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(Álvaro L. M. Valls)
Platão em Nos Diálogos deixou escritos, ele parte da ideia de que todos
os homens buscam a felicidade. A maioria das doutrinas gregas colocava,
realmente, a busca da felicidade no centro das preocupações éticas.
Entretanto, na obra República de Platão ele condena a vida voltada
exclusivamente para obtenção dos prazeres. Ele também preconizava que a
ideia mais importante é a ideia do Bem.
Mas se a natureza nos quer livres e não nos diz como devemos agir,
então precisamos consultar a nossa consciência individual. Ora, para não
caírmos num subjetivismo irracional, pois arbitrário, não-universal, temos de
supor que todos os homens são estruturalmente iguais. Completando a obra do
pensamento moderno, Hegel considerou demasiado abstrata a posição
kantiana, lembrando que seu igualitarismo postulado não levava realmente em
conta as tradições e os valores, o modo de ver de cada povo; ignorava,
portanto, as instituições históricas concretas e não chegava a uma ética de
valor histórico.
O sétimo capítulo traz reflexões do que seria a ética aos olhares atuais.
Há um certo regresso por aí, o que chama a atenção para o fato é que hoje a
ética foi reduzida a algo privado. E se hoje a ética ficou reduzida ao particular,
ao privado, isto é um mau sinal. Valls também valoriza Kant por trazer á tona
as discussões de comportamento/consciência moral. Sem dúvida aos olhares
kantianos o centro de toda a preocupação moral reside aí. Valls também
levanta questões sobre as chamadas minorias sociais chamando a atenção
para a necessidade de novas formas de relacionamento dentro do próprio
casal. Para Valls o feminismo, ou a luta pela libertação da mulher, traz em si
exigências éticas, que até agora ainda não encontraram talvez as formulações
adequadas, justas e fortes. Entretanto, considera a libertação da mulher, como
a libertação de todos os grupos oprimidos, sendo uma exigência ética, das
mais atuais.