Professional Documents
Culture Documents
ABSTRACT: In the south of Brasil, the wooden houses provide a home for a
significant portion of the population. The choice of wood is strongly related to the
cultural influence of Europeans immigrants from different nations that came to live in
the country since the middle of last century. But the technology broadly used nowadays
needs to be improved, because it is possible to notice a deep unknowledgement of the
modern ways of timber framing. One of the main lacks is the technical solution used for
the wet areas, as bathrooms, kitchens, etc. This paper intends to contribute for the
improvement of technical solutions related to timber constructions, showing some
specific techniques – broadly used in other countries – for applying ceramic tiles over
timber walls.
Key-words: tiles; plywood; drywall; cementitious backer board.
1 INTRODUÇÃO
Por sua vez, o sistema de pranchas horizontais com junção do tipo macho-fêmea é
bastante difundido em todo o país, abrangendo desde moradias simples até as de padrão
mais elevado. São detectadas diferenças – que podem a princípio parecer singelas –
entre alguns detalhes construtivos de uma empresa para outra; porém estas diferenças
costumam ser muito significativas e determinantes para a adequação do sistema às
técnicas de aplicação de cerâmica que serão apresentadas neste trabalho. A questão
crucial está na movimentação das pranchas que formam a parede, que é causada pela
retração transversal da madeira – geralmente empregada ainda verde – até atingir
equilíbrio higroscópico com o ambiente. Isto pode acarretar, dependendo das
peculiaridades da solução, desde diminuição do pé-direito, até rebaixamento da cota das
janelas, quando estas se encontram simplesmente apoiadas sobre as pranchas livres nos
pilaretes que servem de guia. Isto prejudica o desempenho do conjunto, e seria preciso
que a empresa procedesse a uma revisão de suas soluções construtivas de modo a
permitir adequada compatibilização com as técnicas específicas.
3.1 Stucco
Até o início deste século, significativa parcela das superfícies internas de teto ou parede
de edificações em madeira na América do Norte era executada através deste sistema, no
qual uma tela é fixada à estrutura de madeira e recebe argamassa de emboço em duas ou
três camadas, formando uma superfície rígida e plana, que pode admitir qualquer
acabamento, como por exemplo pintura, cerâmica, pedras naturais, etc.
Inicialmente não se dispunha de uma tela propriamente dita, tendo sido usado durante
muito tempo uma trama de sarrafos de madeira para servir de base para a argamassa de
emboço. Atualmente são empregadas telas expandidas específicas, fabricadas em metal
e que são galvanizadas ou recobertas com pintura anti-corrosiva. A tela deve ser capaz
de resistir à pressão de aplicação da primeira camada de argamassa, suportá-la ainda
enquanto fresca, e formar uma superfície integral com a argamassa após a sua cura
(THALLON, 1996).
A tela é empregada na posição horizontal, com superposição nas emendas, podendo ser
fixada diretamente à ossatura da parede ou sobre uma sub-base formada por chapas de
madeira reconstituída (compensado, OSB, etc). A união é feita com pregos ou grampos,
aplicados manualmente ou através de pistolas. É recomendável deixar uma membrana
impermeabilizante entre a tela e a estrutura da parede para isolar a madeira do possível
contato com a umidade.
A técnica do Stucco não é mais usada de forma intensiva por ser muito artesanal (baixa
produtividade) e cara (tanto no custo dos materiais como no de mão-de-obra).
Entretanto, é muito apropriada e deve ser especificada em locais onde outros substratos
não consigam ter desempenho satisfatório, como em cantos arredondados com curvatura
acentuada, ou em locais com alta umidade, como boxes de banheiro, saunas a vapor,
etc.
Trata-se de uma placa delgada pré-fabricada feita de concreto de baixa densidade, que
vem reforçada com tela de fibra de vidro, resistente ao ataque químico do cimento, em
ambas as faces.
Permite alta produtividade na medida em que minimiza os serviços em obra. As placas
pré-fabricadas – vendidas normalmente em chapas de 1,20m x 2,40m e espessura de
12,5mm – são fixadas à estrutura de madeira da parede através de pregos ou parafusos,
tomando-se o cuidado de deixar uma junta de aproximadamente 3mm entre as placas
para permitir certa movimentação térmica e/ou higroscópica. As juntas são tratadas
aplicando-se uma fita de fibra de vidro com 5cm de largura envolta em argamassa
flexível. Para evitar problemas de condensação de água na parte interna e de infiltração
de umidade através das placas é conveniente levar em conta a utilização de barreira de
umidade, colocada entre a placa e a estrutura em madeira da parede.
A superfície completamente plana formada serve como base para praticamente qualquer
tipo de revestimento em fechamentos e vedações internas e externas, sendo
especialmente apropriado para aplicação de revestimento cerâmico. O assentamento das
peças é feito com argamassa colante flexível (ou argamassa de assentamento adequada)
seguindo a prática convencional já amplamente difundida em todo o país.
As placas podem ser dispostas tanto na horizontal bem como na vertical. Devem ser
fixadas à estrutura de madeira da parede preferencialmente através de parafusos; pregos
também podem ser utilizados, embora normalmente propiciem menor resistência.
Após instaladas as placas, efetua-se o tratamento das juntas, feito com fita e massa, que
assegura a continuidade mecânica entre as placas. Estando a superfície de base
concluída, pode-se assentar as peças cerâmicas na parede pelo método tradicional, com
o uso de argamassa colante flexível aplicada por desempenadeira dentada.
As chapas de compensado de madeira podem ser usadas como substrato para receber
revestimento cerâmico. São recomendadas as de compensado naval, confeccionadas
com cola inerte à ação da água. Facilmente encontradas no mercado, geralmente com
dimensões de cerca de 2,20m x 1,60m, são vendidas em diferentes espessuras, sendo
usuais as de 10mm e 12,5mm.
montante de madeira
tela metálica
argamassa de emboço
argamassa colante
cerâmica
rejunte
membrana impermeabilizante
cerâmica
rejunte
Figura 2 – Esquema que ilustra as técnicas cujo substrato pode ser gesso
acartonado, compensado de madeira ou placa cimentícia.
4 CONCLUSÃO
Existe um longo caminho a ser percorrido para que as construções em madeira no Brasil
possam se tornar efetivamente produtos de alta qualidade e satisfazerem potencialmente
os consumidores da mesma forma como o fazem em diversos outros países com maior
tradição em construir com este material.
O uso de técnicas construtivas específicas para assentamento de peças cerâmicas em
paredes de edificações em madeira pode contribuir em muito para o desenvolvimento
tecnológico do setor, trazendo melhorias na qualidade dos produtos oferecidos e ganhos
de produtividade.
É fundamental que o processo de adoção de uma nova tecnologia seja feito com
bastante rigor. Há que se proceder a uma criteriosa avaliação dos sistemas utilizados, de
modo a detectar pontos conflitantes e assim providenciar possíveis alterações que
permitam sua conformidade com a técnica escolhida para assentamento de cerâmica.
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS