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Gestão Financeira
Gestão Financeira
Autor: : Lincon Lopes
Como citar este documento: LOPES, Lincon. Gestão Financeira. Valinhos: 2014.
Sumário
Apresentação da Disciplina 03
Unidade 1: Valor do Dinheiro e Juros 05
Assista a suas aulas 23
Unidade 2: Taxas e Amortização 31
Assista a suas aulas 56
Unidade 3: Retorno do Investimento 64
Assista a suas aulas 89
Unidade 4: Indicadores e Estrutura de Capital 97
Assista a suas aulas 120
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Apresentação da Disciplina conjunto poderoso de ferramentas de
análise, o objetivo da disciplina é que seja
A Gestão Financeira é uma poderosa apresentada uma nova forma de pensar
ferramenta de análise e seleção de ao aluno, não só no ambiente profissional,
projetos de investimentos. Ao dominá-la, mas também em sua vida.
você será capaz de fornecer informações
Dessa forma, o curso é divido em quatro
precisas e objetivas, para que as decisões
aulas, sendo que a primeira aula trará os
empresariais sejam amparadas por
conceitos básicos sobre valor do dinheiro
conceitos matemáticos, e não apenas
no tempo, estrutura gráfica do fluxo de
pelo tradicional binômio experiência-
caixa e metodologia de juros.
sentimento, que pode ser muito útil,
mas quando analisamos um horizonte Já na segunda aula serão aplicados alguns
de meses, ou mesmo anos, torna-se conceitos vistos anteriormente para
irrelevante frente à dinâmica da economia conversão de taxas de juros entre períodos
e da agilidade dos mercados. diferentes, sistemas de amortização,
muito úteis em financiamentos, e séries
A principal ideia da Gestão Financeira é a
de pagamentos, que determinam a
valorização do dinheiro no tempo. Este é
composição do Valor Presente de um
um conceito que forma o alicerce de toda
investimento.
a teoria dos métodos que serão analisados
nesta disciplina. Com isso, mais que um A terceira aula será dedicada aos
instrumentos que permitem análise de
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projetos distintos, pois os recursos em uma
empresa são limitados, então, quando nos
deparamos com dois, ou mais, projetos
e há recursos para executar apenas um
deles, qual terá prioridade? E esta será a
base da quarta aula, onde serão analisadas
as formas de avaliar substituição de
equipamentos, projetos de prazos e valores
diferentes e, por fim, se são viáveis ou não
de serem executados.
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Unidade 1
Valor do Dinheiro e Juros
Objetivos
O principal conceito da Engenharia Financeira é o que nos diz que o dinheiro não tem o mesmo
valor em momentos diferentes do tempo. Esta afirmação pode parecer um pouco estranha,
mas após esta aula você a entenderá e terá uma nova compreensão das relações financeiras e
comerciais.
Uma vez que fique claro que o dinheiro tem valor diferente ao longo do tempo, entenderemos
melhor o conceito de juro, que é o valor cobrado por quem empresta dinheiro, seja na forma
direta (empréstimo de dinheiro em espécie) ou na indireta (empréstimo de crédito para compra
de um bem ou serviço).
E por fim, serão apresentadas as duas metodologias de composição de juros, a simples e a
composta. Não se assuste com a aparente dificuldade dos conceitos matemáticos, na realidade
utilizaremos matemática básica e o importante é a compreensão dos mecanismos e relações
entre os eventos, pois no cotidiano esses cálculos são feitos via planilhas eletrônicas e
calculadoras financeiras.
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1. Introdução Então, percebemos que entre outras
coisas, a oportunidade é um dos fatores
O valor do dinheiro depende de sua posição que fazem o valor do dinheiro se alterar
no tempo, ou seja, R$ 100,00 hoje não no tempo. Assim, em nossa vida, como
valem o mesmo que R$ 100,00 daqui um na empresa, dinheiro em caixa (à vista) é
ano. preferível a dinheiro futuro. Por isso, seria
Muitos podem supor que isso acontece necessário que alguém nos pague um valor
por causa da inflação, pois o que adicional para adiar o recebimento, ou seja,
podemos comprar hoje é mais do que recebermos um determinado valor a mais
compraríamos daqui doze meses. Mas e se como bonificação pelo tempo de espera,
não houvesse inflação? E se a quantidade a isso chamamos juro, ou remuneração do
de determinado bem que R$ 100,00 dinheiro pelo tempo.
pode comprar hoje fosse exatamente a
mesma que ele comprará daqui um ano? 2. Valor do Dinheiro no Tempo
Poderíamos dizer que o valor do dinheiro no
tempo é o mesmo? Conforme vimos, o dinheiro tem valores
distintos ao longo do tempo, pois dois
As respostas para essas perguntas são valores só podem ser comparados se
simples, você prefere receber um valor na estiverem na mesma data, ou seja, não é
data de hoje ou o mesmo valor daqui um possível afirmar que o valor de R$ 5.000,00
ano?
6/128 Unidade 1 • Valor do Dinheiro e Juros
a ser recebido daqui um ano seja maior que aplicações financeiras de seu caixa, que
R$ 4.500,00 a ser recebido hoje. rendem 2% ao mês, e contraia uma dívida
É exatamente por isso que empresas que em que o credor ofereça 3% ao mês de
vendem a prazo oferecem descontos para desconto para pagamento antecipado,
pagamentos à vista. será um ótimo negócio para a empresa
pagar antecipadamente, pois, seu dinheiro
Este é o principal raciocínio do executivo está rendendo 2% ao mês no banco, e o
financeiro, todas as suas propostas e credor oferece um desconto ainda maior,
considerações são motivadas por essa de 3% ao mês. Se a situação fosse inversa,
ótica, só é possível trocar um recebimento onde o desconto tivesse um valor abaixo
hoje por um acréscimo no valor a ser da aplicação financeira, a melhor opção
recebido no futuro, ou só é viável antecipar é a manutenção do dinheiro aplicado e o
um pagamento se for obtido um desconto pagamento dos juros ao credor, que seriam
no valor total. menores do que o ganho junto ao banco.
Mas qual o valor dos juros ou descontos a Como empresas e pessoas físicas
serem praticados para que uma negociação conseguem obter diferentes taxas de
como essa seja viável? investimentos entre si, há casos em que a
Caso determinada empresa tenha antecipação de pagamentos ou a cobrança
7/128 Unidade 1 • Valor do Dinheiro e Juros
de juros podem ser benéficas para os dois convencionalmente utilizamos um
lados, em que o credor receberá mais diagrama para demonstrar o fluxo de caixa
do que receberia junto a um banco com de determinado período.
investimentos e o devedor pagará menos O fluxo de caixa é um conjunto de entradas
do que pagaria se tomasse um empréstimo e saídas de recursos ao longo do tempo, em
bancário para efetuar a compra. datas não coincidentes, onde utilizamos
Este conceito ficará ainda mais setas apontadas para cima para determinar
interessante quando adicionarmos a teoria entradas de caixa e setas apontadas para
de Taxas Equivalentes e Taxa Nominal e baixo para as saídas de caixa, da seguinte
Efetiva, na segunda aula, e é com base forma:
neste conhecimento que será desenvolvida
a Engenharia Financeira.
Dessa forma, traçamos uma reta com quantos períodos sejam necessários, apontamos as
entradas de caixa para cima, as saídas de caixa para baixo e nos períodos em que não houver
movimentação financeira, não realizamos nenhuma marca, apenas o deixamos em branco para
constar que existe.
Vejamos um exemplo, em que é tomado um empréstimo de $ 500, que será pago em seis
parcelas de $ 130, com carência de dois períodos.
Como vemos nos períodos 1 e 2, a carência é aquele período no qual não há desembolso por
parte do devedor, no entanto, usualmente os juros continuam a ser acrescidos para cobrança
nos períodos subsequentes.
Caso ocorram dois eventos na mesma data, eles devem ser somados antes de desenharmos
o fluxo de caixa, pois, como vimos, o dinheiro tem o mesmo valor na mesma data. Ou seja, se
no momento da liberação do empréstimo houver uma taxa de $ 40, então na seta positiva, no
instante zero, colocaremos $ 460 ao invés de $ 500.
Onde 0,03 é a forma decimal de 3%, que é a taxa de juros com qual trabalhamos.
Nota-se que na terceira coluna, onde são calculados os juros obtidos para cada mês, a taxa de
juros incidiu apenas sobre $ 1.000, sem acumular juros à base de cálculo.
Fonte: Autor.
Saldo inicial da Juros obtidos para cada Saldo devedor ao final Crescimento mensal do
Mês
dívida mês de cada mês saldo devedor
Note que com a mesma taxa de juros, mas modificando apenas o regime de capitalização, o
crescimento mensal deixa de ser constante e passa a ser maior a cada mês.
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Considerações Finais
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Referências
ASSAF NETO, Alexandre. Matemática Financeira e suas Aplicações. Editora Atlas, 1992.
ROSS, S.; WESTERFIELD, R. W.; JAFFE, J. F. Administração Financeira. Editora Atlas, 2002.
PUCCINI, A. L. Matemática Financeira. Objetiva e Prática. Editora Atlas, 1993.
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Assista a suas aulas
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Questão 1
1. Em relação ao valor do dinheiro no tempo, podemos afirmar:
a) Não é fixo, com o passar do tempo o dinheiro perde valor, independente de haver ou não
taxas de juros ou inflação.
b) Depende do tempo, períodos menores que 360 dias não afetam o valor.
c) Se não houver inflação, o dinheiro mantém seu valor no tempo.
d) O que determina o valor é o pactuado em contrato, só assim o valor se altera.
e) É fixo, não se altera nunca, o que é alterado é o montante de juros a ser pago.
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Questão 2
2. Sobre o fluxo de caixa, podemos dizer:
a) É um gráfico feito para atender exigências da Receita Federal.
b) Tem validade somente em economias sem inflação, pois não corrige o dinheiro.
c) Fluxo de caixa é um conjunto de entradas e saídas de recursos ao longo do tempo.
d) Tem validade somente em economias de países emergentes, pois considera o risco país, a
inflação e a correção monetária.
e) Não tem utilidade para o gestor financeiro, é usado apenas por pessoal não relacionado às
finanças.
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Questão 3
3. O que é juro?
a) É a punição aplicada para os casos de atraso nos pagamentos.
b) Cobrança de juros é ilegal, punível de acordo com a Lei da Usura.
c) É a recompensa pela espera de embolso de um ativo.
d) Juro é apenas o pagamento, quando é recebido chama-se dividendo.
e) Juro é o imposto pago por movimentações financeiras de crédito.
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Questão 4
4. Quais são as utilizações dos Juros Simples?
a) Juros simples não são mais utilizados no Brasil, somente Juros compostos.
b) Cobrança pelo uso do limite do cheque especial, export-notes e desconto de duplicatas.
c) Só se usa juros simples em operações privadas de crédito.
d) Em negociação entre pessoas físicas e em empréstimos para o governo.
e) Em cobrança de DARFs pelo poder público federal.
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Questão 5
5. Qual a principal característica dos juros compostos?
a) Ter capitalização mais suave que juros simples, por isso usado em cheques especial.
b) Sua cobrança é proibida por lei.
c) Apenas o poder público pode cobrar juros compostos.
d) A incidência de juros sobre juros.
e) Só é usado em investimentos, para empréstimos se usa juros simples.
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Gabarito
1. Resposta: A.
2. Resposta: C.
3. Resposta: C.
4. Resposta: B.
5. Resposta: D.
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Unidade 2
Taxas e Amortização
Objetivos
Complementando a primeira aula, que definiu o valor do dinheiro no tempo e os regimes de
capitalização simples e composta, esta aula explorará mais profundamente os detalhes da taxa de
juros, como convertê-la entre períodos distintos e sua apuração efetiva.
Os problemas práticos que envolvem engenharia financeira sempre apresentam as taxas de juros
em períodos divergentes dos analisados, exigindo que o executivo seja capaz de convertê-las
rapidamente para elaborar suas análises.
Alguns contratos trazem uma determinada taxa de juros expressa, mas a apuração efetiva dos
desembolsos demonstra que há uma diferença entre a taxa nominal, citada no contrato, e a efetiva,
que foi paga pelo cliente. O profissional de finanças precisa encontrar a real taxa vigente em uma
negociação.
Com os conhecimentos adquiridos até este ponto, será possível iniciar a elaboração de alguns
projetos, especialmente, os de captação de recursos que envolvam tomadas e pagamentos de
empréstimos através financiamentos e suas formas de cálculo e liquidação.
Dessa forma, serão apresentadas as formas mais tradicionais de amortização de financiamentos e
suas particularidades.
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1. Introdução
IOF = R$ 984
i = (FV /PV) - 1
O SAC também pode ser utilizado com carência, o que é uma prática muito comum, principalmente em
empréstimos concedidos por bancos de fomento, como o BNDES.
Fonte: Autor.
iq = ( 1 + it )( nq / nt ) – 1
iq = ( 1 + 0,13)( 1 / 12 ) – 1
iq = (1,13) 0,03333 – 1
iq = 1,01024 – 1
iq = 0,01024 ou 1,024% a.m.
PMT = PV / {[ 1 – ( 1 + i ) –n ] / i }
PMT = 75.000 / {[ 1 – ( 1 + 0,01024 ) -15 ] / 0,01024}
PMT = 75.000 / { 0,141715 / 0,01024}
PMT = R$ 5.419,20 mensais
Prestação = R$ 5.419,20
Juros = R$ 767,76
Amortização = R$ 4.651,44
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Considerações Finais
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Referências
ASSAF NETO, Alexandre. Matemática Financeira e suas Aplicações. Editora Atlas, 1992.
ROSS, S.; WESTERFIELD, R. W.; JAFFE, J. F. Administração Financeira. Editora Atlas, 2002.
PUCCINI, A. L. Matemática Financeira. Objetiva e Prática. Editora Atlas, 1993.
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Assista a suas aulas
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Questão 1
1. O que é taxa proporcional?
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Questão 2
2. O que é taxa equivalente?
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Questão 3
3. O que é taxa nominal?
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Questão 4
4. O que é taxa efetiva?
a) É a taxa realmente paga, com todos os acréscimos não discriminados.
b) É a taxa efetiva, sem a cobrança da correção monetária.
c) É a taxa contratada, que está explícita no contrato de venda.
d) É a taxa utilizada para cálculos, exclusivamente, em juros simples.
e) É a taxa utilizada para cálculos, exclusivamente, em juros compostos.
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Questão 5
5. Sobre os sistemas de amortização, podemos afirmar:
a) Todos oferecem o mesmo resultado, a escolha do modelo não importa.
b) Cada sistema tem uma característica própria, o SAC é mais utilizado em financiamentos
imobiliários e o Sistema Francês, no mercado financeiro.
c) A utilização do Sistema Francês é proibida pelo Banco Central do Brasil.
d) A utilização do SAC é proibida pelo Banco Central do Brasil.
e) O único sistema justo, e por isso aceito, é o SAC.
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Gabarito
1. Resposta: A.
2. Resposta: A.
3. Resposta: C.
4. Resposta: A.
5. Resposta: B.
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Unidade 3
Retorno do Investimento
Objetivos
Utilizando as ferramentas obtidas nas aulas anteriores, será desenvolvida a metodologia da avaliação
de um projeto através do Valor Presente Líquido (VPL) de um determinado fluxo de caixa, permitindo
que qualquer projeto seja analisado em determinada data focal, possibilitando a comparação entre
projetos distintos entre si, mas que concorram à mesma verba orçamentária para sua implantação.
Ao se analisar um projeto, ele é composto de um fluxo de caixa esperado, que permite que o executivo
financeiro calcule sua Taxa Interna de Retorno (TIR). Esta taxa é obtida através do cálculo das
entradas e saídas que o investimento produzirá, que fornecerão uma determinada taxa de desconto
que permitirá às entradas e saídas se igualarem a zero. Essa taxa é de importante análise para a
tomada de decisões.
E todo investidor deseja saber em quanto tempo o dinheiro destinado a determinado projeto
retornará, para isso será utilizado o método do Payback, que permite, através de uma remuneração
do capital investido e pelo cálculo dos fluxos de caixa que o projeto apresenta, calcular o período
no qual o recurso do investidor será retornado, corrigido e sem comprometer a sobrevivência do
empreendimento.
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1. Introdução
Projeto 2
Investimento inicial: - R$ 151.500
Receita líquida: R$ 15.700 por 15 meses
Vida do projeto: 24 meses
Em uma primeira análise, totalmente errada, poderiam ser somados os fluxos de caixa (receitas
dos fluxos menos o investimento inicial) de cada projeto, o que retorna o valor líquido de
R$ 84.000 para cada um dos dois projetos, afirmando que são idênticos.
Mas não é possível fazer essa análise, pois são valores em períodos temporais distintos.
Precisamos transportar cada um dos valores mensais para o mesmo ponto no tempo, o que
é chamado de Ponto Focal: uma data escolhida pelo executivo financeiro para que todos os
67/128 Unidade 3 • Retorno do Investimento
fluxos sejam transportados, para efeito de Assim, temos uma somatória de todos
comparação. Em geral, escolhe-se a data os fluxos mensais, descontados por uma
zero. determinada taxa, até o instante zero, que
A forma de fazer tal transporte é simples, é o ponto inicial do projeto.
utilizando a fórmula geral: Qual a melhor taxa de desconto para ser
utilizada? Não há uma resposta única para
VPL = essa questão, pois precisamos inserir o
conceito de Taxa Mínima de Atratividade
Onde: (TMA), que é a taxa pela qual o investidor
(neste caso, a empresa) opera, ou seja, há
n
= Total de períodos do fluxo de caixa
uma taxa tal que abaixo dela a empresa
j
= Cada intervalo individual de tempo prefere não investir, pois tem melhores
FCj = Valor do fluxo de caixa para cada opções, também conhecida como Custo de
intervalo de tempo Oportunidade.
FC0 = Valor do fluxo de caixa no É possível imaginar, para efeitos de
momento zero, que é o investimento simplificação, que uma empresa consiga
investir seu dinheiro em um banco por uma
taxa de 0,9% a.m., logo, se a operação da
68/128 Unidade 3 • Retorno do Investimento
empresa (sua atividade-fim) não render Então, para o exemplo acima, será
mais que 0,9% a.m., é melhor para o considerada uma TMA de 3% a.m.
acionista vender a empresa e aplicar todo Como o exemplo tem 24 meses, seria
o recurso obtido com a venda em uma necessário montar 23 fórmulas para o
operação financeira, que renderá mais do Projeto 1 e 15 fórmulas para o Projeto
que a empresa em si. Nesse caso, este é seu 2. (uma equação para cada período de
Custo de Oportunidade e 0,9% a.m. é sua tempo). Para evitar o tempo gasto em
TMA. tamanha construção, visto que são comuns
Para ampliar o modelo, é possível que a projetos com mais de 100 períodos,
empresa consiga remunerar seu próprio utilizam-se calculadoras financeiras e
capital, através de suas operações (compra planilhas eletrônicas que efetuam o cálculo
de matéria-prima, manufatura, venda e com rapidez e exatidão.
logística), a uma taxa de 3% a.m., então, Primeiro será analisada a forma de se
ainda que o banco ofereça sua melhor construir a análise dos projetos na planilha
taxa, e consiga ofertar apenas 0,9% a.m., eletrônica, e para tal, utiliza-se o Excel, da
a direção da empresa sabe que se aplicar Microsoft.
qualquer recurso em sua própria produção,
obterá 3% a.m, agora esta será sua TMA. O Excel tem uma função chamada VPL, que
Fonte: Autor.
70/128 Unidade 3 • Retorno do Investimento
Note que o Projeto 1 apresenta um VPL de negativo.
R$ 27.717, enquanto o Projeto 2 apresenta Note como fica a mesma planilha,
um VPL de –R$ 7.854. analisando suas fórmulas:
Quando o cálculo de um VPL apresenta um
resultado negativo, significa que ele não
está pagando ao menos a TMA, ou seja,
nesse caso (Projeto 2), é melhor para o
investidor não realizar o projeto e investir
os recursos em sua atividade produtiva
já existente, que lhe oferece uma TMA de
3% a.m.
Mas em se tratando de análise para seleção
de projetos, o Projeto 1 nitidamente
mostrou-se superior ao Projeto 2, primeiro
porque ele apresentou o maior VPL, e isso
é o principal indicativo de vitória para
um projeto, e segundo, o Projeto 2 foi
desclassificado por apresentar um VPL
71/128 Unidade 3 • Retorno do Investimento
Perceba que a célula C1 está pintada em
azul e contém a TMA (3% a.m.) e o intervalo
dos fluxos de caixa está pintado em verde,
entre as células C5 e C28 (no Projeto 1)
e F5 e F28 (no Projeto 2), e no final da
fórmula é somada a célula que contém
o investimento inicial (é somada porque
está com valor negativo, pois o objetivo é
subtraí-lo).
Além do uso do Excel, também é possível
utilizar calculadoras financeiras que
tenham a função específica para o cálculo
do VPL, a mais comum no mercado, e
também presente na maioria da literatura
sobre o assunto, é a HP 12C, produzida pela
Hewlett Packard.
Figura 3.2: Estrutura da fórmula de VPL.
Fonte: Autor.
72/128 Unidade 3 • Retorno do Investimento
Digita-se:
1. (f) (REG) Para limpar toda a memória
preexistente.
2. 100.000 (CHS) (g) (CF0) Para inserir o
investimento como negativo.
3. 0 (g) (CFj) Para inserir o primeiro mês
com retorno zero.
4. 8.000 (g) (CFj) para inserir o retorno
Figura 3.3: HP – 12 C. do segundo mês.
Fonte: Autor. 5. 23 (g) (Nj) para inserir quantas vezes o
Por ser de origem americana, todos seus retorno se repete.
botões apresentam a notação em inglês, 6. 3 (i) para inserir a taxa de desconto.
mas é a mesma que foi vista até o presente
7. (f) (NPV) para obter o VPL do fluxo de
momento nas aulas já ministradas, o que
caixa.
facilitará o uso da calculadora.
O resultado obtido deve ser 27.717,35,
No caso do Projeto 1: igual ao obtido pelo Excel.
=TIR(valores; estimativa)
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
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Continuação Considerações Finais
»» Será vencedor o projeto com maior VPL, desde que todos tenham VPL
positivo.
»» A TIR é uma taxa que iguala o investimento aos Fluxos de Caixa e deve
ser comparada à TMA.
»» Todo projeto que tiver TIR maior que TMA será um bom projeto, caso
seja menor, o projeto deve ser excluído da análise.
»» Payback é o método que calcula o tempo que o investimento demora
para retornar o capital do investidor.
»» Para maior sofisticação e rigor nos cálculos, deve-se usar o método do
Payback descontado.
»» O uso simultâneo dos três métodos apresentados fornecerá robustez e
segurança para a tomada consciente de decisão.
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Referências
ASSAF NETO, Alexandre. Matemática Financeira e suas Aplicações. Editora Atlas, 1992.
ROSS, S.; WESTERFIELD, R. W.; JAFFE, J. F. Administração Financeira. Editora Atlas, 2002
PUCCINI, A. L. Matemática Financeira. Objetiva e Prática. Editora Atlas, 1993.
GITMAN, Lawrence Jeffrey. Princípios de administração financeira. Editora Pearson Education do
Brasil, 2007.
REBELATTO, Daisy. Projeto de Investimento. Editora Manole, 2004.
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Assista a suas aulas
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Questão 1
1. Sobre o VPL, pode-se afirmar:
a) Os melhores projetos são os que oferecem valores mais altos, projetos com valores
negativos são descartados, sem participar de nenhuma hierarquia.
b) Não é uma ferramenta robusta, a TIR oferece mais recursos que o VPL.
c) Só faz sentido utilizar o VPL para obras de construção civil, compras de equipamentos não
são bem avaliadas por VPL.
d) O VPL precisa usar a TIR como TMA, caso contrário o resultado não é confiável.
e) O cálculo do VPL só tem precisão quando a TMA é menor que zero.
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Questão 2
2. Sobre a TIR, pode-se afirmar:
a) É uma ferramenta robusta, a mais precisa disponível para o gestor.
b) A TIR só pode ser calculada quando se informa a TMA em sua fórmula.
c) É uma ferramenta simples e de fácil uso, mas tem problemas em tratar os excessos ou
faltas de fluxo de caixa.
d) Só serve para análise de projetos de investimento em bens de capital.
e) A TIR é fornecida pelo Banco Central do Brasil a cada três meses, após a reunião do
COPOM.
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Questão 3
3. Sobre o retorno do investimento, pode-se afirmar:
a) Não há nenhuma relação entre retorno do investimento e Payback.
b) O Payback descontado é menos robusto que o Payback simples.
c) O Payback descontado é o mesmo Payback simples, aplicando-se a TIR.
d) A diferença entre Payback simples e descontado é, exatamente, o VPL.
e) O Payback descontado é mais robusto que o Payback simples.
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Questão 4
4. Sobre as ferramentas de avaliação:
a) Nunca se deve utilizar mais que uma ferramenta, pois os resultados diversos confundirão
o tomador de decisão.
b) Não importa qual método seja utilizado, desde que a TMA seja idêntica à TIR.
c) Apesar da robustez do VPL, todas devem ser utilizadas em conjunto, com os devidos
cuidados pelos seus limitadores naturais.
d) O VPL só será utilizado quando o projeto não permitir cálculo da TIR e do Payback.
e) A TIR sempre oferece resultado, não há situação onde não exista TIR.
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Questão 5
5. O VPL e a TIR:
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Gabarito
1. Resposta: A.
2. Resposta: C.
3. Resposta: E.
4. Resposta: C.
5. Resposta: D.
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Unidade 4
Indicadores e Estrutura de Capital
Objetivos
Até o momento foram examinadas questões como o valor do dinheiro no tempo, conversão de taxas
e sistemas de amortização, assim como o investimento e seus indicadores de retorno, que compõem
o ferramental básico da gestão financeira. Nesta aula será analisada a questão do endividamento e a
estrutura de capital de uma empresa.
Qualquer empresa, sem importar seu tamanho, tem algum nível de endividamento e precisa administrá-
lo para se beneficiar ao máximo do uso de capital de terceiros, que é a origem da dívida. No entanto,
ao contrair uma dívida, a estrutura de capital da empresa se altera, pois o capital do acionista passa a
representar uma parcela menor frente ao total de recursos dentro da empresa. Esse fenômeno pode ser
muito interessante, mas também pode ser desastroso se não for um passo bem pensado e calculado.
Em geral, o administrador financeiro é visto como um profissional que trabalha sob tensão constante
e que sempre está resolvendo crises surgidas a todo momento. Essa visão não poderia ser mais errada.
Na realidade, o administrador financeiro deve ser o indivíduo que controla e garante a execução do
planejamento estratégico no nível econômico e financeiro.
Para executar suas atividades de forma satisfatória, é essencial que o executivo financeiro tenha um leque
de relatórios e indicadores que funcionam como um painel de instrumentos da empresa, onde ele é capaz
de perceber, em tempo real, qualquer desvio de rota ou perturbação à ordem definida no planejamento,
podendo assim tomar as atitudes corretivas para realinhar a empresa em seu caminho previsto.
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1. Endividamento
Não importa o quanto uma empresa esteja circulante, que tem exigibilidade curta, ou
capitalizada e nem de quanto dinheiro mesmo no exigível a longo prazo, que tem
disponha em caixa, toda e qualquer vencimento em prazos superiores a um
empresa sempre terá certo nível de ano.
endividamento, essa situação é normal. O O conceito de capital de terceiros
passivo circulante é composto por compras influencia toda a estrutura de capital, mas
que serão pagas em menos de um ano, em o principal indicador desse fenômeno é
geral são compras de matérias-primas, a alavancagem financeira que a empresa
em que o fornecedor concede prazo para tem.
pagamento, empréstimos de curto prazo,
impostos a pagar e, inclusive, folha de Alavancagem é a capacidade que a
pagamento, quando os salários são pagos empresa tem para utilizar recursos de
após a virada do mês. outras entidades, buscando impulsionar
seu negócio, literalmente, alavancar
Assim, é natural que em qualquer empresa seu desempenho. Quanto maior a
exista a presença de capital de terceiros, ou alavancagem, mais dinheiro externo ela
seja, dinheiro que está dentro da empresa, tem à sua disposição e maiores deverão
sendo utilizado por ela, mas que ainda não ser seus lucros, mas com a possibilidade
foi pago. Esse valor pode estar no passivo de maior retorno, vem a certeza de maior
98/128 Unidade 4 • Indicadores e Estrutura de Capital risco.
Sendo o risco proporcional ao retorno, a alavancagem expõe a empresa às variações da
conjuntura política, à economia e inclusive às variações cambiais, em um patamar que, antes
de contar com muito capital de terceiros, ela não vivenciaria.
Para manter essa informação sempre ao alcance dos olhos, os gestores financeiros mantêm
atualizado o cálculo dos índices de endividamento, pois além de servirem para a gestão da
empresa, são analisados pelos concedentes de crédito, logo, bancos e fornecedores, antes de
liberarem recursos para a empresa, exigem conhecer os índices de endividamento, para saber
se a empresa terá capacidade de honrar os compromissos que estão sendo contratados.
Este índice mede a capacidade teórica que a empresa tem em pagar suas obrigações, porém
há o viés de não considerar o acionista/sócio como credor da empresa. Mas ainda assim é um
indicador relevante, pois ele compara o ativo total com o passivo exigível total, em que se
excetua o patrimônio líquido.
Isso demonstra que a empresa financia 45,8% dos seus ativos e os acionistas/sócios financiam
a diferença, ou seja, 54,2%.
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Não há um valor ideal para o índice de alavancados. Inclusive, para evitar o abuso
endividamento: para uma empresa que da capacidade de alavancagem, o Banco
está em determinado setor, 45,8% pode ser Central Brasileiro limita a alavancagem
um número aceitável e que não incomoda bancária em 85%, ou seja, de todo o ativo
o gestor financeiro e tão pouco os bancos que o banco tem, 85% pode ser financiado
e fornecedores. Porém, outra empresa, com capital de terceiros, e os outros 15%
de outro setor da economia, em que se precisam ser, obrigatoriamente, pelo
valoriza mais o capital próprio que o capital capital próprio, na forma de patrimônio
de terceiros, pode achar o mesmo valor alto líquido.
demais, o que resultará em prazos mais Já em uma empresa pequena ou média,
curtos para pagamentos de fornecedores com gestão familiar, quanto menor for
e maiores taxas de juros para empréstimos sua alavancagem, melhor ela será vista
e financiamentos, uma vez que o risco é pelos bancos e fornecedores, pois todos os
percebido como elevado pelos bancos e atores da economia sabem que as finanças
fornecedores. das empresas com administração familiar
Exemplos das duas situações são bancos se confundem com as finanças pessoais
e empresas pequenas e médias de gestão de seu proprietário. Assim, quanto menos
familiar. Os bancos, tradicionalmente, são exposição à capital de terceiros, melhor sua
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capacidade de assumir obrigações futuras. utilizar seu dinheiro por um período. Dessa
forma, o pagamento de juros torna-se
3. Índice de Cobertura de Juros extremamente oneroso, pois é um recurso
que sai da empresa em troca de nada, uma
Uma vez que se conhece o endividamento vez que não se adquiriu nenhuma nova
total de uma empresa e o índice que o capacidade com esse pagamento.
representa, torna-se necessário conhecer
Quando a empresa compra uma máquina
detalhes dessa dívida, pois sua constituição
à vista, desembolsou caixa, mas adquiriu
pode determinar a facilidade ou dificuldade
um novo meio de produção que aumentará
que a empresa terá para honrá-la.
o resultado financeiro da empresa, porém,
Para isso, o gestor financeiro mantém quando se paga juros, esse desembolso
atualizado o cálculo de sua capacidade não traz consigo nenhum benefício. Assim,
de pagamento de juros. Como visto nas quanto mais juros uma empresa paga, pior
aulas anteriores, juros correspondem é a aplicação que ela está dando aos seus
à remuneração do capital principal recursos, exatamente por isso calcula-se o
emprestado, de forma alguma fazendo índice de cobertura de juros.
parte do valor original, é apenas um
Este índice nada mais é que a capacidade
pagamento feito ao credor pelo direito de
da empresa gerar caixa para pagamento
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dos juros e sua fórmula é expressa da seguinte maneira:
Onde:
LAJIR= Lucro Antes de Juros e Imposto de Renda.
Juros= Juros pagos pelo uso do capital de terceiros, como bancos e fornecedores.
Aluguéis= Em caso de pagamento de aluguel do imóvel onde a empresa está.
Amortizações= Principal dos financiamentos (valor original contratado, sem juros).
Pgto Lucro= Compreende-se que a empresa precise distribuir aos sócios seu lucro.
Note que a fórmula apresentada trouxe apenas juros, aluguéis, amortizações e lucro. Muitos
custos e despesas fixas não foram mencionados, por isso é possível generalizar a fórmula da
seguinte forma.
Então, utilizando um exemplo numérico, temos uma empresa com a seguinte estrutura:
LAJIR = R$ 849.245
Juros = R$ 120.495
Custos/Despesas Fixas = R$ 382.846
Então:
Índice de cobertura de pagamentos fixos = 849.245 = 1,69
120.495 + 382.846
Nesse exemplo o cálculo demonstrou que o lucro é 1,60 vezes superior às despesas fixas,
proporcionando um grande conforto ao gestor financeiro para honrar seus compromissos fixos.
Dimensionalmente, os 31% podem não ter nenhum significado sem um critério de comparação,
afinal, podem representar um grande lucro operacional para uma empresa de determinado
setor, e algo irrisório para empresas de setores mais agressivos.
A forma ideal de uso deste indicador é a autocomparação, na qual se confronta um mês contra
o mês anterior, e contra o acumulado dos últimos doze meses. Dessa forma é possível traçar
um gráfico que demonstre o crescimento ou deterioração da capacidade de criação de lucro
operacional.
Uma vez conhecido o custo de capital de terceiros e o custo de capital próprio, com base na
estrutura de capital é possível encontrar o custo médio ponderado de capital, que represente o
custo de capital realmente pago pela empresa.
Tendo a empresa a seguinte estrutura de capital:
Então, com os exemplos dados, fica demonstrado que a empresa tem 16,9% ao ano de custo
de capital, ponderado entre capital de terceiros e capital próprio. Essa taxa é de extrema
importância para negociação de novos financiamentos, inclusive solicitação de novos aportes
de capital aos sócios, pois essas operações precisam ser simuladas nos modelos apresentados e
deve ser analisado qual o impacto que causariam ao WACC da empresa.
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(continuação) Considerações Finais
»» O índice de cobertura de pagamentos fixos mede a capacidade do lucro
operacional em pagar juros e as despesas fixas.
»» A margem de lucro operacional mede o quanto da receita de vendas se
torna lucro operacional.
»» A estrutura de capital é conhecida através da ponderação entre o custo
de capital próprio e o custo de capital de terceiros.
»» O custo de capital próprio é calculado através do CAPM.
»» O WACC mostra o custo de capital ponderado da empresa, e é uma
métrica para examinar e evolução ou redução no custo de capital total.
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Referências
ASSAF NETO, Alexandre. Matemática Financeira e suas Aplicações. Editora Atlas, 1992.
ROSS, S.; WESTERFIELD, R. W.; JAFFE, J. F. Administração Financeira. Editora Atlas, 2002.
PUCCINI, A. L. Matemática Financeira. Objetiva e Prática. Editora Atlas, 1993.
GITMAN, Lawrence Jeffrey. Princípios de administração financeira. Editora Pearson Education do
Brasil, 2007.
REBELATTO, Daisy. Projeto de Investimento. Editora Manole, 2004.
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Assista a suas aulas
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Questão 1
1. Quanto ao endividamento, uma empresa pode:
a) Ser capaz de não ter nenhum tipo de recursos de terceiros.
b) Procurar uma estrutura entre capital de terceiros e capital próprio, que minimize seu
WACC.
c) Solicitar uma revisão ao agente financiador do WACC aplicado em seu contrato.
d) Montar uma estrutura que tenha apenas capital de terceiros.
e) Não contabilizar as dívidas de longo prazo para melhorar seu custo de capital próprio.
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Questão 2
2. O que é alavancagem?
a) É a capacidade que a empresa tem em utilizar recursos de terceiros para impulsionar seu
negócio.
b) É uma operação ilegal, que viola a Instrução Normativa 384/10 da CVM.
c) É utilizar recursos do acionista para impulsionar a empresa.
d) É o obtido através da apuração do resultado do exercício.
e) É quando duas empresas se associam em busca de sinergias.
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Questão 3
3. O que é o índice de endividamento geral?
a) É um índice fornecido pelo BNDES como teto para concessão de novos empréstimos.
b) É o índice que mede a capacidade teórica que a empresa tem em pagar suas obrigações.
c) É o índice das dívidas empresariais, calculado pelo IBGE, aglutinando as empresas pelo
setor de atuação.
d) É uma métrica divulgada pelo Banco Central do Brasil para avaliar a capacidade das
empresas contraírem mais dívidas.
e) É o indicador que a empresa calcula para saber quanto do Patrimônio Líquido será
necessário para pagar todas as dívidas que estão registradas no Ativo.
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Questão 4
4. A margem de lucro operacional mede:
a) A capacidade de endividamento de uma empresa.
b) A capacidade que a empresa tem em pagar despesas fixas.
c) A capacidade que a empresa tem em pagar apenas os juros contraídos.
d) O potencial de pagamento de Imposto de Renda.
e) O quanto a empresa é eficiente em sua operação, convertendo receita em LAJIR.
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Questão 5
5. Sobre o CAPM, é correto afirmar:
a) É útil apenas para calcular o custo de capital de terceiros.
b) Foi criado para calcular a TMA de uma operação de financiamento.
c) RF é a taxa livre de risco, que pode ser a SELIC ou o rendimento de títulos do tesouro norte-
americano.
d) É o método pelo qual a controladoria apura o Imposto de Renda.
e) Tem relação direta com o Caixa disponível no Ativo da empresa.
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Gabarito
1. Resposta: B.
2. Resposta: A.
3. Resposta: B.
4. Resposta: E.
5. Resposta: C.
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