Professional Documents
Culture Documents
BRASÍLIA
- JULHO, 2012 -
SUMÁRIO
Capítulo I: Subsídio – Harmonização do formato de remuneração em face ao exercício
de atividades típicas de Estado.
1
BRASIL. Casa Civil. Análise e avaliação do papel das agências reguladoras no atual arranjo institucional brasileiro. Relatório do
Grupo de Trabalho Interministerial Câmara de Infraestrutura – Câmara de Política Econômica. Brasília: Presidência da República, 2003.
A regulação econômica pode ter uma tarefa adicional: ela pode ser um
veículo indutor da criação das próprias condições de mercado em circunstâncias em que
elas não existem. Quanto a este ponto, é de se reter a idéia de que regulação não é
somente uma etapa anterior ao alcance de níveis satisfatórios de concorrência. A
regulação estimula a concorrência e procura mimetizar mercados para minimizar suas
deficiências, mas deve ainda desempenhar a importante tarefa institucional de, por
vezes, criar e organizar esses mercados, bem como em seu interior promover
redistribuições equânimes.
2
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Imprensa Nacional, 1988. Acesso em 30/09/2009. Disponível em
<http://www.senado.gov.br/sf/legislacao/const/>.
3
JEREISSATI, Tasso. Proposta de Emenda à Constituição n. 81 de 2003. Brasília: Senado Federal, 2003. Disponível em
<www.senado.gov.br>. Acesso em 30/09/2009
4
AMARAL, Delcídio. Proposta de Emenda à Constituição n. 71 de 2007. Brasília: Senado Federal, 2007. Disponível em
<www.senado.gov.br>. Acesso em 30/09/2009.
independência, imprescindíveis ao seu bom funcionamento, quanto para suprir
lacunas e corrigir problemas evidenciados ao longo dessa primeira década de
experiência. Da mesma forma, se a atividade reguladora das agências é
inerente à execução das políticas públicas a elas confiadas, nada mais
adequado que elas, como órgãos de Estado, sejam submetidas à avaliação de
desempenho pelo Senado Federal.
5
NICOLINI, A..M. Aprendendo a Governar: a aprendizagem de funcionários públicos para as carreiras de estado. Salvador: UFBA,
2007.
6
SANTOS, Luiz Alberto dos. Critérios para definição das atividades exclusivas de estado e o Plano Diretor de Reforma do Aparelho
do Estado. Brasília: Partido dos Trabalhadores – Liderança da Bancada, 1999. Disponível em <http://www.fonacate.org.br/fn/index.php?
h_pg=downloads&bin=files&act=view&id_file=9>. Acesso em 30/09/2009.
governamental; a função regulação / fiscalização de mercados; a função
jurídica/advocacia e defensoria pública; a função legislativa; a função judicial.
Art. 2º ..........
7
BRASIL. Diário da Câmara dos Deputados. Brasília: 26/04/2000. p.347 e seguintes.
Inconformado com este arranjo institucional impróprio para as Agências
Reguladoras, Partido dos Trabalhadores (PT) ingressou junto ao Supremo Tribunal Federal
com Ação Direta de Inconstitucionalidade8, sob nº 2.310, já em 29 de agosto de 2000,
questionando o emprego do regime CLT. Reproduzimos aqui um argumento essencial.
Ou seja, o que estabelece o art. 247 da Lei Maior é que não basta ao servidor
que desenvolve atividades exclusivas de Estado ser estável. Submeter os
servidores das agências reguladoras a regime celetista, em que sequer há a
garantia da estabilidade (exclusiva de ocupantes de cargos públicos) seria uma
forma de burlar o texto constitucional, na medida em que se deferiria a
servidor que exerce atividade exclusiva de Estado ainda menos garantias do
que gozam outros servidores.
Todas as agências [reguladoras] criadas por lei até hoje são autarquias
especiais, ou seja, desempenham, com autonomia administrativa e financeira,
atribuições inerentes à atuação do Estado. Fazem parte do núcleo central da
administração pública, juntamente com a administração direta.
8
Partido dos Trabalhadores. Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 2310. Brasília, 2000. Acesso em 27/11/2009. Disponível em:
http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/fazerDownload.asp? classe=ADI&processo=2310
9
Partido Trabalhista Brasileiro. Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 2.315. Brasília, 2000. Acesso em 27/11/2009. Disponível em
http://www.stf.jus.br/portal/geral/verPdfPaginado.asp?id=186523&tipo=TP&descricao=ADI%2F2315
continuidade dos serviços públicos sejam desempenhadas por empregados que
possuam meros vínculos contratuais com a administração pública.
Art. 39 (...)
Art. 39 – (...)
10
SINAL, Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central. Cartilha do Subsídio. Brasília, 2007.
11
BORBA, Arthur C.A. Considerações sobre os efeitos da remuneração por subsídio. Brasília: Unafisco, 2007.
Agências Reguladoras Federais, criados pelas Leis n. 10.768/2003 e n. 10.871/2004, no
rol de Carreiras Típicas de Estado remuneradas por subsídio.
Não obstante tudo que já foi demonstrado na Parte I desta Nota Técnica,
vamos nos deter em mais um exemplo. A Lei n. 11.890, de 2008, resultou da conversão
da Medida Provisória n. 440. Em suas seções VI e VII são estruturados, respectivamente,
os Planos de Carreiras e Cargos da Superintendência de Seguros Privados e da Comissão
de Valores Mobiliários. Importa trazer aqui os artigos desta norma relativos às atribuições
legais estabelecidas para estas carreiras.
Seção VI
Seção VII
12
Medida Provisória n. 434/2008.
b) ações de salvaguarda de assuntos sensíveis;
c) operações de inteligência;
d) atividades de pesquisa e desenvolvimento científico ou tecnológico,
direcionadas à obtenção e análise de dados e à segurança da informação; e
e) atividades de construção e manutenção de prédios e outras instalações;
Forma de Forma de
propriedade administração
Pública não
Burocrática
Gerencial
Instituições
Privada
Estatal
Estatal
Núcleo Estratégico. Secretarias
Atividades típicas de Estado
Legislativo. formuladoras de
Judiciário. políticas públicas.
Presidência. Contrato de
Ministérios. gestão.
Receita Federal
CVM e SUSEP
Banco Central
Reguladoras
Agências
(Gestor)
EPPGG
ATRIBUIÇÕES TÍPICAS DE ESTADO
Téc. Admin.
Relação de atribuições legais estabelecidas na Lei n. 10.871/2004 para os
Especialista
Servidores Efetivos das Agências Reguladoras Federais, conforme a carreira e o
Analista
cargo específicos.
Fonte: SANTOS (1999), com adaptações e atualização das nomenclaturas dos cargos.
O próprio Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão 13, em
apresentação durante a Conferência Nacional de Recursos Humanos na Administração
Pública Federal, relacionou as seguintes características do Estado brasileiro pós-
constituinte. Seriam elas:
soma: 36.174
13
GRAEF, Aldino. (MPOG). A organização de carreiras do Poder Executivo da Administração Pública Federal Brasileira. Conferência
Nacional de Recursos Humanos, 07/07/2009. Brasília.
CAPÍTULO II
14
Inciso XVII, Art. 1º, Lei n. 10871/2004.
recente concurso da Agência Nacional de Vigilância Sanitária para este cargo:
Administração, Arquivologia, Biblioteconomia, Ciências contábeis, Comunicação social,
Direito, Economia, Engenharia civil, Estatística, Informática, Pedagogia, Psicologia,
Relações públicas.
15
Art. 13, Lei n. 10.871/2004.
1. Administrar os cargos efetivos de seu quadro de pessoal, bem como os
cargos comissionados e funções de confiança, integrantes da respectiva
estrutura organizacional;
16
Art. 20-A, Lei n. 10.871/2004.
17
Art.22, Lei n. 10.871/2004. Ainda pendente de regulamentação por parte do Executivo.
Essencialmente, os Analistas Administrativos atuam na grande área de
Gestão, contemplando ai licitações, orçamento, recursos humanos, arrecadação,
logística, contabilidade pública, contratos e convênios e tecnologia da
informação/sistemas etc.
Para que se tenha uma dimensão mais material da atividade dos Analistas
Administrativos, pode ser citado que o orçamento global das Agências Reguladoras
autorizado no ano de 2007 atingiu a cifra de R$ 7,1 bilhões.
18
Incisos I a III, Art.4º, Lei n. 10.871/2004.
Finalmente, a Lei n. 10.410, de 11 de janeiro de 2002, criou e disciplinou a
carreira de Especialista em Meio Ambiente que, dentre outros, contém o cargo de
Analista Administrativo. São atribuições deste cargo o exercício de todas as atividades
administrativas e logísticas relativas ao exercício das competências constitucionais e
legais a cargo do Ibama, fazendo uso de todos os equipamentos e recursos disponíveis
para a consecução dessas atividades, conforme o art. 5º do diploma legal.
Agências Reguladoras
Ibama|ICMbio
DNPM
DNIT
Atividades administrativas e logísticas
Implementação e execução de planos, programas e
projetos relativos às atividades de regulação
Subsídio e apoio técnico às atividades de normatização e
regulação
Subsídio à formulação de planos, programas e projetos
Ainda que fique, conforme apresentado, evidente a clara distinção entre os
Analistas das Agências Reguladoras e os Analistas Administrativos de outros órgãos da
Administração Pública, não é feita completa justiça às funções desempenhadas por tais
cargos.
As atribuições dos cargos de nível superior do TCU, Auditor Federal de Controle Externo (anteriormente
‘analista de controle externo’), conforme um dos editais mais recentes disponível na página do CESPE
(www.cespe.unb.br) são assim apresentadas:
desenvolver atividades de planejamento, coordenação e
ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO execução relativas à fiscalização e ao controle externo da
ÁREA: CONTROLE EXTERNO arrecadação e aplicação de recursos da União, bem como da
ESPECIALIDADE: CONTROLE administração desses recursos, examinando a legalidade,
EXTERNO legitimidade, economicidade, eficiência e efetividade, em seus
ORIENTAÇÃO: aspectos financeiro, orçamentário, contábil, patrimonial e
AUDITORIA DE OBRAS PÚBLICAS operacional, dos atos daqueles jurisdicionados ao Tribunal de
Contas da União.
planejar, organizar, supervisionar, coordenar, avaliar e
executar atividades relativas à prática da medicina,
ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO
compreendendo o atendimento assistencial, ocupacional e
ÁREA: APOIO TÉCNICO E
pericial, com atuação em equipe multiprofissional, visando a
ADMINISTRATIVO
promover e preservar a saúde individual e coletiva de
ESPECIALIDADE: MEDICINA
autoridades e servidores ativos e inativos do Tribunal de
ORIENTAÇÃO: CLÍNICA MÉDICA
Contas da União e respectivos dependentes, bem como dos
pensionistas do TCU
planejar, conceber, coordenar, gerenciar e participar de ações
ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO
para a implementação de soluções de Tecnologia da
ÁREA: APOIO TÉCNICO E
Informação, bem como prover e manter em funcionamento
ADMINISTRATIVO
essa estrutura tecnológica, composta por sistemas, serviços,
ESPECIALIDADE:
equipamentos e programas de informática necessários ao
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
funcionamento do Tribunal de Contas da União.
REMUNERAÇÃO: R$ 9.849,38.
A Lei n. 10.356, de 27 de dezembro de 2001, dispõe sobre o Quadro de
Pessoal e o Plano de Carreira do Tribunal de Contas da União e dá outras providências.
São as seguintes as atribuições designadas aos servidores de nível superior daquele
órgão:
Inciso XVII, Art. 1º, Lei n. 10.871/2004 Art. 4º, Lei n. 10.356/2001
Inciso XVI, Art. 1º, Lei n. 10.871/2004. Art. 7º, Lei n. 10.356/2001
Seção 2: A proposta.
Ainda, de acordo com esta lei, as atribuições comuns dos cargos acima são:
"Art. 4º São atribuições comuns dos cargos referidos no art. 1º desta Lei:
"Art. 3º São atribuições comuns dos cargos referidos nos incisos I ao XVI, XIX
e XX do art. 1º desta Lei:
1) Não haverá conflito de cargos simplesmente pelo fato de não ser este o
objetivo desta alteração, que visa a evolução das carreiras frente a necessidade de uma
maior qualificação do corpo Técnico das Agências Reguladoras já no momento do
ingresso. As atribuições de cada cargo continuam as mesmas conforme bem definidas
em lei.
"(...)
Art. 14. A investidura nos cargos efetivos de que trata o art. 1º desta Lei dar-se-
á por meio de concurso público de provas ou de provas e títulos, exigindo-se
curso de graduação em nível superior, observado o disposto em regulamento
próprio de cada entidade referida no Anexo I desta Lei e a legislação
aplicável."
(...)
(...)"
Seção 1: Histórico.
I - da anualidade;
(...)
(...)
Seção 3: A regulamentação.
I - da anualidade;
É importante destacar que o inciso I mais uma vez faz referência direta ao
interstício que deverá ser cumprido pelo servidor para concorrer a passagem ao padrão
imediatamente acima, qual seja, a anualidade (também entendida como o intervalo de
12 meses ou 365 dias).
Art. 10. Para fins de progressão e promoção, cada período avaliativo será de um ano,
no qual o desempenho do servidor será acompanhado e avaliado, ressalvada a
hipótese prevista no § 1º do art. 9º.
§ 1º Caberá a cada Agência Reguladora estabelecer o marco inicial do período
avaliativo.
Para plena compreensão do que viria a ser este marco inicial a ser
instituído pelas agências, atentemos ao art. 15:
Art. 15. Até o marco inicial do primeiro período avaliativo de que trata o art.
10, deverá ser efetuado o reposicionamento de um padrão de vencimento na
respectiva tabela de estruturação dos cargos para cada dezoito meses de
efetivo exercício, a contar da data de entrada em exercício do servidor no
cargo, observado o disposto nos arts. 11 e 12.
Insta constar que tal „marco inicial‟ não se encontra nas hipóteses legais
estabelecidas para suspender ou interromper a contagem de tempo de serviço dos
servidores e que a Administração não pode fazer aquilo que não esteja previsto em lei.
Dessa forma, o marco fixo fatalmente resultaria em tempo de serviço com efeito
desprezado para fins de promoção e progressão.
Art. 9º. O marco inicial do período avaliativo, de que trata o art. 15 do Decreto
nº 6.530, de 4 de agosto de 2008, será assim definido:
I – para o servidor com menos de 12 meses de efetivo exercício na data de
publicação desta portaria ou para os servidores recém ingressados na carreira,
o marco inicial corresponde à data de entrada em exercício;
Vejamos, in verbis, como o tema foi tratado pelo MPOG para estas
carreiras:
“Art. 33 ..........................................................
A suposta base legal dessa prática seria uma permissão, prevista no Art. 14
da Lei n. 9.986/2000, abaixo transcrito:
Os quantitativos dos empregos públicos e dos cargos comissionados de
cada Agência serão estabelecidos em lei, ficando as Agências autorizadas a efetuar a
alteração dos quantitativos e da distribuição dos Cargos Comissionados de Gerência
Executiva, de Assessoria, de Assistência e dos Cargos Comissionados Técnicos,
observados os valores de retribuição correspondentes e desde que não acarrete aumento
de despesa.
“Para exame dessa questão, deve-se partir do pressuposto de que esses cargos
comissionados pertencem a dois grupos distintos, segundo previsto no Anexo I
da Lei nº 9.986/2000, sendo o primeiro grupo de livre nomeação e exoneração
(CD, CGE, CA e CAS), nos termos do art. 3º da citada norma, e o segundo de
ocupação privativa de servidores ocupantes de cargos efetivos do Quadro de
Pessoal Efetivo, de servidores do Quadro de Pessoal Específico e do Quadro de
Pessoal em Extinção das Agências Reguladoras, nos termos dispostos no art.
33 da Lei nº 10.871/2004”.
Justificativa
Essa “gratificação”, da forma como foi criada, restrita ao corpo técnico das
agências, permitia que os quadros mais capacitados, com melhor desempenho e preparo
para enfrentar os desafios que se impõem no dia a dia da regulação e fiscalização de
serviços públicos, tivessem um diferencial na sua remuneração de modo a permanecer
na agência, ao invés de buscar atividades melhor remuneradas, inclusive nas empresas
reguladas.
Por sua vez, os Cargos Comissionados Técnicos não podem ser utilizados,
sob pena de desvirtuamento dos motivos de sua criação, para a mera complementação
remuneratória ou como gratificação para que determinados servidores permaneçam ali
lotados, principalmente no que tange aos procuradores federais que dispõem de uma das
maiores remunerações do executivo federal.
Justificativa.
“Art. 272-A. A Lei no 10.871, de 2004, passa a vigorar acrescida do Anexo VI na forma do Anexo
CLXXII.
Parágrafo único. As Agências Reguladoras indicadas no Anexo CLXXII terão o prazo de 90 dias para
se adequar aos quantitativos de cargos comissionados indicados, sem acarretar aumento de despesa.”
ANEXO CXLIV
(Anexo IV da Lei no 10.871, de 20 de maio de 2004)
TABELA DISTRIBUIÇÃO DOS CARGOS COMISSIONADOS
Justificativa
Essa “gratificação”, da forma como foi criada, restrita ao corpo técnico das
agências, permitia que os quadros mais capacitados, com melhor desempenho e preparo
para enfrentar os desafios que se impõem no dia a dia da regulação e fiscalização de
serviços públicos, tivessem um diferencial na sua remuneração de modo a permanecer
na agência, ao invés de buscar atividades melhor remuneradas, inclusive nas empresas
reguladas.
Entretanto o seu uso vem sendo desvirtuado, sendo tal prática alvo de
diversas denúncias ao Tribunal de Contas da União sobre a transformação de cargos de
ocupação exclusiva de membros dos quadros das Agências em cargos outros, de
nomeação irrestrita, que acarretaram a determinação daquele órgão às Agências
Reguladoras para que elas revertam o quantitativo de cargos aos números originais.
CAPÍTULO VI
Seção 1: A proposta.
Luiz Alberto dos Santos verificou ainda que, embora exista legislação em
vigor sobre o tema, inclusive em sede constitucional, para determinação da ocupação de
cargos comissionados preferencialmente por servidores efetivos da Administração Pública
Federal, várias são as estratégias que o gestor político pode se valer para contornar este
impeditivo.
II- GQ de 10% (dez por cento) do maior vencimento básico do cargo, até o
limite de 30% (trinta por cento) dos cargos de nível superior providos.
Mas pior do que isto é o fato de que – mantida sua forma de aplicação – a
GQ jamais poderá ser um instrumento de estímulo à capacitação, pois mais uma vez são
criadas „castasfuncionais‟, onde uma minoria obterá o maior patamar da GQ, um grupo
intermediário poderá perceber o menor patamar e a maioria (55%) dos servidores jamais
conseguirá obter qualquer retribuição pela sua capacitação. Não é preciso muita
imaginação para se chegar a cenários que podem decorrer.
Uma vez que as agências não podem restringir-se a um papel reativo a tais
avanços, apresentando meras emendas aos processos de trabalho para adequar a
legislação à realidade, o que destaca por sua vez que a rede ora proposta não há que se
restringir unicamente à capacitação, mas adentrar o universo da pesquisa.
Seção 2: As assimetrias.
A situação é agravada pelo fato de que uma parte dos vencimentos dos
servidores efetivos das Agências Reguladoras, especificamente a Gratificação de
Qualificação (GQ), permaneceu sem regulamentação. Portanto, não é paga a qualquer
servidor, efetivamente reduzindo a remuneração a que poderiam ter direito. Isto,
evidentemente, amplia de forma significativa o „fosso remuneratório‟ em relação às
carreiras congêneres da Receita Federal, Ciclo de Gestão Governamental e Grupo de
Regulação (Banco Central, CVM e SUSEP).
14.800,00 ER-FIM
ER-INI
AA-FIM
12.800,00 AA-INI
10.800,00
8.800,00
6.800,00
4.800,00
2.800,00
2004 2006 2008 2010
Em que pese ter sido reduzida a diferença de até 40% que havia
anteriormente para c.9% no cenário atual, carece de fundamentação que se mantenha o
tratamento não isonômico, após um período de isonomia. A tabela seguinte relaciona, a
título de demonstração prática da incoerência da situação das Agências Reguladoras,
carreiras organizadas com cargos distintos para área „meio‟ e área „fim‟, porém com
idêntica remuneração.
AFRFB-2010
EBC-2010
Amplitude
Amplitude
Amplitude
Amplitude
Amplitude
Amplitude
PADRÃO
ER-2007
AA-2007
ER-2010
AA-2010
CLASSE
Especialista
Especialista
Especialista
+ GQ 10%
+ GQ 20%
+ GQ 10%
+ GQ 20%
PADRÃO
CLASSE
Analista
Analista
Analista
VB+GD
VB+GD
III 15.890,00 16.684,50 17.479,00 14.778,00 15.572,50 16.367,00
Especial
Situação
Situação
CLASSE Padrão Amplitude Proposta
Atual
Amplitude
III 17.479,00 2,20% 3,10%
Especial II 17.102,25 2,25% 3,07%
I 16.726,50 2,30% 6,62%
V 16.349,75 2,35% 2,97%
IV 15.974,00 2,42% 2,93%
B III 15.597,25 2,47% 2,90%
II 15.221,50 2,54% 2,87%
I 14.844,75 2,60% 5,82%
V 14.469,00 2,67% 2,67%
IV 14.092,25 2,75% 2,75%
A III 13.715,50 2,82% 2,82%
II 13.339,75 2,91% 2,91%
I 12.963,00 0,00% 0,00%