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PÚRPURA TROMBOCITOPÉNICA IDIOPÁTICA

NTRODUÇÃO:

A Púrpura Trombocitopênica Idiopática (PTI) é uma doença sangüínea adquirida


caracterizada pela trombocitopenia (diminuição do número das plaquetas no sangue).
Como a maioria dos casos parece estar relacionada ao aparecimento de anticorpos
contra as plaquetas, ela também é conhecida como púrpura trombocitopênica
imunológica.

A púrpura é uma manifestação hemorrágica que impõe um diagnóstico rápido,


passando então pela avaliação da hemostase. Esta depende da integridade da parede
vascular, da eficácia das plaquetas, do funcionamento da cascata de coagulação e do
equilíbrio dos mecanismos fibrinolíticos. Os sangramentos surgem de acordo com a
alteração da hemostase. Nas alterações da coagulação, as hemorragias são por norma
pós-traumáticas e localizadas nos tecidos (hematomas) e/ou cavidades (hemartroses).
As púrpuras trombocitopénicas são as mais comuns e as Idiopáticas mais frequentes.

É a diminuição do número de plaquetas no sangue. Essa diminuição é causada por


distúrbios na produção, distribuição ou destruição de plaquetas. Quando a quantidade
de plaquetas no sangue é inferior a 150.000/mm³, diz-se que o indivíduo apresenta
trombocitopenia (ou plaquetopenia). As pessoas com trombocitopenia apresentam
tendência para sofrer hemorragias.

ETIOLOGIA / EPIDEMIOLOGIA

A Púrpura Trombocitopénica Idiopática é uma doença auto-imune adquirida, sendo


então a causa mais comum de hemorragia na infância, principalmente na faixa etária
dos 2 aos 6 anos de idade (CECIL, 1997). A doença afecta mais o sexo feminino em
idade fértil, mas não é impeditivo que ocorra em ambos os sexos e em qualquer idade.

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

A Púrpura Trombocitopénica Idiopática manifesta-se principalmente por:

Contusões fáceis: Petéquias


Equimoses
Geralmente sobre proeminências ósseas
• Sangramentos de mucosas: Epistaxis Hemorragia gengival
Hemorragia interna evidenciada por: Hematúria
Hematemese
Melena
Hemartrose
Menorragia
Púrpuras

Púrpuras e petéquias

Diversas causas da Trombocitopenia:

Redução da Produção por Trombocitopoiese ineficaz;


Aumento da Destruição Plaquetária:

Distúrbios Imunológicos: -
Púrpura Trombocitopénica Idiopática
- Aloimunização Plaquetária
- Púrpura Neonatal Aloimune

Distúrbios Não Imunológicos -


Púrpura Trombociopénica Trombótica
Congénitas e hereditárias;
Indução por fármacos.

Diagnóstico:

Após anamnese, o diagnóstico é realizado através de um hemograma. No hemograma


é análisada acontagem de plaquetas. Na PTI, o paciente apresenta número de
plaquetas diminuído mas isso só não indica que o paciente tenha PTI já que as
plaquetas podem estar em número diminuído em várias outras doenças. Outras
doenças devem ser investigadas por um hematologista.
Embora as plaquetas sejam destruídas pelo baço, ele normalmente não se apresenta
aumentado (isto é esplenomegalia ausente). O aumento acelerado na produção de
plaquetas pode fazer com que no hemograma sejam visualizados megaplaquetas.
Pacientes com PTI apresentam tempo de sangramento aumentado mas tempo de
protrombina e tempo de tromboplastina parcial ativada normais pois o problema se
concentra nas plaquetas e não na cascata da coagulação.
O doente deve ser questionado acerca da toma de medicamentos, principalmente
quinidina, heparina, aspirina e anti-convulsivantes, para se poder distinguir a
trombocitopenia da PTI. Pois a trombocitopenia induzida por medicamentos é
indistinguível clinicamente da PTI.

Tratamento:

Quando é possível identificar a causa da manifestação, o tratamento é feito com a


eliminação do fator (por exemplo, do contato com a substância que o induziu).
O tratamento inicial da PTI é feito à base de corticóides (corticosteróides,
antinflamatórios hormonais) sistêmicos, geralmente com prednisona, para controle da
reação auto-imune. Quando não surte o efeito desejado, uma das alternativas é a
realização de esplenectomia (remoção cirúrgica do baço).
Devido à presença de anticorpos antiplaquetários, transfusões sanguíneas não são o
tratamento adequado para essa doença, já que os níveis plaquetários voltam a
descrescer um certo tempo após a realização da transfusão.

PROGNÓSTICO

Geralmente o prognóstico é bom. O curso da doença é fundamentalmente benigno. A


maioria das crianças tem uma evolução autolimitativa sem maiores complicações.

CUIDADOS DE ENFERMAGEM A UM DOENTE COM PTI

Evitar a administração de medicamentos por via intramuscular ou subcutânea. Caso


seja essencial, utilizar agulhas de pequeno calibre e comprimir o local por um período
prolongado;

Observar a presença de manifestações hemorrágicas através da verificação de pulso


rápido e filiforme, palidez, sudorese, taquicardia e hipotensão arterial;

Proteger e tratar as lesões das membranas mucosas ou cutâneas, devido aos riscos de
infecção. Estas lesões causam desconforto acentuado nos pacientes, além de favorecer
infecções diversas, principalmente por fungos;

Promover a adequada higiene oral, para evitar infecções. Fazer utilizar e escovas
macias para a limpeza dos dentes;

Providenciar isolamento protector para os pacientes mais susceptíveis, visando prevenir


o seu contacto com patogénos potenciais;

Promover cuidados para diminuir a fraqueza e a fadiga. Orientar quanto ao período de


repouso, não realizar esforços desnecessários;

Promover cuidados para evitar a dispneia como, por exemplo, manter a cabeceira da
cama elevada visando facilitar os movimentos respiratórios e expansão da caixa
torácica, fornecer oxigenoterapia;

Monitorizar a temperatura a intervalos curtos. A febre é frequente nos pacientes com


distúrbios hematológicos; comumente reflecte a presença de processo infeccioso. Em
casos de febre, administrar medicação antipirética, evitar o ressecamento de mucosas e
promover medidas de conforto;

Nas situações de sangramento moderado ou intenso, orientar a procura imediata do


médico pediátra;

Monitorizar o paciente na presença de sangramento manifesto ou oculto, observar e


registrar cor, odor, aspecto e quantidade das eliminações;

Explicar que devem evitar o uso de medicamentos como a aspirina ou outros


medicamentos anti-plaquetários ou anti-coagulantes;

Referir a importância de evitar desoportos de contacto físico, devido ao surgimento de


sangramentos. A natação é um desporto que os doentes com PTI podem realizar;

Referir a importância do repouso quando a contagem plaquetária encontra-se inferior a


50.000 plaquetas/mm3;

Informar que o doente pode sentir-se fatigado e asténico. Nestes casos deve procurar o
médico;

Promover conforto psicológico dos acompanhantes, diminuindo a ansiedade, orientando


sobre o prognóstico e qualquer dúvida referente à doença;

Explicar da importância de contactar o médico sempre que a doença se comece a


manifestar.

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