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PSICOLOGIA E DIREITO DA CRIANÇA E ADOLESCENTE

Trabalho dos Psicólogos com Crianças e Adolescentes

De acordo com Bastos (2002), sobre a normatização da prática do


psicólogo. O psicólogo é um profissional da saúde mental, independente da
área de atuação. A saúde é compreendida como um processo de otimização
da qualidade de vida das pessoas por meio dos fatores emocionais.

Paes Ribeiro (1998) apud Brambilla & Avoglia (2010) consideram que
dessa compreensão possibilite a preocupação do indivíduo em sua totalidade.
Um movimento da saúde enquanto um modelo ecológico, sem dicotomia.

Bleger (1984) no que tange o trabalho do psicólogo com crianças e


adolescentes se faz necessário uma compreensão da dimensão da infância e
da juventude. Segundo Cruz, Hillesheim e Guareschi (2005) apud Brambilla &
Avoglia (2010), uma compreensão contextualizada, datada geográfica e
historicamente que se faz na reflexão das questões familiares, vínculos e a
criação dos filhos, uma construção discursiva que institui determinadas
posições de todos os envolvidos, caracterizando determinados modos de ser e
viver a infância.

Salles (2005) apud Brambilla & Avoglia (2010) considera as condições


históricas, políticas e culturais diferentes produzindo transformações no interior
da criança e do adolescente. Lembremos que as crianças e os adolescentes
não podem ser fadados a tornarem-se apenas adultos. Estas são constituídas
de identidade e subjetividade com seus comportamentos peculiares e modos
de agir e sentir, que só podem ser compreendidos a partir da relação que
constroem.

Por isso, de acordo com Brambilla & Avoglia (2010):

No que compete ao manejo do psicólogo com


crianças e adolescentes, as práticas variam de
acordo com a situação em que estão inseridos.
Independentemente de qual seja a práxis, há
princípios legais que oferecem subsídios para o
trato das crianças e adolescentes. Este
subsídio é o Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA) (BRAMBILLA & AVOGLIA
2010, p. 109).
Apontamentos de psicólogos referentes ao Direito da Criança e
Adolescente

Por meio de estudos de Brambilla & Avoglia (2010), buscou-se


descrever a percepção de psicólogos em relação ao ECA.

Os psicólogos reconhecem o ECA como um mediador da relação


família-criança/adolescente, um fator de aproximação às práticas de questões
sócias. Outros aspectos são considerados para a análise do desenvolvimento
da criança e adolescente, redimensionando sua compreensão, outrora
individual e focada no motivo da consulta. Deste modo, considera o
comprometimento das relações sociais atribuindo um sentido mais abrangente
(BRAMBILLA & AVOGLIA 2010).

É confirmado pelos profissionais de psicologia que o ECA é um


instrumento que subsidia o percurso da atuação a uma prática comunitária que
qualifica os serviços oferecidos para atendimento das demandas. Em vista
disto, a demanda tem-se aumentado. O que pode significar a apropriação que
a população está obtendo de seus direitos, tornando-se mais crítica e
participativa (BRAMBILLA & AVOGLIA 2010).

Outros pontos devem ser considerados. Pontos dúbios, presentes no


artigo referente. Ou seja, tais psicólogos perceberam que, além do ECA ser um
instrumento importante e norteador de sua atuação, também assegura e
garante os direitos e a proteção de crianças e adolescentes de camadas
sociais menos favorecidas e em condições de vulnerabilidade social. A
dubiedade se na conotação de proteção ao pobre que é presente no discurso
psicológico (BRAMBILLA & AVOGLIA 2010).

Contudo, ainda há a crítica da postura do profissional de psicologia,


Bleguer (1984), afirma que o psicólogo aprendeu a manejar os fatores naturais,
a natureza, instrumentos, técnicas e objetos, porém, ainda não é o suficiente
para orientar a vida e as relações dos seres humanos. Em continuação a sua
crítica, o autor sugere que o psicólogo entre em contato com a população e
com sua realidade social não esperando que esta população entre em contato
com tais profissionais.

Dentro desse contexto, é imprescindível, em conjunto com o ECA, que o


profissional tenha uma postura ética na construção de políticas públicas
integrais, que permita a este profissional ir ao encontro da demanda brasileira
(BRAMBILLA & AVOGLIA 2010).
REFERÊNCIAS

BASTOS, M. N. dos S. O psicólogo e a ação com o adolescente. In: CONTINI, M. de L. J.


Adolescência & Psicologia: concepções, práticas e reflexões críticas. Rio de Janeiro: Conselho
Federal de Psicologia, 2002. p. 33-46.

BLEGER, J. Psico-higiene e Psicologia institucional. São Paulo: Artmed, 1984.

BRAMBILLA, B. B.; AVOGLIA, H. R. C. O Estatuto da criança e do adolescente e a atuação do


psicólogo. Psicólogo InFormação, v. 14. n. 14, p. 102-121, 2010. Disponível em:
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/psicoinfo/v14n14/v14n14a07.pdf. Acesso em 15 Abr. 2019.

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