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NO DESERTO, SIM, MAS EM BOA COMPANHIA – Lc 4.

Se, como cristãos no enfrentamento cotiano, suportarmos as


tempestades e adversidades em nosso deserto, uma coisa é certa, sairemos
dele mais fortes, mais belos e plenamente preparados. Pois, seremos com
as árvores que eram colocadas em regiões montanhosas para serem
provocadas pelos ventos para daí, servirem como mastros de navios.

Se você se sente no deserto, bem vindo. E fique feliz por essa


jornada. Geralmente pensamos que passar alguns dias no deserto espiritual
não é coisa boa. Mas se faz necessário saber que o nosso Deus e Pai tem
tanto amor e zelo por nós que na pessoa do ES decide nos fazer companhia
na jornada.

Se você entende que o deserto é um local que não merece ser


visitado, durante sua caminhada de fé sobre a terra, peço que reconsidere
esse pensar. A verdade é que no deserto encontramos as pegadas de outros
servos e até mesmo do Filho do Deus vivo. Estes em sua jornada passaram
um tempo significativo no deserto.

Então, se estamos no deserto temos que entender que estamos em


boa companhia, nunca estaremos sozinhos.

Jó, “o homem mais rico do Oriente” 1.3 perdeu tudo, bens, filhos,
saúde, apoio da esposa. Um grande homem justo, foi acusado pelos amigos
de ter pecados secretos. Ele ficou tão desanimado em seu deserto que
chegou a afirmar que seria melhor não ter nascido.

No seu deserto, você caminha por onde caminhou Abraão, um homem


rico que tinha uma vida confortável, recebeu ordens de Deus para deixar
tudo para trás e inciar uma nova jornada rumo a uma terra prometida. E
Sara estava sempre ao seu lado. Grande parte da jornada deles se deu por
desertos.

Moisés, estava habituado com o deserto. Ele tinha sido criado na


corte de Faraó como um príncipe, mas depois de matar um egípcio, deu
início em sua jornada no deserto, cuidando de ovelhas por 40 anos, quando
Deus se revela a ele na sarça ardente. Pregamos sobre esse evento
recentemente (Ex 3.1-4).

Depois, a Palavra nos mostra Moisés voltando ao Egito para conduzir


seu povo para fora de lá, e, é claro, rumo ao deserto.

Temos mais personagens. José é outro que encontramos no deserto,


filho favorito, foi lançado em um poço pelos próprios irmãos e depois
vendido como escravo e conduzido ao Egito. Onde foi lançado na prisão
diante de acusação de um crime que não cometeu. E, na prisão Deus se
revela a José e ele começa a interpretar sonhos o que, sem que ele
soubesse, o preparou para interpretar o sonho do próprio Faraó.

Temos Davi, que em seu deserto, recebe a profecia de Samuel que ele
seria o futuro rei de Israel. E sua preparação se deu dormindo em cavernas
e andando a ermo pelo deserto. Ali, Deus se revela a Davi, como sua
FORÇA, seu ESCUDO e sua FORTALEZA.

No NT, temos João Batista, que foi chamado para ser um grande
profeta, seu pai lhe contou sobre a visão que revelou essa sua missão. Mas
foi no deserto, e não em um seminário teológico, como era o costume, que
o Senhor se apresentou a João, que viveu nos desertos da Judeia vestido de
peles de animais e comendo insetos. (Lc 3.2,3).

Ainda no NT, temos a revelação dos mistérios de Deus para aquele


que se tornaria o apóstolo aos gentios, Paulo, que foi moldado no deserto
da Arábia (Gl 1. 16,17) “...revelar o Seu Filho em mim, para que eu o
anunciasse entre os gentios” … “não consultei pessoa alguma.
Tampouco subi a Jerusalém para ver os que já eram apóstolos antes
de mim, mas de imediato parti para a Arábia”.

Vemos João, o apóstolo do amor. Onde ele se encontrava quando


recebe a revelação de Jesus Cristo, o Apocalipse? Ap 1.9 na ilha de Patmos,
um local perfeito para uma experiência no deserto.

E mais, você também está na companhia de Jesus, que logo após


receber a aprovação e benção do Pai e do ES, publicamente, foi enviado
divinamente ao deserto para enfrentar as tentações de Satanás (Lc 4.1).
Então, qual o padrão de Deus: Ele nos mostra grandes coisas, que
deseja fazer a partir de nós no futuro, e depois, nos conduz direto ao
deserto para que sejamos ali preparados e aperfeiçoados. Alguns percebem
isso, outros não. Uns descansam, outros murmuram.

Mas, precisamos aprender que se o deserto foi algo bom e necessário


para os santos homens e mulheres de Deus e para o próprio Senhor Jesus,
posso entender que será benéfico para mim e para você, mesmo a gente
desejando um caminho mais fácil. O deserto é onde Deus nos prova, nos
humilha, nos fortalece e nos refina. É onde Ele aperfeiçoa e molda o caráter
divino em nós. É o solo em que Ele nos prepara e rega para uma colheita
frutífera, futura em favor de Seu Reino.

Segundo o profeta Is 51.3, o deserto é o local em que Deus se revela


de maneira nova e diferente. Percebam que o Éden era onde Deus se
revelava a Adão, o local onde a comunhão era plena.

É no deserto que passamos a ter fome e sede de Deus. Pois, em seu


deserto, quando Deus se prepara para se revelar a você, você se dispõe ao
desapego das coisas e quer se aproximar mais e mais Dele. Se quisermos
responder ao chamado de Deus em nossa vida, ela será assim, no deserto.
Ou então, negligenciamos a ponto de não percebermos a sua presença e não
aprendemos sobre sua vontade e bondade.

Interessante é que Deus, segundo o profeta Is 45.15 só se apresenta


para aqueles que o desejem profundamente. Ele também se oculta dos que
não tem fome nem sede Dele. Ele nunca permitira que o consideremos
como algo certo e garantido. Ele nunca se permitira ser visto como algo
comum.

FOME DE DEUS

Se você buscar a Deus de todo teu coração, Ele vai se revelar. Em Dt


8.2 aprendemos que os filhos de Israel foram ao deserto para serem
humilhados e para os fazer sentir fome. Mas, em vez de ter fome de Deus
como Josué e Calebe, o povo sentiu fome das coisas que ficaram no Egito.
Então, quando Deus se revelou, eles não tinham fome, o rejeitaram.
Só que em Dt 5.23-27 a gente percebe o motivo dessa negligência,
pois, por medo, eles preferiam um intermediador, Moisés. Por conta disso
nunca conheceram a Deus, eles só conheciam coisas sobre Deus mas, nunca
podiam agir como Ele os ordenava. Por não o conheceram, eles nunca viram
a terra que lhes foi prometida, mas, morreram no deserto.

Quando Deus conduz cada um de nós, assim como fez com Davi,
Paulo, João, José, é para nos provar, para ver se teremos fome Dele ou se
teremos fome dos confortos e dos prazeres que nos seduzem e enganam.

Tiago 4.8 nos convoca a que nos aproximemos de Deus. Quando você
se aproxima de Deus o buscando com todo o seu coração e com todo o seu
entendimento, então Ele se aproximará de nós. Os filhos de Israel estavam
mais interessados nos seus próprios desejos, na carnalidade, do que na
vontade de Deus. Eles eram adúlteros, buscando o conforto e a segurança
do mundo. Logo se esqueceram de que todos os luxos e provisões não
puderam salvar os egípcios.

A Palavra nos mostra que para nos aproximarmos de Deus, precisamos


fazer duas coisas;

Primeiro limpar as nossas mãos. 2Co 7.1 diz “amados, visto que temos
essas promessas, purifiquemo-nos de tudo o que contamina o corpo
e o espírito, aperfeiçoando a santidade no temor de Deus” . O pecado
nos separa de Deus, Diz Is 59.2 “mas, as suas maldades separaram vocês
do seu Deus; os seus pecados esconderam de vocês o rosto Dele, e
por isso Ele não os ouvirá” .

Segundo, precisamos purificar os nossos corações. A chave para isso é


o que está em Tg 4.8 “Vocês, que têm a mente dividida, purifiquem o
coração”. As pessoas que têm a mente dividida, ficam indo de um lado para
o outro, ora cedem ao Espírito, ora cedem à carne, Esse perfil não coloca a
mente e os sentimentos nas coisas de Deus como nos orienta Cl 3.1,2.

Onde está seu coração? Uma coisa eu sei. Seu coração e sua mente
estão aqui neste momento, pelo menos a matéria, morfológica está. Mas é
provável que somente essa parte esteja aqui porque você não pode retirar
ela do corpo e deixar em casa. Mas, talvez seu coração e mente neste exato
momento estejam divagando para fora do lugar da adoração. Você pode vir
para a igreja, participar do culto como uma coisa de cristão, mas como
cristão pergunto onde está sua mente e seu coração quando não está no
ambiente cristão? Estarão exatamente onde você os colocar. Assim que
você sair daqui, da atmosfera de adoração, sua mente e seu coração vão se
dedicar a aquilo que é seu foco continuar na adoração ou .... É como você
alisar ou dar mechas no cabelo para ir a um evento. Depois tudo volta ao
normal.

Se você está aqui por obrigação, sairá daqui e não mais falará sobre
ou a respeito de Deus, de comunhão, de conversão, mas sim de dinheiro,
futebol, sexo, comida, roupa, novidades no zap, instagran, facebook,
celular, tudo isso dará mais animação do que ler a Palavra, orar, falar de
Jesus para alguém.

Quando alguém se apaixona por alguém, a gente não precisa lembrar a


essa pessoa sobre o outro alguém, porque? Esse alguém estará
constantemente na mente e no coração dessa pessoa, há uma linguagem
suave quando fala do nome, ha melodia nos ouvidos quando ouve a voz. O
motivo? Simples, o coração dessa pessoa está voltado para a outra pessoa.
A mente não está dividida. A pessoa não pensa em outros ou outras. por
estar apaixonado.

Veja o que Davi diz no Sl 16.8 “Sempre tenho o Senhor diante de


mim”. Ele não está com a mente dividida. Seu coração está purificado. O
coração dele não se detinha em amor por outras coisas, antes, estava
voltado para o Senhor. As coisas que amamos, gostamos ou confiamos mais
do que Jesus, são chamadas de ídolos do coração. Ainda no Sl 24.3 e 4 Davi
define esse processo de idolatria.

A pessoa que não tem amor, prazer ou confiança em nada ou em


ninguém mais do que em Jesus, essa é a pessoa que tem coração puro.
Ouçam o que Jesus diz em Mt 10.37 “quem ama seu pai ou sua mãe mais
do que a Mim não é digno de Mim; quem ama seu filho ou sua filha
mais do que a Mim não é digno de Mim”.
CONCLUSÃO

Em seu tempo de deserto, não se comporte como o povo de Israel,


que amou tanto suas vidas terrenas que não aproveitou a oportunidade de
conhecer a Deus.

É no deserto que a glória do Senhor é revelada.

Uma dica de sobrevivência em seu deserto. Por mais solitário que


você se sinta, DEUS ESTÁ SEMPRE PRESENTE.

Muitas vezes em seu deserto, uma experiência especial e significativa


é algo como se Deus estivesse ausente. Exatamente quando você parece
precisar mais, e mais deseja sentir sua presença, Deus parece estar a um
milhão de quilômetros de distância.

Aprenda uma coisa interessante a respeito das duas manifestações da


presença de Deus:

A primeira presença de Deus está baseada em Hb 13.5 “ Não te deixarei,


nem te desampararei”. Essa é a Onipresença de Deus, como Davi revela
no Sl 139.8 “se subir ao céu, Tu ai estás; se fizer do Seol a minha cama,
Eis que Tu ali estás também.”. Se você crê na Palavra e confia em DEUS,
sabe que independente de como você se sente ou do que está acontecendo.
DEUS ESTÁ COM VOCÊ.

A Segunda presença de Deus que todos nós amamos e que faz parte de
nossa caminhada cristã, é a presença manifesta. Embora a palavra
manifestar tenha um sentido negativo em nossa cultura. Manifestar
significa sair do invisível para o estado visível, sair do que não é ouvido e
entrar no que é ouvido, sair do desconhecido e entrar no conhecido. É
quando Deus se torna real em nossos sentidos físicos. É MARAVILHOSO
DESFRUTAR DESSE ENCONTRO, que pode acontecer durante a adoração, a
oração individual, uma caminhada, ou em outros momentos de nosso
cotidiano.

Portanto, quando você estiver no deserto, faminto e sedento


espiritualmente e emocionalmente, se Deus não vier te abençoar com sua
linda presença manifesta, simplesmente confie em suas promessas e
reforce suas esperanças como o profeta Habacuque crendo que o Senhor
continua afirmando: “Não te deixarei, nem te desampararei”.

Pois se você celebra e adora a Deus na ausência da sua presença


manifesta, isso transmitirá em seu coração e em sua vida e seu amor
indizível por Ele.

Una-se a todos homens e mulheres de Deus que vieram antes de nós!


Vamos nos aproximar com mãos limpas e corações purificados, como Davi,
Moisés, Paulo José, Débora, Midiã, Maria.

Oremos.

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