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GUIA DE ESTUDO

Metodologia Científica
UNIDADE I
Palavras do Professor

Prezado(a) aluno(a),

A partir de agora você irá entrar no mundo da pesquisa científica para poder, na prática, montar um projeto
de pesquisa e executá-lo no decorrer desta caminhada acadêmica.

Entender a disciplina de Metodologia científica é a base para a pesquisa científica. Esta disciplina lhe
dará subsídios para apresentar ao final do curso a sua monografia.

Nesta disciplina você ainda conta com diversos recursos para subsidiar a construção de seu conhecimento.

Você terá a sua disposição um livro digital, construído especificamente para esta disciplina, por editoras
de renome internacional e com vasta experiência em produção de materiais didáticos.

As editoras são parceiras do Grupo Ser Educacional na produção dos materiais didáticos para os cursos
de Pós-Graduação EaD.

Além do livro didático digital, também está a sua disposição as videoaulas, as atividades de
autoaprendizagem, as atividades avaliativas, os fóruns de discussão, os objetos de aprendizagem
(infográficos e apresentações em slides), além do acesso à biblioteca virtual.

Bons estudos!

Orientações da Disciplina

A disciplina de Metodologia Científica é composta apenas por atividades no Ambiente Virtual de


Aprendizagem. Ela não terá Avaliação Presencial. A produção científica resultante desta disciplina será o
projeto de pesquisa.

É este projeto, que deverá ser trabalhado ao longo de sua trajetória no curso e ao final da oferta de todas
as demais disciplinas, será à hora de contatar o seu orientador para finalizar a monografia.

Então, se pensarmos em todo o processo desde o início com o estudo desta disciplina na construção
do projeto, até a etapa final da construção da monografia na última sala ofertada no curso, teremos um
processo de construção científica bastante organizado e estruturado.

A contextualização a que se propõe este capítulo nos abre caminho para justificar e apresentar o método
de pesquisa que o Grupo Ser Educacional escolheu para seus cursos de Pós-Graduação na modalidade a
distância.

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COMO É ORGANIZADA A DISCIPLINA DE METODOLOGIA CIENTÍFICA PELO
GRUPO SER EDUCACIONAL?

Inicialmente é ofertada a disciplina de Metodologia Científica. Nesta disciplina você tem contato com a
fundamentação teórica da pesquisa científica e é convidado a pensar num tema de pesquisa para realizar
o projeto, que será posteriormente desenvolvido na sala de orientação de monografia.

Durante o processo de leitura do livro didático da disciplina de Metodologia Científica você já vivenciará
um elo entre o que é apresentado teoricamente, e sua intenção de pesquisa científica para o momento da
ORIENTAÇÃO ON-LINE.

O livro de Metodologia Científica forma a base teórica para viabilizar a elaboração final da pesquisa, mas
não forma a única fonte de pesquisa dos alunos.

De acordo com a linha de pesquisa escolhida, você terá a sua disposição todos os conteúdos apresentados
em todas as disciplinas de seu curso – tanto os livros didáticos, quanto os guias de leitura, as videoaulas,
os sites e outras leituras complementares indicadas pelos professores das disciplinas – como fonte de
pesquisa para enriquecer a sua monografia.

Não se preocupe! A construção de seu projeto será feita com explicações claras sobre cada etapa. Vamos
construir juntos o seu projeto de pesquisa.

Vamos iniciar o estudo? Preparado?

Ao iniciar os estudos desta disciplina é importante que, primeiramente, você entenda as nomenclaturas
que vai utilizar ao longo do estudo. Para seguir a trajetória que envolverá a produção de uma pesquisa
científica, é necessário o entendimento sobre o conceito de ciência.

Dicas

Apesar da fonte Wikipédia ser questionada cientificamente no mundo acadêmico, como pesquisador, eu
gosto de saber o que popularmente o mundo pensa sobre alguns assuntos.

Por este motivo, vou trazer alguns recortes da própria Wikipédia para ajudar você no entendimento
popular de alguns assuntos. Neste sentido, como você já deve saber a construção colaborativa dos textos
da Wikipédia, podem não ser os ideais para a fundamentação teórica de trabalhos acadêmicos, que exige
da fonte, autores reconhecidos. No entanto, como fonte de consulta popular é aceita.

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Visite a Página

Utilize a Wikipédia para saber um pouco mais sobre o assunto.


https://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAncia

Para início de conversa

Iniciamos a disciplina trazendo o conceito de um autor que traz importantes contribuições para o ensino
da metodologia. Em seu livro Fundamentos de Metodologia, publicado em 2001, Fachin nos conta que:

[...] se pode considerar a Ciência como uma forma de conhecimento que tem por objetivo
formular, mediante linguagem rigorosa e apropriada – se possível, com auxílio da linguagem
matemática –, leis que regem os fenômenos. Embora sendo as mais variadas, essas leis
apresentam vários pontos em comum: são capazes de descrever séries de fenômenos; são
comprováveis por meio da observação e da experimentação; são capazes de prever – pelo
menos de forma probabilística – acontecimentos futuros. [...] (FACHIN, 2001, p15)

Anotações

Ao apresentar a nossa primeira CITAÇÃO DIRETA (FACHIN, 2001, p15) cabe


explicar que este é o formato correto, segundo as normas da ABNT, para
a apresentação de parte de um texto de outro autor, onde a formatação se
configura primeiro pelo sobrenome do autor, seguido do ano de publicação da
obra e o número da página de onde o texto foi extraído, no caso das citações
ipsis litteris. (https://pt.wikipedia.org/wiki/Ipsis_litteris)

Para a CITAÇÃO INDIRETA, cujo texto foi modificado antes de ser apresentado, comumente chamado
de paráfrase, a formatação da devida referência se dá apenas pelo sobrenome do autor, seguido do ano
de publicação da obra e grafado entre parênteses. Portanto, para você já ir se familiarizando com a forma
científica de produção, todas as citações apresentadas nos guias de estudo desta disciplina respeitarão
as normas de referência da ABNT.

Visite a Página

Acesse o link da ABNT: http://www.abnt.org.br

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Após entender o termo “CIÊNCIA” você precisa também contextualizar “CONHECIMENTO” que pode ser
entendido como o conjunto de ferramentas conceituais e padrões usados pelos seres humanos para criar,
colecionar, armazenar e compartilhar a informação.

O conhecimento pode ser um refinamento de informações. A ele está associada certa dose de inteligência
que é capaz de fazer associações entre informações, experiências e conceitos, e elaborar conclusões.
Sendo assim, o conhecimento serve para o ser humano enfrentar as agruras da natureza.

Guarde essa ideia!

O conhecimento relaciona o conteúdo retido pela mente humana (informação) com


sua aplicação na sua sobrevivência na natureza.

A partir disso, você pode inferir que os seres humanos relacionam o conhecimento com as inter-relações
que os mantêm entre si para edificar a sociedade na qual vivem. Então, sobre CIÊNCIA E CONHECIMENTO
podemos dizer que a “ciência gera conhecimento”, concorda?

Mas, como isto acontece?

Para responder a esta questão é interessante pensarmos que a ciência gera o conhecimento explícito
através da aplicação de determinados métodos. É sobre estes métodos que veremos de forma mais
detalhada no decorrer da disciplina.

Antes de apresentar a você formalmente o conceito sobre método, cabe expor uma visão mais generalista,
que, pode se referir a organização com que serão aplicados os processos necessários para se atingir um
objetivo. Ou o conjunto de regras aplicadas na investigação e na demonstração de um fato.

Lembre-se!

Para Fachin, o método pode ser considerado o trajeto a ser percorrido pelo pesquisador, no decorrer
do desenvolvimento da pesquisa. Daí que, através do método pode-se descobrir a reiteração dos fatos,
isto é, a repetição dos fatos em intervalos idênticos, perseguindo-se a observação da regularidade dos
fenômenos, verificar, inferir, explicar e generalizar o fenômeno e, então, transformá-lo em lei.
O método tem uma estrutura técnica e uma operação mental, que equivalem respectivamente à:

• Métodos científicos: Também chamados de métodos discretos.


• Métodos racionais: Relacionados à indução e dedução.

A técnica é a maneira mediante a qual o pesquisador vai percorrer o caminho de sua pesquisa. Assim, o
método é estável; as técnicas são variáveis de acordo com o progresso tecnológico. O método indica o
que fazer e, a técnica indica como fazer.

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Em suma, o método deve ser compreendido como a estratégia para se auferir resultados. Não se inventa
um método; ele depende, fundamentalmente, do objeto da pesquisa.

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Marie Curie (http://www.infoescola.com/biografias/marie-curie) e


Isaac Newton (http://www.infoescola.com/biografias/isaac-newton),
por exemplo, foram pesquisadores, que tiveram êxito comprovado
em suas investigações com o cuidado de registrar os “caminhos”
percorridos e os meios que os levaram ao cumprimento de seus
objetivos.

Seus registros então, possibilitaram a outros cientistas a análise destes processos para a comprovação,
aprimoramento e reutilização destes “caminhos” já percorridos.

Assim, estes processos, empíricos no início, foram transformados, com o passar do tempo, em métodos
comprovadamente científicos, como nos mostra Antonio Carlos Gil (1999), autor de relevância nacional no
estudo da metodologia científica, em seu livro “Métodos e Técnicas de Pesquisa Social”, publicado em
1999.

Muitos pensadores do passado manifestaram a aspiração de definir um método universal aplicável a


todos os ramos do conhecimento. Hoje, porém, os cientistas e os filósofos da ciência preferem falar
numa diversidade de métodos, que são determinados pelo tipo de objeto a investigar e pela classe de
proposições a descobrir.

Assim, pode-se afirmar que a Matemática não tem o mesmo método da Física, e que esta não tem o
mesmo método da Astronomia. E com relação às ciências sociais, pode-se o mesmo dizer que dispõem
de grande variedade de métodos. É isto que você precisa ficar atento quando desenvolver a sua pesquisa
científica.

O método na pesquisa científica

Outros autores de relevante contribuição para o estudo da metodologia científica, Cervo e Bervian, no
livro “Metodologia Científica”, publicado em 2002, nos dizem que o método científico quer descobrir a
realidade dos fatos e esses ao serem descobertos devem, por sua vez, guiar o uso do método.

Assim, o método científico segue o caminho da dúvida sistemática e metódica que não confunde com a
dúvida universal dos céticos, que é impossível. Considerando-se o grande número de métodos científicos,
torna-se conveniente classificá-los, você concorda?

Assim, de acordo com a natureza específica de cada problema investigado, estabelece-se a escolha de
métodos apropriados para atingir um fim, que é o saber. Para auxiliar a sua caminhada na pesquisa
científica, vou classificá-los em três grandes grupos, conforme Gil (1999) e Martins e Santos (2004):

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• Métodos que proporcionam a base lógica da investigação;
• Métodos que identificam a finalidade da pesquisa;
• Delineamento da pesquisa: meios de investigação.

1. MÉTODOS QUE PROPORCIONAM A BASE LÓGICA DA INVESTIGAÇÃO

Perceba que existem vários tipos de métodos encontrados hoje na vasta bibliografia referente à Metodologia
Científica. Esta seção apresenta os métodos que proporcionam a base lógica da investigação. Este tipo
de método trata dos procedimentos que serão aplicados no processo de investigação científica dos fatos
da natureza e da sociedade.

O ponto de partida deste método conta com um alto índice de abstração, possibilitando aos pesquisadores
inferir sobre o alcance de sua investigação, as regras de explicação dos fatos e da validade de suas
generalizações.

Apesar da abstração inicial, a lógica na escolha dos procedimentos, não deve ser leviana. Para o sucesso
na escolha do tipo de base lógica correto a seguir, apresento a você, os dois principais métodos:

MÉTODO DEDUTIVO

É o método que parte do geral e, logo após desce ao particular. Isto implica partir de princípios reconhecidos
como verdadeiros e indiscutíveis, possibilitando chegar-se a conclusões de maneira formal, em virtude
de sua lógica.

O emprego do pensamento dedutivo acontece quando, segundo Ruiz (1996, p. 139), “a partir de enunciados
mais gerais dispostos ordenadamente como premissas de um raciocínio, chega a uma conclusão particular
ou menos geral”. Ou seja, parte-se do geral para o particular.

Exemplo: Todo o menor de 16 anos é absolutamente incapaz. José é menor de 16 anos.


Logo, José é absolutamente incapaz. 

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Este método é defendido pelos racionalistas – Descartes, Spinoza e Leibniz, pois para
eles, somente a razão é capaz de conduzir ao conhecimento verdadeiro cuja decorrência
estaria relacionada a princípios a priori evidentes e irrecusáveis.

http://www.infoescola.com/filosofos/rene-descartes
http://www.infoescola.com/biografias/baruch-spinoza
http://ecalculo.if.usp.br/historia/leibniz.htm

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MÉTODO INDUTIVO

É o método inverso ao método dedutivo, pois parte do particular coloca a generalização como um produto
posterior do trabalho de coleta de dados particulares.

A indução, enquanto forma de pensar contrária à dedução implica “um processo de raciocínio inverso
ao processo dedutivo”, segundo Ruiz (1996, p. 139). A indução parte de fatos singulares para fatos mais
gerais, ou seja, parte do particular para o geral. Sendo muito utilizada na pesquisa científica.

Por esse método, partindo do particular para o geral, estimula-se o aluno a identificar os princípios gerais
e a conexão sistêmica dos institutos jurídicos e de seus antecedentes históricos.

Exemplo: Se aquele político “X” é corrupto, logo todos os políticos também são?! É prudente, no entanto,
fazer uma breve crítica quanto ao método indutivo. Se a pesquisa buscou o seu resultado esperado, seja
qual for a sua causa, haverá por consequência um vício oculto e desconhecido, eis que o resultado já fora
esperado. É o que chamamos de tendência.

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No raciocínio indutivo, a generalização não deve ser a priori buscada, mas apenas.
No raciocínio indutivo, a generalização não deve ser a priori buscada, mas apenas
constatada a partir da observação de casos concretos que confirmem esta realidade.

O método indutivo é o método proposto pelos empiristas Hobbes, John Locke e Hume,
pois os mesmos consideram que o conhecimento é fundamentado exclusivamente na
experiência, desconsiderando os princípios preestabelecidos.

http://www.infoescola.com/biografias/thomas-hobbes

http://educacao.uol.com.br/biografias/john-locke

http://www.infoescola.com/biografias/david-hume

Além dos métodos dedutivos e indutivos, outros autores desenvolveram também seus próprios
métodos que apresento a seguir:

Método hipotético-dedutivo

É defendido por Karl Popper (http://www.brasilescola.com/filosofia/a-concepcao-


ciencia-karl-popper.htm) que a partir de críticas à indução, pressupõe que o
pesquisador, através de uma combinação de observações, hábeis antecipações e
intuição científica, alcançará um conjunto de postulados que regem os fenômenos
pelos quais estão interessados.
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Desta forma, enquanto o método dedutivo preocupa-se de todas as formas validarem a hipótese, no
hipotético-dedutivo, ao contrário, a preocupação concentra-se na busca de evidências empíricas para
derrubá-las.

Quando os conhecimentos disponíveis sobre determinado assunto são insuficientes para a explicação
de um fenômeno, surge o problema. Para tentar explicar as dificuldades expressas no problema, são
formuladas conjecturas ou hipóteses.

Das hipóteses formuladas, deduzem-se consequências que deverão ser testadas ou falseadas. Falsear
significa tornar falsas as consequências deduzidas das hipóteses. Enquanto no método dedutivo se
procura a todo custo confirmar a hipótese, no método hipotético-dedutivo, ao contrário, procuram-se
evidências empíricas para derrubá-la. (Gil, 1999, p.30).

Lembre-se!

O pesquisador escolhe um conjunto de ideias hipotéticas, possivelmente viáveis, como estratégica para
se aproximar do seu objeto. Essas hipóteses podem ser comprovadas ou não ao longo do processo de
verificação.

Método dialético

O fato de ter sido utilizado por Platão (http://www.infoescola.com/filosofos/platao) na


arte do diálogo, demonstra a antiguidade deste método, muito embora a concepção
moderna deste método esteja fundamentada em Hegel (http://educacao.uol.com.br/
biografias/georg-w-f-hegel.jhtm), cuja ideia pressupõe que a lógica e a história da
humanidade seguem uma trajetória dialética, onde as contradições se transcendem,
dando origem às novas contradições que passarão a requerer novas soluções; em um
processo contínuo.

Método fenomenológico

Este método sugere uma base sólida de investigação sem a possibilidade de proposições. A premissa
básica deste método é: “avançar para as coisas”, onde “coisas” refletem os dados. Portanto, o método
fenomenológico não se preocupa com o fenômeno em si, mas sim com os dados, independentemente se
esses dados representam uma realidade ou uma mera aparência, ou seja, tenta buscar a ESSÊNCIA dos
fatos.

Esta característica faz com que o método fenomenológico não seja dedutivo nem empírico, seu propósito
é mostrar o que é o dado e esclarecer sobre o mesmo, não importando em explicar as leis nem deduzir com
base nos princípios, mas sim, considerar o que está presente a consciência, o objeto. A fenomenologia
ressalta a ideia de que o mundo é criado pela consciência, o que pressupõe o reconhecimento da
importância do sujeito no processo da construção do conhecimento.

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Exemplo

Em uma pesquisa sobre o abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes em uma determinada
região, em certo período, numa dada faixa etária, poderá o pesquisador buscar a essência deste
comportamento, que consistirá na descrição e compreensão do que é geral nesta particular realidade,
ou poderá buscar compreender o significado dessa experiência, analisando suas causas determinantes,
classe social, nível de escolaridade e situação familiar das vítimas desta conduta criminosa.

A intenção neste tipo de método, no entanto, não está na busca da explicação da exploração sexual contra
crianças e adolescentes, enquanto fato antissocial, mas desvendar o seu significado, daí a importância do
método fenomenológico, como instrumento crítico da pesquisa, porque envolverá não apenas a situação
particular das vítimas deste tipo de conduta, mas também aspectos históricos, sociais, políticos, forjados
culturalmente a partir de processos ideológicos.

Neste caso, o pesquisador se voltará à compreensão do amplo contexto em que se inserem essas crianças
e adolescentes, que vivenciam este tipo de abuso, que aflige e constrange a sociedade, que não tem
encontrado mecanismos para o eficiente combate desta conduta, de parte dos órgãos governamentais, e
que marca a ferro e fogo suas vítimas, de modo inexorável, retirando-lhe muitas vezes, a possibilidade de
sonhar com um futuro. Tornando-se assim arcabouço teórico para operadores do direito.

2. MÉTODOS QUE IDENTIFICAM A FINALIDADE DA PESQUISA

Os fins, como o próprio nome designa, identificam o propósito pelo qual uma pesquisa é realizada. A
seguir, você tem um conjunto de métodos pelos quais uma pesquisa se justificaria, segundo seu “fim”,
são eles:

Pesquisa Exploratória

Normalmente, é feita em áreas onde o conhecimento é escasso e sistematizado e, por sua natureza de
sondagem, não comporta inicialmente as hipóteses, porém nada impede que as hipóteses surjam durante
ou no final da pesquisa.

Tem por finalidade a descoberta de práticas ou diretrizes que precisam ser modificadas e obtenção de
alternativas ao conhecimento científico existente. Tem por objetivo principal a descoberta de novos
princípios para substituírem as atuais teorias e leis científicas.

Pesquisa Descritiva

Este tipo de pesquisa tem por objetivo expor as características de uma determinada população ou
fenômeno, de forma a estabelecer uma correlação entre as variáveis para então definir sua natureza.

A pesquisa descritiva visa a prover o pesquisador de dados sobre as características de grupos, estimarem
proporções de determinadas características e verificar a existência de relações entre variáveis.

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Embora a pesquisa descritiva não tenha o compromisso de explicar os fenômenos que descreve, ela
servirá de base para tal explicação; como é observado nas pesquisas de opinião.

Pesquisa Explicativa

O objetivo desta investigação é o de esclarecer e justificar os motivos pelos quais algo acontece, buscando
evidenciar quais fatores contribuem, de alguma forma, para a ocorrência de determinado fenômeno.

Tem por objetivo ampliar generalizações, definir leis mais amplas, estruturar sistemas e modelos teóricos,
relacionar hipóteses numa visão mais unitária do universo e gerar novas hipóteses por força de dedução
lógica.

Exige síntese e reflexão. Visa identificar os fatores que contribuem para a ocorrência dos fenômenos.
Explica o “porque das coisas”, de acordo com Jung (2003). A figura 1 apresenta as diferenças entre estes
três tipos de pesquisa que podem perfeitamente ser utilizadas na pesquisa, segundo o tipo de objeto de
estudos:

Tipos de pesquisa
Diferenças básicas

Exploratória Descritiva Explicatica

Tem como principal


Procura explorar o Além de descrever, procura
objetivo a descrição das
problema, pois ainda identificar os fatores
variáveis. Observa, registra,
ninguém o fez. Busca determinantes. Quer saber
classifica e interpreta
prover critérios para sua o porquê das coisas. A
as características das
compreensão, desenvolver maioria dessas pesquisas
variáveis. Correlaciona as
hipóteses, isolar variáveis, utiliza a manipulação das
informações para analisar
definir problemas, etc. variáveis.
fenômenos.

Figura 1: Diferenças básicas - Fonte: Adaptado de Jung (2003).

3. DELINEAMENTO DA PESQUISA: MEIOS DE INVESTIGAÇÃO

Você deve entender que o delineamento da pesquisa é importante para a ciência. Nesta classificação
você deve perceber o planejamento da pesquisa em sua dimensão mais ampla, envolvendo tanto a sua
diagramação quanto a previsão de análise e interpretação dos dados.

Entre outros aspectos, o delineamento considera o ambiente em que são coletados os dados, bem como
as formas de controle das variáveis envolvidas. O delineamento define os meios de investigação a serem
utilizados na pesquisa, tornam-se essenciais face à necessidade de confrontação entre a visão teórica do
problema com os dados da realidade.
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Assim, podemos definir dois grupos de delineamento: aqueles que se valem das chamadas fontes de papel,
que estão à pesquisa bibliográfica e a pesquisa documental e, aqueles cujos dados são fornecidos por
pessoas, que estão à pesquisa experimental, a pesquisa ex-pos-facto, o levantamento, o estudo de campo o
estudo de caso e a pesquisa-ação. A seguir, apresentam algumas considerações sobre cada delineamento.

Pesquisa Bibliográfica

É o estudo sistematizado desenvolvido a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros


e artigos científicos. Para Cervo e Bervian (2002) a pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a
partir de referências teóricas publicadas em documento.

Pode ser realizada independentemente ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental. Em ambos
os casos buscam conhecer e analisar as contribuições culturais ou científicas do passado, existentes sobre
determinado assunto, tema ou problema, busca também explorar novas áreas onde os problemas não se
cristalizaram suficientemente, e tem por objetivo permitir ao cientista o reforço paralelo na análise de suas
pesquisas ou manipulação de suas informações.

O propósito deste tipo de pesquisa é o de fundamentar qualquer outro tipo de pesquisa. Quanto às
fontes, poderão ser primárias se coletadas em materiais originais que deram origem a outros estudos ou
secundárias, que têm suas origens em obras já publicadas.

Pesquisa Documental

Muito semelhante à pesquisa bibliográfica, a pesquisa documental diferencia-se por valer-se de materiais
que ainda não receberam um tratamento analítico, trata-se, portanto, de uma investigação realizada
em documentos conservados no interior de órgãos públicos e privados, ou de pessoas que a partir da
interpretação do pesquisador poderão dar origem a uma obra.

Pesquisa Experimental

Investigação de natureza empírica onde o pesquisador manipula e controla as variáveis independentes,


observando as possíveis alterações que tais variáveis provocarão sobre as variáveis dependentes. Desta
forma, para que se tenha um delineamento experimental, é necessário que se determine um objeto de
estudo, onde as variáveis poderão influenciá-lo, nas formas de controle e de observação.

Pesquisa Ex post facto

Pesquisa se fundamenta apenas na experiência, onde as variáveis independentes não são controladas
pelo investigador, seja porque já ocorreram suas manifestações, seja porque são intrinsecamente não
manipuláveis, tais como: sexo, classe social, nível intelectual, preconceitos, autoritarismos e entre outras.

Pesquisa Surveys (Levantamento)

Este tipo de pesquisa tem por característica a interrogação direta das pessoas, cujo comportamento
se deseja conhecer. Gil (1999) afirma que o “método survey” - levantamento é caracterizado como uma
pesquisa formada por uma amostra que se constitui num subconjunto da população e por ela se estima as
características da população total.
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Complementa o autor que os levantamentos apresentam como vantagens: conhecimento direto
da realidade, economia e rapidez facilidade de quantificação. Gil (1999) esclarece que na maioria
dos levantamentos, não são pesquisados todos os integrantes da população estudada, o que se faz,
normalmente, é a seleção de um grupo mediante procedimentos estatísticos, que possam, com a menor
margem de erro, representar toda a população.

Pesquisa de Campo

A pesquisa de campo para Vergara (2000, p. 47), “é uma investigação empírica realizada no local onde
ocorre ou ocorreu um fenômeno ou que dispõe de elementos para explicá-lo”, podendo-se valer ou não,
de entrevistas, aplicação de questionários ou testes.

Para Gil (1999), embora as pesquisas de campo se assemelhem os levantamentos (surveys), existem duas
características que as diferem, são elas:

a) Estudos de campo se preocupam mais com o aprofundamento das questões propostas do que com
a distribuição das características da população segundo determinadas variáveis, o que lhe dá maior
flexibilidade.
b) Pesquisas de campo estudam um único grupo ou comunidade em termos de sua estrutura social,
destacando-se a interação de seus componentes. Desta forma, o estudo de campo tende a utilizar
muito mais técnicas de observação do que de interrogação.

ESTUDO DE CASO

O estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira
a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado. Um estudo de caso é uma investigação empírica que
investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente quando os
limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos.

Mazzotti (2006), afirma que ao definir o objeto do estudo de caso como um fenômeno contemporâneo, o
autor procura distingui-lo dos estudos históricos nos quais a evolução temporal é o foco de interesse, o
que não significa que nos estudos de caso não se recorra a fatos passados para compreender o presente.

Para Chizzotti (2006, p. 102), estudo de caso é uma caracterização abrangente para designar uma
diversidade de pesquisas que coletam e registram dados de um caso particular ou de vários casos, a fim
de organizar um relatório ordenado e crítico de uma experiência, ou avaliá-la analiticamente, objetivando
tomar decisões a seu respeito ou propor uma ação transformadora.

Yin (2005, p. 19), esclarece que o estudo de caso é apenas uma das maneiras de se fazer pesquisa em
todas as áreas. Experimentos, levantamentos, pesquisas históricas e análise de informações em arquivos
são alguns exemplos de maneiras diferentes para se realizar uma pesquisa.

Contudo, cada estratégia apresenta vantagens e desvantagens, dependendo das seguintes condições:
“[...] tipo de questão da pesquisa, o controle que o pesquisador possui sobre os eventos comportamentais
efetivos, o foco em fenômenos históricos, em oposição a fenômenos contemporâneos [...]”. Geralmente,
esse tipo de estudo representa a estratégia preferida quando se colocam questões do tipo “como” e “por
que”, e quando o pesquisador tem pouco controle sobre os fenômenos estudados.
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Pesquisa-ação

A pesquisa-ação caracteriza-se como um método de condução de pesquisa aplicada, orientada para


elaboração de diagnósticos, identificação de problemas e busca de soluções.

É um método intervencionista que permite ao pesquisador testar hipóteses sobre o fenômeno de interesse
implementando e acessando as mudanças no cenário real. Neste tipo de pesquisa, os pesquisadores
organizam sua ação, tendo, nesse processo, papel ativo na resolução dos problemas encontrados, no
acompanhamento e na avaliação das ações.

A pesquisa-ação é um tipo de pesquisa social com base concebida e realizada em estreita associação
com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e na qual os pesquisadores e os participantes
representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo
(Thiollent, 1997).

Esse tipo de pesquisa é recomendado quando se busca, conhecer e ao mesmo tempo intervir na realidade
pesquisada.

METODOLOGIA E UNIVERSIDADE

As grandes transformações que marcaram o século XX no interior da ciência, da filosofia, da técnica, da


cultura e da sociedade como um todo, promoveram reflexões e questionamentos em relação à educação,
especialmente à formação desenvolvida nas universidades.

A reconfiguração do paradigma da modernidade – pautado, basicamente, em uma visão mecânica e linear


da natureza e na lógica disciplinar – desafia a universidade a rever a organização e a estruturação de
seus processos de ensino e de seus currículos, visando à produção e a formação de novas capacidades
intelectuais e profissionais.

Assim, no paradigma contemporâneo, à universidade não basta transmitir conteúdos por meio das
relações de ensino e aprendizagem. Faz-se necessário que professores e alunos sejam capazes não
apenas de consumir conhecimentos ou reproduzir as práticas sociais, mas também de reconstruir crítica
e ativamente o conhecimento produzido historicamente.

Neste contexto vale destacar, também, que tais práticas sejam balizadas pelos princípios da inter e da
transdisciplinaridade, para que sejam coerentes e significativas com a complexidade da sociedade no
atual momento histórico.

Guarde essa ideia!

Nesta perspectiva, a construção de conhecimentos se orienta sob outra lógica – flexível, complexa e
dialógica.

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A docência assume uma condição mediadora, em que a educação surge integrada num novo projeto
social, econômico, político e cultural. Neste contexto, a pesquisa como princípio educativo surge como
instância mediadora, num plano micro das transformações necessárias no âmbito universitário. (Silva;
Grezzana, 2009).

Os mesmos autores destacam, ainda, que a pesquisa como princípio educativo no ensino superior, cumpre
a dupla tarefa de serem, ao mesmo tempo, técnica e instrumento didático para formar sujeitos e ponto
de chegada destes. Ela corresponde a um saber fazer e um saber conhecer, que leva a um saber ser e
conviver.

A pesquisa é um caminho (uma metodologia de ensino) e um ponto de chegada (uma finalidade social
requerida pelos novos tempos). Ela engendra uma forma de ser diante do mundo, uma forma de concebê-
lo, de se comportar frente ao seu movimento, e ao mesmo tempo, de ajudar a recriá-lo. (Silva; Grezzana,
2009).

Assim sendo, podemos caracterizar a pesquisa como um processo de busca por respostas e explicações.
Significa produzir um conhecimento que possibilite compreender ou transformar determinada realidade,
fato, fenômeno ou relação social.

Para Resumir

As práticas de pesquisa desenvolvidas no ensino superior possibilitam a compreensão lógica do


conhecimento e sua relação com as necessidades históricas, por meio da identificação de problemas e do
desenvolvimento das formas de solucioná-los em âmbito teórico e prático.

A pesquisa possibilita, desta forma, a compreensão dos assuntos estudados de um modo muito melhor do
que qualquer outro tipo de trabalho. As habilidades inerentes a todo o processo de pesquisa como elaborar
projetos, coletar informações, organizá-las de modo coerente e apresentá-las de maneira confiável e
convincente, são indispensáveis numa época chamada de “Era da Informação”.

O aprendizado dos fundamentos e das técnicas de pesquisa e redação capacita, ainda, os estudantes
envolvidos a trabalhar por conta própria mais tarde, em suas atuações sociais e profissionais.

Em qualquer área de conhecimento, os estudantes e profissionais precisam da formação técnica, política,


social e profissional que só a pesquisa é capaz de ajudá-los a dominar. O domínio dos fundamentos e das
técnicas de pesquisa e redação é importante também para quem utiliza as pesquisas de outras pessoas,
e no momento atual isso inclui todos nós.

Mais do que nunca, a sociedade precisa de pessoas com espírito crítico e criativo, que sejam capazes de
examinar uma pesquisa, fazer suas próprias indagações e encontrar as respostas.

Visando consolidar a pesquisa científica como essencial à Universidade e parte integrante e indissociável
do processo de ensino e aprendizagem, em consonância com o previsto no Projeto Pedagógico Institucional
entende-se que, no Curso, a pesquisa seja utilizada como método para a elaboração e estruturação
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do conhecimento, pelo qual professores e estudantes ensinem, aprendam e proponham soluções aos
problemas relativos ao campo de atuação profissional e à sociedade.

A formação teórico-prática sobre e com a pesquisa, também poderá ser desenvolvida em disciplinas
específicas, como é o caso desta disciplina de Metodologia Científica. Tal percurso proporciona aos
acadêmicos, em muitos casos, o primeiro contato com a pesquisa científica, propriamente dita.

Parabéns por fazer parte deste importante momento da construção científica. Acompanhe a seguir os
detalhes sobre a organização deste processo científico aqui na nossa Pós-graduação EaD.

A PESQUISA CIENTÍFICA NO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃo DO GRUPO SER


EDUCACIONAL

Diante da abordagem conceitual para nortearem a metodologia da pesquisa científica, que você estudou
neste guia, é possível inferir que a ciência moderna tem usado uma combinação desses métodos de modo
a superar as deficiências que cada um possui, não somente para alcançar uma exatidão inconfundível,
mas tão somente para ser capaz de atender a complexidade atual.

A contextualização que se propõe esta unidade nos abre caminho para justificar e apresentar a pesquisa
científica que o Grupo Ser Educacional prevê para os seus cursos de pós-graduação na modalidade de
Ensino a Distância.

Para Refletir

Entendemos que a escolha do Método é livre, ou seja, você vai escolher qual o método
que mais se encaixe ao sujeito e objeto de pesquisa escolhido para apresentar ao final
de seu curso.

A pesquisa cientifica esperada ao final do curso terá como padrão, para todos os
cursos de pós na modalidade EaD, a produção de um ARTIGO CIENTÍFICO, que deverá
ser defendida e apresentada para uma banca examinadora, com a tecnologia de
Webconferência, como requisito obrigatório para a conclusão do curso.

Acesse o Ambiente Virtual

A defesa pública, por webconferência nos permitirá homogeneizar a prática da pesquisa como parte
integrante do processo de aprendizagem em nível de pós-graduação, sem perder qualidade e com
liberdade de ação em diversas áreas.

É importante que você perceba que independente do método escolhido, a produção do TCC em formato de
Artigo Científico é obrigatória, sendo abordado com mais detalhes nas unidades a seguir. A partir de agora
você poderá, na prática, participar de uma pesquisa científica real, onde poderá refletir sobre ciência e
praticar pesquisa com o auxílio de seu tutor.
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A disciplina de Metodologia Científica e Orientação on-line tem características e particularidades que
você necessita entender antes de seguir com seu trabalho.

Regras gerais da produção do TCC nos cursos de pós-graduação EaD do Grupo Ser Educacional

A disciplina METODOLOGIA CIENTÍFICA deve ser cursada anteriormente à sala de ORIENTAÇÃO ON-LINE.
Resumidamente, a sua pesquisa científica será construída com suporte em duas disciplinas sequenciais:

• Metodologia Científica: (lhe dará aportes teóricos para desenvolver a sua pesquisa – É O
MOMENTO QUE VOCÊ VAI CONSTRUIR O SEU PROJETO DE PESQUISA);
• Orientação On-line: (que trabalhará a prática do projeto de pesquisa com a construção final do
relatório de pesquisa em forma de ARTIGO - entregue somente no final do curso).

Para Pesquisar

É muito importante que você leia com atenção todo o livro desta disciplina, guarde-o para balizar a
sequência da sua pesquisa com a disciplina seguinte e o tenha sempre à mão para fazer consultas.

A OFERTA E O ENVIO DAS ATIVIDADES NA DISCIPLINA DE METODOLOGIA CIENTÍFICA

Diferentemente das demais disciplinas do curso, na Metodologia Científica você realiza apenas as
avaliações a distância (AV) e não há avaliação presencial. Ao final desta disciplina, quando seu projeto
for aprovado, de forma autônoma, você deve desenvolver a pesquisa em paralelo às demais disciplinas
do curso. Assim, quando chegar à sala de ORIENTAÇÃO ON-LINE sua produção já estará bem adiantada.

• Esta disciplina é composta por duas avaliações a distância (1AV e 2AV).


• Para o envio de cada uma das avaliações você deverá utilizar o modelo (TEMPLATE) que será
apresentado na segunda unidade desta disciplina para a construção de seu projeto.

??? Você sabia?

Em toda a oferta da disciplina o seu professor fica a disposição para orientar e acompanhar seu progresso
através de diversas ferramentas Síncronas e Assíncronas.

Para reforçar

A disciplina de Metodologia Científica é composta apenas por atividades no AVA que culminará na
produção do seu projeto de pesquisa. É este projeto, que deverá ser trabalhado ao longo de sua trajetória
no curso e ao final da oferta de todas as demais disciplinas, será a hora de contatar o seu orientador para
finalizar o Artigo.
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Então se pensarmos em todo o processo desde o início com o estudo desta disciplina na construção do
projeto, até a etapa final de construção do artigo na última sala ofertada no curso, teremos um processo
de construção científica, bastante organizado e estruturado.

Isto significa que os cuidados com a administração do tempo devem ser redobrados. Não corra o risco de
pensar que, pelo fato da produção científica ocorrer durante todo seu percurso na pós-graduação, você
poderá deixar para realizar as atividades depois das demais. As consequências deste tipo de atitude
serão bastante prejudiciais e irreversíveis.

Dicas

Estamos aqui para ajudá-lo na administração deste tempo. Por exemplo, nossa primeira atividade
colaborativa será um fórum de discussão, onde você terá condições de expor seu tema e problema de
pesquisa, para discutir e aprimorar junto com os colegas desta sala.

Lembre-se que você poderá e deverá utilizar todos os conteúdos estudados nas disciplinas que seguirão
em seu Curso – tanto os livros didáticos, quanto os sites na internet e outras leituras realizadas – como
fonte de pesquisa para enriquecer o seu projeto de pesquisa, que poderá ser alterado a qualquer tempo
antes de seu contato com a ORIENTAÇÃO ON-LINE.

Para reforçar

Após o envio final de seu projeto de pesquisa, nesta disciplina, o seu tutor terá um prazo para emitir um
parecer e solicitar os ajustes que forem necessários. Você deverá ficar atento ao retorno dado pelo tutor
e realizar os ajustes (quando forem solicitados).

Em seguida, reenviar a versão final do projeto, preferencialmente antes ou, no máximo, até o prazo
estabelecido no cronograma da disciplina.

O envio antecipado, ou até a data limite, evitará a falta de tempo para os ajustes indicados pelos tutores
que só poderão ser refeitos apenas uma vez, na disciplina de Metodologia Científica.

Guarde essa ideia!

A média mínima para a aprovação após a realização da Avaliação Final é 5,0, tal como as demais
disciplinas do curso.

Observe a importância do cumprimento dos prazos e da sua dedicação neste importante trabalho. O
projeto de pesquisa deve receber a energia merecida e que lhe garanta o devido sucesso.

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Dicas

Atividades de autoavaliação: Ficou preocupado com o que vem pela frente? Fique calmo, pois o seu tutor
estará a disposição para orientá-lo e acompanhá-lo nesta tarefa, seguimos então.

Leitura complementar

LUCKESI, Cipriano et all. O leitor no ato de estudar a palavra escrita. In: Fazer
Universidade uma proposta metodológica.São Paulo, Cortez, 1998.136-153.

Antes porém de seu primeiro passo na aventura da pesquisa científica é imprescindível a leitura do artigo
acima.

É um fragmento do livro de Luckesi: Fazer Universidade uma proposta metodológica. Luckesi nos oferece
uma importante contribuição para o desenvolvimento das habilidades e competências necessárias para o
desenvolvimento e construção do conhecimento.

Você já se deu conta de como se dá o processo de leitura? Você realmente sabe ler um texto? Não me
refiro àquela leitura dinâmica, robotizada ou a mera repetição mental das palavras impressas.

Refiro-me à leitura reflexiva, ao poder do leitor de entender as entrelinhas e assim contribuir para a
construção de seu conhecimento.

Dicas

A leitura deste texto é obrigatória, para você que ingressou nesta pós-graduação. Esta leitura será o
marco divisor de águas entre a mera repetição mental de palavras impressas e a verdadeira e reflexiva
leitura.

Palavra Final

Prezado(a) aluno(a),

Para concluirmos esta primeira etapa da nossa disciplina, vale lembrar a você que no paradigma
contemporâneo à universidade, não basta transmitir conteúdos por meio das relações de ensino e
aprendizagem.

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Faz-se necessário que você, junto com seus tutores e professores, sejam capazes não apenas de consumir
conhecimentos ou reproduzir as práticas sociais, mas também de reconstruir crítica e ativamente o
conhecimento produzido historicamente.

A pesquisa como, princípio educativo no ensino superior, cumpre a dupla tarefa de serem, ao mesmo
tempo, técnica e instrumento didático para formar sujeitos e ponto de chegada destes. Ela corresponde a
um saber fazer e um saber conhecer, que leva a um Saber ser e conviver. A pesquisa é um caminho (uma
metodologia de ensino) e um ponto de chegada (uma finalidade social requerida pelos novos tempos).

Assim sendo, é importante você caracterizar a pesquisa como um processo de busca por respostas e
explicações. Significa produzir um conhecimento que possibilite compreender ou transformar determinada
realidade, fato, fenômeno ou relação social.

As práticas de pesquisa desenvolvidas no ensino superior possibilitam a compreensão lógica do


conhecimento e sua relação com as necessidades históricas, por meio da identificação de problemas e do
desenvolvimento das formas de solucioná-los em âmbito teórico e prático.

A pesquisa possibilita, desta forma, a compreensão dos assuntos estudados de um modo muito melhor do
que qualquer outro tipo de trabalho. As habilidades inerentes a todo o processo de pesquisa como elaborar
projetos, coletar informações, organizá-las de modo coerente e apresentá-las de maneira confiável e
convincente, são indispensáveis numa época chamada de “Era da Conhecimento”.

O aprendizado dos fundamentos e das técnicas de pesquisa e redação capacita, ainda, você a trabalhar por
conta própria mais tarde, em suas atuações sociais e profissionais. Em qualquer área de conhecimento,
você precisa da formação técnica, política, social e profissional que só a pesquisa é capaz de ajudá-lo a
dominar.

O domínio dos fundamentos e das técnicas de pesquisa e redação é importante também para quem
utiliza as pesquisas de outras pessoas, e no momento atual isso inclui todos nós. Mais do que nunca,
a sociedade precisa de pessoas com espírito crítico e criativo, que sejam capazes de examinar uma
pesquisa, fazer suas próprias indagações e encontrar as respostas.

Sendo assim, chegamos ao final desta primeira unidade de aprendizagem. Nosso objetivo foi o de
contextualizar o estudante sobre alguns conceitos que regem o fantástico mundo da pesquisa. Foi nosso
ponto de partida.

Seguimos confiantes.

Bons estudos!

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Referências Bibliográficas

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JUNG, C. F. Metodologia Científica: ênfase em pesquisa tecnológica. 3. ed. Taquara, Livro Eletrônico em
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MARTINS, J. P.; SANTOS, G. P. Metodologia da pesquisa científica. Rio de Janeiro: Grupo Palestra, 2004.

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VERGARA, S. C. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2000.

YIN, R. K. Estudo de Caso: planejamento e métodos. Porto Alegre: Bookman, 2005.

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