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ARGUMENTATIVA DA
FILOSOFIA E A DIMENSÃO
DISCURSIVA DO TRABALHO
FILOSÓFICO
Exercícios I.
Documento elaborado no âmbito da definição das Aprendizagens Essenciais
Aires Almeida,
3 Luizete Dias e Sérgio Lagoa
SPF e APF
Ficha técnica
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Sumário
TESE, ARGUMENTO, VALIDADE, VERDADE E SOLIDEZ 6
O QUADRADO DA OPOSIÇÃO 11
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TESE, ARGUMENTO, VALIDADE, VERDADE E SOLIDEZ
Texto A
A preocupação fundamental da filosofia consiste em questionarmos e compreendermos ideias muito
comuns que usamos todos os dias sem pensarmos nelas. Um historiador pode perguntar o que
aconteceu em determinado momento do passado, mas um filósofo perguntará: “O que é o tempo?”
Um matemático pode investigar as relações entre os números, mas um filósofo perguntará: “O que é
um número?” Um físico perguntará de que são constituídos os átomos ou o que explica a gravidade,
mas um filósofo irá perguntar como podemos saber que existe qualquer coisa fora das nossas
mentes. Um psicólogo pode investigar como é que as crianças aprendem uma linguagem, mas um
filósofo perguntará: “Que faz uma palavra significar qualquer coisa?” Qualquer pessoa pode
perguntar se entrar num cinema sem pagar está errado, mas um filósofo perguntará: “O que torna
uma ação certa ou errada?”
NAGEL, Thomas, Que Quer Dizer Tudo Isto? Uma Iniciação à Filosofia,
Lisboa, Gradiva, Filosofia Aberta, 1.ª edição (2.ª tiragem), 1997, pp. 8-9
Texto B
A filosofia é diferente da ciência e da matemática. Ao contrário da ciência, não assenta em
experimentações nem na observação, mas apenas no pensamento. E, ao contrário da matemática,
não tem métodos formais de prova.
T. Nagel (1995), Que Quer Dizer Tudo Isto? Uma Iniciação à Filosofia, Lisboa, Gradiva, pp. 8-9
Texto C
“Uma vez que o universo existe e não pode ter sido criado a partir do nada, teve de ser criado por
uma força inteligente.”
Texto D
Temos que apoiar e acolher os refugiados, porque a situação deles é uma consequência de uma
ação injusta, ainda que existam guerras justas.
SOLUÇÕES
2.1. Há uma causa de todas as coisas, porque todas as coisas têm um criador.
2.2. Os filósofos querem ser justos, pois são pessoas bondosas, e todas as pessoas
bondosas querem ser justas.
2.3. Não há diferença entre a astronomia e a astrologia, já que qualquer uma delas pretende
conhecer os astros.
2.4. Dado que o conhecimento é uma crença verdadeira justificada, a fé na existência de
Deus é incompatível com o conhecimento da sua existência.
2.5. Se tudo está determinado, então não há livre-arbítrio. Mas há livre arbítrio. Por
conseguinte nem tudo está determinado.
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SOLUÇÕES
Premissa – Há livre-arbítrio.
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3. Seleciona a alternativa correta para cada um dos itens seguintes.
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3.5. Para que um raciocínio seja sólido…
A. Basta ter conclusão verdadeira.
B. Basta ter premissas verdadeiras.
C. Não tem de ser válido.
D. Não basta ser válido.
SOLUÇÕES
1. C.
2. A.
3. C.
4. B.
5. D.
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O QUADRADO DA OPOSIÇÃO
SOLUÇÕES
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2. Apresenta a negação das proposições expressas pelas seguintes frases:
SOLUÇÕES
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FORMAS DE INFERÊNCIA VÁLIDA E PRINCIPAIS FALÁCIAS FORMAIS
SOLUÇÕES
1.1. Dicionário:
P – Platão é filósofo.
Q – Euclides é filósofo.
P ꓥ¬Q
1.2. Dicionário:
P – Sócrates é filósofo.
Q – Sócrates é grego.
R – Sócrates foi condenado à morte.
P ↔ (Q ꓥ R)
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1.3. Dicionário:
P – A vida é eterna.
Q – Viver faz sentido.
¬P → ¬ Q
1.4. Dicionário:
P – A matemática é estimulante.
Q – A matemática é difícil.
PꓥQ
1.5. Dicionário:
P – Correr faz bem à saúde.
Q – Correr custa dinheiro.
P ꓥ¬ Q
1.6. Dicionário:
P – A Bíblia foi escrita em grego.
Q – A Bíblia foi escrita em hebraico.
R - A Bíblia foi traduzida para latim.
(P V Q) ꓥ R
1.7. Dicionário:
P – A vida é curta.
Q – A morte é longa.
¬ (P ꓥ Q)
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1.8. Dicionário:
P – É fácil tirar boas notas a filosofia.
Q – Somos pessoas curiosas.
R - Temos espírito crítico.
(Q ꓥ R) → P
2.1. (P∨ Q) → ¬ R
P: A baleia é um cetáceo.
Q: A baleia é um cefalópode.
R: A baleia é um peixe.
2.2. ¬ P∧ Q
P: Sócrates escreveu livros.
Q: Sócrates é citado.
2.3. Q → ¬ P
P: A água é um recurso limitado.
Q: É correto esbanjar água.
2.4. ¬ P∧¬ Q
P: O polvo é peixe.
Q: O polvo é carne.
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2.5. P ∧ (Q ∨ R)
P: A temperatura desce.
Q: O vento muda de direção.
R: A corrente marítima é fria.
SOLUÇÕES
SOLUÇÕES
3.1.
P Q R (P ∨ Q) → ¬ R
V V V V F F
V V F V V V
V F V V F F
V F F V V V
F V V V F F
F V F V V V
F F V F V F
F F F F V V
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3.2.
P Q ¬P ∧ Q
V V F F
V F F F
F V V V
F F V F
3.3.
P Q Q → ¬P
V V F F
V F V F
F V V V
F F V V
3.4.
P Q ¬P ∧ ¬Q
V V F F F
V F F F V
F V V F F
F F V V V
3.5.
P Q R P ꓥ (Q ∨ R)
V V V V V
V V F V V
V F V V V
V F F F F
F V V F V
F V F F V
F F V F V
F F F F F
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4. Será que podemos determinar o valor de verdade da proposição expressa em 1.1,
sabendo apenas que Platão era filósofo?
5. Supondo que é verdadeiro que a matemática é estimulante, mas que é falso que é difícil,
qual o valor de verdade da proposição expressa em 1.4?
A proposição é falsa, porque uma conjunção só é verdadeira quando ambas as conjuntas são
verdadeiras, o que não é o caso.
SOLUÇÕES
6.1. Dicionário:
P – Aristóteles era filósofo.
Q – Aristóteles era armador.
P V Q , ¬Q ∴ P
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6.2. Dicionário:
P – A arte tem valor.
Q – A arte é ensinada às crianças.
P→Q ∴Q→P
6.4. Dicionário:
P – Está calor
Q – Chove
R – A praia está cheia
(P ∧¬ Q) → R , ¬R ∴ ¬P V ¬ Q
7. Recorrendo a tabelas de verdade, mostre quais dos anteriores argumentos são válidos e
quais são inválidos. Justifique cada um dos casos.
SOLUÇÕES:
P Q P⋁Q ¬Q P
V V V F V
V F V V V
F V V F F
F F F V F
O argumento 6.1. é válido, porque a conclusão é verdadeira sempre que as premissas são
verdadeiras, tal como se verifica na 2.ª circunstância.. Trata-se do silogismo disjuntivo.
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P Q P→Q Q→P
V V V V
V F F V
F V V F
F F V V
O argumento 6.2. é inválido, porque, como se verifica na 3.ª circunstância, é possível ter premissas
verdadeiras e a conclusão falsa, o que nunca sucede num argumento válido.
P Q R (P ∧ ¬ Q) → R ¬R (¬ P V ¬ Q)
V V V F F V F F F F
V V F F F V V F F F
V F V V V V F F V V
V F F V V F V F V V
F V V F F V F V V F
F V F F F V V V V F
F F V F V V F V V V
F F F F V V V V V V
O argumento 6.3. é inválido, porque na 2.ª circunstância verifica-se que as premissas são
verdadeiras e a conclusão falsa, o que não pode ocorrer num argumento dedutivamente válido.
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8. O que se segue da afirmação «Se a prata está barata, então não se justifica vendê-la»,
aplicando a regra da contraposição?
9. O que se segue da afirmação «Não é verdade que ler livros é inútil e aborrecido»,
aplicando uma das leis de De Morgan?
10. Construa um argumento com a forma modus tollens, cuja conclusão seja «A Rita não foi
enganada».
CENÁRIO DE RESPOSTA
Se a Rita for enganada, então fica aborrecida.
A Rita não ficou aborrecida.
Logo, a Rita não foi enganada.
11. Construa um argumento com a forma do silogismo disjuntivo, em que uma das premissas
seja «A Rita não foi enganada».
CENÁRIO DE RESPOSTA:
A Rita foi enganada ou foi elogida.
A Rita não foi enganada.
Logo, a Rita foi elogiada.
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12. O que se conclui, aplicando a regra do silogismo hipotético, das afirmações «Se
conduzires embriagado, vais ter azar» e «Se tiveres azar, não vais acabar bem o dia»?
13. Construa um argumento com a forma modus ponens, em que uma das premissas seja «O
Porto é uma cidade bonita».
CENÁRIO DE RESPOSTA:
Se o Porto é uma cidade bonita, então tem monumentos históricos.
O Porto é uma cidade bonita.
Logo, o Porto tem monumentos históricos.
14. Identifique a falácia formal em que se incorre no seguinte argumento, justificando a sua
resposta: «Se Lisboa é uma cidade pequena, é uma cidade bonita. Ora, Lisboa não é uma
cidade pequena. Portanto não é uma cidade bonita.»
15. Identifique a falácia formal em que se incorre no seguinte argumento, justificando a sua
resposta: «Se Lisboa é uma cidade grande, não é uma cidade bonita. Ora, Lisboa não é
uma cidade bonita. Portanto é uma cidade grande.»
Santos, Ricardo (2014). “Lógica”, in Galvão, Pedro (ed). A Filosofia por disciplinas. Lisboa, Edições
70.
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