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Aula 05

Direito Empresarial p/ Procurador da Fazenda Nacional (PGFN) -2015

Professor: Gabriel Rabelo


Direito Empresarial para PGFN
Teoria e exercícios comentados
Prof. Gabriel Rabelo Aula 05

AULA 05 – TÍTULOS DE CRÉDITO

SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ....................................................................................................................................................................... 1
TÍTULOS DE CRÉDITO ............................................................................................................................................................... 2
ALGUMAS CARACTERÍSTICAS INERENTES AOS TÍTULOS DE CRÉDITOS ........................................................................................... 2
PRINCÍPIOS DOS TÍTULOS DE CRÉDITO ...................................................................................................................................... 3
LITERALIDADE ......................................................................................................................................................................... 3
CARTULARIDADE ...................................................................................................................................................................... 3
AUTONOMIA ............................................................................................................................................................................. 4
CLASSIFICAÇÃO DOS TÍTULOS DE CRÉDITO ................................................................................................................................ 4
QUANTO À ESTRUTURA ............................................................................................................................................................. 4
QUANTO AO MODELO ................................................................................................................................................................ 5
QUANTO À CRIAÇÃO ................................................................................................................................................................. 5
QUANTO À CIRCULAÇÃO ............................................................................................................................................................ 6
ENDOSSO ................................................................................................................................................................................ 7
AVAL ......................................................................................................................................................................................11
PROTESTO ..............................................................................................................................................................................13
DISPOSIÇÕES DO CÓDIGO CIVIL SOBRE OS TÍTULOS DE CRÉDITO ...............................................................................................14
LETRA DE CÂMBIO ................................................................................................................................................................... 21
NOTA PROMISSÓRIA ................................................................................................................................................................ 25
CHEQUE .................................................................................................................................................................................27
DUPLICATAS ...........................................................................................................................................................................34
LETRA DE ARRENDAMENTO MERCANTIL .....................................................................................................................................39
TÍTULOS DE CRÉDITO COMERCIAL ............................................................................................................................................40
TÍTULOS DE CRÉDITO INDUSTRIAL............................................................................................................................................41
TÍTULOS DE CRÉDITO À EXPORTAÇÃO .......................................................................................................................................41
TÍTULOS DE CRÉDITO RURAIS ..................................................................................................................................................41
QUESTÕES COMENTADAS .........................................................................................................................................................42
QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA ......................................................................................................................................72
GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA ............................................................................................................... 81

APRESENTAÇÃO

Olá, meus amigos. Como estão?! É com um imenso prazer que estamos aqui,
no Estratégia Concursos, para ministrar mais uma aula da disciplina de
Direito Empresarial para o curso de Advogado Geral da União.

Uma vez que definimos a nossa banca examinadora, a ESAF, mudaremos o foco
do nosso curso. Além disso, disponibilizarei questões no formato múltipla
escolha para que vocês possam praticar.

Conforme o nosso cronograma: 24678074520

CRONOGRAMA
Aula 05. Títulos de crédito.

O fórum de dúvidas está funcionando.

Meu e-mail, para dúvidas: gabrielrabelo@estrategiaconcursos.com.br.

Tá ok?! É isso! Vamos começar a nossa batalha?! Forte abraço!

GABRIEL RABELO

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24678074520 - Shirley Vitoria Pinto Leal Costa


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TÍTULOS DE CRÉDITO

O mundo hoje é vive eminentemente do crédito, do consumo. Não mais


consegue andar a sociedade sem que as pessoas (físicas ou jurídicas) se
utilizem, com toda a voracidade, de operações mercantis. O crescente desuso
da moeda em papel, manual, torna muito mais célere a mobilização da riqueza,
exigindo-se, para isso, documentos representativos.

Mas o crédito pode ser apresentado de várias maneiras, seja contratual, seja
por título, escritura.

Contudo, o título de crédito, dentre todos os modos, é o que propicia maiores


vantagens em sua emissão, dada a simplicidade, baixo custo e facilidade de
cobrança.

Mas o que vem a ser o título de crédito?! O conceito, emanado por Cesare
Vivante, é o que melhor responde a pergunta. Tanto que o Código Civil
encampou sua doutrina para narrar:

Art. 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito


literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os
requisitos da lei.

Portanto, o conceito mais recorrentemente cobrado em provas é o seguinte:


título de crédito é o documento necessário para o exercício do direito,
literal e autônomo, nele mencionado (Cesare Vivante).

Segundo Fábio Ulhoa, os títulos de crédito são documentos representativos


de obrigações pecuniárias. Não se confundem com a própria obrigação, mas
se distinguem dela na medida em que a representam.

Assim, deste conceito, devemos destacar:


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- O título é um documento.
- O título é literal, isto é, os valores exigidos só podem ser aqueles ali,
expressamente firmados.
- O título é autônomo, isto é, se desvincula da relação que lhe deu origem.

ALGUMAS CARACTERÍSTICAS INERENTES AOS TÍTULOS DE CRÉDITOS

Diversas são as características que podem ser atribuídas aos títulos de crédito.
Listemos algumas:

- Agilidade ou celeridade: por ser título de formalidade mais simples, se


comparado a outros instrumentos de dívida, e, também, por ser um título
executivo, de fácil cobrança.

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- Liquidez da obrigação: a obrigação é conhecida, determinada.

- Caráter quesível da obrigação: os títulos de crédito, em regra, são


quesíveis, isto é, deve o credor buscar a satisfação no domicílio do devedor.

PRINCÍPIOS DOS TÍTULOS DE CRÉDITO

Três são os princípios que se relacionam aos títulos de crédito. Os principais


consagrados em nosso direito pátrio são:

PRINCÍPIOS DO REGIME CAMBIAL

1) Literalidade  Só vale no título o que tiver nele escrito.


2) Cartularidade  O exercício do direito ao crédito só vale se o seu
beneficiário apresentar o documento (proíbe-se cópias).
3) Autonomia  As obrigações são autonomas, umas em relação as outras.

LITERALIDADE

Por este princípio, só vale no título o que estiver nele escrito. Sendo o título de
crédito um documento, somente aquilo que nele estiver circunstanciado valerá
como obrigação, sua data, valor, titular, entre outros dados.

Se João é beneficiário de um cheque emitido por Maria no valor de R$


10.000,00, não poderá alegar que o valor correto a lhe ser pago pela instituição
financeira seria de R$ 15.000,00, pois, pelo princípio da literalidade, só vale
no cheque o que estiver nele contido.

CARTULARIDADE

Pelo princípio da cartularidade, o direito à cobrança somente pode ser exercido


mediante a apresentação do título. 24678074520

Ainda, no mesmo exemplo citado acima, imagine-se que o cheque não foi pago,
por insuficiência de fundos. Todavia, João perdeu o documento. Porém, astuto
que é, providenciou a fotocópia do título. Poderá promover a cobrança com a
apresentação de cópia? Não! Pois, segundo o princípio da cartularidade,
deve-se apresentar o documento para se exercer o direito.

Doutrina vem apontando o princípio da cartularidade como um daqueles que


vem sofrendo ligeira relativização, dada a crescente utilização de títulos
eletrônicos. De todo o modo, o que há, na verdade, é a substituição de títulos
“manuais” pelos eletrônicos.

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AUTONOMIA

Quanto ao princípio da autonomia, quando se diz que os títulos de créditos


são autônomos, tal autonomia não se refere à relação de débito e crédito que
lhe deu origem, e sim ao relacionamento entre o devedor e terceiros. Há uma
independência dos diversos e sucessivos possuidores dos títulos de crédito em
relação a cada um dos outros.

Cite-se um exemplo. Se X emite uma nota promissória a favor de Y, que a


transfere a Z, por meio de endosso. Z será seu legítimo beneficiário, podendo
receber o valor na data do vencimento.

Não poderá X, no vencimento do título, alegar contra Z que não a paga por ser
Y seu devedor de igual ou superior soma, pois, uma vez sendo os títulos
cambiários autônomos, o possuidor de boa fé exercita um direito próprio, que
não pode ser restringido ou desconfigurado em virtude das relações existentes
entre os anteriores possuidores e o devedor. Cada obrigação que deriva do
título é autônoma em relação às demais.

O princípio da autonomia, por seu turno, se desdobra em dois:

SUBPRINCÍPIOS DERIVADOS DO PRINCÍPIO DA AUTONOMIA

1) Abstração: qualquer título de crédito colocado em circulação se desvincula


da relação originária que lhe deu causa.

2) Inoponibilidade das exceções pessoais aos terceiros de boa-fé: uma


vez que as relações cambiais são autônomas entre si, não pode o devedor
original do título alegar em juízo as exceções (defesas) pessoais que possui
contra o credor original, opondo-as ao portador de boa-fé.

CLASSIFICAÇÃO DOS TÍTULOS DE CRÉDITO


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Os títulos de crédito se classificam de quatro modos distintos, a saber:

QUANTO À ESTRUTURA

Neste aspecto, pode ser o título de crédito ou ordem ou promessa de


pagamento.

O título que configura ordem de pagamento é aquele que em que existem três
pessoas: aquele que dá a ordem (sacador) ao devedor (sacado), para que o
título seja pago a alguém (tomador, beneficiário).

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Por exemplo, o cheque é emitido pelo sacador (emitente) contra o sacado
(instituição bancária), em favor próprio ou de terceiro, e que incide sobre
fundos que o sacador dispõe em poder do sacado.

A duplicata, cheque e letra de câmbio são exemplos de ordens de


pagamento.

As promessas de pagamento possuem apenas dois pólos: aquele que promete


pagar e o beneficiário do pagamento.

Um exemplo de promessa de pagamento é a nota promissória.

1) Ordem de pagamento (duplicata, cheque,


Estrutura letra de câmbio)
2) Promessa de pagamento (nota promissória)

A ESAF abordou o assunto, no concurso para Auditor Fiscal da Receita Federal


do Brasil, com a seguinte assertiva:

Isso foi cobrado no AFRFB/2009 (item correto):

(ESAF/AFRFB/2009) O cheque e a duplicata são ordens de pagamento, e a nota


promissória é uma promessa de pagamento.

QUANTO AO MODELO

Os títulos de créditos podem ser classificados em dois aspectos quanto ao


modelo, modelo vinculado (cheque e duplicata) e modelo livre (nota
promissória e letra de câmbio).

1) Livre (nota promissória, letra de câmbio)


Modelo
2) Vinculado (cheque e duplicata)

Modelo livre são aqueles títulos para os quais a lei não trata
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pormenorizadamente de seus detalhes, deixando que alguns detalhes possam


variar, mas sempre obedecendo aos requisitos básicos para figurarem como
título de crédito (a serem vistos a seguir).

Modelo vinculado são os títulos para os quais a lei traz a forma exata de como
deve ser, tal como o cheque.

QUANTO À CRIAÇÃO

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Quanto à forma de criação, ou surgimento, o título pode ser causal ou não
causal (ou abstrato).

O título é causal quando a lei determina a causa de sua emissão, surgimento.


Por exemplo, a duplicata é o título de crédito emitido com base em obrigação
proveniente de compra e venda comercial ou prestação de certos
serviços. Rege-se pela Lei 5.474/1968.

É conhecida por ser um título causal, ou seja, encontra-se vinculada à relação


jurídica que lhe dá origem que é a compra e venda mercantil.

Contudo, tão logo emitida, a duplicata deixa de ter nexo com o negócio que lhe
deu origem, tornando-se independente. Essa distinção deve estar clara: não
obstante se perfaça em título de crédito causal, assim que emitida,
deixa de ter nexo com o negócio jurídico que lhe deu origem.

Os títulos não causais são aqueles que podem ser emitidos em diversas
hipóteses, tal como a nota promissória, cheque e letra de câmbio.

1) Causal (duplicata)
Criação 2) Não causal (nota promissória, cheque, letra de
câmbio

QUANTO À CIRCULAÇÃO

Quanto à circulação, os títulos podem ser nominais, nominativos ou ao


portador.

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Os títulos nominais, por sua vez, apresentam subdivisão, podendo se


classificar em à ordem, não à ordem.

O título nominal à ordem permite a transferência através do endosso.

O título nominal não à ordem é aquele que não permite o endosso, por
conter cláusula expressa “não à ordem”. Neste caso a transferência deve ser
feita através de cessão civil do crédito.

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O título nominativo, por fim, é definido pelo Código Civil como:

Art. 921. É título nominativo o emitido em favor de pessoa cujo nome conste no
registro do emitente.

Basta lembrar das ações nominativas expedidas pelas sociedades anônimas,


assunto tratado nas aulas precedentes.

Os títulos nominativos diferenciam-se dos títulos à ordem, pois os títulos à


ordem podem ser transferidos pelo simples endosso, sem qualquer outra
formalidade.

Outro detalhe. A lei 8.021/1990 proíbe a emissão de títulos ao portador.


Igualmente dispõe o artigo 907 do Código Civil:

Art. 907. É nulo o título ao portador emitido sem autorização de lei especial.

Porém, como se vê, o CC ressalva a hipótese de lei especial prever de modo


diverso. Para o cheque, a lei 9.069/95, art. 69, confere o direito de emissão
de cheque ao portador, desde que o valor seja inferior a R$ 100 (cem
reais).

Falaremos agora dos diversos atos ou declarações cambiários.

ENDOSSO

Endosso é o ato mediante o qual se transfere a propriedade de um


título.

Juridicamente falando, é um ato unilateral, solidário e autônomo, pelo


qual se transferem os direitos emergentes de um título. O endosso, além
de transferir o título, é uma garantia.
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Suponhamos que Gabriel emite uma Nota Promissória a Lucas, passando a


dever a ele o valor de R$ 100,00. Lucas, por sua vez, deseja efetuar uma
compra no valor de R$ 300,00, mas só possui R$ 200,00 em numerários. O que
poderá fazer? Poderá endossar o montante de R$ 100,00 constante de seu
título de crédito, transferindo os direitos ao vendedor.

De acordo com o Código Civil:

Art. 893. A transferência do título de crédito implica a de todos os direitos que


lhe são inerentes.

Se A emite cheque a B, como pagamento de determinada obrigação que possui,


e B resolve endossar este cheque para C, por possuir dívida com C no mesmo

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valor, transmite-se o direito a ele não só de receber o título de crédito,
originário de A, mas também o direito de cobrar em juízo, por exemplo, caso o
título não seja quitado.

Com efeito, diz-se que a transferência do título implica a transferência


igualmente de todos os direitos que lhe são inerentes. Se C quisesse endossar
novamente o título, poderia fazê-lo. E assim por diante.

Outra pergunta interessante é se o endossante continua responsável pelas


obrigações constantes do título. Vejamos:

Art. 914. Ressalvada cláusula expressa em contrário, constante do endosso,


não responde o endossante pelo cumprimento da prestação constante do título.

Seguindo a inteligência do artigo 914, o endossante não responde, via


de regra, pelo pagamento da obrigação. Porém, não podemos olvidar que o
Código Civil é norma geral e pode ser excepcionado por norma especial. Tanto o
é que, de acordo com as legislações especiais, o cheque, duplicata, nota
promissória e letra de câmbio, são títulos que mantêm o endossante
como devedor solidário.

Esse tópico foi abordado no concurso para Fiscal de Rendas do RJ/2007,


realizado pela FGV, (item correto), com o seguinte teor: De acordo com as
disposições do Código Civil, o endossante de título à ordem não responde pelo
cumprimento da prestação constante do título, salvo se este contiver cláusula
expressa em contrário.

Temos:

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O endosso ocorre com a assinatura do endossante na própria cártula, que pode


ocorrer com a indicação do nome do novo beneficiário (endossatário),
caracterizando o chamado endosso em preto, ou sem a indicação do
beneficiário, o denominado endosso em branco.

IMPORTANTE:
ENDOSSO EM PRETO  INDICA O NOVO BENEFICIÁRIO.
ENDOSSO EM BRANCO  NÃO INDICA O NOVO BENEFICIÁRIO.

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Art. 910. O endosso deve ser lançado pelo endossante no verso ou anverso do
próprio título.

Outro detalhe trazido pelo Código Civil, mas que costuma ser bem cobrado em
prova, é o seguinte:

Art. 910. O endosso deve ser lançado pelo endossante no verso ou anverso do
próprio título.
§ 1o Pode o endossante designar o endossatário, e para validade do endosso,
dado no verso do título, é suficiente a simples assinatura do endossante.

Então, o endosso pode ser dado no verso ou anverso (frente) do título.

Observem que o parágrafo primeiro trouxe que para a validade do endosso no


verso é suficiente a simples assinatura do endossante. Ora, o parágrafo falou
sobre o anverso? Não! Concluímos, em interpretação a contrario sensu, que a
simples assinatura para endosso feito no anverso não é suficiente para a
transferência do título.

Devemos expressamente dizer que se trata de endosso, sob pena de ser


reputado como aval.

Art. 898. O aval deve ser dado no verso ou no anverso do próprio título.
§ 1o Para a validade do aval, dado no anverso do título, é suficiente a simples
assinatura do avalista.

SEMPRE CAI EM PROVA!!!

SIMPLES ASSINATURA:
- No anverso (frente): Aval (Se feito no verso deve indicar expressamente ser
aval).
- No verso: Endosso (Se feito no anverso deve indicar expressamente ser
endosso).
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Outro aspecto importante é diferenciar o endosso da cessão civil de crédito. De


acordo com o Código Civil:

Art. 919. A aquisição de título à ordem, por meio diverso do endosso, tem efeito
de cessão civil.

Endosso Cessão civil do crédito

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É o ato pelo qual o credor de um É o ato pelo qual o credor de
título de crédito com a cláusula à um título de crédito com a
ordem transmite os seus direitos cláusula não à ordem transmite
à outra pessoa. os seus direitos à outra pessoa.
Quem transfere o título de Quem transfere o título de
crédito responde pela existência crédito só responde pela
do título e também pelo seu existência do título, mas não
pagamento. responde pelo seu pagamento.
O devedor não pode alegar O devedor pode alegar contra o
contra o endossatário de boa-fé cessionário de boa-fé exceções
exceções pessoais. pessoais.

Sobre os tipos de endosso, divide-se ele em próprio ou impróprio.

O endosso próprio ou puro e simples transfere a propriedade imediata do


título e torna o endossante responsável solidariamente (lembre-se: segundo o
CC, apenas se contiver cláusula expressa, todavia, a legislação especial que
rege os diversos títulos previu a responsabilidade solidária) pelo pagamento do
crédito.

O endosso impróprio é o que não transfere a propriedade do título,


permitindo apenas ao endossatário exercer direitos relativos à cártula. Da
espécie endosso impróprio resultam as espécies endosso-mandato e endosso-
caução.

A FGV, no concurso para Procurador do TCM-RJ, 2008, explorou este assunto,


com a seguinte sentença: O endosso impróprio transfere o exercício dos direitos
inerentes à cambial.

O item deve ser analisado com muita cautela. O endosso impróprio


transfere, sim, os direitos inerente à cártula, exceto a transmissão da
propriedade. Gabarito, portanto, correto.

Do genero endosso mandato resultam os endossos do tipo mandato ou


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procuração e caução ou pignoratício.

Endosso-mandato ou endosso procuração é aquele através do qual o


endossatário atua em nome do endossante, não possuindo a posse sobre o
título. Com a morte ou a superveniente incapacidade do endossante, não perde
eficácia o endosso-mandato (CC, art. 917, §2º). Ademais, o título poderá ser
novamente endossado, desde que nos mesmos poderes recebidos e, também,
na qualidade de endosso-procuração.

O endosso caução, endosso garantia ou endosso penhor é utilizado quando o


endossante deposita ou dá o título, perante o endossatário como garantia de
uma dívida.

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O título endossado em garantia permanecerá com o endossatário até que haja a
liquidação da dívida. Com o inadimplemento do endossante, o endossatário
passará a ter a efetiva propriedade do título.

Existe, ainda, o endosso após o vencimento do título, que é conhecido como


endosso póstumo. Produzirá efeitos tal como tivesse sido feito antes do
vencimento, salvo se feito após o protesto por falta de pagamento ou após a
expiração do prazo para protestar.

AVAL

Falemos agora sobre o instituto do AVAL. Não raramente, vocês, quando já


houverem passado nos certames que desejam, cheios de dinheiro, deverão se
deparar com o seguinte pedido de um amigo: “Fulano, seja meu avalista na
compra de tal coisa?”.

Mas o que vem a ser o aval? Pois bem, Fábio Ulhoa Coelho o define como “ato
cambiário pelo qual uma pessoa (avalista) se compromete a pagar
titulo de crédito, nas mesmas condições do devedor deste titulo
(avalizado)”. Vejamos também a explicação do Código Civil:

Art. 897. O pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar


soma determinada, pode ser garantido por aval.
Parágrafo único. É vedado o aval parcial.

Um aspecto importantíssimo para a prova é também o seguinte: o avalista


responde solidariamente (ou seja, sem benefício de ordem) com o
devedor principal. Assim, se o título não for pago no vencimento, o credor
poderá cobrar diretamente do avalista, se quiser.

AVAL  RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA.

Veja-se, ainda, que, segundo o Código Civil, é vedado o aval parcial. Atente-
se, contudo, para o fato de que a regra que veda o aval parcial não vale para
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os títulos que contenham legislação específica prevendo de forma contrária. E,


de fato, as legislações especiais dos mais diversos títulos de crédito prevêem a
possibilidade do aval parcial.

Neste escopo, a FGV perguntou aos candidatos do concurso para Procurador do


TCM RJ o seguinte: O Código Civil não admite o aval parcial (O item está
correto, pois faz clara remissão ao CC).

A ESAF, nos idos de 1996, questionou sobre o aval, se tido ou não como
obrigação acessória. Ora, a responsabilidade do avalista é solidária juntamente
com o avalizado. Trata-se, portanto, de obrigação principal, autônoma, no título
de crédito.

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Ainda, caso se dê o aval posteriormente ao vencimento do título a produção de
efeitos se dará tal como tivesse sido prolatado antes de seu vencimento. Assim
prevê o CC:

Art. 900. O aval posterior ao vencimento produz os mesmos efeitos do


anteriormente dado.

Ao avalizar determinado título, o avalista passar a ser devedor solidário. O


aval, como dito, não é garantia acessória, posto que, como já propagado em
diversos julgados do STJ, é autônomo e independente.

O aval, em regra, deve ser feito na frente do título (anverso) – CC, art. 898. Se
for feito no anverso, basta que o avalista assine. Se for feito no verso, contudo,
deverá ser indicado expressamente que se trata de aval, junto da assinatura. É
o que se extrai da leitura dos artigos seguintes do Código Civil:

Art. 898. O aval deve ser dado no verso ou no anverso do próprio título.
§ 1o Para a validade do aval, dado no anverso do título, é suficiente a simples
assinatura do avalista.

AVAL
SE FEITO NO ANVERSO (FRENTE): BASTA ASSINATURA!
SE FEITO NO VERSO: DEVE SE INDICAR EXPRESSAMENTE TRATAR-SE
DE AVAL.

O aval, tal como o endosso, pode indicar ou não a pessoa do avalizado.


Indicando, será classificado como aval em preto. Não o fazendo teremos
caracterizado o aval em branco.

De acordo com o Código Civil:

Art. 899. O avalista equipara-se àquele cujo nome indicar; na falta de


indicação, ao emitente ou devedor final.
§ 1° Pagando o título, tem o avalista ação de regresso contra o seu avalizado e
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demais coobrigados anteriores.


§ 2o Subsiste a responsabilidade do avalista, ainda que nula a obrigação
daquele a quem se equipara, a menos que a nulidade decorra de vício de
forma.

Assim, de acordo com o artigo 899, §2º, se um negócio jurídico praticado com
simulação é avalizado por Beltrano, não poderá ele alegar eventual nulidade no
aval, uma vez que o verdadeiro prejudicado com tal situação é o credor.

Existe, perfeitamente, a possibilidade de mais de uma pessoa ser avalista de


um devedor. É o que a doutrina ousa chamar de aval simultâneo.

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Um exemplo proposto por José Paulo Leal: Numa nota promissória, “A” é
emitente e “B” o beneficiário. No anverso há assinaturas de “C” e “D”, “E” e “F”.
Não há restrição alguma, apenas assinaturas; portanto, avais em branco.
Presume-se que todos avalizaram “A”.

Difere, todavia, do aval sucessivo, que se dá quando o avalista posterior


avaliza o anterior.

AVAL SUCESSIVO E AVAL SIMULTÂNEO


Aval simultâneo  B, C, D, E e F avalizam A.
Aval sucessivo  B avaliza A, C avaliza B, D avaliza C, E avaliza D e F avaliza E.

Pois bem, feitas as devidas considerações sobre a figura do aval, passemos a


distingui-la de outro instituto parecido, qual seja, a fiança.

Aval Fiança
Regulado pelo Direito
Regulado pelo Direito Civil
Comercial
Obrigação autônoma Obrigação acessória
Responsabilidade Solidária Responsabilidade Subsidiária
Deve estar contido no título Pode estar em instrumento
de crédito em separado
Não pode o avalista opor as
As exceções pessoais do
exceções pessoais do
afiançado podem ser alegadas
avalizado para se defender do
pelo fiador.
credor de boa-fé
Necessita de autorização do Necessita de autorização do
cônjuge, salvo no regime de cônjuge, salvo no regime de
separação absoluta separação absoluta

PROTESTO

Se o devedor original de um título não o paga, o credor poderá cobrar dos


demais coobrigados, efetuando antes o protesto do título.
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CONCEITO DE PROTESTO

Protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência e o


descumprimento de obrigação originada em títulos e outros
documentos de dívida (art. 1.º da Lei 9.492/1997).

O protesto realiza-se no Cartório de Protesto de Títulos. Sua função é


constituir em mora o devedor, fazendo prova sobre a impontualidade do
devedor.

Agora o principal aspecto quando o assunto é protesto:

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SEMPRE CAI EM CONCURSO!!!
Cobrança contra o devedor principal e seu avalista: desnecessário o
protesto. Diz-se que o protesto é facultativo.
Cobrança contra os demais coobrigados: necessário o protesto.

A ESAF cobrou o assunto no concurso para AFTN, há mais de 10 anos, em


1996, com a seguinte redação: Nos títulos de crédito, a falta do protesto
necessário, nos prazos legais, exonera os coobrigados. O item está correto. A
execução dos coobrigados depende da realização do protesto.

Apenas mais um detalhe que também pode ser cobrado sob o protesto:

Nos títulos de crédito pode existir cláusula denominada “sem protesto” ou


“sem despesas”. A aposição desta cláusula dispensará o portador de protestar
o título para exercer seu direito de ação contra os coobrigados.

A cláusula pode ser aposta pelo sacador ou por um endossante ou avalista,


nesta última hipótese só produzirá efeito em relação a esse endossante ou a
esse avalista (art. 46 da LUG e art. 50 da Lei 7.357/1985).

A FCC cobrou o tema em provas da seguinte forma:

(Juiz Substituto TJ-PI/2001/FCC) Somente o sacador pode lançar na letra de


câmbio a cláusula sem despesas ou sem protesto.

Ora, tanto o sacador como os endossantes ou avalistas podem lançar a cláusula


sem despesas ou sem protesto nos títulos de crédito. Item incorreto.

DISPOSIÇÕES DO CÓDIGO CIVIL SOBRE OS TÍTULOS DE CRÉDITO

Os principais títulos de crédito hoje existentes são: cheque, duplicata, nota


promissória e letra de câmbio. Esses configuram os chamados títulos de
crédito próprios.
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Pois bem. O Código Civil apenas traz NORMAS GERAIS sobre o assunto, não
tratando pormenorizadamente de qualquer deles.

Assim dispôs o artigo 903:

Art. 903. Salvo disposição diversa em lei especial, regem-se os títulos de


crédito pelo disposto neste Código.

Com efeito, não havendo previsão na lei que rege o título, devemos aplicar as
normas do Código Civil.

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Art. 888. A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito a sua
validade como título de crédito, não implica a invalidade do negócio jurídico que
lhe deu origem.

Negócio jurídico, segundo a doutrina, é toda ação ou omissão humana cujos


efeitos jurídicos - criação, modificação, conservação ou extinção de direitos -
derivam essencialmente da manifestação de vontade. Exemplos de negócio
jurídico são os contratos e os testamentos.

Os títulos de crédito são NEGÓCIOS JURÍDICOS ABSTRATOS, pois produzem


efeito independentemente da causa que lhes deu origem.

O artigo 888 determina que se faltar algum requisito legal para a validade do
documento como título de crédito, ele não anulará o negócio como um todo.
Perderá o documento tão-somente sua validade como título de crédito.

Perde o título o seu caráter cambiário, mas continua vigendo conforme o direito
civil.

Art. 889. Deve o título de crédito conter a data da emissão, a indicação precisa
dos direitos que confere, e a assinatura do emitente.

O título de crédito deve conter como REQUISITOS ESSENCIAIS:

- DATA DA EMISSÃO: composta por ano, dia e mês.


- INDICAÇÃO DOS DIREITOS QUE CONFERE: Trata-se da importância a ser
paga. Por exemplo, uma duplicata que tenha por objeto a venda de 100
mercadorias a R$ 10,00, deverá narrar esta quantia. O valor deve ser certo.
Não podendo ser indeterminado.

Ademais, devem ser indicados também a pessoa do devedor e do credor.

- ASSINATURA DO EMITENTE.
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Art. 889 (...)

§ 1o É à vista o título de crédito que não contenha indicação de vencimento.

§ 2o Considera-se lugar de emissão e de pagamento, quando não indicado no


título, o domicílio do emitente.

§ 3o O título poderá ser emitido a partir dos caracteres criados em computador


ou meio técnico equivalente e que constem da escrituração do emitente,
observados os requisitos mínimos previstos neste artigo.

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A data de vencimento do título não é requisito obrigatório. Porém, se o
título não contiver a data em que a obrigação vence, será considerado à vista
(parágrafo primeiro).

O parágrafo segundo traz, outrossim, outro requisito não essencial, a saber, o


lugar de emissão e de pagamento do título de crédito. Quando o local não
estiver circunstanciado no documento considerar-se-á como tal o DOMICÍLIO
DO EMITENTE.

Sobre o parágrafo terceiro, apenas legitima a possibilidade de emissão de


títulos de maneira informatizada.

Art. 890. Consideram-se não escritas no título a cláusula de juros, a proibitiva


de endosso, a excludente de responsabilidade pelo pagamento ou por despesas,
a que dispense a observância de termos e formalidade prescritas, e a que, além
dos limites fixados em lei, exclua ou restrinja direitos e obrigações.

Assim, são consideradas NÃO ESCRITAS:

- Cláusulas de juros;
- Cláusula que proíba endosso;
- Cláusula que exclua a responsabilidade pelo pagamento ou despesas;
- Cláusula que dispense a observância de termos e formalidades prescritas;
- Cláusula que exclua, restrinja direitos ou obrigações.

Lembre-se de que se houver lei prevendo em sentido contrário, é ela quem


prevalecerá. Lei especial prevalece sobre a lei geral. Por exemplo, a Lei
Uniforme de Genebra, que regula as notas promissórias e letra de câmbio
prevê:

Art. 49 – A pessoa que pagou uma letra pode reclamar dos seus
garantes:
1 – A soma integral que pagou;
2 – Os juros da dita soma, calculados a taxa de 6 por cento, desde a data em
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que a pagou;
3 – As despesas que tiver feito.

Art. 891. O título de crédito, incompleto ao tempo da emissão, deve ser


preenchido de conformidade com os ajustes realizados.

Parágrafo único. O descumprimento dos ajustes previstos neste artigo pelos


que deles participaram, não constitui motivo de oposição ao terceiro portador,
salvo se este, ao adquirir o título, tiver agido de má-fé.

Expliquemos o artigo 891. Assim, se duas pessoas, ao emitirem determinado


título de crédito, acordam que a cláusula X ou Y será preenchida
posteriormente, estão formando o chamado PACTO ADJETO.

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Pacto adjeto ou acessório é a denominação dada a toda cláusula inserida em


acordo, formando uma convenção acessória dentro de uma convenção principal,
com a finalidade de garantir seu adimplemento ou modificar seus efeitos.

Por exemplo, um pacto no sentido de o portador preencher corretamente o


título do qual é beneficiário, de acordo com o que fora acordado.

Assim, se ao receber o título, agir em desacordo com a avença poderá o


portador ser acionado judicialmente pelo emitente do título. Todavia, se
posteriormente esse título de crédito preenchido com má-fé pelo portador é
repassado a terceiro, este terceiro terá direito a receber o crédito da forma
como consta no título, salvo se este último beneficiário também agir de má-fé.

Art. 892. Aquele que, sem ter poderes, ou excedendo os que tem, lança a sua
assinatura em título de crédito, como mandatário ou representante de outrem,
fica pessoalmente obrigado, e, pagando o título, tem ele os mesmos direitos
que teria o suposto mandante ou representado.

Exemplifique-se. Sabemos que o mandato é o instrumento que dá a uma


pessoa poderes para praticar atos em nome de outra.

Com fulcro no Código Civil:

Art. 653. Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para,
em seu nome, praticar atos ou administrar interesses. A procuração é o
instrumento do mandato.

Deste modo, imagine-se que João confere a Pedro procuração para que assine
título de crédito em seu nome, no período de 01.01.2011 a 05.01.2011. De má-
fé, Pedro emite determinado título em 07.06.2011, quando a procuração já não
era mais válida, para realizar a compra de determinadas mercadorias para a
empresa. Como Pedro não tem mais poderes para proceder à emissão,
responderá pessoalmente pela emissão. 24678074520

Se Pedro promover, no entanto, a quitação do título, terá a dívida extinta e,


também o direito a receber as mercadorias já que “pagando o título, tem ele os
mesmos direitos que teria o suposto mandante ou representado”.

Art. 893. A transferência do título de crédito implica a de todos os direitos que


lhe são inerentes.

É o caso típico do endosso. Se A emite cheque a B, como pagamento de


determinada obrigação que possui, e B resolve endossar este cheque para C,
por possuir dívida com C no mesmo valor, transmite-se o direito a ele não só de
receber o título de crédito, originário de A, mas também o direito de cobrar em
juízo, por exemplo, caso o título não seja quitado.

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Com efeito, diz-se que a transferência do título implica a transferência


igualmente de todos os direitos que lhe são inerentes. Se C quisesse endossar
novamente o título, poderia fazê-lo. E assim por diante.

Art. 894. O portador de título representativo de mercadoria tem o direito de


transferi-lo, de conformidade com as normas que regulam a sua circulação, ou
de receber aquela independentemente de quaisquer formalidades, além da
entrega do título devidamente quitado.

Para explicar este artigo, precisaremos conhecer um pouco sobre dois títulos de
créditos ditos impróprios, quais sejam, o conhecimento de depósito e o warrant.

O warrant e conhecimento de depósito são títulos de financiamento da atividade


econômica. Fábio Ulhoa Coelho os define como títulos de créditos impróprios
(para o autor não se tratam, na verdade, de títulos de crédito, apenas se
aproximando do regime jurídico cambial), mais especificamente, na categoria
de títulos representativos.

Títulos representativos são aqueles que representam mercadorias custodiadas


(esta é a palavra chave!) e possibilitam, em algumas condições, a
negociação, pelo proprietário, do valor que elas têm.

O warrant e conhecimento de depósito são regidos pelo Decreto 1.102/1.903.


Quem emite esses títulos é o armazém geral. Se o depositante solicitar, o
armazém os emitirá, em substituição ao recibo de depósito.

Os títulos são emitidos conjuntamente. O portador só terá direito à entrega da


mercadoria depositada se apresentar os documentos juntos, devidamente
quitados. Em síntese, é isso o que quer dizer o artigo 894 do Código Civil.

Art. 895. Enquanto o título de crédito estiver em circulação, só ele poderá ser
dado em garantia, ou ser objeto de medidas judiciais, e não, separadamente,
os direitos ou mercadorias que representa.
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O artigo 895 trata exatamente de um princípio que dissemos no início do estudo


dos títulos de crédito, qual seja, o princípio da autonomia. Exemplifiquemos.

Imagine-se que A compre um bem a prazo de B, no valor de R$ 1.000,00, para


pagamento em 30 dias, mediante a emissão de uma nota promissória (quem
emite a nota promissória é o devedor, A, pois se trata de uma promessa de
pagamento). B é o legítimo portador dessa nota promissória (beneficiário).

B, por sua vez, necessita fazer compra de matéria-prima com o fornecedor C, e,


não possuindo recursos, procede ao endosso da nota promissória para C, que
passa a ser o legítimo portador do título, tendo direito a receber, na data certa,
a quantia estipulada no título emitido por A.

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Assim, no vencimento, não poderá A, por exemplo, dizer que não pagará C, por
estar o bem que comprou de B eivado de vício. Deve, em virtude do princípio
da autonomia, A proceder ao pagamento e, em seguida, exigir o ressarcimento
por parte de B.

Imaginemos a mesma situação. A compra um bem de B, emitindo (A) uma nota


promissória em favor de B (que é o portador do título). B tem uma dívida
perante C, mas não endossa o título. Ele, simplesmente, diz: C, tenho um bem
que vendi para A, e vou deixá-lo como garantia.

Poderá C fazer isso?! Não, é claro! Pois as mercadorias já se desvincularam do


título de crédito, não mais pertencendo a B, uma vez que houve a tradição
(entrega da mercadoria). Em síntese, é isto o que diz o artigo 895: a garantia
deve ser instituída sob o título e não sobre as mercadorias que dele são objeto.

Art. 896. O título de crédito não pode ser reivindicado do portador que o
adquiriu de boa-fé e na conformidade das normas que disciplinam a sua
circulação.

O que este artigo quer, em síntese, dizer é que, se uma pessoa é legítima
portadora de um título, tendo agido de boa-fé para receber os direitos que lhe
são inerentes, não poderá ter seu direito prejudicado por relações travadas
anteriormente.

Art. 901. Fica validamente desonerado o devedor que paga título de crédito ao
legítimo portador, no vencimento, sem oposição, salvo se agiu de má-fé.

Parágrafo único. Pagando, pode o devedor exigir do credor, além da entrega do


título, quitação regular.

O título que configura venda a prazo pode, tão-logo vença, ser exigido. O
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pagamento quando efetuado implica a extinção da obrigação que o título


carrega consigo.

Assim, o pagamento pelo devedor desobriga todos aqueles que da relação


cambial tiveram parte. A exceção é a existência de má-fé por parte de quem
paga.

E mais, uma vez efetuado o pagamento do título, pode o devedor exigir que o
credor lhe entregue o título de volta.

Art. 902. Não é o credor obrigado a receber o pagamento antes do vencimento


do título, e aquele que o paga, antes do vencimento, fica responsável pela
validade do pagamento.

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§ 1o No vencimento, não pode o credor recusar pagamento, ainda que parcial.

§ 2o No caso de pagamento parcial, em que se não opera a tradição do título,


além da quitação em separado, outra deverá ser firmada no próprio título.

Antes do vencimento, não precisa o credor aceitar o pagamento. Se o devedor o


fizer, e o fizer incorretamente, fica responsável pela validade do pagamento.
Afinal, como diz o brocardo jurídico, quem paga mal paga duas vezes.

Todavia, no vencimento, querendo o devedor fazer pagamento, ainda que


parcial, não pode o credor recusar.

Se o pagamento for parcial, o título não é entregue ao devedor. Nesta hipótese,


deve ser feita uma quitação em separado, para ficar de posse do devedor, e,
também, uma no próprio título, provando a quitação.

Vistas estas principais considerações gerais sobre os títulos de crédito,


passemos a falar sobre os títulos em espécie.

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LETRA DE CÂMBIO

Inicialmente, estudaremos a letra de câmbio. Ela é o título de crédito mais


antigo. Contudo, a letra de câmbio é título que aqui, em nosso país, se encontra
em franco desuso.

A seguir, um modelo de letra de câmbio:

Fonte: http://www.segundoprotestosbc.com.br/sbc/img_up/letracambio.jpg

Suponha-se que Alberto deve uma quantia X a Carlos, e que Breno deve uma
quantia X a Alberto. Uma solução viável para Alberto é emitir uma letra de
câmbio, figurando como sacador, contra Breno (sacado), que passará a dever
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a quantia perante Carlos (tomador).

Embora neste exemplo três pessoas tenham existido, pode ocorrer de na nota
promissória sacador e tomador ou beneficiário serem a mesma pessoa.

Um dos motivos que torna a letra de câmbio um título de difícil utilidade prática
é que depende ela do aceite do sacado, do devedor.

No caso, enquanto Breno não aceitasse as condições de pagar a quantia para


Carlos não poderia ser de forma alguma responsabilizado nesta obrigação.

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A letra de câmbio é regulada pela Lei Uniforme de Genebra e, uma vez emitida,
não nasce de imediato a obrigação cambial, sendo necessário que o sacador a
entregue ao sacado, a fim de que a aceite. Nasce a partir daí a obrigação.

Todavia, o aceite, por parte do sacado, é facultativo. Reprise-se: o aceite é


facultativo! Eis o grande motivo de essa figura cambial ser de raríssima
utilização no dia-a-dia.

São requisitos da letra de câmbio, segundo a Lei Uniforme de Genebra:

Art. 1º - A letra contém:

1 - A palavra "letra" inserta no próprio texto do título é expressa na língua


empregada
para a redação desse título;
2 - O mandato puro e simples de pagar uma quantia determinada;
3 - O nome daquele que deve pagar (sacado);
4 - A época do pagamento;
5 - A indicação do lugar em que se deve efetuar o pagamento;
6 - O nome da pessoa a quem ou a ordem de quem deve ser paga;
7 - A indicação da data em que, e do lugar onde a letra é passada;
8 - A assinatura de quem passa a letra (sacador).

A letra em que se não indique a época do pagamento entende-se pagável à


vista (LUG, art. 2º).

Na falta de indicação especial, o lugar designado ao lado do nome do sacado


considera-se como sendo o lugar do pagamento e, ao mesmo tempo, o lugar do
domicílio do sacado (LUG, art. 2º). A letra pode ser pagável no domicílio de
terceiro, quer na localidade onde o sacado tem o seu domicílio, quer noutra
localidade (LUG, art. 4º).

A letra sem indicação do lugar onde foi passada considera-se como tendo-o sido
no lugar designado, ao lado do nome do sacador (LUG, art. 2º).
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Toda a letra de câmbio, mesmo que não envolva expressamente a cláusula a


ordem, é transmissível por via de endosso (LUG, art. 11º). Quando o sacador
tiver inserido na letra as palavras "não a ordem", ou uma expressão
equivalente, a letra só é transmissível pela forma e com os efeitos de uma
cessão ordinária de créditos (LUG, art. 11º).

Segundo o artigo 11 da Lei Uniforme de Genebra:

Art. 11. Toda a letra de câmbio, mesmo que não envolva expressamente a
cláusula a ordem, é transmissível por via de endosso.

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Quando o sacador tiver inserido na letra as palavras "não a ordem", ou uma


expressão equivalente, a letra só é transmissível pela forma e com os efeitos de
uma cessão ordinária de créditos.

O endosso pode ser feito mesmo a favor do sacado, aceitando ou não, do


sacador, ou de qualquer outro co-obrigado. Estas pessoas podem endossar
novamente a letra.

Ainda sobre o endosso da letra, a lei uniforme de genebra prescreve o seguinte:

Art. 12 - O endosso deve ser puro e simples. Qualquer condição a que ele seja
subordinado considera-se como não escrita.
O endosso parcial é nulo.
O endosso ao portador vale como endosso em branco.

Como já frisamos, a letra de câmbio necessita de aceite. A letra pode ser


apresentada, até o vencimento, ao aceite do sacado, no seu domicílio , pelo
portador ou até por um simples detentor (LUG, art. 21).

O aceite é escrito na própria letra. Exprime-se pela palavra "aceite" ou


qualquer outra palavra equivalente; o aceite é assinado pelo sacado. Vale
como aceite a simples assinatura do sacado aposta na parte anterior da letra
(LUG, art. 25).

O aceite é puro e simples, mas o sacado pode limitá-lo a uma parte da


importância sacada (LUG, art. 26).

A letra de câmbio pode ser:

- À vista.
- A dia certo.
- A certo termo da vista.
- A certo termo da data.
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Expliquemos rapidamente.

- À vista: é o que já conhecemos.


- A certo termo da vista: vencimento começa a contar a partir do aceite.

Agora, para diferenciar o vencimento a certo termo da data do vencimento a dia


certo, vejamos um exemplo.

Alberto deve 1.000 reais a Bianca que deve 1.000 reais a Clarissa. Bianca emite
uma letra de cambio, ela recebe o nome de sacador. Alberto aceita (ou nao) a
letra e recebe o nome de sacado. Clarissa que e a credora recebe o nome de
tomador.

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Letra de cambio a dia certo: Bianca estipula um vencimento "simples", como,
por exemplo, dia 31/12.

Letra de câmbio a certo termo da data: Bianca estipula um prazo, por exemplo,
30 dias. Estes 30 dias começam a contar a partir da emissao do titulo.

A diferença fica mais clara com este exemplo prático.

Se recusado o aceite, considera-se que há vencimento antecipado do


título.

Um último aspecto interessante sobre a letra é o seguinte: em função do


princípio da cartularidade, o crédito existe na medida em que está contido
expressamente na cártula.

Contudo, segundo a LUG:

Art. 67. O portador de uma letra tem o direito de tirar cópias dela.
A cópia deve reproduzir exatamente o original, com os endossos e todas as
outras menções que nela figurem. Deve mencionar onde acaba a cópia.
A cópia pode ser endossada e avalizada da mesma maneira e
produzindo os mesmos efeitos que o original.

Art. 68. A cópia deve indicar a pessoa em cuja posse se encontra o título
original. Esta é obrigada a remeter o dito título ao portador legítimo da cópia.
Se se recusar a fazê-lo, o portador só pode exercer o seu direito de ação contra
as pessoas que tenham endossado ou avalizado a cópia, depois de ter feito
constatar por um protesto que o original lhe não foi entregue a seu pedido.
Se o título original, em seguida ao último endosso feito antes de tirada a cópia,
contiver a cláusula "daqui em diante só é válido o endosso na cópia" ou
qualquer outra fórmula equivalente, é nulo qualquer endosso assinado
ulteriormente no original.

Com efeito, o título se torna documento necessário ao exercício do direito nele


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mencionado. Então, como poderia alguém tirar cópia de uma nota e transferi-la
por endosso, apoderando-se da via original? Não contrariaria o princípio
referido? Para a LUG não.

Essa questão foi abordada pelo CESPE no concurso para Juiz Substituto do TJ
SE, em 2008, do seguinte modo:

(Cespe/Juiz Substituto/TJ/SE/2008) Alfredo emitiu nota promissória em favor


de Pedro e estabeleceu que seu vencimento se daria 6 meses após o
vencimento do título. Entretanto, esqueceu-se de apor este acordo no título,
que foi emitido sem data de vencimento. Pedro, por sua vez, negociou a nota
promissória, colocando-a em circulação. A respeito da situação hipotética
acima, assinale a opção correta.

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a) Pedro pode tirar cópia da nota promissória e transferi-la por endosso, desde
que a cópia indique que o original encontra-se em sua posse.

Este item foi considerado correto pela banca. Embora remeta à nota
promissória, o tratamento legislativo também se encontra na LUG.

NOTA PROMISSÓRIA

A nota promissória, como já dito, é uma promessa de pagamento, que se


consubstancia em um título de crédito emitido pelo devedor. Ele é quem
promete pagar determinada quantia a alguém.

A seguir um modelo de nota promissória:

Fonte: http://tabelionatoroquedomingues.com.br/images/servicos/np.jpg

Apenas duas figuras circundam a emissão da nota promissória:


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a) Emitente, devedor, promitente, que é aquele que emite a NP.


b) Tomador, beneficiário, que é aquele que se beneficia na relação cambial.

Para exemplificar a constituição de uma nota promissória citamos a seguinte


hipótese, Pedro empresta R$ 1.000,00 (mil reais) ao seu amigo Anderson, que
por sua vez se compromete a efetuar o pagamento do empréstimo em trinta
dias, assim sendo, emite Anderson uma nota promissória no valor do
empréstimo figurando Pedro como beneficiário, com vencimento para trinta dias
da data.

Segundo a LUG:

Art. 75 - A nota promissória contém:

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1 - Denominação "Nota Promissória" inserta no próprio texto do título e


expressa na língua empregada para a redação desse título;
2 - A promessa pura e simples de pagar uma quantia determinada;
3 - A época do pagamento;
4 - A indicação do lugar em que se deve efetuar o pagamento;
5 - O nome da pessoa a quem ou a ordem de quem deve ser paga;
6 - A indicação da data em que e do lugar onde a nota promissória é passada;
7 - A assinatura de quem passa a nota promissória (subscritor).

A nota promissória em que não se indique a época do pagamento será


considerada pagável à vista (LUG, art. 76).

Na falta de indicação especial, lugar onde o título foi passado considera-se


como sendo o lugar do pagamento e, ao mesmo tempo, o lugar do domicílio do
subscritor da nota promissória (LUG, art. 76).

Na nota promissória não existe a figura do aceite, uma vez que emitida pelo
próprio devedor.

É jurisprudência do STJ que a nota promissória não pode ser emitida ao


portador. A FGV, categoricamente, afirmou o seguinte no 2º concurso para
Agente Fiscal de Rendas do Estado do RJ (item incorreto): a nota promissória
pode ser emitida ao portador.

Todavia, nada impede que seja emitida em branco. Desta forma, o credor
deve completar o título de boa-fé antes da cobrança ou protesto, sob pena
de não se conferir ao título natureza cambial (Ver in RT 591/220 e in RT
588/210). Torna-se nula a execução de nota promissória sem o preenchimento
de seus requisitos essenciais. A nota promissória não será nula, apenas perderá
as características de título cambial (LUG, art. 76).

Segundo o Decreto Lei 2.044/1908:


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Art. 55. A nota promissória pode ser passada:


I. à vista;
II. a dia certo;
III. a tempo certo da data.

Os títulos a dia certo ou a data certa são aqueles que devem ser pagos no dia
neles previsto.

Nos títulos a tempo certo da data o prazo para vencimento começa a correr a
partir do dia da emissão ou saque.

Já para a letra de câmbio, dispõe o decreto que:

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Art. 6º A letra pode ser passada:


I. à vista.
II. a dia certo.
III. a tempo certo da data.
IV. a tempo certo da vista.

Ainda, para os dois tipos de título (nota e letra), prescreve a LUG que

Art. 34 - A letra à vista é pagável a apresentação. Deve ser apresentada a


pagamento dentro do prazo de um ano, a contar da sua data. O sacador pode
reduzir este prazo ou estipular um outro mais longo. Estes prazos podem ser
encurtados pelos endossantes.

O sacador pode estipular que uma letra pagável à vista não deverá ser
apresentada a pagamento antes de uma certa data. Nesse caso, o prazo para a
apresentação conta-se dessa data.

CHEQUE

O cheque é uma ordem de pagamento à vista. O cheque é regido pela Lei


7.357/85 (Lei do Cheque), e emitido pelo sacador (emitente) contra o
sacado (instituição bancária), em favor próprio ou de terceiro, e que incide
sobre fundos que o sacador dispõe em poder do sacado.

Art. 3º O cheque é emitido contra banco, ou instituição financeira que lhe seja
equiparada, sob pena de não valer como cheque.

Art. 4º O emitente deve ter fundos disponíveis em poder do sacado e estar


autorizado a sobre eles emitir cheque, em virtude de contrato expresso ou
tácito. A infração desses preceitos não prejudica a validade do título como
cheque.
§ 1º - A existência de fundos disponíveis é verificada no momento da
apresentação do cheque para pagamento.
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Ainda, segundo a Lei do Cheque:

Art. 32 O cheque é pagável à vista. Considera-se não-escrita qualquer menção


em contrário.

Os títulos de créditos podem ser classificados em dois aspectos quanto ao


modelo, modelo vinculado (cheque e duplicata) e modelo livre (nota
promissória e letra de câmbio).

Art. 1º O cheque contêm:

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I - a denominação ‘’cheque’’ inscrita no contexto do título e expressa na língua


em que este é redigido;
II - a ordem incondicional de pagar quantia determinada;
III - o nome do banco ou da instituição financeira que deve pagar (sacado);
IV - a indicação do lugar de pagamento;
V - a indicação da data e do lugar de emissão;
VI - a assinatura do emitente (sacador), ou de seu mandatário com poderes
especiais.

O cheque não admite aceite considerando-se não escrita qualquer declaração


com esse sentido (LC, art. 6º).

A seguir um modelo de cheque com as características citadas acima:

Fonte: https://www.tcn.com.br/nastur/ajuda/chequemodelo.gif

O sacado (banco) não se obriga ao pagamento do cheque, sendo a


responsabilidade do emitente.

Art. 15º O emitente garante o pagamento, considerando-se não escrita a


declaração pela qual se exima dessa garantia.
Art. 6º O cheque não admite aceite considerando-se não escrita qualquer
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declaração com esse sentido.

Levem para a prova: o banco sacado não responde pela inexistência ou


insuficiência de fundos.

A responsabilidade do banco se dá somente quando do processamento de


pagamento indevido, como creditamento a cliente errado, que não seja
beneficiário do título, ou ainda no caso de pagamento de cheque falso,
falsificado ou alterado, exceto se houver dolo ou culpa do correntista,
endossante ou beneficiário (LC, art. 39).

Dissemos que o cheque é uma ordem de pagamento à vista (LC, art. 32). Nos
dizeres do STJ “A emissão de cheque pós-datado, popularmente

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conhecido como cheque pré-datado, não o desnatura como título de
crédito, e traz como única consequência a ampliação do prazo de
apresentação”.

Desta forma, está incorreto o seguinte item apresentado no exame da Ordem


dos Advogados do Brasil/2004: O cheque é uma ordem de pagamento à vista,
sendo que qualquer menção em contrário o inutiliza como título de crédito.

Como bem salientou o E. STJ, a única consequência é a ampliação do prazo de


apresentação do título. Não será o cheque desnaturado como título de crédito!
A emissão do cheque pré-datado é aceita como praxe, não havendo alicerce
jurídico para tanto.

Então, o que temos de saber é o seguinte: o cheque é ordem de


pagamento à vista. Contudo, a emissão de cheque pré-datado é aceita
no Brasil, por ser praxe, trazendo como única conseqüência a
ampliação do prazo de apresentação, não o desnaturando como título
de crédito!

A Súmula 370 do STJ propõe que “caracteriza dano moral a apresentação


antecipada do cheque pré-datado".

Assim, encontra-se plenamente aceita em nossos tribunais pátrios a


possibilidade de emissão de cheque pré-datado, embora constitua verdadeiro
costume contra legem.

Outro assunto interessante, diz respeito ao endosso dos cheques.

Art. 18 O endosso deve ser puro e simples, reputando-se não-escrita qualquer


condição a que seja subordinado.

Importantíssimo agora:

Art. 18, § 1º São nulos o endosso parcial e o do sacado.


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A lei que instituía a Contribuição Provisória sobre a Movimentação ou


Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira - CPMF,
qual seja a Lei 9.311/96, permitia tão somente um único endosso nos cheques,
com o intuito de proibir a circulação de cheques sem o devido recolhimento do
tributo. Ocorre que a referida lei não mais se encontra em vigor, podendo o
cheque agora ser objeto de mais de um endosso.

Art. 20 - O endosso transmite todos os direitos resultantes do cheque. Se o


endosso é em branco, pode o portador:
I - completá-lo com o seu nome ou com o de outra pessoa (torna o endosso em
preto);
II - endossar novamente o cheque, em branco ou a outra pessoa;

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III - transferir o cheque a um terceiro, sem completar o endosso e sem


endossar.

O detentor de cheque "à ordem’’ é considerado portador legitimado, se provar


seu direito por uma série ininterrupta de endossos, mesmo que o último seja
em branco. Para esse efeito, os endossos cancelados são considerados não-
escritos (Lei do Cheque, artigo 22).

Art. 23 O endosso num cheque passado ao portador torna o endossante


responsável, nos termos das disposições que regulam o direito de ação, mas
nem por isso converte o título num cheque ‘’à ordem’’.

Sobre o aval, temos que a Lei do Cheque prevê:

Art. 29 O pagamento do cheque pode ser garantido, no todo ou em parte, por


aval prestado por terceiro, exceto o sacado, ou mesmo por signatário do título.

Vê-se, pois, a possibilidade do aval parcial para o cheque.

Sobre a classificação dos cheques, existem diversos tipos de cheques, senão


vejamos:

- CRUZADO: é o cheque em que o emitente apõe dois traços paralelos


no anverso do título (LC, art. 44). A principal finalidade do cruzamento é
impedir que um cliente saque o cheque no caixa, permitindo-se apenas que se
pague através de crédito em conta corrente. O parágrafo primeiro do art. 44
dispõe que se diz geral o cruzamento que contenha as duas linhas em branco,
ou que apenas contenha a palavra banco (sem especificações) entre as suas
linhas. Será especial o cruzamento se existir nome específico do banco entre as
linhas do cruzamento.

- VISADO: também é conhecido por cheque bancário, cheque de caixa ou


cheque comprado. Está previsto no artigo 7º da Lei 7.357/85 (Lei do Cheque),
é aquele em que o emitente solicita ao banco (sacado) que vise, certifique, o
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cheque, atestando haver fundos para pagamento durante o prazo em que o


título será apresentado.

O CESPE, sobre o assunto, formulou a seguinte questão:

(Cespe/Defensor Público do Ceará/2008) Considere que, ao efetuar o


pagamento de um automóvel recentemente adquirido, Lucas tenha emitido
cheque em que, no verso, havia sido lançada declaração do banco indicando a
existência de provisão de fundos para a sua liquidação, durante o prazo de
apresentação do título de crédito. Nessa situação, o cheque utilizado por Lucas
é considerado um cheque administrativo ou bancário.

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O item está incorreto. Apontou-se na assertiva o conceito de cheque visado e
não de cheque administrativo.

- ADMINISTRATIVO: é o cheque emitido pelo próprio banco. A instituição


financeira figurará como sacador e sacado. Pode ser comprado pelo cliente em
qualquer agência bancária. O banco o emite em nome de quem o cliente
efetuará o pagamento.

- ESPECIAL: assim denominado porque o banco concedeu ao titular da conta


um limite de crédito para saque quando não dispuser de fundos. O cheque
especial é concedido ao cliente mediante contrato firmado previamente.

- VIAGEM/TURISMO: (traveler check) é um tipo de cheque emitido em


quantia prefixada, traz uma quantia expressa, em moeda estrangeira. Serve
para atender gastos em viagens internacionais, tendo a vantagem sobre o
dinheiro em espécie de ter proteção contra furto, roubo ou perda.

Falemos, agora, do prazo para apresentação do cheque.

O portador do cheque deve apresentá-lo para pagamento no prazo de 30 dias,


quando emitido no lugar em que for pago, ou 60 dias, se emitido em lugar
diverso ou no exterior (LC, art. 33).

Esvaido o prazo in albis perde-se o direito de executar os coodevedores.

Uma vez expirado este prazo, o beneficiário do cheque tem ainda o prazo de
6 meses para promover a execução (LC, art. 59) ou tentar receber do
banco.

Segundo a Lei do Cheque...

Art. 59 Prescrevem em 6 (seis) meses, contados da expiração do prazo de


apresentação, a ação que o art. 47 desta Lei assegura ao portador.
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Art. 47 Pode o portador promover a execução do cheque:

I - contra o emitente e seu avalista;


II - contra os endossantes e seus avalistas, se o cheque apresentado em tempo
hábil e a recusa de pagamento é comprovada pelo protesto ou por declaração
do sacado, escrita e datada sobre o cheque, com indicação do dia de
apresentação, ou, ainda, por declaração escrita e datada por câmara de
compensação.

Anote-se, pois, que o prazo para execução é contado a partir do término do


prazo de apresentação e não da data de emissão. Essa questão é recorrente em
concursos.

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Continuando...

Art. 40 O pagamento se fará à medida em que forem apresentados os cheques


e se 2 (dois) ou mais forem apresentados simultaneamente, sem que os fundos
disponíveis bastem para o pagamento de todos, terão preferência os de
emissão mais antiga e, se da mesma data, os de número inferior.

Se o portador não apresentar o cheque em tempo hábil ou não comprovar a


recusa de pagamento na forma acima, perderá o direito de execução contra o
emitente, caso se comprove que este tinha fundos disponíveis durante o prazo
de apresentação e os deixou de ter, em razão de fato que não lhe seja
imputável (art. 47, § 3.º, da LC).

O protesto do cheque acontece pela ausência de fundos. Se a ação é


proposta contra o emitente e seus avalistas, não há necessidade de protesto.
Se proposta contra endossantes e respectivos avalistas, exige-se o protesto.

PROTESTO – CHEQUE!!
Cobrança dos endossantes e seus avalistas  necessário
Cobrança do emitente e seus avalistas  desnecessário

O protesto ou as declarações devem ser feitos no lugar de pagamento ou do


domicílio do emitente, antes da expiração do prazo de apresentação. Mas se a
apresentação ocorrer no último dia do prazo, o protesto ou as declarações
podem fazer-se no primeiro dia útil seguinte (art. 48 da LC).

Se, após o protesto, o cheque for pago, o protesto poderá ser cancelado, a
pedido de qualquer interessado, mediante arquivamento de cópia autenticada
da quitação que contenha perfeita identificação do cheque no Cartório de
Protesto de Títulos (art. 48, § 4.º, da LC).

CUIDADO!!! Algumas questões propõem o prazo de 6 meses para promover a


execução contados a partir da emissão. Está errado! O prazo é de 6 meses
após o transcurso dos 30 ou 60 dias.24678074520

Advirta-se! Olhem este item proposto no concurso para Juiz Substituto TRT 23ª,
em 2008: a ação de execução do cheque prescreve em seis meses contados da
data de sua emissão.

Perceba-se que o item incidiu no exato erro que estamos alertando.

O mesmo assunto foi cobrado no concurso para Juiz Federal da 5ª região


elaborado pelo CESPE, em 2009, item incorreto: O prazo prescricional do
cheque é de seis meses a contar da data da sua emissão.

Amigos, outro aspecto importante é o seguinte:

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Após a prescrição do cheque (6 meses a contar a expiração do prazo para
apresentação) não é mais possível sua execução. Contudo, cabe, nesta
hipótese, uma ação de enriquecimento ilícito, também conhecida como
ação de locupletamento. O prazo para impetrar esta ação é de 2 anos a
partir do dia em que findar a prescrição da ação cambial.

Por fim, mesmo que prescreva a ação de locupletamento, caberá a ação por
cobrança ordinária, desde que se comprove a relação que deu causa à
emissão do cheque.

Art. 62 Salvo prova de novação, a emissão ou a transferência do cheque não


exclui a ação fundada na relação causal, feita a prova do não-pagamento.

Há que se salientar, ainda, que a morte do emitente ou sua incapacidade


superveniente à emissão não invalidam os efeitos do cheque (Lei do Cheque,
art. 37).

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DUPLICATAS

A duplicata é o título de crédito emitido com base em obrigação proveniente de


compra e venda comercial ou prestação de certos serviços. Rege-se pela
Lei 5.474/1968.

É conhecida por ser um título causal, ou seja, encontra-se vinculada à relação


jurídica que lhe dá origem que é a compra e venda mercantil.

Contudo, tão logo emitida, a duplicata deixa de ter nexo com o negócio que lhe
deu origem, tornando-se independente. Essa distinção deve estar clara na
cabeça: não obstante se perfaça em título de crédito causal, assim que
emitida, deixa de ter nexo com o negócio jurídico que lhe deu origem.

Somente a compra e venda mercantil (e a prestação de serviços) permite o


saque da duplicata mercantil.

Art. 1º Em todo o contrato de compra e venda mercantil entre partes


domiciliadas no território brasileiro, com prazo não inferior a 30 (trinta) dias,
contado da data da entrega ou despacho das mercadorias, o vendedor extrairá
a respectiva fatura para apresentação ao comprador.

Art. 2º No ato da emissão da fatura, dela poderá ser extraída uma duplicata
para circulação como efeito comercial, não sendo admitida qualquer outra
espécie de título de crédito para documentar o saque do vendedor pela
importância faturada ao comprador.

Percebam que a lei diz prazo não inferior a 30 dias para a emissão
obrigatória de fatura. Se o prazo for menor, torna-se facultativa a emissão.

De acordo com a lei, uma só duplicata não pode corresponder a mais de


uma fatura (LD, art. 2º, §2º). 24678074520

Segundo a lei, a duplicata conterá:

I - a denominação "duplicata", a data de sua emissão e o número de ordem;


II - o número da fatura;
III - a data certa do vencimento ou a declaração de ser a duplicata à vista;
IV - o nome e domicílio do vendedor e do comprador;
V - a importância a pagar, em algarismos e por extenso;
VI - a praça de pagamento;
VII - a cláusula à ordem;
VIII - a declaração do reconhecimento de sua exatidão e da obrigação de pagá-
la, a ser assinada pelo comprador, como aceite, cambial;
IX - a assinatura do emitente.

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A lei ainda prescreve que na duplicata poderão constar outras indicações, desde
que não alterem sua feição característica (LD, art. 24).

Vamos ver um modelo de duplicata, com todos os requisitos expressos acima:

Fonte: http://www.cosif.com.br/imgs/leisfn/dm.jpg

Nos casos de venda para pagamento em parcelas, poderá ser emitida duplicata
única, em que se discriminarão todas as prestações e seus vencimentos, ou
série de duplicatas, uma para cada prestação distinguindo-se a numeração
sequencial, pelo acréscimo de letra do alfabeto, também em seqüência (LD, art.
2º, §3º).

Falaremos agora sobre o aceite. Vimos que entre os requisitos para emissão de
uma duplicata consta a declaração do reconhecimento de sua exatidão e da
obrigação de pagá-la, a ser assinada pelo comprador, como aceite, cambial.
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Assim, com base nesse texto legal, tem-se que o aceite é o reconhecimento da
dívida pelo sacado (comprador/recebedor dos serviços). O aceite, na
duplicata, é obrigatório (na letra de câmbio é facultativo).

GRAVE-SE, ACEITE:
Duplicata  Obrigatório
Letra de câmbio  Facultativo

Depois de emitida a duplicata deve ser remetida ao comprador para que se dê o


aceite, no prazo de 30 dias a contar da emissão.

Art. 6º A remessa de duplicata poderá ser feita diretamente pelo vendedor ou


por seus representantes, por intermédio de instituições financeiras,

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procuradores ou, correspondentes que se incumbam de apresentá-la ao
comprador na praça ou no lugar de seu estabelecimento, podendo os
intermediários devolvê-la, depois de assinada, ou conservá-la em seu poder até
o momento do resgate, segundo as instruções de quem lhes cometeu o
encargo.

O comprador, por sua vez, deve devolvê-la em um prazo de 10 (dez) dias.

Como o aceite é obrigatório, em regra, o comprador não pode recusá-lo.


Todavia, a LD, arrola hipóteses em que caberá a recusa do aceite:

IMPORTANTÍSSIMO - HIPÓTESES DE RECUSA AO ACEITE NA


DUPLICATA

Art. 8º O comprador só poderá deixar de aceitar a duplicata por motivo de:


I - avaria ou não recebimento das mercadorias, quando não expedidas ou não
entregues por sua conta e risco;
II - vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou na quantidade das
mercadorias, devidamente comprovados;
III - divergência nos prazos ou nos preços ajustados.

O assunto foi cobrado pela FCC com o seguinte teor:

(MP CE/2009/FCC) Quanto aos títulos de crédito, é correto afirmar que a


divergência nos prazos ou nos preços ajustados com o vendedor não é motivo
de recusa de aceite de uma duplicata mercantil pelo comprador.

O item está errado, uma vez que é sim motivo para a recusa de aceite.

Temos, portanto, o seguinte esquema:

Emissão de Envio para aceite: Devolução: 10 dias


duplicata 30 dias
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(obrigatório)

Pode rejeitar por:


1) Avaria/não recebimento da
mercadoria;
2) Vício, defeito, diferença nos
produtos;
3) Divergência no prazo/preço
O aceite da duplicata pode ocorrer das seguintes formas:

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FORMAS DE ACEITE DA DUPLICATA

a) aceite expresso ou ordinário: resultante de assinatura lançada no título


pelo comprador;
b) aceite por comunicação: resultante de retenção da duplicata pelo sacado,
autorizado por instituição financeira cobradora, e de comunicação escrita do
aceite (LD, art. 7º, § 1º);
c) aceite tácito ou presumido: resultante da prova de recebimento das
mercadorias, da falta de recusa justificada do aceite, no prazo de 10 dias, e do
protesto do título (LD, art. 15, inc. II).

Dessa forma, a Fundação José Pelúcio, no concurso para AFTE RO em 2006,


apresentou o seguinte enunciado: Dos títulos de crédito abaixo relacionados,
aquele que admite o instituto do denominado aceite presumido é (...). Ficou
fácil inferir que a resposta correta é duplicata.

Mas, e se a duplicata for enviada para aceite e, no meio do caminho, houver


perda, extravio? Neste caso, o vendedor deve lançar mão da TRIPLICATA,
prevista no artigo 23 da LD:

Art. 23. A perda ou extravio da duplicata obrigará o vendedor a extrair


triplicata, que terá os mesmos efeitos e requisitos e obedecerá às mesmas
formalidades daquela.

Sobre o pagamento da duplicata, é lícito ao comprador resgatar a duplicata


antes de aceitá-la ou antes da data do vencimento (LD, art. 9º). Este é o
denominado pagamento antecipado.

A prova do pagamento é o recibo, passado pelo legítimo portador ou por seu


representante com poderes especiais, no verso do próprio título ou em
documento, em separado, com referência expressa à duplicata (LD, art. 9º,
§1º).

Constituirá, igualmente, prova de pagamento, total ou parcial, da duplicata, a


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liquidação de cheque, a favor do estabelecimento endossatário, no qual conste,


no verso, que seu valor se destina a amortização ou liquidação da duplicata
nele caracterizada (LD, art. 9º, §2º).

No pagamento da duplicata poderão ser deduzidos quaisquer créditos a favor do


devedor resultantes de devolução de mercadorias, diferenças de preço,
enganos, verificados, pagamentos por conta e outros motivos assemelhados,
desde que devidamente autorizados (LD, art. 10).

Art. 11. A duplicata admite reforma ou prorrogação do prazo de vencimento,


mediante declaração em separado ou nela escrita, assinada pelo vendedor ou
endossatário, ou por representante com poderes especiais.

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Caso o pagamento não seja efetuado deverá ser procedida à cobrança da
duplicata.

A cobrança não necessita ser efetuada pelo banco. Pode ser feita diretamente
na via judicial.

A duplicata precisa conter o aceite (assinatura) do sacado/devedor, para que se


comprove que os valores foram aceitos e que a mercadoria foi devidamente
entregue.

Se o aceite foi devidamente realizado, o título não precisa necessariamente ser


protestado para sua execução judicial.

Contudo, o portador que não tirar o protesto da duplicata, em forma regular e


dentro do prazo de 30 (trinta) dias, contado da data de seu vencimento,
perderá o direito de regresso contra os endossantes e respectivos avalistas.

Se a duplicata não contiver o aceite, para execução da duplicata serão


necessários 3 procedimentos cumulativamente:

EXECUÇÃO DE DUPLICATA SEM ACEITE


1 – Protesto;
2 – Documentos que comprovem a entrega e recebimento da mercadoria, e
3 – Verificar se o sacado/devedor recusou o aceite pelos motivos descritos nos
arts. 7.º e 8.º da Lei das Duplicatas.

O protesto é o ato formal e solene pelo qual se comprova a inadimplência e o


descumprimento de obrigação originada em títulos e outros documentos de
dívida. Protesta-se a duplicata por falta de aceite, de devolução (obrigatório
por parte do devedor/sacado) ou de pagamento (LD, art. 13).

Repetimos. A duplicata pode ser protestada por:

1) Falta de aceite; 24678074520

2) Falta de devolução;
3) Falta de pagamento.

Perde o direito de crédito contra endossantes e respectivos avalistas aquele que


não protestar a duplicata em até 30 dias após o vencimento (LD, art. 13, §4º).
Atente-se, também, para o fato de que a cobrança do devedor principal
(comprador/sacado) independe de protesto, desde que o aceite tenha ocorrido.

DUPLICATA – PROTESTO
Endossante e respectivos avalistas  Protesto em 30 dias
Devedor principal e respectivos avalistas  Independe de protesto – se
ocorrido o aceite

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O assunto prescrição está disposto no art. 18 da Lei de Duplicatas.

O prazo para propor ação contra o sacado e seus avalistas é de 3 anos


da data do vencimento.

O prazo para propor ação contra os endossantes e seus avalistas é de 1


ano da data do protesto. Se ação for movida por um coobrigado, há direito
de regresso.

Neste caso, o direito de ação contra outros extingue-se no prazo de um ano a


partir da data do pagamento.

Sobre o vencimento da duplicata, deve ela ser à vista ou à data certa.

Não se pode emitir duplicata com vencimento a certo termo de vista (a letra de
câmbio pode).

Título a certo termo de vista é aquele em que o vencimento é computado a


partir da data do aceite, ou, na falta deste, do protesto.

Vejamos como dispõe a LD sobre o assunto:

Art. 2º No ato da emissão da fatura, dela poderá ser extraída uma duplicata
para circulação como efeito comercial, não sendo admitida qualquer outra
espécie de título de crédito para documentar o saque do vendedor pela
importância faturada ao comprador.
§ 1º A duplicata conterá:
III - a data certa do vencimento ou a declaração de ser a duplicata à vista;

Portanto, a duplicata deve conter a data certa do vencimento quando enviada


para o aceite ou constar que se trata de título à vista.

Não se pode contar o vencimento da duplicata quando do aceite ou protesto.


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Vejamos, agora, alguns títulos de crédito ditos impróprios.

LETRA DE ARRENDAMENTO MERCANTIL

A letra de arrendamento mercantil está prevista na Lei 11.882/2008.

Segundo a norma:

Art. 2o As sociedades de arrendamento mercantil poderão emitir título de


crédito representativo de promessa de pagamento em dinheiro, denominado
Letra de Arrendamento Mercantil - LAM.

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§ 1o O título de crédito de que trata o caput deste artigo, nominativo,
endossável e de livre negociação, deverá conter:

I - a denominação “Letra de Arrendamento Mercantil”;


II - o nome do emitente;
III - o número de ordem, o local e a data de emissão;
IV - o valor nominal;
V - a taxa de juros, fixa ou flutuante, admitida a capitalização;
VI - a descrição da garantia, real ou fidejussória, quando houver;
VII - a data de vencimento ou, se emitido para pagamento parcelado, a data de
vencimento de cada parcela e o respectivo valor;
VIII - o local de pagamento; e
IX - o nome da pessoa a quem deve ser pago.

TÍTULOS DE CRÉDITO COMERCIAL

Os principais títulos de crédito comerciais são a cédula de crédito comercial e a


nota de crédito comercial, e o conhecimento de depósito e warrant.

A cédula de crédito comercial e a nota de crédito comercial estão previstas na


Lei 6.840/90. De acordo com este diploma:

Art. 1º As operações de empréstimo concedidas por instituições financeiras a


pessoa física ou jurídica que se dedique a atividade comercial ou de prestação
de serviços poderão ser representadas por Cédula de Crédito Comercial e por
nota de Crédito Comercial.

O warrant e conhecimento de depósito são títulos de financiamento da atividade


econômica. Fábio Ulhoa Coelho os define como títulos de créditos impróprios
(para o autor não se tratam, na verdade, de títulos de crédito, apenas se
aproximando do regime jurídico cambial), mais especificamente, na categoria
de títulos representativos.

Títulos representativos são aqueles que representam mercadorias custodiadas


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(esta é a palavra chave!) e possibilitam, em algumas condições, a


negociação, pelo proprietário, do valor que elas têm.

O warrant e conhecimento de depósito são regidos pelo Decreto 1.102/1.903.


Quem emite esses títulos é o armazém geral. Se o depositante solicitar, o
armazém os emitirá, em substituição ao recibo de depósito.

Os títulos são emitidos conjuntamente. O portador só terá direito à entrega da


mercadoria depositada se apresentar os documentos juntos, devidamente
quitados.

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TÍTULOS DE CRÉDITO INDUSTRIAL

Os títulos de crédito industrial (cédula de crédito industrial e nota de crédito


industrial) são títulos que visam à obtenção de financiamentos para a atividade
industrial nacional.

São promessas de pagamento, títulos causais, de modelo vinculado (regulados


pelo Decreto Lei 413/69), e nominais à ordem.

Art. 9º A cédula de crédito industrial e promessa de pagamento em dinheiro,


com garantia real, cedularmente constituída.

Art. 15. A nota de crédito industrial é promessa de pagamento em dinheiro,


sem garantia real.

A diferença entre elas reside na garantia real concedida.

O financiamento rural será concedido por instituições financeiras a pessoas


físicas ou jurídicas. Há que se salientar que há obrigação dos tomadores do
empréstimo em utilizar os recursos tal como ajustado no acordo, fazendo prova
regularmente de tal aplicação.

TÍTULOS DE CRÉDITO À EXPORTAÇÃO

As operações de financiamento à exportação ou à produção de bens para


exportação, bem como às atividades de apoio e complementação integrantes e
fundamentais da exportação, realizadas por instituições financeiras, poderão ser
representadas por Cédula Crédito à Exportação e por Nota de Crédito à
Exportação com características idênticas, respectivamente, à Cédula de Crédito
Industrial e à Nota de Crédito Industrial, instituídas pelo Decreto-lei nº 413, de
9 de janeiro de 1969 (Lei 6.313/75, art. 1º).

Os títulos de crédito à exportação abrangem: - cédula de crédito à exportação;


e, - nota de crédito à exportação. 24678074520

TÍTULOS DE CRÉDITO RURAIS

De acordo com o Decreto Lei 167/67:

Art. 1º O financiamento rural concedido pelos órgãos integrantes do sistema


nacional de crédito rural e pessoa física ou jurídica poderá efetivar-se por meio
das células de crédito rural previstas neste Decreto-lei.

Parágrafo único. Faculta-se a utilização das cédulas para os financiamentos da


mesma natureza concedidos pelas cooperativas rurais a seus associados ou às
suas filiadas.

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A cédula de crédito rural é promessa de pagamento em dinheiro, sem ou com


garantia real cedularmente constituída, sob as seguintes denominações e
modalidades:

I - Cédula Rural Pignoratícia.


II - Cédula Rural Hipotecária.
III - Cédula Rural Pignoratícia e Hipotecária.
IV - Nota de Crédito Rural.

A cédula de crédito rural é título civil, líquido e certo, exigível pela soma dêla
constante ou do endôsso, além dos juros, da comissão de fiscalização, se
houver, e demais despesas que o credor fizer para segurança, regularidade e
realização de seu direito creditório (Decreto Lei 167/67, art. 10º).

QUESTÕES COMENTADAS

1. (FGV/Auditor Fiscal da Receita Estadual/ICMS RJ/2009) A respeito


da fiança e aval, é correto afirmar que:

a) tanto o fiador como o avalista podem opor ao credor as exceções extintivas


da obrigação que competem ao devedor principal.
b) tanto o avalista quanto o fiador não podem pleitear o benefício de ordem.
c) a fiança prestada sem autorização de um dos cônjuges implica na ineficácia
total da garantia.
d) o aval é instituto jurídico com finalidade de garantir a satisfação de
obrigações contraídas por contrato.
e) a fiança é instituto jurídico com finalidade de garantir a satisfação de
obrigação assumida pelo devedor mediante emissão de um título cambiário.

Comentários

O aval é o ato cambiário pelo qual uma pessoa (avalista) se compromete a


24678074520

pagar titulo de crédito, nas mesmas condições do devedor deste titulo


(avalizado).

Aval Fiança
Regulado pelo Direito
Regulado pelo Direito Civil
Comercial
Obrigação autônoma Obrigação acessória
Responsabilidade Solidária Responsabilidade Subsidiária
Deve estar contido no título Pode estar em instrumento
de crédito em separado

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Não pode o avalista opor as
As exceções pessoais do
exceções pessoais do
afiançado podem ser alegadas
avalizado para se defender do
pelo fiador.
credor de boa-fé
Necessita de autorização do Necessita de autorização do
cônjuge, salvo no regime de cônjuge, salvo no regime de
separação absoluta separação absoluta

Vamos à questão?

(A) tanto o fiador como o avalista podem opor ao credor as exceções extintivas
da obrigação que competem ao devedor principal.

Errado. O fiado pode opor, o avalista não.

(B) tanto o avalista quanto o fiador não podem pleitear o benefício de ordem.

Errado. O avalista não pode pleitear o benefício de ordem, face a


responsabilidade solidária que lhe é peculiar. O fiador pode.

(C) a fiança prestada sem autorização de um dos cônjuges implica na ineficácia


total da garantia.

Correto. Este é o nosso gabarito. A fiança prestada sem autorização de um


dos cônjuges implica a ineficácia total da garantia. Este é o exato teor da
Súmula 322 do Superior Tribunal de Justiça.

(D) o aval é instituto jurídico com finalidade de garantir a satisfação de


obrigações contraídas por contrato.

O item está errado. O aval não tem por finalidade garantir satisfações
contraídas por contrato, mas, sim, as contraídas em títulos de crédito. A fiança
sim tem a finalidade de satisfazer obrigações adquiridas em contrato (basta
lembrar-se do fiador quando do aluguel de um imóvel).
24678074520

(E) a fiança é instituto jurídico com finalidade de garantir a satisfação de


obrigação assumida pelo devedor mediante emissão de um título cambiário.

O examinador inverteu os conceitos nas letras d e e. Item incorreto.

Gabarito  C.

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2. (FGV/Auditor Fiscal da Receita Estadual/ICMS RJ/2009) Assinale a


afirmativa incorreta.

a) Duplicata é título de crédito causal que encontra origem em contrato de


compra e venda mercantil ou de prestação de serviços.
b) Se o credor não realizar o protesto por falta de aceite ou por não devolução
do título, ainda assim poderá realizar o protesto por falta de pagamento.
c) Nos contratos de compra e venda mercantil, o devedor poderá deixar de
aceitar a duplicata: por avaria ou não-recebimento das mercadorias, quando
não expedidas ou não entregues por sua conta e risco; por vícios, defeitos e
diferenças na qualidade ou na quantidade das mercadorias, devidamente
comprovados; e por divergência nos prazos ou nos preços ajustados.
d) Nos contratos de prestação de serviços, o devedor poderá deixar de aceitar
a duplicata: quando não houver correspondência com os serviços efetivamente
contratados; por vícios ou defeitos na qualidade dos serviços prestados,
devidamente comprovados; e por divergência de prazos ou nos preços
ajustados.
e) A duplicata não se configura como título executivo extrajudicial.

Comentários

Segundo a Lei 5.474/68, em todo o contrato de compra e venda mercantil entre


partes domiciliadas no território brasileiro, com prazo não inferior a 30 (trinta)
dias, contado da data da entrega ou despacho das mercadorias, o vendedor
extrairá a respectiva fatura para apresentação ao comprador (LD, art. 1o).

No ato da emissão da fatura, dela poderá ser extraída uma duplicata para
circulação como efeito comercial, não sendo admitida qualquer outra espécie de
título de crédito para documentar o saque do vendedor pela importância
faturada ao comprador (LD, art. 2o)..

O artigo 1o da Lei se refere apenas à compra e venda mercantil. Todavia, o


artigo 20 narra: 24678074520

Art . 20. As empresas, individuais ou coletivas, fundações ou sociedades civis,


que se dediquem à prestação de serviços, poderão, também, na forma desta
lei, emitir fatura e duplicata.

Portanto, a letra a está correta.

A letra b está correta igualmente.

O protesto é o ato formal e solene pelo qual se comprova a inadimplência e o


descumprimento de obrigação originada em títulos e outros documentos de
dívida. Protesta-se a duplicata por falta de aceite, de devolução (obrigatório por
parte do devedor/sacado) ou de pagamento (LD, art. 13).

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A letra c também está correta. Uma vez emitida, a duplicata deve ser enviada
para que o sacado a aceite. O aceite na duplicata é obrigatório. Contudo, a
própria lei estabelece hipóteses em que ele poderá ser rejeitado, senão
vejamos:

Art . 8º O comprador só poderá deixar de aceitar a duplicata por motivo de:

I - avaria ou não recebimento das mercadorias, quando não expedidas ou não


entregues por sua conta e risco;
II - vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou na quantidade das
mercadorias, devidamente comprovados;
III - divergência nos prazos ou nos preços ajustados.

O mesmo entendimento vale para a duplicata de prestação de serviços, sendo


motivos de recusa ao aceite:

Art. 21. O sacado poderá deixar de aceitar a duplicata de prestação de serviços


por motivo de:

I - não correspondência com os serviços efetivamente contratados;


II - vícios ou defeitos na qualidade dos serviços prestados, devidamente
comprovados;
III - divergência nos prazos ou nos preços ajustados.

A letra d, portanto, também está correta.

A letra e é o nosso gabarito.

A duplicata, assim como os outros títulos de crédito, configura título executivo


extrajudicial.

Segundo o Código de Processo Civil:


24678074520

Art. 585. São títulos executivos extrajudiciais:

I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque;

Gabarito  E.

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3. (FGV/Auditor Fiscal da Receita Estadual/ICMS RJ/2009) A respeito


do protesto, assinale a alternativa correta.

a) O cancelamento do protesto, por qualquer motivo, somente pode ser


realizado por determinação judicial.
b) O protesto é condição necessária para o pedido de falência do devedor
empresário.
c) O protesto pode ser requerido perante o Cartório de Protesto apenas para
comprovar a falta de pagamento.
d) O protesto é o ato formal pelo qual se prova a inadimplência de uma
obrigação cambiária e pode ser requerido para demonstrar a falta de
pagamento, a falta de aceite ou a não-devolução do título.
e) O protesto não tem nenhum efeito jurídico, servindo unicamente para
pressionar o devedor a pagar o que deve.

Comentários

O protesto é regulado pela Lei 9.492/92.

Segundo seu artigo 1o: Protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova a
inadimplência e o descumprimento de obrigação originada em títulos e outros
documentos de dívida.

Segundo o artigo 26, não há necessidade de ordem judicial para cancelamento


do protesto:

Art. 26. O cancelamento do registro do protesto será solicitado diretamente no


Tabelionato de Protesto de Títulos, por qualquer interessado, mediante
apresentação do documento protestado, cuja cópia ficará arquivada.

O item a, portanto, está incorreto.

A letra b, igualmente, está incorreta. As hipóteses para as quais podem ser


24678074520

decretada a falência de devedor estão arroladas no artigo 94 da Lei


11.101/2005. Dentre elas não consta o protesto como cláusula obrigatória.

A letra c está incorreta.

Art. 21. O protesto será tirado por falta de pagamento, de aceite ou de


devolução.

A letra d está correta. Resulta do combinado entre o artigo 1o e o artigo 21 da


Lei 9.492/92.

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A letra e está incorreta, posto que o protesto é um ato com efeitos jurídicos
apto a comprovar a inadimplência e o descumprimento de obrigações
cambiárias.

Gabarito  D.

4. (FGV/Auditor Fiscal da Receita Estadual/ICMS RJ/2008) O sr. RJB


firmou contrato de abertura de crédito com determinado banco comercial no
valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Por exigência do banco, foi emitida uma
nota promissória em branco, vinculada à avença, sendo que, nesse título de
crédito, apôs sua assinatura o sr. Antônio, na condição de avalista. Dez meses
depois, o banco ingressa com uma execução com base naquela nota
promissória no valor de R$ 28.472,00, decorrente da abertura da linha de
crédito, ocorrida em favor do avalizado, que não possuía capacidade econômica
para pagar aquele débito.

A respeito da possibilidade de o avalista argüir a iliquidez da dívida, assinale a


afirmativa correta.

a) O credor pode completar o título cambiariforme em qualquer circunstância


após as assinaturas do emitente e do avalista, o que lhe confere autonomia e
literalidade, sendo exigível, mesmo quando não acompanhada do contrato de
abertura de crédito.
b) A nota promissória possui autonomia e literalidade, sendo exigível em
qualquer circunstância, podendo ser completada pelo credor antes de iniciar a
cobrança, o que confere liquidez ao título.
c) A nota promissória goza de autonomia e literalidade, sendo exigível apenas
quando completada pelo credor de boa-fé antes de iniciar a cobrança.
d) Caracteriza-se a nota promissória pela autonomia e literalidade; fundada a
ação na nota promissória mencionada no enunciado, não se admite a discussão
da causa debendi.
e) A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de
autonomia, em razão do título que a originou, sendo neste caso admissível a
24678074520

discussão da causa debendi.

Comentários

Um dos princípios vigentes no âmbito dos títulos de crédito é o da autonomia.


Isto é, tão logo emitidos, os títulos deixam de ter vinculação à causa que
originou a sua emissão.

Assim, quando A emite um cheque para B, relativo à compra de um carro, no


montante de R$ 10.000,00 e B transfere, mediante endosso, a propriedade
deste título a C, por ser seu credor, não poderá A alegar que não pagará a C
porque o veículo está com defeito ou não atendeu ao que era esperado, posto

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que o título de crédito é autônomo e, tão-logo emitido, deixa de ter vinculação
à causa que o originou.

Esta regra, todavia, é afastada pelo STJ nos casos de contratos de abertura de
crédito

SÚMULA 258 STJ: A nota promissória vinculada a contrato de abertura de


crédito não goza de autonomia em razão da iliquidez do título que a originou.

Gabarito  E.

5. (FGV/Auditor Fiscal da Receita Estadual/ICMS RJ/2010) Com relação


aos atos cambiais, analise as afirmativas a seguir.

I. O aval garante o pagamento do título de crédito e não pode ser parcial.


II. O endosso possibilita o protesto do título de crédito.
III. O aceite é ato a ser praticado pelo sacado.

Assinale:

(A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.


(B) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
(C) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(D) se somente a afirmativa I estiver correta.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Comentários

A afirmação I está correta porque o aval, que serve para garantir o pagamento
do título de crédito (artigo 14 do Decreto n.° 2.044/1908; art. 30 da LUG), não
pode ser parcial, nos termos do parágrafo único do artigo 897 do Código Civil.
Lembre-se de que as legislações especiais dos mais diversos títulos de crédito
prevêem a possibilidade do aval parcial.
24678074520

A afirmação II está incorreta porque o endosso serve para transferir a


propriedade do título de crédito (artigo 8.° do Decreto n.° 2.044, de 31 de
dezembro de 1908; artigo 11 da Lei Uniforme Relativa às Letras de Câmbio e
Notas Promissórias) e não para possibilitar o protesto do título.

A afirmação III está correta, pois o aceite é ato a ser praticado pelo sacado
(artigo 21 da LUG). Estudaremos a seguir mais aprofundadamente o assunto.

Portanto, está correta a alternativa (B).

Gabarito  B.

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6. (FGV/Auditor Fiscal da Receita Estadual/ICMS RJ/2007) O crédito tem


dois elementos essenciais: confiança de uma pessoa em outra e certeza do
cumprimento da obrigação na data aprazada. Os títulos de crédito têm como
função precípua a incorporação de um direito de crédito, que facilita sua
circulação. Quanto aos títulos de crédito, assinale a afirmativa incorreta.

(A) Uma letra de câmbio pode ser endossada a favor do sacado ou aceitante
(endosso de retorno), que podem novamente endossar a letra.
(B) No cheque, o endosso-mandato não se extingue por morte ou incapacidade
superveniente do endossante mandante.
(C) É cabível ação de execução em face do emitente do cheque, ainda que não
apresentado ao sacado no prazo legal, desde que não consumada a prescrição
da ação cambial.
(D) A inobservância de um dos requisitos elencados na Lei 5.474/68 (Lei de
Duplicatas) enseja a perda de executoriedade do título, em razão de vício de
forma.
(E) O endosso de uma nota promissória deve ser puro e simples; qualquer
condição a que ele seja subordinado é considerada como nula.

Comentários

Comentemos item a item...

(A) Uma letra de câmbio pode ser endossada a favor do sacado ou


aceitante (endosso de retorno), que podem novamente endossar a
letra.

Este item está correto. Segundo o artigo 11 da Lei Uniforme de Genebra:

Art. 11. Toda a letra de câmbio, mesmo que não envolva expressamente a
cláusula a ordem, é transmissível por via de endosso.
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Quando o sacador tiver inserido na letra as palavras "não a ordem", ou uma


expressão equivalente, a letra só é transmissível pela forma e com os efeitos de
uma cessão ordinária de créditos.

O endosso pode ser feito mesmo a favor do sacado, aceitando ou não, do


sacador, ou de qualquer outro co-obrigado. Estas pessoas podem endossar
novamente a letra.

(B) No cheque, o endosso-mandato não se extingue por morte ou


incapacidade superveniente do endossante mandante.

O item está correto. Segundo a Lei do Cheque:

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Art. 37 A morte do emitente ou sua incapacidade superveniente à emissão não
invalidam os efeitos do cheque.

(C) É cabível ação de execução em face do emitente do cheque, ainda


que não apresentado ao sacado no prazo legal, desde que não
consumada a prescrição da ação cambial.

Segundo a Súmula de n. 600 do Supremo Tribunal Federal:

Cabe ação executiva contra o emitente e seus avalistas, ainda que não
apresentado o cheque ao sacado no prazo legal, desde que não prescrita a ação
cambiária.

Item, portanto, correto.

(D) A inobservância de um dos requisitos elencados na Lei 5.474/68


(Lei de Duplicatas) enseja a perda de executoriedade do título, em
razão de vício de forma.

Este item está correto. O artigo 2º da Lei de Duplicatas traz requisitos que, uma
vez não atendidos, não gerarão efeitos cambiais como duplicata.

São eles:

§ 1º A duplicata conterá:

I - a denominação "duplicata", a data de sua emissão e o número de ordem;


II - o número da fatura;
III - a data certa do vencimento ou a declaração de ser a duplicata à vista;
IV - o nome e domicílio do ven dedor e do comprador;
V - a importância a pagar, em algarismos e por extenso;
VI - a praça de pagamento;
VII - a cláusula à ordem;
VIII - a declaração do reconhecimento de sua exatidão e da obrigação de pagá-
24678074520

la, a ser assinada pelo comprador, como aceite, cambial;


IX - a assinatura do emitente.

(E) O endosso de uma nota promissória deve ser puro e simples;


qualquer condição a que ele seja subordinado é considerada como nula.

Este é o gabarito. Segundo a Lei Uniforme de Genebra:

Art. 12 - O endosso deve ser puro e simples. Qualquer condição a que ele seja
subordinado considera-se como não escrita.

Gabarito  E.

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7. (FGV/Auditor Fiscal da Receita Estadual/ICMS RJ/2011) O empresário


individual ou a sociedade empresária que tenha por objeto a exploração de
armazéns gerais, com finalidade de guardar e conservar mercadorias emitirá,
quando pedido pelo depositante, títulos denominados warrant e conhecimento
de depósito. A esse respeito, é incorreto afirmar que

(A) o conhecimento de depósito e o warrant são títulos que devem ser emitidos
simultaneamente pelo depositário, podendo ser transmitidos unidos ou
separadamente, mediante endosso.
(B) o warrant é título de crédito que confere direito de penhor sobre a
mercadoria depositada em armazém geral.
(C) o conhecimento de depósito não pode ser penhorado ou arrestado por
dívidas do portador.
(D) ao portador do conhecimento de depósito é permitido retirar a mercadoria
antes do vencimento da dívida constante do warrant, consignando o armazém
geral o principal e juros até o vencimento e pagando os impostos fiscais,
armazenagens vencidas e mais despesas.
(E) ao portador do warrant que, em tempo útil, não promover o protesto por
falta de pagamento, ou que, dentro de dez dias, contados da data do
instrumento de protesto, não vender a mercadoria, conservará tão somente
ação contra o primeiro endossante do warrant e contra os endossantes do
conhecimento de depósito.

Comentários

O warrant e conhecimento de depósito são títulos de financiamento da atividade


econômica. Fábio Ulhoa Coelho os define como títulos de créditos impróprios
(para o autor não se tratam, na verdade, de títulos de crédito, apenas se
aproximando do regime jurídico cambial), mais especificamente, na categoria
de títulos representativos.

Títulos representativos são aqueles que representam mercadorias custodiadas


24678074520

(esta é a palavra chave!) e possibilitam, em algumas condições, a


negociação, pelo proprietário, do valor que elas têm.

O warrant e conhecimento de depósito são regidos pelo Decreto 1.102/1.903.


Quem emite esses títulos é o armazém geral. Se o depositante solicitar, o
armazém os emitirá, em substituição ao recibo de depósito.

Os títulos são emitidos conjuntamente. O portador só terá direito à entrega da


mercadoria depositada se apresentar os documentos juntos, devidamente
quitados.

O conhecimento de depósito é, pois, um título de representação, formal e


causal. Ele transmite a propriedade de mercadorias, conferindo ao portador o

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direito de disponibilidade da mercadoria, excetuando-se o direito de penhor
constituído sobre a mercadoria, caso haja o endosso do warrant
correspondente.

O warrant, por sua vez, pressupõe uma operação de crédito, a saber, uma
promessa de pagamento. Seu endosso constitui um penhor (chamado de direito
de crédito real) sobre as mercadorias, em relação à obrigação de um
pagamento ao possuidor do título.

A letra a está correta. Segundo o Decreto 1.102/1903:

Art. 15 - Os armazéns gerais emitirão, quando lhes for pedido pelo depositante,
dois títulos unidos, mas separáveis à vontade, denominados - "conhecimento de
depósito" e "warrant".

Art. 18 - O conhecimento do depósito e o "warrant" podem ser transferidos,


unidos ou separados, por endosso.

A letra b também está correta. O warrant constitui um direito de penhor.

A letra c é o nosso gabarito. Detalhe sutil da legislação.

Art. 17 - Emitidos os títulos de que trata o art. 15, os gêneros e mercadorias


não poderão sofrer embaraço que prejudique a sua livre e plena disposição,
salvo nos casos do art. 27.

O conhecimento de depósito e o "warrant", ao contrário, podem ser


penhorados, arrestados por dívidas do portador.

Assim, vê-se que as mercadorias não podem sofrer penhora ou outros


gravames. Ao revés, os títulos poderão!

Item incorreto.
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A letra d está correta.

Transferindo-se apenas o warrant, transfere-se o crédito, contudo, a


mercadoria permanece como penhor do warrant. O endossatário (que recebeu o
título) poderá então cobrar o valor do warrant no vencimento.

O endossante, por seu turno, ao transferir só o warrant, fica com o


conhecimento de depósito, tendo direitos de propriedade sobre as mercadorias
depositadas. Contudo, não poderá retirá-las, porquanto elas estão apenhadas
ao warrant.

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Há a possibilidade de se endossar o conhecimento de depósito a outra pessoa,
mas, igualmente, o novo endossatário não poderá também retirar a
mercadoria, pois ela está vinculada ao warrant.

Contudo, segundo o Decreto:

Art. 22 - Ao portador do conhecimento de depósito é permitido retirar a


mercadoria antes do vencimento da dívida constante do "warrant", consignando
o armazém geral o principal e juros até o vencimento e pagando os impostos
fiscais, armazenagens vencidas e mais despesas.

A letra e, por fim, está correta. Literalidade da legislação do CD e warrant:

Art. 23. § 7º - O portador do "warrant" que, em tempo útil, não interpuser o


protesto por falta de pagamento, ou que, dentro de dez dias, contados da data
do instrumento de protesto, não promover a venda da mercadoria, conservará
tão-somente ação contra o primeiro endossador do "warrant" e contra os
endossadores do conhecimento de depósito.

Gabarito  C.

8. (FCC/Juiz de Direito/TJ/PE/2013) Em relação à duplicata, é correto


afirmar:

a) Em seu pagamento não podem ser deduzidos créditos a favor do devedor,


ainda que relativos ao mesmo negócio jurídico, tendo em vista sua origem
causal.
b) Não admite reforma ou prorrogação do prazo de vencimento, uma vez que
se trata de título formal.
c) Uma só duplicata pode corresponder a mais de uma fatura, desde que todas
correspondam a dívidas vencidas.
d) Indicará ela sempre o valor total da fatura, ainda que o comprador tenha
direito a qualquer rebate, mencionando o vendedor o valor líquido que o
24678074520

comprador deverá reconhecer como obrigação de pagar.


e) O comprador só pode resgatá-la após aceitá-la e a partir de sua data de
vencimento.

Comentários

Segundo a Lei de Duplicatas:

Art. 3º A duplicata indicará sempre o valor total da fatura, ainda que o


comprador tenha direito a qualquer rebate, mencionando o vendedor o valor
líquido que o comprador deverá reconhecer como obrigação de pagar.

O gabarito, portanto, é a letra d.

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Ainda segundo a LD:

Art. 10. No pagamento da duplicata poderão ser deduzidos quaisquer créditos a


favor do devedor resultantes de devolução de mercadorias, diferenças de preço,
enganos, verificados, pagamentos por conta e outros motivos assemelhados,
desde que devidamente autorizados.

O item a, portanto, está incorreto.

A letra b também erra:

Art. 11. A duplicata admite reforma ou prorrogação do prazo de vencimento,


mediante declaração em separado ou nela escrita, assinada pelo vendedor ou
endossatário, ou por representante com podêres especiais.

A letra c também está incorreta.

Art. 2º No ato da emissão da fatura, dela poderá ser extraída uma duplicata
para circulação como efeito comercial, não sendo admitida qualquer outra
espécie de título de crédito para documentar o saque do vendedor pela
importância faturada ao comprador.

§ 2º Uma só duplicata não pode corresponder a mais de uma fatura.

Por último, a letra e está incorreta.

Art. 9º É lícito ao comprador resgatar a duplicata antes de aceitá-la ou antes da


data do vencimento.

Gabarito  D.

9. (FCC/Promotor de Justiça/TJ/AL/2012) A circulação dos títulos de


crédito à ordem se dará:
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a) por endosso, que não pode ser cancelado e independentemente da tradição


do título.
b) apenas por endosso em preto.
c) pela aposição de aval.
d) por endosso, completando-se a transferência com a tradição do título.
e) pela simples tradição, uma vez que o título se considera coisa móvel.

Comentários

Segundo o Código Civil:

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Art. 910 CC. O endosso deve ser lançado pelo endossante no verso ou anverso
do próprio título.

§ 1o Pode o endossante designar o endossatário, e para validade do endosso,


dado no verso do título, é suficiente a simples assinatura do endossante.
§ 2o A transferência por endosso completa-se com a tradição do título.

Gabarito  D.

10. (FCC/Juiz do Trabalho/TRT/18/2012) Em relação aos títulos de


crédito, é correto afirmar:

a) A transferência do título não se relaciona com os direitos que lhe são


inerentes.
b) O possuidor de título ao portador tem direito à prestação nele indicada,
mediante a sua simples apresentação ao devedor, ainda que o título tenha
entrado em circulação contra a vontade do emitente.
c) O título deve estar completo ao tempo da emissão; se preenchido
posteriormente, não produzirá efeitos em nenhuma hipótese.
d) O título pode ser reivindicado do portador que o adquiriu, mesmo que tenha
agido de boa-fé e em conformidade das normas que disciplinam a sua
circulação.
e) O aval aposto em um título, posterior a seu vencimento, não produz
quaisquer efeitos jurídicos.

Comentários

Comentemos item a item...

a) A transferência do título não se relaciona com os direitos que lhe são


inerentes.
24678074520

Item incorreto. Segundo o Código Civil:

Art. 893. A transferência do título de crédito implica a de todos os direitos que


lhe são inerentes.

b) O possuidor de título ao portador tem direito à prestação nele


indicada, mediante a sua simples apresentação ao devedor, ainda que o
título tenha entrado em circulação contra a vontade do emitente.

Este é o nosso gabarito. Nos termos do Código Civil:

Art. 905. O possuidor de título ao portador tem direito à prestação nele


indicada, mediante a sua simples apresentação ao devedor.

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c) O título deve estar completo ao tempo da emissão; se preenchido


posteriormente, não produzirá efeitos em nenhuma hipótese.

A letra c está incorreta. Conforme reza o CC:

Art. 891. O título de crédito, incompleto ao tempo da emissão, deve ser


preenchido de conformidade com os ajustes realizados.

d) O título pode ser reivindicado do portador que o adquiriu, mesmo


que tenha agido de boa-fé e em conformidade das normas que
disciplinam a sua circulação.

Item também incorreto.

Art. 896. O título de crédito não pode ser reivindicado do portador que o
adquiriu de boa-fé e na conformidade das normas que disciplinam a sua
circulação.

e) O aval aposto em um título, posterior a seu vencimento, não produz


quaisquer efeitos jurídicos.

Por último e igualmente incorreta, temos a letra e.

Art. 900. O aval posterior ao vencimento produz os mesmos efeitos do


anteriormente dado.

Todos os artigos são do Código Civil.

Gabarito  B.

11. (FCC/Juiz do Trabalho/TRT/SE/2012) Sendo o pagamento de uma


letra de câmbio garantida por aval,
24678074520

a) a obrigação do avalista se mantém, mesmo no caso de a obrigação que ele


garantir ser nula por qualquer razão que não seja um vício de forma.
b) a obrigação do avalista não se mantém se a obrigação por ele garantida for
nula ou anulável.
c) a obrigação do avalista é acessória e ele pode opor ao credor as defesas
pessoais, privativas do sacado e as que forem comuns a ele e ao sacado.
d) a obrigação do avalista é subsidiária, podendo invocar o benefício de ordem,
salvo se a ele houver renunciado ou se tiver se obrigado solidariamente com o
sacado.
e) se o avalista pagar a letra, fica sub-rogado nos direitos emergentes da letra
contra a pessoa a favor de quem foi dado o aval, mas não contra os obrigados
para com esta em virtude da letra.

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Comentários

O gabarito da questão é a letra. Nos termos do Código Civil:

Art. 899. O avalista equipara-se àquele cujo nome indicar; na falta de


indicação, ao emitente ou devedor final.

§ 2o Subsiste a responsabilidade do avalista, ainda que nula a obrigação


daquele a quem se equipara, a menos que a nulidade decorra de vício
de forma.

Gabarito  A.

12. (FCC/Agente Fiscal de Rendas/ICMS SP/2006) O protesto de duplicata


mercantil é indispensável para a propositura de execução contra o

a) sacado, tenha a duplicata sido aceita ou não.


b) endossante, tenha a duplicata sido aceita ou não.
c) avalista do sacado, tenha a duplicata sido aceita ou não.
d) avalista do endossante, apenas se a duplicata não tiver sido aceita.
e) sacador, apenas se a duplicata não tiver sido aceita.

Comentários

Protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência e o


descumprimento de obrigação originada em títulos e outros documentos de
dívida (art. 1.º da Lei 9.492/1997)

Tenha em mente o seguinte esquema para a duplicata:

Há aceite?
24678074520

1) Sim! Não precisa protestar para executar o sacado e seus avalistas, porém,
há necessidade de protesto contra os coobrigados e seus avalistas.
2) Não! Depende-se de protesto para cobrança até mesmo do obrigado direto.

Vejamos, pois, as assertivas:

O protesto de duplicata mercantil é indispensável para a propositura de


execução contra o

a) sacado, tenha a duplicata sido aceita ou não.


Errado. Se a duplicata tiver sido aceita, o protesto é dispensável.

b) endossante, tenha a duplicata sido aceita ou não.

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Correto. Contra os coobrigados há necessidade de protesto, independentemente
de aceite.

c) avalista do sacado, tenha a duplicata sido aceita ou não.


Errado. A propositura de execução contra avalista do sacado independe de
protesto se a duplicata tiver sido aceita.

d) avalista do endossante, apenas se a duplicata não tiver sido aceita.


Errado. Contra os coobrigados e seus avalistas há necessidade de protesto,
independentemente de aceite.

e) sacador, apenas se a duplicata não tiver sido aceita.


Errado. O STJ entende que a execução em caso de não aceite da duplicata
depende de: 1) Protesto da duplicata; e, 2) Comprovação de entrega da
mercadoria. Todavia, se a execução é voltada contra o próprio sacador
(vendedor), que endossou o título (cártula), desnecessária se torna a
comprovação de entrega de mercadoria, bastando que haja o protesto.
Concluindo: para a cobrança do sacador, faz-se necessário o protesto, haja ou
não o aceite.

Gabarito  B.

13. (FCC/Auditor Fiscal Tributário Municipal/SP/2007) A recusa ao aceite


de uma duplicata de prestação de serviços

a) permite ao sacador que a proteste por falta de aceite, como condição para
cobrança do respectivo valor face ao endossatário.
b) impede que o título circule por meio de endosso, tendo em vista a
imperfeição da relação jurídica cambiária.
c) dá ao sacador o direito de reputá-la vencida antecipadamente e proceder a
sua cobrança judicial, desde que precedida do protesto por falta de pagamento.
d) independe de maior formalidade quanto ao prazo e à forma de sua
efetivação. 24678074520

e) poderá ser efetuada se os serviços houverem sido prestados de forma


comprovadamente viciada.

Comentários

Segundo a Lei 5.474:

Art . 21. O sacado poderá deixar de aceitar a duplicata de prestação de serviços


por motivo de:

I - não correspondência com os serviços efetivamente contratados;


II - vícios ou defeitos na qualidade dos serviços prestados, devidamente
comprovados;

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III - divergência nos prazos ou nos preços ajustados.

O gabarito da questão, portanto, é a letra "e"

A letra a e b estão incorretas.

A recusa ao aceite não impede que o título circule por meio de endosso. Caso a
duplicata não possua aceite, é entendimento do STJ que se deve comprovar que
as mercadorias/serviços foram entregues/prestados, no caso de execução
contra o devedor principal. No caso de execução contra endossantes e
respectivos avalistas, desnecessária se torna a comprovação, uma vez que ele
atestou a validade do título com o endosso.

A letra c também está incorreta. O protesto nesta hipótese deverá ser feito por
falta de aceite, e não por falta de pagamento.

A letra d também erra.

A duplicata deverá ser devolvida pelo comprador ao apresentante dentro do


prazo de 10 (dez) dias, contado da data de sua apresentação, devidamente
assinada ou acompanhada de declaração, por escrito, contendo as razões da
falta do aceite (LD, art. 7º). Em suma, há que se fazer a devolução em 10 dias,
devidamente motivada.

Gabarito  E.

14. (FCC/Procurador Municipal/SP/2008) A duplicata é um título de


crédito

a) causal, que só pode ser emitido para documentar a venda e compra


mercantil.
b) que consubstancia promessa de pagamento à vista, admite endosso e pode
ser levado a protesto por falta de aceite ou por falta de pagamento.
24678074520

c) que pode ser extraído para documentar o saque do vendedor pela


importância faturada ao comprador, e ser levado a protesto por falta de aceite,
de devolução ou de pagamento.
d) formal, que só admite protesto por falta de pagamento.
e) causal, que só pode ser emitido para documentar a prestação de serviços por
empresários individuais ou sociedades empresárias.

Comentários

O item a e e estão incorretos. A duplicata pode documentar a compra e venda


mercantil, bem como prestação de serviços realizada.

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O item b está incorreto, posto que a duplicata é ordem de pagamento e não
promessa.

O item c é o gabarito. De acordo com a lei de duplicatas:

Art. 1º Em todo o contrato de compra e venda mercantil entre partes


domiciliadas no território brasileiro, com prazo não inferior a 30 (trinta) dias,
contado da data da entrega ou despacho das mercadorias, o vendedor extrairá
a respectiva fatura para apresentação ao comprador.

§ 1º A fatura discriminará as mercadorias vendidas ou, quando convier ao


vendedor, indicará sòmente os números e valores das notas parciais expedidas
por ocasião das vendas, despachos ou entregas das mercadorias.

Art. 13. A duplicata é protestável por falta de aceite de devolução ou


pagamento.

A letra d está incorreta, pelos motivos expostos acima.

Gabarito  C.

15. (FCC/Defensor Público/SP/2009) Considerando as espécies de


cheques, assinale a definição correta.

a) O cheque administrativo é aquele em que o emitente, para os fins de liquidez


e tranquilidade do beneficiário, solicita do sacado que aponha visto ou
certificado, bem como reserve o valor.
b) Cheque marcado é aquele que é pago somente ao beneficiário que tiver o
nome indicado e, por isso, não comporta endosso.
c) Diz-se visado o cheque emitido pelo sacado contra ele mesmo em favor da
pessoa indicada por terceiro, geralmente o correntista do banco.
d) Cheque cruzado especial é aquele em que o emitente apõe dois traços no
anverso do título e escreve entre estes o dizer "banco".
24678074520

e) Cheque de viagem é o emitido em moeda estrangeira e pago na moeda do


país em que é apresentado, conforme com o câmbio do dia.

Comentários

a) O cheque administrativo é aquele em que o emitente, para os fins de


liquidez e tranqüilidade do beneficiário, solicita do sacado que aponha
visto ou certificado, bem como reserve o valor.

O item está incorreto. Cheque visado é aquele em que o emitente solicita ao


banco (sacado) que vise, certifique, o cheque, atestando haver fundos para
pagamento durante o prazo em que o título será apresentado.

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b) Cheque marcado é aquele que é pago somente ao beneficiário que
tiver o nome indicado e, por isso, não comporta endosso.

O cheque referido é o cheque nominal, com cláusula não à ordem. Contudo, o


cheque não à ordem pode ser transferido pela via de cessão civil do crédito,
obedecendo-se nesta hipótese ao rito previsto nos regimes civis, não o
considerando como título cambiário.

c) Diz-se visado o cheque emitido pelo sacado contra ele mesmo em


favor da pessoa indicada por terceiro, geralmente o correntista do
banco.

Estas são as características do cheque administrativo (ou bancário), previsto no


artigo 9º, III, da Lei do Cheque. É um tipo de cheque emitido pelo banco contra
ele mesmo, em favor de terceiro, debitado em favor de correntista que solicitou
sua omissão.

d) Cheque cruzado especial é aquele em que o emitente apõe dois


traços no anverso do título e escreve entre estes o dizer "banco".

Cruzado é o cheque em que o emitente apõe dois traços paralelos no anverso


do título (LC, art. 44). A principal finalidade do cruzamento é impedir que um
cliente saque o cheque no caixa, permitindo-se apenas que se pague através de
crédito em conta corrente. O parágrafo primeiro do art. 44 dispõe que se diz
geral o cruzamento que contenha as duas linhas em branco, ou que apenas
contenha a palavra banco (sem especificações) entre as suas linhas. Será
especial o cruzamento se existir nome específico do banco entre as linhas do
cruzamento. Portanto, trata-se na questão de cheque cruzado geral.

e) Cheque de viagem é o emitido em moeda estrangeira e pago na


moeda do país em que é apresentado, conforme com o câmbio do dia.

Este é o gabarito da questão de acordo com o que apresentamos acima.


24678074520

Gabarito  E.

16. (FGV/Auditor Fiscal da Receita Estadual do Amapá/2010) Com


relação às regras relativas ao cheque, assinale a afirmativa incorreta.

(A) Caracteriza dano moral a apresentação de cheque pré-datado.


(B) A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral.
(C) Prescreve em 6 meses, contados da expiração do prazo de apresentação, a
ação de execução do cheque.
(D) Após o prazo de 6 meses decai o direito do portador de receber a quantia
aposta no cheque.

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(E) Prescreve em 2 anos a ação de enriquecimento contra o emitente que se
locupletou, injustamente, com o não pagamento do cheque.

Comentários

A letra a está correta, como já visto.

O cheque é uma ordem de pagamento à vista (LC, art. 32). Nos dizeres do STJ
“A emissão de cheque pós-datado, popularmente conhecido como
cheque pré-datado, não o desnatura como título de crédito, e traz como
única consequência a ampliação do prazo de apresentação.”

A Súmula 370 do STJ propõe que “caracteriza dano moral a apresentação


antecipada do cheque pré-datado".

A letra b está correta.

É o exato teor da súmula 388 do STJ: A simples devolução indevida de cheque


caracteriza dano moral.

Imagine-se que determinado comerciante emite cheque no valor de R$


5.000,00 e o banco, quando da apresentação da cheque pelo fornecedor, não
efetua o pagamento, devolvendo o cheque, por motivo não conhecido. Se o
comerciante tinha saldo à época e mesmo assim o pagamento não fora
efetuada, caracterizado está o dano moral.

A letra c também está correta, como já dito anteriormente.

A letra d está incorreta. Não há previsão deste prazo decadencial na Lei do


Cheque.

A letra e está correta. Após a prescrição do cheque (6 meses a contar a


expiração do prazo para apresentação) não é mais possível sua execução.
Contudo, cabe, nesta hipótese, uma ação de enriquecimento ilícito, também
24678074520

conhecida como ação de locupletamento. O prazo para impetrar esta ação é de


2 anos a partir do dia em que findar a prescrição da ação cambial.

Por fim, mesmo que prescreva a ação de locupletamento, caberá a ação por
cobrança ordinária, desde que se comprove a relação que deu causa à emissão
do cheque.

Art. 61. A ação de enriquecimento contra o emitente ou outros obrigados, que


se locupletaram injustamente com o não-pagamento do cheque, em 2 (dois)
anos, contados do dia e em que se consumar a prescrição prevista noart. 59 e
seu parágrafo desta Lei.

Gabarito  D

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17. (FGV/Auditor Fiscal do Amapá/2010) A respeito da execução judicial


de duplicata assinale a afirmativa incorreta.

(A) A duplicata aceita, protestada ou não, configura-se como título executivo


extrajudicial.
(B) A duplicata não aceita, configura-se como título executivo extrajudicial
quando estiver protestada, acompanhada de documento hábil comprobatório de
entrega e recebimento da mercadoria, e o sacado não tenha,
comprovadamente, recusado o aceite pelos motivos previstos na lei.
(C) A triplicata não é considerada título executivo extrajudicial.
(D) A duplicata não aceita ou não devolvida pode ser protestada mediante
indicação do credor ou do apresentante do título desde que tenha sido
protestada, esteja acompanhada de documento hábil comprobatório de entrega
e recebimento da mercadoria e o sacado não tenha, comprovadamente,
recusado o aceite pelos motivos previstos na lei.
(E) Prescreve em 3 anos a pretensão de executar a duplicata contra o sacado e
respectivos avalistas.

Comentários

A cobrança judicial de duplicata ou triplicata será efetuada de conformidade


com as regras processuais aplicáveis aos títulos executivos extrajudiciais,
previstas no Código de Processo Civil.

Para executar o devedor, o credor pode se valer (art. 15 da LD):

1) de duplicata ou triplicata aceita, protestada ou não;


2) de duplicata ou triplicata não aceita, contanto que, cumulativamente:

• haja sido protestada;


• esteja acompanhada de documento hábil comprobatório da entrega e do
recebimento da mercadoria; e
• o sacado não tenha, comprovadamente, recusado o aceite, no prazo, nas
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condições e pelos motivos autorizados pela Lei (arts. 7.º e 8.º da LD.
Portanto, protestada ou não, a duplicata aceita configura título executivo
extrajudicial. A letra a está correta.

A letra b está correta.

A duplicata não aceita configura-se como título executivo extrajudicial quando


estiver protestada, acompanhada de documento hábil comprobatório de entrega
e recebimento da mercadoria, e o sacado não tenha, comprovadamente,
recusado o aceite pelos motivos previstos na lei.

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A letra c está incorreta. À triplicata se aplica o mesmo regime jurídico das
duplicatas.

A letra d está correta. Aplica-se o disposto na assertiva b também na hipótese


de duplicatas não aceitas e não devolvidas, desde que haja sido protestada
mediante indicações do credor ou do apresentante do título.

A letra e, por fim, está correta. O prazo para propor ação contra o sacado e
seus avalistas é de 03 anos da data do vencimento. O prazo para propor ação
contra os endossantes e seus avalistas é de 01 ano da data do protesto.

Gabarito  C.

18. (FCC/Juiz do Trabalho/TRT/RS/2012) A duplicata é título de crédito

a) causal e pode ser emitida em razão da prestação de serviços, por empresas


individuais, devendo a fatura discriminar a natureza dos serviços prestados.
b) causal ou formal, segundo a natureza da dívida que representa,
dispensando-se a emissão de fatura, quando não corresponder à venda de
mercadorias.
c) formal e só pode ser emitida como representativa da obrigação de entrega
de coisa fungível, cujo valor deve ser declarado, para o caso de sua liquidação
financeira.
d) causal e apenas pode ser emitida em razão da venda de mercadorias por
empresas de natureza mercantil, sendo necessária a emissão de fatura
correspondente.
e) formal e pode ser emitida como representativa de qualquer dívida de
dinheiro.

Comentários

A duplicata é o título de crédito emitido com base em obrigação proveniente de


compra e venda comercial ou prestação de certos serviços.
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É conhecida por ser um título causal, ou seja, encontra-se vinculada à relação


jurídica que lhe dá origem que é a compra e venda mercantil.

Segundo a Lei de Duplicatas:

Art. 20. As empresas, individuais ou coletivas, fundações ou sociedades civis,


que se dediquem à prestação de serviços, poderão, também, na forma desta
lei, emitir fatura e duplicata.

Uma vez que é um título causal, as hipóteses de emissão estão arroladas na lei.
Ademais, pode ser emitida na compra e venda mercantil e prestação de

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serviços, fazendo-se necessária a emissão de fatura. As outras assertivas
restam invalidadas por estes motivos.

Gabarito  A.

19. (FCC/Juiz do Trabalho/TRT 6ª/2013) Em relação ao cheque é correto


afirmar:

a) A pretensão de execução do cheque prescreve em seis meses, contados da


data de emissão.
b) O pagamento do cheque pode ser garantido, no todo ou em parte, por aval.
c) O cheque admite aceite.
d) A morte do emitente invalida os efeitos do cheque.
e) Salvo estipulação em contrário, o endossante não garante o pagamento.

Comentários

Comentemos item a item...

a) A pretensão de execução do cheque prescreve em seis meses,


contados da data de emissão.

Segundo a Lei do Cheque...

Art. 59 Prescrevem em 6 (seis) meses, contados da expiração do prazo de


apresentação, a ação que o art. 47 desta Lei assegura ao portador.

Art. 47 Pode o portador promover a execução do cheque:

I - contra o emitente e seu avalista;


II - contra os endossantes e seus avalistas, se o cheque apresentado em tempo
hábil e a recusa de pagamento é comprovada pelo protesto ou por declaração
do sacado, escrita e datada sobre o cheque, com indicação do dia de
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apresentação, ou, ainda, por declaração escrita e datada por câmara de


compensação.

Portanto, o prazo é contado a partir da expiração do prazo de


apresentação.

Item, portanto, incorreto.

b) O pagamento do cheque pode ser garantido, no todo ou em parte,


por aval.

Nos termos da Lei do Cheque:

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Art. 29 O pagamento do cheque pode ser garantido, no todo ou em parte, por


aval prestado por terceiro, exceto o sacado, ou mesmo por signatário do título.

Vê-se, pois, a possibilidade do aval parcial para o cheque.

Item correto.

c) O cheque admite aceite.

O cheque não admite aceite considerando-se não escrita qualquer declaração


com esse sentido (LC, art. 6º).

d) A morte do emitente invalida os efeitos do cheque.

Segundo a Lei do Cheque:

Art. 37 A morte do emitente ou sua incapacidade superveniente à emissão não


invalidam os efeitos do cheque.

Item incorreto.

e) Salvo estipulação em contrário, o endossante não garante o


pagamento.

Item incorreto. Segundo a LC:

Art. 21 Salvo estipulação em contrário, o endossante garante o pagamento.

Parágrafo único - Pode o endossante proibir novo endosso; neste caso, não
garante o pagamento a quem seja o cheque posteriormente endossado.

Gabarito  B.
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20. (FCC/Juiz de Direito/TJ/GO/2012) No tocante ao título de crédito, é


correto afirmar que

a) quando não indicado, considera-se lugar de sua emissão e de pagamento o


domicílio do credor.
b) sua transferência não implica a de todos os direitos que lhe são inerentes.
c) pode-se reivindicá-lo do portador que o adquiriu de boa-fé e na conformidade
das normas que disciplinam sua circulação.
d) não tendo ele indicação de vencimento, entende-se que o prazo de
pagamento é o de sessenta dias.
e) enquanto estiver em circulação, só ele poderá ser dado em garantia, ou ser
objeto de medidas judiciais, e não, separadamente, os direitos ou mercadorias
que representa.

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Comentários

Comentemos item a item...

a) quando não indicado, considera-se lugar de sua emissão e de


pagamento o domicílio do credor.

Conforme prega o Código Civil, artigo 889, §2º:

Art. 889. § 2º. Considera-se lugar de emissão e de pagamento, quando não


indicado no título, o domicílio do emitente.

Anote-se, pois, que quando não indicado o lugar de emissão, considera-se


sendo o do domicílio do emitente, e não do credor.

b) sua transferência não implica a de todos os direitos que lhe são


inerentes.

Segundo o Código Civil:

Art. 893. A transferência do título de crédito implica a de todos os direitos que


lhe são inerentes.

Item incorreto.

c) pode-se reivindicá-lo do portador que o adquiriu de boa-fé e na


conformidade das normas que disciplinam sua circulação.

Conforme narra o Código Civil:

Art. 896: O título de crédito não pode ser reivindicado do portador que o
adquiriu de boa-fé e na conformidade das normas que disciplinam a sua
circulação. 24678074520

Item incorreto.

d) não tendo ele indicação de vencimento, entende-se que o prazo de


pagamento é o de sessenta dias.

Não sendo indicado vencimento, entende-se que é à vista o título de crédito.

Art. 889, § 1o: É à vista o título de crédito que não contenha indicação de
vencimento.

Item incorreto.

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e) enquanto estiver em circulação, só ele poderá ser dado em garantia,
ou ser objeto de medidas judiciais, e não, separadamente, os direitos
ou mercadorias que representa.

Segundo o CC:

Art. 895. Enquanto o título de crédito estiver em circulação, só ele poderá ser
dado em garantia, ou ser objeto de medidas judiciais, e não, separadamente,
os direitos ou mercadorias que representa.

Item, portanto, correto.

Gabarito  E.

21. (FCC/Juiz de Direito/TJ/GO/2012) Em relação aos seguintes títulos de


crédito é correto afirmar:

a) Se o cheque pós-datado for apresentado em data anterior à indicada para


pagamento, não poderá ser pago de imediato, pois se terá descaracterizado
como ordem de pagamento à vista.
b) Como regra, o sacado de um cheque não tem qualquer obrigação cambial;
assim, o credor do cheque não pode responsabilizar o banco sacado pela
inexistência ou insuficiência de fundos disponíveis.
c) As notas promissórias admitem aceite e, por isso, a recusa deste acarreta o
vencimento antecipado do título.
d) A duplicata mercantil é protestável somente por falta de pagamento e não
admite ser garantida por aval, uma vez que se trata de título causal.
e) A duplicata não permite reforma ou prorrogação de seu prazo de
vencimento, que é imutável.

Comentários

Comentemos item a item... 24678074520

a) Se o cheque pós-datado for apresentado em data anterior à indicada


para pagamento, não poderá ser pago de imediato, pois se terá
descaracterizado como ordem de pagamento à vista.

Dissemos que o cheque é ordem de pagamento à vista. Contudo, se


apresentado anteriormente à data acertada poderá ser pago pelo banco.
Restará caracterizado, contudo, dano moral, nos termos da douta
jurisprudência do E. STJ. Item incorreto.

b) Como regra, o sacado de um cheque não tem qualquer obrigação


cambial; assim, o credor do cheque não pode responsabilizar o banco
sacado pela inexistência ou insuficiência de fundos disponíveis.

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O banco poderá ser responsabilizado caso venha a praticar atos ilícitos, tais
como pagar cheque falsificado, de modo indevido. Contudo, a existência de
fundos e sua suficiência é de responsabilidade do emitente.

Art. 4º O emitente deve ter fundos disponíveis em poder do sacado e estar


autorizado a sobre eles emitir cheque, em virtude de contrato expresso ou
tácito. A infração desses preceitos não prejudica a validade do título como
cheque.

§1º - A existência de fundos disponíveis é verificada no momento da


apresentação do cheque para pagamento.

Gabarito, portanto.

c) As notas promissórias admitem aceite e, por isso, a recusa deste


acarreta o vencimento antecipado do título.

A nota promissória, pela sua natureza, não comporta aceite, porquanto, pela
assinatura, o emitente se obriga ao pagamento do título.

Neste sentido, dispõe o Decreto n. 2.044, de 31 de dezembro de 1908.

Art. 56. São aplicáveis à nota promissória, com as modificações necessárias,


todos os dispositivos do Título I desta Lei, exceto os que se referem ao
aceite e às duplicatas.

d) A duplicata mercantil é protestável somente por falta de pagamento


e não admite ser garantida por aval, uma vez que se trata de título
causal.

A duplicata pode ser protestada por:

1) Falta de aceite; 24678074520

2) Falta de devolução;
3) Falta de pagamento.

Art. 13. A duplicata é protestável por falta de aceite de devolução ou


pagamento.

Ademais, ainda nos termos da Lei de Duplicatas:

Art. 12. O pagamento da duplicata poderá ser assegurado por aval, sendo o
avalista equiparado àquele cujo nome indicar; na falta da indicação, àquele
abaixo de cuja firma lançar a sua; fora desses casos, ao comprador.

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e) A duplicata não permite reforma ou prorrogação de seu prazo de
vencimento, que é imutável.

Item incorreto. Segundo a LD:

Art. 11. A duplicata admite reforma ou prorrogação do prazo de vencimento,


mediante declaração em separado ou nela escrita, assinada pelo vendedor ou
endossatário, ou por representante com podêres especiais.

Gabarito  B.

22. (FCC/Titular de Serviços Notariais/TJ/AP/2011) Na duplicata


mercantil, o aceite é:

a) facultativo e poderá ser suprido pelo protesto do título juntamente com a


comprovação da entrega da mercadoria.
b) obrigatório e poderá ser suprido pelo protesto do título juntamente com a
comprovação da entrega da mercadoria.
c) facultativo e poderá ser suprido pela anuência do endossante.
d) obrigatório e poderá ser suprido pela anuência do endossante.
e) facultativo e poderá ser recusado em caso de vício na mercadoria.

Comentários

Enquanto que na letra de câmbio o aceite é facultativo, na duplicata ele é


obrigatório.

Contudo, caso não haja aceite, o título poderá ser executado, desde que o título
esteja protestado e haja comprovação de que as mercadorias foram entregues.

Art. 15 - A cobrança judicial de duplicata ou triplicata será efetuada de


conformidade com o processo aplicável aos títulos executivos extrajudiciais, de
que cogita o Livro II do Código de Processo Civil ,quando se tratar:
24678074520

l - de duplicata ou triplicata aceita, protestada ou não;


II - de duplicata ou triplicata não aceita, contanto que, cumulativamente:

a) haja sido protestada;


b) esteja acompanhada de documento hábil comprobatório da entrega e
recebimento da mercadoria; e
c) o sacado não tenha, comprovadamente, recusado o aceite, no prazo, nas
condições e pelos motivos previstos nos arts. 7º e 8º desta Lei.

Gabarito  B.

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23. (FCC/Auditor Fiscal da Receita Estadual/ICMS/RJ/2014) Em relação


aos títulos de crédito, considere:

I. Aquele que, excedendo os poderes que tem, lança a sua assinatura em título
de crédito, como mandatário ou representante de outrem, obriga pessoalmente
o mandante, que terá contra ele, porém, direito de regresso para haver os
danos eventualmente causados a terceiros.
II. O portador de título representativo de mercadoria tem o direito de transferi-
lo, de conformidade com as normas que regulam a sua circulação, ou de
receber aquela independentemente de quaisquer formalidades, além da entrega
do título devidamente quitado.
III. Enquanto o título de crédito estiver em circulação, só ele poderá ser dado
em garantia, ou ser objeto de medidas judiciais, e não, separadamente, os
direitos ou mercadorias que representa.

Está correto o que se afirma em

(A) III, apenas.


(B) II e III, apenas.
(C) I e III, apenas.
(D) I e II, apenas.
(E) I, II e III.

Comentários

Comentemos item a item...

I. Aquele que, excedendo os poderes que tem, lança a sua assinatura


em título de crédito, como mandatário ou representante de outrem,
obriga pessoalmente o mandante, que terá contra ele, porém, direito de
regresso para haver os danos eventualmente causados a terceiros.

Item I – Errado. Responsabilidade pessoal do mandatário. Segundo o Código


24678074520

Civil, artigo 892:

Art. 892. Aquele que, sem ter poderes, ou excedendo os que tem, lança a sua
assinatura em título de crédito, como mandatário ou representante de outrem,
fica pessoalmente obrigado, e, pagando o título, tem ele os mesmos direitos
que teria o suposto mandante ou representado.

II. O portador de título representativo de mercadoria tem o direito de


transferi-lo, de conformidade com as normas que regulam a sua
circulação, ou de receber aquela independentemente de quaisquer
formalidades, além da entrega do título devidamente quitado.

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Item II – Correto. Cópia do artigo 894 do CC.

Art. 894. O portador de título representativo de mercadoria tem o direito de


transferi-lo, de conformidade com as normas que regulam a sua circulação, ou
de receber aquela independentemente de quaisquer formalidades, além da
entrega do título devidamente quitado.

III. Enquanto o título de crédito estiver em circulação, só ele poderá


ser dado em garantia, ou ser objeto de medidas judiciais, e não,
separadamente, os direitos ou mercadorias que representa.

Item III – Correto. Cópia do artigo 895 do CC.

Art. 895. Enquanto o título de crédito estiver em circulação, só ele poderá ser
dado em garantia, ou ser objeto de medidas judiciais, e não, separadamente,
os direitos ou mercadorias que representa.

Gabarito  B.

QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA

1. (FGV/Auditor Fiscal da Receita Estadual/ICMS RJ/2009) A respeito


da fiança e aval, é correto afirmar que:

a) tanto o fiador como o avalista podem opor ao credor as exceções extintivas


da obrigação que competem ao devedor principal.
b) tanto o avalista quanto o fiador não podem pleitear o benefício de ordem.
c) a fiança prestada sem autorização de um dos cônjuges implica na ineficácia
total da garantia.
d) o aval é instituto jurídico com finalidade de garantir a satisfação de
obrigações contraídas por contrato.
e) a fiança é instituto jurídico com finalidade de garantir a satisfação de
obrigação assumida pelo devedor mediante emissão de um título cambiário.
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2. (FGV/Auditor Fiscal da Receita Estadual/ICMS RJ/2009) Assinale a


afirmativa incorreta.

a) Duplicata é título de crédito causal que encontra origem em contrato de


compra e venda mercantil ou de prestação de serviços.
b) Se o credor não realizar o protesto por falta de aceite ou por não devolução
do título, ainda assim poderá realizar o protesto por falta de pagamento.
c) Nos contratos de compra e venda mercantil, o devedor poderá deixar de
aceitar a duplicata: por avaria ou não-recebimento das mercadorias, quando
não expedidas ou não entregues por sua conta e risco; por vícios, defeitos e
diferenças na qualidade ou na quantidade das mercadorias, devidamente
comprovados; e por divergência nos prazos ou nos preços ajustados.

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d) Nos contratos de prestação de serviços, o devedor poderá deixar de aceitar
a duplicata: quando não houver correspondência com os serviços efetivamente
contratados; por vícios ou defeitos na qualidade dos serviços prestados,
devidamente comprovados; e por divergência de prazos ou nos preços
ajustados.
e) A duplicata não se configura como título executivo extrajudicial.

3. (FGV/Auditor Fiscal da Receita Estadual/ICMS RJ/2009) A respeito


do protesto, assinale a alternativa correta.

a) O cancelamento do protesto, por qualquer motivo, somente pode ser


realizado por determinação judicial.
b) O protesto é condição necessária para o pedido de falência do devedor
empresário.
c) O protesto pode ser requerido perante o Cartório de Protesto apenas para
comprovar a falta de pagamento.
d) O protesto é o ato formal pelo qual se prova a inadimplência de uma
obrigação cambiária e pode ser requerido para demonstrar a falta de
pagamento, a falta de aceite ou a não-devolução do título.
e) O protesto não tem nenhum efeito jurídico, servindo unicamente para
pressionar o devedor a pagar o que deve.

4. (FGV/Auditor Fiscal da Receita Estadual/ICMS RJ/2008) O sr. RJB


firmou contrato de abertura de crédito com determinado banco comercial no
valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Por exigência do banco, foi emitida uma
nota promissória em branco, vinculada à avença, sendo que, nesse título de
crédito, apôs sua assinatura o sr. Antônio, na condição de avalista. Dez meses
depois, o banco ingressa com uma execução com base naquela nota
promissória no valor de R$ 28.472,00, decorrente da abertura da linha de
crédito, ocorrida em favor do avalizado, que não possuía capacidade econômica
para pagar aquele débito.

A respeito da possibilidade de o avalista argüir a iliquidez da dívida, assinale a


afirmativa correta. 24678074520

a) O credor pode completar o título cambiariforme em qualquer circunstância


após as assinaturas do emitente e do avalista, o que lhe confere autonomia e
literalidade, sendo exigível, mesmo quando não acompanhada do contrato de
abertura de crédito.
b) A nota promissória possui autonomia e literalidade, sendo exigível em
qualquer circunstância, podendo ser completada pelo credor antes de iniciar a
cobrança, o que confere liquidez ao título.
c) A nota promissória goza de autonomia e literalidade, sendo exigível apenas
quando completada pelo credor de boa-fé antes de iniciar a cobrança.
d) Caracteriza-se a nota promissória pela autonomia e literalidade; fundada a
ação na nota promissória mencionada no enunciado, não se admite a discussão
da causa debendi.

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e) A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de
autonomia, em razão do título que a originou, sendo neste caso admissível a
discussão da causa debendi.

5. (FGV/Auditor Fiscal da Receita Estadual/ICMS RJ/2010) Com relação


aos atos cambiais, analise as afirmativas a seguir.

I. O aval garante o pagamento do título de crédito e não pode ser parcial.


II. O endosso possibilita o protesto do título de crédito.
III. O aceite é ato a ser praticado pelo sacado.

Assinale:

(A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.


(B) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
(C) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(D) se somente a afirmativa I estiver correta.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

6. (FGV/Auditor Fiscal da Receita Estadual/ICMS RJ/2007) O crédito tem


dois elementos essenciais: confiança de uma pessoa em outra e certeza do
cumprimento da obrigação na data aprazada. Os títulos de crédito têm como
função precípua a incorporação de um direito de crédito, que facilita sua
circulação. Quanto aos títulos de crédito, assinale a afirmativa incorreta.

(A) Uma letra de câmbio pode ser endossada a favor do sacado ou aceitante
(endosso de retorno), que podem novamente endossar a letra.
(B) No cheque, o endosso-mandato não se extingue por morte ou incapacidade
superveniente do endossante mandante.
(C) É cabível ação de execução em face do emitente do cheque, ainda que não
apresentado ao sacado no prazo legal, desde que não consumada a prescrição
da ação cambial.
(D) A inobservância de um dos requisitos elencados na Lei 5.474/68 (Lei de
Duplicatas) enseja a perda de executoriedade do título, em razão de vício de
24678074520

forma.
(E) O endosso de uma nota promissória deve ser puro e simples; qualquer
condição a que ele seja subordinado é considerada como nula.

7. (FGV/Auditor Fiscal da Receita Estadual/ICMS RJ/2011) O empresário


individual ou a sociedade empresária que tenha por objeto a exploração de
armazéns gerais, com finalidade de guardar e conservar mercadorias emitirá,
quando pedido pelo depositante, títulos denominados warrant e conhecimento
de depósito. A esse respeito, é incorreto afirmar que

(A) o conhecimento de depósito e o warrant são títulos que devem ser emitidos
simultaneamente pelo depositário, podendo ser transmitidos unidos ou
separadamente, mediante endosso.

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(B) o warrant é título de crédito que confere direito de penhor sobre a
mercadoria depositada em armazém geral.
(C) o conhecimento de depósito não pode ser penhorado ou arrestado por
dívidas do portador.
(D) ao portador do conhecimento de depósito é permitido retirar a mercadoria
antes do vencimento da dívida constante do warrant, consignando o armazém
geral o principal e juros até o vencimento e pagando os impostos fiscais,
armazenagens vencidas e mais despesas.
(E) ao portador do warrant que, em tempo útil, não promover o protesto por
falta de pagamento, ou que, dentro de dez dias, contados da data do
instrumento de protesto, não vender a mercadoria, conservará tão somente
ação contra o primeiro endossante do warrant e contra os endossantes do
conhecimento de depósito.

8. (FCC/Juiz de Direito/TJ/PE/2013) Em relação à duplicata, é correto


afirmar:

a) Em seu pagamento não podem ser deduzidos créditos a favor do devedor,


ainda que relativos ao mesmo negócio jurídico, tendo em vista sua origem
causal.
b) Não admite reforma ou prorrogação do prazo de vencimento, uma vez que
se trata de título formal.
c) Uma só duplicata pode corresponder a mais de uma fatura, desde que todas
correspondam a dívidas vencidas.
d) Indicará ela sempre o valor total da fatura, ainda que o comprador tenha
direito a qualquer rebate, mencionando o vendedor o valor líquido que o
comprador deverá reconhecer como obrigação de pagar.
e) O comprador só pode resgatá-la após aceitá-la e a partir de sua data de
vencimento.

9. (FCC/Promotor de Justiça/TJ/AL/2012) A circulação dos títulos de


crédito à ordem se dará:

a) por endosso, que não pode ser cancelado e independentemente da tradição


24678074520

do título.
b) apenas por endosso em preto.
c) pela aposição de aval.
d) por endosso, completando-se a transferência com a tradição do título.
e) pela simples tradição, uma vez que o título se considera coisa móvel.

10. (FCC/Juiz do Trabalho/TRT/18/2012) Em relação aos títulos de


crédito, é correto afirmar:

a) A transferência do título não se relaciona com os direitos que lhe são


inerentes.

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b) O possuidor de título ao portador tem direito à prestação nele indicada,
mediante a sua simples apresentação ao devedor, ainda que o título tenha
entrado em circulação contra a vontade do emitente.
c) O título deve estar completo ao tempo da emissão; se preenchido
posteriormente, não produzirá efeitos em nenhuma hipótese.
d) O título pode ser reivindicado do portador que o adquiriu, mesmo que tenha
agido de boa-fé e em conformidade das normas que disciplinam a sua
circulação.
e) O aval aposto em um título, posterior a seu vencimento, não produz
quaisquer efeitos jurídicos.

11. (FCC/Juiz do Trabalho/TRT/SE/2012) Sendo o pagamento de uma


letra de câmbio garantida por aval,

a) a obrigação do avalista se mantém, mesmo no caso de a obrigação que ele


garantir ser nula por qualquer razão que não seja um vício de forma.
b) a obrigação do avalista não se mantém se a obrigação por ele garantida for
nula ou anulável.
c) a obrigação do avalista é acessória e ele pode opor ao credor as defesas
pessoais, privativas do sacado e as que forem comuns a ele e ao sacado.
d) a obrigação do avalista é subsidiária, podendo invocar o benefício de ordem,
salvo se a ele houver renunciado ou se tiver se obrigado solidariamente com o
sacado.
e) se o avalista pagar a letra, fica sub-rogado nos direitos emergentes da letra
contra a pessoa a favor de quem foi dado o aval, mas não contra os obrigados
para com esta em virtude da letra.

12. (FCC/Agente Fiscal de Rendas/ICMS SP/2006) O protesto de duplicata


mercantil é indispensável para a propositura de execução contra o

a) sacado, tenha a duplicata sido aceita ou não.


b) endossante, tenha a duplicata sido aceita ou não.
c) avalista do sacado, tenha a duplicata sido aceita ou não.
d) avalista do endossante, apenas se a duplicata não tiver sido aceita.
24678074520

e) sacador, apenas se a duplicata não tiver sido aceita.

13. (FCC/Auditor Fiscal Tributário Municipal/SP/2007) A recusa ao aceite


de uma duplicata de prestação de serviços

a) permite ao sacador que a proteste por falta de aceite, como condição para
cobrança do respectivo valor face ao endossatário.
b) impede que o título circule por meio de endosso, tendo em vista a
imperfeição da relação jurídica cambiária.
c) dá ao sacador o direito de reputá-la vencida antecipadamente e proceder a
sua cobrança judicial, desde que precedida do protesto por falta de pagamento.
d) independe de maior formalidade quanto ao prazo e à forma de sua
efetivação.

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e) poderá ser efetuada se os serviços houverem sido prestados de forma
comprovadamente viciada.

14. (FCC/Procurador Municipal/SP/2008) A duplicata é um título de


crédito

a) causal, que só pode ser emitido para documentar a venda e compra


mercantil.
b) que consubstancia promessa de pagamento à vista, admite endosso e pode
ser levado a protesto por falta de aceite ou por falta de pagamento.
c) que pode ser extraído para documentar o saque do vendedor pela
importância faturada ao comprador, e ser levado a protesto por falta de aceite,
de devolução ou de pagamento.
d) formal, que só admite protesto por falta de pagamento.
e) causal, que só pode ser emitido para documentar a prestação de serviços por
empresários individuais ou sociedades empresárias.

15. (FCC/Defensor Público/SP/2009) Considerando as espécies de


cheques, assinale a definição correta.

a) O cheque administrativo é aquele em que o emitente, para os fins de liquidez


e tranquilidade do beneficiário, solicita do sacado que aponha visto ou
certificado, bem como reserve o valor.
b) Cheque marcado é aquele que é pago somente ao beneficiário que tiver o
nome indicado e, por isso, não comporta endosso.
c) Diz-se visado o cheque emitido pelo sacado contra ele mesmo em favor da
pessoa indicada por terceiro, geralmente o correntista do banco.
d) Cheque cruzado especial é aquele em que o emitente apõe dois traços no
anverso do título e escreve entre estes o dizer "banco".
e) Cheque de viagem é o emitido em moeda estrangeira e pago na moeda do
país em que é apresentado, conforme com o câmbio do dia.

16. (FGV/Auditor Fiscal da Receita Estadual do Amapá/2010) Com


relação às regras relativas ao cheque, assinale a afirmativa incorreta.
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(A) Caracteriza dano moral a apresentação de cheque pré-datado.


(B) A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral.
(C) Prescreve em 6 meses, contados da expiração do prazo de apresentação, a
ação de execução do cheque.
(D) Após o prazo de 6 meses decai o direito do portador de receber a quantia
aposta no cheque.
(E) Prescreve em 2 anos a ação de enriquecimento contra o emitente que se
locupletou, injustamente, com o não pagamento do cheque.

17. (FGV/Auditor Fiscal do Amapá/2010) A respeito da execução judicial


de duplicata assinale a afirmativa incorreta.

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(A) A duplicata aceita, protestada ou não, configura-se como título executivo
extrajudicial.
(B) A duplicata não aceita, configura-se como título executivo extrajudicial
quando estiver protestada, acompanhada de documento hábil comprobatório de
entrega e recebimento da mercadoria, e o sacado não tenha,
comprovadamente, recusado o aceite pelos motivos previstos na lei.
(C) A triplicata não é considerada título executivo extrajudicial.
(D) A duplicata não aceita ou não devolvida pode ser protestada mediante
indicação do credor ou do apresentante do título desde que tenha sido
protestada, esteja acompanhada de documento hábil comprobatório de entrega
e recebimento da mercadoria e o sacado não tenha, comprovadamente,
recusado o aceite pelos motivos previstos na lei.
(E) Prescreve em 3 anos a pretensão de executar a duplicata contra o sacado e
respectivos avalistas.

18. (FCC/Juiz do Trabalho/TRT/RS/2012) A duplicata é título de crédito

a) causal e pode ser emitida em razão da prestação de serviços, por empresas


individuais, devendo a fatura discriminar a natureza dos serviços prestados.
b) causal ou formal, segundo a natureza da dívida que representa,
dispensando-se a emissão de fatura, quando não corresponder à venda de
mercadorias.
c) formal e só pode ser emitida como representativa da obrigação de entrega
de coisa fungível, cujo valor deve ser declarado, para o caso de sua liquidação
financeira.
d) causal e apenas pode ser emitida em razão da venda de mercadorias por
empresas de natureza mercantil, sendo necessária a emissão de fatura
correspondente.
e) formal e pode ser emitida como representativa de qualquer dívida de
dinheiro.

19. (FCC/Juiz do Trabalho/TRT 6ª/2013) Em relação ao cheque é correto


afirmar:
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a) A pretensão de execução do cheque prescreve em seis meses, contados da


data de emissão.
b) O pagamento do cheque pode ser garantido, no todo ou em parte, por aval.
c) O cheque admite aceite.
d) A morte do emitente invalida os efeitos do cheque.
e) Salvo estipulação em contrário, o endossante não garante o pagamento.

20. (FCC/Juiz de Direito/TJ/GO/2012) No tocante ao título de crédito, é


correto afirmar que

a) quando não indicado, considera-se lugar de sua emissão e de pagamento o


domicílio do credor.
b) sua transferência não implica a de todos os direitos que lhe são inerentes.

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c) pode-se reivindicá-lo do portador que o adquiriu de boa-fé e na conformidade
das normas que disciplinam sua circulação.
d) não tendo ele indicação de vencimento, entende-se que o prazo de
pagamento é o de sessenta dias.
e) enquanto estiver em circulação, só ele poderá ser dado em garantia, ou ser
objeto de medidas judiciais, e não, separadamente, os direitos ou mercadorias
que representa.
21. (FCC/Juiz de Direito/TJ/GO/2012) Em relação aos seguintes títulos de
crédito é correto afirmar:

a) Se o cheque pós-datado for apresentado em data anterior à indicada para


pagamento, não poderá ser pago de imediato, pois se terá descaracterizado
como ordem de pagamento à vista.
b) Como regra, o sacado de um cheque não tem qualquer obrigação cambial;
assim, o credor do cheque não pode responsabilizar o banco sacado pela
inexistência ou insuficiência de fundos disponíveis.
c) As notas promissórias admitem aceite e, por isso, a recusa deste acarreta o
vencimento antecipado do título.
d) A duplicata mercantil é protestável somente por falta de pagamento e não
admite ser garantida por aval, uma vez que se trata de título causal.
e) A duplicata não permite reforma ou prorrogação de seu prazo de
vencimento, que é imutável.

22. (FCC/Titular de Serviços Notariais/TJ/AP/2011) Na duplicata


mercantil, o aceite é:

a) facultativo e poderá ser suprido pelo protesto do título juntamente com a


comprovação da entrega da mercadoria.
b) obrigatório e poderá ser suprido pelo protesto do título juntamente com a
comprovação da entrega da mercadoria.
c) facultativo e poderá ser suprido pela anuência do endossante.
d) obrigatório e poderá ser suprido pela anuência do endossante.
e) facultativo e poderá ser recusado em caso de vício na mercadoria.
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23. (FCC/Auditor Fiscal da Receita Estadual/ICMS/RJ/2014) Em relação


aos títulos de crédito, considere:

I. Aquele que, excedendo os poderes que tem, lança a sua assinatura em título
de crédito, como mandatário ou representante de outrem, obriga pessoalmente
o mandante, que terá contra ele, porém, direito de regresso para haver os
danos eventualmente causados a terceiros.
II. O portador de título representativo de mercadoria tem o direito de transferi-
lo, de conformidade com as normas que regulam a sua circulação, ou de
receber aquela independentemente de quaisquer formalidades, além da entrega
do título devidamente quitado.

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III. Enquanto o título de crédito estiver em circulação, só ele poderá ser dado
em garantia, ou ser objeto de medidas judiciais, e não, separadamente, os
direitos ou mercadorias que representa.

Está correto o que se afirma em

(A) III, apenas.


(B) II e III, apenas.
(C) I e III, apenas.
(D) I e II, apenas.
(E) I, II e III.

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GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA

QUESTÃO GABARITO
1 C
2 E
3 D
4 E
5 B
6 E
7 C
8 D
9 D
10 B
11 A
12 B
13 E
14 C
15 E
16 D
17 C
18 A
19 B
20 E
21 B
22 B
23 B

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