e ‘A história da loucura’. Essa lógica contribuiu para a criação dos
manicômios, que davam um tratamento moral aos pacientes, isolando a doença do resto
do sujeito. Enfim, esses “hospitais” se tornaram laboratórios de pesquisas com doenças e
doentes e um espaço de reprodução do saber médico. Na década de 60, essas instituições
eram utilizadas por grupos econômicos para a “fabricação da loucura”, com o interesse
de fomentar a cronificação, mantendo a clientela, ao invés de oferecer um tratamento aos
pacientes.

Inclusive a atual equipe do governo federal já pautaram o possível retorno dessas praticas

O tratamento dentro dessas instituições pode ser considerado como, no mínimo,


desumano e insuficiente. Baseado em medicação, métodos violentos como o
eletrochoque, total descaso com os pacientes, que eram deixados “às traças”, sem
qualquer tipo de cuidado. Não havia o intuito de promover a emancipação do sujeito, sua
autossuficiência, pois esses eram privados da liberdade e interação social. O que ocorria
era a total alienação e a perda de identidade. Viver isolado, com tratamentos cruéis, com
intenso uso de medicamentos — medicamentos são importantes, porém, sozinhos, trazem
mais problemas do que ganhos, podendo levar à dependência — apenas contribuía para a
formação de pessoas dóceis, tornando o trabalho dos funcionários, de vigiar e punir, mais
simples.

Nas décadas de 1970-80 no Brasil, ao lado das lutas sindicais, surgiram novos
movimentos sociais que lutavam contra as discriminações ao negro, às mulheres, aos
homossexuais e a outros grupos vulneráveis. Um desses movimentos foi o Movimento
Nacional da Luta Antimanicomial, que se iniciou na década de 1970, a partir da discussão
acerca das características da assistência psiquiátrica oferecida nos manicômios às pessoas
com transtorno mental no Brasil. Importante ressaltar que, naquele momento, diversos
setores da sociedade brasileira se mobilizavam em torno da redemocratização do país. O
Manicômio se configura como uma instituição total1, e, desde a sua criação revelou-se
como um espaço de violência e arbitrariedade sobre as pessoas que acolhia. A estrutura
manicomial se apresenta como desumana e ineficiente por seus resultados desastrosos,
constituindo-se um lugar de sofrimento e dor, onde os pacientes, sem direito à defesa, são
submetidos a maus tratos, privação de sua liberdade, de seu direito à cidadania e à
participação social.

Nessa seara, cabe assinalar a organização, na década de 70, do Movimento Nacional dos
Trabalhadores de Saúde Mental, formado por associações profissionais. O Sindicato dos
Psicólogos, o Sindicato dos Enfermeiros e o Sindicato dos Assistentes Sociais criam tal
Movimento reivindicando melhores condições de trabalho nos manicômios, a ampliação
do quadro de funcionários e o aumento dos investimentos do setor público na área da
saúde mental. Já em 1986, paralelamente à realização da VIII Conferência Nacional de
Saúde, aconteceu uma plenária nacional dos trabalhadores em saúde mental, momento
em que aquele Movimento Nacional, enfim, foi fundado. E, em julho de 1987, após a
realização da I Conferência Nacional de Saúde Mental, um grupo de profissionais de
vários Estados brasileiros, decepcionado com o fracasso dos esforços realizados para
transformar o modelo da assistência à saúde mental oferecida no país, investiu na
realização do II Congresso Nacional dos Trabalhadores de Saúde Mental, como
necessidade de construir um movimento social.

É neste evento, realizado em Bauru-SP, que nasce o Movimento Nacional da Luta


Antimanicomial, com o lema “Por uma sociedade sem Manicômios”, que exigia que os
hospícios fossem substituídos por outras formas de tratamento, capazes de garantir a
dignidade e a liberdade dos usuários dos serviços de saúde mental, com base nos seus
direitos.

Em 1993, aconteceu o I Encontro Nacional do Movimento da Luta Antimanicomial, em


Salvador - BA, que teve como lema: “O Movimento Antimanicomial como movimento
social”. Esse evento marca a consolidação do Movimento, sendo reafirmados princípios
básicos da sua identidade: independência do aparelho de Estado, compromisso de
transformação social, luta por uma sociedade sem manicômios e caráter não partidário.

Ademais, o Movimento se mostra como ator social, fazendo parte da agenda do Estado
no que tange à área de saúde mental. Isso pode ser verificado pela participação e atuação
dos seus integrantes nas conferências de saúde mental, no âmbito local, regional e
nacional, e a partir da implementação de medidas nessa área sugeridas pelos mesmos. A
aprovação da Lei nº. 10.216/2001, que institui a Reforma Psiquiátrica no Brasil, é um
exemplo disso.

A Reforma Psiquiátrica vem tentando substituir o hospital psiquiátrico por uma rede de
serviços diversificados, regionalizados e hierarquizados, orientada não exclusivamente
para uma mera supressão de sintomas, e sim para a efetiva recontextualização e
reabilitação psicossocial da pessoa com um transtorno mental.
Nesse percurso, o governo brasileiro vem formulando a Política Nacional de Saúde
Mental, tendo iniciado uma nova perspectiva no ordenamento jurídico do país no que
tange à pessoa com transtornos mentais, com a sanção presidencial à Lei nº 10.216, em
06 de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas com
transtornos mentais e sobre a reformulação do modelo assistencial em saúde mental.
Institui-se, assim, a Reforma Psiquiátrica no Brasil.
Assim, como bem sublinha Franco Rotelli (1988, p. 66, apud NICÁCIO, 1989, p. 100),
o trabalho terapêutico que deve ser desenvolvido é um trabalho de
desinstitucionalização, voltado a reconstruir as pessoas como atores sociais, a impedir
seu sufocamento sob o rótulo, o comportamento, a identidade estereotipada e introjetada
que é a máscara que se sobrepõe ao doente.

Existem modelos de cuidado em saúde mental que substituem o modelo asilar, como
modelos de atenção que visam trabalhar a subjetividade do indivíduo, que compreendem
que a “loucura” é o modo que ele possui para expressá-la. São instituições que trabalham
de maneira emancipatória, envolvendo a interação social, dando liberdade e incluindo a
família. E a grande maioria da população desconhece esses serviços.

O CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) é um dos dispositivos da Política Nacional de


Saúde Mental que visam a substituição do modelo asilar. O processo terapêutico, nos
CAPS, é planejado de uma maneira que o indivíduo e sua família possam se envolver na
recuperação e na superação de dificuldades, decorrentes da condição de saúde mental.
Podem ser definidos atendimentos intensivos (diários), ou semi-intensivo (três vezes por
semana), ou não intensivo (semanal). É um serviço que espera a promoção de saúde
mental, priorizando as demandas das relações diárias como sofrimento às singularidades
deste tipo de cuidado, sendo este serviço articulado às redes de saúde, redes sociais do
território e redes de outros setores.

Esse modelo utilizado pelos CAPS visa um rompimento com o modelo manicomial,
constituindo um campo multidisciplinar (equipe formada por profissionais de diversas
áreas da saúde), desenvolvendo práticas de inclusão social. Os CAPS são divididos em:
CAPS I, CAPS II, CAPS III, CAPSi (CAPS infantil) e CAPSad (CAPS Álcool e Drogas).

Apesar do grande avanço na área da saúde mental, ainda existem pessoas e instituições
que visam um modelo asilar. É preciso que os profissionais dessa área conheçam a história
da Luta Antimanicomial e reconheçam os atores desse processo. Hoje sabemos apenas da
história, sem ter participado dela, das lutas que ocorreram no passado, por isso mostra-se
importante o conhecimento e a valorização desses movimentos.

Também é preciso que os municípios efetivem as políticas públicas em saúde mental,


criando redes eficientes e que trabalhem em conjunto. Os governantes devem se mostrar
dispostos a contribuir para a criação de CAPS e Residências Terapêuticas, pois apenas
dessa maneira é possível se distanciar dos modelos manicomiais, que não curam, apenas
isolam os sujeitos da sociedade, pois trancar não é tratar.

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