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RESUMO
A possibilidade de dar um acréscimo de vida útil aos vergalhões utilizados no concreto armado
é uma inovação necessária. A aplicação da galvanização é algo ainda pouco divulgado no pais
e esse tipo de artificio só tem emprego notado em estruturas metálicas. A galvanização a frio
ou também conhecida como eletrodeposição. Trata-se de um revestimento adquirido através da
imposição de uma corrente elétrica, numa solução eletrolítica que fara com que os íons do metal
nobre, sejam depositados sobre o substrato, tendo como resultado um revestimento fino e
ausente de poros e sem gerar excesso de material depositado. Para testar a eficiência do
revestimento frente a corrosão será adotado um ensaio de envelhecimento por ciclo que imersão
e secagem, com o intuito de monitorar as variações nos potencias de corrosão. Sendo assim
possível descobrir a mudança de estado passivo para ativo das armaduras, onde a seguir é feita
a verificação de perda de massa após o termino do ensaio de envelhecimento por ciclos sendo
cruzado os dados com os valores obtidos das barras de referência.
Palavras-chave: Galvanização, Corrosão, Durabilidade, Íons cloreto.
ABSTRACT
The possibility of increasing the useful life of rebar used in reinforced concrete is a necessary
innovation. The application of galvanization is something still not widely reported in the
country and this type of artifice only has noticed employment in metal structures. Cold
galvanizing or also known as electroplating. It is a coating acquired through the imposition of
an electric current in an electrolytic solution that will cause the noble metal ions to be deposited
on the substrate, resulting in a thin, pore-free coating and without generating excess material
deposited. To test the efficiency of the coating against corrosion will be adopted an aging test
per cycle immersion and drying, in order to monitor variations in corrosion potencies. Thus it
is possible to discover the passive state change to the active of the reinforcement, where the
following is the mass loss check after the end of the cycle aging test and the data are crossed
with the values obtained from the reference bars.
Key words: Galvanization, Corrosion, Durability, Chloride ions.
1
Título do artigo oriundo do Trabalho de conclusão de curso de Engenharia Civil da Unidade de Ensino Superior
Dom Bosco (UNDB).
2
Discente da UNDB, e-mail para contato: sa.marcones@gmail.com
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1. INTRODUÇÃO
Tabela 2 - Faixa de potencial utilizado como referência quanto a probabilidade de degradação ou passivação das
armaduras
2. FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA
2.1. Observações referente corrosão nas armadura por ação de íons cloreto
2.2. Formas de ação da corrosão nas armadura por ação de íons cloreto
eletroquímica. A corrosão por oxidação direta se trata de um tipo de corrosão química, onde
caracteriza por uma reação química que ocorre diretamente entre o agente agressivo e o metal,
onde não há deslocamento de elétrons. Logo ocorre uma reação gás-metal, com a
desenvolvimento de uma fina camada de óxido de ferro. Neste tipo de corrosão caracteriza por
ser muito lenta em temperatura ambiente, não provoca a degradação substancial das zonas
metálicas, salvo onde exista uma concentração de gases muito agressivos na atmosfera.
Geralmente os produtos causados por esse tipo de processo são constantes,
aderentes, e podem servir como uma barreira que se opõe a ação degradante do meio, no qual
se impede o continuidade do mesmo e elevando a resistência da armadura contra o efeito da
degradação do aço em meio aquoso (HELENE, 1993). Já a corrosão eletroquímica é fruto do
resultado da formação células de corrosão ou pilhas, em que devido à existência de um eletrólito
na superfície das armaduras ou no concreto que a envolve. Neste produto de corrosão, se
caracteriza por ser heterogêneo, baixa aderência e poroso. Na sua formação que é constituída
por hidróxidos de ferro e óxidos de ferro, pulverulento e de coloração avermelhada, do qual
recebe a designação de produto de corrosão.
O melhor modelo encontrado, de expor o estrutura da corrosão das armaduras no
concreto, é através do modelo de Tuutti (1982) no qual se subdivide em fase de iniciação e
propagação.
Segundo Freire (2005) a corrosão das armaduras sofre influência por fatores: como
efeito mecânico (vibração e erosão), efeito físico (variação da temperatura), efeito biológicos
(bactérias) e efeitos químicos (sais e ácidos). Se tratando de corrosão de armaduras devido a
ação de cloretos pode-se destacar:
Concreto: desempenha uma função de proteção mecânica. Umas das suas propriedades
atuam exatamente na ocorrência da corrosão de armaduras são elas: ação passivante do
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como da mesma forma um parecer das reações parciais e suas variáveis relativas aos integrantes
no fenômeno global (TORRES, 2011).
Dentre as benefícios do utilização destas técnicas estão:
A definição da amplitude e celeridade da corrosão através da densidades de corrente
onde oferece boa sensibilidade;
Definição da corrosão instantânea, acompanhado do desenvolvimento do processo e no
qual se caracteriza o estado da armadura no decorrer do tempo;
Permite um estado próximo da realidade, velocidade de definição e viabilidade de uso
de forma não destrutiva.
Há diferentes técnicas eletroquímicas, dentre elas: teor de cloretos, definição do
coeficiente de difusão, resistividade, migração de cloretos, ruídos eletroquímicos, intensidade
de corrente galvânica, resistência a polarização, curvas de polarização, impedância
eletroquímica, entre outros. Entretanto as mais empregadas no Brasil são:
1. Mapear o desgaste através do potencial de corrosão;
2. Avaliação instantânea da corrente de corrosão;
3. Resistividade ôhmica.
Este ensaio nasceu nos anos 50 na América do Norte onde passou a ser usada com
frequência nos Estados Unidos. Sua utilização é muito semelhante ao mapeamento das
manifestações patológicas provocadas pela corrosão em estruturas reais. Entretanto
prevalecem-se de estratégias de trabalhos onde conseguem rapidez e economia no processo.
Tais estratégias são determinadas conforme o estado de degradação e o porte da estrutura em
analisada.
O método de potenciais de corrosão traduz-se em avaliar a variação de potencial
entre um eletrodo de trabalho por exemplo os vergalhões das armaduras e um eletrodo padrão
como referência por exemplo: o eletrodo de calomelano saturado, prata-cloreto de prata e cobre-
sulfato de cobre e através do uso de um voltímetro de alta impedância de entrada. Neste método
os resultados se apresentam na forma de linhas equipotenciais atuando sobre a estrutura de
concreto, sendo esse procedimento conhecido como mapeamento de potenciais (TORRES,
2011).
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A ASTM C876 (1991) define em seus resultados de referência que são dados pela
Tabela 3. Entretanto deve-se ressaltar que tais valores podem conter desvio em relação as
condições no ensaio. Logo faz-se uso da média em sua análise.
Segundo Panek et al (2011), o aço quando é galvanizado com zinco, possui sua
medição de potencial de corrosão em relação ao eletrodo de calomelano saturado reduzida e a
medição de potencial indicador de grande probabilidade de corrosão fica abaixo de -1,043 V,
portanto a passivação é observada em potenciais superiores a -0,650 V. Ainda conforme Panek
et al. 2011, a medição do potencial de corrosão que aponta alta probabilidade de corrosão do
aço galvanizado tendo como padrão uma liga Zinco-Níquel que é abaixo de cerca de -0,953 V,
e a medição do potencial indicador de passivação é superior a -0,550 V. A utilização de tais
resultados que foram adotados como padrão para análise dos valores do potencial de corrosão
encontrados nas vergalhões galvanizadas com zinco, e as barras de referência respectivamente,
de acordo com a Tabela 2.
Nesse contexto, o estudo visa relacionar a impacto da galvanização, por deposição
de zinco, na corrosibilidade dos vergalhões das armaduras de aço no concreto armado. Para
permitir o processo, os corpos de prova foram expostos a testes acelerados de corrosão, o
acompanhamento pela técnica eletroquímica de potencial de corrosão onde se avalia a taxa de
corrosão nos vergalhões ao final dos ensaios, por meio do cálculo da perda de massa.
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O zinco vem sendo utilizado por mais de 170 anos como metal de sacrifício e por
trata-se de um revestimento de baixo custo e curto ciclo de preparação do substrato metálico,
boa ductilidade mesmo em camadas espessas (RIEDEL, 1988). A seleção do método de
aplicação do revestimento de zinco, leva em consideração os seguintes fatores: geometria da
peça, tamanho da peça, espessura do revestimento (TOMACHUK, 2015). Segundo a NBR 6118
(2007) em seu item 7.7 define como a adoção da zincagem como medida especial de
conservação e proteção das armaduras, quando submetidas a ambientes de exposição adversa.
Dentre as técnicas de proteção conhecidas destaca-se a proteção galvânica, que se
trata da aplicação de um revestimento metálico de materiais mais nobres que o aço, sendo o
zinco o comercialmente mais o usado. A habilidade de formar uma película protetora, densa e
aderente nos vergalhões da armadura, com torna-se a taxa de corrosão extremamente baixa em
comparação à materiais ferrosos. (YEOMANS, 2004)
Quando está submetido a uma atmosfera de SO2 o hidróxido de zinco é
transformado em sulfato de zinco e se contaminação se der por cloretos, o hidróxido de zinco é
transformado em cloretos básicos de zinco. Logo produtos de corrosão de zinco tais como
cloretos básicos, carbonatos básicos, sulfatos básicos apresentam insolubilidade além de formar
uma barreira protetora contra o avanço da corrosão do zinco (PANOSSIAN, 1993).
As camadas eletrodepositadas com zinco são largamente utilizadas em industrias
apresentam propriedades como:
Ótima proteção do substrato;
Ótima razão proteção/custo;
Possibilidade de utilização em diversos tratamentos de substratos, com intuito de
melhorar a resistência a corrosão;
Formação de depósitos de granulação fina, densa e com ótima ductilidade;
Camada com espessura relativamente uniforme
Possui ótima aderência em diversos substratos ferrosos;
A durabilidade do revestimento de zinco eletrodepositado, é determinado pela
agressividade do meio. Em ambientes rurais e marinhos o revestimento é resistente
(TANAKA,1979). Em atmosferas aquosas sua resistência é determinada pelo pH, temperatura
e presença de sais (ABIBSI, 1988), (TOMACHUK, et al 2010).
A análise da corrosão está entre as técnicas mais utilizadas, encontram-se os
métodos eletroquímicos que são usados tanto em campo como laboratório. Dentre as métodos
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Durante o posicionamento das barras no corpo de prova foi atentado para que não
haja mistura de barras galvanizadas com barras não galvanizadas, devido ao efeito de corrosão
eletrolítica que acontece metais com eletropositividade diferentes na presença de um eletrólito.
Metais mais eletropositivos tendem a perder elétrons com maior facilidade (RAMANATHAN,
1997). Logo tem-se um alto índice de fluxo de elétrons migrando do zinco para o aço nesse par
eletrolítico, fazendo com que o zinco seja consumido rapidamente na reação, daí a necessidade
de verificar a compatibilidade galvânica.
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3. MATERIAIS E METODOS
Para o alojamento das barras nos corpos de prova que serão expostas aos ataques
químicos, as barras foram previamente pesadas em balança analítica com precisão de 0,01g. A
seguir foi feita a delimitação da área com fita isolante ficando exposta ao ataque de íons cloreto
área de cerca de 15,83cm². As barras foram acondicionadas de forma que a área que ficara
exposta será situada na região central do corpo de prova e cobrimento das armaduras foi
garantido com uso de espaçadores circulares de acordo com Figura 4
. Logo após esse período os corpos de prova são encaminhados a estufa a 50ºC,
durante dois dias para proceder com a secagem dos corpos de prova conforme mostrado na
Figura 10. Durante cada ciclo a imersão dos corpos de prova em solução de cloreto de sódio, a
altura de imersão foi a mantida a metade da área de exposição da barra.
Segundo Cedrim et al (2015) a adoção desse método faz com que o entrada de
cloretos seja por absorção capilar, uma vez que os corpos de prova encontram-se inicialmente
secos, e devido a difusão logo após ocorrer a saturação dos poros se dá de forma acelerada
devido a evaporação de água por causa da parte exposta do concreto. Segundo Helene (1993) a
medida de absorção capilar é feita, de uma simplificação com base na lei de Jurin onde relaciona
altura de ascensão capilar, tensão superficial, densidade do liquido e raio do poro.
Segundo Santos (2006) a difusão trata-se de um processo de transporte de
substancias de um meio a outro conseguido através de uma diferença de concentração. Trata-
se de um processo automático de transporte de massa devido ao gradiente de concentração
ajustado por dois distintos meios em conexão onde a substância se difunde e promove a
igualdade das concentrações fenômeno esse que pode ocorrer tanto em meio liquido quanto
gasoso.
Ainda de acordo com Santos (2006) no material poroso existe uma relação entre o
grau de saturação e a força de sucção capilar. Logo quando há uma área seca exposta, as forças
de sucção por serem maiores, resultaram no movimento da água para dentro do concreto de
forma mais rápida. A concentração salina de NaCl adotada foi de 3% que é uma concentração
próxima a água do mar, além de ser uma concentração critica.
A concentração de NaCl antes de cada ciclo era previamente medida e caso
necessário o ajuste era feito conforme Figura 11, a cada 8 ciclos a solução é trocada por de mesma
concentração. Durante cada ciclo eram coletados os dados da massa dos corpos de prova, onde
a variação da massa faz-se necessário para avaliar o grau de saturação dos poros do concreto e
o potencial de corrosão (ECORR), que se trata de uma indicativo com relação a condição de
passivação da armadura.
Com base na análise dos resultados do potencial de corrosão (ECORR) observa-se
que os vergalhões apresentam um estado ativo e passivo de corrosão, tendo como base o
eletrodo de calomelano saturado. O parâmetro para finalização dos ciclos do ensaio foi
determinado quando após dois ciclos completos e sucessivos os valores do potencial de
corrosão indicavam valores abaixo do valor crítico conforme comparado na Tabela 1
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Após ser determinada a finalização do ensaio, as barras forma retiradas dos corpos
de prova, e conforme a ASTM G1 (2003) limpas e pesadas onde observa-se a perda de massa
fazendo o comparativo com o valor verificado antes do ensaio, sendo assim a taxa de corrosão
determinada pela Equação 20
K W
CR (1)
AT D
Onde:
K: Constante (m – K: 8,76x107; g/m² – K: 8,76x107xD)
W: Perda de massa (g)
A: Área de exposição (cm²)
T: Tempo de exposição (h)
D: Densidade do aço (D: 7,85g/cm³)
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
conforme percebido em literatura por MORELLI et al (2012) que constata que as medições
executadas ao termino do semiciclo de imersão manifestaram potenciais mais negativos do que
as medições do semiciclo de secagem.
Gráfico 1 - Evolução dos potenciais de corrosão
Passivação
0.100
Aço Zinco
-0.100
Potencial de corrosão Ecorr (V)
-0.300
-0.500
-0.700
Aço
Zinco
-0.900
-1.100
0 800 1520 2240 2960 3600 Corrosão
Tempo de ensaio em (Horas)
350
300
Taxa de Corrosão (m/ano)
250
200
150
100
50
0
Referência Zinco
5. CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
ASTM C876. AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. Annual book of
ASTM Standards. Standard test for half-cell potentils of uncoated reinforcing steel in
concrete. ASTM C876, Philadelphia, 1991.
ASTM G57. AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. Annual book of
ASTM Standards. Standard Method for field measurement of soil resistivity using the
Wnner foureletrode method. ASTM G57, Philadelphia, 1984.
CALLISTER, Jr., W.D. Ciência e engenharia de materiais: Uma introdução, Rio de Janeiro:
LTC, 7ed, 2008.
MORELLI M. R; RIBEIRO D. V.; LABRINCHA J. A.. Effect of the addition of red mud on
the corrosion parameters of reinforced concrete. Cement and Concrete Research, v. 42,
2012;
TOMACHUK, C. Revestimentos de zinco sobre aços e suas aplicações. Artigo. C&P. 2015